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WOLF, Mauro. Teorias da comunicação.

Lisboa: Editorial Presença, 1994


p. (101 -104)

CITELLI, Adilson et al. (Organizadores). Dicionário de comunicação: escolas, teorias e


autores. São Paulo: Contexto, 2014. (Dados Internacionais de Catalogação na Publicação
(CIP) - Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil). ISBN 978-85-7244-834-5.
p. (248 – 260)

Estudos Culturais

No início do século XX uma matéria da BBC destaca que os britânicos lutaram por uma ideia
única de cultura e mais de 100 anos depois esse conceito se provou diversificado assim como
a própria sociedade. Sendo assim, os estudos culturais provam que a cultura é uma força em
constante transformação.
A essência dos estudos culturais reside em analisar as estruturas que moldam os
individuais, sem perder de vista as experiências desses sujeitos. Isso inclui tanto a influência
objetiva de instituições e símbolos culturais quanto a capacidade subjetiva dos atores sociais
de criar e agir.
O termo "estudos culturais" começa a estar associado a essas reflexões, marcando uma
virada nos estudos da cultura. Essa abordagem interdisciplinar, que leva em conta a cultura
popular, as desigualdades e as lutas de poder, desafia as maneiras tradicionais de analisar a
cultura.
● Identidade Cultural
“As identidades culturais são pontos de identificação, os pontos instáveis de identificação ou
sutura, feitos no interior dos discursos da cultura e da 170 história” (HALL, 1996, p. 70).
Portanto, a identidade cultural são as particularidades que um indivíduo ou grupo atribui a si
pelo fato de sentir-se pertencente a uma cultura específica.
● Movimentos sociais
Os estudos se propõe a analisar esses objetos de estudos de fora da cultura hegemônica, como
por exemplo: feminismo, pautas raciais e sociabilidades operárias. Esses movimentos
reivindicam direitos e a partir disso tornam-se esses objetos de pesquisa e eles são
galvanizados, isto é: essas pesquisas começam a ser orientadas em torno não apenas desses
movimentos, mas sim suas identidades.

Obra: Cultura e representação


Stuart Hall - Teórico da cultura que trouxe grandes debates nos anos 60. Com isso, as suas
obras estão inseridas nas grandes transformações do século XX
- Desilusão do comunismo
- Movimentos políticos e sociais
- O avanço da cultura de massa
- Viveu questões de colonização
Na sua pesquisa e devido a sua época, as imagens ganham força e estão por todo o lugar. Por
isso, Hall dizia que as imagens nos ajudam a compreender o mundo em que vivemos. Na
obra, ele faz uma análise crítica dos efeitos das mídias no mundo contemporâneo. Ele diz que
as imagens representam valores, identidade e realidades.

Hall, foi convidado por Richard Hoggart para ajudar na criação do Centro de Estudos
Culturais na universidade de Birmingham.

Em seu artigo: Raça, cultura e comunicação ele diz que naquela época a discussão sobre os
estudos culturais estava pulverizada por vários departamentos da universidade de artes. Os
estudos eram direcionados ao patrimônio cultural, não havia debate teórico sobre cultura e o
seu conceito em si. Hoggart e Hall, tinha o objetivo de encontrar um lugar para estudar em
que momento processos culturais antecipam mudanças culturais.
- O estudo da cultura começou a ser valorizado, pois ela significava um compilado que
refletia mudanças históricas na indústria, classes e democracias.

Hall, influenciado pela esquerda, estimulou a reflexão sobre cultura e política na busca de
alternativa mais humana, inclusiva e justa. Para ele, os estudos culturais são o ponto de tensão
e mudança da vida intelectual levantando novas questões, ele é responsável por testar a linha
tênue do que separa rigor intelectual da relevância social.
- A cultura é um ponto crítico de intervenção social em que relações de poder são
estabelecidas e potencialmente desestabilizadoras.
Para a pensadora Liv Sovik e professora da UFRJ em seus estudos sobre Hall, afirma que os
estudos culturais emergem no campo da comunicação como recurso, estratégico, pedagogia e
resistência. Em um de seus momentos célebres, ele diz que a fase em que a sociedade se
encontra é de revolução cultural permanente.

Raymond Williams
A partir disso, seguindo o raciocínio de Raymond, os estudos culturais não se definem
enquanto um corpo fixo, mas algo maleável, que se modifica de acordo com o lugar que ele
opera.
- Existe a dificuldade de definir assim como o campo da comunicação
- Também não é uma disciplina, mas o resultado da insatisfação com algumas disciplinas e
suas limitações, resultando num campo de estudo onde coexistem várias disciplinas.
➔ A proposta é levar em consideração o efeito das estruturas sociais sob o sujeito, sem
ignorar as experiências e capacidades dos indivíduos.

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