Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Fiona Cole - Voyeur 05 - Liar (Rev) R&A
Fiona Cole - Voyeur 05 - Liar (Rev) R&A
Fiona Cole
↬ Voyeur #1
↬ Lovers #2
↬ Savior #3
↬ Surrender #3.5
↬ Another #4
↬ Watch With Me #4.5
↬ Liar #5
↬ Falter #5.5
↬ Teacher #6
↬ Goner (bônus)
Para Serena
Eu não poderia manter isso sem você.
SINOPSE
Ele era amigo do meu tio, e eu era muito nova para ele.
Mas no calor do momento, contra a parede em um corredor
escuro de um clube ilícito, nada disso importava. Foi apenas
uma noite cedendo ao que nós dois queríamos.
Eu nunca esperei vê-lo dois anos depois, sentado ao meu
lado durante um jantar de família, incentivando-me a fazer
meu estágio para o negócio dele.
No primeiro dia, ambos concordamos que repetir aquela noite
seria um erro. Mas é um erro que não podemos deixar de
cometer repetidamente.
As regras são simples. Não podemos contar para o meu tio.
Temos que nos contentar com o nosso encontro no hotel. E
não vamos nos apaixonar.
Mas nós dois sabemos que somos mentirosos.
PLAYLIST
1Kate Spade New York é uma casa de design de moda de luxo americana.
Eu era uma dessas pessoas e, ao passar pela mesa
dela, eu sabia, só sabia, que se eu olhasse para cima, ela
estaria me encarando com desaprovação. Então, eu mantive
minha cabeça baixa e saí de lá. Eu precisava encontrar algo
rápido, porque a lista de opções dela era esfarrapada, e eu
não queria passar o resto do semestre com um dono de
relojoaria e joalheria. Não que eu soubesse com quem eu
queria fazer o estágio. Por isso eu estava evitando a tarefa.
Nós precisávamos encontrar um estágio não remunerado
para o semestre e criar um negócio simulado com base no
que aprendemos.
Eu não adiei intencionalmente. Eu estava apenas
esperando por algo que me excitasse, que me deixasse
empolgada como estava quando escolhi meu curso de
negócios pela primeira vez. Respirei fundo o ar frio e tentei
me lembrar desse sentimento. Um sentimento que
desaparecia cada vez mais a cada semestre que passava.
Joguei minha cabeça para trás e exalei com força, olhando
para céu azul, tentando descobrir o que estava faltando. Por
que eu estava atormentada com esse tédio? Tédio que não
era apenas na faculdade. Tédio com a vida.
“Você está tentando ver se o céu está caindo?” Minha
melhor amiga, Oaklyn, disse andando ao meu lado.
“Não, só esperando um sinal para o meu projeto de
negócios.”
“Você ainda não escolheu um?”
Continuei com o hábito do dia e evitei os olhos dela
também. Pelo menos eu tentei. Eu olhei para ela com minha
visão periférica. No momento, ela estava tirando longas
mechas de cabelo do rosto, onde o vento o soprava. Isso
diminuiu um pouco o peso do seu olhar, mas a maneira
como o sol fazia seus olhos castanhos claros brilharem
dourados como um pequeno fogo de acusação trouxe esse
peso de volta.
Revirei os olhos para ela e comecei a andar.
“E a Voyeur? Tenho certeza de que Daniel deixaria você
ser a sombra dele.” Ela mal conseguiu pronunciar as
palavras enquanto mordia os lábios com incerteza.
“Oh sim. Isso seria bom. Eu posso imaginar a
apresentação do PowerPoint.” Aprofundei minha voz e disse:
“E no slide sete, você verá que o gang bang é o desempenho
mais solicitado entre as mulheres.”
Oaklyn riu. “Na verdade, geralmente é apenas um trio.”
Parei de andar e olhei para ela. “E você parece tão
inocente.”
Nós rimos e começamos a andar novamente.
“Você sabe que pode escolher os negócios do seu pai.”
Ela sugeriu caminhando ao meu lado.
Outro revirar os olhos. “Ugh. Gasolina e componentes?
Não, obrigada.”
“Você é uma diva.”
Abri a porta do refeitório e mandei um beijo para ela
quando ela passou. “Você me ama.”
“Infelizmente.” Ela resmungou com um sorriso.
“Seja como for, você tem sorte de me ter. De fato, o
almoço é por minha conta.”
“Olivia...” Ela gemeu.
Ela odiava quando eu pagava, mas eu pagava de
qualquer maneira. Eu tinha dinheiro suficiente para pagar
seu café da manhã, almoço e jantar durante toda a
faculdade, mas o orgulho dela impedia. Seu orgulho também
impedia que seu professor-namorado sexy como pecado
pagasse. Pelo menos ele a fez sair do apartamento de merda
dela e ir morar com ele.
“Como está Callum?” Eu perguntei, mudando de
assunto.
Ela colocou a carteira de volta na bolsa com um
suspiro, mas mordeu a isca. “Bem. Ele está bem.”
“E o sexo? Como está?”
“Olivia.” Ela sussurrou.
“O quê? Ele é ridiculamente gostoso, e eu posso ainda
ter fantasias da época em que tínhamos aula com ele.”
Ela me encarou e se afastou para entrar na fila,
ignorando minha risada.
Mal nos sentamos quando uma voz profunda falou bem
atrás de mim. “Ei, Livvie-baby.” Apertei minha mandíbula
com o apelido e olhei através da mesa para encontrar
Oaklyn nem sequer se preocupando em esconder sua cara
de nojo.
“Ei, Aaron.” Eu me virei e sorri para ele por cima do
ombro.
Ele pousou o prato e sentou no banco ao meu lado.
“Você quer sair num encontro hoje à noite?”
'Encontro' era o equivalente à ‘assistir Netflix’ na sua
casa. Ele queria saber se eu queria me reunir para transar,
e depois de pensar na minha manhã, o sexo parecia bom.
“Claro.” Eu fingi ignorar o escárnio de Oaklyn.
“Fantástico. Que tal às sete e meia? Os caras vão
embora hoje à noite, então ninguém vai ouvi-la.”
Ele se inclinou e deu um beijo rápido na minha
bochecha, e eu lutei para não me afastar. Eu não gostava de
demonstrações públicas de afeto vindas de Aaron. Ele não
era meu namorado, pelo menos não mais. Ele serviu ao seu
propósito, e não era para me tocar em público. Houve um
tempo em que ele era minha prioridade. Eu me certificava
de estar bonita para ele. Eu me certificava de estar
disponível para ele. Eu me certificava de comprar a melhor
lingerie para ele.
Então ele destruiu o carinho que eu tinha por ele,
sugando minha felicidade com isso. Eu estava... deprimida,
e Olivia Witt não fica deprimida por causa de homens.
Então, eu me recompus, prometi nunca mais cair e o usei
para tudo o que valia. Claro, apenas para o meu prazer. Eu
tinha o controle. Eu determinava quando começava e
quando terminava.
Meu telefone tocou em cima da mesa e eu o desbloqueei
para ver uma mensagem da minha mãe.
Mãe: Você deveria vir jantar hoje à noite. Seu tio Daniel
está trazendo um sócio, Alexander. Ele é um senhor mais
velho que trabalha em hotéis há um tempo. Ele pode ser
uma ótima pessoa para conversar sobre seu projeto.
Minha mente evocou a imagem de um homem velho,
agarrando-se aos negócios dele para adiar a aposentadoria.
Seus hotéis provavelmente eram o Holiday Inn, e isso
parecia tão atraente quanto o dono da relojoaria e joalheria.
Eu rapidamente enviei uma mensagem de texto para
ela, informando que eu tinha planos para esta noite. Eu
podia imaginar seus lábios apertados e a decepção. Só não
queria lidar com meus pais me perguntando sobre meus
planos, meu futuro. Eu era caloura e tinha tempo de sobra
para descobrir. Não que eles se importassem com algo além
do que poderiam se gabar para seus amigos. Apesar de que
eu sentia falta do tio Daniel. Eu só teria que colocar um
lembrete na minha agenda para marcar um almoço esta
semana para compensar isso.
“Merda.” Disse Aaron, olhando em volta do prato.
“Esqueci meus talheres. Volto já, querida.”
Assim que ele saiu, Oaklyn se inclinou sobre a mesa e
perguntou: “Por quê?”
“Por que o quê?” Enfiei um pedaço de almôndega na
boca e me fiz de idiota.
“Por que você ainda sai com ele? Ele te traiu. Ele não
merece respirar o mesmo ar que você, muito menos fazer
sexo com você.”
Eu olhei para o meu garfo rodando macarrão no prato.
Aaron me traiu. Tive o prazer de pegá-lo com a cabeça
enterrada entre as coxas de uma garota na biblioteca. Mas
isso foi há quase dois anos e eu agora era um forte, incapaz
de me machucar. Ter Aaron como meu brinquedo de foda
tirava qualquer chance de algum perdedor atravessar o meu
caminho.
“É melhor dormir com o diabo que você conhece do que
com um que você não conhece.”
“Olivia...”
Havia aquele tom de aviso em sua voz. Aquele que dizia
que estava prestes a me dar um monólogo sobre como eu
estava prestando um desserviço a mim mesma com essa
decisão. Eu levantei minha mão antes que ela pudesse
começar. “Acabei de recusar o jantar com minha mãe, para
que não tivesse que ouvir isso dela. Eu realmente não quero
ouvir de você.”
Os ombros dela subiram e desceram com o suspiro. “Eu
só me preocupo com você.”
“Por quê? Eu tenho tudo o que eu quero. Mais do que
eu preciso. O que há para se preocupar?”
“Você se afasta das possibilidades. É como se todos os
anos você tentasse cada vez menos. Eu não entendo.”
“Eu não estou me fechando. Vou te dizer a mesma coisa
que digo a ela. Eu tenho toda a minha vida para estar
ocupada, para trabalhar. Por que me sobrecarregar na
faculdade quando eu deveria estar me divertindo? Por que
ser tão séria?”
“Mas você não está se divertindo. Você está esperando
que as coisas caiam do céu no seu colo e está perdendo seu
tempo sem tentar.”
“Não, eu estaria perdendo meu tempo se tentasse, e
não desse certo. Quero que valha a pena o esforço, sentir
algo pelo que estou dedicando meu tempo.”
“Você dedica seu tempo a Aaron e não sente nada por
ele.”
“Isso é uma mentira. Sinto bastante quando estou com
ele. Sinto muito prazer.” Ela não achou graça da minha
piada quando eu balancei minhas sobrancelhas. “Olha, eu
não estou aqui apenas esperando que as coisas caiam do
céu. Sei que não participo de nenhum clube nem me
inscrevi em um estágio, mas não é errado esperar por algo
que você goste. Ainda tenho um ano inteiro de faculdade
para resolver isso, e estou compelida a encontrar algo que
desperte meu interesse. Até lá, tenho muita diversão.
Projetos. Compras. Sair com você.”
Ela não parecia convencida, mas eu sabia que ela
deixaria passar. “Eu só me preocupo com você.”
“E eu te amo por isso.”
Seus olhos se voltaram para trás de mim e seu corpo
inteiro ficou tenso, endireitando os ombros e cerrando os
punhos como se estivesse se preparando para a batalha.
Olhei para trás e vi Aaron colocando o cabelo de uma ruiva
para trás e se inclinando para beijar sua bochecha. Eu
olhei... e não senti nada. Nenhuma das mágoas que senti
quando o peguei me traindo. E essa falta de sentimento foi o
motivo de eu concordar em sair com Aaron.
Eu sabia o que esperar e conseguia o que precisava
dele.
No entanto, eu não gostei de seus lábios estarem em
outra logo depois que eles estiveram em mim. Eu não me
importava que ele estivesse com outras garotas, mas eu me
importava que ele fosse tão desrespeitoso em fazê-lo bem na
minha frente.
“Aquele filho da puta.” Oaklyn rosnou.
Virei para frente e peguei outro pedaço de almôndega,
dando um encolher de ombros.
Ela finalmente desviou o olhar de Aaron e balançou a
cabeça com a minha falta de carinho.
Aaron sentou-se ao meu lado, vibrando no banco. “Ei,
Livvie, baby. Podemos nos encontrar às oito e meia? Esqueci
que tinha algo para fazer.”
Mais como alguém para fazer.
Minha irritação aumentou um pouco e eu não podia me
imaginar vendo-o hoje à noite. Eu estava tendo dificuldade
de olhá-lo agora, sem mostrar o aborrecimento no meu
rosto.
De repente, o jantar com minha família e o velho e
enrugado Alexander pareceu bastante atraente. Dei uma
mordida na salada e me virei para ele com um olhar
entediado.
“Na verdade, não posso. Planos com a família.
Desculpe.”
Seu rosto contraiu, e isso, misturado com a risada de
Oaklyn, fez meu ânimo subir. O suficiente para dar um
sorriso genuíno.
Veja, eu me diverti.
02
Kent
2
Nos Estados Unidos, uma sociedade de honra é uma organização de classificação que reconhece a excelência entre os pares...
Principalmente, o termo refere-se a sociedades de honra escolástica, aquelas que reconhecem estudantes que se destacam
academicamente ou como líderes entre seus pares, geralmente dentro de uma disciplina acadêmica específica.
Meus olhos encontraram os de Daniel do outro lado da
mesa, e eu quase ri de seus olhos.
Eu mantive minha resposta curta sem dar munição
para continuar a conversa. “Sim, eu vi.”
“E…?”
“E eu vou dar uma olhada.” Sem promessas ou
garantias, dessa forma, ela não poderia usar isso contra
mim quando eu não entrasse. Nada do que a Honor Society
fazia me atraiu. Não queria ir às reuniões formais e
sufocantes. Se eu quisesse fazer um trabalho de caridade,
não precisava fazer isso com um monte de gente que eu nem
gostava.
“Alguém gostaria de beber mais?” Mamãe perguntou.
“Kent?”
“Não, Julia. Estou bem, obrigada. Na verdade, eu vou
até o banheiro.”
“Você se lembra de onde ele fica?” Daniel perguntou.
Kent assentiu e desapareceu na esquina.
“Ele já esteve aqui antes?” Eu perguntei surpresa por
nunca o ter conhecido em nossa casa.
“Sim, Kent e eu nos conhecemos há muito tempo. Ele
esteve aqui algumas vezes. Eu suponho que você sempre o
perdeu apenas.”
E, no entanto, eu não o tinha perdido ele naquela noite
no Voyeur. Interessante como as coisas aconteceram.
Olhei para o assento vazio e rapidamente limpei meu
prato da última mordida. “Eu vou correr até o meu quarto
bem rápido. Eu preciso pegar alguns livros para a aula.”
Saí e passei as escadas que levavam ao meu quarto e
fui em direção ao banheiro no corredor. Eu precisava
apenas dizer oi para ele em particular. Eu precisava olhar
nos olhos dele sem fingir que nunca nos conhecemos. Eu
podia nunca mais vê-lo depois desta noite. Quero dizer, de
alguma forma, eu o perdi por vinte anos, não podia dizer
que não iria perdê-lo por mais vinte anos.
Girei cuidadosamente a maçaneta, fechando os olhos e
enviando um desejo rápido de que não estivesse trancada.
Quando ele virou completamente, mordi meu lábio para
segurar o sorriso que tentava se libertar. Empurrei a porta
rapidamente e entrei, fechando-a suavemente atrás de mim.
Os olhos de Kent se arregalaram por cima do ombro
enquanto ele lavava as mãos na pia.
Inclinando minhas costas contra a porta, olhei por um
momento, observando seu corpo magro, seus cabelos
escuros com alguns fios cinza. Notei que sua barba estava
aparada e ostentando mais cinza do que quando eu o vi pela
última vez. Se alguma coisa, ela o deixou mais sexy.
“Oi.” Eu sussurrei. Minhas intenções eram inocentes
quando entrei pela porta, mas se ele pedisse, eu faria o que
ele quisesse. Bem aqui, com meus pais ali na sala.
Suas sobrancelhas franziram, e ele engoliu em seco,
arrancando a toalha da prateleira e secando as mãos com
movimentos bruscos. “O que você está fazendo aqui?” Ele
sussurrou severamente.
Eu quase queria rir de seus olhares nervosos para a
porta como se ele esperasse que alguém invadisse a
qualquer momento. “Eu estava apenas dizendo oi, Kent.”
Ele respirou fundo e suspirou. Seus ombros finalmente
relaxaram enquanto ele passava a mão pelos cabelos. “Você
não deveria estar aqui, Olivia.”
“Eu sei. Eu só queria dizer oi sem fingir que não nos
conhecíamos.” Eu dei um pequeno sorriso. “Prometo não te
assediar.”
Ele deu uma risada. “Confie em mim, você não
precisaria me forçar a nada.” Ele me encarou
completamente com toda sua atenção. Seus traços
relaxaram, e isso me lembrou de quando conversamos sobre
lanches à meia-noite entre sessões de sexo. Ele parecia o
Kent que eu conhecia e não o Alexander frenético de dez
minutos atrás. Um lado de seus lábios se inclinou e ele
olhou para mim como uma lembrança boa. Uma que não
seria repetida.
Um peso afundou do meu peito para o estômago. Não
fiquei surpresa com isso, apenas me surpreendi com o quão
triste fiquei com a decepção. Abaixei minha cabeça para
esconder a respiração profunda que estava tomando para
tirar o peso do meu peito.
Seus sapatos apareceram, quase beijando as pontas
dos meus. Então a mão dele apareceu quando ela estendeu
a ponta do meu queixo. O calor do arranhar singular e
simples de seu dedo na minha pele floresceu do local,
inchando meus lábios, endurecendo meus mamilos e
mergulhando em meu estômago, de alguma forma
misturando-se com a decepção, lutando pelo domínio.
“Você sabe que não me arrependo de nada naquela
noite, mas se Daniel descobrisse, não iria acabar bem.”
Ele estava apenas expressando o que eu tinha visto em
seus olhos um momento antes. A decepção venceu, e desta
vez não lutei. Eu levantei uma sobrancelha e dei a ele meu
sorriso mais sexy, curtindo seus dedos na minha pele um
pouco mais antes de me afastar.
“Também não me arrependo de nada. Você sabe que,
no momento, nada parecia mais importante que sentir
você.” Eu ri baixinho, finalmente interrompendo a conexão
quando deixei minha cabeça cair de volta para a porta. “Mas
sentar com mamãe, papai e você no jantar foi uma situação
estranha que eu não esperava enfrentar.” Ele riu comigo,
passando a mão pelo cabelo novamente. “Não se preocupe.
Eu não pretendo ir lá fora e anunciar que sei como é
engasgar com seu pau.”
Seus olhos se voltaram para os meus, o calor fazendo o
marrom escuro parecer quase preto. Um grunhido retumbou
em seu peito. Apertei minhas coxas com o olhar predatório,
meu sorriso crescendo de como eu ainda podia afetar esse
homem. Eu não pude evitar. Ele ficou lá, tão alto e largo, tão
maduro. Eu sabia o quão brincalhão ele podia ser, e queria
tirá-lo dele, apenas para mim, neste pequeno espaço.
“Essa é uma boa decisão.” Ele conseguiu espremer o
queixo.
Afastei-me da porta e me aproximei dele, lutando
contra o desejo de subir até os dedos dos pés e beijar sua
bochecha. Eu queria cheirar sua pele para ver se ainda
cheirava a sândalo laranja que me atraiu quase dois anos
atrás. Mas de alguma forma, eu lutei contra o desejo e virei
no pequeno espaço, meu ombro roçando seu peito e abri a
porta. Examinei o corredor e antes de sair, olhei por cima do
ombro e dei uma piscadela. “Vejo você lá fora, Kent.”
Corri rapidamente para o meu quarto e peguei um livro
aleatório para enfiar na minha bolsa antes de voltar para a
mesa de jantar. Kent me deu um olhar superficial e parecia
ter relaxado desde a nossa pequena conversa no banheiro.
Provavelmente sentindo alívio por eu não ter caído a seus
pés e implorando por uma repetição.
Sentei-me no meu lugar ao lado de mamãe e ela me
passou uma taça de vinho. Meu pai deu a ela um olhar
irritado, mas ela acenou para ele. “Ela fará vinte e um em
um mês. Não me olhe assim, David.”
Tomei um gole do líquido fresco, o sabor das maçãs,
persistindo na minha boca muito tempo depois de engolir o
vinho seco. Sorri ao redor da borda do meu copo quando
notei um tique muscular na mandíbula de Kent à menção
da minha idade.
“Olivia, como está seu projeto? Você já encontrou um
negócio para estagiar?” Minha mãe perguntou.
“Bem, você não me deixa trabalhar com o tio Daniel,
então estou perdida.”
Daniel riu e piscou para mim. “Boa tentativa. Não
queremos que seu professor tenha um ataque do coração
com sua apresentação. Ou estragar essa mente angelical.”
De acordo com minha família, eu só sabia o que era
Voyeur a partir de alguns comentários feitos aqui e ali por
Daniel e papai. Ninguém além de Kent sabia que eu já tinha
entrado lá e corrompido meu lado angelical.
“Por que você não faz estágio com Kent?” Daniel
sugeriu. “Tenho certeza que ele pode conseguir um lugar
para você.”
Todo o relaxamento que Kent ganhou desde que voltou
para a sala desapareceu. Seus ombros ficaram tensos e sua
cabeça apontou para Daniel.
“Ummm...” Eu hesitei.
Daniel não percebeu e continuou falando sobre a ideia.
“Sim, seria ótimo. Ele está abrindo um novo hotel aqui em
Cincinnati, grande e sofisticado. Está nos estágios finais,
então você poderá ver como os negócios finais estão
configurados. Vai ser ótimo.”
“Hum.” Kent começou. “Não tenho certeza se isso
funcionará. Também tenho o de Nova York que precisa de
mim e não estarei aqui com muita frequência.”
“Bobagem.” Minha mãe disse, acenando com a mão
como se estivesse eliminando o problema. “Vi os critérios do
projeto. Ela só precisa de algumas horas por semana.”
“E ela poderia trabalhar com um de seus gerentes se
você não estiver lá.” Acrescentou Daniel.
Eles continuaram conversando, elaborando os planos,
cada ideia tornando cada vez mais difícil recusar. Kent
continuou abrindo a boca para falar, mas eles conversavam
sobre ele, fechando qualquer coisa que ele ia dizer. Eu
poderia dizer que ele não estava muito interessado na ideia,
mas não tinha argumentos para negar.
“Depende realmente de Olivia se ela está interessada ou
não.” Disse ele quando finalmente teve espaço para falar.
Seus olhos deram um olhar hesitante. Ele provavelmente
queria que eu dissesse não, que desse a ele uma saída.
Mas pela primeira vez desde que eu concordei em foder
um homem mais velho em um clube de sexo, meu coração
disparou. Minha pele formigou de excitação como se eu
tivesse minha mão em uma bateria, e a eletricidade passou
por mim. Oaklyn disse que eu não podia simplesmente
esperar que as coisas caíssem do céu. Ela me disse que eu
tinha que assumir o comando.
Então, eu ignorei o olhar de Kent e assumi o comando.
“Eu adoraria.”
04
Kent
***
Meus sapatos não emitiram som enquanto eu
caminhava da porta giratória para o homem parado na
recepção.
Ele estava debruçado com uma mulher ao lado dele.
Uma mão estava apoiada na mesa, os antebraços flexíveis,
visíveis de onde a camisa estava enrolada. A outra mão
segurava um café, e eu quase o desejei movê-lo para a boca,
para que eu pudesse assistir seus lábios se curvando ao
redor da borda. Apenas o pensamento me fez contorcer.
A mulher ao lado dele, ficou de pé e me notou primeiro,
me dando um sorriso brilhante. Eu quase vacilei com o
quanto ela era linda. Ela gritava sucesso em suas calças
largas e blusa de seda creme, e eu não sabia dizer se estava
com ciúmes de sua confiança ou da maneira como ela
parecia tão familiarizada com Kent. Ela era namorada dele?
Ele estava transando com ela? Ele a fudeu como ele tinha
feito comigo?
“Você deve ser Olivia.” A morena alta me
cumprimentou. “Sou Carina, gerente de projetos. Prazer em
conhecê-la.”
Vi Kent parado na minha visão periférica, mas mantive
minha atenção focada em Carina. Kent não queria repetir, e
eu não ia me fazer de boba, dando a ele toda a minha
atenção. “Prazer em conhecê-la, Carina.”
Ela recolheu os papéis espalhados sobre a mesa, cheios
de cores e desenhos. “Vou organizar esses produtos finais e
encomendar até o final da semana.” E então ela se virou e
me deixou sem mais nada para fazer, além de finalmente
encarar Kent.
Eu dei a ele um sorriso sem graça, um que eu teria
dado a um estranho na rua. “Bom dia, Sr. Kent.”
Sua boca se contorceu como se ele estivesse lutando
com um sorriso, e como esperado, seus olhos caíram nos
meus lábios pintados de vermelho. “Bom dia, Olivia. E me
chame de Kent.”
“Então, quais os planos para hoje?”
Ele olhou por um longo momento, seus olhos me
avaliando como se me encarar por um tempo suficiente
traria uma resposta para uma pergunta que eu nem sabia
qual era. Se eu soubesse, eu o ajudaria a responder.
Qualquer coisa para diminuir a intensidade do seu olhar.
Eu mantive meu rosto neutro, mas não conseguia parar
a maneira como meu coração acelerou enquanto os
segundos passavam. Eu não conseguia parar a maneira
como respirei com dificuldade para obter mais oxigênio para
os pulmões, quase ofegando.
Finalmente, ele desviou o olhar e tomou outro gole de
café. “Examinei o esboço do projeto que você enviou por e-
mail ontem à noite e tenho certeza de que podemos resolver
tudo isso antes do prazo final. Estamos nos estágios finais
de conclusão. Será o momento perfeito para você observar.”
Ele foi para a parede dos fundos, onde um Keurig3 estava
colocado. “Como você prefere o seu café?”
Ele não perguntou se eu queria café. Aparentemente,
seu domínio se estendia além do quarto. “Preto, por favor.”
Ele congelou e olhou para mim por cima do ombro com
uma sobrancelha levantada. “Eu achei que você era uma
garota com creme e açúcar.”
“Preto como minha alma.”
Ele riu e voltou à sua tarefa. Uma vez que a tampa
estava firmemente no lugar, ele me entregou meu copo. Eu
queria suspirar quando meus dedos roçaram os dele. O
3
Marca de uma máquina de café expresso;
pequeno toque foi íntimo e um lembrete de como estávamos
fingindo que não tínhamos nos tocado antes.
“Eu vou te levar para conhecer todo mundo.” Ele
esticou o braço na direção dos fundos e deu um passo ao
meu lado quando comecei a andar. “Eu tenho uma reunião,
mas Vivian é a gerente do hotel e poderá ajudá-la com
qualquer dúvida.”
Felizmente, ele não estava olhando e não podia ver a
careta que eu não consegui esconder. Fiquei decepcionada
comigo mesma por deixar que o fato dele não estar lá comigo
me fazer agir como uma criança fazendo beicinho. Não me
apegaria emocionalmente. Não havia necessidade. Eu tinha
vinte anos e tinha muito tempo. Eu não tinha pressa de
experimentar o que Aaron me fez passar dois anos atrás.
Talvez eu precisasse aceitar a oferta de Aaron e
encontrá-lo hoje à noite. Eu não precisava ficar. Eu nem
precisava fazer sexo. Bastava ir lá, fazer com que ele gozasse
sobre mim e depois sair. A ideia fez com que meu cenho se
franzisse enquanto alcançamos o resto dos trabalhadores.
Kent não perdeu muito tempo fazendo as apresentações
antes de sair como se o prédio estivesse pegando fogo.
Vivian assumiu o controle, como prometido. Ela parecia tão
profissional quanto Carina, mas com o dobro da idade e
metade da altura. A confiança era a mesma, e eu a admirava
por isso.
Eu não esperava muito quando me inscrevi para isso,
mas rapidamente me peguei gostando dos tópicos. Fiz mais
perguntas e, na verdade, fiz uma sugestão para Vivian em
uma de suas reuniões rápidas. Seu elogio à minha ideia me
fez ficar um pouco mais ereta. Isso me deixou ansiosa pelos
próximos meses, e a ansiedade não fazia parte do meu
repertório emocional a mais tempo do que eu conseguia
lembrar.
Era o fim do dia e eu estava em pé na recepção, com o
cotovelo apoiado na mesa e o queixo na mão. Eu estava tão
focada em percorrer a configuração financeira que nem
percebi que alguém estava atrás de mim até que uma
garganta pigarreou.
Eu chequei por cima do ombro para encontrar Kent
tentando impedir que seus olhos olhassem para minha
bunda, perfeitamente exibidos na saia lápis vermelha
apertada.
“Gostou do que está vendo?” Eu provoquei.
Ele não respondeu, mas sua boca se inclinou para um
lado, e isso foi suficiente para mim.
“Como foi hoje?” Ele perguntou.
“Bem. Seu hotel é mais divertido do que eu esperava.”
“Eu procuro agradar.”
“Eu lembro.”
A mandíbula de Kent apertou. Ele respirou fundo, mas
novamente, não reconheceu o meu comentário. “O que você
está olhando?”
“Configurações financeiras. Vivian me fez olhar os
números projetados de Carina.”
“Deixe-me dar uma olhada.”
Eu achava que ele esperaria que eu saísse do caminho,
mas, em vez disso, ele deu um passo atrás de mim e pegou o
mouse.
Minha respiração ficou presa em meus pulmões, assim
como meu corpo estava preso entre a mesa e o homem duro
e quente atrás de mim. Não ousei me mexer, não querendo
afastá-lo. Fiquei parada e observei seus dedos longos se
moverem sobre o mouse e salivei quando me lembrei de
como era sentir eles dentro de mim.
Minha pele vibrou como um fio vivo enquanto eu lutava
para me impedir de pressionar contra ele. Se eu estivesse na
ponta dos pés, eu poderia pressionar minha bunda
diretamente na virilha dele. Eu o encontraria duro? Ele iria
me parar?
Eu estava tão perdida em minha fantasia que quase
pulei quando sua respiração fez cócegas no meu pescoço.
Fechei os olhos, questionando se estava imaginando tudo,
se estava fazendo disso mais do que realmente era. Talvez
ele não estivesse tão perto quanto eu pensava. Talvez ele
apenas tenha respirado muito forte.
Mas então meu cabelo mudou, e seu calor pressionou
contra minhas costas, mesmo que ele não estivesse me
tocando. Ele emanava de Kent e me alcançou. Eu balancei
de volta, mas ainda não o pressionei. Eu só queria estar
mais perto.
Um pequeno gemido rastejou dos meus lábios ofegantes
quando sua barba raspou suavemente contra a pele macia
do meu pescoço. E então um gemido quando o ouvi respirar
fundo.
“Cupcakes.” Ele sussurrou, sua voz profunda como
cascalho. “Você ainda cheira como os cupcakes mais doces.”
Eu estava prestes a desistir, me pressionar totalmente
contra ele, enfiar meus dedos em seus cabelos e puxá-lo
para baixo para que eu pudesse me virar e beijá-lo. Apenas
um fôlego longe de estalar.
“Senhor Kent.” Chamou Vivian.
Kent se afastou e uma onda de ar frio correu para
substituir seu calor, causando calafrios pelo meu corpo. Eu
levei um momento para me recompor antes de me virar e ver
a expressão no rosto de Vivian. Se ela visse alguma coisa,
contaria a Daniel? A ideia de Daniel saber que eu estava
praticamente me jogando no melhor amigo dele, me arrepiou
a espinha. Não queria ver como ele me olharia sabendo
disso. Mas quando eu olhei para ela, ela estava andando na
esquina, os olhos colados nos papéis na mão. Ela olhou
para cima e me deu o mesmo sorriso caloroso que ela me
deu o dia todo.
“Ei, Olivia. Se você acabou de pesquisar, está livre para
ir. Você mais do que cumpriu suas horas do dia.”
“Ok. Muito obrigada por toda sua ajuda.” Eu apenas
brevemente deixei meus olhos olharem para os de Kent,
esperando que ele estivesse olhando para o outro lado, mas
estava olhando para mim. Meu olhar foi rápido demais para
avaliar o que estava escondido nas profundezas escuras,
mas agora não era hora de olhar, por mais que eu quisesse.
“Como ela foi hoje?” Kent perguntou a Vivian.
“Fantástica. Você pode ter que colocá-la na folha de
pagamento se ela continuar ajudando.” Eu sorri para sua
piscadela.
“Vamos ver o que podemos fazer.”
E essa foi a última vez que eles reconheceram minha
presença, se virando um para o outro e repassando o que
estava na mão de Vivian. Tomei isso como minha sugestão
para sair e peguei meus pertences do escritório.
Todo mundo se despediu e garantiu que eu voltasse
novamente. Eu tive que admitir que era bom me sentir tão
aceita.
Também era bom que, quando eu estava saindo, me
virei para dar uma última olhada em Kent e o vi olhando
para minha bunda. Eu parei e ele olhou para cima para
descobrir que ele foi pego. Eu balancei meus dedos adeus e
mordi meu lábio para não sorrir para sua mandíbula
apertada e boca se contorcendo.
Quando comecei minha saída novamente, certifiquei-
me de adicionar um balanço extra aos meus quadris,
esperando que ele gostasse do show.
Não, Kent e eu não íamos repetir nossa noite juntos,
mas isso não significava que eu não poderia me divertir
flertando e torturando-o com lembranças.
06
Olivia
***
***
***
4
Key & Peele, do canal Comedy Central, é um programa de comédia muito assistido da televisão americana, “Substitute Teacher”
está dentro deste programa. No quadro cheio de improvisos, o professor pronuncia os nomes dos alunos de uma forma perfeita, o
que torna engraçado e criou vários memes, inclusive com camisetas. Aa-ron é um deles. Quem estiver interessado, os vídeos estão
disponíveis no youtube.
“Ei.” Uma palavra e um arrepio percorreram minha
espinha. O calor se espalhou quando me lembrei de todas as
maneiras pelas quais suas palavras me fizeram gozar neste
fim de semana. “Só queria ligar e te checar. Eu queria ter
certeza de que você estava se sentindo bem e não estava
muito dolorida.”
Tentando esconder meu sorriso, abaixei o queixo e me
afastei de Aaron. “Não, eu estou bem.” Eu respondi neutro.
“Veja, ela está sorrindo.” Disse Aaron vitoriosamente,
em voz alta. “Obviamente, ela me quer aqui.”
“Quem é esse?” A voz de Kent passou de suave e
sensual para dura.
“Um colega da faculdade.” Abri a boca para explicar
mais, mas não precisava. Além disso, eu meio que gostei da
ideia dele estar com ciúmes. Era justo considerar o fogo que
me consumira quando soube que ele estava com Paige.
Houve uma longa pausa, e prendi a respiração,
imaginando quais seriam as próximas palavras dele. Eu não
o conhecia o suficiente para saber como ele reagiria. Ele
desligaria? Terminar aqui e agora? Ele ficaria bravo? Não se
importa?
“Você voltará para casa mais tarde? Eu posso ligar de
volta?”
Eu soltei a respiração que estava segurando. “Eu devo
estar em casa mais tarde para conversar.”
“Livvie-baby, você pode estar em casa mais tarde, mas
pretendo deixá-lo ocupada demais para conversar. Sua boca
estará ocupada com outras coisas.” Aaron disse suavemente
no meu cabelo, mas não o suficiente para não ser ouvido
através do telefone.
“Aaron.” Rosnou Oaklyn.
Eu não pude dizer nada. O telefone quase escorregou
dos meus dedos quando me virei, de queixo caído, para
encará-lo. O calor ardente escaldou meu rosto, e eu queria
dar um soco nele por ser um idiota tão nojento e estúpido.
“Não importa.” A voz de Kent me puxou para fora do
meu choque. “Você estará ocupada. Tenha uma boa noite,
Olivia.”
“Esper...”
Mas não tive a chance, porque ele desligou antes que
eu pudesse explicar.
Eu gentilmente coloquei o telefone sobre a mesa,
respirando fundo para recuperar minha compostura. Mas
não importa quantas respirações profundas eu tomei,
quando me virei para ver o rosto sorridente de Aaron,
apenas um pensamento passou pela minha cabeça.
Eu ia matá-lo, porra.
***
Kent
***
7
Apresentador do programa - Project Runway onde desenhistas de moda competem para ganhar seu próprio desfile nas mais
prestigiosas semanas de moda
Ele fez uma pausa, arrastando os dedos para cima e
para baixo nos meus braços, deixando arrepios em seu
rastro. “Combina com você.”
“Daniel disse isso também. Mamãe sempre deu um
tapinha na minha cabeça e me disse que meus desenhos
eram bonitos, mas Daniel me pressionou para fazer mais.
Ele viu mais do que apenas uma garota que gostava de
roupas.”
“É muito fácil ver se alguém tem tempo para olhar para
você e realmente te ver.”
Suas palavras eram simples e ditas sem qualquer
hesitação, mas afundaram e atingiram um ponto que muitas
pessoas não foram capazes de alcançar, não um ponto que
eu deixei muitas pessoas alcançarem. O fogo queimou a
parte de trás dos meus olhos, e eu pisquei para manter as
lágrimas afastadas.
“Obrigada, Alexander.”
“Apenas afirmando a verdade, Olivia.”
Debrucei-me e beijei seu braço, apenas precisando
mostrar-lhe um pingo de carinho pelo impacto de suas
palavras. “Você deveria ficar esta noite.” Eu sussurrei contra
sua pele.
Ele ficou rígido por apenas um momento. “Você tem
certeza?”
Eu amei que ele perguntou. Eu sabia o quanto ele
queria que eu falasse com Daniel. Eu sabia o quanto lhe
custava estar perto de seu melhor amigo e não admitir o que
estávamos fazendo. Mas eu ainda não conseguia dizer as
palavras, o medo do desconhecido, de perder alguém que me
vê além do meu amor fofo por roupas, me aterroriza, e eu
não estava pronta.
Eu o amava por entender, e eu o queria na minha cama
hoje à noite. Posso não ser capaz de admitir nossa verdade
ainda, mas poderia dar isso a ele. “Sim. Agora, quieto, eles
estão prestes a fazer o desfile. Também gosto de criticar e
ver se as minhas críticas se aproximam das criticas dos
juízes.”
“Sim, senhora. Juíza.”
***
“Eu sou muito grata pela sua vinda hoje, Sr. Kent.”
Disse Elizabeth Arden, abrindo a porta do auditório.
“É uma honra vir falar com nossos futuros
empreendedores.”
“Esperançosamente, nossos futuros empreendedores.
Não tenho certeza de que todos conseguirão.” Ela colocou
seus livros e papéis e se encostou na mesa de madeira para
me encarar. “A Srta. Witt parece que será uma das únicas a
conseguir isso.”
Meu coração galopou mais forte e apertou-se de uma só
vez com a menção do nome de Olivia. Nós não estávamos
fazendo nada de errado, mas eu tinha certeza de que uma
aluna fodendo o homem que a ajudava em um projeto da
escola seria muito desaprovado.
“Eu não esperaria nada menos.” Eu consegui com um
tom suave.
“Eu estava preocupada que ela acabasse reprovando
nessa matéria. Ela estava muito apática quando começou,
mas uma vez que começou a trabalhar na sua empresa, ela
parecia revitalizada e mais animada do que eu já a tinha
visto.
“Ela é muito talentosa. Eu... minha empresa teve muita
sorte de ter a ajuda dela.”
Os cabelos da Dra. Arden caíram para frente quando
ela olhou para baixo e riu. “Sim, ela se gabou um pouco
sobre suas idéias serem utilizadas.”
Eu olhei para baixo também, para esconder o sorriso
que eu conhecia, deixando escapar minha adoração.
Quando olhei para cima, a Dra. Arden estava me
observando, mordendo o lábio. “Talvez possamos almoçar
depois disso, se você estiver livre.”
Ela era uma mulher bonita perto da minha idade.
Desta vez, no ano passado, eu teria aproveitado a chance de
foder com essa mulher, aproveitado a oportunidade de
representar qualquer fantasia de professora que eu tivesse.
Mas não mais. Agora, a ideia de mudar de uma mulher para
outra parecia cansativa. Se eu tivesse alguma fantasia de
professora, sabia que Olivia ficaria mais do que feliz em
representá-la.
“Agradeço a oferta, mas tenho que voltar ao escritório
antes de sair.”
Se ela estava envergonhada com a minha rejeição, ela
não demonstrou. Ela simplesmente encolheu os ombros.
“Tudo bem.” Levantando-se de sua posição, ela se virou para
folhear alguns papéis. “Sinta-se à vontade para preparar o
que precisar. Os estudantes devem estar chegando a
qualquer momento.”
Na hora, a porta se abriu e eles entraram. Fiz o possível
para não procurar por Olivia, mas não precisei me
preocupar. A energia ao meu redor mudou quando ela
chegou, como se seu corpo chamasse pelo meu. Ela segurou
meu olhar por apenas um momento. Apenas tempo
suficiente para ter certeza de que eu via o jeito que a língua
dela passava pelos lábios e o jeito que ela me examinava da
cabeça aos pés.
Meu pau endureceu e me mudei para ficar atrás do
púlpito para esconder o que ela fez comigo. Eu lutei para
controlar minha excitação quando ela se sentou na primeira
fila e continuou passando os dedos pela clavícula exposta
logo abaixo da corrente de prata. Ela usava um vestido
estampado floral que brincava nas coxas com tiras finas. Ela
estava com um cardigã grosso, mas ela o deixou escorregar
do ombro, e até mesmo aquele simples flash de pele me fez
querer mordê-la, marcá-la lá, para que todos soubessem
que ela era minha.
Especialmente quando aquele idiota do pau de lápis
sentou ao lado dela e não conseguia tirar os olhos do decote
dela. Olivia olhou e puxou o suéter de volta, afastando-se o
máximo que pôde em seu pequeno assento.
A Dra. Arden me apresentou e comecei meu discurso
sobre como entrei nos negócios e meu sucesso com eles. O
tempo todo, minhas emoções oscilavam de ciúmes,
querendo rasgar Aa-ron, para um desejo ardente, me
imaginando transando com ela na frente de todos.
Quando chegamos a parte de perguntas e respostas,
meu pau estava esticando os limites das minhas calças.
Fiquei ainda mais excitado quando Olivia encarou cada
garota que fazia uma pergunta abertamente flertando
comigo.
“Você certifica-se de testar todas as camas em cada um
de seus hotéis para garantir que elas tenham o suficiente...
balanço?”
“Como você garante que os móveis sejam
suficientemente resistentes para visitantes difíceis?”
Não sabia por que fiquei surpreso com as perguntas
ousadas, considerando que Olivia havia me perseguido
abertamente, mas respondê-las era como caminhar por um
campo minado. Fiquei agradecido quando a Dra. Arden nos
informou que a aula havia terminado.
“Eu tenho que correr.” Disse a Dra. Arden.
“Não tenha pressa. Ninguém usa essa sala pelo resto do
dia.”
Com mais alguns agradecimentos, ela se foi.
Algumas das meninas se demoraram, mas quando eu
dei muita atenção, elas rapidamente foram embora. Olivia
levou um bom tempo arrumando seus cadernos, garantindo
que ela fosse uma das últimas a sair da sala. Quando a sala
estava quase vazia, ela se aproximou. Ela tinha acabado de
abrir a boca quando o pau do lápis jogou o braço em volta
dos ombros dela e a puxou para perto.
“Como está a nossa garota, Alex?”
Meu corpo inteiro se apertou, observando seu braço em
volta da minha mulher. O fato de ele ser um idiota arrogante
se dirigindo a mim como se me conhecesse era apenas a
cereja do bolo de raiva que me consumia. Meus músculos
doíam de me segurar para não agredir uma porra de um
estudante.
Eu nem sequer registrei a reação de Olivia, estava tão
consumido encontrando maneiras de matar Aaron e
esconder seu corpo. Quando tive certeza de que conseguiria
escapar de ser pego, dei um passo à frente. Mas, assim
como eu, Olivia reagiu.
Ela torceu os ombros e se abaixou sob o braço dele,
empurrando-o por uma boa medida. “Eu não sou sua
garota, Aaron.” Ela rosnou. “Eu não posso acreditar o quão
desrespeitoso você está sendo agora. Especialmente na
frente do Sr. Kent.”
Aaron, indiferente e aparentemente alheio aos sinais de
alerta de que ele talvez não saísse desta sala inteiro, voltou
a invadir o espaço pessoal de Olívia. “Você pode não ser
minha garota.” Disse ele com aspas no ar. “Mas você é
minha amiga de foda. Tenho certeza que Alex entende. Ele
esteve na faculdade uma vez.”
Foi isso. Ele estava morto. Minha mão já estava
levantando quando Olivia deu um passo para ficar entre
Aaron e eu.
“O que o Sr. Kent” disse ela, frisando meu nome, “fez na
faculdade não importa. O que importa é que você vai parar
de me tocar.” Ela deu um passo à frente e Aaron deve ter
lido algo em seu rosto porque, pela primeira vez, ele recuou.
“Pare de assumir que sou sua. Pare de me ligar. De fato, Aa-
ron, pare de se lembrar de que eu existo e vá se foder.”
Pau de lápis engoliu, e eu mal contive minha risada por
ele estar com tanto medo dessa bola de fogo na frente dele.
Não demorou muito para ele se recuperar. Ele puxou os
ombros para trás e torceu o rosto. “Tanto faz. Sua perda.”
E com isso, ele se foi. Felizmente, para sempre.
Os ombros de Olivia se levantaram e respiraram fundo
antes de se virar para mim com uma torção envergonhada
nos lábios. “Me desculpe por isso.”
Minha primeira reação foi puxá-la em meus braços e
dizer-lhe como eu estava orgulhoso por ela ser uma durona,
mas de alguma forma, eu me contive. Em vez disso, reagi
com o desejo e a necessidade que vinha se formando na
última hora. “Feche a porta.” Eu pedi.
Seus olhos se arregalaram e a cor subiu em suas
bochechas. “Kent, não podemos.”
“Eu pedi sua permissão?”
“Não.” Ela respirou.
“Então feche a porta.”
Ela engoliu em seco, virando-se para fazer o que lhe foi
dito. Quando ela voltou para mim, eu estava ao lado da
mesa do professor, esperando por ela.
“Venha aqui.”
Seus passos estavam quase silenciosos enquanto ela
atravessava a sala até ficar a centímetros de mim. Sua
língua deslizou sobre seus lábios carnudos, e lutei por me
inclinar para mordê-los, chupar sua língua em minha boca
e prová-la.
“Coloque suas mãos sobre a mesa.” Eu pedi.
Ela parecia tão inocente com seus grandes olhos azuis,
pele lisa e a sala de aula atrás dela. Não deveria ter me
excitado tanto quanto aconteceu, mas não pude evitar. Toda
aquela inocência mascarava a mulher selvagem e erótica
embaixo. Ela colocou as mãos na beirada da mesa e ajeitou
os quadris, alargando as pernas sem nem mesmo saber. Ela
apresentou sua bunda perfeitamente.
Ela pulou quando meus dedos acariciaram a parte de
trás de sua coxa, mas não se mexeu. Acima, acima, acima,
minha mão se arrastava, deixando arrepios em seu rastro
até que cheguei à curva gorda de sua bunda. Eu levantei
delicadamente a saia do vestido e descansei acima de seus
quadris. Sua calcinha de renda branca cobria apenas
metade das bochechas pálidas. Acariciei a pele, massageei-a
na minha mão, nunca alcançando entre suas pernas, não
importa o quanto ela se contorcia.
“Kent.” Ela respirou.
Tapa.
O estalo contra sua bunda vibrou pela sala,
imediatamente seguido por seu grito e depois um gemido.
Tapa, tapa, tapa.
Eu fiz chover tapas rápidos, cobrindo cada centímetro
pálido com a marca vermelha da minha mão. Parando para
tirar um tempo para suavizar a queimadura, apenas para
espancá-la novamente. Quando terminei, ela estava
choramingando e esfregando suas coxas, mas rapidamente
agarrei seus quadris e chutei seus pés, abrindo espaço para
mim entre suas coxas.
Eu arrastei minha mão e peguei sua boceta molhada,
segurando firme. “Você é minha.” Eu rosnei contra a parte
de trás do pescoço dela. Eu precisava ouvir a confirmação,
mesmo que fosse redundante. Observando as mãos de
Aaron nela, as dúvidas de meu irmão, a chance de perdê-la,
tudo pesou em mim, e eu só queria ouvi-la dizer isso.
“Sou sua.”
Era a única confirmação que eu precisava antes de
puxar sua calcinha de lado e libertar meu pau, não
esperando um segundo antes de empurrar todo o caminho.
Nós dois gememos, finalmente aliviados por cuidar da dor
que nos consumia na última hora. Paramos de usar
preservativos, e cada vez que eu entrava nela, seu calor
úmido me trazia até a borda.
“Segure, baby.”
Seus nós dos dedos ficaram brancos, segurando a
mesa, e eu não me contive quando segurei seus quadris e a
fodi sem piedade.
“Kent.” Ela choramingou. “E se alguém entrar?”
“Deixe-os.” Eu disse entre dentes. “Deixe eles me verem
reivindicando você. Deixe-os me assistir te foder, deixando
minha marca em você. Então todos saberão que você é
minha.”
Alcançando ao redor, agitei meus dedos em torno de
seu clitóris rápido e duro. Por mais que eu não me
importasse se alguém me pegasse com as bolas dentro dela,
eu sabia que ela iria. Então, comecei a fazê-la gozar rápido.
Sua mão bateu na boca para conter seus gritos quando
sua boceta apertou meu pau, puxando meu próprio orgasmo
de mim. Debrucei-me sobre suas costas e mordi seu ombro,
gemendo meu prazer, derramando meu esperma dentro
dela.
“Porra, eu te amo tanto.” Eu sussurrei, beijando pelas
costas dela. Ela virou a cabeça e me encontrou no meio do
caminho para encontrar meus lábios.
“Eu também te amo.”
Saí dela e limpei nós dois com o lenço que mantinha no
bolso do terno.
Uma vez que ela ajeitou o vestido, ela se virou para
mim, e eu a puxei em meus braços para outro beijo.
“Não que eu esteja reclamando, mas o que o deixou tão
excitado e incomodado? Além de mim, é claro.”
Eu arrastei meu nariz ao longo do dela e pressionei
minha testa na dela. “Ver Aaron falar com você, e não ser
capaz de puxá-la para perto, me matou.”
“Eu também não estava muito emocionada com todas
aquelas garotas penduradas em cada palavra sua.”
“Você seria capaz de esfregar na cara delas se admitisse
que estamos juntos.” Eu não queria que as palavras saíssem
tão duras, mas estava chegando ao fim da minha corda.
Cada vez que eu via Daniel, um laço pendia no meu
pescoço, apenas esperando ser apertado. Eu odiava mentir
para ele. “Você já tentou falar com Daniel?”
“Eu... eu não tive tempo.”
“Então desista de uma noite comigo e diga a ele.”
“Eu... Kent.”
Saindo do nosso abraço, meu coração afundou quando
ela não encontrou meus olhos. A língua dela deslizou pelos
lábios enquanto ela estudava o chão, as mãos apertando e
abrindo ao lado do corpo. “Olivia.”
“Eu só preciso de tempo.”
“Eu te dei tempo.” Minhas palavras ecoaram pela sala
vazia.
Seus olhos se voltaram para os meus, e o azul brilhante
que eu tanto amava encoberto. “Não é tão fácil.”
“Na verdade, é fácil assim. Você quer ser adulta, então
tome a difícil decisão de conseguir o que deseja. Pare de
bancar essa garota idiota para conseguir o que quer.”
Ela ficou lá, olhos arregalados, sem dizer nada
enquanto ela esperava que eu me desculpasse. Mas eu não
faria. Ela era madura o suficiente para lidar com tudo e
agora ela não podia escolher o que ela podia mostrar e o que
esconder atrás de uma fachada para evitar a
responsabilidade.
Quando fiquei em silêncio, ela esticou os ombros para
trás e ficou em pé, puxando a armadura em volta dela. “É
isso que você pensa de mim? Que eu sou uma garota
burra?”
“Não, Olivia. É o fato de eu saber que você não é uma
garota burra que me irrita que você continue agindo assim
no que diz respeito a hora de contar ao Daniel.”
Seu peito subiu e caiu sobre sua respiração pesada,
mas seus lábios continuaram apertados.
“Olivia, eu amo você.”
“Então deixe que isso seja o suficiente.” Ela
interrompeu. Mas continuei como se não a tivesse ouvido.
“Mas não posso continuar mentindo para Daniel. Eu
tenho quase quarenta anos. Não escondo quem sou.”
Seus olhos percorreram a sala como se ela encontrasse
uma resposta escrita nas paredes. Eventualmente, ela olhou
para mim, seus olhos desafiadores, mas eu podia ver o apelo
neles também. “Não posso Kent. E estou pedindo para você
aceitar isso.”
Meus olhos se fecharam, tentando conter a dor e a
raiva que cresciam, mas quando eles se abriram, tudo ainda
estava lá. O amor da minha vida, parado ali, me pedindo
para mentir. Era demais para segurar. “Eu não vou
continuar mentindo para ele, e você se lembra do que
aconteceu com a última mulher que me pediu para mentir.”
Eu disse perigosamente baixo.
Olivia tropeçou para trás como se eu tivesse batido
nela, e me arrependi da comparação com minha ex-esposa.
Eu me arrependi de sugerir que a deixaria com a mesma
facilidade. Éramos muito mais do que Ivette e eu fomos.
Passei a mão pelos cabelos e estava prestes a me
desculpar, quando ela ergueu os ombros novamente e
deslizou uma armadura ao seu redor, bloqueando qualquer
emoção que surgisse. “Você deveria ir.”
“Eu não quero sair assim.”
“Há muitas coisas que você não quer fazer, mas agora
preciso que você se afaste.”
“Pelo menos, deixe-me levá-la para fora.”
“Por favor, Kent.” Sua voz falhou, e eu vi através do
verniz duro que ela mal estava se segurando. Ela só
precisava de tempo para se acalmar, e descobriríamos mais
tarde quando as emoções estivessem menos fortes.
“Você me encontrará no hotel mais tarde? Vou embora
amanhã de manhã.”
“Não acho que seja uma boa ideia. Não sei se isso é
uma boa ideia.”
Suas palavras me atingiram como um soco no
estômago, sugando todo o ar dos meus pulmões. “Olivia...”
Implorei. Nós poderíamos trabalhar além disso.
Eu a amava.
Nós nos amávamos.
“Por favor, apenas vá.”
Quando eu ainda estava lá, estupefato com a mudança
brusca no rumo dos acontecimentos, ela pegou suas coisas
e saiu, me deixando para trás.
26
Olivia
***
8
Faz alusão à performance da atriz Marilyn Monroe da canção ‘Parabéns a você’ em homenagem ao
presidente dos Estados Unidos John F. Kennedy.
se esconder atrás de uma fachada, sem fingir na frente de
ninguém. Éramos apenas ele e eu.
“Posso ter essa dança, Sr. Kent?”
Prendi a respiração enquanto uma eternidade se
estendia entre minha pergunta e seu lento aceno de cabeça.
Com as mãos trêmulas, coloquei o microfone de volta no
suporte e me forcei a caminhar até a mão estendida em vez
de correr e pular em seus braços. A banda entrou em uma
versão de jazz de Stronger de Ziggy Alberts. Ele amava jazz e
eu adorava tudo. Essa música foi uma mistura perfeita de
nós.
Prendendo a respiração, coloquei minha mão na dele. A
eletricidade disparou da ponta dos meus dedos, subindo
pelo meu braço, sacudindo meu coração e descendo até o
meu núcleo, travando tudo no lugar ao longo do caminho.
Sem qualquer hesitação, ele me puxou em seus braços, e eu
de bom grado bati em seu peito, deslizando minha mão em
torno de seu pescoço, me envolvendo com ele.
“Oi.” Eu sussurrei.
Estremeci quando a outra mão deslizou pela minha
cintura e descansou nas minhas costas nuas. Seus dedos
acariciaram até onde o vestido começava logo acima da
fenda da minha bunda. Quando ele não disse nada, eu segui
meu olhar por seu pescoço, passando por seus lábios, até
finalmente encontrar seus olhos. Quando eu fiz, ele sorriu.
“Oi.”
“Feliz Aniversário.”
“Obrigado pela minha música.”
“Qualquer coisa para você.” Eu respondi honestamente,
esperando que ele tivesse ouvido o que eu realmente quis
dizer.
“Qualquer coisa?”
Eu olhei. Ele não ia me deixar sair disso com meias
palavras. Ele queria que eu colocasse tudo pra fora, colocar-
me toda pra fora, e eu não o culpo. “Qualquer coisa. Eu amo
você e sinto muito por esconder qualquer parte de mim
porque estava com medo de abrir mão de todo o controle. Eu
estava com medo de me machucar. Mas não importa o
quanto eu me escondi, a verdade estava sempre lá. Sou toda
sua, cada parte de mim.”
“Olivia.” Ele gemeu meu nome, o estrondo profundo
vibrando contra o meu peito, dando vida aos meus mamilos.
“Eu também te amo.”
“Você pode me dar outra chance?”
“Eu daria a você o que você quisesse, porque eu
também sou todo seu.”
Euforia se espalhou como uma inundação, me
aquecendo de dentro para fora. “Eu senti tanto sua falta. Eu
agi como uma garotinha ingênua e eu... senti sua falta.”
“Você é tudo, menos uma garotinha ingênua. Você é
uma mulher que foi ferida. Você é uma mulher com dúvidas,
e isso é permitido para qualquer idade. Você só precisa me
deixar ajudá-la.” Ele se inclinou, pressionando os lábios
contra a concha da minha orelha. “Sou bastante inteligente
com toda essa experiência de vida que tenho. Confie nos
mais velhos. É bom para você.”
Eu enterrei minha cabeça em seu ombro e ri. “Espero
que você não planeje jogar a carta de 'ancião' pelo resto de
nossas vidas.”
“O resto de nossas vidas, hein?”
“Se você me quiser.”
“Não sei como tive a sorte de ter você, mas não vou
deixar você ir. Você poderá estar no auge enquanto eu
estiver usando um andador, mas isso é uma pena. Você tem
esse velho homem desde gordo até magro.”
“Bom. Talvez eu ache os andadores um pouco
sensuais.”
Sua cabeça caiu para trás em uma risada, e lutei para
não me inclinar e morder os fortes acordes de seu pescoço.
Kent me girou para fora e o mundo girou quando ele me
puxou de volta.
“Eu já te disse como você está linda?”
Mordi meu lábio para segurar meu sorriso. “Talvez eu
tenha usado este vestido para torturá-lo.”
As pontas ásperas de seus dedos percorreram cada
cordilheira das minhas vértebras até descansarem logo
acima da minha bunda, onde meu vestido caia
perigosamente baixo.
“Eu quero rasgar esta parte.” Disse ele contra a minha
orelha, arrastando o dedo ao longo do sulco superior da
minha bunda por cima do vestido. “Bem no meio, e dobrar
você para te foder.”
Eu exalei trêmula e apertei minhas coxas para aliviar a
dor que só ele podia causar.
“Você me prometeu qualquer coisa, e eu pretendo
cobrar. Você sabe o quanto eu amo me enterrar no seu cu
apertado.”
“Sim.” Eu assobiei. “Faça.”
Um estrondo começou baixo em seu peito, e seus olhos
derreteram com promessa. “Leve-me para casa, Olivia. Caso
contrário, eu vou quebrar uma das regras de Daniel e te
foder aqui, e ele já está olhando o suficiente.”
“Mal posso esperar pra chegar em casa, Kent. Eu
preciso de você agora.”
“Que tal uma última vez em nosso quarto?”
Eu já estava me virando para sair quando respondi. “Se
conseguirmos chegar até lá.”
Nós acabamos não fazendo isso. Ele cumpriu sua
promessa e rasgou meu vestido pelas costas e me fodeu no
elevador.
Foi perfeito.
Éramos nós.
EPÍLOGO
Olivia
***
FIM
2023