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REPÚBLICA DE ANGOLA

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO CATÓLICO DE BENGUELA

TRABALHO INVESTIGATIVO DE HISTÓRIA DA PSICOLOGIA


TEMA:
VIDA E OBRA DE HENRI WALLON E SEU CONTRIBUTO PARA PSICOLOGIA

Grupo Nº 03
Turma: B
Período: Noite
Especialidade: Psicologia

O DOCENTE
_______________________
DOMINGOS MANIVELA

LOBITO, ABRIL DE 2023


INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO CATÓLICO DE BENGUELA

TRABALHO INVESTIGATIVO DE HISTÓRIA DA PSICOLOGIA


TEMA:
VIDA E OBRA DE HENRI WALLON E SEU CONTRIBUTO PARA PSICOLOGIA

Elementos do Grupo
 Adriana Pembe
 Elizabeth J. Escrita
 José Domingos João
 Manuel Kiss Paulino
 Margarida Manico
 Madalena Chimbalanga
 Sofia Adelaide De Jesus Serrado
 Teresa Nassapalo Joaquim

LOBITO, ABRIL DE 2023


Dedicatória

Em primeiro lugar dedicamos este trabalho a Deus; em segundo lugar


dedicamos ao professor e aos nossos colegas e a nossa linda instituição .
Agradecimentos

Agradecemos primeiramente a Deus, que deu a energia e benefícios para

concluir o trabalho, aos esforços e incentivos que os colegas tiveram. Agradecemos

também, as pessoas que de forma directa, ou indirecta ajudaram a concluir com o

trabalho.
Índice

Introdução..........................................................................................06/7

Desenvolvimento..........................................................................08/19

Conclusão..........................................................................................20

Referências Bibliográficas.................................................................21
Introdução

A nossa dissertação aborda sobre a vida e obra de Henri Wallon e seu contributo

para psicologia

Apresentaremos de tal maneira que se possa compreender o assunto a

destacar com precisão e clareza.

Debruçaremos sobre a sua vida começando pela biografia, frisando também

no aspecto académico, político, seus contributos a psicologia, campos de actuação

e outros parâmetros de muita relevância.

Henri Paul Hyacinthe Wallon (Paris, 15 de junho de 1879 - Paris, 1 de

dezembro de 1962) foi um filósofo, médico, psicólogo e político francês. Foi neto do

político francês Henri-Alexandre Wallon

Em uma escola, os professores não devem se limitar apenas a transmitir

conhecimento. Também é preciso ensinar a pensar criticamente. Sendo assim,

devem estudar as teorias de Henri Wallon, porque abrangem questões cognitivas,

motoras e afetivas.

Ao adquirir este tipo de conhecimento, podem identificar os conflitos se

manifestando em uma criança e ajuda-las a superar. Além disso, também podem

mediar a cultura e o aluno. Fator esse que, segundo Wallon, é fundamental para a

educação formal.

Ao estudar Henri Wallon e a educação, o profissional de pedagogia também

não descartará as individualidades, sentimentos e necessidades dos alunos, além

de perceber a importância de sua participação na questão ética e moral, já que as

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crianças são afetadas por eles. Nesta fase da vida, as crianças buscam referências

e imitam condutas de adultos com que convivem.

O professor deve incentivar a autonomia, propondo situações que despertem

curiosidade, já que essa é uma excelente forma de exercitar o pensamento crítico,

adquirir conhecimento, trabalhar a memória e imaginação. Também deve estar

sempre disposto a ouvir o que a criança tem a dizer e fazer de tudo para

estabelecer vínculos afetivo. Esses pequenos gestos fortalecem a autoestima e

aumentam a comunicação.

Um professor que estuda as teorias de Henri Wallon está mais habilitados

para educar crianças para que respeitem suas próprias características e também as

peculiaridades dos outros.

Afectividade: Para Wallon, desejos, vontades, satisfações e insatisfações, as

transformações biológicas têm profunda relação com a personalidade de uma

criança.

Emoções: Só através das emoções as pessoas podem se comunicar consigo

mesmas e com o meio em que vivem.

Movimento: Ao expressar sentimentos e emoções, as crianças se movem. Isso

acaba sendo um instrumento de aprendizado, já que há socialização e comunicação

com outras pessoas.

Formação do eu:As crianças só podem descobrir ou reconhecer o “eu” dependendo

da relação que têm com outras pessoas. Ou seja, isso as fará conhecer

dependências, negações, manipulações, etc.

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Desenvolvimento

Biografia

Henri Wallon nasceu em 15 de junho de 1879, em Paris, filho de Paul

Alexandre Joseph e neto de Henri-Alexandre Wallon. Tornou-se bem conhecido por

seu trabalho científico sobre Psicologia do Desenvolvimento, devotado

principalmente à infância, em que assume uma postura notadamente interacionista.

Vida acadêmica

Em 1899, Wallon é admitido na Escola Normal Superior. Ao longo de sua vida

foi sempre muito explícita sua aproximação com a educação. Aos 23 anos, em 1902

formou-se em Filosofia pela Escola Normal Superior, e em 1908 formou-se em

Medicina, sendo que de 1908 a 1931 trabalhou com crianças portadoras de

deficiência mental. Seu primeiro trabalho, Délire de persécution. Le délire chronique

à base d'interprétation (“Delírio de perseguição. O delírio crônico na base da

interpretação”), foi publicado em 1909. Em 1914 serviu durante meses como médico

no Exército francês, na frente de combate. O contato com as lesões cerebrais

sofridas por ex-combatentes fez com que revisasse os postulados neurológicos que

havia desenvolvido no atendimento a crianças com deficiência.

Em 1920, passou a lecionar na Sorbonne, Universidade de Paris. Entre 1920

e 1937, foi encarregado de conferências sobre a Psicologia da Criança na

Universidade de Sorbonne e em outras instituições de ensino superior. Em 1925

publica sua tese de doutorado intitulada L'enfant turbulent (“A Criança Turbulenta”),

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iniciando um período de intensa produção literária na área de Psicologia da Criança.

Em 1927, Wallon foi nomeado diretor de estudos da École Pratique des Hautes

Etudes (Escola Prática de Estudos Avançados) e criou o Laboratório de

Psicobiologia Pediátrica no Centro Nacional de Pesquisa Científica. Até 1931

exerceu a função de médico de instituições psiquiátricas, enquanto consolidava

paralelamente seu interesse pela Psicologia da Criança.

Wallon atuou como professor do Collège de France, no Departamento de

Psicologia da Infância e Educação, no período que vai de 1937 a 1949. Em 1945

publica seu último livro, Les origines de la pensée chez l'enfant (“As origens do

pensamento na criança”).

Vida política

Além de psicólogo, Henri Wallon foi um grande político. Wallon foi

contemporâneo às duas Guerras Mundiais (1914-18 - 1939-45), ao avanço do

Fascismo no período entre-guerras, bem como às revoluções socialistas e às

guerras para a libertação das colônias na África, que afetaram a Europa,

particularmente a França. Ele também assumiu diversos papéis em sua carreira

política ao mesmo tempo em que conduzia seus trabalhos científicos.

Wallon foi um destacado ativista marxista. Em 1931, filiou-se ao partido

socialita Section Française de l'Internationale Ouvrière (Seção Francesa da

Internacional dos Trabalhadores, SFIO). Em 1942 filia-se ao Partido Comunista

Francês. Foi nomeado Secretário da Educação Nacional em 1944, e de 1945 a

1946 atua como presidente da comissão de reforma educacional. É neste período

que propõe o famoso Plano Langevin-Wallon.

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Na Segunda Guerra Mundial foi perseguido pela Gestapo, tendo de viver na

clandestinidade. Visitou o Brasil em 1935.

Henri Wallon faleceu no dia 1.º de dezembro de 1962, também em Paris, aos

83 anos.

Principais obras de Henri Wallon

 A evolução psicológica da criança.

A evolução psicológica da criança é uma obra de Henri Wallon publicada em

1941 em Paris. O autor expõe seus pontos de vista, suas teorias relativas ao

desenvolvimento psicológico da criança, em uma perspectiva multidisciplinar. A obra

representa a exposição mais completa de suas teorias. É visto como um importante

trabalho no campo da psicologia infantil e outras disciplinas relacionadas ao

desenvolvimento humano, como educação ou filosofia.

 Psicologia e Educação na Infância, 1975.

É propósito do presente trabalho apresentar uma reflexão sobre as contribuições

da teoria de desenvolvimento e das idéias pedagógicas de Henri Wallon para a

educação hoje. Para tanto, parte de uma análise dos conceitos fundamentais e

princípios gerais da teoria e de seus pressupostos, e das principais idéias

pedagógicas expressas em seus textos e no Projeto Langevin-Wallon. Ao

considerar que Wallon atribui ao professor a função de mediar o acesso do aluno à

cultura de seu tempo, e de cultivar nele aptidões compatíveis com as necessidades

sociais, de forma que o ensino por ele ministrado seja uma preparação suficiente

para o exercício de qualquer função que se poderia oferecer mais tarde,

perguntamo-nos: que tipo de formação deveria ser oferecida aos professores de.

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 Objetivos e Métodos de Psicologia, 1975.

Existe conhecimento quando há um acordo entre a representação que nós

fazemos da realidade e a própria realidade. O desacordo entre ambas constitui

aquilo a que se chama erro. O problema do erro levanta-se a partir do momento em

que o homem sentiu a necessidade de raciocinar sobre as condições do seu próprio

pensamento, a fim de se assegurar que as suas certezas correspondiam

efectivamente à verdade.

As precauções a tomar para obter este resultado estão ligadas na prática ao que

se chama espírito crítico. O espírito crítico pode ser considerado à margem de

qualquer doutrina filosófica. no entanto, implica algumas atitudes, aliás variáveis, em

que as diferentes não passam de projecção teórica. Gostaria de mostrar aqui como

chegam à negação dos seus próprios resultados. O espírito crítico opõe-se, por um

lado, à credulidade e, por outro, a certos abusos dogmáticos do espírito.

 Origens do Pensamento da Criança, 1989.

A gênese da inteligência para Wallon é genética e organicamente social, ou seja,

o ser humano é organicamente social e sua estrutura orgânica supõe a intervenção

da cultura para se atualizar.Nesse sentido, a teoria do desenvolvimento cognitivo de

Wallon é centrada na psicogênese da pessoa completa.O desenvolvimento da

criança aparece descontínuo, marcado por contradições e conflitos, resultado da

maturação e das condições ambientais, provocando alterações qualitativas no seu

comportamento em geral.

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Posições Teóricas

A obra de Henri Wallon é perpassada pela ideia de que o processo de

aprendizagem é dialético: não é adequado postular verdades absolutas, mas, sim,

revitalizar direções e possibilidades.

Uma das consequências desta postura é a crítica às concepções

reducionistas: Wallon propõe o estudo da pessoa completa, tanto em relação a seu

caráter cognitivo quanto ao caráter afetivo e motor. Para Wallon, a cognição é

importante, mas não mais importante que a afetividade ou a motricidade.

A Influência do Fator Orgânico e a Ênfase no Fator Social

Wallon reconhece que o fator orgânico é a primeira condição para o

desenvolvimento do pensamento; ressalta, porém, a importância das influências do

meio. O homem, para Wallon, seria o resultado de influências sociais e fisiológicas,

de modo que o estudo do psiquismo não pode desconsiderar nem um nem outro

aspecto do desenvolvimento humano. Por outro lado, para Wallon as

potencialidades psicológicas dependem especialmente do contexto sociocultural. O

desenvolvimento do sistema nervoso, então, não seria suficiente para o pleno

desenvolvimento das habilidades cognitivas.

Desenvolvimento do Pensamento

Wallon define que desenvolvimento é o processo pelo qual o indivíduo

emerge de um estado de completa imersão social em que não se distingue do meio

para um estado em que pode distinguir seus próprios motivos dos motivos oriundos

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do ambiente. Deste modo, desenvolver-se torna-se-ia sinônimo de identificar-se em

oposição ao mundo exterior.

O desenvolvimento ocorreria, para Wallon, por uma sucessão de estágios, à

maneira da teoria de Piaget, mas através de um processo assistemático e contínuo,

em que a criança oscila entre a afetividade e a inteligência. O desenvolvimento é

movido por conflitos, dialeticamente, de maneira análoga à combinação de

acomodação, assimilação e equilíbrio na teoria piagetiana. Entretanto, ao contrário

de Piaget, Wallon acreditava que o processo não é tão bem delimitado, mas

constante, podendo haver, inclusive, regressão: as aquisições de um estágio são

irreversíveis, mas o indivíduo pode retornar a atividades anteriores ao estágio. Um

estágio não suprime os comportamentos anteriores, mas sim os integra, resultando

em um comportamento que é a acumulação das partes.

A teoria de Wallon confronta-se com o Behaviorismo neste ponto. Enquanto

um comportamentalista acredita que a aprendizagem é um processo de modelagem

onde vários comportamentos são condicionados e posteriormente extintos, Wallon

afirma que o comportamento aprendido não é extinto, mas sim integrado ao

posterior. Por exemplo, durante a aprendizagem da escrita, a criança primeiro

aprende a desenhar algo semelhante a um círculo, para posteriormente "puxar a

perninha" e escrever um "a". A análise do comportamento ou comportamentalismo

não afirma que a criança que aprende a desenhar o círculo "desaprenda" a faze-lo

no futuro, o processo da Modelagem é "conduzir" produzir novos comportamentos,

reforçando aquele mais próximo ao desejado como escrever a letra "a" a partir do

círculo inicial (o chamado comportamento base). Wallon vai mais além e afirma que

foi integrado a outros comportamentos ou, para usar um termo mais adequado à

teoria walloniana, integrado a outras aprendizagens.

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Campos Funcionais

Para Wallon, a cognição está alicerçada em quatro categorias de atividades

cognitivas específicas, às quais dá-se o nome de 'campos funcionais. Os campos

funcionais seriam o movimento, a afetividade, a inteligência e a pessoa.

Movimento

O movimento seria um dos primeiros campos funcionais a se desenvolver, e

que serviria de base para o desenvolvimento dos demais.

Os movimentos, enquanto atividades cognitivas, podem estar em duas

categorias: movimentos instrumentais e movimentos expressivos. Os movimentos

instrumentais são ações executadas para alcançar um objetivo imediato e, em si,

não diretamente relacionado com outro indivíduo; este seria o caso de ações como

andar, pegar objetos, mastigar etc. Já os movimentos expressivos têm uma função

comunicativa intrínseca, estando usualmente associados a outros indivíduos ou

sendo usados para uma estruturação do pensamento do próprio movimentador.

Falar, gesticular, sorrir seriam exemplos de movimentos expressivos.

Wallon dá especial ênfase ao movimento como campo funcional porque

acredita que o movimento tem grande importância na atividade de estruturação do

pensamento no período anterior à aquisição da linguagem.

Afetividade

A afetividade, por sua vez, seria a primeira forma de interação com o meio

ambiente e a motivação primeira do movimento.

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À medida que o movimento proporciona experiências à criança, ela vai

respondendo através de emoções, diferenciando-se, para si mesma, do ambiente. A

afetividade é o elemento mediador das relações sociais primordial, portanto, dado

que separa a criança do ambiente.

As emoções são, também, a base do desenvolvimento do terceiro campo

funcional, a inteligência.

Inteligência

Na obra de Wallon, inteligência tem um significado bem específico, estando

diretamente relacionada com duas importantes atividades cognitivas humanas: o

raciocínio simbólico e a linguagem. À medida que a criança vai aprendendo a

pensar nas coisas fora de sua presença, o raciocínio simbólico e o poder de

abstração vão sendo desenvolvidos. Ao mesmo tempo, e relacionadamente, as

habilidades linguísticas vão surgindo no indivíduo, potencializando sua capacidade

de abstração.

Pessoa

Wallon dá o nome de pessoa ao campo funcional que coordena os demais.

Seria este também o campo funcional responsável pelo desenvolvimento da

consciência e da identidade do eu.

As relações entre estes três campos funcionais não são harmônicas, de

modo que constantemente surgem conflitos entre eles. A pessoa, como campo

funcional, cumpre um papel integrador importante, mas não absoluto. A cognição

desenvolve-se de maneira dialética, em um constante processo de tese, antítese e

síntese entre os campos funcionais.

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Estágios de Desenvolvimento

Assim como na teoria piagetiana, a teoria de Wallon também propõe uma

série de estágios do desenvolvimento mas, diferentemente daquele, não se

limitando ao aspecto cognitivo[carece de fontes]. Além disso, Wallon é bem mais

flexível na análise dos estágios: ao contrário de Piaget, Wallon não acredita que os

estágios de desenvolvimento formem uma sequência linear e fixa, ou que um

estágio suprima o outro. Para Wallon, o estágio posterior amplia e reforma os

anteriores.

O desenvolvimento não seria, na obra walloniana, um fenômeno suave e

contínuo; pelo contrário, o desenvolvimento seria permeado de conflitos internos e

externos. Wallon deixa claro que é natural que, no desenvolvimento, ocorram

rupturas, retrocessos e reviravoltas, o que para Piaget e os comportamentalistas

parece algo improvável. Os conflitos, mesmo os que resultem em retorno a estágios

anteriores, são fenômenos interentemente dinamogênicos, geradores de evolução.

Wallon afirma que os estágios se sucedem de maneira que momentos

predominantemente afetivos sejam sucedidos por momentos predominantemente

cognitivos. Usualmente, períodos predominantemente afetivos ocorrem em períodos

focados na construção do eu, enquanto estágios com predominância cognitiva estão

mais direcionados à construção do real e compreensão do mundo físico. Este ciclo

não é encerrado, mas perdura pela vida toda, uma vez que a emoção sobrepõe-se à

razão quando o indivíduo se depara com o desconhecido. Deste modo, afetividade e

cognição não são estanques e se revezam na dominância dos estágios.

Estágio impulsivo-emocional

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Do nascimento até aproximadamente o primeiro ano de vida, a criança passa

por uma fase denominada estágio impulsivo-emocional. É um estágio

predominantemente afetivo, onde as emoções são o principal instrumento de

interação com o meio. A relação com o ambiente desenvolve, na criança,

sentimentos intracenptivos e fatores afetivos.

O movimento, como campo funcional, ainda não está desenvolvido, a criança

não possui perícia motora. Os movimentos infantis são um tanto quanto

desorientados, mas a contínua resposta do ambiente ao movimento infantil permite

que a criança passe da desordem gestual às emoções diferenciadas. Essa é fase

do desenvolvimento psicomotor que possui maior participação de elementos do

arco-reflexos.

Estágio sensório-motor e projetivo

Dos três meses de idade até aproximadamente o terceiro ano de vida, a

criança passa pelo estágio sensório-motor e projetivo. É uma fase onde a

inteligência predomina e o mundo externo prevalece nos fenômenos cognitivos. A

inteligência, nesse período, é tradicionalmente particionada entre inteligência

prática, obtida pela interação de objetos com o próprio corpo, e inteligência

discursiva, adquirida pela imitação e apropriação da linguagem. Os pensamentos,

nesse estágio, muito comumente se projetam em atos motores.

Estágio do personalismo

Ao estágio sensório-motor e projetivo sucede um momento com

predominância afetiva sobre o indivíduo: o estágio do personalismo. Este estágio,

que se estende aproximadamente dos três aos seis anos de idade, é um período

crucial para a formação da personalidade do indivíduo e da auto-consciência. Uma

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consequência do caráter auto-afirmativo deste estágio é a crise negativista: a

criança opõe-se sistematicamente ao adulto. Por outro lado, também se verifica uma

fase de imitação motora e social.

Estágio categorial

O estágio do personalismo é sucedido por um período de acentuada

predominância da inteligência sobre as emoções. Neste estágio, usualmente

chamado estágio categorial, a criança começa a desenvolver as capacidades de

memória e atenção voluntárias. Este estágio geralmente manifesta-se entre os seis

e os onze anos de idade.

É neste estágio que se formam as categorias mentais: conceitos abstratos

que abarcam vários conceitos concretos sem se prender a nenhum deles. Nesta

fase, por exemplo, uma criança que antes associasse o conceito de "triângulo" a

triângulos equiláteros (porque este tenha sido apresentado como um exemplo de

triângulo) adquirirá a habilidade de compreender que mesmo "formatos" diferentes

—triângulos isósceles e escalenos—também são abarcados pelo conceito de

"triângulo".

No estágio categorial, o poder de abstração da mente da criança é

consideravelmente amplificado. Provavelmente por isto mesmo, é nesse estágio que

o raciocínio simbólico se consolida como ferramenta cognitiva..

Estágio da adolescência

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Mais ou menos a partir dos onze, doze anos, a criança começa a passar

pelas transformações físicas e psicológicas da adolescência. Este é um estágio

caracterizadamente afetivo, onde o indivíduo passa por uma série de conflitos

internos e externos. Os grandes marcos desse estágio são a busca de auto-

afirmação e o desenvolvimento da sexualidade.

Os estágios de desenvolvimento não se encerram com a adolescência. Em

verdade, para Wallon o processo de aprendizagem sempre implica na passagem

por um novo estágio. O indivíduo, ante algo em relação ao qual tem imperícia, sofre

manifestações afetivas que levarão a um processo de adaptação. O resultado será

a aquisição de perícia pelo indivíduo. O processo dialético de desenvolvimento

jamais se encerra.

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Conclusão

O francês Henri Paul Hyacinthe Wallon nasceu em 25 de junho de 1879 em Paris,

cidade em que morou até sua morte em 1 de dezembro de 1962. Foi filósofo,

médico e psicólogo, estudioso da educação e, principalmente, da educação infantil;

temática que lhe rendeu suas obras mais eminentes. Wallon foi, em primeiro lugar,

um revolucionário que lutou pela educação e em muito influenciou na transformação

do sistema de ensino francês, sendo responsável pela implementação do serviço de

Psicologia escolar nas escolas públicas da França.

Entendeu que a infância é o período da vida que as crianças desenvolvem suas

personalidades;

Observou a diferença de cada ser humano e relacionou a fase de desenvolvimento

em que se enquadrava; Buscou entender a origem biológica de como se dá o

desenvolvimento; Colocou características biológicas e orgânicas como sociais;

Reconheceu que sentimentos e emoções influenciam no desenvolvimento; Levou

em conta as teorias de Freud e Piaget.

Principais obras de Henry Wallon como Evolução Psicológica da Criança, Psicologia

e Educação na Infância, 1975, Objetivos e Métodos de Psicologia, 1975, Origens do

Pensamento da Criança, 1989, estas mesmas obras o impulsionaram a grandes

feitos.

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Referências Bibliográficas

 https://pt.wikipedia.org/wiki/Henri_Paul_Hyacinthe_Wallon

 https://www.ebiografia.com/henri_paul_hyacinthe_wallon/

 http://wiki.historiadapsicologia.com.br/index.php?title=Henri_Wallon

 https://www.google.com/search?

q=vida+e+obra+henry+wallon&oq=&aqs=chrome

 https://www.trabalhosfeitos.com/ensaios/Vida-e-Obra-De-Henri-Wallon/

 CAVALCANTE, Raquel Maria Santos. Henri Wallon, afeto e aprendizagem:

um percurso teórico. EST/PPG. São Leopoldo, 2018

 https://pt.frwiki.wiki/wiki/L%27%C3%89volution_psychologique_de_l

%27enfant

 https://produto.mercadolivre.com.br/MLB-711652589-as-origens-do-

pensamento-na-crianca-henri-wallon-1989

 http://www.fics.edu.br/index.php/augusto_guzzo/article/view/110

 https://www.wook.pt/livro/objectivos-e-metodos-da-psicologia-henri-wallon/

84886

 https://concursoprofessores.com.br/henri-wallon-e-a-educacao-quais-sao-as-

contribuicoes/

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 https://www.webartigos.com/artigos/a-obra-de-henry-wallon-e-sua-influencia-

na-psicologia-da-educacao/65704

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