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Seção 1 - A Evolução Do Pensamento em Administração
Seção 1 - A Evolução Do Pensamento em Administração
SEÇÃO 1 2
Objetivos de aprendizagem
SEÇÃO 1 3
Caso introdutório
SEÇÃO 1 4
O que são teorias?
Uma teoria é um conjunto coerente de suposições que buscam explicar relações entre fatos
observáveis e proporcionar uma base para prever eventos futuros.
SEÇÃO 1 5
Teorias e a administração
As teorias influenciam a prática, servindo como guia para as decisões gerenciais.
SEÇÃO 1 6
Atividade de debate
Questão de debate:
Teoria ou prática? O que faz um bom administrador?
SEÇÃO 1 7
Perspectiva temporal das teorias de administração
SEÇÃO 1 8
“Organizar” e “Administrar”
como práticas seculares
Registos de atividades comerciais e governamentais já eram utilizados pelos sumérios ao
redor de 5000 a.C.
As Pirâmides Egípcias e a Muralha da China são exemplos de projetos de grande escopo e
amplitude.
SEÇÃO 1 10
Condições geradoras do pensamento administrativo
SEÇÃO 1 11
Escola clássica de administração
Escola Clássica
SEÇÃO 1 12
Escola clássica de administração
Contextualização:
• Entrada do capitalismo na fase monopolista:
o necessidade de desenvolver novas formas de gestão (eficiência/eficácia).
• Influência intelectual de concepções e orientações acerca da natureza, do indivíduo e
da economia:
Empirismo: ideias surgem da observação.
Liberalismo: sistema político-econômico que defende a liberdade individual.
Individualismo: o indivíduo é o dono de si mesmo, ele que move sua existência.
SEÇÃO 1 13
Administração científica
SEÇÃO 1 14
Administração científica
SEÇÃO 1 15
Administração científica
SEÇÃO 1 16
Administração científica
Fatores-chave do contexto
• Fase monopolista do capitalismo.
• Desperdícios de eficiência e produtividade.
• Força de trabalho desqualificada.
Pressupostos
• Homo economicus – ser humano essencialmente egoísta e racional, orientado por motivações
materiais.
• A organização é considerada um sistema fechado – foco nos processos internos.
• Existe uma ciência de administração, capaz de ser universalizada.
Foco de análise
• Processos operacionais de trabalho.
SEÇÃO 1 17
Administração científica
Conceitos-chave
Princípios científicos universais de administração.
Estudo de tempos e movimentos.
Lei da fadiga.
Existe uma única maneira certa para desempenhar cada tarefa.
Dissociação da concepção do trabalho da sua execução.
“Adestramento” do trabalhador.
Seleção do homem ideal para cada tarefa.
Remuneração elevada, baseada em incentivos materiais.
Padronização dos instrumentos.
SEÇÃO 1 18
Administração científica
Contribuições:
Melhoria acentuada da produtividade e eficiência.
Ainda existem empresas que se baseiam nos seus
conceitos de racionalização do trabalho (exemplo
McDonalds).
Introduz uma forma diferenciada de remuneração
por produtividade.
SEÇÃO 1 19
Administração científica
Limitações:
Ingenuidade do conceito de “prosperidade” para os empregados e empregadores.
Concebendo a organização como um sistema
fechado, não considerava as influências das
forças externas na administração.
Baseava-se em pressupostos motivacionais
materiais e simplistas.
Criava condições propícias para a alienação do
trabalhador.
Ausência de cientificidade e incapacidade para
identificar princípios universais.
SEÇÃO 1 20
Gestão administrativa
SEÇÃO 1 21
Gestão administrativa
SEÇÃO 1 22
Princípios de administração
SEÇÃO 1 23
Gestão administrativa
Fatores-chave do contexto
Fase monopolista do capitalismo.
Existência de empresas altamente verticalizadas e hierarquizadas.
Crescente conscientização acerca da importância da função da administração.
Pressupostos
Prevalece o foco interno da análise organizacional.
Existem princípios gerais de administração, capazes de serem universalizados.
Existe a ciência de administração.
Foco de análise
Organização como um todo.
SEÇÃO 1 24
Gestão administrativa
Conceitos-chave
Identifica as 6 áreas de operações da organização com destaque para a função
administrativa.
Define administração como o processo de previsão, organização, direção, coordenação
e controle.
Defende a necessidade da profissionalização e do ensino formal de administração.
Identifica os 14 princípios de administração.
SEÇÃO 1 25
Gestão administrativa
Contribuições
• A administração pode ser vista como uma profissão capaz de ser treinada e
desenvolvida.
• Marca a forma de compreender a administração enquanto processo, composto de
funções-chave.
SEÇÃO 1 26
Gestão administrativa
Limitações
Prevalece a concepção da organização como um sistema fechado, não dando a devida
importância aos fatores externos.
Concepção mecanicista e parcial da organização.
Os pressupostos motivacionais ainda são de natureza material e simplista.
SEÇÃO 1 27
Teoria da burocracia
SEÇÃO 1 28
Teoria da burocracia
SEÇÃO 1 29
Princípios da burocracia
Divisão do trabalho
Impessoalidade
Hierarquia
Profissionalismo
Padronização e formalização
Autoridade
SEÇÃO 1 30
Disfunções da burocracia
SEÇÃO 1 31
Atividade de debate
Questão de debate:
Ainda há espaço para a burocracia nas organizações? Será a burocracia necessária ou
destrutiva?
SEÇÃO 1 32
Teoria da burocracia
Fatores-chave do contexto
• Consolidação da autoridade racional-legal na sociedade.
• Racionalização do direito.
• Centralização do poder estatal.
• Expansão do capitalismo e crescimento da sociedade em massa.
• Industrialização e racionalidade técnica presente em grandes empresas verticalizadas
e hierárquicas.
Pressupostos
• Trata-se de um modelo ideal de organização.
Foco de análise
• Organização como um todo.
SEÇÃO 1 33
Teoria da burocracia
Conceitos-chave
• A burocracia é uma das formas de expressão do processo de racionalização das
sociedades ocidentais (modernização).
• A burocracia é uma estrutura de relações sociais de dominação que tem como base
de legitimidade a crença na racionalidade e no sistema jurídico-normativo como
elementos estruturantes de tais relações.
• A burocracia é a forma mais racional de exercício da dominação.
• A burocracia é um instrumento de socialização de relações de poder.
• A burocratização do mundo como um processo irreversível e ameaça à liberdade
humana.
SEÇÃO 1 34
Teoria da burocracia
Principais características
• predomínio da lei/norma/regulamento;
• sistema firmemente ordenado de mando e subordinação;
• baseia-se em documentos escritos (formalização);
• treinamento especializado e completo;
• quando o cargo está plenamente desenvolvido, exige a plena capacidade de trabalho
do funcionário;
• aprendizado técnico especial;
• separação explícita das esferas pública e privada.
Limitações
• Prevalece a concepção da organização como um sistema fechado.
• A possível rigidez pela formalização e abuso de poder tecnocrático.
SEÇÃO 1 35
Escola
Comportamental
Movimento das
Abordagem
Relações
Comportamental
Humanas
SEÇÃO 1 36
Enfoque comportamental
Contextualização
A escola clássica da administração não gerou os resultados desejados em termos de
eficiência e produtividade.
O impacto dos enfoques sociológicos e psicológicos no estudo das organizações.
Surgimento dos movimentos sindicais.
SEÇÃO 1 37
Movimento das relações humanas
SEÇÃO 1 38
Movimento das relações humanas
SEÇÃO 1 39
Movimento das relações humanas
Pesquisadores concluem:
• Integração do trabalhador é fundamental para a produtividade.
• Comportamento individual é determinado pelas normais sociais do grupo.
• Organizações são constituídas por diferentes grupos informais.
• Supervisão cooperativa e preocupada é fundamental para o aumento produtividade.
SEÇÃO 1 40
Movimento das relações humanas
Fatores-chave do contexto
• Resultados insatisfatórios da Escola Clássica de Administração.
• Impacto das Ciências Sociais em especial da psicologia.
• Questionamentos decorrentes da crise dos anos 30.
Pressupostos
• Homem social – destaque de aspectos subjetivos e emocionais.
• A organização é um sistema social.
• Coesão e consenso como chaves para o bom funcionamento da sociedade.
Foco de análise
• O indivíduo e os grupos informais nas organizações.
SEÇÃO 1 41
Movimento das relações humanas
Percussores
• Mary Parker Follet e as causas e consequências dos conflitos.
• Chester Barnard e a teoria da cooperação.
Conceitos-chave
• Produtividade e eficiência são influenciadas pelos grupos informais de trabalho.
• Necessidade de reconhecimento, segurança e pertencimento influencia mais a moral
e a produtividade dos trabalhadores do que as condições físicas do ambiente de
trabalho.
• O trabalhador é uma pessoa cujas atitudes e eficácia são condicionadas pelas
demandas sociais.
• A autoridade do gerente deve-se basear em competências sociais.
SEÇÃO 1 42
Movimento das relações humanas
Contribuições
• Inclusão do fator humano na análise organizacional.
• Alerta sobre o impacto da motivação no desempenho e
produtividade.
• Incorporação de variáveis psicossociais na administração.
Limitações
• Prevalece a concepção da organização como um sistema
fechado.
• A organização é vista exclusivamente como um sistema social,
em detrimento de outros aspectos de natureza técnica.
• Pesquisas comprovam que trabalhadores felizes não são
sempre mais produtivos.
SEÇÃO 1 43
Abordagem comportamental
SEÇÃO 1 44
Abordagem comportamental
Partem de uma concepção mais complexa do ser humano que é movido por
uma busca de autonomia e realização.
SEÇÃO 1 45
Atividade de debate
Questão de debate:
Vale mais “comprar” a motivação ou “ganhar” o funcionário?
SEÇÃO 1 46
Abordagem comportamental
Principais contribuições:
institucionalização da ideia de que as organizações são altamente dependentes do
comportamento dos indivíduos que a compõem, assim como dos grupos sociais;
SEÇÃO 1 47
Abordagem comportamental
Fatores-chave do contexto
Visão reducionista do ser humano presente na Escola de Relações Humanas.
Impacto dos desenvolvimentos nas ciências sociais.
Pressupostos
Homem complexo.
Foco nos indivíduos e na relação desses com o contexto.
Foco de análise
Comportamento de grupos nas organizações.
Conceitos-Chave
Motivação e fatores motivacionais.
Liderança.
SEÇÃO 1 48
Abordagem comportamental
Contribuições
Aumento de complexidade nas teorias de motivação e liderança, incluindo variáveis
contingenciais na análise.
Promoção da eficiência organizacional via motivação individual.
Reconhecem a importância de desenvolvimento dos RH.
Introdução de práticas como participação, autonomia, iniciativa individual e trabalhos
enriquecidos na administração.
Limitações
Podem ser vistas a partir de uma perspectiva puramente instrumental, de manipulação
motivacional do trabalhador.
Abordagem essencialmente descritiva, com poucas prescrições para a prática das
organizações.
Falta de comprovação empírica de algumas das suas teorias.
SEÇÃO 1 49
Escola quantitativa
SEÇÃO 1 50
Escola quantitativa
Fatores-chave do contexto
Impacto da Segunda Guerra Mundial e de financiamento estatal da pesquisa
operacional.
Impacto das associações e revistas de pesquisa operacional.
Pressupostos
A maioria dos problemas de administração podem ser modelados quantitativamente.
Foco de análise
Técnicas de apoio ao processo de tomada de decisão nas organizações.
SEÇÃO 1 51
Escola quantitativa
Conceitos-chave
Aplicação da análise quantitativa às decisões administrativas.
Conjunto de técnicas tais como: análise de decisão, otimização, simulação, previsão,
teorias de jogos, modelos de rede, etc.
Contribuições
Facilitam o processo de tomada de decisão nas organizações.
Aprimoram os métodos quantitativos para a análise dos problemas.
SEÇÃO 1 52
Escola quantitativa
Limitações
• Desconsideram, ou não dão a devida
importância aos fatores não quantificáveis.
• Ignoram o lado humano nas organizações.
• Os modelos não são projetados para lidar
com decisões não rotineiras ou
imprevisíveis.
SEÇÃO 1 53
Escola Contingencial
SEÇÃO 1 54
Escola contingencial
Contextualização
Conscientização acerca da interdependência global no pós-Segunda Guerra Mundial.
SEÇÃO 1 55
Teoria dos sistemas
SEÇÃO 1 56
Teoria dos sistemas
Pressupostos
As organizações devem ser vistas como sistemas abertos.
Foco de análise
A organização, seus subsistemas e a interação com o ambiente onde se insere.
Conceitos-chave
A organização é um sistema aberto, composto de partes interdependentes entre si.
A organização está em contínua interação com o ambiente onde se insere, para
coletar insumos e contribuir via produtos e serviços.
SEÇÃO 1 57
Teoria dos sistemas
SEÇÃO 1 58
Perspectiva sistêmica de Katz e Kahn
Importação de energia
Transformação ou processamento
Output
Sistemas como ciclo de eventos
Entropia negativa
Input de informação, feedback negativo e processo de codificação
Estado firme e homeostase
Diferenciação
Equifinalidade
SEÇÃO 1 59
Teoria dos sistemas
Contribuições
Percebe relações importantes entre os subsistemas organizacionais que influenciam o
alcance de objetivos.
Desmistifica a “ ótima solução administrativa ” , abrindo espaço para soluções
alternativas satisfatórias.
Expande as fronteiras da organização, reconhecendo a importância da sua relação
com o ambiente.
Abre o caminho para a identificação das variáveis ambientais que influenciam o
desempenho organizacional.
SEÇÃO 1 60
Teoria dos sistemas
Limitações
Não oferece direcionamento acerca das funções e
práticas concretas gerenciais.
Conceitos transpostos de ciências biológicas e
naturais nem sempre consideram a complexidade
e unicidade da vida social.
SEÇÃO 1 61
Enfoque contingencial
SEÇÃO 1 62
Enfoque contingencial
Fatores-chave do contexto
Influência do pensamento sistêmico.
Existência de organizações cada vez mais complexas.
Pressupostos
As organizações devem ser vistas como sistemas abertos.
Foco de análise
A organização, seus subsistemas e a interação com o ambiente onde se insere.
SEÇÃO 1 63
Enfoque contingencial
Conceitos-chave
Não existe uma única melhor maneira de administrar.
Existe mais de que uma maneira de atingir os objetivos propostos organizacionais.
SEÇÃO 1 64
Enfoque contingencial
Contribuições
Identificação, via pesquisa empírica, de várias contingências que influenciam o
desempenho organizacional.
Contestação dos princípios gerais da administração.
Limitações
A teoria organizacional cai num certo relativismo, uma vez que “tudo depende” do
contexto.
Enfoca excessivamente nos imperativos ambientais.
A pesquisa das contingências que ainda podem influenciar a administração não é
esgotável.
SEÇÃO 1 65
Enfoque contingencial
Principais contribuições
Burns & Stalker
Tipos ideais organizacionais: orgânico e mecânico.
Lawrence & Lorsch
Diferenciação versus integração.
Joan Woodward
Tecnologia de produção e tipos de empresas.
Grupo de Aston
Burocracia como um conceito pluridimensional.
Variáveis estruturais, contextuais e de desempenho.
Henry Minzberg
Configurações organizacionais e eficácia.
SEÇÃO 1 66
Tendências contemporâneas em administração
SEÇÃO 1 67
Tendências contemporâneas em administração
Influência do pós-modernismo:
O fim da dicotomia ideológica Comunismo vs. Capitalismo.
O impacto da globalização.
A crescente importância do setor de serviços.
O amplo uso das tecnologias de informação.
O crescimento do terceiro setor e das organizações sem fins lucrativos.
SEÇÃO 1 68
Teoria dos custos de transação
SEÇÃO 1 69
Teoria da ecologia populacional
SEÇÃO 1 70
Teoria institucional
SEÇÃO 1 71
Contribuições dos autores brasileiros
SEÇÃO 1 72
Posicionamento paradigmático
SEÇÃO 1 73
Alberto Guerreiro Ramos
Pressupostos:
Limites dos modelos de análise centralizados no mercado.
Ingenuidade da Teoria Organizacional.
Limites da racionalidade instrumental.
Diferença entre comportamento e ação.
SEÇÃO 1 74
Alberto Guerreiro Ramos
Contribuições:
Modelo multicentral de análise de sistemas sociais e organizacional substituindo os
modelos centralizados no mercado.
Expande a análise organizacional para além das empresas privadas, de forma a
compreender outras formas organizacionais, como organizações públicas, sem fins
lucrativos, etc.
Redução sociológica – refletir sobre produtos culturais de forma crítica e
contextualizada.
SEÇÃO 1 75
Maurício Tragtenberg
Pressupostos:
O caráter ideológico e a-histórico da teoria geral da administração.
Contribuições:
Burocracia como dominação, aparelho ideológico e fenômeno historicamente
situado.
Teorias administrativas como produtos de formações socioeconômicas de um
determinado contexto histórico.
Crítica da ideologia participacionista e das experiências de congestão e autogestão.
Modelo de autogestão anárquica.
Crítica das escolas de administração.
SEÇÃO 1 76
Fernando Prestes Motta
Pressupostos
Organização como um produto de determinações históricas que refletem a evolução
dos sistemas econômicos e técnicos.
Contribuições
Estudo da cultura e poder nas organizações.
Poder e dominação da tecnoburocracia.
Destaque para o papel do Estado e da escola.
Cultura brasileira e organizações.
Psicanálise e organizações.
SEÇÃO 1 77
Estudo de caso
• Livro-texto – Capítulo 2
• Analise e discuta o caso (p. 93-95):
• Desafios da administração no
McDonald’s no Brasil
SEÇÃO 1 78
Bibliografia
• Básica
SOBRAL, Filipe; PECI, Alketa. Administração: teoria e prática no contexto brasileiro. 2. ed. São
Paulo: Pearson Prentice Hall, 2013. Capítulo 2.
SEÇÃO 1 79