Você está na página 1de 7

16/09/23, 15:20 FazendoVídeo | Refletores - lâmpadas

Produção de vídeo semi-profissional - Dicas e Informações


Técnicas

Acessórios Baterias Edição Exposição Filtros Foco Formatos Imagem


Lentes Luz Monitores Sinal de Vídeo Som Suportes

Refletores - lâmpadas Buscar


artigos / luz powered by FreeFind

Eduardo Baptista
coluna Fique Ligado, revista Zoom Magazine Home
Blog
Halógena, Xenon, HMI... o mundo da iluminação é
Sobre
mesmo um "mundo" a parte... com suas terminologias,
FAQ
equipamentos e técnicas... Vamos falar sobre alguns dos
Produtos e
termos utilizados em iluminação, especificamente nas
Serviços
lâmpadas utilizadas nos refletores empregados em video
Atualizações
e cinema.
Recentes

Quando Thomas Edison fez brilhar dentro de um bulbo


de vidro um minúsculo pedaço de arame (a primeira
lâmpada), não poderia imaginar-se hoje à frente de um
palco de um show rock, com dezenas e dezenas de
luzes acendendo e apagando ao ritmo das músicas,
outras luzes movendo-se de forma sincronizada e uma
profusão de cores, tons, brilhos e intensidades as mais
variadas possíveis. Mas aquele pequeno pedaço de fio
metálico, chamado filamento, que aquecia com a energia
elétrica fornecida até passar a emitir luz, foi o início de
tudo o que conhecemos hoje empregado em iluminação.
Devido ao modo como funcionava, emitindo luz como
resultado do aquecimento do filamento, esse tipo de
lâmpada recebeu o nome de incandescente. É a
lâmpada mais comum, encontrada em praticamente
todas as residências. O metal de que é formado o
filamento é o Tungstênio, capaz de resistir às altas
www.fazendovideo.com.br/artigos/refletores-lampadas.html 1/7
16/09/23, 15:20 FazendoVídeo | Refletores - lâmpadas

temperaturas atingidas através de seu aquecimento e


ainda assim não se fundir. Este é também o tipo mais
simples de lâmpada utilizada em refletores empregados
em video e cinema. Uma variação muito grande de
potência pode ser encontrada em refletores com este tipo
lâmpada, desde 10 até 20.000W (estes últimos
empregados em projetos específicos para grandes
produções) a valores menores, como 1000W, 500W ou
200W. Estes são apenas alguns dos inúmeros exemplos
de potências variadas para este tipo de lâmpada.

Com o tempo de uso da lâmpada, o metal Tungstênio


evapora-se pouco a pouco, em um processo muito lento,
mas que leva cada vez mais a um enfraquecimento do
filamento. Este enfraquecimento é responsável pelo
rompimento em determinado momento do filamento,
quando diz-se que a "lâmpada queimou". Juntamente
com este processo de evaporação, ocorre o
escurecimento gradativo do bulbo com o tempo de uso: o
Tungstênio evaporado de seu filamento condensa-se em
contato com a parte interna do bulbo, depositando-se ali.
É por este motivo que, ao trocar a lâmpada
incandescente comum do lustre da sala de visitas, a
nova parece ser mais brilhante do que a antiga, ainda
que com a mesma potência.
Da sala para o céu: em 1958 era lançado o Boeing 707 e
para uso nas luzes de navegação do novo avião a GE
criava uma nova lâmpada: a lâmpada halógena. Também
conhecida como lâmpada de quartzo, seu bulbo é bem
menor do que o da lâmpada incandescente
convencional. O nome quartzo provém do material de
que é fabricado seu bulbo, muito mais espesso e
resistente do que o vidro comum. O mesmo filamento de
Tungstênio é utilizado ali, mas a atmosfera no interior do
bulbo é preenchida com um gás do tipo halógeno (Iodo
ou Bromo). O gás reage com o Tungstênio que evapora
do filamento, gerando moléculas Iodo-Tungstênio /
Bromo-Tungstênio. Essas moléculas possuem alta
afinidade pelo filamento de Tungstênio, reagindo a seguir
com o mesmo. O Tungstênio da molécula separa-se
então e deposita-se novamente no filamento, liberando o

www.fazendovideo.com.br/artigos/refletores-lampadas.html 2/7
16/09/23, 15:20 FazendoVídeo | Refletores - lâmpadas

Iodo / Bromo para a atmosfera no interior da ampola.


Com isso o tempo de vida útil da lâmpada é prolongado e
sua eficiência na geração de luz aumenta: lâmpadas
halógenas são 25 a 30% mais brilhantes do que as
incandescentes comuns.

A reação química que ocorre nesse processo de


reciclagem só acontece em altas temperaturas, motivo
pelo qual os bulbos dessas lâmpadas são pequenos: é
mais fácil manter essas temperaturas em espaços
reduzidos. Por outro lado, como não há deposição de
tungstênio nas paredes internas do bulbo, não ocorre o
escurecimento do mesmo com o tempo de uso: sua
potência luminosa não diminui. E o quartzo resiste bem
ao referido aquecimento, ao contrário do fino vidro
comum empregado nas lâmpadas tradicionais.
O pequeno tamanho do bulbo permite a geração de luz
com um facho altamente focado. São muito utilizadas em
produção de vídeo e cinema, principalmente as
lâmpadas cuja ampola tem o formato de um tubo
cilíndrico (como um lápis), montadas em refletores
retangulares.

Paralelamente ao desenvolvimento das lâmpadas com


filamento, um outro modo de obter luz evoluía: o da luz
emitida por um gás altamente ionizado. Desde os anos
1800 era conhecido o arco voltaico, uma luz
extremamente poderosa, utilizada em canhões de luz em
teatros e posteriormente em projetores de cinema.
Arco voltaico é o nome dado genericamente ao fluxo
intenso de corrente elétrica que se forma entre dois
eletrodos energizados com alta voltagem, colocados
próximos um do outro. No arco voltaico tradicional de
carvão, dois eletrodos deste material são colocados em
contato e a seguir, lentamente, ligeiramente afastados.
Dependendo da intensidade da voltagem aplicada, na
situação de afastamento forma-se um arco
extremamente brilhante entre os eletrodos.

No cinema, tornou-se, ainda nos tempos dos filmes


mudos, opção aos estúdios recobertos de vidro ou sem

www.fazendovideo.com.br/artigos/refletores-lampadas.html 3/7
16/09/23, 15:20 FazendoVídeo | Refletores - lâmpadas

teto da época, o que era exigido para obtenção da


claridade indispensável ao registro das imagens nas
películas. Ao mesmo tempo, era a solução para tomadas
internas com a baixa sensibilidade das películas
existentes.
Como os eletrodos ficavam desprotegidos (e não
contidos em bulbos de vidro como nas lâmpadas
incandescentes por exemplo), a produção de luz também
consumia, pela queima, pouco a pouco os eletrodos de
carvão, que tinham para isso que ser continuamente
ajustados através de pequenos motores elétricos. E, a
partir de determinado ponto, necessitavam ser trocados.
Era preciso portanto a presença contínua de um
operador para acompanhar o seu funcionamento. Os
antigos projetores de cinema empregavam arcos
voltaicos, localizados dentro de um enorme tambor
montado logo atrás do ponto de passagem da película. O
processo, por depender do ajuste constante dos motores
citados, era frequentemente instável: o público podia às
vezes perceber variações na intensidade da luz na tela
do cinema. Atualmente em desuso, seu conceito no
entanto foi aproveitado e aperfeiçoado para uso em
lâmpadas do tipo descarga.

A mudança feita foi colocar o velho arco voltaico, na


verdade uma miniatura dele, dentro de uma ampola de
vidro. Nas extremidades desta existem dois eletrodos,
que penetram ligeiramente com suas pontas o interior da
ampola. O que conecta o eletrodo de uma extremidade
da ampola ao eletrodo situado na extremidade oposta,
permitindo assim a passagem de corrente elétrica, é um
gás (e não um filamento, como na lâmpada
incandescente).
A pressão do gás dentro da ampola determina a
classificação dessas lâmpadas em dois tipos básicos:
baixa pressão e alta pressão. Um exemplo de lâmpada
de descarga de baixa pressão são os tubos luminosos de
neon, empregados em anúncios e as lâmpadas
fluorescentes. Entre os de alta pressão, as lâmpadas do
tipo HMI e as de Xenônio.

www.fazendovideo.com.br/artigos/refletores-lampadas.html 4/7
16/09/23, 15:20 FazendoVídeo | Refletores - lâmpadas

Lâmpadas fluorescentes empregam longos tubos dentro


dos quais um gás a baixa pressão ioniza-se passando a
emitir luz através da camada interna de revestimento do
tubo. Na realidade, a luz produzida pelo gás é do tipo UV
(ultra-violeta), invisível aos olhos humanos. Porém, o
revestimento interno do tubo, formado por uma camada
de fósforo, ao ser bombardeado pelos raios UV passa a
emitir luz dentro do espectro visível aos olhos humanos.
É por isso que todas essas lâmpadas são opacas: seria
impossível construir uma lâmpada desse tipo com o vidro
totalmente transparente, além de perigoso, devido aos
problemas de queimaduras causados pela radiação UV.
Este tipo de lâmpada exige reatores, que convertem a
voltagem comum nas altas voltagens necessárias para
ionizar o gás dentro do tubo. Sua luz tem tonalidade
ligeiramente esverdeada, não sendo indicada
normalmente para uso em video / cinema devido a esta
característica. No entanto, é possível seu uso com bons
resultados através do balanceamento do branco na
câmera. E com resultados excelentes se forem utilizadas
lâmpadas fluorescentes especialmente confeccionadas
para uso em vídeo e cinema: são as chamadas
lâmpadas fluorescentes corrigidas.

Entre as lâmpadas de alta pressão, o tipo mais usado em


produções de cinema e vídeo é a HMI. Sua luz possui
alta intensidade e a lâmpada pode ser considerada a
versão moderna e portátil do antigo arco voltaico de
carvão. A luz de refletores que utilizam este tipo de
lâmpada é 3 a 4 vezes mais intensa do que a luz
produzida por refletores com lâmpadas halógenas de
mesma potência.
A sigla HMI provém das abreviações dos nomes dos
componentes da lâmpada: "H" de Mercúrio (Hg), "M" dos
metais raros (metais pouco abundantes na Terra)
Dysprosium (Disprósio), Thulium (Túlio) e Holmium
(Hólmio) e "I" dos elementos halógenos Bromine (Bromo)
e Iodine (Iodo).

O Mercúrio é o responsável pela geração da luz na


lâmpada, os metais raros pelo controle da temperatura

www.fazendovideo.com.br/artigos/refletores-lampadas.html 5/7
16/09/23, 15:20 FazendoVídeo | Refletores - lâmpadas

de cor da luz emitida e o Iodo / Bromo pelo aumento da


durabilidade do bulbo, além de garantir que os metais
raros permaneçam concentrados na parte principal do
bulbo, onde a luz é gerada.
Dentro de uma lâmpada HMI também existem eletrodos
de tungstênio, porém seu filamento não é contínuo: cada
uma das pontas desses eletrodos penetra ligeiramente
em uma pequena câmara de vidro selada (ampola),
formando-se entre essas pontas um arco voltaico durante
o funcionamento da lâmpada. Devido ao tamanho médio
desse arco quando comparado a arcos menores
existentes em outros tipos de lâmpada, a sigla HMI
também é utilizada como "Hydrargyrum Medium-arc-
length Iodide".

Exigem, assim como outras lâmpadas do tipo descarga,


um reator para funcionar. Para iniciar o funcionamento e
gerar o arco voltaico dentro da ampola de vidro, são
necessárias altas voltagens (12.000 volts ou mais), o que
é providenciado pelo reator. Somente assim a energia
elétrica ganha potência para sair de um eletrodo, situado
em uma extremidade da ampola e atingir o eletrodo
situado na extremidade oposta. Atingida esta situação,
com a formação do arco e o aquecimento do bulbo, o gás
pressurizado dentro da ampola precisa ainda ser
ionizado, exigindo a aplicação de uma voltagem ainda
maior (de 20.000 a 70.000 ou mais volts). Como efeito
colateral, além do aquecimento forma-se alta pressão no
interior da ampola, exigindo o uso do quartzo em seu
bulbo. No segmento profissional existem grandes
refletores utilizando este tipo de lâmpada, com potências
luminosas altas como 12 ou 18.000 W (12kW ou 18kW).
No entanto a tecnologia HMI é bastante versátil,
permitindo refletores menores, para uso em diversos
segmentos, como por exemplo 8.000 W , 6.000 W e até
500 W.
Outro tipo de lâmpada de alta pressão é a de Xenônio.
Em um bulbo esférico dois eletrodos são montados
separados somente por poucos milímetros, onde forma-
se um arco voltaico muito pequeno (daí seu outro nome,
short arc lamp), emitindo no entanto luz extremamente

www.fazendovideo.com.br/artigos/refletores-lampadas.html 6/7
16/09/23, 15:20 FazendoVídeo | Refletores - lâmpadas

intensa. O bulbo é preenchido com gás Xenônio (às


vezes juntamente com Mercúrio) e atinge altos valores
de pressão em seu interior. Dentre todos os tipos
artificiais de fontes de luz é a que apresenta maior
eficiência em termos de rendimento por watt consumido.
Existem diversos modelos de lâmpadas de xenônio,
emitindo luz tanto em potências altas como 10.000W
quanto em potências menores como 75W. São utilizadas
em projetores de cinema, no lugar dos antigos arcos
voltaicos de carvão. Modelos menores, mais leves e
menos potentes podem também ser utilizados em faróis
de automóveis e em aplicações médicas, como
endoscopia por exemplo.

Copyright 2018 FazendoVídeo

O site FazendoVídeo não oferece nenhum tipo de garantia em relação às informações contidas neste
site. Isto implica que nenhuma garantia é oferecida contra quaisquer tipos de danos decorridos direta
ou indiretamente da utilização das informações aqui contidas.
Website developed by biap.com.br

www.fazendovideo.com.br/artigos/refletores-lampadas.html 7/7

Você também pode gostar