Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Unid 2
Unid 2
Unidade II
5 HIDROCINESIOTERAPIA EM CONDIÇÕES MUSCULOESQUELÉTICAS
E NEUROMUSCULARES
A água é usada como um recurso terapêutico há muito tempo. Essa prática acompanha a história da
humanidade desde a civilização grega antiga, período em que as escolas de medicina eram construídas
próximas a fontes, nas chamadas estações de banho, para que esse recurso físico pudesse ser utilizado no
tratamento de doenças. Há, inclusive, relatos de que Hipócrates, que viveu por volta de 460 a 375 a.C.,
realizava a imersão em pacientes com doenças reumáticas e neurológicas e também em pessoas ictéricas
e que apresentavam espasmos musculares (BIASOLI; CASSIANO MACHADO, 2006; BRANCO; TOMÁS;
CLÁUDIO, 2006; CUNHA et al., 1998).
Posteriormente surgiu em Roma o primeiro banho público. Os romanos começaram a usar os banhos
de imersão para tratamento de atletas com diferentes temperaturas da água para então disseminá-los
a toda a população, sendo essa prática especialmente utilizada no tratamento de doenças reumáticas,
paralisias e lesões (BIASOLI; CASSIANO MACHADO, 2006; CUNHA et al., 1998).
67
Unidade II
Lavatórios Vestiários
Tepidarium
Caudarium
Sauna
Fornos
Pátio
(exercícios físicos)
Frigidarium Caudarium
Piscina
Tepidarium
Vestiários
Figura 44 – As instalações de banho romanas eram complexas: elas possuíam saunas, piscinas, bibliotecas
e vestuários e proporcionavam tratamentos com águas frias e quentes, atividades intelectuais e socialização
Na Idade Média os recursos naturais, incluindo os banhos de imersão na água para tratamento, eram
considerados pela religião um ato pagão e deixaram de ser usados até o século XV.
Porém, em 1700 o médico alemão Sigmund Hahn defendeu a utilização da água para o tratamento
de úlceras de membros inferiores e outros problemas médicos, e a partir desse período começaram a
surgir publicações científicas sobre o tema em toda a Europa, disseminando-se a utilização desse recurso
pela população, especialmente os banhos quentes ou de vapor associados aos banhos frios posteriores,
responsáveis pelo tratamento de contraste de temperaturas.
Foi só no início do século XX que os exercícios subaquáticos foram incorporados nos tratamentos de
doenças ou sintomas através da influência das publicações do professor austríaco Winterwitz, fundador
de uma escola e centro de pesquisas em Viena, sendo disseminada a sua utilização na Europa e América.
Por volta de 1898 surgiu a hidroginástica e a partir de aproximadamente 1920 foram iniciados no
mundo todo tratamentos que utilizavam exercícios de forma padronizada, através de técnicas como Bad
Ragaz e Halliwick. Nessa época o Brasil também incorporou os exercícios na água como tratamento na
Santa Casa do Rio de Janeiro, que era banhado na sua porta principal de entrada pela água do mar. Eram
utilizadas como recurso as águas da cidade, tanto a salgada como a doce.
Atualmente esse recurso faz parte da grade curricular do curso de Fisioterapia e é utilizado como
tratamento de diferentes sintomas e doenças tratadas ou prevenidas pelo fisioterapeuta (BIASOLI;
CASSIANO MACHADO, 2006; CUNHA et al., 1998).
68
FISIOTERAPIA AQUÁTICA
A água é um recurso disponível em abundância no planeta Terra; portanto, a sua aplicação terapêutica
é possível em diferentes lugares do mundo. Alguns possuem características peculiares, como as águas
termais. Temos no Brasil, por exemplo, Caldas Novas e Olímpia, cidades onde o aquecimento da água é
natural e está disponível o ano todo.
A água pode ser usada como um recurso recreativo, por exemplo, na utilização de uma banheira
domiciliar, ou como recurso terapêutico em casas de banho, spas e piscinas termais, locais onde os
efeitos da temperatura e das características da água promovem o tratamento ativo, ou seja, sem a
supervisão de um profissional de saúde.
A hidrocinesioterapia pode ser descrita como a realização de exercícios terapêuticos dentro d’água,
onde o tratamento é individualizado ou aplicado a grupos pequenos com as mesmas alterações
funcionais ou doenças de base. Cada paciente é avaliado de forma individualizada, e são traçados
objetivos específicos a serem atingidos, sempre direcionados por um profissional fisioterapeuta (BATES;
HANSON, 1998; BIASOLI; CASSIANO MACHADO, 2006).
Mas se nas duas abordagens aplicam-se exercícios dentro d’água, qual é a diferença de
hidrocinesioterapia e hidroginástica?
69
Unidade II
Observação
Antes de ser iniciada uma sessão de hidrocinesioterapia, faz-se necessária uma avaliação inicial dentro
e fora da piscina, para que seja possível entender a queixa principal, as doenças de base, as alterações
físico-funcionais e as possíveis habilidades que podem ser adquiridas no meio líquido, por exemplo, um
paciente com quadro álgico no joelho pode apresentar dificuldade de deambular ou subir escadas no solo,
mas não apresentar essas dificuldades na água. Na avaliação é importante inclusive questionar sobre o tipo
de ajuda necessária no vestiário para transferências, higiene pessoal, troca de roupa e tipo de locomoção.
Isso garantirá a programação para a necessidade ou não de um cuidador antes, durante e após a sessão.
Alguns itens devem ser verificados na água, como a experiência com a água, a forma como o paciente
entra na piscina (se entra pela borda, escada, rampa ou precisa de um elevador), se ele consegue flutuar de
forma independente, se realiza a imersão do rosto e corpo, se realiza as rotações vertical, sagital e longitudinal
(que serão descritas neste livro-texto), se possui movimentação de membros superiores e inferiores, como
realiza e como é a marcha, se apresenta alterações de equilíbrio, como está o seu condicionamento físico,
se realiza expirações dentro d’água, se tem medo da água, se consegue realizar algum nado que possibilite
o deslocamento e se consegue sair da água sozinho (BIASOLI; CASSIANO MACHADO, 2006; FORNAZARI,
2013; GARCIA et al., 2012).
Após a avaliação, um programa de tratamento deve ser traçado com objetivos e condutas, pensando‑se
nos possíveis materiais a serem utilizados e no tempo de sessão, sempre dividindo com os pacientes
tanto os planos quanto os progressos e trabalhando com a autonomia deles sobre a abordagem na água
(FORNAZARI, 2013).
É importante que a atividade traçada seja prazerosa para o paciente ou o grupo e se baseie em
experiências anteriores positivas na água. Dessa forma é possível proporcionar, além dos benefícios
físicos e funcionais, bem-estar e uma melhora da qualidade de vida (ANDRADE, 2015).
70
FISIOTERAPIA AQUÁTICA
Lembrete
O aquecimento irá preparar o corpo para a realização da atividade física posterior, preparando
os músculos a serem trabalhados num alongamento ou treino de força e ajustando as temperaturas
corporais. Pode ser realizado com marcha ou corrida estacionária, caminhadas leves em toda a extensão
da piscina, em diferentes direções (para frente, para trás e para o lado), e exercícios de mobilização ativa
dos membros superiores (BATES; HANSON, 1998; CAMPION, 2000; SILVA et al., 2012; SOUSA et al., 2018).
71
Unidade II
execução dos movimentos, e que os exercícios sejam executados lentamente. Deve-se manter a tensão
por 30 segundos ou mais, estimulando o paciente a ir até o seu ponto limite e usando a flutuação a favor
do movimento. Os exercícios podem ser realizados de forma passiva com o paciente em decúbito dorsal,
usando os flutuadores ou mantendo-se nos braços do fisioterapeuta, ou de forma ativa ou ativoassistida,
utilizando-se das barras de apoio da piscina (BATES; HANSON, 1998; RIZZI; LEAL; VENDRUSCULO, 2010).
Figura 47 – Exemplo de exercício de alongamento dos músculos isquiotibiais, que também pode ser
realizado de forma passiva pelo fisioterapeuta, e alongamento dos músculos tríceps sural
Dentro da piscina temos o princípio da viscosidade da água, que garante uma resistência ao
movimento, especialmente em fases iniciais de reabilitação, e ela pode ser aumentada com a utilização da
resistência manual do fisioterapeuta, halteres, bolas, bastões, faixas elásticas e tornozeleiras. Podem ser
realizados exercícios em cadeia cinética aberta ou fechada, sendo o segundo tipo o mais recomendado, e
também é uma opção associar o treinamento de força a exercícios funcionais, como sentar e levantar de
forma seriada, agachamento e exercícios abdominais (BATES; HANSON, 1998; CANDELORO; CAROMANO,
2006; KÜMPEL et al., 2016; SOUSA et al., 2018). No treinamento de força na água, a dor sempre será um
parâmetro de cuidado durante a execução dos exercícios (BATES; HANSON, 1998).
Figura 48 – Exemplo de exercício de fortalecimento de abdutores de quadril que pode ser iniciado
sem carga, com evolução para aumento progressivo da carga com a utilização de tornozeleira
72
FISIOTERAPIA AQUÁTICA
Figura 49 – Exemplo de exercício de fortalecimento de abdutores de ombro que pode ser iniciado
sem carga, com evolução para aumento progressivo da carga com a utilização de halteres
Muitos pacientes de diferentes faixas etárias e doenças possuem alterações do equilíbrio postural,
tonturas e risco de quedas, e o treinamento na água traz um resultado bastante promissor, pois é
possível usar a turbulência da água, aumentando a sua intensidade, associada a posturas que provocam
instabilidade. Um exemplo de atividade seria colocar uma criança ou adulto com controle de tronco
ineficaz, sentada em cima de um tapete flutuador e cantando as músicas 1, 2, 3 indiozinhos ou A canoa
virou, mantendo os pés juntos e posição tandem, com um pé a frente do outro, com olhos abertos e
fechados, apoio unipodal, realizando movimentos verticais (para cima e para baixo) e horizontais (para
a direita e para a esquerda), com os olhos e com a cabeça, jogando e pegando uma bola em diferentes
direções, para treinar a estratégia do passo, que pode inclusive ser realizada como movimentos de
uma dança coreografada (CAMPION, 2000; KNOB et al., 2018; MEEREIS et al., 2013a; RESENDE; RASSI;
VIANA, 2008; TOBLE et al., 2013).
Na água, atuamos com a possibilidade de provocar um conflito no sistema visual, pois os olhos ficam
molhados. A água está em constante movimento, o que faz com que o paciente dependa menos desse
sistema e estimule a compensação com os outros sistemas responsáveis pelo equilíbrio, como o sistema
vestibular (CAMPION, 2000; KNOB et al., 2018; MEEREIS et al., 2013a, 2013b; RESENDE; RASSI; VIANA,
2008; TOBLE et al., 2013).
73
Unidade II
Figura 51 – Treino de equilíbrio sentado sobre uma superfície instável na água, gerando na bebê ajustes posturais
A água é um meio que traz segurança, pois minimiza o risco de quedas, já que prolonga o tempo de
recuperação da postura quando os pacientes se desequilibram, tornando a velocidade da queda muita
mais lenta do que no solo. Isso proporciona maior tempo para restabelecer o equilíbrio e a possibilidade
de ultrapassar os limites de estabilidade e o alcance funcional (BIASOLI; CASSIANO MACHADO, 2006).
Saiba mais
No treino respiratório na água pode-se utilizar como princípio físico a pressão hidrostática, que
promoverá, com a altura da água acima do nível do ombro do paciente em pé, uma maior resistência para
a inspiração, proporcionando uma melhor reexpansão pulmonar. Também são opções exercícios como
soltar bolhas ou assoprar um objeto, aumentando o fluxo expiratório. Pode-se associar a movimentação
de membros superiores, como abdução-adução e flexão de ombros, aos exercícios respiratórios, sempre
solicitando inspirações profundas associadas ao movimento de aumento das amplitudes da caixa torácica
e expirações lentas e prolongadas. Inicialmente, o paciente deve estar sobre a água; na sequência, com
a boca imersa; posteriormente, com a boca e o nariz imersos, soltando as bolhinhas por ambos (BATES;
HANSON, 1998; GUERINO, 2007; RESENDE; RASSI; VIANA, 2008).
74
FISIOTERAPIA AQUÁTICA
Figura 52 – Treino inspiratório em que o paciente mantém os ombros abaixo do nível da água,
realizando a inspiração associada à elevação dos membros superiores e treino expiratório. Solicita-se a
expiração de forma lenta e prolongada pela boca sobre a água
O treinamento aeróbico deve ser realizado dentro d’água, especialmente em pacientes que
apresentam dores, restrições de movimentos articulares, sobrepeso e obesidade, pois devido à ação
do empuxo diminui-se a sobrecarga e o paciente consegue realizar atividades com menor impacto, o
que facilita o seu deslocamento. Nesse treinamento pode ser executada uma caminhada leve, contra a
turbulência gerada pelo fisioterapeuta ou pelos jatos abaixo do nível da água, assim como exercícios em
bicicleta, em esteira subaquática ou com um espaguete entre os membros inferiores do paciente para
simular qualquer atividade rítmica que eleve o metabolismo e sobrecarregue o sistema cardiovascular
além do basal, como bicicleta, corrida, natação, saltos, chutes, treino de subir e descer ou apoio dos pés
de forma alternada no step ou plataforma.
Em um estudo realizado com idosos que executaram a prática da corrida na piscina (CAROMANO;
CANDELORO, 2001), observou-se um aumento da captação de oxigênio e melhora no desempenho nessa
atividade. É interessante trabalhar com intensidade e tempo adequados ao estado de cada paciente,
sempre proporcionando estímulos além das atividades que ele realiza no dia a dia para que mudanças
sejam proporcionadas (AMORIM et al., 2014; CAMPION, 2000).
Figura 53 – Treino aeróbico simulando uma bicicleta. Um flutuador é colocado entre os membros inferiores
e é solicitado que o paciente se desloque pela piscina por um tempo predeterminando
através de movimentos de membros inferiores e superiores, sem encostar os pés no chão
75
Unidade II
Figura 54 – Treino aeróbico em que simula-se uma corrida estacionária ou percorre-se toda a piscina por um tempo
predeterminado. Essa atividade pode ser dificultada caso seja gerada uma turbulência à frente do paciente
O treino de marcha dentro d’água tem as suas vantagens, como a diminuição da sobrecarga articular
e da dor. Ele possibilita que o paciente permaneça em pé mais facilmente que no solo e pode ou não
ser associado à utilização dos dispositivos de auxílio a marcha ou barra paralela (BRANCO; TOMÁS;
CLÁUDIO, 2006; CAMPION, 2000).
Figura 55 – Treino de marcha para frente, elevando o membro inferior e apoiando primeiro
o calcanhar no chão da piscina, e marcha com ênfase na dissociação de cinturas, apoiando a mão no joelho oposto
76
FISIOTERAPIA AQUÁTICA
Trocantérica 66%
2 bengalas
1 bengala
Meio das pernas 90%
Na piscina, pode-se colocar a plataforma ao contrário e pedir ao paciente que coloque um pé em cada
quadrado, apoiando inicialmente com o calcanhar e posteriormente com todo o pé, e siga como num labirinto.
Essa atividade trabalha a diminuição da base de sustentação, o aumento da altura do passo e a melhora do
contato inicial, do equilíbrio e, consequentemente, das fases de balanço. Outras atividades para melhora
da marcha na piscina são caminhadas em diferentes velocidades, para trabalhar o componente aeróbico, tão
importante na eficiência da marcha, colocar obstáculos de diferentes alturas para serem ultrapassados e a
realização de marcha para trás e de marcha associada à rotação de tronco (CAMPION, 2000).
Os exercícios funcionais trazem grandes progressos e alegria ao paciente quando trabalhados dentro
d’água. Muitos pacientes assumem posturas muito difíceis de serem executadas fora d’água sem auxílio,
já que quanto maior a profundidade, menor sobrecarga e maior facilidade de assumir determinadas
posturas. Um exemplo disso é a possibilidade de um cadeirante realizar mudanças de decúbito com
facilidade. Na água pode-se treinar o movimento de sentar e levantar de uma plataforma, subir e descer
uma escada, passar de decúbito dorsal para a posição em pé, buscar um objeto no fundo da piscina, jogar
bolas coloridas e estimular atividades em crianças com atraso no desenvolvimento neuropsicomotor,
como manter a posição de decúbito ventral, rolar, sentar ou engatinhar numa plataforma, tapete ou
prancha de flutuação (CAMPION, 2000; KÜMPEL et al., 2016; TOBLE et al., 2013).
77
Unidade II
Figura 58 – Treino de atividade funcional de engatinhar sobre o tapete de flutuação na água em que
é colocada uma bola colorida à frente para estimular o deslocamento da bebê
O relaxamento na água pode ser atingido pelos efeitos da água aquecida, que promove a melhora da
circulação e a redução dos espasmos e dos níveis de dor, associado a técnicas de massagem, manipulações
como pompage ou tração, flutuação supervisionada e exercícios respiratórios. Pode-se, por exemplo,
colocar o paciente em decúbito dorsal na piscina aquecida, sustentado por flutuadores, realizando‑se
massagem na planta dos pés, mobilizando, tracionando e massageando a cervical, a lombar e a torácica e
até ensinando-o a flutuar de forma ativa, para que aprenda a relaxar de forma meditativa em diferentes
posições. Esse relaxamento mostra-se bastante eficaz na melhoria do padrão de sono e da qualidade de
vida de pacientes (BATES; HANSON, 1998; CAMPION, 2000; SILVA et al., 2012).
Exemplo de aplicação
6 MÉTODO HALLIWICK
A partir de agora, veremos métodos utilizados em tratamentos de diversas patologias, com seu
histórico, introdução e aplicabilidade das técnicas, iniciando pelo método Halliwick.
78
FISIOTERAPIA AQUÁTICA
O método foi desenvolvido por James McMillan, engenheiro de formação e nadador competitivo.
Ele utilizou como base seus conhecimentos de hidrostática, hidrodinâmica e mecânica dos corpos
associados à prática de ensino de natação (BIASOLI; CASSIANO MACHADO, 2006; FORNAZARI, 2013;
JAKAITIS, 2007).
Ele foi iniciado na Escola Halliwick para meninas em Southgate, Londres, em 1949. Inicialmente,
foi desenvolvido para ensinar meninas com deficiência a nadar, mas é atualmente considerada
uma abordagem terapêutica para ensinar a qualquer indivíduo, incluindo aqueles com deficiência,
atividades aquáticas, movimentação independente na água e nados básicos (CUNHA et al., 1998;
GARCIA et al., 2012).
Essa metodologia pode ser utilizada em pacientes pediátricos, adultos e idosos com diferentes
alterações funcionais. Os resultados são excelentes, pois as sessões são realizadas com atividades
lúdicas e prazerosas e sempre valorizam a evolução de cada paciente e do grupo, além de promoverem
a melhora da autoestima, pois permitem a evolução em atividades bastante complexas, como
mergulhar ou buscar um objeto no fundo da piscina. Pacientes que apresentavam dificuldades
de transferência no seu domicílio e posteriormente conseguem realizar essas atividades na água
demonstram realização e transmitem confiança e bem-estar (BIASOLI; CASSIANO MACHADO, 2006;
GARCIA et al., 2012; JAKAITIS, 2007).
Inicialmente, cada paciente será atendido e terá como referência um fisioterapeuta, mas com o
desenvolvimento das etapas da técnica busca-se a independência; assim, o paciente terá a possibilidade
de conhecer novos fisioterapeutas e realizará muitas práticas em grupo com outros pacientes,
até que consiga permanecer na piscina sem suporte. O trabalho acontece através de interações
paciente‑terapeutas, paciente-paciente e paciente-grupo, nas quais ocorrem atividades em formato de
jogos, músicas e rodas, sempre de forma lúdica e divertida (MENEGHETTI et al., 2009; JAKAITIS, 2007).
O controle da respiração é um ganho importante dessa técnica, que se baseia nos conceitos de
adaptação da natação. À medida que o paciente entende que quando a água chega próximo a sua
boca ele precisa expirar e fazer bolhinhas, ele ganhará a confiança para permanecer dentro d’água em
imersão. O controle da expiração oral e facial é uma questão importante de segurança para o paciente,
pois expirar impossibilita o indivíduo de engolir água (GARCIA et al., 2012; JAKAITIS, 2007).
Esse método tem uma filosofia a ser seguida com conceitos de humanização, muito utilizados nas
práticas atuais de saúde:
• Não são utilizados flutuadores nessa técnica, já que o objetivo é proporcionar independência
e garantir que o paciente consiga se deslocar na piscina sem auxílio. Incialmente, o suporte
79
Unidade II
será dado ao paciente pelo fisioterapeuta, mas esse apoio manual e verbal vai sendo retirado
progressivamente. O uso dos flutuadores impede as rotações do paciente, desestimula a imersão
do rosto, dificulta o controle respiratório e a percepção corporal, oferece falso senso de segurança,
promove dependência e inibe o aprendizado, pois os pacientes deixam de experimentar experiências
desafiadoras e conquistar a confiança pela nova habilidade adquirida.
• O fisioterapeuta estará sempre dentro d’água durante a prática para dar suporte e estímulos
sempre que necessário.
• As atividades são preferencialmente realizadas em grupos, para que um paciente possa encorajar
o outro, e os ganhos são compartilhados entre eles. Isso motiva e melhora a comunicação e
a socialização, tão importante em pessoas que nasceram ou adquiriram deficiências e muitas
vezes sentem-se excluídas. Existem alguns momentos de abordagem individual, mas sempre com
objetivo de melhorar a integração posterior no grupo (GARCIA et al., 2012; JAKAITIS, 2007).
O fisioterapeuta estará na piscina esperando o paciente. Ele deverá manter os ombros abaixo d’água,
soltar bolhinhas e se mover pela água, demonstrando o quanto é prazeroso estar ali.
A entrada sempre deve acontecer pela borda. A partir da posição sentada, estimula-se o movimento
de flexão do ombro: as mãos do paciente apoiarão no ombro do fisioterapeuta, que posicionará as mãos
nas costas no paciente, na borda inferior da escápula, com o objetivo de realizar uma transferência com
auxílio total ou parcial. Deve-se pedir que o paciente anteriorize a sua cabeça para soltar as bolhinhas,
provocando a inclinação anterior para facilitar a aproximação com a água. Na evolução da independência
na entrada, pede-se que o paciente realize somente o apoio das suas mãos na mão do fisioterapeuta
para entrar; posteriormente, ele deverá entrar sem apoio das mãos, mas ainda tendo a supervisão
do profissional próximo, para dar suporte; por último, ocorrerá a entrada com total independência
(CAMPION, 2000).
80
FISIOTERAPIA AQUÁTICA
O método Halliwick segue um programa de dez pontos, com uma sequência lógica de padrões
de um processo de aprendizagem estruturado, que inicia com a adaptação à água e finaliza
com o paciente tendo a habilidade de realizar deslocamentos independentes na piscina e nados
básicos, quando está formado como um indivíduo confiante e feliz na água (JAKAITIS, 2007;
GARCIA et al., 2012).
81
Unidade II
Lembrete
Esse ponto é muito importante, talvez um dos principais, já que como seres terrestres precisamos
nos adaptar a essa nova experiência no meio líquido. Quase sempre as pessoas têm recordações da
infância dentro d’água que são positivas, porém também há pacientes que vivenciaram traumas.
Estar na piscina pode ser uma experiência extremamente prazerosa, porém nos coloca em evidência
em relação aos medos baseados em vivências anteriores e em relação à segurança do corpo, o que em muitos
casos diminui a sua funcionalidade (MENEGHETTI et al., 2009; JAKAITIS, 2007).
O paciente só poderá passar para o ponto 2 quando estiver completamente adaptado à água, e o
fisioterapeuta precisa estar habilitado para perceber possíveis sinais de que não existe adaptação:
o paciente agarra o fisioterapeuta a todo momento, mantém os seus olhos fechados e os ombros fora
da água, retém a respiração, realiza a extensão da cervical para que o rosto não seja molhado e reluta
em fazer a imersão do rosto (GARCIA et al., 2012; JAKAITIS, 2007).
Exemplos de atividades trabalhadas neste ponto são brincadeiras em roda, associadas a cantar
uma ou mais canções de acordo com a idade e preferência musical do grupo. Se for um grupo de
crianças, podemos pedir que todos deem as mãos, ficando sempre um fisioterapeuta intercalado com
os pacientes, e cantem Ciranda cirandinha ou Roda, roda, roda, pé, pé, pé, girando ora para a direita, ora
para a esquerda.
82
FISIOTERAPIA AQUÁTICA
Figura 62 – Exercícios em roda, com pacientes e fisioterapeutas de mãos dadas, realizando deslocamentos
laterais associados a canto de músicas de acordo com a preferência do grupo
Neste ponto também trabalhamos o controle respiratório. Inicialmente, pedimos para os pacientes
assoprarem sobre a superfície da água; depois, para manterem a boca em contato com a água, soltando
bolinhas; por último, para colocarem boca e nariz dentro d’água, soltando bolinhas. Essa atividade
também pode ser realizada de forma lúdica, colocando objetos pequenos e flutuantes na superfície da
piscina e pedindo para eles assoprarem, promovendo o deslocamento de um lado a outro na piscina,
sem auxiliar com as mãos. Nessa atividade o paciente terá a possibilidade de deslocamento em um
ambiente muitas vezes novo, sem perceber inicialmente, porém isso traz a confiança desejada nesse
ponto, lembrando que o fisioterapeuta de referência estará sempre ao lado do seu paciente (MENEGHETTI
et al., 2009; GARCIA et al., 2012).
Figura 63 – Exercício em que o fisioterapeuta estará de frente para o paciente, com apoio das
mãos em seus ombros. Pede-se primeiramente ao paciente que assopre a superfície da água, que
posteriormente realize a expiração com a boca em contato com a água e que por ultimo coloque
boca e nariz dentro d’água, realizando a expiração
83
Unidade II
Figura 65 – Exercícios nos quais pede-se que o paciente assopre algum objeto flutuante
sobre a superfície da água, deslocando-o por toda a piscina
Neste ponto trabalha-se a independência física e mental do paciente, já que para evoluir física e
emocionalmente precisa-se de um certo desapego de pessoas, coisas e lugares. Sempre é difícil para a
mãe e a criança o início de atividades na escola, pois é doloroso elas não ficarem o tempo todo juntas,
porém esse processo fará com que a criança conheça novas pessoas, inclusive da sua idade, brinque com
atividades e jogos nunca experimentados em casa e aprenda novas habilidades, e com isso ela vai se
tornando mais independente. O mesmo acontece nesse processo na piscina, pois aos poucos o paciente
vai se tornando mais independente da sua rede de suporte familiar, do seu fisioterapeuta, do seu grupo. É
84
FISIOTERAPIA AQUÁTICA
um processo desafiador, mas que abrirá a possibilidade de viver de forma independente na comunidade,
garantindo o aproveitamento de novas oportunidades e o verdadeiro processo de reabilitação (GARCIA
et al., 2012).
O próximo desligamento a ser trabalhado é do contato visual, realizado junto ao anterior, pois
em algum momento o paciente ficará atrás do terapeuta, perdendo o contato visual com ele. Essa
atividade é muito importante, pois dependemos muito do sistema visual para manter o equilíbrio
e a nossa segurança. No entanto, da mesma forma que ocorre em momentos como quando se
acorda à noite, em que não temos a melhor informação visual, compensamos com outros sistemas
responsáveis pelo equilíbrio.
Figura 66 – Atividade na qual o paciente irá andar em volta do fisioterapeuta, primeiro com
apoio das mãos, depois sem apoio, realizando o desligamento físico e visual
85
Unidade II
Figura 67 – Atividade em grupo na qual são realizadas duas rodas, uma formada pelos fisioterapeutas
e outra com os pacientes, que ficarão à frente do seu profissional de referência. A partir do comando,
todos cantarão e o fisioterapeuta passará o seu paciente para o profissional ao lado de acordo com a música
Esta é a primeira rotação a ser trabalhada com o paciente, na qual ele aprenderá a habilidade de
controlar qualquer rotação sobre o eixo frontotransversal, promovendo o deslocamento anteroposterior.
Um exemplo de atividade a ser trabalhada nesse ponto é o deslocamento da posição de decúbito dorsal
para a posição em pé e vice-versa. Esse deslocamento deve ser realizado com o paciente em decúbito
dorsal na água com apoio da cabeça no ombro do fisioterapeuta, que realizará um leve toque no quadril
do paciente, solicitando o deslocamento para a posição em pé e posteriormente para decúbito dorsal. É
importante explicar ao paciente que o deslocamento ocorre através do movimento do quadril (GARCIA
et al., 2012; JAKAITIS, 2007).
86
FISIOTERAPIA AQUÁTICA
Neste ponto também é interessante trabalhar em grupo: coloca-se um bambolê no meio da piscina e
todos os pacientes estarão ao redor dele, formando uma roda, em decúbito dorsal, com apoio da cabeça
no ombro do fisioterapeuta, e a instrução é para cada paciente, um de cada vez, realizar o deslocamento
para posição em pé e colocar a bola que está na sua mão dentro do bambolê.
Figura 69 – Atividade em grupo para aprimorar a rotação transversal, em que o objetivo é colocar a bola
que está na mão do paciente dentro de um bambolê no centro da roda através da
transferência de decúbito dorsal para posição em pé
Observação
Nesta segunda rotação é trabalhada a habilidade de realizar a rotação sobre o eixo sagital transversal.
São exemplos os deslocamentos laterais e a lateralidade, realizando estímulos à direita e à esquerda, e
encostar a orelha na água a partir da posição vertical (GARCIA et al., 2012; JAKAITIS, 2007).
87
Unidade II
Figura 70 – Atividade na qual o grupo realizará o deslocamento com passos laterais de um lado
a outro da piscina. Pode ser iniciada com apoio ou supervisão do fisioterapeuta, que se manterá
atrás do paciente, e evoluirá para a atividade com independência
Outra atividade pode ser o fisioterapeuta jogar uma bola e o paciente tocá-la com o membro superior
direito, deslocando o seu tronco junto, e posteriormente realizar a mesma atividade para a esquerda.
Posteriormente pode ser realizada uma atividade na qual faz-se um trenzinho, um colocando-se
atrás do outro com apoio no quadril de quem está à frente. Quem comanda o trem, que será um
fisioterapeuta, realizará o deslocamento do corpo para a direita e depois para a esquerda.
Figura 71 – Atividade simulando um trem: o grupo será guiado por um fisioterapeuta que
direcionará deslocamentos laterais de cabeça e tronco para direita e esquerda
88
FISIOTERAPIA AQUÁTICA
Nesta terceira rotação o paciente aprenderá a habilidade de realizar o giro sobre o próprio eixo da
coluna, ou seja, controlar qualquer rotação feita sobre o eixo longitudinal.
Um exemplo de atividade a ser realizada é pedir para o paciente em pé realizar o giro 360 graus sobre o
próprio eixo, sem encostar os pés no chão da piscina. Nessa atividade, o paciente pode utilizar movimentos
de membros superiores e inferiores para realizar o giro (GARCIA et al., 2012; JAKAITIS, 2007).
Outra atividade a ser realizada é o deslocamento 360 graus sobre o próprio eixo em decúbito
dorsal. Nela, o paciente permanece em decúbito dorsal, o fisioterapeuta realiza um suporte leve
de uma das mãos na espinha ilíaca ântero-superior do lado próximo ao seu corpo e a outra mão
realizará o mesmo suporte na espinha ilíaca ântero-superior do lado oposto, mantendo o antebraço
abaixo do corpo do paciente. Nessa posição é dado o comando para o paciente realizar o giro sobre
o próprio eixo e voltar à posição inicial, e o fisioterapeuta realizará o estímulo inicial nas espinhas
ilíacas para o movimento.
Nesse ponto o paciente já apresenta um excelente controle respiratório, pois permanecerá por um
tempo com o rosto imerso e precisará ter a habilidade de respirar dentro d’água.
O paciente aprenderá a dominar as rotações, inibir movimentos indesejados e manter uma posição
segura para respirar. Ele pode iniciar as rotações por movimentos da cabeça, pelos membros superiores
e inferiores ou pelo tronco.
89
Unidade II
Uma atividade lúdica que pode ser realizada neste ponto é a realização de uma roda, com
pacientes e fisioterapeutas de mãos dadas, mantendo uma distância entre eles. Pede-se então
que um paciente saia da roda e entre realizando a imersão através do mergulho, passando entre
as mãos dadas de duas pessoas, através da rotação transversal, e antes de colocar a cabeça fora
d’água realize uma rotação longitudinal.
Perceba que ao concluir a habilidade nessas quatro rotações o paciente apresenta uma importante
evolução na sua independência e autonomia, pois já consegue realizar duplas tarefas motoras e
cognitivas com sucesso, o que facilitará o domínio das atividades fora d’água.
90
FISIOTERAPIA AQUÁTICA
Uma atividade que pode ser realizada é o movimento em pé, abraçando as coxas com as mãos e se
deslocando até o fundo da piscina com o objetivo de encostar os glúteos no chão, soltando as bolhinhas
para facilitar a descida e, após relaxar o corpo e senti-lo naturalmente, voltar à superfície.
Também pode ser realizada uma atividade em grupo em que são jogados vários objetos coloridos que
afundam na piscina e cada paciente irá buscar um, pegando com uma das mãos e mostrando a todos
que conseguiu. Todos podem bater palmas a cada objeto capturado pelos pacientes, valorizando suas
conquistas. Nessa atividade o paciente deverá ter a habilidade de abrir os olhos dentro d’água para encontrar o
objeto. O resultado desta atividade é muito positivo para a autoconfiança dos pacientes, pois é uma atividade
complexa que quando aprendida traz uma sensação de potencialidade pessoal (GARCIA et al., 2012).
Figura 74 – Nesta atividade pede-se que cada paciente segure a parte posterior de suas coxas
com as mãos e encoste os glúteos no fundo da piscina. É necessário instruí-los que
a descida será facilitada com a expiração prolongada pelo nariz e pela boca e que
posteriormente a força do empuxo irá provocar o seu retorno à superfície em flutuação
91
Unidade II
Figura 75 – A atividade ocorre através da realização de uma roda, na qual todos os participantes
darão as mãos e realizarão deslocamentos laterais, gerando uma turbulência; no centro da roda
estarão dois pacientes que se manterão em flutuação, com o objetivo de
manterem-se em equilíbrio, sem realizar grandes rotações
Nesse ponto o paciente vivencia a experiência de ser deslocado pela água sem movimentos
corporais, pela turbulência gerada pelo fisioterapeuta, que se desloca para trás (não há contato
físico entre eles). Esta situação pode ser comparada ao deslocamento dos filhotes de pato atrás de
sua mãe pata, que lidera os filhotes, posicionando-se a frente deles e realizando uma turbulência
através do movimento de suas patas, o que promove o deslocamento em fila dos seus filhotes
(GARCIA et al., 2012; JAKAITIS, 2007).
92
FISIOTERAPIA AQUÁTICA
Figura 76 – Nessa atividade o paciente será deslocado pela piscina através da turbulência
gerada pelo fisioterapeuta, que se deslocará para trás, realizando turbulências
dentro d’água com movimentos dos membros superiores
Esse deslocamento através da turbulência também pode ser vivenciado em grupo. Os pacientes
e fisioterapeutas posicionam-se um atrás do outro com apoio das mãos no quadril, realizando um
movimento rápido de deslocamento anterior; em determinado momento dá-se o comando de retirarem
o contato físico e relaxar em flutuação sem movimentos corporais, ocorrendo o deslocamento de todos
pela turbulência.
Figura 77 – Atividade em grupo para vivenciar turbulência e deslize. Forma-se uma roda
em fileira de pacientes, um atrás do outro, com as mãos tocando o quadril ou ombro
do indivíduo à frente, em velocidade rápida. Ao comando eles irão se soltar em flutuação,
aproveitando a turbulência gerada para conseguirem se deslocar na piscina sem movimentos corporais
93
Unidade II
Nesse ponto é ensinado ao paciente o deslocamento dentro da piscina de forma independente através
dos movimentos dos membros ou de nados básicos, que exigem maior coordenação e complexidade,
pois o paciente utilizará da tensão superficial quando retira os membros da água e os coloca novamente.
O primeiro movimento a ser aprendido que proporciona deslocamento é a propulsão, que pode ser
executada pelo movimento de punho e mãos próximos ao corpo e ampliando para a remada anterior ou
posterior, associada ou não ao movimento de membros inferiores (GARCIA et al., 2012; JAKAITIS, 2007).
Quando o paciente atinge o ponto 10, torna-se um indivíduo feliz e independente na água, capaz de
realizar diversas e complexas atividades (GARCIA et al., 2012).
Saiba mais
94
FISIOTERAPIA AQUÁTICA
Por volta de 1930, as águas termais de Bad Ragaz eram utilizadas para terapia ativa. As pessoas
visitavam a cidade e se beneficiavam dos efeitos de suas águas quentes. Posteriormente, a equipe
de saúde do local verificou a necessidade de introduzir uma técnica padronizada, então escolheu os
exercícios do Dr. Knupfer, desenvolvidos na Alemanha e levados a Bad Ragaz por Nele Ipsen em 1957. Essa
técnica apresenta como objetivos principais reeducação, fortalecimento, alongamento e relaxamento
muscular associados aos efeitos terapêuticos da água termal (CASTOLDI; PÉRICO; GRAVE, 2012; BIASOLI;
CASSIANO MACHADO, 2006; CUNHA et al., 1998; JAKAITIS, 2007).
A técnica inicial foi aperfeiçoada pelo Dr. Zinn, que era diretor médico em Bad Ragaz, e sua
equipe, sendo incorporado aos exercícios o método facilitação neuromuscular proprioceptiva (FNP). Os
exercícios apresentam como base a horizontalidade do Dr. Knupfer, porém associam-se aos movimentos
tridimensionais na diagonal, que são mais funcionais.
No Bad Ragaz utiliza-se a técnica FNP adaptando-a ao meio líquido. O movimento é solicitado
através da estabilidade, a qual dentro d’água não é fornecida pela força da gravidade, mas pelas mãos
do terapeuta, que geram pontos de fixação. Outra modificação do FNP é a resistência ao movimento,
que pode ser gerada pela mão do terapeuta ou pela água (FORNAZARI, 2013; JAKAITIS, 2007).
Seguem pontos importantes da filosofia Bad Ragaz, conforme Jakaitis (2007), Castoldi, Périco e
Grave (2012) e Fornazari (2013):
• Aplica-se a máxima resistência de forma singular a cada paciente em exercícios isométricos e isotônicos.
• Trabalha-se com a técnica de irradiação, iniciando-se pelos músculos e membros sadios ou mais
fortes, e posteriormente realizam-se os exercícios com o outro membro ou músculo.
• Por ser uma técnica que exige grande esforço físico do paciente e do terapeuta, inicialmente as
sessões devem durar de 5 a 15 minutos e não exceder 30 minutos para que não se atinja o ponto
de fadiga.
Os objetivos da técnica Bad Ragaz, de acordo com Meneghetti et al. (2009), Jakaitis (2007) e Biasoli
e Cassiano Machado (2006), são os seguintes:
• Relaxamento muscular, que pode ser realizado no início da técnica, para reduzir o tônus, ou ao
final, após uma sessão de fortalecimento.
96
FISIOTERAPIA AQUÁTICA
• Preparação dos membros inferiores para suportar o peso corporal, especialmente quando o
paciente realizou alguma cirurgia ou intervenção cirúrgica e não está liberada a carga, porém é
necessário um equilíbrio muscular para a posterior descarga de peso.
97
Unidade II
Posicionamento do fisioterapeuta
Essa técnica exige um grande trabalho de força e fixação do fisioterapeuta, portanto, algumas
adaptações são necessárias para que o trabalho não seja extenuante (JAKAITIS, 2007).
A primeira adaptação é atender numa piscina aquecida em que a profundidade da água esteja na
altura da cintura do fisioterapeuta, pois em profundidades maiores ocorrem maior desequilíbrio, maior
atuação do empuxo e dificuldade para manter-se em fixação.
Outra adaptação será a utilização de meias ou calçados antiderrapantes adequados para piscina,
além da utilização de cargas nos tornozelos para aumentar a estabilidade e diminuir a força do empuxo.
Além dessas adaptações, a base de sustentação, formada pelos pés do fisioterapeuta, deve se manter
alargada. Seus pés devem ficar paralelos ou um à frente do outro.
Os exercícios, segundo Jakaitis (2007) e Meneghetti et al. (2009), são classificados da seguinte maneira:
• Isométricos: nesses exercícios, o paciente mantém uma posição fixa durante todo o trajeto
do movimento e o fisioterapeuta realizará o movimento através do deslocamento do corpo do
paciente na água. É importante explicar para o paciente que ele não pode deixar acontecer o
movimento e que para isso ele deverá manter a musculatura em contração.
98
FISIOTERAPIA AQUÁTICA
Figura 82 – Exercício em que o paciente mantém o seu tronco o mais estático possível e tenta
evitar a força para deslocamentos corporais realizada pelo fisioterapeuta
• Isocinéticos: exercícios desse tipo são o contrário dos anteriores, pois aqui o fisioterapeuta
promoverá uma fixação no corpo do paciente e este se moverá de forma ativa, ajustando a
velocidade do movimento. Nesse exercício é necessária muita força e fixação do fisioterapeuta.
Figura 83 – Exercício em que o fisioterapeuta fixará o corpo do paciente – na foto, através do cotovelo –
e este realizará deslocamentos do tronco que serão limitados pelo profissional
99
Unidade II
A técnica Bad ragaz, de acordo com Jakaitis (2007), é indicada nos seguintes casos:
100
FISIOTERAPIA AQUÁTICA
• Deve-se atentar para o risco de fadiga, pois nessa técnica exige-se que o paciente realize exercícios
resistidos que podem ultrapassar o limite individual, sendo necessária uma avaliação inicial e
diária para minimizar os riscos.
• Pacientes com sintomas vestibulares devem ser avaliados inicialmente, pois caso apresentem
vertigem associada a vômitos, a técnica é contraindicada pelo risco de broncoaspiração. No
entanto, se apresentarem somente tontura, deve-se monitorar a presença de desconforto durante
a técnica.
• Pacientes com dores ou processos infamatórios agudos da coluna não devem receber a técnica.
8 WATSU
Ela foi desenvolvida na Califórnia em 1980 por Harold Dull, terapeuta corporal e mestre de Zen
Shiatsu, que inicialmente aplicava em seus pacientes a técnica de massoterapia associada a alongamentos
no solo, porém percebeu que os efeitos poderiam ser ainda melhores se aplicados na água morna.
Assim surgiu o Watsu, uma técnica corporal que associa movimentação passiva, manipulação da coluna
cervical e lombar, técnicas de massoterapia e pressão nos pontos dos meridianos estudados na medicina
oriental, sempre no ritmo da respiração.
Inicialmente, essa técnica era indicada somente com objetivo de bem-estar, mas hoje é utilizada
em diversos lugares no mundo em pacientes com alterações físicas e emocionais com objetivo de
reabilitação (BIASOLI; CASSIANO MACHADO, 2006; BRANCO; TOMÁS; CLÁUDIO, 2006; CUNHA et al.,
1998; GIMENEZ; DE CASTRO, 2018).
O Watsu é muito suave. Ele se caracteriza por alongamentos passivos e movimentos rítmicos nos
quais o fisioterapeuta oferece apoio total ao paciente, dando a impressão de ser uma dança conduzida
na água. Tem um resultado bastante positivo com pacientes diversos, desde um bebê com paralisia
cerebral até um idoso com doença de Alzheimer que tenha tido experiências positivas na água durante
a sua vida. Nessa técnica, possibilita-se a mobilização dos segmentos corporais num ambiente aquecido
sem o limitante da dor, muitas vezes comum em atividades no solo. Pacientes que recebem a técnica têm
uma tendência a apresentar menor intensidade da dor, melhor postura, maior mobilidade, diminuição
da espasticidade, redução dos níveis de estresse e ansiedade e melhora do padrão de sono (BASTOS;
CAETANO, 2010; PASTRELLO; GARCÃO; PEREIRA, 2009).
101
Unidade II
Existe grande sintonia entre paciente e fisioterapeuta, já que existirá uma relação de plena
confiança. Imagine manter-se dentro d’água, nos braços de alguém, flutuando, com os olhos
fechados e ser movimentado por esse profissional. Na primeira sessão o relaxamento é difícil de
ser atingido, pois o paciente irá vivenciar os movimentos e a técnica, além de ficar atento se pode
manter-se seguro, por isso é muito importante explicar os procedimentos da sessão da técnica e
o cuidado que será tomado para que não ocorra o afundamento do rosto. O ideal é que a técnica
seja sempre realizada pelo mesmo fisioterapeuta, pois os ganhos físicos e emocionais serão maiores
(BASTOS; CAETANO, 2010).
Uma particularidade do ambiente em que será aplicada a técnica é que ele deve ser silencioso.
Podem ser utilizadas luz neutra que induza ao relaxamento e músicas tranquilas de acordo com a
preferência do paciente, assim como água morna, como citado anteriormente. A piscina não precisa ser
muito grande, já que o fisioterapeuta permanecerá em quadrantes pequenos e o paciente será atendido
individualmente (JAKAITIS, 2007).
Durante a aplicação da técnica não ocorre imersão do rosto, mas os ouvidos entram o tempo todo em
contato com a água. Assim, se existir alguma restrição do paciente, pode ser utilizado o protetor auricular.
Durante toda a técnica não existe comunicação verbal. A comunicação é não verbal, através do
toque e da observação das expressões corporais do paciente.
No início, explica-se ao paciente como a sessão será e que sua duração é de aproximadamente uma
hora. O paciente ficará em pé, encostando as costas na parede, e deve manter os olhos fechados, para
que seja mais fácil o relaxamento. Também é preciso explicar que os movimentos serão realizados pelo
fisioterapeuta, portanto, ele não precisa se preocupar em auxiliar na prática, e é necessário descrever
algumas posições que podem trazer uma conotação sexual se o paciente não estiver preparado, como a
sela aberta, na qual o fisioterapeuta permanecerá com a base alargada e os joelhos fletidos e colocará o
paciente na sua frente com as coxas apoiadas em suas coxas. Essa posição não tem nada de sexual, ela
se assemelha à posição de uma criança no colo de seus pais.
102
FISIOTERAPIA AQUÁTICA
Nesse início é importante explicar ao paciente que ele perceberá que a sessão acabou quando sentir
as suas costas novamente encostadas na parede. Isso o norteará para que possa manter o relaxamento,
o qual muitas vezes chega a ser profundo, pois alguns pacientes chegam a sonhar ou roncar, e esse
estímulo sensitivo é uma referência tátil que o fará despertar (JAKAITIS, 2007).
Figura 86 – Início de uma sessão de Watsu, em que o fisioterapeuta explicará a técnica e as posturas.
O paciente está em posição vertical, com as costas encostadas na parede. Nesse momento explica-se ao
paciente que ele irá perceber que a sessão acabou quando sentir as suas costas novamente apoiadas na parede
Durante a explicação, o fisioterapeuta e o paciente estarão com os ombros abaixo do nível da água,
um de frente para o outro, estabelecendo uma sintonia.
Após esse início, o fisioterapeuta colocará o paciente em flutuação em decúbito dorsal, deixando um
dos membros superiores do paciente abaixo da sua axila e apoiando a cabeça dele no seu antebraço e o
antebraço e o dorso da mão oposta na região lombosacra. Nessa posição, pede-se que o paciente respire
profundamente (JAKAITIS, 2007).
103
Unidade II
Para Harold Dull (apud PASTRELLO; GARCÃO; PEREIRA, 2009), não existe uma sequência
prestabelecida de movimentos do Watsu, como em um protocolo. Os movimentos fluirão de acordo
com as características e necessidades de cada paciente.
Veremos a seguir alguns movimentos que são utilizados na técnica com muitos dos pacientes da
fisioterapia, conforme Pastrello, Garcão e Pereira (2009) e Jakaitis (2007).
• Dança da respiração na água: partindo da posição inicial, o cotovelo semifletido deve permanecer
em contato com a região occipital do paciente e o antebraço do membro oposto apoiará na região
sacral, assim o fisioterapeuta elevará o corpo do paciente de forma sutil quando ele inspirar e
descerá quando ele expirar.
• Sanfona: a partir da posição anterior, flexione os dois joelhos do paciente com o apoio de uma
das mãos e realize o movimento de levar os joelhos próximos ao tronco, afundando os quadris
repetidas vezes, como se estivesse tocando uma sanfona.
104
FISIOTERAPIA AQUÁTICA
Figura 90 – Movimento de rotação da perna de dentro e de fora, em que o fisioterapeuta, com apoio
de uma das mãos da região posterior do joelho do paciente, realizará movimentos com o
quadril de flexão, abdução e adução, mobilizando de forma passiva essa articulação
• Balançando joelho-cabeça: essa posição assemelha-se ao ato da mãe ninar o bebê, promovendo
o balanço como se o fisioterapeuta estivesse segurando o paciente no colo. Ele aproxima o rosto do
paciente ao seu tronco anterior e o desloca sutilmente, como se o estivesse embalando para dormir.
105
Unidade II
• Balanço do quadril ou alga marinha: o paciente ficará em decúbito dorsal, com sua cabeça
apoiada entre a cabeça e um dos ombros do fisioterapeuta, que apoiará as mãos nos quadris
do paciente, uma de cada lado, e deslocará o tronco sutilmente para a direita e a esquerda. Os
membros superiores relaxados e completamente livres se deslocarão, parecendo uma alga.
• Puxão na coluna: com o paciente em decúbito dorsal, apoia-se uma das palmas da mão na
região occipital e a outra na lombossacra, realizando tração na cervical e lombossacral separadas.
Após um movimento, como se quisesse levar as mãos para lados opostos, afastando-as, uma mão
tracionará em direção à cabeça e a outra, em direção aos pés.
• Ondulando a coluna: o fisioterapeuta pode assumir a posição de arqueiro, apoiando um dos joelhos
no fundo da piscina ou plataforma, mantendo o paciente sem movimentos. Eles realizarão, com
o pé apoiado no chão, pequenos toques no fundo da piscina, gerando uma pequena turbulência
e promovendo um leve balanço na região do sacro externo.
106
FISIOTERAPIA AQUÁTICA
Exemplo de aplicação
Caso clínico: VLVP, 55 anos, professora universitária, apresenta dores musculares em diversas regiões
do corpo, fadiga muscular, insônia e sono fragmentado, dificuldade de concentração e depressão. Tem
como diagnóstico médico fibromialgia.
Resumo
107
Unidade II
Por sua vez, a técnica Bad Ragaz tem como principal objetivo promover a
estabilidade de tronco associada à realização de exercícios resistidos, sempre
garantindo a segurança do paciente. Diferentemente da técnica Halliwick,
108
FISIOTERAPIA AQUÁTICA
Exercícios
Questão 1. (CSM/Marinha 2011) O método Halliwick é familiar para a maioria dos profissionais de
reabilitação aquática. Em relação a esse método, é correto afirmar que:
A) os pacientes recebem uma grande carga de estimulação vestibular quando são puxados,
empurrados ou virados na água.
C) usa movimentos maiores, trabalhando a partir de uma posição completamente flexionada para
uma completamente estendida, ou vice-versa.
A) Alternativa incorreta.
Justificativa: o exercício é realizado em grupos, sendo aplicado sob uma forma individualizada, com
um terapeuta para cada paciente, até o momento em que a independência completa seja atingida.
Portanto, os pacientes não recebem grandes cargas de estimulação.
109
Unidade II
B) Alternativa correta.
Justificativa: inicia-se com a adaptação na água e finaliza com o paciente tendo a habilidade de
realizar deslocamentos independentes na piscina e nados básicos, momento em que o paciente está
formado como um indivíduo confiante e feliz na água.
C) Alternativa incorreta.
D) Alternativa incorreta.
Justificativa: não se utilizam flutuadores nesta técnica, já que o objetivo é proporcionar independência
e garantir que o paciente consiga se deslocar na piscina sem auxílio.
E) Alternativa incorreta.
Questão 2. (Instituto AOCP 2015) A água é um recurso usado pelo fisioterapeuta para tratar vários
tipos de patologias. Um dos métodos utilizados como terapia é o Bad Ragaz, que foi desenvolvido pelo
Dr. Knupfer. Esta atividade terapêutica consiste na realização de exercícios dentro de uma piscina com
água em torno dos 34 °C. Quanto ao método terapêutico de Bad Ragaz, assinale a alternativa incorreta:
110
FISIOTERAPIA AQUÁTICA
A) Alternativa correta.
Justificativa: são características do método o uso das propriedades da água, como turbulência
e hidrodinâmica (posição de menor resistência); a flutuação com suporte; o restabelecimento dos
movimentos anatômicos, biomecânicos e fisiológicos das articulações e músculos em padrões funcionais
e a aplicação individualizada, utilizando boia ou flutuador cervical, flutuador circular grande para o
quadril e vários flutuadores circulares pequenos.
B) Alternativa incorreta.
C) Alternativa correta.
Justificativa: os flutuadores ficam na região da cervical, para que se mantenha as orelhas acima do
nível da água e possa escutar os comandos do terapeuta. Outro flutuador maior é colocado na altura de
L5-S2 e pequenos flutuadores, abaixo dos joelhos e tornozelos, para que os membros inferiores flutuem,
mantendo a estabilidade da coluna.
D) Alternativa correta.
E) Alternativa correta.
Justificativa: a redução do tônus é garantida pela água aquecida e pelos movimentos passivos
iniciais, assim como o relaxamento muscular.
111
FIGURAS E ILUSTRAÇÕES
Figura 5
KOURY, J. Programa de fisioterapia aquática: um guia para a reabilitação ortopédica. Barueri: Manole,
2000. p. 36.
Figura 6
BATES, A.; HANSON, N. Exercícios aquáticos terapêuticos. Barueri: Manole, 1998. p. 23.
Figura 9
Figura 12
BATES, A.; HANSON, N. Exercícios aquáticos terapêuticos. Barueri: Manole, 1998. p. 27.
Figura 13
Figura 19
BATES, A.; HANSON, N. Exercícios aquáticos terapêuticos. Barueri: Manole, 1998. p. 26.
Figura 20
Figura 21
Figura 22
GEYTENBEEK, J. Evidence for effective hydrotherapy. Physiotherapy, v. 88, n. 9, p. 514-529, 2002. p. 518.
112
Figura 43
BRANCO, P. S.; TOMÁS, R.; CLÁUDIO, S. Temas de reabilitação: reabilitação aquática – hidrocinesioterapia.
Lisboa: Servier, 2006. p. 13.
Figura 44
BRANCO, P. S.; TOMÁS, R.; CLÁUDIO, S. Temas de reabilitação: reabilitação aquática – hidrocinesioterapia.
Lisboa: Servier, 2006. p. 14.
Figura 45
RESENDE, S.; RASSI, C.; VIANA, F. Efeitos da hidroterapia na recuperação do equilíbrio e prevenção de
quedas em idosas. Revista Brasileira de Fisioterapia, v. 12, n. 1, p. 57-63, 2008. p. 60.
Figura 47
RESENDE, S.; RASSI, C.; VIANA, F. Efeitos da hidroterapia na recuperação do equilíbrio e prevenção de
quedas em idosas. Revista Brasileira de Fisioterapia, v. 12, n. 1, p. 57-63, 2008. p. 59.
Figura 48
CANDELORO, J. M.; CAROMANO, F. A. Discussão crítica sobre o uso da água como facilitação,
resistência ou suporte na hidrocinesioterapia. Acta Fisiátrica, v. 13, n. 1, p. 7-11, 2006. p. 9.
Figura 49
CANDELORO, J. M.; CAROMANO, F. A. Discussão crítica sobre o uso da água como facilitação,
resistência ou suporte na hidrocinesioterapia. Acta Fisiátrica, v. 13, n. 1, p. 7-11, 2006. p. 10.
Figura 50
RESENDE, S.; RASSI, C.; VIANA, F. Efeitos da hidroterapia na recuperação do equilíbrio e prevenção de
quedas em idosas. Revista Brasileira de Fisioterapia, v. 12, n. 1, p. 57-63, 2008. p. 60.
Figura 52
RESENDE, S.; RASSI, C.; VIANA, F. Efeitos da hidroterapia na recuperação do equilíbrio e prevenção de
quedas em idosas. Revista Brasileira de Fisioterapia, v. 12, n. 1, p. 57-63, 2008. p. 59.
Figura 55
RESENDE, S.; RASSI, C.; VIANA, F. Efeitos da hidroterapia na recuperação do equilíbrio e prevenção de
quedas em idosas. Revista Brasileira de Fisioterapia, v. 12, n. 1, p. 57-63, 2008. p. 60.
113
Figura 56
BRANCO, P. S.; TOMÁS, R.; CLÁUDIO, S. Temas de reabilitação: reabilitação aquática – hidrocinesioterapia.
Lisboa: Servier, 2006. p. 44.
Figura 57
BRANCO, P. S.; TOMÁS, R.; CLÁUDIO, S. Temas de reabilitação: reabilitação aquática – hidrocinesioterapia.
Lisboa: Servier, 2006. p. 54.
REFERÊNCIAS
Textuais
ADAR, S. et al. The effect of aquatic exercise on spasticity, quality of life, and motor function in
cerebral palsy. Turkish Journal of Physical Medicine and Rehabilitation, v. 63, n. 3, p. 239-248, 2017.
ALIKHAJEH, Y.; HOSSEINI, S. R. A.; MOGHADDAM, A. Effects of hydrotherapy in static and dynamic
balance among elderly men. Procedia – Social and Behavioral Sciences, v. 46, p. 2220-2224, 2012.
BECKER, B. Aquatic therapy: scientific foundations and clinical rehabilitation applications. American
Academy of Physical Medicine and Rehabilitation, v. 1, p. 859-872, 2009.
114
BIDONDE, J. et al. Aquatic exercise training for fibromyalgia. Cochrane Database of Systematic
Reviews, v. 28, n. 10, 2014.
BORIN, P. L. H. Fisioterapia aquática aplicada à malformação congênita. In: JAKAITIS, F.; WAKSMAN, R.
D.; FARAH, O. G. D. Reabilitação aquática. Barueri: Manole, 2017.
CAMPOS, T. S. P.; FAVERO, F. M. Exercícios aquáticos e em solo para pacientes com esclerose lateral
amiotrófica: revisão de literatura. Revista Neurociências, v. 17, n. 2, p. 170-177, 2008.
CANDELORO, J. M.; CAROMANO, F. A. Discussão crítica sobre o uso da água como facilitação,
resistência ou suporte na hidrocinesioterapia. Acta Fisiátrica, v. 13, n. 1, p. 7-11, 2006.
CASTOLDI, A.; PÉRICO, E.; GRAVE, M. Avaliação da força muscular e capacidade respiratória em
pacientes com síndrome de down após Bad Ragaz. Revista Neurociências, v. 20, n. 3, p. 386-391, 2012.
115
DIMITRIJEVIC, L. et al. The effect of aquatic intervention on the gross motor function and aquatic skills
in children with cerebral palsy. Journal of Human Kinetics, v. 32, p. 167-174, 2012.
GABILAN, Y. P. L. et al. Fisioterapia aquática para reabilitação vestibular. Acta Orl, v. 24, n. 1, p. 25-30, 2006.
GARCIA, M. K. et al. The Halliwick Concept, inclusion and participation through aquatic functional
activities. Acta Fisiátrica, v. 19, n. 3, p. 142-150, 2012.
JAKAITIS, F.; WAKSMAN, R. D.; FARAH, O. G. D. Reabilitação aquática. Barueri: Manole, 2017.
JAKAITIS, F. Reabilitação e terapia aquática: aspectos clínicos e práticos. São Paulo: Roca, 2007.
JUNG, J. et al. The effects of aquatic exercise on pulmonary function in patients with spinal cord
injury. The Journal of Physical Therapy Science, v. 26, p. 707-709, 2014.
KALRON, A. et al. A personalized, intense physical rehabilitation program improves walking in people
with multiple sclerosis presenting with different levels of disability: a retrospective cohort. BMC
Neurology, v. 15, n. 21, 2015.
KARGARFARD, M. et al. Effect of aquatic exercise training on fatigue and health-related quality of life
in patients with multiple sclerosis. Archives of Physical Medicine and Rehabilitation, v. 93, 2012.
KIM, E. et al. Aquatic versus land-based exercises as early functional rehabilitation for elite athletes
with acute lower extremity ligament injury: a pilot study. PM & R, v. 2, n. 8, p. 703-712, 2010.
KOURY, J. Programa de fisioterapia aquática: um guia para a reabilitação ortopédica. Barueri: Manole, 2000.
KÜMPEL, C. et al. Impact of a structured aquatic therapy program on patients with knee osteoarthritis.
Acta Fisiátrica, v. 23, p. 51-56, 2016.
116
KURABAYASHI, H. et al. Breathing out into water during subtotal immersion: a therapy for chronic
pulmonary emphysema. American Journal of Physical Medicine & Rehabilitation, v. 79, p. 150-153, 2000.
LAI, C. J. et al. Pediatric aquatic therapy on motor function and enjoyment in children diagnosed with
cerebral palsy of various motor severities. Journal of Child Neurology, v. 30, n. 2, p. 200-208, 2014.
MARTINEZ, F. G. Hidrocinesioterapia: mecânica dos fluídos. In: JAKAITIS, F.; WAKSMAN, R. D; FARAH, O.
G. D. Reabilitação aquática. Barueri: Manole, 2017.
MENEGHETTI, C. H. Z. et al. Influence of hydrotherapy on trunk control in the pusher syndrome: case
report. Fisioterapia e Pesquisa, v. 16, n. 3, p. 269-273, 2009.
METHAJARUNON, P. et al. Systematic review of published studies on aquatic exercise for balance
in patients with multiple sclerosis, Parkinson’s disease, and hemiplegia. Hong Kong Physiotherapy
Journal, v. 35, p. 12-20, 2016.
MIYASHIRO, P. L. S. Fisiologia da imersão. In: JAKAITIS, F.; WAKSMAN, R. D.; FARAH, O. G. D. Reabilitação
aquática. Barueri: Manole, 2017.
MONTAGNA, J. C. et al. Effects of aquatic physiotherapy on the improvement of balance and corporal
symmetry in stroke survivors. International Journal of Clinical and Experimental Medicine, v. 7, n. 4, p.
1182-1187, 2014.
MORRIS, D. M. Reabilitação aquática do paciente com prejuízo neurológico. In: RUOTI, R. G.; MORRIS, D.
M.; COLE, A. J. Reabilitação aquática: panorama histórico da reabilitação aquática. Barueri: Manole, 2000.
MOSCHETTI, M. Projeto de instalações. In: RUOTI, R. G.; MORRIS, D. M.; COLE, A. J. Reabilitação
aquática: panorama histórico da reabilitação aquática. Barueri: Manole, 2000.
MURAKAMI, M. T. Fisioterapia aquática nas lesões encefálicas adquiridas. In: MOURA, E. W.; SILVA, P. A.
C. Fisioterapia: aspectos práticos e clínicos da reabilitação. São Paulo: Artes Médicas, 2005.
NICOLINI, R. et al. Efeitos da imersão nos parâmetros ventilatórios de indivíduos com distrofia
muscular de Duchenne. Revista Neurociencias, v. 20, n. 1, p. 34-41, 2012.
117
PARREIRA, P.; BARATELLA, T. V. Fisioterapia aquática. Barueri: Manole, 2011.
PASTRELLO, F. H. H.; GARCÃO, D. C.; PEREIRA, K. Método Watsu como recurso complementar no
tratamento fisioterapêutico de uma criança com paralisia cerebral tetraparética espástica: estudo de
caso. Fisioterapia em Movimento, v. 22, n. 1, p. 95-102, 2009.
PEREIRA, J. A. et al. The kinematics of paretic lower limb in aquatic gait with equipament in people
with post-stroke hemiparesis. Clinical Biomechanics, v. 70, p. 16-22, 2019.
POCHMANN, D. et al. Cytokine modulation in response to acute and chronic aquatic therapy intervention
in Parkinson disease individuals: a pilot study. Neuroscience Letters, v. 674, p. 30-35, 2018.
RAHMANN, A. E.; BRAUER, S. G.; NITZ, J. C. A specific inpatient aquatic physiotherapy program
improves strength after total hip or knee replacement surgery: a randomized controlled trial. Archives
of Physical Medicine and Rehabilitation, v. 90, p. 745-755, 2009.
RELVAS, P. C. A.; NICOLINI, R. A.; SOUSA, P. P. C. Fisioterapia aquática funcional em pacientes com
malformações congênitas. In: SILVA, J. B.; BRANCO, F. R. Fisioterapia aquática funcional. São Paulo:
Artes Médicas, 2011.
RESENDE, S.; RASSI, C.; VIANA, F. Efeitos da hidroterapia na recuperação do equilíbrio e prevenção de
quedas em idosas. Revista Brasileira de Fisioterapia, v. 12, n. 1, p. 57-63, 2008.
RIZZI, P. R. dos S.; LEAL, R. M.; VENDRUSCULO, A. P. Efeito da hidrocinesioterapia na força muscular e
na flexibilidade em idosas sedentárias. Fisioterapia em Movimento, v. 23, n. 4, p. 535-543, 2010.
RODRIGUEZ, P. et al. Efecto del ejercicio acuático sobre la cinemática del patrón de marcha en pacientes
con enfermedad de Parkinson: un estudio piloto. Revista de Neurologia, v. 56, n. 6, p. 315-320, 2013.
RUOTI, R. G.; MORRIS, D. M.; COLE, A. J. Reabilitação aquática: panorama histórico da reabilitação
aquática. Barueri: Manole, 2000.
SILVA, K. M. O. M. et al. Efeito da hidrocinesioterapia sobre qualidade de vida, capacidade funcional e qualidade
do sono em pacientes com fibromialgia. Revista Brasileira de Reumatologia, v. 52, p. 851-857, 2012.
SILVA, T. M. et al. Exercícios aquáticos para equilíbrio em pacientes com síndrome pós-poliomielite:
relato de dois casos. Revista Neurociências, v. 18, n. 1, p. 36-43, 2010.
STEVENS, S. L. et al. Effects of underwater treadmill training on leg strength, balance, and walking
performance in adults with incomplete spinal cord injury. The Journal of Spinal Cord Medicine, v. 38,
n. 1, p. 91-101, 2014.
SHUMWAY-COOK, A.; WOOLLACOTT, M. H. Controle motor: teoria e aplicações práticas. 2. ed. Barueri:
Manole, 2003.
SILVA, T. M. et al. Exercícios aquáticos para equilíbrio em pacientes com síndrome pós-poliomielite:
relato de dois casos. Revista Neurociências, v. 18, n. 1, p. 36-43, 2010.
THEODORO, M. N. Propriocepção na fisioterapia aquática. In: JAKAITIS, F.; WAKSMAN, R. D.; FARAH, O.
G. D. Reabilitação aquática. Barueri: Manole, 2017.
WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). The international classification of functioning, disability and
health. WHO, 2001.
YEUNG, W.; SEMCIW, A. L. Aquatic therapy for people with lymphedema: a systematic review and
meta-analysis. Lymphatic Research and Biology, v. 16, n. 1, p. 9-19, 2018.
119
ZHU, Z. et al. Hydrotherapy vs. conventional land-based exercise for improving walking and balance
after stroke: a randomized controlled trial. Clinical Rehabilitation, v. 30, n. 6, 2005.
Exercícios
120
Informações:
www.sepi.unip.br ou 0800 010 9000