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ILSI BRASIL
INTERNATIONAL LIFE SCIENCES INSTITUTE DO BRASIL
Rua Hungria, 664 — conj.113
01455-904 — São Paulo — SP - Brasil
Tel./Fax: 55 (11) 3035-5585 e-mail: ilsibr@ilsi.org.br
© 2016 ILSI Brasil International Life Sciences Institute do Brasil
Vários autores.
Bibliografia.
ISBN 978-85-86126-59-8
16-06316 CDD-613.2
Índices para catálogo sistemático:
1. Alimentos : Nutrientes : Nutrição aplicada :
Promoção da saúde 613.2
Carboidratos, Glicemia e Saúde / ILSI Brasil
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Carboidratos, Glicemia e Saúde / ILSI Brasil
Coordenação Geral:
Franco Maria Lajolo
Editores:
Eliana Bistriche Giuntini
Fabiana Andrea Hoffmann Sardá
Autores:
Daniel König
Especialista em Cardiologia, Endocrinologia, Diabetes e Nutrição.
Professor na Universidade de Freiburg e chefe da Divisão de Nutrição do
Departamento de Ciência do Esporte, Alemanha.
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Elizabete Wenzel de Menezes
Graduada em Nutrição pela Universidade de São Paulo, Mestrado e Doutorado no
Programa de Pós-graduação em Ciências dos Alimentos pela USP, com
especialização em carboidratos não disponíveis pela Universidade Complutense
de Madri e Institute of Food Research-UK e em base de dados de composição de
alimentos pela FAO/INTA, Chile e Institute of Food Research-UK. Professora
Associada 1 do Departamento de Alimentos e Nutrição Experimental da Faculdade
de Ciências Farmacêuticas da USP.
Sendo assim, o ILSI considera oportuno que temas e debates que se fizeram presentes
ao longo do evento - como, por exemplo, propriedades e metabolismo dos carboidra-
tos - sejam amplamente divulgados, de modo a contribuir para a qualificação das tão
relevantes discussões sobre a alimentação humana.
Com tal objetivo, este livro “Carboidratos, Glicemia e Saúde reúne – de forma resumida,
porém abrangente - textos de conferências do evento.
Aspecto que tem merecido maior atenção refere-se às características funcionais ligadas
à resposta glicêmica. De fato, muito se tem estudado sobre o papel do índice glicêmico
e da carga glicêmica na prevenção e no controle de diversas doenças, tais como diabe-
tes, obesidade e mesmo alguns tipos de câncer.
Esse tema foi abordado pela Dra. Fabiana Andrea H. Sardá, que focalizou as estraté-
gias tecnológicas para a obtenção dos amidos resistentes, bem como aspectos quími-
cos e de classificação dos mesmos. Na mesma linha, o Dr. Daniel König discorreu sobre
isomaltulose e a Dra. Julie Anne Nazare sobre amidos de lenta digestão.
Ao final do evento, foi realizado amplo debate sobre o panorama regulatório brasileiro,
enfatizando as dificuldades para a obtenção de claims ligados aos alimentos funcio-
nais, especialmente para os carboidratos de resposta glicêmica moderada.
Discutiu-se que esses entraves podem desestimular a busca por soluções tecnológicas
que tornariam diversos alimentos mais saudáveis, proporcionando resposta glicêmica
adequadamente controlada, e de que forma essas barreiras poderiam ser superadas.
A maneira como o ILSI-Brasil organizou o encontro permitiu que todos os aspectos
fossem abordados de forma ampla, com a participação dos diferentes setores envolvi-
dos: acadêmicos, industriais e regulatórios.
Neste livro, que faz um compilado bastante detalhado do evento, os profissionais que
estiveram presentes poderão revisar o conteúdo abordado e aqueles que não puderam
participar têm oportunidade de se integrarem à discussão.
Boa leitura!
I
Introdução
Durante muito tempo a importância nutricional dos carboidratos esteve relacionada
unicamente ao fornecimento de energia para o organismo humano. Nos últimos 50
anos isso mudou muito; sabe-se hoje que os carboidratos têm papel importante para
a saúde, que vai muito além da função energética, apresentando inúmeros efeitos
fisiológicos positivos relacionados com a diminuição do risco de doenças crônicas não
transmissíveis (DCNT).
Cabe ressaltar que os estudos sobre o nutriente carboidrato evoluiu como um todo. Recente
revisão do ILSI Brasil International sobre “Functional Foods” descreve inúmeras evidências
científicas na área de carboidratos, microbioma e saúde, considerando promissor o desen-
volvimento de alimentos funcionais que impactam a microbiota, bem como outros fatores
relevantes para a saúde, incluindo a resposta glicêmica, saciedade, humor, cognição e con-
trole de peso (Latulippe et al, 2013).
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Carboidratos, Glicemia e Saúde / ILSI Brasil
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Carboidratos, Glicemia e Saúde / ILSI Brasil
I
CARBOIDRATO: DEFINIÇÕES,
CLASSIFICAÇÃO E EFEITOS FISIOLÓGICOS
Elizabete Wenzel de Menezes
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Carboidratos, Glicemia e Saúde / ILSI Brasil
Cabe salientar que existem publicações que podem auxiliar nessa decisão (Cum-
mings e Stephen, 2007; De Menezes et al, 2013; Latulippe et al, 2013). A revisão
elaborada por Menezes et al, (2013) apresenta justificativas, baseadas em evidên-
cias científicas, para inclusão de oligossacarídeos na definição de FA, abordando
aspectos fisiológicos, repercussão sobre métodos analíticos e impacto sobre os
consumidores e usuários de bases de dados de composição de alimentos.
1
Quando derivada de plantas, a fibra alimentar pode incluir frações de lignina e/ou outros compostos
associados aos polissacarídeos na parede celular. Esses compostos também podem ser quantificados por
método(s) específico(s) para fibra alimentar. Entretanto, esses compostos não estão incluídos na definição
de fibra alimentar se forem extraídos e reintroduzidos nos alimentos. Nota concluída na 31a reunião do
CCNFSDU (Codex Alimentarius, 2009).
2
A decisão sobre a inclusão de carboidratos com três a nove unidades monoméricas na definição de FA deve
ser tomada pelas autoridades nacionais (Codex Alimentarius, 2009).
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Carboidratos, Glicemia e Saúde / ILSI Brasil
Estes carboidratos podem ser fermentados no intestino grosso pela microbiota intesti-
nal (Roberfroid et al, 2010; Licht, Ebersbach e Frøkiær, 2012; Dan et al, 2015). A fer-
mentação aumenta a massa fecal, altera o pH do cólon e produz gases e ácidos graxos
de cadeia curta (AGCC), os quais são absorvidos pelo sistema porta e são levados até
o fígado e tecidos periféricos.
Alguns carboidratos não disponíveis são denominados de prebióticos por sua metabo-
lização pelos microrganismos do intestino, modulando a composição e/ou a atividade
da microbiota intestinal, o que confere assim um efeito fisiológico benéfico sobre o
hospedeiro (FAO, 2008; Bindels et al, 2015).
Com relação aos polissacarídeos disponíveis, estes podem ser divididos entre amido
de rápida e de lenta digestão. Diferentes fatores podem interferir na digestão e uti-
lização do amido dos alimentos e consequentemente alterar a resposta glicêmica
pós-prandial. Um desses fatores é o processamento tecnológico e/ou a cocção do
alimento que pode afetar, por exemplo, o grau de gelatinização do amido, grau de
trituração, estrutura celular e retrogradação do amido.
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Carboidratos, Glicemia e Saúde / ILSI Brasil
Ensaios in vivo com ratos, in vitro, e por microscopia mostram que quando o feijão é
cozido ou processado ocorre a gelatinização parcial do amido devido à presença da
parede celular, a qual protege o amido do entumecimento e da gelatinização, difi-
cultando assim a ação da alfa-amilase e proporcionando a lenta digestão do amido
(Menezes e Lajolo, 1995). Esse estudo evidencia a importância da necessidade da
manutenção da integridade da estrutura celular da parede celular para dificultar a
digestão do amido.
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Carboidratos, Glicemia e Saúde / ILSI Brasil
II
IMPORTÂNCIA DO CONTROLE DA
GLICEMIA E RESPOSTA GLICÊMICA
MODERADA NA SAÚDE
Elizabete Wenzel de Menezes
O conceito de carga glicêmica (CG) foi introduzido em 1997 (Salmeron et al, 1997);
esse índice tem por finalidade relacionar a resposta glicêmica da dieta como um todo,
e não só a quantidade de carboidrato ingerida, com o risco de aparecimento das
doenças crônicas não transmissíveis.
Dietas com baixo IG, baixa CG ou reduzida resposta glicêmica têm efeitos benéficos
sobre vários aspectos metabólicos e fisiológicos envolvidos nas doenças crônicas não
transmissíveis (FAO/WHO, 1998; WHO/FAO, 2003; Barclay et al, 2008; Buyken et al,
2010; Kolb e Mandrup-Poulsen, 2010; Chiu et al, 2011; Goff et al, 2013; Livesey et al,
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Carboidratos, Glicemia e Saúde / ILSI Brasil
2013; Schaafsma e Slavin, 2015) e esses efeitos podem ser extrapolados para as dietas
com carboidratos de lenta digestão, uma vez que os alimentos de baixo IG geralmente
contêm elevado conteúdo desta fração.
O processo de digestão dos carboidratos envolve uma série de fases, que vão desde a
mastigação, esvaziamento gástrico, digestão, absorção nos enterócitos do intestino
delgado até a penetração dos monômeros na corrente sanguínea; processo que re-
sulta na alteração dos níveis de glicose plasmática.
Em revisão elaborada por Buyken et al, (2010), os autores concluíram que há evidên-
cias consistentes de que uma estratégia alimentar para redução de risco de desen-
volvimento de diabetes tipo 2 inclui a redução da resposta glicêmica e insulinêmica
pós-prandial, recomendando a adoção de uma dieta saudável, como a do Mediterrâ-
neo e dietas com baixo índice ou carga glicêmica.
Em outra revisão, Chiu et al, (2011) observaram associação entre risco de diabetes
tipo 2 e dietas com alto IG em sete de 11 estudos epidemiológicos prospectivos, e
também a associação entre risco de diabetes tipo 2 e alta carga glicêmica para seis
de dez estudos. Com a substituição diária de pequenas quantidades de pão branco ou
batata por alimentos de baixo IG, em especial os que contêm grão integral, é possível
migrar de alto para baixo grupo de risco de degeneração macular.
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Carboidratos, Glicemia e Saúde / ILSI Brasil
Essa ligação é mais estável que a ligação alfa 1,2, da sacarose, sendo lentamente
digerida pelas enzimas, proporcionando gradual liberação da glicose e menor aumen-
to da resposta glicêmica (University of Sydney, 2013). A isomaltulose proporciona o
mesmo valor energético da sacarose (8 kJ ou 4 kcal/g) de forma balanceada, pois em
função da lenta liberação da glicose no intestino, evita as altas flutuações da glicemia
decorrentes da ingestão dos carboidratos rapidamente absorvidos (Holub et al, 2010;
Brunner et al, 2012).
Vários métodos in vitro têm sido propostos para avaliar a velocidade de hidrólise do
amido e para predizer a resposta glicêmica a ser produzida. A partir da cinética de
hidrólise in vitro de alimentos, fonte de carboidratos, pode-se calcular o índice de
hidrólise (IH) e quantificar os produtos de hidrólise de acordo com o tempo de in-
cubação com amiloglicosidase (Englyst e Hudson, 1996; Goñi, Garcia-Alonso e Saura-
Calixto, 1997; Englyst et al, 1999).
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Carboidratos, Glicemia e Saúde / ILSI Brasil
Quando foram analisados quatro alimentos (macarrão, pão, corn flakes e cevada),
observou-se elevada correlação positiva entre o conteúdo de glicose rapidamente dis-
ponível (GRD) e os valores de IG (Englyst et al, 1999). Englyst et al, (2003) estudando
o conteúdo de GRD, glicose lentamente disponível (GLD), IG e índice de insulina (II),
em 23 produtos de cereais, concluíram que o alto conteúdo de GLD pode identificar
alimentos de baixo IG, uma vez que são ricos em carboidratos de lenta digestão.
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Carboidratos, Glicemia e Saúde / ILSI Brasil
III
ESTRATÉGIAS TECNOLÓGICAS EM
ALIMENTOS: EFICÁCIA DE INGREDIENTES
NO CONTROLE DA RESPOSTA GLICÊMICA
Segundo Englyst et al, (1992) o amido pode ser classificado de acordo com a sua velo-
cidade de digestão in vitro: amido de rápida digestão (ARD), amido de lenta digestão
(ALD) e AR, que não é digerido. O AR resiste à ação das enzimas digestivas e é subdi-
vidido em quatro tipos, de acordo com suas características (Quadro 2):
— AR3: amido retrogradado, que pode ser proveniente de batatas, pães, flocos de
milho cozidos e resfriados e de outros produtos com tratamento térmico prolongado
ou repetitivo;
Nugent (2005) cita que, a partir dessa classificação, é possível concluir que a re-
sistência do AR pode ser modificada por processos físicos como moagem, mastigação
(AR1), processamento e cocção (AR2), e condições de processamento (AR3). O amido
é constituído por uma mistura de dois polissacarídeos: amilose e amilopectina, A ami-
lose é um polímero linear composto por unidades de D-glicose em ligações alfa 1,4 e a
amilopectina é um polímero ramificado composto por unidades de D-glicose em liga-
ções alfa 1,4 e alfa 1,6. Os amidos em geral contêm cerca de 25% de amilose, mas as
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Carboidratos, Glicemia e Saúde / ILSI Brasil
As enzimas digestivas agem sobre o final das cadeias de amido, chamadas de extremi-
dades redutoras, ou seja, o resíduo de glicose com o carbono 1 (do grupo aldeído,
redutor) livre. Quanto mais ramificada for a cadeia, mais sítios (locais) de ação estarão
disponíveis para ação das enzimas, dessa maneira, as moléculas de amilopectina são
mais rapidamente digeridas que as de amilose (Damodaran, Parkin e Fennema, 2010).
Ao longo dos últimos anos vem surgindo propostas de definições para o AR do tipo 5.
Uma dessas propostas visa classificar o amido que interage com lipídios, e tanto a
amilose quanto as longas cadeias de amilopectina formam complexos helicoidais com
os ácidos graxos (Jane e Robyt, 1984; Ai, Hasjim e Jane, 2013).
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Carboidratos, Glicemia e Saúde / ILSI Brasil
bilidade (Robertson et al, 2003). Haub et al, (2010) compararam o efeito da ingestão
de uma única dose de AR2 (HAM-AR2) e de AR4, em relação à dextrose (solução com
30 g), e verificaram que a resposta glicêmica foi menor para os dois tipos de AR, mas
a resposta do AR4 foi significativamente menor que AR2. Porém quando foram com-
parados dois novos tipos de AR4 em relação à dextrose (solução com 50 g), não houve
diferença na resposta glicêmica (Haub, Louk e Lopez, 2012).
Em estudos com ingestão prolongada de AR2 (de quatro a 12 semanas) de amido de milho
com alto teor de amilose, é possível verificar que os efeitos sobre a homeostase da gli-
cose não são uniformes. Um estudo, com ingestão diária de 12 g de AR2 ao longo de seis
semanas, não evidenciou alterações na glicose e insulina de jejum, ou índices calculados
a partir desses valores (Penn-Marshall, Holtzman e Barbeau, 2010), enquanto em outros
estudos pode ser verificado o aumento da sensibilidade à insulina (Johnston et al, 2010;
Maki et al, 2012; Robertson et al, 2012) (Quadro 3).
Santos (2010) elaborou uma barra de cereais com FBV e avaliou-a in vivo e in vitro
quanto às propriedades funcionais comparando-a com uma barra de cereal controle,
sem FBV. As barras de FBV apresentaram maior fermentabilidade e produção de AGCC
in vitro do que a barra de cereais controle. O ensaio clínico agudo da barra de cereal
com FBV, com voluntários saudáveis, visando avaliar a resposta glicêmica, revelou um
produto de baixo índice glicêmico e baixa carga glicêmica comparada com o alimento
referência (pão).
Em ensaio de curta duração: caracterizado pela ingestão de uma única refeição (Re-
feição controle - RC ou refeição com FBV - RF conforme o grupo experimental) e um
ensaio de média duração (14 dias) caracterizado pela ingestão diária de 8g de FBV
junto com a dieta usual dos voluntários, foi observado nos dois ensaios o aumento
significante da frequência de evacuações, sem o acréscimo de relatos de desconforto
abdominal, que incluem flatulência, dor e distensão abdominal.
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Carboidratos, Glicemia e Saúde / ILSI Brasil
Carboidratos de baixo índice glicêmico (IG) fornecendo uma liberação lenta de gli-
cose demonstraram ter impacto nos níveis pós-prandiais de glicose, nos sistemas de
fornecimento de energia e oxidação de gordura, bem como na saciedade e no desen-
volvimento do tecido adiposo (Holub et al, 2010).
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Carboidratos, Glicemia e Saúde / ILSI Brasil
Foi demonstrado em vários estudos que o consumo de alimentos com IG mais baixo em
refeições está associado com maior oxidação de gordura pós-prandial em indivíduos
saudáveis e treinados (Wee et al, 2005). Esse efeito pode ser atribuído principalmente
a concentrações mais baixas de insulina que levarão a aumento da lipólise periférica,
ácidos graxos livres plasmáticos aumentados e beta-oxidação aumentada nos múscu-
los esqueléticos (Tsintzas e Williams, 1998; Stevenson et al, 2006).
Poupar glicogênio significa que uma oxidação elevada de gordura durante exercício
de resistência intenso e prolongado reduz a proporção relativa da oxidação de carboi-
drato. A taxa mais baixa de oxidação de carboidrato preservará o armazenamento in-
tramuscular e intra-hepático de glicogênio. Esses armazenamentos podem ser usados
em estágios futuros do exercício e prevenir fadiga prematura.
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Carboidratos, Glicemia e Saúde / ILSI Brasil
Dessa forma, foi levantada a hipótese de que a elevação da oxidação de gordura pode
conferir benefícios adicionais em relação ao controle de peso em longo prazo e tam-
bém na redução dos fatores de risco metabólico (Konig et al, 2012).
Em resumo, as evidências até o momento sugerem que alimentos com baixo índice
glicêmico, proveniente de carboidratos totalmente digeríveis com lenta liberação de
glicose induzem a:
A digestibilidade do amido pode ser modulada pela inibição das enzimas digestivas
por ingredientes naturais como antocianinas, tecnologia e também por diferentes
métodos de cozimento aplicados a produtos de cereais, o que resulta em vários graus
da digestão do amido, caso do amido digerido rapidamente dos cereais extrusados.
Amidos lentamente digeríveis (ALD) podem ser selecionados em função de uma pro-
porção mais alta da amilose e em relação à amilopectina e/ou usando processos que
preservem melhor a estrutura botânica do grão e a estrutura cristalina do amido
(p.ex., limitando a gelatinização e/ou favorecendo a retrogradação).
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Carboidratos, Glicemia e Saúde / ILSI Brasil
Ao usar o isótopo estável da glicose, os autores mostraram que o desjejum com alto
ALD demonstrou reduzir significativamente o aparecimento de glicose exógena na
primeira parte da manhã e prolongou sua liberação na fase tardia da manhã (Vinoy
et al, 2013).
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Carboidratos, Glicemia e Saúde / ILSI Brasil
O desjejum com alto ALD resultou em uma redução de glicose exógena (usando
um isótopo estável), resposta mais baixa da insulina induzida e inibição com-
pensatória reduzida da produção de glicose endógena e de captação de glicose.
Consequentemente, graças a esses mecanismos regulatórios, a glicemia foi mais
baixa após o desjejum com alto ALD, mas em um grau menor do que a diferença
obtida para aparecimento de glicose exógena plasmática. Além disso, a resposta
glicêmica no almoço padronizado subsequente foi reduzida dentro do grupo de
alto ALD sugerindo que a modulação pelo ALD da disponibilidade da glicose no
desjejum foi um determinante da tolerância à glicose no almoço e durante todo o
dia. É interessante observar que após cinco semanas de dieta com baixo IG, com
café da manhã com alto ALD, esses efeitos foram mantidos.
Em outro estudo com dez indivíduos saudáveis, a ingestão de uma refeição com massa
com alto teor de ALD (10%) retardou significativamente o aparecimento de glicose
exógena no plasma, mas resultou em uma resposta glicêmica pós-prandial global simi-
lar ao pão comum (Eelderink, Schepers, et al, 2012). Nesse estudo, Eelderink et al,
(2012) observaram também que após a ingestão de massa com alto teor de ALD, a
redução da RaE resultou em baixa concentração de peptídeo inibidor gástrico (GIP) e
resposta mais baixa da insulina.
Os autores concluíram, dessa forma, que a glicemia nem sempre reflete a taxa
de digestão in vivo de um produto amiláceo e que outros processos metabóli-
cos subjacentes ocorrem simultaneamente, o que poderia neutralizar a taxa
mais lenta de absorção. Na verdade, foi sugerido que a liberação prolongada da
glicose após ingestão de ALD induziu uma elevação pós-prandial tardia de hor-
mônios intestinais (GIP e peptídeo similar ao glucagon GLP —1), o que pode ter
muitas consequências fisiológicas em relação ao efeito da segunda refeição, uma
vez que age na saciedade pelo esvaziamento gástrico tardio (Wachters-Hagedoorn
et al, 2006). Eelderink et al, (2012) destacam o potencial efeito benéfico do ALD
que poderia reduzir a demanda de insulina do pâncreas e subsequente risco de
hipoglicemia, sem necessariamente reduzir a glicemia pós-prandial.
Além disso, nem todos eles fornecem informação suficiente em relação ao perfil pós-
prandial preciso, o impacto do tipo dos indivíduos e os níveis e tipo de manipulação
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Carboidratos, Glicemia e Saúde / ILSI Brasil
O estudo de Harbis et al, (2004) investigou o efeito de um desjejum com alto conteúdo
de ALD na lipidemia pós-prandial em indivíduos com obesidade central, mas não dis-
lipidêmicos. A ingestão de biscoito com alto ALD reduziu a elevação dos triglicerídeos
pós-prandial e o acúmulo de lipoproteínas ricas em triglicerídeos derivadas do fígado
e intestino (triglicerídeos, ApoB 100 e ApoB 48). Embora isso seja muito importante à
conhecida relação entre lipidemia e hipertrigliceridemia pós-prandial para o risco de
diabetes tipo 2, estudos mais longos são necessários para investigar o impacto concomi-
tante na sensibilidade à insulina em si.
Para revisar brevemente outros potenciais efeitos metabólicos do ALD, foi sugerido
que esse tipo de amido pode impactar a saciedade e função cognitiva através de
seu efeito na resposta glicêmica. Para saciedade, uma hipótese é que a redução da
glicemia ligada ao ALD e subsequente depressão da insulina induziria uma saciedade
prolongada. Entretanto, os resultados de poucos estudos disponíveis permaneceram
inconclusivos e a interação com outros parâmetros precisa ser esclarecida (Sands et
al, 2009; Peters et al, 2011).
Concluindo, os estudos com produtos contendo altos níveis de amido lentamente di-
gerível (ALD) demonstraram retardar o aparecimento da glicose exógena no plasma,
a diminuição da resposta glicêmica aguda agindo sobre a secreção de insulina, o es-
tímulo dos hormônios intestinais e a produção de glicose exógena, podendo prolongar
a fase pós-prandial.
Estudos em prazo mais longo são necessários para confirmar os potenciais efeitos
benéficos do ALD no metabolismo da glicose e perfil de risco cardiometabólico.
Essas observações alimentam uma questão global mais ampla de como os melhores
marcadores relevantes de glicemia pós-prandial se relacionam com os benefícios
à saúde.
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Carboidratos, Glicemia e Saúde / ILSI Brasil
Embora haja boa correlação entre a digestibilidade do amido in vitro e respostas pós-
prandiais plasmáticas da glicose e insulina, a ingestão de dois produtos com o mesmo
IG pode resultar de diferentes processos regulatórios metabólicos pós-prandiais.
Digno de nota, essas alterações que ocorrem durante o período pós-prandial são mais
longas do que as duas horas de estudo de IG e dizem respeito pelo menos a quatro
horas após a ingestão da refeição.
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Carboidratos, Glicemia e Saúde / ILSI Brasil
IV
CARBOIDRATOS,
OBESIDADE E DIABETES
Impacto clínico e econômico
Luciana Bahia
Cerca de 28 milhões de mortes decorrentes dessas doenças e 82% das mortes con-
sideradas prematuras (abaixo de 70 anos) ocorreram em países de baixa e média
renda. Nesses países, as perdas econômicas acumuladas devido às DCNT foram
estimadas em US$ 7 trilhões entre 2011 e 2025 (WHO, 2014).
Em 2014, o excesso de peso atingiu 52,2% da população adulta estudada (nO total =
40.853), sendo de 58,3% entre a população masculina e 45,4% da feminina.
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Carboidratos, Glicemia e Saúde / ILSI Brasil
O diabetes é uma doença com prevalência alta e crescente, apresenta custo social
elevado e alta taxa de morbimortalidade. Em 2014, a prevalência mundial de dia-
betes foi de 9% (WHO, 2014). No Brasil um único estudo nacional de prevalência de
diabetes, com mais de 20 mil pessoas, foi realizado no final dos anos 80, mostrando
que essa doença já atingia 7,6% de pessoas entre 30 e 69 anos de idade (Malerbi e
Franco, 1992).
Dados do Vigitel de 2014, realizado nas capitais dos estados brasileiros e Distrito
Federal, mostraram que entre a população entrevistada com idade entre 55-64 anos,
14,9% referem ter diagnóstico médico para diabetes, sendo que entre as pessoas com
mais de 65 anos esse percentual sobe para 24,4% (Brasil, 2015).
Essa doença, caracterizada pela hiperglicemia crônica, pode provocar danos a vários
órgãos, como rins, olhos, coração e vasos sanguíneos; sendo uma das principais causas
de insuficiência renal, amputação de membros inferiores, cegueira e doença cardio-
vascular (Forbes e Cooper, 2013).
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Carboidratos, Glicemia e Saúde / ILSI Brasil
De acordo com dados do Vigitel (2015), a prevalência das DCNT é maior entre a popu-
lação de menor escolaridade, onde se observa maior percentual declarado de obesi-
dade, menor percentual de atividade física e de baixo consumo de frutas e hortaliças
(Figura 1). O diabetes foi relatado por 16% das pessoas com 0-8 anos de escolaridade,
caindo para 4,5% entre pessoas com mais de 12 anos de estudo.
*Fonte: Vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito
telefônico — Vigitel (Brasil, 2015).
Em estudo realizado por Bahia et al, (2012), os gastos hospitalares com doenças
relacionadas à presença de sobrepeso e obesidade (diabetes; hipertensão arterial;
acidente vascular cerebral, doenças coronarianas; câncer de endométrio, mama,
ovário, colorretal, pâncreas; asma, osteoartrite de quadril e joelhos) são da ordem
de US$ 2,1 bilhões, sendo US$ 1,4 bilhão relativos às hospitalizações.
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Carboidratos, Glicemia e Saúde / ILSI Brasil
Estudo com 1.000 pacientes diabéticos de oito cidades, em diferentes níveis de cuida-
dos, estimou um custo total de US$ 2,108 paciente/ano, sendo 63,3% de custos diretos
e 36,7% de custos indiretos. Entre os custos diretos, 48,2% referem-se ao tratamento
medicamentoso, sendo 75,4% pagos pelo SUS. Cabe ressaltar que os custos se elevam
com a maior duração e complicações decorrentes da doença (Bahia et al, 2011).
Em 2009, o estudo DIAPS (Diabetes Ambulatory Costs in Private System), que en-
volveu 400 pacientes de cinco cidades, avaliou os gastos de diferentes operadoras de
saúde e estimou um gasto ainda mais elevado, na ordem de US$ 5,466 paciente/ano,
sendo 88% relativos a custos com profissionais de saúde. O custo estimado de medica-
mentos foi de US$ 2,300 paciente/ano (Bahia et al, 2010).
Algumas das metas do “Plano de ações estratégicas para o enfrentamento das doen-
ças crônicas não transmissíveis (DCNT) no Brasil 2011—2022” são a redução da pre-
valência de obesidade em crianças e adolescentes e a contenção do crescimento da
obesidade em adultos, através de uma série de atividades, que incluem a promoção
de alimentação saudável incluindo acordos com indústrias de alimentos e governo
federal (Brasil, 2011).
Entre essas ações, a Política Nacional de Promoção da Saúde prega a prática da ali-
mentação saudável em vários segmentos, incluindo o programa nacional de alimenta-
ção saudável nas escolas; acordos com a sociedade civil para aumento da produção e
oferta de alimentos in natura; acordos com as indústrias de alimentos para redução
do sal e açúcar em alimentos industrializados; redução dos preços em alimentos con-
siderados saudáveis e um plano intersetorial para prevenção e combate à obesidade
(Brasil, 2011).
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Carboidratos, Glicemia e Saúde / ILSI Brasil
O risco de diabetes em pessoas de alto risco pode ser reduzido também pela
redução moderada de peso corporal além de atividade física diária moderada.
A Organização Mundial de Saúde considera que a rotulagem nutricional pode ser útil
na orientação aos consumidores, contribuindo para uma alimentação saudável, e que,
combinada com medidas de educação ambiental e/ou nutrição, podem ser eficazes
na mudança de padrões de consumo (WHO, 2014).
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Carboidratos, Glicemia e Saúde / ILSI Brasil
V
PANORAMA
REGULATÓRIO
INTERNACIONAL
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Administração do ILSI BRASIL
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Alimentos Funcionais 2016
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