Você está na página 1de 4

Idade Contemporânea (finais do século XVIII – actualidade): este período surgiu com o

aparecimento da ciência económica, mais precisamente com o desenvolvimento do pensamento


económico(conjunto de teorias sobre o valor económico dos bens) onde os Estados procuraram
mudar as suas formas de organização, tentando a todo o custo aumentar a industrialização(é desta
forma que vão surgir as sociedade industriais) - economia de formato industrial.
Vivia-se numa economia onde a doutrina existente era o mercantilismo, contudo era necessária uma
mudança, pois agora o objectivo dos países era diferente e o formato económico pretendido
também. Como tal em 1758, um conjunto de economistas franceses designados de Fisiocratas vêm
tentar fazer a sua mudança implementando uma teoria/doutrina económica nova, que consistia na
sistematização da economia através de leis (Quadro Económico), no entanto tal não foi possível
pois estes economistas não preverão a existência da:
• Revolução Industrial: com esta vai surgir um novo sector da economia trazendo a si aliados
as energias (fontes para a própria energia), a mecanização (eram as máquinas que faziam
todo o trabalho) e as fábricas (locais de produção localizados nas cidades) estas vão criar as
grandes diferenças entre o urbano e o rural.
É importante referir que na teoria fisiocrata estes baseavam-se nas leis naturais, ou seja, teríamos de
observar a economia (neste caso) para a entender e como tal baseavam-se em dois princípios:
• O Estado não pode intervir na economia, pois esta deveria funcionar naturalmente segundo
as suas próprias leis;
• O que dá a riqueza é a terra e por sua vez, a agricultura, (esta é uma das provas pelas quais
percebemos que esta teoria não estava preparada para a R.I., pois não previa a
industrialização).

Tendo este princípio em conta estes vão tentar identificar duas classes dividindo a população:
• Produtivos: todos os que trabalhavam no sector agrícola;
• Improdutivos: eram aqueles que viviam das rendas, do comércio e da manufactura.
Com base nesta divisão estes vão tentar explicar o Quadro Económico (funcionamento 1ano):
Com um valor de investimento de 1000, faz-se a mesma divisão que se realizou em cima destinando
¾ para o sector agrícola, este que produz riqueza e como tal tem de compensar o investimento feito
nos outros sectores não agrícolas que recebem ¼ do investimento – se não houver a tal
compensação a economia vai naturalmente entrar em crise.
No caso de se querer aumentar a produtividade de forma a gerar maior riqueza, basta aumentar a
população agrícola para 90%.
A idade contemporânea ficou marcada também a níveis políticos pois é nesta altura que começamos
a ter pelo globo diversas revoluções que significam o fim do Antigo regime (processo gradual):
• Revolução Americana: esta deu-se em 1776 e consistiu na independência de 14 colónias, na
altura sob o domínio inglês (emancipação colonial), passando assim a serem Estados
Soberanos.
• Revolução Francesa: esta deu-se em 1789 e teve como principal facto a implementação de
um Estado de Direito (a constituição governa o país) e da República, tendo como base o
princípio da igualdade, liberdade e fraternidade.

Escola e correntes do Pensamento Económico:


A escola clássica é a que nos vai dar aquilo que é os fundamentos da ciência económica,
contribuindo para o desenvolvimento do pensamento económico nomeadamente, através das ideias
de Adam Smith – isto vai servir para determinar o valor económico dos bens. Certo é que em
oposição vão surgir dois nomes ainda dentro da escola clássica: Thomas Maltus e David Ricardo.
Contudo em oposição aos 3 surge a corrente do socialismo, que questiona a visão de mercado dos
anteriores, procurando uma maior planificação da economia – divisão do mundo entre Capitalistas
vs. Socialismo/Comunismo (estes entram em confronto directo aquando o crash da bolsa de Wall
Street).
Devido á existência desta divisão surge a teoria de Keynes na tentativa de consolidar ambos os
pensamentos, voltando assim às origens da ciência económica.

Escola Clássica:
Adam Smith:
Este é um economista que vai tentar arranjar solução para a ruptura com a doutrina mercantilista por
parte desta nova era da industrialização, tendo como base da sua filosofia económica uma “mão
invisível” (esta que resolvia todas as imperfeições do mercado) orientada pelo egoísmo individual,
que resulta numa harmonia social – temos desta forma um mercado auto-regulável.

Smith vai ainda formular a Teoria do Valor Económico: onde se vai estipular aqui que é ou não um
bem com valor económico e para isso vai ter-se em conta:
• Uso: uma utilidade;
• Valor de troca: um preço.
• Quantidade do Trabalho: este é também um aspecto a ter em conta quando queremos
calcular o valor de troca de um produto, pois quanto mais complexidade exigir a
produção maior será o custo do mesmo.
• Utilidade do Bem: ter ou não ter utilidade não reflecte aquilo que é o preço do
produto (Ex: água (bem com grande utilidade mas barato) em comparação com o
mundo da joelharia (bens com pouca utilidade mas caros)).
A.S. era não só economista mas também dono de uma empresa de alfinetes, e foi a partir daqui que
chegou a outra conclusão desta vez com um olhar sobre o trabalho: 1 pessoa = 1alfinete = 1 ano,
elaborando uma Divisão Técnica do mesmo, na tentativa de aumentar/melhorar a produção:
• Esta divisão verificou-se entre o sector primário e o secundário, pois ao intensificar a
produção nas fábricas (secundário), vai separa-las da agricultura (primário) permitindo que
as primeiras apenas trabalhem com produtos já trabalhados faltando somente transformar o
produto em final para venda; aqui introduz-se ainda a mecanização conseguindo o objectivo
pretendido: 10 pessoas = 100 alfinetes = 1 ano – (o preço do produto agora já vai incluir os
gastos tidos nos dois sectores).
De forma ainda a aumentar/melhorar a produção Smith vai criar uma outra divisão agora a das
Tarefas, onde cas mesmas 10 pessoas = 200 alfinetes = 1 ano.
Se pegarmos ainda na altura em que estas ideias económicas se verificam, percebemos que com a
introdução do conceito de industrialização a produtividade irá aumentar/melhorar tornando-se mais
barata e por consequências, aumentando o consumo – tudo isto devido á substituição dos operários
pelas máquinas (Lógica de Redução de Custos): 8 pessoas = 1000 alfinetem = 1 ano.

Thomas Maltus e David Ricardo vêm acrescentar/criticar algumas das teorias de Adam Smith:
• Toda a perspectiva de A.S. dá a entender que por existir aquela característica auto-
reguladora do mercado tudo irá ficar bem – sensação de que “estamos no céu”;
• Com a introdução da tamanha industrialização vamos ter desemprego e por sua vez, pobreza
o que dá conta de fragilidades nesta teoria;
• O conceito de raridade é criticável, pois existem bens que por serem raros são caros porém
bens com mais utilidade são mais baratos.
Thomas Maltus:
Este reconhecia diversos problemas na economia da sociedade, nomeadamente o elevado
desemprego que levava inevitavelmente á pobreza, á crise e á recessão – como tal propunha-se a
resolver o problema recorrendo á diminuição populacional.
Primado Demográfico: depois de perceber que o problema da economia é o excesso de população,
este vai justifica-lo através de dois factores que se destinam em aos “pobres”, pois eram estes que
supostamente não produziam, estando a mais no mundo:
• Questão da Alimentação: todos os individuos têm de ser alimentados contudo ao não haver
produção não consegue fazê-lo;
• Questão da Paixão: os individuos tendem a apaixonar-se e daí a procriação e o consequente
aumento populacional.
Lei de Maltus: tentando agora dar resolução ao problema este vê a necessidade de analisar a
produção de alimentos afirmando que esta tem uma curva de crescimento aritmética (aumenta com
o igual crescimento da população – 0, 2, 4, 6, 8…); já a curva do crescimento populacional tem uma
curva geométrica (aumenta num ritmo mais acentuado – 0, 2, 4, 8, 16…) – como tal tece
comentários a medidas possíveis:
• Lógica da lei dos Pobres: estes ao não produziam e por isso, não faziam falta á sociedade
devendo ser eliminados, Maltus chega mesmo a declarar que as catástrofes eram sempre
bem-vindas;
• Celibato: esta era uma medida que permitia a diminuição da reprodução.

David Ricardo:
Lei Renda Diferencial – Identificação dos Problemas:
David Ricardo afirmava que as causas da crise se explicavam com a relação da Lei do Trigo, que
consistia na proibição da importação de cereais, pois teria de ser a própria população a garantir a
sua auto-subsistência, com esta Lei de Renda Diferencial que se baseava numa diferenciação do
valor das rendas, ou seja, primeiramente eram ocupadas as terras mais férteis que juntamente com
os factores de produção (trabalho), permitiam uma descida no preço dos cereais (equilíbrio
populacional), todavia uma aumento da população vai levar a uma segunda ocupação de terras,
menos férteis que as primeiras, e por isso, dá-se a subida dos preços tudo porque existiam cada vez
menos produtos para mais individuos. Entrava-se assim num ciclo sucessivo - ciclo de especulação
de preços.

Lei das Vantagens Comparativas – Solução dos Problemas:


Este economista defendia que a solução para a crise seria o fim da Lei do Trigo, no entanto para
acabar com esta tinha de criar outra em sua substituição: surge assim esta Lei das Vantagens
Comparativas, que se destinava á economia internacional, tendo como base o livre cambismo não
de moeda mas sim de mercadorias. É preciso realçar que cada país teria de se especializar na
produção de um bem em que tivesse mais vantagens em comparação com um outro país com menos
vantagens.
Lei da Distribuição – Desenvolvimento de Teorias:
• Ao analisar a Lei de Maltus, este reconhece também o problema da pobreza e do
desemprego;
• Recupera a Teoria do Valor Económico de Adam Smith;
• Defende o Princípio da Distribuição: se não pode haver um aumento dos salários, tem de
existir um imposto para anular as diferenças entro os vários, redistribuindo a igualdade por
todos.

Escola Socialista/Marxista:
Karl Marx, foi o principal pensador desta escola contudo apenas lançou aquilo que seria as bases da
mesma, tendo mesmo escrito “O Capital” em 1867 (bases da revolução), contudo apenas em 1917 é
que se dá a Revolução Russa. Quem vai sistematizar a doutrina socialista é o Engels e o Hegel:
• Doutrina base lançada por Marx: este encontra na economia de mercado a exploração do
trabalho, facto que se verificava nas sociedades capitalistas da altura como tal ele procura
através da sua doutrina introduzir o princípio das lutas de classes que consistia na
substituição da classe capitalista pela classe operária no poder.
Hegel: para todas as teses dominantes existe sempre uma anti-tese, na tentativa de refutar a anterior,
criando uma dinâmica social.
Materialismo Histórico de Engels: este afirmava que todas sociedades teriam passado por uma fase
inicial em que se vivia em comunidade - comunismo primitivo (origem) até um último estádio da
evolução, onde se verifica uma sociedade sem classes – socialismo (utopia - se não fosse os
capitalistas no poder seriam os operários, havendo sempre uma classe dominante).

Escola Neoclássica:
Esta surge a partir da escola Clássica, contudo demonstra algumas diferenças. Esta tem ainda como
base uma noção de equilíbrio e imperfeição dos mercados no que toca á análise da Microeconomia:
• para os marginalistas a análise da economia tem apenas em conta o consumo, mais
precisamente a procura e as escolhas dos consumidores já para os clássicos essa análise
assenta na produção, ou se quisermos na oferta e no valor de troca. O equilíbrio dos preços é
definido pela dinâmica existente na economia e como já foi referido para neoclássicos no
consumo e para clássicos na produção.
Quando há excedente na oferta: a solução é baixaros preços,diminuindo e por sua vez, a produção
para fomentar o aumento do consumo, voltando à situação de equilíbrio, regularizando o que é
produzido e o que é procurado.
Quando há escassez na oferta: a solução é aumentar os preços, tornando a produção atractiva
chegando a uma situação de excedentes conseguindo assim baixar novamente os preços e voltando
à situação de equilíbrio.
• Imperfeição dos Mercados: esta verifica-se quando se consegue impor a nossa vontade
relativamente a outra, desta feita só existe equilíbrio quando ninguém tentar manipular os
preços.
O mercado pode ter então de 3 tipos, um:
• onde está um do lado da oferta e muitos do lado da procura;
• onde estão alguns do lado da oferta e muitos do lado da procura;
• onde estão muitos do lado da oferta e alguns do lado da procura;
Porém, o que deveria existir seria uma Concorrência Perfeita:onde estão muitos do lado da oferta e
muitos do lado da procura.

Pensamento Keynesiano:
Este foi um pensador inovador, pois não teve apenas em consideração um agregado económica mas
sim, os três: a produção, o consumo e os rendimentos – variáveismacroeconómicas que compõem o
PIB (Produção Nacional, Rendimentos Nacionais e Despesa Nacional).
Para este o bom funcionamento da economia e para o seu crescimento é necessária um intervenção
do estado dando-se um pleno emprego (através de obras públicas) que aumentará o consumo.
O Estado tem ainda como instrumentos de intervenção a moeda.

Você também pode gostar