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CENTRO UNIVERSITÁRIO INTA – UNINTA

CURSO DE BACHARELADO EM FARMÁCIA

NADLA DE SOUSA GOMES DIAS

CARACTERIZAÇÃO FITOQUIMICA, PH E ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DE


HIDROLATOS DE Cymbopogon winterianus JOWITT (CAPIM-CITRONELA) E
Cymbopogon citratus (DC.) STAPF. (CAPIM-SANTO)

SOBRAL
2023
NADLA DE SOUSA GOMES DIAS

CARACTERIZAÇÃO FITOQUÍMICA, PH E ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DE


HIDROLATOS DE Cymbopogon winterianus JOWITT (CAPIM-CITRONELA) E
Cymbopogon citratus (DC.) STAPF. (CAPIM-SANTO)

Monografia apresentada ao Centro


Universitário INTA (UNINTA) como
requisito parcial para obtenção do título de
Bacharel em Farmácia.

Orientadora: Profa. Dra. Magda Elisa Turini


da Cunha.

SOBRAL
2023
NADLA DE SOUSA GOMES

CARACTERIZAÇÃO FITOQUIMICA, pH E ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DE


HIDROLATOS DE Cymbopogon winterianus JOWITT (CAPIM-CITRONELA) E
Cymbopogon citratus (DC.) STAPF. (CAPIM-SANTO)

Monografia apresentada ao Centro


Universitário INTA (UNINTA) como
requisito parcial para obtenção do título de
Bacharel em Farmácia.

Orientadora: Profa. Dra. Magda Elisa Turini


da Cunha.

Aprovado em: ___/___/___.

BANCA EXAMINADORA

Profa. Dra. Magda Elisa Turini da Cunha – Orientador (a)


Centro Universitário INTA - (UNINTA)

Prof. Dra. Ana Paula Macedo Santana – 1º Examinador (a)


Centro Universitário INTA - (UNINTA)

Prof. Dra. Jardna Diniz Macedo – 2º Examinador (a)


Centro Universitário INTA - (UNINTA)
À minha família
Dedico
AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, por ser meu sustento, minha carga de energia em todos
os momentos de minha vida, pois sem ele caminhando ao meu lado não seria capaz
de concluir esta etapa tão significativa em minha vida.
A minha mãe Aurenilde (in memoria) que sempre foi minha maior incentivadora,
sempre acreditando no meu potencial e o quanto seria capaz, seus exemplos de vida
me fazem querer ser melhor e, mesmo não estando conosco nesse momento tão
importante que sempre foi seu sonho, sei que de onde estiver estará radiante de
felicidade por minhas conquistas. Você é meu espelho de dedicação, esforço e amor,
serei eternamente grata a Deus por tudo que fez por mim. Ao meu pai José, obrigado
por todo os ensinamentos, é tudo por vocês.
Agradeço aos que foram e serviram-me de fortaleza; ao meu esposo Eduardo,
obrigada por estar ao meu lado e acreditar que eu seria vitoriosa e capaz de concluir
este desafio que foi esses anos de faculdade, sem você não teria conseguido, meu
filho Levi, que em meio a correria dos meus dias você foi amparo e refúgio nos dias
mais desafiadores.
Ao meu amigo Edvan que tive a honra de conhecer e ter como irmão nestes
anos de faculdade, não me deixando desistir e enxergando que eu seria capaz,
obrigado por todos os ensinamentos.
A todos os professores do curso de Farmácia, a minha excelentíssima banca
examinadora, professora Ana Paula e professora Roberta, em especial professora
Magda por aceitar ser minha orientadora e me acompanhar nesse desafio com toda
sua paciência, atenção e pelo amor à profissão que ajudou para que esse trabalho
fosse concluído com sucesso.

Obrigada a todos.
“Um dia, quando olhares para trás, verás
que os dias mais belos foram aqueles em
que lutaste”
(Freud).
RESUMO

A utilização de plantas para fins medicinais vem ganhando destaque, tanto pela
facilidade como opção no tratamento ou prevenção de enfermidades, quanto para a
utilização nas indústrias de alimentos e cosméticos. Em busca de novas alternativas
de tratamento observou-se que a parte hidrossolúvel obtida da extração do óleo
essencial chamada hidrolato, ou hidrossol obtida em decorrência da água condensada
do processo de destilação, poderia conter tanto constituintes de óleo apolares como
substâncias polares com atividade farmacológica. Os compostos presentes nos
hidrolatos são geralmente oxigenados, hidrofílicos que conferem odor ao produto, e
que formam ligações de hidrogênio com a água. São caracterizados por serem uma
mistura de uma quantidade variável de óleo essencial volátil e metabólitos
secundários solúveis em água, além de apresentarem pHs distintos, de acordo com a
composição química dos metabólitos da planta de origem. O presente estudo trata-se
de uma pesquisa experimental, com abordagem quantitativa no qual foram analisados
os parâmetros de caracterização fitoquímica, pH e atividade antioxidante de hidrolatos
de Cymbopogon winterianus Jowitt (HCW) (capim-citronela) e Cymbopogon citratus
(dc.) Stapf. (HCC) (capim-santo), os quais foram extraídos por método de
hidroestilação, obtendo um rendimento de 46,13% para o HCW e 57,31% para a HCC
no período de duas horas de extração. O pH dos HCW e HCC apresentaram valores
de 5,42 e 5,56, respectivamente. De acordo com os testes fitoquímicos há a presença
de alcaloides e taninos em ambos os hidrolatos. Com relação a atividade antioxidante
a concentração de 31,25 mL/mL apresentou 54,3 % de inibição do radical DPPH para
o hidrolato de CW, já o HCC apresentou porcentagens inferiores a 50 % de inibição
do radical DPPH em todas as concentrações testadas.

Palavras-Chave: antioxidante; cymbopogon winterianus jowitt; cymbopogon citratus


(dc.) stapf; hidrolatos.
ABSTRACT

The use of plants for medicinal purposes is increasingly gaining prominence, both for
their ease as an option in the treatment or prevention of diseases, and for their use in
the food and cosmetics industries. In search of new treatment alternatives, it was
observed that the water-soluble part obtained from the extraction of essential oil called
hydrosol, or hydrosol obtained as a result of condensed water from the distillation
process, could contain both non-polar oil constituents and polar substances with
pharmacological activity. The compounds present in hydrolates are generally
oxygenated, hydrophilic and give the product an odor, and form hydrogen bonds with
water. They are characterized by being a mixture of a variable amount of volatile
essential oil and secondary metabolites soluble in water, in addition to having different
pH, according to the chemical composition of the metabolites of the plant of origin. The
present study is an experimental research, with a quantitative approach in which the
parameters of phytochemical characterization, pH and antioxidant activity of hydrolates
of Cymbopogon winterianus Jowitt (citronella grass) and Cymbopogon citratus (dc.)
Stapf were analyzed. (Holy grass). Which were extracted by hydrostillation method,
obtaining volumes of 400 mL of HCW (Cymbopogon winterianus hydrolate) and HCC
(Cymbopogon citratus hydrolate) 380 mL, with a yield of 46.13% for CW and 57.31%
for to CC within two hours of extraction. The pH of HCW and HCC showed values of
5.42 and 5.56, respectively. According to the phytochemical tests, there is the
presence of alkaloids and tannins in both hydrolates. Regarding the antioxidant
activity, the antioxidant capacity above 50% of inhibition of the DppH radical is
considered high. The concentration of 31.25 mL/mL showed 54.3% inhibition of the
DppH radical for the CW hydrolate, while the HCC showed low percentages of
inhibition of the DppH radical.

Keywords: antioxidant. cymbopogon winterianus jowitt. cymbopogon citratus (dc.)


stapf. hydrosols.
LISTA DE TABELA

Tabela 1 - Divisão dos tubos e reagentes utilizados para cada 2mL


de hidrolatos por tubo 35
Tabela 2 - Resultados da análise fitoquímica dos HCW e HCC 38
LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Planta Cymbopogon winterianus Jowitt 24


Figura 2- Estrutura química Cymbopogon winterianus
Jowitt 25
Figura 3- Estrutura química Cymbopogon citratus (DC.)
Stapf 26
Figura 4- Planta Cymbopogon citratus (DC.) Stapf 26
Figura 5- pHmetro 31
Figura 6- Extração do óleo essencial e hidrolatos por
hidroestilação 32
Figura 7- Produto da extração 35
Figura 8- Resultado da análise para presença de
alcaloides em HCW 38
Figura 9- Placa de 96 poços com as amostras HCC e
HCW com reagente DPPH e AAS (controle
positivo) e o branco Metanol 41
LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1- Percentual da atividade antioxidante (radical livre


DPPH) presente nos HCW e HCC
41
LISTA DE ABREVIATURAS

Aam Absorbância da Amostra


AAS Ácido ascórbico
Ac Absorbância do Controle
ANOVA Analysis of Variance
ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária
BHT Butylated Hydroxytoluene
°C Graus Celsius
DPPH 2,2-difenil-1-picrilhidrazila
HCC Hidrolato de Cymbopogon Citratus
HCL Ácido Clorídrico
HCW Hidrolato de Cymbopogon Winterianus
mL Mililitros
OMS Organização Mundial da Saúde
SRL Sequestro dos Radicais Livres
RDC Resolução de Diretrizes Colegiada
OE Óleo essencial
PM Plantas medicinais
µg Microgramas
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 15
2 OBJETIVOS 18
2.1 Objetivo geral 18
2.2 Objetivos específicos 18
3 REVISÃO DE LITERATURA 19
3.1 Plantas medicinais 19
3.2 Gênero Cymbopogon 23
3.2.1 Cymbopogon winterianus Jowitt. (Capim-citronela) 24
3.2.2 Cymbopogon citratus (DC.) Stapf. (Capim-santo) 25
3.3 Hidrolatos e atividade antioxidante 27
3.4 pH dos hidrolatos 29
4 METODOLOGIA 30
4.1 Tipo de estudo 30
4.2 Local e período de estudo 30
4.3 Amostra do estudo 30
4.4 Extração dos óleos essenciais e hidrolatos 31
4.5 Determinação da atividade antioxidante e pH 32
4.6 Análise fitoquimica 33
4.7 Coleta, análise e apresentação dos dados 34
5 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 35
5.1 Extração e rendimento do hidrolato de Cymbopogon winterianus e
Cymbopogon citratus 35
5.2 Determinação do pH do HCW e HCC 37
5.3 Análise fitoquímica do HCW e HCC 38
5.4 Determinação da atividade antioxidante HCW e HCC 40
6 CONCLUSÃO 44
REFERÊNCIAS 46
15

1 INTRODUÇÃO

A necessidade do ser humano de lidar com o adoecimento e o uso de plantas


com finalidade medicinal vem desde as primeiras civilizações (BENITES et al., 2021).
Para atestar os efeitos terapêuticos de diversas espécies vegetais, o ser humano, de
maneira empírica, conseguiu distinguir as funcionalidades ou não, de determinadas
plantas (PATRICIO, 2022).
Ainda que a ciência moderna esteja na maior parte do mundo, a
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS) concorda que grande parte da
população dos países em desenvolvimento ainda depende da medicina tradicional
para sua atenção primária, tendo em vista que 80% desta população usam de práticas
tradicionais nos seus cuidados básicos de saúde e 85% fazem uso de plantas ou
preparações destas (CASTRO; FIGUEREDO, 2019).
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) regularizou em 2004 os
fitoterápicos por meio da Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 48, de 16 de
março de 2004, que estabelece as normas para o seu registro e determinando a
procedência na comprovação de sua efetividade, segurança e garantia de qualidade
na fabricação (UENO, 2018).
Vale salientar que as ervas medicinais são de suma importância para pesquisa
farmacológica e o desenvolvimento de medicações, não somente quando seus
constituintes são usados diretamente como agentes terapêuticos, mas também como
insumos para a síntese, ou moldes para compostos farmacologicamente ativos,
Portanto, as pesquisas com Plantas medicinais (PM) permanecem sendo realizadas
trazendo inovação e segurança na utilização, bem como levando para a prática a fim
de trazer a inclusão nas unidades de atenção primária de saúde sendo de suma
importância o conhecimento medicinal, pois com a orientação correta na utilização das
plantas como forma de tratamento auxilia na diminuição dos riscos de intoxicação pela
uso incorreto das PM (MATTOS, et al, 2018).
O saber popular sobre os remédios caseiros e os conhecedores deste saber
para uso medicinal devem ser devidamente registrados, para que esse conhecimento
não seja perdido com o tempo. No entanto, é necessário que a ciência valide o uso
popular das plantas por meio da distinção, caracterização, comprovação da eficácia e
toxidade das espécies, com o propósito de comprovar as indicações de uso popular,
que atravessaram gerações (BRASIL, 2016).
16

Dentre as plantas medicinais existentes no Brasil, destacam-se as do gênero


Cymbopogon pertencente à família Poaceae as quais são facilmente encontradas nas
regiões tropicais e subtropicais da Ásia, África e América (AVOSEH et al., 2015).
São comumente conhecidas por serem ervas com alto teor de óleo essencial,
os quais vem sendo bastante utilizados para aplicações cosméticas, terapêuticas e de
perfumaria. Fazem parte deste gênero Cymbopogon citratus (DC.) Stapf. (capim-
santo), originário da Índia, conhecido por fornecer óleo essencial rico em citral
e Cymbopogon winterianus Jowitt (capim-citronela), com origem no Ceilão, conhecido
pelo poder repelente do óleo essencial rico em citronelal (TOLEDO; ALMEIDA, 2020).
Os óleos essenciais, são originados por meio do metabolismo secundário das
plantas, possuindo composição química complexa, no qual pode ser destacada a
presença de terpenos e fenilpropanóides. São constituídos por elementos voláteis que
podem ser encontrados em muitos órgãos vegetais e estão relacionados com diversas
funções necessárias à sobrevivência. Contudo, os óleos essenciais são considerados
fontes em potencial capazes de combater substâncias biologicamente ativas, em
especial os microrganismos, como bactérias, fungos filamentosos e leveduras
(ALTHURWI et al., 2020).
Outro produto de origem vegetal, decorrente da extração dos óleos essenciais,
são os chamados hidrolatos, ou hidrossois obtidos em decorrência da água
condensada do processo de destilação e constituintes de óleo polares. São
geralmente compostos, oxigenados, hidrofílicos e que conferem odor, sendo também
voláteis e que formam ligações de hidrogênio com a água. São caracterizados por
serem uma mistura de uma variável quantidade de óleo essencial volátil e metabólitos
secundários solúveis em água, além de apresentarem pHs distintos, de acordo com a
composição química dos metabólitos da planta de origem (JAKUBCZY;
TUCHOWSKA, MILCZAREK, 2021).
Na composição química do hidrolato é possível observar também a presença
do composto majoritário do óleo essencial, garantindo a esse produto características
e propriedades farmacológicas semelhantes às do óleo essencial de origem (SILHA,
2020).
Diante do exposto e ao constatar a escassez de estudos sobre a utilização e
características dos hidrolatos em geral vem também a busca por alternativas distintas
das diversas formas de utilização vegetal a fim de trazer o que se tem de mais rico e
17

eficaz dos compostos vegetais. O presente estudo propõe avaliar a composição


Fitoquímica e o potencial antioxidante de hidrolatos de Cymbopogon
winterianus Jowitt (capim-citronela) e Cymbopogon citratus (DC.) Stapf. (capim-
santo).
18

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral

Determinar a composição fitoquímica e avaliar a atividade antioxidante de


hidrolatos de Cymbopogon winterianus Jowitt (capim-citronela) (HCC) e Cymbopogon
citratus (DC.) Stapf. (capim-santo) (HCS).

2.2 Objetivos específicos

a) Realizar a extração dos hidrolatos das plantas Cymbopogon winterianus Jowitt


(capim-citronela) (HCW) e Cymbopogon citratus (DC.) Stapf. (capim-limão)
(HCC);
b) Verificar o pH das amostras;
c) Verificar a composição fitoquímica dos hidrolatos;
d) Avaliar a atividade antioxidante de HCW e HCC;
e) Comparar a atividade antioxidante dos HCW e HCC.
19

3 REVISÃO DE LITERATURA

3.1 Plantas medicinais

A utilização de plantas como meio para tratamento de enfermidades surgiu de


forma cultural. O Brasil, país bastante conhecido por sua diversidade étnica e cultural,
sustenta um importante conhecimento tradicional associado ao uso de fitoterápicos
advindo da utilização de plantas medicinais (BENITES et al., 2021).
O Brasil é um dos países de maior biodiversidade, com destaque para a floresta
Amazônica, a qual não somente aloja uma vasta riqueza natural, como também a
Amazônia abriga diversos conjuntos de povos indígenas e populações tradicionais
que desenvolveram, ao longo do tempo, aprendizados e habilidades de como conviver
com ambientes diversificados (MENEGUELLI et al., 2020).
Cerca de, 40% do planeta é constituído por florestas tropicais e subtropicais e
42% destas integram as florestas secas, onde está contida a Caatinga, na qual se
predomina o clima semiárido. A Caatinga, bioma característico brasileiro apresenta
ampla diversidade vegetal e animal, promovendo, portanto, a utilização pela
população destes vegetais com finalidade medicinal. Pesquisas etnobotânicas na
região mostram a utilização das plantas deste bioma para o tratamento de diversas
enfermidades, como doenças respiratórias, gastrintestinais e doenças de pele, além
de infecções variadas. O interesse por pesquisas das espécies encontradas na
Caatinga se dá principalmente pelas características fisiológicas que as mesmas
possuem, além das adaptações complexas e peculiares que apresentam devido as
condições do ambiente onde vivem (FILHO et al., 2021).
Estudos sobre a capacidade medicinal das plantas passaram a ser constantes
e crescentes a partir da década de 90 e o século XX se fez perceptível com o avanço
de tais pesquisas envolvendo recursos naturais, como as plantas, o que por sua vez
favoreceu a descoberta de inúmeras substâncias de interesse terapêutico (ZAGO,
2018).
Em decorrência do vasto uso comum e tendo em vista os riscos dessa prática
muitas das vezes sem o devido conhecimento, no Brasil foi instalada em 2006 a
Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) e a Política
Nacional de Plantas e Fitoterápicos no SUS (Sistema Único de Saúde), com o intuito
20

de assegurar aos brasileiros a utilização de forma segura e racional das plantas


medicinais. O Ceará em outubro de 1999, foi um dos introdutórios estados a
regularizar no SUS a utilização de plantas medicinais, fitoterápicos e atividades
referentes à fitoterapia com base no projeto Farmácia Viva (SILVA, 2018; MOTA,
2019).
Já no ano de 2009 o estado do Ceará mais uma vez se destacou,
apresentando sua própria Política Pública em Plantas Medicinais e Medicamentos
Fitoterápicos (PPPMF), se dispondo sobre os requisitos essenciais se tratando de
cultivo, preparação e dispensação de plantas terapêuticas no Sistema Público de
Saúde do Estado. Sendo promulgada através da Secretaria da Saúde do Estado do
Ceará, a Portaria de nº 275/2012 pela qual apresenta a REPLAME (Relação Estadual
de plantas Medicinais), composta de 30 espécies vegetais com ação de tratar e
prevenir doenças do cotidiano cearense, da qual deverá ser usada a nomenclatura
oficial estabelecida pelo Guia Fitoterápico no receituário médico (BACELAR, 2020).
Um marco também importante foi a implementação do projeto Farmácia Viva
no SUS, no ano de 2010, através da Portaria nº 886 de 20 de abril de 2010, em busca
de assegurar sua disseminação por todas as regiões do Brasil, cultivando a expansão
dos serviços de implantação conforme as exigências locais, para realizar a obra no
âmbito dos governos municipais e estaduais. Portanto, integrando a Farmácia Viva a
assistência farmacêutica, atuando no cultivo de plantas para a produção de
fitoterápicos, assim como, a distribuição das formulações. Esse projeto foi criado e
ampliado através da Universidade Federal do Ceará (UFC), por meio da atenção
primária à saúde, firmada na eficiência do serviço de três profissionais, o agrônomo
responsável pelo plantio dos vegetais, o médico pela prescrição e o farmacêutico pela
qualidade das preparações. (PRADO, GIOTTO, 2018; ALMEIDA et al., 2018).
Assim sendo, projeto Farmácia Viva disponibiliza de inúmeros benefícios
sociais favorecendo a expansão de alternativas de tratamento, conscientização sobre
a preservação ambiental e sustentabilidade com a utilização de produtos naturais,
desenvolvimento da economia e da agricultura, resgate do conhecimento popular,
assistência profissional sobre a utilização de produtos que trazem riscos à saúde,
redução na procura pelos serviços de saúde e no uso de fármacos comercializados
(AMARAL, 2019).
21

As buscas por resultados com relação aos efeitos benéficos das Plantas
Medicinais (PM), vem dando respaldo ao uso medicinal das espécies e
proporcionando o desenvolvimento de muitos medicamentos, seja por sintetização em
laboratório ou por isolamento dos compostos da planta. Vale ressaltar que a utilização
das plantas vai bem além da somente utilização para fins terapêuticos, suas
substâncias podem ser exploradas para diversos meios, como, no intuito de produzir
cosméticos, compostos agroquímicos, utilização na indústria alimentícia e entre
diversos outros fins (SIEBEN; TAQUES; LORENZETTI, 2017).
Os primeiros relatos da utilização dos vegetais como forma de cura vieram por
meio do homem na antiguidade, já utilizando de plantas para o básico em sua
sobrevivência na época, como a moradia, o comer, o vestir e de cura que veio por
meio da observação aos animais por exemplo, que de forma instintiva utilizavam dos
vegetais para tratar suas enfermidades. A exploração das propriedades de cura, como
também o uso na cosmética, em alimentos, ou ainda o uso de forma danosa dos
vegetais ocorreu, primeiramente por meio da prática empírica. Manuscritos da
antiguidade atribuem às plantas poderes divinos, sendo utilizadas como parte de
rituais religiosos que colocavam os homens em contato direto com os deuses. Essas
riquezas de informações sobre o poder curativo das plantas foram transmitidas
oralmente às gerações posteriores, para que em seguida, com o surgimento da
escrita, passassem a ser compiladas e arquivadas. (MONTEIRO; BRANDELLI; 2017).
O uso das plantas com intuito terapêutico também é favorecido pela crença de
que a planta, como recurso natural, não causa malefícios como efeitos adversos ou
toxicidade, sendo a prática somente benéfica e segura a saúde. No entanto, a ciência
vem mostrando que não é bem assim, estudos revelam que as plantas podem ser
tóxicas e que em diversas situações, mesmo a utilização de plantas consideradas
seguras, podem trazer, toxicidade e perda de eficácia. Por tanto, o conhecimento
sobre a utilização, propriedades farmacológicas e toxicologia das PM e seus
subprodutos é de suma importância para garantir sua segurança e eficácia do
tratamento (GROSS et al., 2019).
A demanda significante por exploração cientifica na área de fitoterápicos
expressa o interesse na utilização de plantas para fins terapêuticos, pois estes
produtos detêm de uma boa receptibilidade no mercado farmacêutico, acarretando um
grande lucro pela comercialização de medicamentos de origem vegetal. Vale destacar
22

que os estudos das plantas envolvem áreas multidisciplinares sendo elas, botânica,
fitoquímica, farmacologia, biotecnologia entre outras (SIEBEN; TAQUES
LORENZETTI, 2017).
É possível encontrar uma vasta diversidade de compostos químicos que se
fazem presentes em distintas partes dos vegetais tais como, folhas, raízes, flores,
caules e frutos fornecendo, além da nutrição básica, proventos à saúde, destacando
a prevenção e/ou tratamento de doenças. Portanto, o metabolismo vegetal é
representado por dois tipos de substâncias, os metabólitos primários e os
secundários. O metabolismo primário é responsável por fornecer as substâncias
envolvidas nas funções básicas e essenciais da vida celular. Sendo então, os
metabólitos secundários os específicos de cada espécie que são responsáveis pelas
interações intra e intercelular, característico do próprio organismo ou com células de
outros organismos, eles agem em processos de polinização pelo desenvolvimento de
substâncias que atraem os agentes vivos deste processo ou colaboram com a
resistência dos organismos pela defesa em objeção as pestes e outras doenças
(FILHO et al., 2021; BORGES; AMORIM, 2020).
São compostos do metabolismo primário: aminoácidos, açúcares, ácidos
graxos, lipídeos e nucleotídeos, e também moléculas maiores como as que são
sintetizadas a partir deles, sendo as proteínas, polissacarídeos, membranas, DNA e
RNA. Já os compostos do metabolismo secundário, são mais específicos no
seguimento de cada espécie, de um modo geral, pertencem a uma das três
fundamentais classes de moléculas: terpenos, compostos fenólicos e nitrogenados
(BORGES; AMORIM, 2020).
Caracterizados por serem metabolitos secundários, ao serem extraídos, os
óleos essenciais possuem uma mistura complexa de substâncias voláteis, lipofílicas
e odoríferas. Podem também ser chamados de óleos etéreos ou essências.
Denominações essas que derivam através de algumas de suas características físico-
químicas, como por exemplo, a de ser líquida de aparência oleosa em temperatura
ambiente, portanto, a designação de óleo. Entretanto, sua principal característica é a
volatidade, diferindo-se, assim, dos óleos fixos, e misturas de substâncias lipídicas
podem ser constituídos por até 60 substâncias diferentes, que em sua maioria são
terpenos, sesquiterpenos e compostos fenólicos, obtidos por destilação por arraste à
vapor, hidrodestilação, ou pela destilação a seco de uma planta. Podendo ser
23

utilizados para diversos fins como, agentes antioxidantes, antifúngicos, inseticidas,


atraentes de polinizadores, entre outras, sendo essas propriedades cada vez mais
estudadas pelos diferentes ramos industriais (CARDOZO, 2020).

3.2 Gênero Cymbopogon

Poaceae, é uma família da classe das monocotiledôneas, ou seja,


caracterizam-se por ter somente um cotilédone em seu embrião. A essa família
agrupa-se o gênero Cymbopogon que foi introduzido por Sprengel em 1815,
referenciado por conter cerca de 140 espécies e subespécies, sendo originárias
próximas aos trópicos e subtópicos da África, Ásia e Austrália, predominantemente na
Ásia e introduzidas na América tropical (na época colonial), e também na China.
Caraterizadas por serem espécies perenes, ou seja, com o tempo de vida longo,
também sendo cespitosas, que crescem de forma aglomerada e são aromáticas de
forma distintiva. De forma corriqueira, apresentam colmos eretos que são tipos de
caules aéreos, podendo variar de 30 cm a 3 metros de altura, e contém lâmina foliar
linear e inflorescências em espiguetas dispostas em panículas (PROCHNOW, 2018).
O gênero Cymbopogon é caracterizado por conter grande versatilidade
morfológica e química, sendo bastante aplicada na terapêutica tradicional em diversos
países. Observa-se que a maior parte destas espécies possuem quantidade
enriquecedora de óleos essenciais (OEs), apresentando diversos tipos de atividade
biológica. Diversas pesquisas têm apresentado a presença de alcaloides, flavonoides,
terpenóides em plantas de Cymbopogon, enfatizando assim, a importância do
aprofundamento dos estudos sobre o gênero. (AVOSEH et al., 2015).
As Cymbopogon sp., são conhecidas por terem uma diversificada utilização
sendo a maioria das espécies silvestres desta planta utilizadas localmente por
pessoas nativas na forma de chá ou na medicina popular. Na Argentina é utilizada
para dor de garganta, a um passo que no Brasil é usado como analgésico, anti-
inflamatório, diurético e sedativo. Caracterizadas por serem ricos em mono e
sesquiterpenos, tipo, 1,8-cineol, citronelol, citronelal, linalol, elemol geraniol, e acetato
de geranil, podendo serem utilizados em forma de repelentes, inseticidas, cosméticos,
aromatizantes, calmantes e possuem também atividade antifúngica, antimicrobiana,
antioxidante, anti-inflamatória dentre outras (LEITE et al., 2014).
24

3.2.1 Cymbopogon winterianus Jowitt. (Capim-citronela)

Planta bastante conhecida por seus efeitos medicinais e aromáticos, que vem
ganhando visibilidade devido à grande procura pelo seu óleo essencial, tanto no
mercado interno, quanto em exportações. O OE extraído de suas folhas é rico em
diversos compostos, como aldeído citronelal (aproximadamente 40%), tendo ação
fungicida e bactericida, e tem também pequenas quantidades de geraniol, citronelol e
ésteres. O citronelol é excelente aromatizante de ambientes e repelente de insetos,
além de apresentar ação antimicrobiana local e também contra ácaros (LABINAS,
CROCOMOS 2020).
Na Figura 1, pode ser visualizada imagem da Cymbopogon winterianus Jowitt.,
planta perene, a qual pode chegar até um metro de altura, possui folhas planas e
longas, com bordas cortantes e cor verde-clara.

Figura 1 – Cymbopogon winterianus Jowitt

Fonte: Autoria própria (2022).

A Figura 2 representa a estrutura química dos componentes majoritários


presentes em Cymbopogon winterianus Jowitt.
25

Figura 2 – Estrutura química

Fonte: BORGES et al., 2021.

3.2.2 Cymbopogon citratus (DC.) Stapf. (Capim-santo)

C. citratus (DC.) é habitualmente denominado no Brasil com diversos nomes,


entre essas denominações, são comuns, Capim-cheiroso, Capim-cidreira, Capim-
santo, Capim-limão, Capim-cidró, Capim-cidrão. As espécies possuem diferentes
usos de acordo com os locais onde são cultivadas, caracteristicamente suas folhas
são utilizadas pelas comunidades na forma de chá ou infusão, advindo dos seus
efeitos antimicrobianos, anti-inflamatório, antiproliferativo de células tumorais e,
também, pelo auxílio na cura de feridas, cólicas, má digestão, dentre outros. Também
possuem, efeitos como: antitérmico, antiespasmódico e diurético, antiparasitário,
antisséptico bucal, antitussígeno e até mesmo contra tuberculose. Ainda, estudos
evidenciam que essa planta tem mostrado funções como bactericidas, antifúngica, no
tratamento de hipertensão arterial, distúrbios gastrointestinais, ansiedade e epilepsia,
devido aos componentes do seu óleo essencial (DOMINGUEZ; PAIVA, 2021; LEITE,
et al 2014).
No OE de C. citratus, os componentes majoritários são o geranial, seguido do
neral. Estes dois compostos são estereoisômeros e a mistura constitui o citral
(MACEDO; BEVILAQUA, 2019).
Na Figura 3, destacam-se as estruturas químicas do geranial e neral, que
formam o monoterpeno citral.
26

Figura 3 – Estrutura química

Fonte: Macedo; Bevilaqua, 2019.

Na Figura 4, destaca-se Cymbopogon citratus (DC.) Stapf. (Capim-santo),


caracterizando-se por possuir folhas longas e lanceoladas, de coloração verde pálida.

Figura 4 – Cymbopogon citratus (DC.) Stapf. (Capim-santo)

Fonte: Autoria própria (2022).


27

3.3 Hidrolatos e atividade antioxidante

A elaboração dos compostos aromáticos decorre em diversas partes do


vegetal, sendo o processo de extração comumente feito através de destilação a vapor
ou hidrodestilação das folhas e/ou frutos. Como produto da extração, obtém-se dois
complexos, o OE que é a porção lipofílica da extração, e o hidrolato, a porção aquosa
que se separa dos OEs (BUENO et al., 2021, DRAWANZ et al., 2020).
Os hidrolatos são subprodutos de extração, caracterizam-se por serem
compostos de água condensada, advindos do processo de destilação e constituintes
de óleo polares, oxigenados, que conferem aroma, são hidrofílicos e voláteis que
estabelecem ligações de hidrogênio com a água. Caracterizam-se por ser uma mistura
de uma quantidade variável de óleo essencial, que geralmente é menos de 1 g/L, e
outros metabólitos secundários voláteis, solúveis em água (PAZ, 2022).
Pela reduzida presença de terpenos e sesquiterpenos, os hidrolatos tornam-se
bastante toleráveis pela absorção cutânea, o que diminui as causas de irritação. Além
dos benefícios com relação a redução de irritação e o aroma que possuem, vem se
tornando um valioso produto cosmético, sendo viável sua utilização em tónicos, loções
e como componente em produtos de terapia e rejuvenescimento facial, sendo também
seguros para utilização pediátrica. É importante destacar que os hidrossois podem ser
utilizados na indústria alimentícia, destacando o sabor dos alimentos e bebidas, e
também no ramo da aromaterapia, em ambientadores ou em detergentes (RAMOS,
2019).
Pela diversidade de compostos bioativos e suas inúmeras e diversas
propriedades esses extratos vegetais estão tendo uma maior procura, são exemplos
de suas ações: antioxidante, anti-inflamatório, antimicrobiano, que incluem efeitos
conservantes de alimentos; e também agem suavizando a pele, diminuindo a
pigmentação da pele, hidratando e promovendo a cicatrização de feridas. Existem
estudos limitados dedicados ao potencial antioxidantes dos hidrossóis, mas observa-
se uma capacidade antioxidante moderada (JAKUBCZY; TUCHOWSKA,
MILCZAREK, 2021).
Com o avanço das pesquisas sobre as diversas formas de utilização vegetal,
vem se buscando alternativas que minimizem o estresse oxidativo as moléculas. Esse
fenômeno se deve pelos radicais livres de oxigênio, que agem causando alterações
28

oxidativas as principais macromoléculas celulares, são elas: carboidratos, lipídios,


proteínas e DNA. Esses radicais livres são decorrentes de processos aeróbicos como
por exemplo a respiração celular; meios infeciosos que relacionam a ativação
fagocítica; atividade física intensa; e até mesmo pela ação de poluentes e toxinas,
sendo através de fumaça de cigarro, álcool, radiações ionizantes e ultra-violeta, entre
outros (MORAIS et al., 2020).
Antioxidantes são definidos como qualquer substância que, presente em
menores concentrações que as do substrato oxidável, seja capaz de atrasar ou inibir
a oxidação deste de maneira eficaz. Os antioxidantes são úteis na redução e
prevenção de danos causados pelos radicais livres devido à sua capacidade de doar
elétrons, que neutralizam os radicais sem haver a formação de outros (MEZZA et al.,
2018).
Os antioxidantes possuem, portanto, compostos que protegem o sistema
biológico contra os efeitos nocivos causados pelos processos pelo qual possam
causar reações oxidativas em excesso. As plantas são frágeis aos danos acometidos
pelo oxigênio ativo na reação e, dessa forma, desenvolvem diversos sistemas de
defesa contra esses radicais livres, no qual resulta na formação de numerosos
antioxidantes potentes. Os compostos fenólicos, carotenoides e tocoferóis são
caracterizados por serem classes de compostos naturais com maior potencial
antioxidante. Dentre estas classes, podemos destacar os compostos fenólicos, que
são produtos advindo do metabolismo secundário dos vegetais, e com isso se
categorizam por serem interruptores de radicais livres, apresentando eficiência na
prevenção de autoxidação (LUGO, 2015; SOUZA et al., 2020).
Acresce que vários são os métodos capazes de determinar o potencial
antioxidante de substâncias presentes nas mais diferentes reações, estão inclusivos
os métodos espectrofotométricos, destacando-se o mais utilizado, o DPPH (2,2-
difenil-1-picril-hidrazil), que foi desenvolvido por Blois em 1958, sendo adequado para
análise de antioxidantes solúveis em meios orgânicos e amplamente aplicado à
análise de atividade em PM. O teste DPPH é um método muito favorável para a
triagem de pequenas moléculas antioxidantes porque a intensidade da reação pode
ser analisada por ensaio espectrofotométrico simples. A identificação da capacidade
oxidante é verificada pela coloração do radical da molécula que apresentará cor
violeta escuro e, que em seguida, na reação com substância antioxidante, poderá
29

apresentar coloração para amarelo ou violeta claro. Consequentemente, a mistura


haver alteração na diminuição da absorbância, que ao ser monitorada por um
espectrofotômetro de UV/visível poderá determinar a capacidade antioxidante da
substância observada. É um método considerado acessível, preciso, rápido, simples,
econômico e aponta boa estabilidade na ausência da luz (SILVEIRA et al., 2018).

3.4 pH dos hidrolatos

Os hidrossois possuem pH único, podendo variar de ano para ano e podendo


ser afetado por diversos fatores, como: clima, altitude, época de colheita, entre outros
fatores. São na maioria das vezes, levemente ácidos (5-6), o que torna baixa a
expectativa para o crescimento bacteriano. Logo após sua extração, se tem um
produto estéril, pois resulta da condensação do vapor a altas temperaturas. Contudo
verifica-se que com o tempo, esse composto não é imune a contaminação e deve ser
armazenado de forma adequada, sendo preferível em lugar fresco, frasco âmbar de
vidro e bem fechado (CATTY, 2020; OLIVEIRA et al.; 2022).
Contudo, é visto que os hidrossois podem apresentar instabilidades que
dependem também de diversos fatores que incluem, frascos não esterilizados,
condições de transporte e envio impróprios, formação de condensação dentro dos
frascos, contato com material vegetal ou resíduos da destilação, a ação nociva do
calor ou luz, dentre outros (OLIVEIRA et al, 2022).
O pH dos hidrossois pode ser utilizado como parâmetro para o referencial de
qualidade, porém estão suscetíveis a modificação. Cada hidrolato é considerado único
pelo fato de os fatores ambientais estarem relacionados a presença de seus
compostos, tendo, portanto, vida útil específica para cada extração. A origem
geográfica da planta e a variabilidade de rendimento também são considerados para
a avaliação específica do pH dos hidrolatos, sendo possível a não padronização
desatacando a existência de tais fatores. Tendo, portanto, cada extração seu valor de
pH único ou um intervalo médio onde pode-se encaixar. Sendo visível sua variação
de ano para ano, podendo ser afetado pode diversos fatores, como, clima, altitude,
época da colheita, dentre outros (CATTY, 2020).
30

4 METODOLOGIA

4.1 Tipo de estudo

O presente estudo trata-se de uma pesquisa experimental, com abordagem


quantitativa no qual foram analisados os parâmetros de Caracterização Fitoquímica,
pH e atividade antioxidante de hidrolatos de Cymbopogon winterianus Jowitt (capim-
citronela) e Cymbopogon citratus (dc.) Stapf. (capim-santo) (MARCONI; LAKATOS,
2021).

4.2 Local e período de estudo

O presente estudo foi realizado no Centro Universitário INTA - (UNINTA) Sobral


– CE localizado na Rua Coronel Antônio Rodrigues Magalhães, nº 359, no bairro Dom
Expedito, mais especificamente no laboratório Farmácia Escola do Centro
Universitário INTA – UNINTA. Na Farmácia Escola foi realizado a extração dos
hidrolatos, a mesma também funciona como um laboratório e campo de estágio para
os acadêmicos do curso de Farmácia, que replicando alguns fármacos e cosméticos
para fins de conhecimento e com garantia de qualidade. Os estudantes também
ganham a oportunidade de adquirir conhecimento nos aspectos de manipulação,
controle de qualidade.
Por sua vez, a realização dos testes de atividade antioxidante fora realizada no
laboratório Núcleo de Prospecção e Experimentação Molecular (NUBEM), sendo um
espaço destinado para auxiliar aos alunos com suas pesquisas experimentais.
Posteriormente a análise fitoquímica foi realizada no laboratório de Química, situado
no ANEXO B do UNINTA, no qual são realizados diversos experimentos com projeção
em aulas práticas e pesquisas experimentais. O estudo foi realizado no período de
agosto a dezembro de 2022, Centro Universitário INTA – UNINTA.

4.3 Amostra do estudo

Para a realização da presente pesquisa, foram utilizadas as amostras de folhas


de CW e CC frescas, que foram coletadas no Horto de Plantas Medicinais do UNINTA,
no período da manhã, por volta das 08h do mês setembro de 2022, Sobral - CE.
31

4.4 Extração dos óleos essenciais e hidrolatos

Para a extração dos óleos essenciais e hidrolatos, foi utilizado sistema tipo
Clevenger (Marconi, Mod. MA553/2000), em refluxo. Para isso, foram utilizadas 663 g
de folhas de CC e 867g de CW ambas frescas, que foram pesadas em balança
analítica digital (Marte, Mod. W220) e transferidas para balões de 5000 mL
(Laborglas), acrescidos com 2500 mL de água destilada e procedeu-se a destilação
por 2 horas. A Figura 6 retrata o processo de extração.

Figura 5 – Extração do óleo essencial e hidrolatos por arraste à vapor.

Fonte: Autoria própria, (2022).

O rendimento de extração foi calculado pela equação:

R = (Va/Mb) *(100)

Onde:

Va: volume de hidrolato (mL)


Mb: peso da planta (g)
R: Rendimento em porcentagem (%)
32

4.5 Determinação da atividade antioxidante e pH

Após a obtenção dos hidrolatos das amostram foram observados os valores de


pH com auxílio do pHmetro. A Figura 5 mostra o pHmetro utilizado.

Figura 6 – pHmetro

Fonte – Autoria própria (2023).

Para a determinação foram utilizadas placas de poliestireno de 96 poços. Como


controle positivo utilizou-se como padrão o áscido ascórbico e como controle negativo
utilizou-se metanol. A solução de DPPH foi preparada utilizando a proporção de
0,004g de 100mL de etanol. Após o período de 60 minutos de reação em temperatura
ambiente e protegido da luz, foi realizada a leitura da absorbância a 517 nm, utilizando-
se o Spectramax (Molecular Devices).
33

O decaimento da absorbância das amostras (Aam) correlacionado ao


decaimento da absorbância do controle (Ac) resultou na porcentagem de sequestro
de radicais livres (% SRL), que foram expressas por meio da equação:

% SRL = (Ac –bco) (Aam – bco) x 100


Ac – bco

Onde:
SRL: Sequestro dos Radicais livres
Ac: Absorbância do controle
Aam: Absorbância da amostra
Bco= Absorbância do metanol

4.6 Análise fitoquimica

Após a obtenção dos hidrolatos, foram realizados testes fitoquímicos com


intuito de análise dos metabólitos secundários presentes nos substratos da extração.
Foram utilizados no total 13 tubos de ensaios para cada hidrolato. Foram transferidos
2 mL de hidrolato para cada tubo, um para teste de identificação de saponinas, um
para flavonoides, cinco tubos para alcaloides e por fim, seis para taninos. No tubo
teste de saponinas, agitou-se vigorosamente os 2 mL de hidrolato por mais ou menos
30 min. e observou-se se houve a formação ou não de espuma persistente por no
mínimo dez minutos. No tubo teste para flavonóides, adicionou-se 1 cm de magnésio
em fita com 5 gotas de ácido clorídrico (HCL) junto ao hidrolato. Nos tubos teste dos
alcaloides, adicionou-se 1 mL de HCL em seguida 2 gotas dos reagentes de Mayer,
Bouchardat, Dragendorff, Bertrand, Hager e Sonnenschein em cada tubo de ensaio.
Para os tubos testes de taninos, adicionou-se 2 gotas de pilocarpina (alcaloide),
solução de cloreto férrico, solução de acetato de cobre, solução de dicromato de
potássio e solução de cloreto neutro de chumbo. Os resultados das reações químicas
foram observados a partir da formação de precipitado e coloração, exceto o teste de
saponinas (MATOS, 1997). Na tabela 01 a seguir mostra os testes realizados e seus
respectivos reagentes.
34

Tabela 1 – Divisão dos tubos e reagentes utilizados para cada 2mL de hidrolatos por
tubo.

CONSTITUINTES QUANTIDADE DE
REAGENTES REAÇÃO POSITIVA
QUÍMICOS TUBOS
Formação de espuma
SAPONINAS 1 persistente por 30 minutos
pós agitação
1 cm de magnésio fita e
FLAVONOIDES 1 Mudança de coloração
5 gotas de HCL
HCl para todos os tudos
e os reagentes a seguir
em um tubo diferente:
ALCALOIDES 6 Formação de precipitado
Mayer, Bouchardat,
Dragendorff, Bertrand,
Hager e Sonnenschein
Cloreto férrico, acetato
de cobre, dicromato de Mudança de coloração ou
TANINOS 5
potássio e cloreto formação de precipitado
neutro de chumbo
Fonte – Autoria própria (2023).

4.7 Coleta, análise e apresentação dos dados

Os dados foram coletados por meio de observações, mensurados e medidos


durante a execução de todos os testes. Em seguida, foram tabelados em planilhas do
Excel 2013. Os dados coletados nesse estudo foram apresentados em forma de
gráficos, tabelas e imagens.
35

5 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

5.1 Extração e rendimento do hidrolato de Cymbopogon winterianus e


Cymbopogon citratus

Realizada extração utilizando a técnica de hidrodestilação, obteve-se como


resultado uma mistura heterogênea bifásica de OE e Hidrolatos, sendo o OE não
utilizado como objeto de pesquisa neste estudo. Após o processo de extração, em
aproximadamente 2h cada, obteve-se os hidrolatos, sendo possível observar
características como cor límpida do meio e odor forte, característico do óleo essencial
das plantas. Os hidrolatos foram armazenados em um frasco âmbar de vidro sob
refrigeração até a realização das análises. Foram obtidos os volumes de 400 mL de
HCW e HCC 380 mL, obtendo um rendimento de 46,13% para o HCW e 57,31% para
a HCC. Na figura 7 retrata o produto da extração, o hidrolato de CC no momento de
sua destilação.

Figura 7 – Porção do hidrolato de CC no momento da destilação.


HIDROLATO

Fonte: Autoria própria, (2022).

A extração de hidrolato varia de acordo com a espécie da planta e a época de


colheita estando relacionado inteiramente as condições climáticas. Algumas plantas
produzem mais hidrolato em determinadas épocas do ano, enquanto outras podem
36

ser colhidas em qualquer época. Existem destintos fatores que podem influenciar na
quantidade de extração de óleo essencial e hidrolatos, com relação ao tempo desta
extração, tais como: a planta, parte da planta utilizada, e ou ainda o conteúdo de água
da planta. O método de extração, ou seja, a forma como o hidrolato é extraído pode
influenciar na quantidade produzida. Por exemplo, a destilação por arraste de vapor
produz mais hidrolato do que a destilação simples (CATTY, 2020)
Silva et al., (2021) utilizaram das folhas de Mentha villosa para obtenção do
hidrolato, também através do sistema Clevenger por hidroestilação, utilizando um
tempo de 1h e 30 minutos de extração, porém não houve relatos sobre a quantidade
extraída de hidrolato obtido, com relação ao tempo difere do tempo utilizado no
presente estudo.
Frankenberger et al., (2022), extraíram óleo essencial e hidrolato das partes
aéreas das plantas Chenopodium ambrosioides e Mentha pulegium por sistema de
hidroestilação em Clevenger, e utilizaram o tempo de 2,5h para completa extração.
Chenopodium ambrosioides apresentou um rendimento de 0,75% e Mentha pulegium
um rendimento de 2%, porém não se expõe valor de rendimento da coleta do hidrolato.
Angelelli (2017) utilizou folhas da planta Khaya senegalensis (Mogno africano),
extraindo o hidrolato através do Clevenger, utilizou o tempo de extração de 3 horas.
É perceptível as variações, quanto ao tempo de extração de cada autor, sendo
ainda levado em consideraração as diferentes partes de plantas e espécies utilizadas
nos estudos citados. O tamanho do destilador está relacionado à quantidade de
material vegetal que pode ser destilado de uma só vez. Destiladores maiores são
capazes de extrair uma maior quantidade de hidrolato em uma única destilação. Isso
pode ser benéfico em grandes produções, onde é necessário extrair grandes
quantidades de hidrolato de uma só vez. O tempo de destilação também é importante
porque determina a rapidez com que o hidrolato é extraído. Um tempo muito curto de
destilação pode não ser suficiente para extrair todo o hidrolato presente no material
vegetal. Por outro lado, um tempo de destilação muito longo pode resultar em um
hidrolato de qualidade inferior, já que a exposição prolongada ao calor pode alterar
suas propriedades. Portanto, o tamanho do destilador e o tempo de destilação devem
ser determinados levando em consideração a quantidade de material vegetal
disponível, a necessidade de produção e a qualidade desejada do hidrolato (SARTOR,
2009; XAVIER et al.,2011; SILVEIRA et al., 2012)
37

5.2 Determinação do pH do HCW e HCC

O pH dos HCW e HCC apresentaram valores na faixa de 5,42 e 5,56,


respectivamente. Apresentando-se levemente ácidos, em conformidade com o que
relatam as literaturas revisadas para este estudo.
Segundo Santo et al. (2020), em seu estudo, o pH do hidrolato de Mentha
piperita L, coletada por volta das 11 horas da manhã em na região da zona leste de
São Paulo, e foi de 6,76, sendo pH, estando próximo da neutralidade, diferindo do
valor de pH encontrado no presente estudo.
Catty (2020), relata em seu livro como a influência do pH afeta a durabilidade
e conservação do hidrolato, relacionando também a durabilidade ao armazenamento
dos extratos vegetais, expondo que em suas pesquisas foi possível observar que os
hidrolatos com pH abaixo de 5,0 apresentam maior durabilidade, comparado àqueles
de pH superior. Também correlaciona uma linha de durabilidade, sendo de 2 anos
para os hidrolatos que apresentam pH igual ou menor que 5 e cerca de 18 meses para
aqueles com pH superior a 5,0. Porém não é uma regra, visto que existem situações
nas quais os hidrolatos mesmo com pH dentro dessa faixa ideal, apresentam vida útil
menor, o que pode depender também de vários outros fatores, como espécie, altitude
e época de colheita, podendo estar diretamente relacionada a essa durabilidade.
Ainda segundo Catty (2020) o pH ácido do hidrolato é importante por várias
razões. Em primeiro lugar, um pH ácido ajuda a preservar a qualidade e a estabilidade
do hidrolato. E também ajudam a inibir o crescimento de bactérias e a prolongar a vida
útil do produto. Além disso, o pH ácido também pode ajudar a equilibrar a acidez
natural da pele, o que pode ser benéfico para pessoas com pele sensível ou propensa
a problemas de acne, pode ajudar também a melhorar a absorção de outros produtos
na pele, incluindo hidratantes e outros ingredientes ativos.
Consoante isso, Marques (2021) cita a relação entre pH e o tempo de
durabilidade dos hidrolatos. No qual os substratos com pH alcalino, sendo maior que
5,0 apresentam uma menor duração comparado àqueles com pH mais acidificados.
Também explana sobre as variações que o pH pode sofrer a depender dos compostos
presentes no substrato após a extração, os compostos presentes, dependendo
também das características de cada planta.
38

5.3 Análise fitoquímica do HCW e HCC

A partir da análise fitoquímica dos hidrolatos estudados, foi possível detectar a


presença ou não de compostos como alcaloides, flavonoides, saponinas e taninos,
através da mudança de coloração, formação de precipitado, turbidez e formação de
espuma no caso da presença das saponinas. Na figura 8 ilustra como foram os testes
fitoquímicos realizados nas amostras.
De acordo com as análises, os testes fitoquímicos foi confirmada a presença
de alcaloides nas duas amostras, sendo possível observar a turvação e precipitação
quando adicionado o reagente de Sonnenschein ao HCW. Diferente do HCC,
positivando para os reagentes Mayer, Dragendorff, Bertrand, Hager e Sonnenschein.

Figura 8 – Resultado da análise para presença de alcaloides em HCW

Fonte: Autoria própria (2022).

Tabela 2 - Resultados da análise fitoquímica dos HCW e HCC

Hidrolato Alcaloides Flavonoides Saponinas Taninos

HCW + - - ++

HCC +++++ - - ++

Ausente (-); Moderado (++); Forte (+++


Fonte: Dados da autora (2022).
39

Foi possível também detectar a presença de taninos nos dois hidrolatos


analisados, sendo observada mudança de coloração e precipitação quando
adicionados os reagentes acetato de cobre e cloreto férrico. Para os compostos
flavonoides e saponinas os resultados foram negativos, sem reação nenhuma na
análise para as dois hidrolatos estudados.
De acordo com Fonseca et al., (2019) encontra-se inúmeras funções atribuídas
aos compostos do metabolismo secundário das plantas, sendo eles: proteção dos
vegetais contra incidência de radiações ionizantes, insetos, fungos, vírus e bactérias,
ação antioxidante; ação alopática e inibição de enzimas, entre outras. Na literatura,
não há relatos de testes fitoquímicos de hidrolatos, o que dificulta a comparação dos
resultados encontrados no presente trabalho.
Igualmente como no presente estudo, Souza et al., (2020) relatam que após a
coleta das folhas de CC, as mesmas foram submetidas à secagem em estufa e
redução a pó em moinho de facas. O extrato bruto foi obtido pelo decocto de 2 g do
pó em 20 mL de etanol 70 % seguido de filtragem em papel filtro, sendo observado
neste extrato a formação de precipitado indicando a presença de alcaloides no extrato.
E já no teste, ao analisar a presença de saponinas indicou resultado positivo,
observada pela presença de espuma abundante e persistente. Diferenciando deste
estudo, no qual não se obteve reação positiva para esta classe de metabolitos
secundários no presente estudo para nenhum dos hidrolatos estudados.
Segundo Silva (2021) a presença de alcaloides pode conferir ações
terapêuticas como analgésica, antimicrobiana, anti-inflamatória e também agem no
sistema nervoso central. Destacando também Souza et al., (2015) que segundo suas
pesquisas a existência deste composto na planta pode lhe conferir algum tipo de
toxidade, que deve ser observada. Oliveira et al., (2022) descreve em seu estudo
sobre a composição e a importância dos alcaloides para a indústria farmacêutica, os
quais são substâncias orgânicas no qual sua classe compreende cerca de 4.000
compostos, os quais representam em média de 15% a 20% dos produtos naturais
conhecidos, estando dividida em vários grupos, quinolínico tropânico, piperidínico,
entre outros. Dando destaque ao grupo dos alcaloides indólicos, destacando-se por
sua grande variedade quando se diz respeito a estrutura e propriedades
farmacológicas.
40

Dado o exposto, a presença dos alcaloides em ambos os hidrolatos pode


impulsionar os estudos para verificação de uma possível ação antitumoral e
antineoplásicas, tendo grande importância para utilização em tratamentos
farmacológicos.
Ademais, foi destacado por Siqueira et al., (2018) que a formação dos
compostos secundários é motivada principalmente pela localização e o período em
que a planta foi coletada, o que pode justificar a ausência de alguns metabólitos, como
no caso deste estudo. Mallmann (2019) também cita em seu estudo sobre os vários
fatores que influenciam a presença dos compostos presentes nas plantas que podem
interferir diretamente no metabolismo, e dessa forma, alterar a produção dos
compostos. Relatando alguns fatores, como: clima, estação do ano, nível de água,
temperatura, poluição de ar e a interação com o meio.
Silva et al., (2020) afirma que extratos com a presença de taninos detém ação
antimicrobiana principalmente contra cepas gram-positivas. Os taninos também são
descritos em diversas literaturas por serem utilizados na indústria farmacêutica, no
tratamento de reumatismo, diarreia, feridas, hemorragias, problemas estomacais,
processos inflamatórios em geral. Podendo ser utilizado também na indústria
alimentícia, como antioxidante nos sucos de frutas. E como corantes têxteis,
coagulantes e floculantes para tratamento de águas em barragens.
Sendo indispensável salientar que mesmo ocorrendo o processo de destilação,
metabólitos secundários ainda podem permanecer no hidrolato, sendo através do
processo de extração possível a obtenção e posteriormente a análise de todos os
metabolitos presentes majoritariamente na maioria das vezes nestes vegetais.

5.4 Determinação da atividade antioxidante HCW e HCC

Os resultados da atividade antioxidante do hidrolatos de CW e CC foram


exibidos na Figura 9 e Gráfico 1, o qual o HCW apresentou uma boa capacidade
sequestrante de DPPH em relação ao controle padrão, ácido ascórbico. Já o hidrolato
de CC apresentou baixa capacidade antioxidante. É considerada alta a capacidade
antioxidante acima de 50% de inibição do radical DPPH. A concentração de 31,25
L/mL apresentou 54,3 % de inibição do radical DPPH para o HCW, acima desta
41

concentração o hidrolato poderá ser utilizado para fins antioxidantes. Na figura 9


mostra como as amostram foram divididas.

Figura 9 – Placa de 96 poços com as amostras HCC e HCW com reagente DPPH e
AAS (controle positivo) e o branco Metanol.

Fonte: Autoria própria (2022).

Gráfico 1 – Percentual da atividade antioxidante (radical livre DPPH) presente nos


HCW e HCC.

DPPH: 2,2-difenil-1-picril – hidrazil.


Fonte: Autoria própria (2022).
42

Camargo et al., (2019) relata sobre a atividade antioxidante do óleo essencial


de CC, tendo como resultado 29,14% frente ao radical hidroxila. O autor destaca ainda
que mesmo o valor sendo baixo, seus achados frente a esta ação são de suma
importância, pois segundo ele, ainda não se encontra estudos suficientes na literatura
no qual visam quantificar a ação antioxidante frente a este radical por ação do óleo
essencial de CC. Com relação a este estudo, o HCC também apresentou baixa
atividade antioxidante, igualmente a seu óleo essencial.
Também relatado por Oliveira et al., (2019) no qual utilizou o método DPPH
para avaliar a atividade antioxidante do extrato bruto hidroalcóolico de CC, obtendo
como resultado através de diluições seriadas permitindo o cálculo da concentração da
amostra necessária para inibir 50% do radical DPPH, que correspondeu a 99,9 µg/mL.
Em comparação ao estudo realizado a utilização do extrato hidroalcóolico obteve
grandes achados em comparação ao hidrolato, analisado no presente estudo.
Cheel et al., (2005), relata o estudo que realizou com extratos aquosos de CC,
no qual foi observado os efeitos de eliminação de radicais livres do DPPH, tendo
variação de valores de IC 50 entre 40 e 68% e 15-32% em 33 e 50 µg/mL,
respectivamente. O que também relata Carvalho (2019), na qual realiza o estudo com
CC sachê na concentração de 5000 μg/mL apresentando valor de 54 % de inibição do
radical DPPH.
Segundo Tavares et al., (2021) os principais monoterpenos oxigenados
encontrados em seu estudo através da análise do óleo essencial de CW foram:
Citronelal (32,61%), geraniol (22,83%) e citronelol (14,37%) sendo estes componentes
responsáveis por conferir propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias e
antifibróticas ao óleo essencial de CW e sua composição química. Pela possível
presença destes componentes também no hidrolato, pode-se supor sua elevada ação
antioxidante apresentada neste estudo.
Com todos os estudos analisados e comparados, os hidrolatos ainda não
possuem pesquisas suficientes que destaquem sua utilização, segurança e análise de
toxicidade. O gênero Cymbopogon por sua ampla utilização tem sido uma alternativa
rica em diversificar as pesquisas sobre o uso deste substrato, portanto, se torna uma
ótima alternativa de busca devido seus grandes achados com a utilização do óleo
essencial.
43

Além da importância econômica, tendo como produto final mais barato e


abundante do que óleo essencial, se busca a utilização de forma ampla do hidrolato,
já que se considera baixa a sua toxicidade por ser uma porção menor de componentes
possivelmente tóxicos presentes, quando comparados aos componentes dos OE.
44

6 CONCLUSÃO

O processo de extração utilizando a técnica de hidrodestilação foi eficiente para


a obtenção de hidrolatos de Cymbopogon winterianus e Cymbopogon citratus. Os
hidrolatos apresentaram características físicas e químicas adequadas. Os
rendimentos obtidos para as duas plantas foram satisfatórios e justificam a utilização
da hidrodestilação como técnica de extração. Os resultados obtidos indicam que as
amostras de HCW e HCC apresentam um pH ligeiramente ácido, o que está em
conformidade com os valores relatados na literatura revisada para este estudo. Essa
análise é importante para avaliar a qualidade do hidrossol e identificar possíveis
problemas relacionados à alcalinidade devido risco de contaminação microbiológica.
A análise fitoquímica dos hidrolatos estudados confirmou a presença de
alcaloides e taninos, enquanto os compostos flavonoides e saponinas não foram
detectados nas amostras analisadas. A presença desses compostos pode estar
relacionada com as propriedades terapêuticas atribuídas aos hidrolatos.
O hidrolato de CW apresentou uma boa capacidade sequestrante de DPPH,
indicando seu potencial para uso em produtos com finalidade de inibir os efeitos dos
radicais livres, tais como o envelhecimento precoce, diferenciando do HCC, o qual
apresentou baixa capacidade. É importante destacar a importância da avaliação dos
compostos presentes nos hidrolatos, os quais podem influenciar diretamente em suas
propriedades antioxidantes.
Conforme se depreende das informações amealhadas, ressalta-se que mais
estudos são necessários para entender melhor as propriedades dos hidrolatos e suas
possíveis aplicações em diferentes setores da indústria. A utilização dos hidrolatos
ainda se torna um assunto em constância de estudo, pois muitos dos vegetais não
tem literaturas suficientes para realização de comparativos. Porém, sabe-se que sua
utilização vem trazendo diversos benefícios aos usuários, principalmente no campo
dermatológico, e ainda não são relatados efeitos adversos, garantindo segurança na
hora de sua utilização, economia, e a facilidade de manuseio. Sendo antes um
substrato descartado e sem utilização, hoje vem se tornando visível sua importância
tanto para a indústria farmacêutica e cosmética como para a indústria alimentícia e
agrícola.
45

Por seu turno, ainda são necessários estudos clínicos detalhados sobre a
composição Química e toxicidade para que sejam melhor empregados para as
diversas finalidades já citadas.
46

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