26/09/2023, 10:24 A ozonização suave ativa a resposta celular antioxidante pela via dependente de Keap1/Nrf2 - ScienceDirect

Biologia e Medicina dos Radicais Livres

Volume 124, 20 de agosto de 2018 , páginas 114-121

A ozonização suave ativa a resposta celular

antioxidante pela via dependente de Keap1/Nrf2
Mirco Galiè a, Manuela Costanzo _,Alice Nodari _,Federico Boschi b,Laura Calderán e,Silvia Mannucci a,Viviana Covic _,
Gabriele Tabaracci c., Manuela Malatesta _

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https://doi.org/10.1016/j.freeradbiomed.2018.05.093
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Abstrato

O tratamento com baixas doses de ozônio é explorado com sucesso como terapia adjuvante no tratamento
de diversos distúrbios. Embora a lista de aplicações médicas da terapia com ozônio esteja aumentando, os
mecanismos moleculares subjacentes aos seus efeitos benéficos ainda são parcialmente conhecidos.
Evidências clínicas e experimentais sugerem que os efeitos terapêuticos do tratamento com ozônio podem
depender de sua capacidade de montar uma resposta antioxidante benéfica através da ativação da via do
fator nuclear derivado de eritróide 2 (Nrf2). No entanto, ainda falta uma demonstração mecanicista
conclusiva. Aqui, preenchemos essa lacuna de conhecimento, fornecendo evidências de que o tratamento
com baixa concentração de ozônio em células cultivadas promove a translocação nuclear de Nrf2 nos locais
de transcrição ativa da cromatina e aumenta a expressão deGenes orientados pelo elemento de resposta
antioxidante (ARE). É importante ressaltar que mostramos que a ativação de ARE induzida por ozônio pode
ser revertida pela expressão ectópica da proteína associada a ECH semelhante a Kelch, inibidor específico de
Nrf2 (Keap1), provando assim o papel da via Nrf2 na resposta antioxidante induzida por ozonização leve .

Resumo gráfico

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Introdução

O ozônio é um gás altamente instável que se decompõe rapidamente em oxigênio normal e é clinicamente
usado como uma mistura gasosa de oxigênio-ozônio em baixas concentrações para múltiplos fins
terapêuticos (por exemplo, artrite reumatóide, doenças cardíacas e vasculares, asma, enfisema, esclerose
múltipla) [1] , [2], [3], [4].

Embora a lista de aplicações médicas da ozonioterapia tenha aumentado, especialmente nos últimos anos,
os mecanismos moleculares subjacentes aos seus efeitos benéficos ainda são parcialmente conhecidos.
Algumas linhas de evidência contribuíram para estabelecer a noção de que esses efeitos benéficos podem
depender da capacidade do estresse oxidativo leve de sustentar as vias citoprotetoras pela ativação do fator
de transcrição do fator nuclear derivado do eritróide 2 (Nrf2) [1], [4 ]. Nrf2 é um regulador mestre dos genes
que protegem as células dos efeitos de insultos endógenos e exógenos, como xenobióticos e estresse
oxidativo [5]. Em particular, o Nrf2 regula a expressão de genes sob o controle de intensificadores do
elemento de resposta antioxidante (ARE) [6]. Em condições basais, O Nrf2 é sequestrado no citoplasma pelo
seu inibidor específico Keap1 (proteína associada à ECH semelhante a Kelch), que também promove sua
degradação [7]. Sob estímulos específicos, o Nrf2 dissocia-se do Keap1, transloca-se para o núcleo e
transativa genes orientados por ARE [8].

O envolvimento da atividade transcricional do Nrf2 pela terapia com ozônio é atualmente sugerido pela
evidência indireta do aumento da translocação nuclear do Nrf2 e/ou do aumento da expressão de alguns
genes antioxidantes (HO-1, NQO1, SOD, CAT) no tratamento de células cultivadas com pré soro condicionado
de pacientes ozonizados [9], [10] ou solução salina ozonizada [10]. Recentemente, mostramos que a ativação
de Nrf2 e a regulação positiva dos genes responsivos ao estresse (HO-1, ERCC4, CDKN1A) podem ser
observadas quando as células são ozonizadas em cultura, sugerindo assim que efeitos autônomos das
células também podem estar presentes [11]. No entanto, muitos fatores de transcrição além do Nrf2 podem
funcionar para montar uma resposta eficiente ao estresse oxidativo (incluindo ATF/CREB, HSF1, HIF-1, TP53,
NF-κB, Notch, SP1, CREB-1, KDM5 e FoxO) [12] , [13], [14], [15],

Aqui, combinando o rastreamento subnuclear da localização de Nrf2 e abordagens de engenharia genética

funcional, mostramos que a ozonização moderada aumenta a translocação nuclear de Nrf2 em locais de
cromatina transcricionalmente ativos e a ativação da transcrição gênica dirigida por ARE ao longo de uma
região dependente de Keap1 mediada por Nrf2. via de transcrição.

Trechos de seção

Cultura celular e tratamento com ozônio

Células HeLa (5 x 10 4 ) foram cultivadas em frascos plásticos de 75 cm2 (Corning Inc.) em DMEM (Dulbecco
Modified Eagles Medium) suplementado com 10% (v/v) de soro bovino fetal, 1% (p/v) de glutamina . , 100 U
de penicilina e 100 μg/ml de estreptomicina (Celbio), a 37 °C em atmosfera umidificada com 5% de CO 2 .
Quando subconfluentes, as células foram levemente tripsinizadas (0,25% de tripsina contendo 0,05% de
ácido etilenodiamino tetraacético, EDTA, em solução salina tamponada com fosfato, PBS) e expostas em
suspensão a misturas gasosas de oxigênio-ozônio.…

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Nrf2 localiza-se nos locais de transcrição ativa

O mapeamento da distribuição subnuclear de proteínas que interagem com o DNA pode fornecer
informações úteis sobre o seu papel na transcrição. Para visualizar a localização subnuclear de Nrf2,
transfectamos transitoriamente células HeLa com um vetor que codifica uma proteína de fusão Nrf2-GFP
(pcDNA3-EGFP-C4-Nrf2) [8]. Os núcleos das células transfectadas com Nrf2-GFP foram contrastados com
Hoechst 33342, que cora especificamente o DNA, permitindo assim visualizar sua localização em áreas de
cromatina com diferentes graus de grande escala…

Discussão

A terapia com ozônio é explorada com sucesso como terapia adjuvante no tratamento de um amplo número
de distúrbios [16]. O principal regulador antioxidante Nrf2 foi descrito como um candidato a mediador
crucial da resposta ao ozônio in vivo e in vitro [25]. Esta noção é apoiada pelo aumento de Nrf2 no ​sangue
de pacientes expostos a misturas de ozônio [9] e pela translocação nuclear de Nrf2 em células expostas a
soro ozonizado ou solução salina [10]. No entanto, uma demonstração mecanicista de sua causalidade…

Agradecimentos
Este trabalho foi apoiado pela Universidade de Verona (Projetos Conjuntos 2017). A fonte financiadora não
teve envolvimento na coleta, análise e interpretação dos dados, na redação do relatório ou na decisão de
submeter o artigo para publicação.

Agradecemos a Yue Xiong, que gerou e disponibilizou os vetores pcDNA3-EGFP-C4-Nrf2, (Addgene#21549)

e pDsRed2-Keap1 (Addgene#21551) através da Addgene.

AN é estudante de doutoramento e bolseiro do Programa Doutoral “Nanociências e…

Declarações de interesse

Nenhum.…

Referências (40)

L.Re et al.
Terapia com ozônio: evidências clínicas e básicas de seu potencial terapêutico
Arco. Med. Res. (2008)

H. Motohashi et al.
Nrf2-Keap1 define um mecanismo de resposta ao estresse fisiologicamente importante
Tendências Mol. Com. (2004)

K. Itoh et al.
Um heterodímero Nrf2 / Maf pequeno medeia a indução de genes de enzimas desintoxicantes
de fase II através de elementos de resposta antioxidante
Bioquímica. Biofísica. Res. Comum. (1997)

A. Pecorelli et al.

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A ativação de NRF2 está envolvida na regulação positiva de HO-1 no soro humano ozonizado em
células endoteliais
Toxicol. Apl. Farmacol. (2013)

C. Scassellati et al.
Efeitos da ozonização moderada na expressão gênica e na organização dos domínios nucleares
in vitro
Toxicol. Em vitro (2017)

C. Espinosa-Diez et al.
Respostas antioxidantes e ajustes celulares ao estresse oxidativo
Redox Biol. (2015)

LO Klotz et al.
Regulação redox dos fatores de transcrição FoxO
Redox Biol. (2015)

P. Bański et al.
O direcionamento nucleolar do acompanhante hsc70 é regulado por estresse, sinalização celular
e um sinal de direcionamento composto que é controlado por autoinibição
J. Biol. Química. (2010)

AT Dinkova-Kostova et al.
O papel emergente do Nrf2 na função mitocondrial
Radicais Livres. Biol. Med. (2015)

WA Pryor
Mecanismos de formação de radicais a partir de reações do ozônio com moléculas alvo no
pulmão
Radicais Livres. Biol. Med. (1994)

Veja mais referências

Citado por (39)

O uso de baixas dosagens de ozônio tem efeitos positivos no resfriamento e na criopreservação

do sêmen equino
2022, Jornal de Ciência Veterinária Equina

Trecho da citação:
…Essas alterações foram menores nos grupos com baixa concentração de ozônio tanto no sêmen resfriado quanto no
congelado, e os resultados mostraram que baixas doses de ozônio resultaram em maior integridade da membrana
plasmática e acrossomal em todos os tempos analisados, indicando o efeito pró-oxidante do terapia com ozônio. Assim
como baixas concentrações de ozônio induzem um efeito pró-oxidativo, ativando vias antioxidantes celulares, altas
concentrações de ozônio induzem um efeito oxidativo prejudicial na célula e [[20,21],43], o que corrobora os resultados
deste estudo. Em concentrações elevadas (30 e 60 µg/mL), tanto para sêmen resfriado quanto congelado, essas
concentrações também apresentaram dependência da dose; ou seja, quanto maior a dose, maior será a perda da
qualidade do esperma.…

https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0891584918309766?via%3Dihub 4/7
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A exposição ao estresse por choque nas patas regula negativamente os genes antioxidantes e
aumenta a apoptose neuronal em um modelo de rato Aβ (1-42) da doença de Alzheimer
2021, Neuroquímica Internacional

Trecho da citação:
…Portanto, é possível que o estresse oxidativo na amígdala e no hipocampo esteja envolvido na interrupção da
comunicação celular, o que pode ser responsável pelo comportamento exagerado semelhante à ansiedade e pelo
aumento da expressão do medo (Petrovic et al., 2018; Salim et al., 2010). A resposta ao estresse oxidativo celular é
coordenada por uma intrincada rede de moléculas e genes antioxidantes, incluindo Nrf2, Keap1, NQO1 e HO-1 (Galiè et
al., 2018; Moon e Giaccia, 2015; Tebay et al., 2015) . A via de sinalização Nrf2-Keap1 desempenha um papel vital na
defesa celular contra o estresse oxidativo (Ma, 2013; Suzuki et al., 2013).…

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Crosstalk microglia-astrócitos e o papel dos hormônios esteróides no declínio cognitivo:

estratégias de intervenções promissoras
2021, Enciclopédia de Neurociência Comportamental: Segunda Edição

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Oligoelementos em crianças com transtorno do espectro do autismo: uma meta-análise baseada

em estudos de caso-controle
2021, Jornal de Oligoelementos em Medicina e Biologia

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Terapia com ozônio para o tratamento da pneumonia por COVID-19: uma revisão de escopo
2021, Imunofarmacologia Internacional

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Terapia com ozônio em COVID-19: uma revisão narrativa

2021, Pesquisa de vírus

Trecho da citação:
…Portanto, há aumento na produção de interferon gama, interleucina-2 e fator de necrose tumoral alfa (Di Mauro et al.,
2019). O ozônio também reduz os processos inflamatórios através das vias moleculares que envolvem uma importante
rede de fatores de transcrição, além de possuir atividade antioxidante; atua no proteassoma e na cascata de inflamação
inibindo o fator nuclear NFkB (Smith et al., 2017; Galiè et al., 2018). Foram encontrados três artigos que apoiam a
atividade antiviral do ozônio: um é um estudo in vitro que mostrou que o ozônio pode inativar o vírus herpes simplex
tipo 1 (HSV-1) (Petry et al., 2014) e dois artigos que descrevem estudos clínicos com o objetivo de avaliar a atividade
antiviral contra o vírus da hepatite C (HCV) (Zaky et al., 2011; mn e tt, 2012).…

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Nefrologia em Cuidados Intensivos, 2019, pp.

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Procedimentos de Transplante, Volume 52, Edição 1, 2020, pp.

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