O STF começou a julgar o RE 1.010.606 sobre o direito ao esquecimento. O relator negou a existência desse direito sob o argumento de que ele seria uma restrição excessiva à liberdade de expressão. Se confirmado, o Brasil será um dos poucos países a não reconhecer esse direito, diferentemente de países como os EUA que o reconhecem desde 1931. Os demais ministros devem se manifestar na próxima semana.
O STF começou a julgar o RE 1.010.606 sobre o direito ao esquecimento. O relator negou a existência desse direito sob o argumento de que ele seria uma restrição excessiva à liberdade de expressão. Se confirmado, o Brasil será um dos poucos países a não reconhecer esse direito, diferentemente de países como os EUA que o reconhecem desde 1931. Os demais ministros devem se manifestar na próxima semana.
O STF começou a julgar o RE 1.010.606 sobre o direito ao esquecimento. O relator negou a existência desse direito sob o argumento de que ele seria uma restrição excessiva à liberdade de expressão. Se confirmado, o Brasil será um dos poucos países a não reconhecer esse direito, diferentemente de países como os EUA que o reconhecem desde 1931. Os demais ministros devem se manifestar na próxima semana.
Semana passada, o STF começou o julgamento o RE 1.010.
606, especificamente sobre o
tema “direito ao esquecimento”. Como afirmo em meu livro “Curso de Direito Constitucional”, “consiste no direito a que sejam esquecidas algumas informações verídicas, mas desairosas, ofensivas ou violadoras da intimidade, ocorridas no passado. Imaginemos que um jovem de 18 anos, em seu aniversário, embriaga-se e pratica atos absolutamente vexatórios e dos quais se arrependerá no dia seguinte. Se for gravado, aquele vídeo poderá se espalhar por toda a internet, ali permanecendo por décadas”. Trago, inclusive, no meu livro, uma tabela com os requisitos para aplicação do direito ao esquecimento, baseando-me em doutrina especializada sobre o tema, como nos livros das constitucionalistas Geisa Daré e Viviane Maldonado: “a) o fato pode ser verídico ou não; b) a veiculação da informação causa sofrimento ou transtorno a algum direito fundamental (honra, intimidade, imagem etc.); c) a informação carece de interesse público, originariamente ou em virtude do tempo decorrido; d) inexistência de aparente conflito entre a liberdade de expressão e/ou informação e os atributos individuais da pessoa humana; e) realização de uma ponderação dos princípios conflitantes no caso concreto”. Para minha surpresa, em seu voto, o Ministro relator Dias Toffoli, negou a existência de um direito ao esquecimento, sob o argumento de que ele “seria uma restrição excessiva e peremptória às liberdades de expressão e manifestação de pensamento dos autores”. Na próxima semana os demais Ministros devem se manifestar. Confirmado o voto do Ministro Relator, o Brasil será um dos poucos países do mundo a não reconhecer o direito ao esquecimento. Como explico no meu livro, por exemplo, esse direito já é reconhecido nos Estados Unidos, desde 1931, no caso Melvin v. Reid. Assim que o STF concluir a votação nesse importante caso, farei uma nova publicação. Prof. Flávio Martins