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DEZ 1994 NBR ISO 9000-1


Normas de gestão da qualidade e ga-
rantia da qualidade
ABNT-Associação
Brasileira de
Parte 1: Diretrizes para seleção de uso
Normas Técnicas

Sede:
Rio de Janeiro
Av. Treze de Maio, 13 - 28º andar
CEP 20003-900 - Caixa Postal 1680
Rio de Janeiro - RJ
Tel.: PABX (021) 210 -3122
Telex: (021) 34333 ABNT - BR
Endereço Telegráfico:
NORMATÉCNICA
Origem: Projeto NBR ISO 9000-1/1994
CB-25 - Comitê Brasileiro da Qualidade
CE-25:002.10 - Comissão de Estudo de Sistemas da Qualidade
NBR ISO 9000-1 - Quality management and quality assurance standards -
Part 1 : Guidelines for selection and use
Descriptors: Quality management, quality assurance, quality audit, quality
assurance systems, selection, use, general conditions
Esta norma é equivalente à ISO 9000-1:1994
Esta norma cancela e substitui a NBR 19000(NB-9000)/1990
Copyright © 1990,
ABNT–Associação Brasileira Descritores: Gestão da qualidade, garantia da qualidade, 18 páginas
de Normas Técnicas
Printed in Brazil/ auditoria da qualidade, sistemas de garantia da
Impresso no Brasil qualidade, seleção, uso, condições gerais
Todos os direitos reservados

SUMÁRIO - Parte 1: Diretrizes para seleção e uso


Prefácio
Introdução - Parte 2: Diretrizes gerais para a aplicação das
1 Objetivo NBR ISO 9001, NBR ISO 9002 e NBR ISO 9003
2 Referências normativas
3 Definições - Parte 3: Diretrizes para a aplicação da
4 Principais conceitos NBR ISO 9001 em desenvolvimento, fornecimen-
5 O papel da documentação to e manutenção de “software”
6 Situações do sistema de qualidade
7 Seleção e uso das normas sobre qualidade - Parte 4: Guia para gestão do programa de depen-
8 Seleção e uso de normas para a garantia da qualida- dabilidade
de externa
ANEXO O anexo A é parte integrante desta Norma. Os anexos B,
A - Termos e definições extraídos da NBR ISO 8402 C, D e E são somente informativos.
B - Fatores de produto e de processo
C - Proliferação de normas Introdução
D - Referência cruzada dos números das seções com
tópicos correspondentes Organizações - industriais, comerciais ou governamen-
E - Bibliografia tais - fornecem produtos destinados a satisfazer as ne-
cessidades e/ou requisitos dos clientes. A crescente com-
Prefácio petição mundial tem feito aumentar cada vez mais as
expectativas do cliente em relação à qualidade. Para
serem competitivas e manterem um bom desempenho
Esta primeira edição da NBR ISO 9000 - Parte 1/1994, economico, as organizações/fornecedores precisam, cada
cancela e substitui NBR 19000(NB 9000)/1990. vez mais, adotar sistemas efetivos e eficientes. Tais sis-
temas devem resultar na melhoria contínua da qualidade
e no aumento da satisfação dos seus clientes e outras
Esta Norma, que desempenha o papel de guia para a
partes envolvidas (empregados, proprietários,
série, foi substancialmente ampliada.
subfornecedores e sociedade).

A NBR ISO 9000 consiste nas seguintes partes, sob o Os requisitos do cliente são freqüentemente incorpora-
título geral de Normas de Gestão da Qualidade e Garan- dos em “especificações”. Entretanto, especificações téc-
tia da Qualidade: nicas, por si mesmas, podem não garantir que os requisi-
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2 NBR ISO 9000-1/1994

tos do cliente sejam atendidos consistentemente, ca- 1 Objetivo


so existam deficiências no sistema organizacional para
fornecer e dar suporte ao produto. Conseqüentemen- Esta Norma:
te, essas preocupações tem levado ao desenvolvi-
mento de normas de sistema da qualidade e diretri- a) esclarece os principais conceitos relativos à quali-
zes que complementam os requisitos pertinentes de dade e às distinções e inter-relações entre
produtos constantes das especificações técnicas. As eles; e
normas da família NBR ISO 9000 foram concebi-
das para prover um conjunto genérico de normas de
b) fornece diretrizes para a seleção e uso das nor-
sistema da qualidade, aplicáveis a uma vasta exten-
mas da família NBR ISO 9000 de gestão da quali-
são de indústrias e de setores econômicos (ver se-
dade e garantia da qualidade.
ção 7).
2 Referência normativa
O sistema de gestão de uma organização é influencia-
do por seus objetivos, produtos e práticas específicas, A norma abaixo mencionada contém disposições que,
e, portanto, os sistemas da qualidade variam de uma através de referências neste texto, constituem prescri-
organização para outra. O objetivo maior da gestão ções desta Norma. Na data da publicação, a edição
da qualidade é melhorar os sistemas e processos para mencionada era válida. Como todas as normas estão
que a melhoria contínua da qualidade possa ser alcan- sujeitas a revisões, as partes interessadas dos acordos
çada. baseados nesta Norma são encorajadas a investigar a
possibilidade de utilização de edição mais recente da
Esta Norma, que desempenha o papel de guia para a norma indicada abaixo. A ABNT mantém registros das
família NBR ISO 9000, foi ampliada substancialmente. normas válidas atualmente.
Em particular, esta Norma contém diretrizes conceituais
que não existiam na versão 1990. Estes conceitos adi- NBR ISO 8402/1994, Gestão da qualidade e garantia da
cionais: qualidade - Terminologia.

- são necessários para o entendimento efetivo 3 Definições


e para a aplicação corrente da família
NBR ISO 9000, e As NBR ISO 9000-1, NBR ISO 9001, NBR ISO 9002,
NBR ISO 9003 e NBR ISO 9004-1 melhoraram a
- são planejados para a completa integração den- harmonização de terminologia para organizações na ca-
tro da arquitetura e do teor das futuras revisões deia de suprimentos. A tabela 1 mostra a terminologia da
da família NBR ISO 9000. cadeia de suprimentos utilizada nestas normas.

O uso de todos esses termos está conforme as defini-


Na revisão da família NBR ISO 9000 não há maiores ções formais da NBR ISO 8402. As diferenças remanes-
alterações na arquitetura das normas NBR ISO 9001, centes na terminologia da tabela 1 refletem, em parte, o
NBR ISO 9002, NBR ISO 9003 e NBR ISO 9004. (Entre-
desejo de manter continuidade histórica com o uso da
tanto a NBR ISO 9003 contém elementos adicionais com- edição 1990 destas normas.
parada com a versão 1990). Cada uma delas tem altera-
ções em menor escala. Estas alterações estão
NOTAS
direcionadas às futuras revisões, para melhor atender às
necessidades dos usuários.
1 Em todas essas normas, a forma gramatical dos textos
das diretrizes ou dos requisitos é direcionado à organização no
Esta Norma e todas as demais normas da família seu papel de fornecedora de produtos (segunda coluna da ta-
NBR ISO 9000 são independentes de qualquer setor bela 1).
industrial/econômico específico. Coletivamente, elas for-
necem as diretrizes para a gestão da qualidade e os 2 Na tabela 1, na linha referente à NBR ISO 9000-1, o uso do
requisitos gerais para a garantia da qualidade. termo “sub-fornecedor” enfatiza o relacionamento na cadeia de
suprimentos das três unidades organizacionais, usando-se o
termo que o auto-define em relação a “fornecedor”. Onde apro-
As normas da família NBR ISO 9000 descrevem os ele- priado, especialmente em situações sobre gestão da qualidade,
mentos que convém compor os sistemas da qua- o termo “organização” é usado em vez de “fornecedor”.
lidade, mas não como determinada organização os im-
plementará. Não é objetivo destas normas obrigar 3 Na tabela 1, na linha referente às NBR ISO 9001,
a uniformidade dos sistemas da qualidade. As neces- NBR ISO 9002 e NBR ISO 9003, o uso do termo “sub-contrata-
sidades das organizações variam. O projeto e a im- do” reflete o fato que, num contexto de garantia da qualidade
plementação de um sistema da qualidade devem, neces- externa, o relacionamento relevante é freqüentemente contratual
sariamente, ser influenciados pelos objetivos, produtos e (explícita ou implicitamente).
processos e práticas de cada organização.
4 Na tabela 1, na linha referente à NBR ISO 9004-1, o uso do
termo “organização” reflete o fato de que a diretriz da gestão
Esta Norma esclarece os principais conceitos da qualida- da qualidade é aplicável a qualquer unidade organizacio-
de contidos nas normas para a gestão da qualidade e nal, quaisquer que sejam as categorias dos produtos que forneça,
para a garantia da qualidade e fornece as diretrizes para seja ela uma unidade autônoma ou parte de uma organização
sua seleção e uso. maior.
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NBR ISO 9000-1/1994 3

Para o propósito desta Norma, aplicam-se as defini- 3.5 Partes envolvidas: Um indivíduo ou grupo de indiví-
ções da NBR ISO 8402, junto com as definições seguin- duos com interesse comum no desempenho da organiza-
tes. ção do fornecedor e no ambiente em que opera.

NOTA 5 Para a conveniência dos usuários desta Norma, 3.6 Família NBR ISO 9000: Todas as normas produzi-
algumas definições importantes da NBR ISO 8402 estão conti- das pelas comissões de estudo da ABNT/CB-25.
das no anexo A.
NOTA 14 Atualmente a família NBR ISO 9000 compreende:
Tabela 1 Relacionamento das Organizações na
Cadeia a) todas as normas numeradas NBR ISO 9000 a NBR ISO 9004,
incluindo todas as Partes da NBR ISO 9000 e NBR ISO 9004;

NBR ISO 9000-1 Sub-fornecedor → fornecedor ou organi- b) todas as normas numeradas NBR ISO 10001 a 10020; inclu-
zação → cliente indo todas as Partes; e

c) NBR ISO 8402


NBR ISO 9001
NBR ISO 9002 Sub-contratado → fornecedor → cliente
4 Principais conceitos
NBR ISO 9003
4.1 Objetivos-chave e responsabilidades pela quali-
NBR ISO 9004-1 Sub-contratado → organização → cliente dade

Convém que uma organização:


3.1 Materiais e equipamentos: Um produto tangível,
distinto e com forma definida a) atinja, mantenha e busque, continuamente, me-
lhorias da qualidade de seus produtos em relação
NOTA 6 Materiais e equipamentos normalmente consiste de aos requisitos da qualidade;
peças e/ou conjuntos montados, manufaturados, construídos ou
fabricados. b) melhore a qualidade de suas operações, para as-
sim satisfazer, continuamente, as necessidades
3.2 Informações: Uma criação intelectual consistindo impostas ou desejadas pelo cliente e outras par-
de informações expressas através de um meio de supor- tes envolvidas;
te
c) proporcione confiança à sua própria Administra-
NOTAS ção e aos outros empregados de que os requisitos
da qualidade estão sendo cumpridos e mantidos,
7 Informação pode estar na forma de conceitos, anais ou pro-
e que a melhoria da qualidade está sendo aplica-
cedimentos.
da;
8 Programa de computador ("software") é um exemplo típico
d) proporcione confiança aos clientes e às outras
de informação.
partes envolvidas de que os requisitos da qualida-
3.3 Material processado: Um produto tangível gerado de estão sendo, ou serão, atendidos no produto
através de transformação de matéria-prima a um estado fornecido;
desejado.
e) proporcione confiança de que os requisitos do
sistema da qualidade são atendidos.
NOTAS

9 O estado do material processado pode ser líquido, gasoso,


4.2 Partes envolvidas e suas expectativas
materiais particulados, lingote, filamento ou folha.
Toda organização, como fornecedora, tem cinco grupos
10 Os materiais processados são fornecidos, tipicamente, em principais de partes envolvidas: seus clientes, seus em-
tambores, sacos, tanques, cilindros, latas, dutos ou rolos. pregados, seus proprietários, seus sub-fornecedores e a
sociedade.
3.4 Setor industrial/econômico: Um agrupamento de
fornecedores cujas ofertas atendam necessidades simi- Convém que o fornecedor atenda às expectativas e
lares do cliente e/ou cujos clientes estão intimamente necessidades de todas as partes envolvidas.
inter-relacionados no mercado.
Partes envolvidas Expectativas ou
NOTAS com o fornecedor necessidades típicas

11 O duplo uso de “setor industrial” e “setor econômico” reco- Clientes Qualidade do produto
nhece que cada termo é usado indistintamente.
Empregados Satisfação na carreira/trabalho
12 Setor industrial/econômico inclui administração, aeronáuti-
ca, serviços bancários, química, construção, educação, alimen- Proprietários Desempenho do investimento
tação, saúde, entretenimento, seguros, mineração, varejo, tele-
comunicações, têxteis, turismo e assim por diante. Sub-fornecedores Continuidade da oportunidade
de negócios
13 Setor industrial/econômico aplicam-se à economia global ou
nacional. Sociedade Administração responsável
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4 NBR ISO 9000-1/1994

As normas da família NBR ISO 9000 focalizam suas qualquer organização, qualquer que seja o setor in-
diretrizes e requisitos na satisfação do cliente. dustrial/econômico (ver seção 3) no qual a organiza-
ção opera. Por exemplo, a maioria das organizações
Os requisitos da sociedade, como uma das cinco partes que fornecem materiais e equipamentos, informação
envolvidas, estão cada vez mais severos em todo mun- ou materiais processados, têm uma componente de
do. Além disso, as expectativas e necessidades estão se serviço em suas ofertas. Clientes (e outras partes en-
tornando mais explícitas para considerações tais como: volvidas) procurarão valor em cada categoria genérica
saúde e segurança no local de trabalho; proteção ao de produto presente na oferta.
meio-ambiente (incluindo a conservação de energia e
recursos naturais); e segurança em geral. Reconhecen- Instrumentos analíticos são exemplos onde materiais
do que as normas da família NBR ISO 9000 proporcio- e equipamentos (isto é, o instrumento), informação
nam um enfoque largamente usado para sistemas de ("software" instalado no instrumento), materiais pro-
gestão que podem atender os requisitos da qualidade, cessados (tais como soluções tituladas ou materiais de
estes princípios de gestão podem ser úteis para outros referência), e serviços (tais como treinamento ou servi-
interesses da sociedade. A compatibilidade do enfoque ços de manutenção) podem todos ter aspectos impor-
do sistema da gestão nessas diversas áreas pode au- tantes na oferta. Uma organização que presta serviços,
mentar a eficácia de uma organização. Da mesma forma como um restaurante, terá materiais e equipamentos,
que as especificações técnicas de produto e processo informações, materiais processados e componentes de
são separadas dos requisitos dos sistemas de gestão, serviços.
convém que as especificações técnicas nessas outras
áreas sejam desenvolvidas separadamente. 4.5 Aspectos da qualidade

4.3 Distinção entre requisitos do sistema da qualida- Quatro aspectos que são contribuições-chave à qualida-
de e requisitos do produto de do produto, podem ser identificadas como segue:

As normas da família NBR ISO 9000 fazem distin- a) Qualidade decorrente da definição das neces-
ção entre requisitos do sistema da qualidade e requisi- sidades para o produto
tos do produto. Por meio desta distinção, a família
NBR ISO 9000 é aplicada a organizações que fornecem O primeiro aspecto é a qualidade decorrente da
produtos de todas as categorias genéricas de produtos e definição e atualização do produto, para atingir os
a todas as suas características da qualidade. Os requisi- requisitos e oportunidades de mercado.
tos do sistema da qualidade complementam os requisitos
técnicos do produto. As especificações técnicas aplicá- b) Qualidade decorrente do projeto do produto
veis de produto (por exemplo, as estabelecidas em nor-
mas para produtos) e de processo aplicáveis são separa- O segundo aspecto é a qualidade decorrente da
das e distintas dos requisitos ou orientações aplicáveis inclusão de características no projeto do produto,
da família NBR ISO 9000. que permitam ao produto alcançar os requisitos e
oportunidades de mercado, e prover valor aos
As orientações e os requisitos da família NBR ISO 9000 clientes e outras partes envolvidas. Mais pre-
estão escritos em termos dos objetivos dos sistemas da cisamente, esta qualidade é devida às carac-
qualidade a serem atendidos. Estas normas não prescre- terísticas do projeto de produto que influenciam o
vem a forma como alcançar tais objetivos, mas dei- desempenho esperado dentro de uma dada clas-
xam esta escolha para a Administração da organização. se e às características de projeto do produto que
influenciam a robustez do desempenho do produ-
4.4 Categorias genéricas de produto to sob condições variáveis de produção e uso.

É útil identificar quatro categorias genéricas de produto c) Qualidade decorrente da conformidade com o
(ver seção 3 e Anexo A), como segue: projeto do produto

a) materiais e equipamentos; O terceiro aspecto é a qualidade decorrente de


manter a consistência contínua de conformidade
b) informações; com o projeto do produto e de prover as caracte-
rísticas e os valores projetados para clientes e
c) materiais processados; outras partes envolvidas.

d) serviços. d) Qualidade decorrente do suporte ao produto

Estas quatro categorias genéricas de produto abrangem O quarto aspecto é a qualidade decorrente do
todos os tipos de produtos fornecidos pelas organiza- fornecimento de suporte ao produto durante seu
ções. As normas da família NBR ISO 9000 são aplicáveis ciclo de vida, conforme necessário, para manu-
a todas as quatro categorias genéricas de produto. Os tenção das características e dos valores projeta-
requisitos do sistema da qualidade são essencialmente dos para clientes e outras partes envolvidas.
os mesmos para todas as categorias genéricas de produ-
to, mas a terminologia e os detalhes e ênfases dos siste- Para alguns produtos, as características importantes da
mas de gestão podem ser diferentes. qualidade incluem características de dependabilidade. A
dependabilidade (isto é, confiabilidade, mantenabilidade
Duas ou mais das categorias genéricas de produto es- e disponibilidade) pode ser influenciada pelos quatro as-
tão habitualmente presentes nas ofertas no mercado de pectos da qualidade do produto.
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Cumprir todos os quatro aspectos da qualidade do pro- NOTA 15 O valor do produto envolve tanto qualidade quanto
duto é um dos objetivos da orientação e requisitos das preço e, como tal, o preço não é um aspecto da qualidade.
normas que compõem a família NBR ISO 9000. Alguns
4.6 Conceito de processo
aspectos da qualidade podem ser especialmente impor-
tantes, por exemplo, em situações contratuais, mas, em As normas da família NBR ISO 9000 são fundamentadas
geral, todos eles contribuem para a qualidade do produ- no entendimento de que todo trabalho é realizado por um
to. A família NBR ISO 9000 fornece explicitamente uma processo (ver figura 1). Todo processo tem entradas. As
orientação genérica para gestão da qualidade e requisi- saídas são os resultados do processo. As saídas são
tos de garantia da qualidade externa nos aspectos a), produtos, tangíveis ou intangíveis. O processo em si é
b), c) e d). (ou convém que seja) uma transformação que agrega
Ao considerar a oferta completa do produto, o cliente terá valor. Todo processo envolve pessoas e/ou outras for-
em mente fatores adicionais que incluem: mas de recursos. Uma saída pode ser, por exemplo, uma
fatura, um programa de computador, combustível líquido,
- a estratégia e a situação do mercado do forne- um instrumento cirúrgico, um serviço bancário ou um
cedor: se o fornecedor tiver uma situação produto final ou intermediário de qualquer categoria ge-
estabelecida e respeitável no mercado e/ou uma nérica. Há oportunidades para fazer medições nas entra-
estratégia com a qual esteja obtendo uma fatia das, nas saídas e em nos vários estágios durante o
satisfatória do mercado, o cliente provavelmente processo. Existem diversos tipos de entradas e saídas
valorizará a oferta desse fornecedor. conforme demonstrado na figura 2.
- a estratégia e a situação financeira do fornece-
Tipo Exemplos
dor: se o fornecedor tiver uma situação financei-
ra estabelecida e respeitável e/ou uma estraté- Relacionados ao produto Matérias-primas
gia com a qual esteja melhorando seu desempe-
nho financeiro, o cliente provavelmente valoriza- (linhas cheias na fig. 2 ) Produtos intermediários
rá a oferta desse fornecedor. Produto final
- a estratégia e a situação de recursos humanos Produto amostrado
do fornecedor: se o fornecedor tiver uma situa-
Relacionados à Requisitos de produto
ção estabelecida e respeitável de recursos hu-
informação Informação das característi-
manos e/ou uma estratégia com a qual esteja
(linhas tracejadas na cas e situação do produto
desenvolvendo a habilidade, a diversificação e o
fig. 2) Comunicações de funções -
comprometimento de seus recursos humanos, o
suporte
cliente, provavelmente, valorizará a oferta desse
Realimentação sobre o de-
fornecedor.
sempenho e as necessida-
Estes fatores adicionais são de vital importância na admi- des do produto
nistração de uma organização fornecedora como um em- Dados de medição do
preendimento global. produto amostrado

Entradas Saídas
Processo
Exemplos:
fatura
Transformação que agrega programa de computador
valores envolvendo pessoas combustível líquido
e outros recursos dispositivos
oportunidade de medir serviço bancário
produto intermediário
Figura 1 - Todo trabalho é obtido por um processo

R e q u is itos R e q u is itos

E n tr ad as r e la c ion a d a s S aíd a s r elac io n a d a s


a o p r o d u to a o p r o d u to

P RPROCESSO
O C E S S O DO
DO P RPROCESSO
O C E S S O DO
DO PROCESSO
PR O C E S S O DODO
SUB-FORNECEDOR
SU BFORNECEDOR FO RNECEDOR
FORNECEDOR CCLIENTE
L IE N T E

S itu aç ã o e S itu aç ã o e
c a r ac te r ís tic a s d o p r od u to c a r ac te r ís tic a s d o p r od u to

R e alim en ta ç ã o R e alim en ta ç ã o

Figura 2 - Inter-relacionamento dos processos da cadeia de suprimento com o fluxo relacionado ao


produto e à informação

A figura 2 mostra o relacionamento do fornecedor, fluir em diferentes direções, conforme ilustrado na fi-
na cadeia de suprimento, com seu sub-fornecedor gura 2. É enfatizado que, neste contexto, “produ-
e com seu cliente. Nesta estrutura de cadeia de for- to” inclui todas as quatro categorias genéricas de produ-
necimento, as diversas entradas e saídas precisam to.
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6 NBR ISO 9000-1/1994

A gestão da qualidade é realizada pelo gerenciamento a) Os processos estão definidos e seus procedimen-
de processos na organização. É necessário gerenciar tos apropriadamente documentados?
um processo em dois sentidos:
b) Os processos estão completamente desdobrados
- a estrutura e a operação do processo em si, no e implementados conforme documentado?
qual o produto ou as informações fluem; e
c) Os processos são efetivos para prover os resulta-
- a qualidade do produto ou das informações, flu- dos esperados?
indo dentro da estrutura.
As respostas coletivas a estas questões, relativas, res-
pectivamente, ao enfoque, desdobramento e resultados,
4.7 Rede de processos numa organização
determinarão o resultado da avaliação. Uma avaliação
de um sistema da qualidade poderá variar quanto ao
Toda organização existe para realizar trabalhos que agre-
objetivo e engloba uma vasta extensão de atividades,
gam valor. O trabalho é realizado por meio de uma rede
algumas das quais são discutidas em 4.9.2 e 4.9.3.
de processos. Normalmente, esta rede é bastante com-
plexa e não uma simples estrutura seqüencial. 4.9.2 Análise crítica pela Administração

Há muitas funções a serem executadas numa organiza- Uma das atividades importantes que a Administração
ção. As funções incluem produção, projeto do produto, executiva da organização do fornecedor precisa cumprir
gestão da tecnologia, "marketing", treinamento, gestão sistematicamente é a avaliação da situação e adequação
de recursos humanos, planejamento estratégico, expedi- do sistema da qualidade, incluindo a política da qualida-
ção, faturamento e manutenção. Dada à complexidade de, em relação às expectativas das partes envolvidas. As
da maioria das organizações, é importante ressaltar os análises críticas pela Administração, normalmente levam
principais processos e simplificar e atribuir prioridade a em conta muitos fatores adicionais além dos requisitos
estes para os propósitos da gestão da qualidade. constantes nas NBR ISO 9001, NBR ISO 9002 e NBR
ISO 9003. Os resultados das auditorias internas e exter-
Uma organização precisa identificar, organizar e admi- nas são importantes fontes de informação. É importante
nistrar sua rede de processos e interfaces. A organiza- que o resultado da análise crítica pela Administração
ção cria, melhora e proporciona qualidade consistente conduza o sistema da qualidade ao aumento de sua
com seus produtos através da rede de processos. Este eficácia e eficiência.
conceito é a base fundamental da família NBR ISO 9000.
Convém que os processos e suas interfaces fiquem su- 4.9.3 Auditorias do sistema da qualidade
jeitos a análises e melhorias contínuas.
Ao avaliar a eficácia de um sistema da qualidade, as
Problemas tendem a surgir onde as pessoas têm que auditorias são elementos importantes. As auditorias po-
lidar com diversos processos e suas inter-relações, es- dem ser conduzidas por, ou em nome da própria organi-
pecialmente nos macroprocessos que possam envolver zação (primeira parte), seus clientes (segunda parte) ou
diversas funções. Para esclarecer as interfaces, respon- organismos independentes (terceira parte). A auditoria
sabilidades e autoridades, convém que cada processo de segunda ou terceira partes pode aumentar o grau de
tenha uma pessoa responsável. A qualidade dos proces- objetividade na perspectiva do cliente.
sos da própria Administração executiva, tal como o pla-
nejamento estratégico, é especialmente importante. As auditorias internas da qualidade, ou de primeira parte
podem ser conduzidas por membros da organização ou
4.8 Sistema da qualidade em relação à rede de pro- por outras pessoas em seu nome. As auditorias forne-
cessos cem informações para a análise crítica efetiva pela Admi-
nistração e para ações corretivas, preventivas ou de me-
É costume falar de um sistema da qualidade como sendo lhoria.
a composição de certo número de elementos. O sistema
da qualidade é implementado através de processos exis- As auditorias da qualidade de segunda parte podem ser
tentes tanto em cada função como interfuncionais. Para conduzidas pelos clientes da organização ou por outras
que um sistema da qualidade seja efetivo, convém que pessoas em nome do cliente, onde há um contrato ou
estes processos e as responsabilidades, autoridades, série de contratos em consideração. As auditorias pro-
procedimentos e recursos associados sejam definidos e porcionam confiança no fornecedor.
desdobrados de maneira consistente. Um sistema é mais
As auditorias da qualidade de terceira parte podem ser
do que a soma de processos. Para ser efetivo, o sistema
executadas para obtenção de certificado/registro por
da qualidade precisa de coordenação e compatibilidade
organismos certificadores competentes, por meio dos
dos processos que o compõem e de definição das suas
quais proporciona confiança à gama de clientes poten-
interfaces.
ciais.
4.9 Avaliação de sistemas da qualidade Os requisitos básicos para sistemas da qualidade estão
contidos nas normas NBR ISO 9001, NBR ISO 9002 e
4.9.1 Generalidades NBR ISO 9003. A norma NBR ISO 10011 Partes 1, 2 e 3
contém as orientações para auditorias.
Quando se avalia sistemas da qualidade, há três ques-
tões essenciais a serem consideradas em relação a cada NOTA 16 A auditoria de primeira parte é freqüntemente cha-
processo que está sendo avaliado, como segue: mada “auditoria interna”, enquanto auditorias de segunda e
terceira partes são chamadas de “auditorias externas”.
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NBR ISO 9000-1/1994 7

5 O papel da documentação b) contratual, entre primeira e segunda partes;

5.1 O valor da documentação c) aprovação ou registro por segunda parte; e

No contexto da família NBR ISO 9000, a preparação e d) certificação ou registro por terceira parte.
uso da documentação têm a intenção de serem ativida-
des dinâmicas e grandes agregadoras de valor. Docu- Convém que a organização do fornecedor estabeleça e
mentação apropriada é essencial para diversos fins críti- mantenha um sistema da qualidade projetado para co-
cos: brir todas as situações com as quais a organização
possa se defrontar [entre aqueles listadas em a), b), c),
- obtenção da qualidade requerida (produto); e d)].

- avaliação de sistemas da qualidade; Na situação a), o sistema fortalecerá sua própria compe-
titividade para cumprir os requisitos da qualidade do pro-
- melhoria da qualidade; duto a um custo mínimo.

- manutenção das melhorias. Na situação b), o cliente poderá interessar-se por alguns
elementos do sistema da qualidade do fornecedor que
5.2 Documentação e avaliação de sistemas da quali- afetem sua habilidade em produzir o produto coerente-
dade mente com seus requisitos e os riscos associados. O
cliente, portanto, requer contratualmente que alguns ele-
Para fins de auditoria, a documentação de procedimen- mentos do sistema da qualidade e processos, conforme
tos é evidência objetiva de que: apropriado, integrem o sistema da qualidade do fornece-
dor, especificando um modelo específico de garantia da
- um processo foi definido; qualidade.

- os procedimentos estão aprovados; e Na situação c), o fornecedor tem o seu sistema da quali-
dade avaliado pelo cliente. O fornecedor poderá ter o
- alterações nos procedimentos estão controla- reconhecimento formal de conformidade com a norma.
das
Na situação d), o sistema da qualidade do fornecedor é
Somente nestas circunstâncias as auditorias internas e avaliado por um organismo certificador, e o fornecedor
externas podem fornecer uma avaliação significativa tan- concordará em manter seu sistema da qualidade para
to da adequação, tanto do desdobramento como da todos os clientes, exceto quando especificado de outra
implementação. forma num contrato individual. Este tipo de certificação
ou registro do sistema da qualidade reduz, freqüen-
5.3 Documentação como suporte para melhoria da temente, o número e/ou a extensão das avaliações do
qualidade sistema da qualidade pelos clientes.

A documentação é importante para a melhoria da quali- Um único fornecedor, freqüentemente, poderá estar en-
dade. Quando os procedimentos são documentados, des- volvido em situações de todos os tipos. O fornecedor
dobrados e implementados, é possível determinar, com pode comprar alguns materiais ou componentes de pra-
confiança, como as coisas estão sendo feitas atualmen- teleira, sem requisitos contratuais de sistema da qualida-
te, bem como medir o desempenho atual. Aumenta-se, de e comprar outros com requisitos contratuais de siste-
assim, a confiabilidade da medição do efeito de uma ma da qualidade. O mesmo fornecedor pode vender al-
alteração. Além disso, procedimentos operacionais pa- guns produtos em situações não contratuais, com ou
drão documentados são essenciais para manutenção sem clientes exigindo certificação do sistema da qualida-
dos ganhos provenientes das atividades de melhoria da de, e pode vender outros produtos em situações
qualidade. contratuais.

5.4 Documentação e treinamento O fornecedor pode escolher qualquer das duas formas
para o uso da família NBR ISO 9000, que poderão ser
Manter a consistência dos procedimentos desdobrados e chamadas de “motivado pela Administração” e “motivado
implementados resulta da combinação da documenta- pelas partes envolvidas", respectivamente. Em qualquer
ção e da habilidade e treinamento de pessoal. Em cada dessas formas, convém que o fornecedor inicialmente
situação convém procurar um equilíbrio adequado entre consulte esta Norma, norma guia da família
a extensão da documentação e a extensão das habilida- NBR ISO 9000, para entender os conceitos básicos e os
des e treinamento, de tal forma a manter a documenta- tipos de normas disponíveis na família.
ção em um nível razoável e que possa ser revisada em
intervalos adequados. Convém que as auditorias do sis- O enfoque “motivado pelas partes envolvidas” é a prática
tema da qualidade sejam realizadas tendo em mente predominante em muitos países e setores industriais/
esse equilíbrio necessário. econômicos. O crescente uso de certificados/registros de
sistema da qualidade é um fator em expansão desse
6 Situações do Sistema da Qualidade enfoque.

A família NBR ISO 9000 foi concebida para ser usada em No enfoque “motivado pelas partes envolvidas” o forne-
quatro situações: cedor, inicialmente, implementa um sistema da qualidade
em resposta à imediata demanda pelos clientes ou ou-
a) orientação para a gestão da qualidade; tras partes envolvidas. O sistema da qualidade adotado
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8 NBR ISO 9000-1/1994

está em conformidade com os requisitos de uma das (ver 7.9) e aplica-se a todas as categorias genéricas de
normas aplicáveis: NBR ISO 9001, NBR ISO 9002 ou produto e a todos setores industriais/econômicos.
NBR ISO 9003. A Administração do fornecedor precisa
desempenhar papel de liderança significativa desse Usando a NBR ISO 9004-1, convém que o fornecedor
enfoque, mas os esforços são direcionados pelas partes determine, de acordo com sua situação específica, a
externas envolvidas. Normalmente, o fornecedor conclui extensão em que cada elemento do sistema da qualida-
que são obtidos resultados significativos na melhoria da de é aplicável, e quais os métodos e tecnologias específi-
qualidade dos produtos, assim como nos custos e nas cas a serem aplicadas. Normas apropriadas da famí-
operações internas. Ao mesmo tempo, ou posteriormen- lia NBR ISO 9000 fornecem orientação adicional.
te, o fornecedor pode iniciar esforço de gestão da quali-
dade para obter melhorias adicionais, construindo um Os itens 7.2 até 7.16 dão orientação para possibilitar às
sistema da qualidade mais abrangente a partir do modelo organizações selecionar as normas apropriadas da famí-
de garantia da qualidade selecionado como estrutura lia NBR ISO 9000 que poderão fornecer informações
básica. úteis para implementação e operação dos sistemas da
qualidade.
No enfoque “motivado pela Administração”, a própria Ad-
ministração do fornecedor dá início aos esforços antes 7.2 Seleção e Uso
das necessidades e tendências emergentes do mercado.
Nesse sentido, a NBR ISO 9004-1 (e outras par- NBR ISO 9000-1/1994, Normas de gestão da qualidade e
tes aplicáveis da NBR ISO 9004) é usado primeira- garantia da qualidade - Parte 1: Diretrizes para seleção e
mente para orientar o enfoque da gestão da qualidade uso.
na implantação de um sistema da qualidade que enfatizará
a obtenção da qualidade pelo fornecedor. Subseqüente- Convém que a NBR ISO 9000-1 seja usada como refe-
mente, o fornecedor pode usar uma das normas aplicá- rência por qualquer organização que esteja consideran-
veis, a NBR ISO 9001, a NBR ISO 9002 ou a NBR ISO do o desenvolvimento e implementação de um sistema
9003, como modelo de garantia da qualidade para de- da qualidade.
monstração da adequação do sistema da qualidade, pos-
sivelmente procurando certificação antecipada, como me- A crescente competição global tem levado a expectativas
dida preparatória à exigência de um cliente. cada vez mais rígidas do cliente em relação à qualidade.
Para serem competitivos e manterem um bom desempe-
O sistema da qualidade implementado com este enfoque nho econômico, organizações/fornecedores precisam,
“motivado pela Administração” será normalmente mais gradativamente, empregar sistemas mais efetivos e efici-
abrangente e frutífero que o modelo usado para demons- entes.
trar a adequação do sistema da qualidade.
NBR ISO 9000-1 esclarece os principais conceitos relaci-
7 Seleção e uso das normas sobre qualidade onados à qualidade e, com este propósito, fornece as
diretrizes para seleção e uso da família NBR ISO 9000.
7.1 Generalidades
7.3 Diretrizes para aplicação
Para fins de gestão da qualidade, convém que as organi-
zações usem as normas da família NBR ISO 9000 para
NBR ISO 9000-2/1994, Normas de gestão da quali-
desenvolver, implementar e melhorar seu sistema da
dade e garantia da qualidade - Parte 2: Diretrizes gerais
qualidade, seja motivado pela Administração ou motiva-
para aplicação das NBR ISO 9001, NBR ISO 9002 e
do pelas partes envolvidas.
NBR ISO 9003
A família NBR ISO 9000 contem dois tipos de normas de
Convém que a NBR ISO 9000-2 seja selecionada quan-
orientação. A orientação para aplicação, visando garantia
do houver necessidade de auxílio na implementação
da qualidade, está contida em várias normas da NBR
e aplicação das NBR ISO 9001, NBR ISO 9002 e
ISO 9000. A orientação para aplicação específica, visan-
NBR ISO 9003 (ver seção 8).
do à gestão da qualidade, está contida nas normas da
NBR ISO 9004. As normas da NBR ISO 9004 não tem o
propósito de serem usadas para interpretar os requisitos A norma fornece orientações para implementação das
das normas da garantia da qualidade, entretanto podem cláusulas nas normas de garantia da qualidade e é espe-
fornecer referências úteis. Da mesma forma, normas com cialmente útil durante a implementação inicial.
números na sequência 10000 podem ser usadas para
referência. 7.4 “Software”

Em toda família NBR ISO 9000 são enfatizadas a satisfa- NBR ISO 9000-3/1993, Normas de gestão da qualidade e
ção das necessidades do cliente, o estabelecimento das garantia da qualidade - Parte 3: Diretrizes para aplicação
responsabilidades funcionais e a importância de avalia- da NBR ISO 9001 ao desenvolvimento, fornecimento e
ção do risco potencial (tanto quanto possível) e benefíci- manutenção de "software".
os. Convém que todos estes aspectos sejam considera-
dos no estabelecimento e manutenção de um sistema da (A NBR ISO 9000-3 trata exclusivamente de programa
qualidade efetivo e sua melhoria contínua. para computador).

Convém dar atenção especial à NBR ISO 9004-1 que Convém que organizações fornecedoras que estão
lida com a gestão da qualidade de qualquer produto implementando um sistema da qualidade conforme a
Cópia não autorizada

NBR ISO 9000-1/1994 9

NBR ISO 9001, para um produto de “software” ou um Convém que a NBR ISO 9002 seja selecionada e usada
produto que inclua um elemento “software”, façam refe- quando a necessidade é demonstrar a capacidade do
rência à NBR ISO 9000-3. fornecedor de controlar os processos para produção de
produto conforme. O modelo de garantia da qualidade
O processo de desenvolvimento, fornecimento e manu- para esta finalidade é especificado na NBR ISO 9002.
tenção de “software” é diferente daquele da maioria dos
outros tipos de produtos industriais, nos quais não há 7.8 Garantia da qualidade: inspeção final
fases distintas de produção. O “software” não se “des-
gasta”, e, conseqüentemente, as atividades relativas à NBR ISO 9003/1994, Sistemas da qualidade - Modelo
qualidade durante a fase de projeto, são de extrema para garantia da qualidade em inspeção e ensaios finais
importância para a qualidade final do produto.
Convém que a NBR ISO 9003 seja selecionada e usada
NBR ISO 9000-3 estabelece as diretrizes para facilitar a quando o fornecedor necessita garantir a conformidade
aplicação da NBR ISO 9001 nas organizações que de- com requisitos especificados somente na inspeção e en-
senvolvem, fornecem e mantêm “software”, sugerindo saios finais. O modelo da garantia da qualidade para esta
controles e métodos apropriados para esta finalidade. finalidade é especificado na NBR ISO 9003.

7.5 Dependabilidade 7.9 Gestão da qualidade

NBR ISO 9000-4/1993, Normas de gestão da qualidade e NBR ISO 9004-1/1994, Gestão da qualidade e elementos
garantia da gualidade - Parte 4: Guia para gestão da do sistema da qualidade - Parte 1: Diretrizes
dependabilidade
Convém que seja feita referência à NBR ISO 9004-1 por
Convém que a NBR ISO 9000-4 seja selecionada quan- qualquer organização que pretenda desenvolver e
do o fornecedor precisa garantir as características de implementar um sistema da qualidade.
dependabilidade de um produto (isto é, confiabilidade,
mantenabilidade e disponibilidade). A fim de alcançar seus objetivos, convém que a organiza-
ção assegure que os fatores técnicos, administrativos e
A crescente confiança da sociedade em serviços tais humanos que afetem a qualidade de seus produtos esta-
como transporte, eletricidade, telecomunicações e infor- rão sob controle, sejam materiais e equipamentos, infor-
mação faz aumentar as expectativas e exigências do mações, materiais processados ou serviços.
cliente em relação à qualidade de serviço. A dependabi-
lidade de produtos usados para tais serviços é um impor- A NBR ISO 9004-1 fornece uma ampla lista de elementos
tante fator de contribuição para a qualidade de seus do sistema da qualidade, relativa a todas as fases e
serviços. atividades durante o ciclo de vida de um produto, para
ajudar a organização a selecionar e aplicar os elementos
A NBR ISO 9000-4 fornece orientações para gestão do apropriados às suas necessidades.
programa de dependabilidade. Ela engloba as
caracterísitcas essenciais para um programa abrangente 7.10 Serviços
da dependabilidade para o planejamento, organização,
direção e controle de recursos para produção de produ- NBR ISO 9004-2/1993, Gestão da qualidade e elemen-
tos confiáveis e que permitam manutenção. tos do sistema da qualidade - Parte 2: Diretrizes para
serviços
7.6 Garantia da qualidade: projeto até serviços asso-
ciados Convém que seja feita referência à NBR ISO 9004-2 pe-
la organização que fornece serviços ou cujos produtos
NBR ISO 9001/1994, Sistemas da qualidade - Modelo fornecidos incluem um componente de serviços.
para garantia da qualidade no projeto, desenvolvimento,
produção, instalação e serviços associados As características de um serviço podem diferir das de
outros produtos e podem incluir aspectos, tais como:
Convém que a NBR ISO 9001 seja selecionada e usa- pessoal, tempo de espera, prazo de entrega, higie-
da quando a necessidade é demonstrar a capacida- ne, credibilidade e comunicação, entregues diretamen-
de do fornecedor de controlar os processos de pro- te ao cliente final. A avaliação pelo cliente, geralmente
jeto, assim como de produzir produtos conformes. Os muito subjetiva, é a última medição da qualidade de um
requisitos especificados estão direcionados, principalmen- serviço.
te, para a satisfação do cliente, através da prevenção de
não-conformidade em todos os estágios, desde o projeto NBR ISO 9004-2, suplementa a orientação da
até os serviços associados. O modelo de garantia da NBR ISO 9004-1 com respeito a produtos na categoria de
qualidade para esta finalidade é especificado na NBR serviços. Ela descreve os conceitos, princípios e elemen-
ISO 9001. tos do sistema da qualidade que são aplicáveis a todas
as formas de ofertas de serviços.
7.7 Garantia da Qualidade: produção até serviços as-
sociados 7.11 Materiais Processados

NBR ISO 9002/1994, Sistemas da qualidade - Modelo NBR ISO 9004-3/1994, Gestão da qualidade e elemen-
para garantia da qualidade em produção, instalação e tos do sistema da qualidade - Parte 3: Diretrizes para
serviços associados materiais processados
Cópia não autorizada

10 NBR ISO 9000-1/1994

Convém que seja feita referência à NBR ISO 9004-3 pela to, experiência, atributos pessoais e capacidade de ges-
organização cujos produtos (final ou intermediário) são tão necessários para executar uma auditoria.
preparados por transformações e que consistem em sóli-
dos, líquidos, gases ou suas combinações (incluindo ma- 7.15 Gestão das auditorias
teriais particulados, lingotes, estruturas filamentadas ou
laminados). Estes produtos são tipicamente entregues a NBR ISO 10011-3/1993, Diretrizes para auditoria de sis-
granel tais como: através de dutos ou em tambores, temas da qualidade - Parte 3: Gestão de programas de
sacos, tanques, latas ou rolos. auditoria

Por sua natureza, os materiais (a granel) processados Convém que a NBR ISO 10011-3 seja selecionada quan-
apresentam dificuldades peculiares quanto à verificação do do planejamento da gestão de um programa de audi-
do produto em estágios importantes durante o processo toria. A norma fornece diretrizes básicas para a gestão
de produção. Isto aumenta a importância da utilização de de programas de auditoria de sistemas da qualidade. A
amostragem estatística e de procedimentos de avaliação norma é coerente com outras Partes da NBR ISO 10011.
e a aplicação destes nos controles durante o processo e
nas especificações do produto final. 7.16 Garantia da qualidade para medição

A NBR ISO 9004-3 suplementa a orientação da NBR ISO 10012-1/1993, Requisitos de garantia da quali-
NBR ISO 9004-1 com respeito a produtos na categoria dade para equipamento de medição - Parte 1: Sistema
de materiais processados. de comprovação metrológica para equipamento de medi-
ção
7.12 Melhoria da qualidade
Convém que a NBR ISO 10012-1 seja selecionada quan-
NBR ISO 9004-4/1993, Gestão da qualidade e elementos do a qualidade do produto ou o do processo depender
do sistema da qualidade - Parte 4: Diretrizes para melho- essencialmente da capacidade de medir com exatidão.
ria da qualidade A norma especifica as características principais do sis-
tema de comprovação para ser usado num equipa-
Convém que seja feita referência à NBR ISO 9004-4 por mento de medição do fornecedor. A norma contém os
qualquer organização que desejar melhorar sua eficácia requisitos de garantia da qualidade para equipamen-
(tenha ou não implantado um sistema da qualidade for- tos de medição do fornecedor para assegurar que as
mal). medições serão feitas com a exatidão e consistência
pretendidas. Ela contém requisitos mais detalhados do
Convém que o esforço pela satisfação do cliente e a que os constantes nas NBR ISO 9001, NBR ISO 9002 e
melhoria contínua da qualidade sejam objetivos constan- NBR ISO 9003, e é apresentada com orientação para
tes da gestão de todas as atividades, em todos os níveis implementação.
da organização.
8 Seleção e uso de normas para a garantia da
A NBR ISO 9004-4 descreve os conceitos e os princípios qualidade externa
fundamentais, diretrizes de gestão e metodologia (ferra-
mentas e técnicas) para a melhoria da qualidade. 8.1 Orientações gerais

7.13 Auditorias Convém que, na aprovação ou registro por segunda par-


te [situações b) e c) da seção 6], o fornecedor e a outra
NBR ISO 10011-1/1993, Diretrizes para auditoria de sis- parte concordem quanto à norma que servirá de base
temas da qualidade - Parte 1: Auditoria para aprovação. Convém que a seleção e a aplicação de
um modelo apropriado para garantia da qualidade para
Convém que a NBR ISO 10011-1 seja selecionada quan- uma situação específica proporcionem benefícios para
do do estabelecimento, planejamento, execução e docu- cliente e fornecedor.
mentação de auditorias de sistemas da qualidade. A
norma fornece diretrizes para verificação da existência e O exame dos benefícios, riscos e custos para ambas as
da implementação dos elementos do sistema da qualida- partes determinará a extensão e a natureza das informa-
de, bem como para verificação da capacidade do siste- ções recíprocas e as medidas que cada parte deve tomar
ma em atingir os objetivos definidos para a qualidade. para prover confiança adequada de que a qualidade
desejada será atingida. O fornecedor tem a responsabili-
7.14 Auditores dade de selecionar o modelo para os sub-contratos, exceto
quando acordado de outra forma com o cliente.
NBR ISO 10011-2/1993, Diretrizes para auditoria de sis-
temas da qualidade - Parte 2: Critérios para qualificação Convém que, na certificação/registro de terceira parte, o
de auditores de sistema da qualidade fornecedor e o organismo de certificação concordem so-
bre qual norma será usada como base para certifica-
Convém que a NBR ISO 10011-2 seja selecionada quan- ção/registro. Convém que o modelo selecionado seja
do houver necessidade de seleção e treinamento de adequado e não se desvie do ponto de vista dos clien-
auditores de sistema da qualidade. tes do fornecedor. Por exemplo, a finalidade e o cará-
ter das atividades de projeto, caso haja, é especialmen-
A norma fornece orientação para o critério de qualifica- te importante para selecionar entre a NBR ISO 9001 e a
ção de auditores de sistemas da qualidade. A norma NBR ISO 9002. A seleção e aplicação de um modelo
contém, também, orientação para educação, treinamen- apropriado de garantia da qualidade para dada situação
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NBR ISO 9000-1/1994 11

devem incluir também os objetivos do fornecedor. O exa- b) capacidade em alcançar conformidade do produto
me da abrangência das atividades do fornecedor que com os requisitos especificados.
serão cobertas por um certificado, determinará a exten-
são e a natureza das informações recíprocas e as medi- O fornecedor é responsável pela demonstração da ade-
das que cada parte deverá tomar para prover confiança quação e eficácia do sistema da qualidade. Entretanto,
de que a certificação será mantida de acordo com os o fornecedor poderá ter que considerar as expectativas
requisitos do modelo selecionado. para demonstração às principais partes interessadas,
conforme descrito na seção 6 b), c) e d). Essas conside-
8.2 Seleção do modelo rações podem determinar os meios adotados para de-
monstrar a conformidade com o modelo selecionado.
8.2.1 Três modelos para garantia da qualidade Os meios podem incluir:

Conforme indicado em 7.6 a 7.8, nas três normas perti- - declaração do fornecedor quanto à conformida-
nentes, certos elementos do sistema da qualidade foram de;
agrupados para formar três modelos distintos, adequa-
dos ao propósito dos fornecedores de demonstrar em - fornecimento de evidências básicas documenta-
sua capacidade e para avaliação dessa capacidade por das;
entidades externas:
- fornecimento de evidências de aprovação ou de
a) NBR ISO 9001: para uso quando a conformidade registros por outros clientes;
com os requisitos especificados deve ser garantida
pelo fornecedor durante projeto, desenvolvimen-
- auditoria pelo cliente;
to, produção, instalação e serviços associados.

b) NBR ISO 9002: para uso quando a conformidade - auditoria de terceira parte;
com os requisitos especificados deve ser garanti-
da pelo fornecedor durante a produção, instala- - fornecimento de evidência através de certifica-
ção e serviços associados. dos de terceira parte competente.

NOTA 17 A NBR ISO 9002 é idêntica à NBR ISO 9001, exceto Quaisquer desses meios ou combinação entre eles po-
pela exclusão de todos os requisitos de sistema da qualidade dem ser aplicados nas situações b) e c) da seção 6. Na
para controle de projeto. situação 6 d), aplicam-se os dois últimos meios.

c) A NBR ISO 9003: para uso quando a conformidade A natureza e o grau de demonstração podem variar de
com requisitos especificados deve ser garantida uma situação para outra de acordo com critérios, como:
pelo fornecedor na inspeção e ensaios finais.
a) os aspectos econômicos, utilização e condições
Uma perspectiva de processo é enfatizada em 4.6 a 4.8 e de uso do produto;
em outras seções. O objetivo do sistema da qualidade é
o de atender os requisitos da qualidade nos resultados
b) a complexidade e inovação requeridas para projetat
dos processos do fornecedor. Não obstante,
o produto;
os requisitos do sistema da qualidade são direciona-
dos aos procedimentos para esses processos. Assim,
c) a complexidade e dificuldade de produzir o produ-
requisitos específicos do sistema da qualidade
to;
nas NBR ISO 9001, NBR ISO 9002 e NBR ISO 9003 são
normalmente expressos como “O fornecedor deve esta-
belecer e manter procedimentos documentados...” d) a capacidade de julgar a qualidade do produto
com base somente na inspeção e ensaios finais;
8.2.2 Seleção
e) os requisitos da sociedade quanto ao produto;
Os objetivos das normas, conforme resumidos em
8.2.1, indicam como deve ser feita a seleção entre a f) o desempenho histórico do fornecedor;
NBR ISO 9001, a NBR ISO 9002 ou a NBR ISO 9003,
consistentes com as situações a), b), c) e d) da seção 6. g) o grau de parceria na relação com o cliente

8.3 Demonstração de conformidade com o modelo 8.4 Considerações adicionais em situações contra-
selecionado tuais

Os elementos do sistema da qualidade devem ser docu- 8.4.1 Adaptações e elementos contratuais
mentados e demonstráveis de forma consistente com os
requisitos do modelo selecionado. A experiência tem demonstrado que é possível, com um
pequeno número de normas disponíveis em quase to-
A demonstração dos elementos do sistema da qualidade das as situações contratuais, selecionar uma que cum-
e seus processos associados provêm confiança em: prirá adequadamente as necessidades. Entretanto, ha-
verá ocasiões em que certos elementos ou subelementos
a) adequação do sistema da qualidade; do sistema da qualidade pedidos nas normas
selecionadas poderão ser excluídos e, em outras oca-
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12 NBR ISO 9000-1/1994

siões, elementos ou subelementos poderão ser adicio- de processo ou requisitos de sistema para itens críticos
nados. As adaptações poderão também dizer respeito de segurança.
ao grau de demonstração dos elementos do sistema
da qualidade. Se forem necessárias adaptações, con- 8.4.4 Avaliação pré-contratual
vém que sejam acordadas entre o cliente e o fornecedor
e especificadas no contrato. Avaliações do sistema da qualidade do fornecedor, de
acordo com a NBR ISO 9001, a NBR ISO 9002 ou a
8.4.2 Análise crítica de elementos contratuais do sistema da NBR ISO 9003 e, quando apropriado, de requisitos su-
qualidade. plementares, são freqüentemente utilizadas antes de um
contrato para determinar a capacidade do fornecedor de
Ambas as partes devem analisar criticamente o contrato satisfazer os requisitos. Em muitos casos, estas avalia-
proposto para se certificarem de que os requisitos do ções são realizadas diretamente pelo cliente.
sistema da qualidade foram entendidos e mutuamente
aceitos, considerando, também, os aspectos econômi- 8.4.5 Auditorias após confirmação do contrato
cos e riscos em suas respectivas situações.
A demonstração continuada do sistema da qualidade do
8.4.3 Requisitos suplementares de garantia da qualidade fornecedor, após confirmação do contrato, pode ser feita
por uma série de auditorias da qualidade conduzidas
Pode ocorrer a necessidade de especificar requisitos pelo cliente ou seu representante, ou acordada com uma
suplementares no contrato, tal como controle estatístico terceira parte.

/ANEXOS
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NBR ISO 9000-1/1994 13

ANEXO A
(Normativo)

Termos e definições extraídos da NBR ISO 8402

A.1 qualidade: Totalidade de características de uma en- qualidade, garantia da qualidade e melhoria da qualidade
tidade que lhe confere a capacidade de satisfazer as dentro do sistema da qualidade.
necessidades explícitas e implícitas.
NOTAS
NOTAS
25 A gestão da qualidade é de responsabilidade de todos os
18 Numa situação contratual ou numa área regulamentada, tal níveis da Administração, mas tem que ser liderada pela Alta
como na área de segurança nuclear, as necessidades são Administração. Sua implementação envolve todos os membros
especificadas, enquanto que em outras áreas, as necessidades da organização.
implícitas devem ser identificadas e definidas.
26 A gestão da qualidade leva em consideração os aspectos
19 Em muitos casos, as necessidades podem mudar no decor- econômicos.
rer do tempo, o que implica em análises críticas periódicas dos
requisitos para a qualidade. A.4 sistema da qualidade: Estrutura organizacional, pro-
cedimentos, processos e recursos necessários para
20 As necessidades são traduzidas normalmente em caracte- implementar a gestão da qualidade.
rísticas com critérios especificados (requisitos para a qualida-
de). As necessidades podem incluir, por exemplo, aspectos
NOTAS
de desempenho, facilidade de uso, dependabilidade, (disponibi-
lidade, confiabilidade, mantenabilidade), segurança, meio ambi-
27 O sistema da qualidade deve ter a abrangência necessária
ente (requisitos da sociedade), aspectos econômicos e estéti-
para atender os objetivos da qualidade.
cos.

28 O sistema da qualidade de uma organização é concebido


21 O termo “qualidade” não deve ser usado isoladamente para
essencialmente para satisfazer as necessidades gerenciais in-
exprimir um grau de excelência no sentido comparativo e nem
ternas da organização. Ele é mais amplo do que os requisitos de
em avaliações técnicas no sentido quantitativo. Para exprimir
um cliente específico, que avalia apenas a parte do sistema da
estes dois significados deve ser usado um adjetivo qualificativo.
qualidade que lhe concerne.
Podem ser empregados, por exemplo, os seguintes termos:

29 Para fins de avaliação da qualidade, contratual ou mandatório,


a) “qualidade relativa”, quando as entidades são classifica-
pode ser exigida a demonstração da implementação de elemen-
das em função do seu “grau de excelência”, ou no
tos identificados do sistema da qualidade.
sentido “comparativo” (não deve ser confundido com
classe).
A.5 controle da qualidade: Técnicas e atividades ope-
b) “nível de qualidade”, no sentido quantitativo (como é racionais usadas para atender os requisitos para a quali-
empregado na aceitação por amostragem) e “medida da dade.
qualidade”, quando são efetuadas avaliações técnicas
precisas. NOTAS

22 A obtenção da qualidade satisfatória envolve as fa- 30 O controle da qualidade compreende técnicas e atividades
ses do ciclo da qualidade como um todo. As contribuições à operacionais que se destinam a monitorar um processo e elimi-
qualidade destas várias fases são as vezes identificadas sepa- nar causas de desempenho insatisfatório, em todas as etapas
radamente, para melhor distinção, como por exemplo: a qualida- do ciclo da qualidade, para atingir a eficácia econômica.
de devido a definição das necessidades, a qualidade devido ao
projeto do produto, a qualidade devido à conformidade, a quali- 31 Algumas ações do controle da qualidade e da garantia da
dade devido à assistência ao produto ao longo do seu ciclo de qualidade são inter-relacionadas.
vida.
A.6 garantia da qualidade: Conjunto de atividades pla-
23 Em algumas referências, a qualidade é definida como “ade- nejadas e sistemáticas, implementadas no sistema da
quação ao uso”, ou “adequação ao propósito”, ou à “satisfação qualidade e demonstradas como necessárias, para pro-
do cliente” ou “conformidade aos requisitos”. Estas definições
ver confiança adequada de que uma entidade atenderá
representam, apenas, certos aspectos da qualidade, como foi
definida acima.
os requisitos para a qualidade.

NOTAS
A.2 política da qualidade: Intenções e diretrizes globais
de uma organização relativas à qualidade, formalmente
32 A garantia da qualidade visa simultaneamente aos objetivos
expressas pela Alta Administração. externos e internos:

NOTA 24 A “política da qualidade” é um dos elementos da a) garantia da qualidade interna: dentro de uma organiza-
política da empresa e é aprovada pela Alta Administração. ção, a garantia da qualidade provê confiança à Admi-
nistração;
A.3 gestão da qualidade: Todas as atividades da fun-
ção gerencial que determinam a política da qualidade, b) garantia da qualidade externa: em situações contratuais
os objetivos e as responsabilidades, e os implementam ou outras, a garantia da qualidade provê confiança aos
por meios como planejamento da qualidade, controle da clientes ou a outros.
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14 NBR ISO 9000-1/1994

33 Algumas ações do controle da qualidade e garantia da quali- 40 A entrega ou uso de produtos tangíveis pode fazer parte da
dade são inter-relacionadas. prestação do serviço.

34 Se os requisitos para a qualidade não reflitam inteiramente 41 Um serviço pode estar vinculado à fabricação e ao forneci-
as necessidades do usuário, a garantia da qualidade pode não mento de um produto tangível.
prover a confiança adequada.
A.10 cliente: Destinatário de um produto provido pelo
A.7 melhoria da qualidade: Ações implementadas em fornecedor.
toda a organização a fim de aumentar a eficácia e a
eficiência das atividades e dos processos, para propor- NOTAS
cionar benefícios adicionais tanto à organização quanto
aos clientes. 42 Numa situação contratual, o “cliente” é chamado de “com-
prador”.
A.8 produto: Resultado de atividades ou processos.
43 O “cliente” pode ser, por exemplo, o consumidor final, o
NOTAS usuário, o beneficiário ou o comprador.

35 O termo "produto" pode incluir serviço, materiais e equipa- 44 O “cliente” pode ser interno ou externo à organização.
mentos, materiais processados, informações ou uma combina-
ção destes. A.11 fornecedor: Organização que fornece um produto
ao cliente.
36 Um produto pode ser tangível (por exemplo: montagens ou
materiais processados) ou intangível (por exemplo: conheci-
NOTAS
mentos ou conceitos), ou a combinação dos dois.

45 Numa situação contratual, o “fornecedor” pode ser chamado


37 Um produto pode ser intencional (por exemplo: oferta aos
de “contratado”.
clientes) ou não intencional (por exemplo: um poluente ou efei-
tos indesejáveis).
46 O “fornecedor” pode ser, por exemplo, o produtor, o distribui-
A.9 serviço: Resultado gerado por atividades na interface dor, o importador, o montador, ou a organização prestadora de
serviço.
fornecedor e cliente, e por atividades internas do forne-
cedor para atender às necessidades do cliente.
47 O “fornecedor” pode ser interno ou externo à organização.
NOTAS
A.12 processo: Conjunto de recursos e atividades inter-
38 O fornecedor ou o cliente pode ser representado na interface relacionados que transformam insumos (entradas) em
por pessoas ou equipamentos. produtos (saídas).

39 As atividades do cliente na interface com o fornecedor po- NOTA 48 Os recursos podem incluir pessoal, finanças, instala-
dem ser essenciais à prestação do serviço. ções, equipamentos, métodos e técnicas.

/ANEXO B
Cópia não autorizada

NBR ISO 9000-1/1994 15

ANEXO B
(Informativo)

Fatores de produto e de processo

B.1 Finalidades periência de campo.

As características de produto e de processos são impor- c) Complexidade do processo de produção


tantes na aplicação da família NBR ISO 9000. Este ane-
xo focaliza uma série de fatores de produto de processo Este fator refere-se:
que devem ser considerados, por exemplo:
1) à disponibilidade de processos de produção
a) pela Administração do fornecedor para fins de comprovados;
gestão da qualidade, quando do planejamento da
abordagem e da extensão da implementação de
2) à necessidade de desenvolvimento de novos
um elemento do sistema da qualidade
processos;
(ver 7.1);

b) pelos auditores, quando do planejamento das au- 3) ao número e variedade de processos requeri-
dos;
ditorias de primeira, segunda ou terceira partes
(ver 4.9.3)
4) ao impacto do(s) processo(s) no desempenho
c) conjuntamente pelo fornecedor e cliente quando do produto
da seleção e/ou adaptação com os requisitos do
sistema da qualidade para um contrato bilateral 5) à necessidade de controle de processo.
(ver 8.4).
d) Características do Produto
NOTA 49 Na NBR 19000/1990, esses fatores constaram so-
mente como orientação para a finalidade c). Este fator refere-se com a complexidade do pro-
duto, ao número de características inter-relaciona-
B.2 Fatores das e se cada característica é crítica quanto ao
desempenho.
a) Complexidade do processo de projeto
e) Segurança do Produto
Este fator refere-se à dificuldade de projetar o
produto e os processos de produção e apoio, se
for o caso, ou se o projeto necessitar de altera- Este fator refere-se ao risco de ocorrência de fa-
ções periódicas. lhas e suas conseqüências.

b) Maturidade e estabilidade no projeto dos pro- f) Aspectos econômicos


dutos
Este fator refere-se aos custos econômicos para
Este fator refere-se a até que ponto o projeto ambos, fornecedor e cliente, de fatores preceden-
global do produto é conhecido e comprovado, tes ponderados com os riscos de ocorrência de
tanto por ensaio de desempenho quanto por ex- custos devido às não-conformidades do produto.

/ANEXO C
Cópia não autorizada

16 NBR ISO 9000-1/1994

ANEXO C
(Informativo)

Proliferação de normas (os parágrafos a seguir também aplicam-se à família NBR ISO 9000)

Esta família NBR ISO 9000 - em particular as normas Felizmente, a atual tendência mundial no mercado está
para uso contratual, em avaliações ou certificações levando muitos usuários das normas ao reconhecimento
(NBR ISO 9001, NBR ISO 9002 e NBR ISO 9003) - está estratégico de que precisam e devem estar em conformi-
sendo adotada em todo o mundo em muitos setores dade com as normas internacionais. As normas da famí-
industriais/econômicos para todas as quatro categorias lia NBR ISO 9000 e os planos de revisão contínua têm a
genéricas de produto. Foram desenvolvidos diversos es- função de propiciar o objetivo, conteúdo e flexibilidade
quemas específicos para determinados setores industri- necessários para cumprir, a tempo, as necessidades atu-
ais/econômicos. ais e emergentes do mercado.

É importante distinguir os esquemas que implementam, A figura C1 mostra uma matriz onde são recomendadas
sem alteração, a família NBR ISO 9000 dos outros es- as atividades para implementação de normas em cada
quemas que envolvem versões localizadas destas nor- uma dos quatro domínios de implementação, dentro do
mas. Se a família NBR ISO 9000 vier a tornar-se somen- campo da gestão da qualidade e da garantia da qualida-
te um núcleo de proliferação, dando origem a normas de. Qualquer esquema de avaliação e certificação de
localizadas, porém variando no seu conteúdo e arquitetu- terceira parte deve operar de acordo com procedimentos
ra em relação a família NBR ISO 9000, haverá pouca que estejam plenamente de acordo com todas as nor-
normalização a nível mundial. Assim, poderão surgir res- mas, diretrizes e práticas requeridas para reconhecimen-
trições para o comércio devido à proliferação de normas to internacional mútuo da certificação de sistemas da
e de requisitos inconsistentes. qualidade.

Internacional Internacional Internacional Setor


ATIVIDADE DE IMPLEMENTAÇÃO (global) (global) (global) industrial/econômico

Desenvolvimento de normas de Fortemente desencorajado


“requisitos” Atividades
principais
Desenvolvimento de normas de Atividades suplementar Desencorajado
orientação
Atividade Atividade
Faciltação da aplicação das normas suplementar principal

Operação de esquemas de avaliação Atividade


Atividades
e aprovação ou registro de segunda principais reconhecida
parte Impraticável
no momento
Operação de esquema de
Desencorajado
certificação/registro ou avaliação de
terceira parte

Figura C - Matriz de atividades para normas de garantia da qualidade

/ANEXO D
Cópia não autorizada

NBR ISO 9000-1/1994 17

Anexo D
(informativo)

Referência cruzada dos números das seções com os tópicos correspondentes

Garantia externa da qualidade


Diretrizes para
Requisitos Guia de gestão da Guia
Título da seção em NBR ISO 9001
aplicação qualidade NBR ISO 9000-1
NBR ISO NBR ISO NBR ISO
NBR ISO NBR ISO 9004-1
9001 9002 9003
9000-2

4.1 ■ ■ O 4.1 Responsabilidade da Administração 4 4.1, 4.2, 4.3

4.2 ■ ■ O 4.2 Sistema da qualidade 5 4.4, 4.5, 4.8

4.3 ■ ■ ■ 4.3 Análise crítica de contrato X 8

4.4 ■ X X 4.4 Controle de projeto 8

4.5 ■ ■ ■ 4.5 Controle de documentos e de dados 5.3, 11.5

4.6 ■ ■ X 4.6 Aquisição 9

4.7 ■ ■ ■ 4.7 Controle de produto fornecido pelo


cliente X
4.8 ■ ■ O 4.8 Identificação e rastreabilidade do
produto 11.2 5

4.9 ■ ■ X 4.9 Controle de processo 10, 11 4.6, 4.7

4.10 ■ ■ O 4.10 Inspeção e ensaio 12

4.11 ■ ■ ■ 4.11 Controle de equipamentos de


inspeção, medição e ensaios 13

4.12 ■ ■ ■ 4.12 Situação da inspeção e ensaios 11.7

4.13 ■ ■ O 4.13 Controle de produtos não-conformes 14

4.14 ■ ■ O 4.14 Ação corretiva e preventiva 15

4.15 ■ ■ ■ 4.15 Manuseio, armazenamento,


embalagem, preservação e entrega 10.4, 16.1, 16.2

4.16 ■ ■ O 4.16 Controle de requisitos da qualidade 5.3, 17.2, 17.3

4.17 ■ ■ O 4.17 Auditorias internas da qualidade 5.4 4.9

4.18 ■ ■ O 4.18 Treinamento 18.1 5.4

4.19 ■ ■ X 4.19 Serviços associados 16.4

4.20 ■ ■ O 4.20 Técnicas estatísticas 20

Considerações financeiras 6

Segurança de produtos 19

"Marketing" 7

Legenda:

■ requisito pleno

O requisito menos abrangente que a ISO 9001 e ISO 9002

X elemento não requerido


Cópia não autorizada

18 NBR ISO 9000-1/1994

ANEXO E
(Informativo)

Bibliografia

NBR ISO 9000-2/1994, Normas de gestão da qualidade NBR ISO 9004-3/1994, Gestão da qualidade e elemen-
e garantia da qualidade - Parte 2: Diretrizes gerais para tos do sistema da qualidade - Parte 3: Diretrizes para
a aplicação das NBR ISO 9001, NBR ISO 9002 e materiais processados
NBR ISO 9003
NBR ISO 9004-4/1993, Gestão da qualidade e elemen-
NBR ISO 9000-3/1993, Normas de gestão da qualidade e tos do sistema da qualidade - Parte 4: Diretrizes para
garantia da qualidade - Parte 3: Diretrizes para a apli- melhoria da qualidade
cação da NBR ISO 9001 ao desenvolvimento, forneci-
mento e manutenção de “software” NBR ISO 10011-1/1993, Diretrizes para auditoria de sis-
temas da qualidade - Parte 1: Auditoria
NBR ISO 9000-4/1993, Normas de gestão da qualidade
e garantia da qualidade - Parte 4: Guia para gestão do NBR ISO 10011-2/1993, Diretrizes para auditoria de sis-
programa de dependabilidade temas da qualidade - Parte 2: Critérios para qualificação
de auditores de sistema da qualidade
NBR ISO 9001/1994, Sistemas da qualidade - Modelo
para garantia da qualidade em projeto, desenvolvimento,
NBR ISO 10011-3/1993, Diretrizes para auditoria de sis-
produção, instalação e serviços associados
temas da qualidade - Parte 3: Gestão de programas de
auditoria
NBR ISO 9002/1994, Sistemas da qualidade - Modelo
para garantia da qualidade em produção, instalação e
serviços associados NBR ISO 10012-1/1993, Requisitos de garantia da quali-
dade para equipamento de medição - Parte 1: Sistema
NBR ISO 9003/1994, Sistemas da qualidade - Modelo de comprovação metrológica para equipamento de me-
para garantia da qualidade para inspeção e ensaios fi- dição.
nais
NBR ISO 10013:(1) Diretrizes para desenvolvimento de
NBR ISO 9004-1/1994, Gestão da qualidade e elemen- manual da qualidade
tos do sistema da qualidade - Parte 1: Diretrizes
ISO/TR 13425:(2) Guidelines for the selection of statistical
NBR ISO 9004-2/1993, Gestão da qualidade e elemen- methods in standardization and specification
tos do sistema da qualidade - Parte 2: Diretrizes para
serviços ISO HANDBOOK 3: 1989, Statistical methods

(1)
Atualmente em preparação pela ABNT/CB-25.
(2)
Em preparação pela ISO.

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