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MÚLTIPLAS RESTRIÇÕES

Professora Carolina Moreira


Seleção com múltiplas restrições
• A seleção deve satisfazer várias restrições, muitas vezes conflitantes.

• No projeto de um copo descartável para bebidas quentes, o custo é o que


importa; deve ser minimizado sujeito a restrições a rigidez, resistência e
condutividade térmica.

• Nessa classe de problema há um único objetivo de projeto (minimização de


peso ou custo) com muitas restrições.

• Sua solução é direta: aplicar as restrições em sequência, rejeitando, em


cada etapa, os materiais que não as cumprem. Os sobreviventes são
candidatos viáveis. Classificá-los por sua capacidade de cumprir o objetivo
único e então explorar a documentação para os candidatos mais
bem-classificados.
Seleção com múltiplas restrições
• Normalmente isso resolve a situação, porém, às vezes, há uma virada
extra.

• Quase todos os problemas de seleção de material têm mais restrições do


que variáveis livres.
Seleção com múltiplas restrições
• Como exemplo, os requisitos para um tirante de união de massa mínima
poderiam especificar ambas, rigidez e resistência, o que resultaria em duas
equações independentes para a massa.
Seleção com múltiplas restrições
• Se a rigidez é a restrição dominante, a massa da haste é m1; se é a
resistência, a massa é m2.

• Se o tirante deve cumprir ambos os requisitos, sua massa tem de ser a


maior entre m1 e m2.

• Procuramos o material que oferece o menor valor de .

• Esse é um exemplo de um problema “mín–máx”, que não é incomum no


mundo da otimização.

• Buscamos o menor valor (mín) de uma métrica que é o maior valor (máx)
de duas ou mais alternativas.
O método analítico
• Existem métodos poderosos para resolver mín-máx quando a métrica
(neste caso, massa) é uma função contínua das variáveis de controle (as
variáveis que estão do lado direito das duas equações de desempenho
mostradas).

• Porém, aqui, uma das variáveis de controle é o material, e estamos lidando


com uma população de materiais, cada um dos quais com seus próprios
valores únicos de propriedades do material.

• O problema é discreto, e não contínuo.


O método analítico
• Um modo de atacar o problema é:
• avaliar ambas, m1 e m2 para cada membro da população,
• designar a maior das duas a cada membro,
• e então classificar os membros pelo valor designado, procurando um
mínimo.

• Vejamos um exemplo:

Precisa-se de um tirante leve de comprimento L, rigidez S e carga de colapso Ff


especificados com os valores: L* = 1 m; S* = 3 × 107 N/m; F*f = 105 N

Substituindo esses valores e as propriedades do material nas equações (7.2) e


(7.3) do slide 6, temos os valores para m1 e m2 mostrados na tabela.
O método analítico
O método analítico

Para esses requisitos de projeto, e dentre esses materiais, qual é a melhor


escolha?
O método analítico

Para esses requisitos de projeto Ti-6-4 é enfaticamente a melhor escolha:


permite o tirante mais leve que satisfaz ambas as restrições.

Se agora mudarmos as restrições para L* = 3 m; S* = 108 N/m; F*f = 3 × 104 N.


A seleção muda?
O método analítico

Para esses requisitos de projeto Ti-6-4 é enfaticamente a melhor escolha:


permite o tirante mais leve que satisfaz ambas as restrições.

Se agora mudarmos as restrições para L* = 3 m; S* = 108 N/m; F*f = 3 × 104 N.


A seleção muda?
Agora o aço é a melhor escolha: dá o tirante mais leve que satisfaz todas as
restrições.
O método analítico
• Quando há 3.000 materiais e não apenas três entre os quais escolher,
podemos usar simples códigos de computador para ordená-los e
classificá-los.

• Porém, falta a essa abordagem numérica o imediatismo visual e o estímulo


para o raciocínio criativo que um método mais gráfico permite.
O método gráfico
• Suponha, para uma população de materiais, que construímos o gráfico de
m1 em relação a m2.
O método gráfico
• Cada bolha representa um material. Todas as variáveis em ambas as
equações para m1 e m2 são especificadas, exceto o material, de modo que a
única diferença entre uma bolha e outra é o material.
O método gráfico
• Queremos minimizar massa, portanto as melhores escolhas encontram-se
em algum lugar próximo da parte inferior esquerda. Mas onde,
exatamente?
O método gráfico
• A linha m1 = m2 separa o diagrama em duas regiões. Em uma, m1 > m2 e a
restrição 1 (rigidez) é dominante. Na outra, m2 > m1 e a restrição 2
(resistência) domina.
O método gráfico
• Na região 1, nosso objetivo é minimizar m1, visto que ela é a maior das
duas; na região 2, vale o oposto.
O método gráfico
• Isso define um envelope de seleção de forma retangular cujo vértice
encontra-se sobre a linha m1 = m2. Quanto mais empurrarmos o retângulo
para mais perto da parte inferior esquerda, menor será .
O método gráfico
• A melhor escolha é o último material que restar dentro do retângulo.
O método gráfico
• Isso explica a ideia, porém há um modo melhor de implementá-la.

• O diagrama anterior, cujos eixos são m1 e m2, é específico para valores


únicos de L*, S* e F*f ; se essas quantidades mudarem, precisaremos de um
novo diagrama.

• Suponha que construímos o gráfico dos índices de materiais que estão


contidos nas equações de desempenho.

• Cada bolha ainda representa um material, mas agora sua posição depende
somente das propriedades do material, e não dos valores de L*, S* e F*f.
O método gráfico
O método gráfico
• A condição m1 = m2, que substituídas das Equações (7.2) e (7.3):

resulta na relação:

ou, em escalas logarítmicas:


O método gráfico
• Essa expressão descreve uma linha de inclinação 1, em uma posição que
depende do valor de L*S*/F*f.
• Referimo-nos a essa linha como a linha de ligação e a L* S*/F*f como a
constante de ligação, símbolo Cc.
O método gráfico
• A estratégia de seleção continua a mesma: um retângulo, cujo vértice está
sobre a linha de acoplamento, é empurrado para baixo na direção da parte
inferior esquerda.
O método gráfico
• Porém, agora, o diagrama é mais geral, abrangendo todos os valores de L*,
S* e F*f.
• Mudar qualquer um desses, ou a geometria do componente (aqui descrita
por L*), move a linha de ligação e muda as seleções.

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