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Responsabilidade Civil em Meios Digitais
Responsabilidade Civil em Meios Digitais
DIGITAIS
ILÍCITOS NA REDE
O Marco Civil (Lei nº 12.965/2014) teve por objetivo estabelecer princípios, garantias, direitos e deveres para o uso
da Internet, cujo acesso é considerado um direito do cidadão. Sua criação teve importância ímpar na regulação das
relações digitais, especialmente no que tange a: inclusão digital (art. 27); exigência de neutralidade da rede (art. 9º),
evitando, assim, a discriminação da informação; proteção à intimidade e ao sigilo dos dados (art. 7º, I, II, III), inclusive
com a exigência de consentimento expresso do usuário para a coleta, o uso, o armazenamento e o tratamento de
dados pessoais (art. 7º, IX); e garantia da liberdade de expressão, como fundamento do uso da Internet no Brasil (art.
2º). O detalhamento de garantias consumeristas aplicáveis às relações no ambiente digital também é um ponto
positivo da norma (vide art. 7º, IV a VIII e XI a XIII).
SÃO INVIOLÁVEIS A VIDA PRIVADA, OS DADOS
PESSOAIS, O FLUXO DE COMUNICAÇÕES OU
CORRESPONDÊNCIAS ARMAZENADAS – SALVO
POR DETERMINAÇÃO JUDICIAL.
PROVEDOR
Provedor de Acesso ou Provedor de Conexão é a pessoa jurídica fornecedora de serviços que consistem em possibilitar o acesso de
seus consumidores à internet. Para sua caracterização, basta que ele possibilite a conexão dos terminais de seus clientes à internet. Em
nosso país os mais conhecidos são: Net Virtua, Brasil Telecom, GVT e operadoras de telefonia celular como TIM, Claro e Vivo,
Provedor de Correio Eletrônico é a pessoa jurídica fornecedora e serviços que consistem em possibilitar o envio de mensagens do
usuário a seus destinatários, mediante o uso de um nome de usuário e senha exclusivos. Os provedores de correio mais populares são Gmail
(Google),Yahoo e Hotmail (Microsoft).
Provedor de Hospedagem, por sua vez, é a pessoa jurídica fornecedora de serviços que consistem em possibilitar o armazenamento de
dados em servidores próprios de acesso remoto, permitindo o acesso de terceiros a esses dados, de acordo com as condições estabelecidas
com o contratante do serviço. Um provedor de hospedagem oferece dois serviços distintos: o armazenamento de arquivos em um servidor
e a possibilidade de acesso a tais arquivos. Em nosso país os provedores de hospedagem mais conhecidos são o UOL Host e a Locaweb.
Provedor de Informação é o efetivo autor da informação. Doutrinariamente a melhor nomenclatura para este agente é, simplesmente,
autor.
Provedor de Conteúdo é toda pessoa natural ou jurídica que disponibiliza na internet as informações criadas ou desenvolvidas pelos
provedores de informação (ou autores), utilizando servidores próprios ou os serviços de um provedor de hospedagem para armazená-las.
São diversos os exemplos de provedores de conteúdo, já que englobam desde pessoas naturais que mantêm um website ou blog pessoal a
grandes portais de imprensa.
Provedor de Aplicação de Internet (PAI) é um termo que descreve qualquer empresa, organização ou grupo que forneça um conjunto de
funcionalidades que podem ser acessadas por meio de um terminal conectado à internet.
ANTES DO MARCO CIVIL
Antes das novas regras trazidas pelo MCI, provedores de serviços de aplicações eram instados a retirar os conteúdos
reputados como irregulares após simples denúncia, independentemente de ordem judicial ou de aferição adequada.
Essa sistemática, conhecida como notice and takedown, na prática, pretendia obrigar o provedor de aplicações a
remover o conteúdo denunciado tão logo tomasse conhecimento.
Para corrigir essa distorção conflitante com a liberdade da internet, o STJ consolidou entendimento de que não seria
possível impor aos provedores a obrigação de controle prévio e filtro sobre o conteúdo gerado por seus usuários.
TIPO DE RESPONSABILIDADE DOS PROVEDORES
No que diz respeito aos provedores, se trata portanto, de responsabilidade objetiva ou subjetiva?
RESOLUÇÃO DO COMITÊ GESTOR DA INTERNET NO BRASIL
2009/003/P
A discussão a respeito da responsabilidade sobre conteúdos ilegais publicanos no âmbito da internet não é nova
para o direito americano. Nos julgamentos dos casos Cubby Inc.V Compuserv Inc., em 1991; e Stratton Oakmont, Inc.
v. Prodigy Services Co., em 1996, os tribunais estadunidenses assentaram que os provedores de conexão ou serviço
não podem ser responsabilizados solidariamente com quem inserir manifestação abusiva na internet quando tais
agentes limitarem-se a transmitir mensagens sem exercer controle editorial sobre o seu conteúdo, cabendo à
vítima, nessas hipóteses, apenas demandar reparação do autor do conteúdo ofensivo.
Por esse motivo, o provedor de aplicação é visto,, como mero meio à disposição do usuário para publicação de
conteúdo informacional ou pessoal, sendo responsável apenas pela identificação do autor de eventual ofensa. Não
obstante estar isento de responsabilidade, admite-se a retirada de conteúdo após mera notificação extrajudicial
do usuário, no caso de violação às políticas de uso da plataforma, sem por isso o provedor de aplicação possa ser
responsabilizado.
MODELO ALEMÃO
Ao visitar a página de Internet de uma rede social, Samuel deparou-se com uma publicação, feita por Rafael, que
dirigia uma série de ofensas graves contra ele.
Imediatamente, Samuel entrou em contato com o provedor de aplicações responsável pela rede social, solicitando
que o conteúdo fosse retirado, mas o provedor quedou-se inerte por três meses, sequer respondendo ao pedido.
Decorrido esse tempo, o próprio Rafael optou por retirar, espontaneamente, a publicação. Samuel decidiu, então,
ajuizar ação indenizatória por danos morais em face de Rafael e do provedor.
Sobre a hipótese narrada, de acordo com a legislação civil brasileira, assinale a afirmativa correta.
A) Rafael e o provedor podem ser responsabilizados solidariamente pelos danos causados a Samuel
enquanto o conteúdo não foi retirado.
B) O provedor não poderá ser obrigado a indenizar Samuel quanto ao fato de não ter retirado o
conteúdo, tendo em vista não ter havido determinação judicial para que realizasse a retirada.
C) Rafael não responderá pelo dever de indenizar, pois a difusão do conteúdo lesivo se deu por fato
exclusivo de terceiro, isto é, do provedor.
D) Rafael não responderá pelo dever de indenizar, pois o fato de Samuel não ter solicitado diretamente a
ele a retirada da publicação configura fato exclusivo da vítima.
JUSTIFICATIVA
Art. 19. Com o intuito de assegurar a liberdade de expressão e impedir a censura, o provedor de aplicações
de internet somente poderá ser responsabilizado civilmente por danos decorrentes de conteúdo
gerado por terceiros se, após ordem judicial específica, não tomar as providências para, no âmbito
e nos limites técnicos do seu serviço e dentro do prazo assinalado, tornar indisponível o conteúdo
apontado como infringente, ressalvadas as disposições legais em contrário."
Inconstitucionalidade do artigo 19 do Marco Civil da
Internet