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Inspeção Radiológica

de Segurança
Histórico e Conceitos Básicos

Responsável pelo Conteúdo:


Prof.ª Esp. Maria Elvira Oliveira de Jesus

Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin
Histórico e Conceitos Básicos

• Histórico da Aviação Civil;


• Aviação no Brasil;
• Histórico da Radiologia;
• Matéria;
• Modelos Atômicos;
• Radiações;
• Ética Profissional e Cidadania.


OBJETIVOS

DE APRENDIZADO
• Dotar o discente de conceitos básicos para a formação na Disciplina, como o que são as
radiações e seus tipos;
• Compreender a história da radiologia e da aviação civil;
• Saber a importância da ética na formação profissional.
UNIDADE Histórico e Conceitos Básicos

Histórico da Aviação Civil


O início do século XX é marcado pela criação e pelo crescimento das empresas aéreas,
devido à possibilidade de rapidez no fornecimento, bem como na capacidade de fazê-lo,
estimulado pela estrutura governamental da época. Dessa forma, na década de 1920, na
Europa, a aviação comercial era uma realidade com pelo menos uma empresa atuando
de forma contínua. As empresas norte-americanas também tiveram forte apoio ao seu
desenvolvimento, sem o qual não haveria expansão da Área (SMITH JR. 2002 apud
FERREIRA, 2017).

No período da Primeira Guerra Mundial, os voos ocorriam para entregas, na forma de


correio aéreo, em que se utilizavam os aviões das forças armadas, porém sem profissio-
nais específicos e treinados para tal, tampouco com ordenamento de rotas e voos.

Era um tipo de comércio incipiente, pois os aeroportos não tinham muita estrutura
nem para voos comerciais, nem civis. Contudo, empresários com visão perceberam na
Área uma forma de expandir a aviação, que não seria barato, porém banqueiros e empre-
sários fizeram investimentos (RIBEIRO, 2018).

A partir da Segunda Guerra Mundial, a aviação comercial começa sua expansão,


porém o custo ainda era elevado, as condições desconfortáveis e o controle aéreo rudi-
mentar. Mas todas essas dificuldades foram importantes para que a aviação pudesse se
desenvolver permitindo que surgissem aviões mais seguros e confortáveis, após os anos
1950, a chamada Golden Age da Aviação (FERREIRA, 2017).

Aviação no Brasil
No Brasil, a Aviação surge em meados da década de 1924, por meio de Empresas
estrangeiras que possuíam mais capital de investimento e tecnologias, o que era inci-
piente no Brasil.

Somente houve expansão das Empresas aéreas brasileiras após a II Guerra Mundial,
pois foi possível adquirir aeronaves utilizadas no período devido ao custo ser menor.

Tabela 1 – Empresas Pioneiras da Aviação no Brasil


Fundação/encerramento Empresa Observações
Empresa alemã que operou os pri-
1924-1927 Condor Syndikat
meiros voos no Brasil.
VARIG – Viação Aérea
1927-2006 Rio-Grandense
Faliu em 2006.

Passou a se denominar Cruzeiro do


1927-1942 Syndicato Condor
Sul em 1942.
1929-1930 NYRBA Antecessora da Panair
Decretada sua falência pelo Regime
1930-1965 Panair do Brasil
Militar em 1965.

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Fundação/encerramento Empresa Observações
Grupo Mate Leão. Vendida à Vasp
1933-1939 em 1965
em 1939.
1933-2005 VASP – Viação Aérea de Encerrou as atividades em 2005.
Privatizada em 1990 São Paulo Faliu em 2008.
NAB – Navegação Aérea Antecessora do Lóide Aéreo Nacio-
1938-1961 Brasileira nal. Adquirida pela Vasp em 1962.
Fonte: Adaptada de FERREIRA, 2017

Após esse período houve grande expansão da aviação brasileira em meados da década
de 50, com empresas aéreas nacionais.

A empresa Aerovias Brasil S/A, fundada em 1942, foi precursora dos voos para os
Estados Unidos, no ano de 1946, e foi privatizada pelo governo paulista, em 1954.

A Real (Redes Estaduais Aéreas Ltda.) foi fundada em 1945, por Vicente Mammana
Neto e Linneu Gomes. Ao longo dos anos, a Empresa comprou Companhias menores
(Wright, Natal, LATB, Transportes Aéreos Nacionais) e, por fim, adquiriu a Aerovias,
fundando o Consórcio Real-Aerovias-Nacional.

A empresa operava em vários destinos nacionais e alguns internacionais, como para


o Paraguai, os Estados Unidos e o Japão, e o principal atrativo era o preço das tarifas.

A década de 1960 e 1970 é marcada pelo grande crescimento da aviação brasileira


e a oferta por muitas Empresas e perdas, devido à livre concorrência.

No cenário nacional voltado à aviação regional, competiam as empresas Varig, Vasp,


Cruzeiro e Transbrasil, formando o primeiro oligopólio da aviação comercial. Contudo,
entraram em crise devido ao pequeno rendimento e à incompatibilidade das aeronaves
e dos aeroportos.

A década de 1980 é marcada por grandes problemas econômicos no Brasil. Por isso,
mesmo as Empresas almejando ganhos futuros, elas enfrentaram uma década de muitas
dificuldades, marcada por aumento no preço do petróleo e, automaticamente, de combus-
tíveis, alta na inflação, mudança de moeda, aumento da dívida externa, ou seja, grande
instabilidade econômica.

Nesse período, a única empresa que teve crescimento foi a TAM. As demais acaba-
ram após essa década de crise.

Na década de 1990, a VASP foi privatizada, na tentativa de aumento de lucros. Três


grandes Empresas detinham 97% do Mercado (Vasp, Varig e Transbrasil). Por isso, o
Governo procurou iniciar o processo de desregulamentação visando à abertura do Mer-
cado nacional e a livre concorrência.

Porém, a liberação e o aumento da competitividade entre as empresas fizeram com


que o início dos anos 2000 fosse marcado pela falência das três grandes empresas que
detinham o Mercado nacional.

A primeira a encerrar suas atividades foi a Transbrasil, no final de 2001. Logo depois,
foi a Vasp, em 2004, e a Varig, no ano de 2006.

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Somente a TAM permaneceu no Mercado, pautada na sua reestruturação para vi-


vência de novos tempos, tendo como concorrente, no Mercado nacional, a Gol e outras
empresas.

De um oligopólio a outro: mudanças nos players do transporte aéreo no Brasil


Outras 1990 Outras 2016
3% 1%
Desregulamentação Avianca
Transbrasil 12%
17% Tam
Azul 34%
Varig/Cruzeiro
17%
49%
Vasp
31% Inovações Gol
36%
Organizacionais
Tecnológicas
Mercadológicas

Transporte aéreo: símbolo Relativa democratização


de luxo, status e glamour do transporte aéreo

Inovação de paradigma
Figura 1 – Transformações na Aviação comercial brasileira

A partir da Figura 1, observa-se que houve uma revolução no panorama da aviação


civil entre os anos 1990 até 2016.

A desregulamentação permitiu a modernização, inovações tecnológicas e a inserção


de um novo tempo para a aviação civil brasileira.

A História da Aviação. Disponível em: https://youtu.be/A2QOmU702-o

Agência Nacional de Aviação civil. Disponível em: https://bit.ly/39XdFTt

Histórico da Radiologia
A Radiologia tem como marco a descoberta dos Raios X, no ano de 1895, por
Wilhelm Conrad Roentgen, grande físico que, ao estudar o Tubo de Crookes, adaptou
a experiência que culminou na descoberta dos Raios X.

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Figura 2 – Wilhelm Conrad Roentgen (1845-1923)
Fonte: Wikimedia Commons

8 de novembro de 1895 é o marco para essa descoberta, pois foi quando a experiên-
cia foi consolidada.

O físico utilizou o tubo desenvolvido por William Crookes, envolvido em um papel


preto, escureceu o ambiente e colocava objetos para serem expostos.

Para investigar o que acontecia na passagem desses raios, ele utilizou filmes que reve-
lavam a imagem irradiada. A descoberta dos raios misteriosos foi denominada Raios X.

Roentgen realizou a primeira radiografia em humanos na mão da sua esposa Ana


Bertha, porém, antes, realizou radiografia de vários objetos, dentre os quais está o rifle
de uma espingarda.

A descoberta dos Raios X impulsionou diversos outros feitos. Um físico que tem
destaque é Becquerel que, no ano de 1896, realizou pesquisas em torno da radiação
natural. Para tanto, fez um experimento que conseguiu provar a existência de radiação
natural, denominada Raios de Becquerel.

Pierre e Marie Curie foram desbravadores dos estudos acerca da radioatividade, pois
continuaram a pesquisar a radioatividade oriunda de outros materiais, o que tornou
possível a descoberta da energia interna em outros materiais, como polônio de rádio.

Assim, o casal publicou a existência da radiação natural, denominada radioatividade.

Uma breve história do casal Curie. Disponível em: https://bit.ly/3dTAw3c

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Matéria
A definição de matéria vem sendo estudada há milhares de anos a fim de se saber a
composição de tudo que está entre nós, até mesmo, a matéria orgânica.

A maior investigação era saber o que havia no interior de tudo. Tanto que foi objeto
de estudo de pensadores, filósofos e cientistas.

Em meados do ano de 450 a.C., os filósofos gregos Leucipo e Demócrito tiveram a


ideia de que a matéria seria formada por pequenas partículas indivisíveis que não pode-
riam ser destruídas. Essas partículas foram denominadas “átomos”, palavra que em grego
significa “indivisível”.

Contudo, essa concepção de matéria se chocou com as ideias de Aristóteles (384-


322 a.C.), que dizia que a matéria era descontínua e que tudo seria formado apenas por
quatro “elementos”: fogo, terra, ar e água. Essas ideias foram adotadas pela maioria
durante cerca de 2000 anos.

Esses estudos foram o aporte para a concepção dos modelos atômicos que vieram a
provar qual é a constituição da matéria.

Modelos Atômicos
A história dos modelos atômicos é retomada no ano de 1803, quando o químico
inglês John Dalton (1766-1844) passou a estudar as concepções deixadas acerca do
átomo por Leucipo e Demócrito.

Assim, realizou diversos experimentos para comprovar suas hipóteses, que culmi-
naram na criação de alguns postulados acerca do átomo, dentre os quais estão:
• A matéria era formada por átomos (esféricos, sólidos, maciços e indivisíveis);
• Um elemento químico era formado por um conjunto de átomos com as mesmas
características;
• Elementos químicos diferentes teriam propriedades atômicas diferentes;
• Elementos diferentes poderiam formar compostos, mas não deixariam de perder as
características de sua formação.

Com base nessas ideias, o modelo atômico de Dalton é conhecido popularmente


como modelo da bola de bilhar.

Contudo, esse modelo atômico não explicava as características elétricas do átomo,


como atração e repulsão.

O filósofo grego Tales de Mileto (640-546 a.C.) demonstrou que a fricção de um


pedaço de âmbar (resina fossilizada) com seda ou lã fazia com que eles ficassem eletrica-
mente carregados, tanto que dois pedaços de âmbar atritados repeliam-se, porém eram

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atraídos pela seda ou pela lã. A palavra âmbar, em grego, é elektron e daí veio o uso da
palavra “eletricidade”.

Nessa época, vários testes em torno da eletricidade eram realizados. Assim, surge o
Cientista Joseph John Thomson (1856-1940), que decide realizar experiências em torno
da eletricidade com um dispositivo chamado Tubo de Crookes ou tubo de raios catódicos,
em que era possível ver os elétrons saindo do polo negativo (catodo) em direção ao polo
positivo (anodo). Esses raios foram denominados raios catódicos.

Dessa forma, o cientista sugere um novo modelo atômico que ainda permanecia
com a constituição esférica, como Dalton propunha, contudo, em seu interior, existiam
partículas menores de carga negativa, distribuídas na esfera, e a esfera positiva para
neutralizar e estabilizar o átomo.

Esse modelo ficou conhecido popularmente como Modelo do Pudim de Passas


(Figura 3).

Figura 3 – Modelo Atômico de Thomson


Fonte: Wikimedia Commons

A partir do ano de 1911, o físico Ernest Rutherford modificou a concepção da ideia de


átomo concebida pelo modelo de Thomson, realizando uma experiência para verificar a
posição e o comportamento das cargas positivas e negativas presentes no átomo.

Para realizar o experimento, ele utilizou uma amostra de polônio radioativo, emissor de
radiação alfa dentro de um bloco de chumbo, no qual havia um orifício para a passagem
da radiação alfa.

Ele também utilizou uma finíssima folha de ouro e uma placa fluorescente de platino-
cianeto de bário, a fim de que pudessem gerar luminosidade caso a radiação ultrapassasse
a folha de ouro, conforme a Figura 4.

O objetivo do experimento era verificar a posição das cargas, pois sendo a radiação
alfa uma partícula carregada positivamente ao interagir com a placa de ouro, seria pos-
sível verificar o que iria acontecer.

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UNIDADE Histórico e Conceitos Básicos

Os resultados foram:
• A maioria das partículas atravessavam direto pela folha de ouro, gerando lumino-
sidade;
• Poucas partículas eram desviadas de sua trajetória;
• Parte das partículas era rebatida, ou seja, retornava;
• Uma pequena quantidade de partículas era absorvida pelo átomo.

Figura 4 – Experimento de Rutherford


Fonte: Wikimedia Commons

Dessa forma, Rutherford percebeu que suas ideias acerca do átomo estavam corretas
e chegou a algumas conclusões:
• Como grande parte das radiações passava direto, concebeu-se que o átomo era um
grande vazio;
• Como algumas partículas eram desviadas, supunha-se que encontravam cargas
positivas iguais às da radiação alfa e as rebatidas pelo mesmo motivo;
• Como poucas eram absorvidas, acreditava-se que encontravam com elétrons
em órbita.

Figura 5 – Estrutura do Modelo Atômico de Rutherford


Fonte: Wikimedia Commons

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Assim, Rutherford concebe seu modelo atômico que agora passou a ter as seguintes
características: o átomo deixa de ser esférico, com grandes espaços vazios, com uma
região central de carga positiva, denominada núcleo, no qual se concentra praticamente
toda a massa do átomo e uma região ao redor do núcleo chamada de eletrosfera, em que
se encontram os elétrons em órbita. Modelo conhecido popularmente como Modelo do
Sistema Planetário ou Sistema Solar, como na Figura 5.

No ano de 1913, Niels Bohr propôs uma alteração na ideia de átomo constituída por
Rutherford e correlacionou a concepção estrutural da posição dos elétrons em órbitas
circulares, em vez das elipses da eletrosfera.

Basicamente, ele mostrou que as órbitas circulares possuem níveis de energia bem
definidos e uma quantidade de elétrons circulante em cada um dos níveis. As camadas
ou níveis de energia são K, L, M, N, O, P, Q.

Esse modelo atômico é conhecido como Modelo de Rutherford-Bohr, visto que


a concepção de Bohr foi organizar as ideias já consolidas do modelo de Rutherford
(Figura 6).

Figura 6 – Modelo Atômico de Rutherford


Fonte: Wikimedia Commons

Os fatos históricos elencados são de grande importância para a radiologia, bem como
para a construção de conhecimentos acerca da Disciplina.

Radiações
As radiações podem ser concebidas como a energia que se propaga em forma de
ondas ou partículas, sendo produzidas de forma artificial ou espontaneamente por meio
de núcleos de elementos radioativos.

Qual seu entendimento sobre as radiações e suas interações?

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Dessa forma, as radiações também podem ser caracterizadas na sua forma de propa-
gação, podendo ser ondas eletromagnéticas ou partículas. Na capacidade de penetração,
podem ser ionizantes ou não ionizantes.

As radiações não ionizantes variam em tipos de acordo com o comprimento de onda


e a frequência.

As mais conhecidas são: ondas de rádio, luz visível, radiação infravermelha e micro-
-ondas. Essas radiações não possuem energia suficiente para remover elétrons como na
ionização, mas podem trazer alterações moleculares por meio da excitação, como se
observa na imagem do espectro de radiofrequência.

Figura 7 – Espectro de Radiofrequência


Fonte: Wikimedia Commons

As radiações ionizantes são definidas como aquelas que possuem energia suficiente
para remover elétrons da estrutura atômica, sendo que essas radiações ionizantes podem
ser partículas com alta energia (partículas alfa e beta) ou ondas eletromagnéticas como
Raios X, raios gama e raios cósmicos que possuem alta penetração.

A alta penetração das radiações ionizantes na forma de ondas eletromagnéticas per-


mite a realização de radiografias ou visualização de imagens por Sistemas Digitais, como
dos aeroportos.

A radioatividade é um fenômeno que ocorre no interior de elementos químicos que,


devido a uma instabilidade nuclear, passam a emitir radiações de forma espontânea.

As radiações geradas são as partículas alfa, partículas beta e a onda eletromag-


nética gama.

A partícula alfa é emitida quando o núcleo do átomo está com excesso de energia, sen-
do considerada muito ionizante, menos penetrante, carregada positivamente com 2 pró-
tons e dois nêutrons. Por ser a mais pesada, é possível proteção com uma folha de papel.

A partícula beta é emitida pelo núcleo que está com excesso de prótons. Por isso,
é uma partícula com massa neutra e carga elétrica -1. Possui mediano poder de pene-
tração, sendo necessário um material mais absorvedor, como alumínio para impedir
sua propagação.

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A onda eletromagnética gama possui alto poder de penetração e, ao ser emitida
pelo núcleo do elemento radioativo, estabiliza-o após a emissão. Sua velocidade é com-
parada à velocidade da luz e, por isso, tem altíssimo poder de penetração, sendo neces-
sário materiais como chumbo e/ou concreto para impedir sua propagação (conforme
Figura 7), e pode ser utilizada em diversos fins na Área Médica e Industrial.

Figura 8 – Radioatividade
Fonte: Wikimedia Commons

As ondas eletromagnéticas são aquelas que podem ser ionizantes ou não ionizantes,
mas que se propagam à velocidade da luz. Elas estão dispostas em um espectro eletro-
magnético no qual conseguimos ver uma escala de todas as ondas que as compõem.

No extremo, aparecem as ionizantes: raios X, raios y e raios cósmicos, e as demais


são não ionizantes.

A diversidade de radiações e possibilidade de aplicações está relacionada à ionização


e à capacidade energética de interação em diversos setores, como a inspeção de segu-
rança, que é um ramo da Radiologia Industrial.

Como foi possível observar e compreender, as radiações são formas de energia que
podem interagir de formas variadas na matéria.

A História da Radiologia no Brasil. Disponível em: https://bit.ly/3rZBW1e

Ética Profissional e Cidadania


Para falarmos de ética, é importante a compreensão de sua definição e aplicações.

No seu sentido etimológico, é uma palavra que vem do grego ethos e se define como
o modo de ser, o caráter, a realidade interior, de onde provêm os atos humanos.

Também pode ser definida como os costumes, os hábitos ou o agir habitual, os atos
concretos que indicam e realizam o modo de ser da pessoa.

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Já a moral representa a forma de viver, as ações do homem, baseadas na Sociedade


em que vive, passada de geração em geração ao longo do tempo, e se baseia na capa-
cidade de distinção e de escolhas entre o bem e o mal. Cada ser humano tem o livre
arbítrio para agir ou não de forma moral.

Ao verificarmos as definições de moral e ética, verificamos a equivalência, bem como


o fato de serem complementares entre si e, ao mesmo tempo, também serem distintas.

No que concerne à diferenciação dos termos, a ética investiga a fundamentação


do agir, os princípios e os valores, a dimensão da interioridade dos atos, aquilo que é
mais pessoal.

A moral indica ações e normas concretas, ou seja, a aplicação das regras que são
objeto da ética, isto é, a ética pode ser definida como a maneira como as pessoas ou a
Sociedade se comportam e, no tocante às normas, aplica-se o estudo do ser e o sentido
das normas morais, ou seja, explica o bem moral e suas características.

No fundo, a ética é a ciência da moral e a arte de dirigir a conduta das pessoas.

A relação da ética com a cidadania está vinculada à possibilidade de os indivíduos


de uma Sociedade usufruírem dos direitos que viabilizam a sua inserção na política e na
convivência social no estado em que vivem, tendo direitos individuais e sabendo respeitar
as decisões do coletivo.

O cidadão é aquele com direito à saúde, à educação e ao bem-estar, entre outros e,


como cidadão, deve estar ciente dos seus direitos e dos seus deveres.

O profissional, ao agir de forma ética, deve primar por um atendimento humanizado,


enxergando as necessidades do próximo, transmitindo confiança tanto para quem é
atendido quanto para a Organização.

O profissional que realiza um atendimento humanizado é aquele que enxerga as neces-


sidades do próximo e as anormalidades no ambiente de inspeção.

Dessa forma, o perfil do profissional de Inspeção de Segurança vai além da conduta


ética e humanizada.

Ele deve ser conhecedor da sua importância na proteção das pessoas e bens e,
também, na sua relevância técnica para o bloqueio de situações ilegais que afetem de
alguma forma a segurança, sendo o responsável por detectar e neutralizar esses atos.

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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Livros
Aeroportos e Desenvolvimento
SILVA, A. S. Aeroportos e desenvolvimento. Rio de Janeiro: Instituto Histórico-
-cultural da Aeronáutica, 1991. 403p. (Coleção Aeronáutica).

Leitura
História e memória da aviação civil brasileira: conexão Nordeste diante dos acordos comerciais e militares
nas décadas de 1920 a 1940
https://bit.ly/3s9jdAm
Importância da qualidade no atendimento ao público
https://bit.ly/3t0toZj
Apostila Educativa Aplicações da Energia Nuclear
https://bit.ly/3d3RigY

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Referências
FERREIRA, J. C. Um breve histórico da aviação comercial brasileira. CONGRESSO
BRASILEIRO DE HISTÓRIA E ECONOMIA. Niterói/RJ, 2017.

MOÇO, L. M. S. A Segurança da Aviação Civil em Portugal. Universidade Nova Lisboa,


2019. Disponível em: <http://hdl.handle.net/10362/81818>. Acesso em: 17/08/2020.

OKUNO, E. Efeitos biológicos das radiações ionizantes: acidente radiológico de


Goiânia. Estud. av. [on-line], v. 27, n. 77, p.185-200, 2013. Disponível em: <https://doi.
org/10.1590/S0103-40142013000100014>. Acesso em: 17/08/2020.

PEREIRA, A. R. Importância da qualidade no atendimento ao público. Exacta


[en linea], v. 10, n. 3, p. 349-355. Disponível em: <https://www.redalyc.org/articulo.
oa?id=81024949005>. Acesso em: 17/08/2020.

RIBEIRO, L. História da Aviação Civil e Origem do Setor de Transportes aéreos no


Brasil. Monografia (Curso de Graduação em Ciências Aeronáuticas) – Universidade
do Sul de Santa Catarina. Tubarão/SC, 2018.

YOSHIMURA, E. M. Física das Radiações: interação da radiação com a matéria.


Revista Brasileira de Física Médica, v. 3, n. 1, p. 57-67, 3 out. 2015. Disponível em:
<https://doi.org/10.29384/rbfm.2009.v3.n1.p57-67>. Acesso em: 17/08/2020.

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