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ANEMIA INFECCIOSA FELINA

INTRODUÇÃO
A cada ano que se passa o número de atendimento em felinos nas clínicas veterinárias de
todo o mundo vem aumentando cada vez mais, devido ao maior interesse da população em tê-los
como animal de estimação. Esse aumento se deve por algumas características particulares dos
felinos, como a praticidade em seus cuidados, sua independência, pouco espaço necessário e sua
fácil adaptação aos diferentes ambientes. Para se adequar ao aumento da demanda, os médicos
veterinários precisam estar informados dos mais diversos temas da clínica de felinos, através de
artigos, cursos e palestras, a fim de ampliar seus conhecimentos e serem capazes de satisfazer
aos clientes e pacientes.
Dentre vários temas interessantes, existe a anemia infecciosa felina, que é uma importante
doença hemoparasitaria causada pelo Mycoplasma haemofelis (antigamente conhecido como
Haemobartonella felis).O M. haemofelis é uma bactéria gram negativa, não possui parede celular e
se apresenta em forma cocoide. Mesmo sendo relatada em diversas publicações internacionais e
algumas nacionais, essa hemoparasitose ainda não é muito conhecida pela maioria dos
veterinários.

SINAIS CLÍNICOS
O M. heamofelis tem a capacidade de invadir as células vermelhas do sangue (figura 1) e
causar sua destruição, gerando anemia hemolítica aguda ou crônica, perda de peso, anorexia,
depressão, fraqueza, febre, hipotermia, dores articulares, esplenomegalia (em alguns casos) e
mucosa ictérica (figura 2) nos casos graves.
A anemia é comumente classificada como regenerativa, com anisocitose, macrocitose e
policromasia. Em uma pequena parte dos casos, animais infectados se tornam assintomáticos e
apresentam anemia discreta.
Outro quadro possível de ocorrer é a manifestação dos sintomas clínicos somente após
uma queda imune (doenças, cirurgias), quando o parasitismo por M. haemofelis se torna
clinicamente visível. Tendo em vista esse aspecto, é muito comum animais positivos para FeLV
(Vírus da Leucemia Felina) darem início à parasitose após a imunossupressão causada pelo vírus.
A esplenomegalia geralmente está associada à hiperplasia linfóide e reticulo endotelial ou
pela hematopoiese extra medular. Além disso, estudos apontam que animais esplenectomizados
são mais suscetíveis à infecção.
Em grande parte dos casos, animais que conseguem se recuperar de infecções agudas se
tornam portadores assintomáticos, e assim não podem ser doadores de sangue.

Figura1 : Presença do M. haemofelis firmemente Figura 2: Animal apresentando mucosas ictéricas.


aderida a membrana do eritrócito. Fonte: Reservoir Vet Clinic, 2015.
Fonte: Casvet, 2012.

TRANSMISSÃO
As formas de transmissão desse agente ainda não são totalmente esclarecidas pela
literatura, sendo importante a realização de maiores estudos. Entretanto, levando em consideração
alguns achados em exames laboratoriais, alguns pesquisadores sugerem que os principais vetores
seriam as pulgas (Ctenocephalides felis) e os carrapatos, devido às suas atividades hematófagas e
facilidades de propagação entre os felinos. Por sua vez, a presença de hemoparasitas em vetores
artrópodes é pouco conhecida, não havendo consenso sobre esse fato. Outros estudos também
indicam como possíveis formas de transmissão a transfusão sanguínea em animais susceptíveis, a
transmissão horizontal através de mordidas e arranhões e a transmissão vertical pela gestação.

DIAGNÓSTICO
Existem vários métodos de diagnóstico para o M. haemofelis, cada qual com suas
vantagens e desvantagens. Uma das alternativas é o esfregaço de sangue corado, que tem como
objetivo a observação direta do parasita na amostra, sendo um método simples, rápido e barato.
Apesar dessas vantagens, essa técnica apresenta baixa sensibilidade, devido ao fato de que o
parasita possui caráter cíclico. Assim, dependendo da fase e da intensidade da infecção,o
resultado pode ser falto - negativo.
Outro ponto importante é que o resultado depende diretamente da experiência do
observador, que deverá identificar e distinguir o parasita de possíveis artefatos, debris celulares e
corpúsculos de Howell-Jolly, que comumente estão presentes em esfregaços sanguíneos. Além
disso, com este exame não há como diferenciar as três espécies descritas em felinos (M.
haemofelis, M haemominutum e M. turicensis). Existe também a possibilidade do parasita se
desprender da superfície dos eritrócitos quando em contato com EDTA por longos períodos,
podendo mais uma vez gerar resultados falso-negativos.
Como em muitas outras patologias, o PCR-RT (Real-Time) é o melhor método de escolha
para diagnosticar o M. haemofelis. A partir de uma amostra oriunda do animal suspeito, é realizada
a busca do material genético específico do patógeno, havendo assim uma sensibilidade e
especificidade muito superior quando comparada a outros métodos, como PCR convencional e
pesquisa direta. Com a PCR-RT também é possível diferenciar espécies, o que se constitui em
mais uma vantagem.
De forma complementar ao diagnóstico, é importante que animais suspeitos da doença
sejam testados para as doenças imunossupressoras (como a FeLV), pois são responsáveis por
abrirem portas para a infecção pelo M. haemofelis.

CONCLUSÃO
A anemia infecciosa felina é uma doença causada pelo M. haemofelis responsável por
causar sintomas graves aos felinos. Por isso, necessita de um diagnóstico rápido e específico, o
que melhora consideravelmente o prognóstico do animal. É importante também salientar que os
exames diagnósticos realizados devem ser correlacionados com a clínica, anamnese, hemograma
e perfis bioquímicos do animal suspeito.

PRAZO
MATERIAL COD/EXAMES
DIAS
547 / MYCOPLASMA HAEMOFELIS
TUBO TAMPA
(HAEMOBARTONELLA FELIS) - METODO PCR REAL 7
ROXA
TIME QUALITATIVO
TUBO TAMPA 774 / MYCOPLASMA HAEMOFELIS - METODO PCR
7
ROXA REAL TIME QUANTITATIVO
TUBO TAMPA 409 / PESQUISA DE MYCOPLASMA HAEMOFELIS
2
ROXA (ANTIGA HAEMOBARTONELLA)
TUBO TAMPA
44 / HEMOGRAMA COMPLETO - FELINO 0
ROXA
TUBO TAMPA
324 / PERFIL BIOQUIMICO 1
VERMELHA

REFERÊNCIAS
CASVET. Micoplasmose felina. 2012. Disponível em:
https://casvethospitalveterinario.wordpress.com/boletins-informativos/micoplasmose-felina-a-
infeccao-do-momento-em-gatos/mycoplasma-hemof/. Acesso em: 24 ago. 2015.
FIRMINO, F.P. Estudo da infecção pór hemoplasmas em felinos domésticos do Distrito Federal.
2008. 56f. Dissertação (Mestrado em Saúde Animal). Universidade de Brasília, Brasília/DF.
MARTINS, T.S.O. Detecção de Ehrlichia spp./Anaplasma spp., Rickettsia spp., Mycoplasma
haemofelis e Leishmania infantum em felinos errantes e sua relação com a presença de retrovírus
e com a sintomatologia manifestada. 2011. 121f.Dissertação (Mestrado Integrado em Medicina
Veterinária). Faculdade de Medicina Veterinária - Universidade Técnica de Lisboa, Lisboa.
PAULA, J.; et al. Ocorrência de Mycoplasma haemofelis em felinos domésticos de Cuiabá, Mato
Grosso, Brasil. Archives of Veterinary Science, v.17, n.S1, p268-270. 2012.
RESERVOIR VET CLINIC. Patient stories. 2015. Disponível em:
http://reservoirvet.com.au/about/patients/are-we-imagining-it-or-has-smokey-turned-yellow. Acesso
em 24 ago. 2015.
SANTOS, A.P. Infecção por hemoplasmas em felinos domésticos na região de Porto Alegre,
RS, Brasil. 2008. 164f. Tese (Doutorado em Ciências Veterinárias). Faculdade de Veterinária –
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre/RS.
TANENO, J.C.; SACCO, S.R. Micoplasmose felina: relato de caso. Revista científica eletrônica
de medicina veterinária, ano VII, n12. 2009.

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