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Direito ao esquecimento?

Direito de ser deixado em paz ou


direito de estar só!
Direito subjetivo individual ao esquecimento: multidisciplinar:

 Penal

 Civil

 Ambiental

 Administrativo e

 outros.

Paradoxo entre liberdade de expressão, informação e memória e o direito ao


esquecimento
Experiência estrangeira

• Caso Lebach, um clássico da jurisprudência constitucional alemã. Um dos


assassinos de quatro soldados do Exército da República Federal da Alemanha,
proximamente a sua libertação, ingressou com uma ação para impedir a
difusão de um documentário sobre o crime. Após derrotas sucessivas nas
instâncias ordinárias, obteve a proteção requerida no Tribunal Constitucional
Federal.
• Caso Lebach II - Diferentemente do que ocorreu na década de 1970, com o
programa da ZDF, os produtores da SAT 1 (canal responsável pela série
intitulada Verbrechen, die Geschichte machten) mudaram os nomes de
algumas das pessoas envolvidas e suas imagens não foram exibidas. O acórdão
Lebach-2 rejeitou a tese da ofensa ao direito fundamental dos reclamantes,
chegando a resultado bem diverso do acórdão Lebach-1.
EXPERIÊNCIA ESTRANGEIRA

• Mario Gonzales: Uma decisão da Corte Europeia de Justiça recentemente


definiu o "direito ao esquecimento". Em tempos de luta por mais
privacidade, um espanhol reclamava que, ao buscar seu nome na rede,
aparecia um link publicado há 16 anos sobre uma dívida já paga, o que
violaria sua honra. A Corte aceitou o pedido e solicitou a retirada do
histórico online dos dados "inadequados ou que não sejam mais
relevantes.
Julgamento STF

• Fevereiro 2021
• Caso Aida Curi

• https://www.youtube.com/watch?v=-0EaMgW9-no

• Ministros do STF por uma manhã!


• Analisar a perspectiva da família da vítima e dos réus.
Principais argumentos
• Solidariedade entre gerações e fato notório e de domínio público: não é possível, do
ponto de vista jurídico, que uma geração negue à próxima o direito de saber a sua
história. (Carmen Lúcia)

• Ponderação de Valores: No seu entendimento, enquanto categoria, o direito ao


esquecimento só pode ser apurado caso a caso, em uma ponderação de valores, de
maneira a sopesar qual dos dois direitos fundamentais (a liberdade de expressão ou os
direitos de personalidade) deve ter prevalência. (Ricardo Lewandoski)

• Exposição vexatória: Com fundamento nos direitos à intimidade e à vida privada,


Gilmar Mendes entendeu que a exposição humilhante ou vexatória de dados, da
imagem e do nome de pessoas (autor e vítima) é indenizável, ainda que haja
interesse público, histórico e social, devendo o tribunal de origem apreciar o
pedido de indenização.
Tese

• A tese de repercussão geral firmada no julgamento foi a seguinte:


• “É incompatível com a Constituição Federal a ideia de um direito ao
esquecimento, assim entendido como o poder de obstar, em razão da
passagem do tempo, a divulgação de fatos ou dados verídicos e licitamente
obtidos e publicados em meios de comunicação social – analógicos ou
digitais. Eventuais excessos ou abusos no exercício da liberdade de
expressão e de informação devem ser analisados caso a caso, a partir dos
parâmetros constitucionais, especialmente os relativos à proteção da honra,
da imagem, da privacidade e da personalidade em geral, e as expressas e
específicas previsões legais nos âmbitos penal e civel”.
Resp 1.334.097 – Caso Candelária

• Denunciado pela participação na “Chacina da Candelária” em 1993


no Rio de janeiro e ao final do processo foi absolvido.
• Programa Linha Direta o apontou como envolvido no crime
• Ação de indenização: Exposição no progrma violou o Direito a paz,
anonimato e privacidade pessoal.
• Julgado improcedente em primeira instância, sentença reformada
em apelação e por fim, STJ entendeu que ocorreu violação ao
Direito ao esquecimento e condenou a Globo ao pagamento de
Danos Morais.
RESP 1.316.921 – RJ CASO XUXA

• A apresentadora ajuizou ação requerendo a retirada da ligação de


seu nome com as buscas das palavras “pornografia”, “pedofilia” e
“sexo”, na internet em razão de filme de 1982.
• O TJRJ julgou procedente o pedido da apresentadora, atribuído
multa de 20 mil reais por cada link.
• STJ E STF não acolheram a tese da autora, afirmando que a
empresa (google) não é responsável pela produção e divulgação de
conteúdo, cumpre apenas o papel de ferramenta de pesquisa,
organizando os resultados.
2015-DPE – DEFENSOR PÚBLICO

A respeito de direitos da personalidade, pessoas jurídicas e


personalidade, julgue o item a seguir, de acordo com a
jurisprudência do STJ.
A exagerada e indefinida exploração midiática de crimes e tragédias
privadas deve ser impedida, a fim de se respeitar o direito ao
esquecimento das vítimas de crimes e, assim, preservar a dignidade
da pessoa humana.

Certo ou Errado?
• CERTO.
• Apenas para complementar as respostas, esclarecendo que
recentemente foi aprovado o Enunciado 531 da VI Jornada de Direito
Civil do CJF: "A tutela da dignidade da pessoa humana na sociedade da
informação inclui o direito ao esquecimento".
• Segundo o Ministro Luis Felipe Salomão, relator dos recursos especiais
que discutiram a tese no STJ. “Não se pode, pois, nestes casos, permitir
a eternização da informação. Especificamente no que concerne ao
confronto entre o direito de informação e o direito ao esquecimento dos
condenados e dos absolvidos em processo criminal, a doutrina não vacila
em dar prevalência, em regra, ao último.
2017 – MPEMG – PROMOTOR

“O direito ao esquecimento surge na discussão acerca da possibilidade de alguém impedir a


divulgação de informações que, apesar de verídicas, não sejam contemporâneas e lhe causem
transtornos das mais diversas ordens. Sobre o tema, o Enunciado 531 da VI Jornada de Direito Civil
do CJF preconiza que a tutela da dignidade da pessoa humana na sociedade da informação inclui o
direito ao esquecimento. Na abordagem do assunto sob o aspecto sociológico, o antigo conflito
entre o público e o privado ganha uma nova roupagem na modernidade: a inundação do espaço
público com questões estritamente privadas decorre, a um só tempo, da expropriação da
intimidade (ou privacidade) por terceiros, mas também da voluntária entrega desses bens à arena
pública. [...]” (Informativo de Jurisprudência do STJ n. 0527, de 09 de outubro de 2013). Assinale a
alternativa CORRETA. Constitui manifestação do direito ao esquecimento:
A) A exclusão dos traços somáticos ou comportamentais, depois da prescrição do
delito, mantendo-se os perfis genéticos armazenados para fins probatórios.

B) A preservação da intimidade, vida privada, honra e imagem do ofendido por meio


do segredo de justiça, para evitar sua exposição aos meios de comunicação.

C) A manutenção em sigilo da gravação decorrente de interceptação telefônica que


não interessar à prova, após requerimento do Ministério Público ou da parte
interessada.

D) A possibilidade de ser beneficiado por transação penal após o decurso de 5


(cinco) anos da submissão à pena privativa de liberdade decorrente de anterior
condenação.

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