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ISSN 0103-376X
156
Maio, 2018

Nova Planilha de
Sistematização da Produção
(Nova PSP)
Ferramenta de Apoio no
Diagnóstico e Intervenção
em Unidades de Produção
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ISSN 0103-376X
Maio, 2018
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
Embrapa Pecuária Sul
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Documentos156

Nova Planilha de Sistematização


da Produção (Nova PSP)
Ferramenta de Apoio no
Diagnóstico e Intervenção em
Unidades de Produção Familiar
com Atividade Leiteira

Vinicius do Nascimento Lampert


Gustavo Martins da Silva
Oldemar Heck Weiller

Embrapa Pecuária Sul


Bagé, RS
2018
Exemplares desta publicação podem ser adquiridos na:

Embrapa Pecuária Sul


BR 153, Km 632,9 Caixa postal 242
96401-970 - Bagé – RS
Fone: +55 (53) 3240-4650
Fax: +55 53 3240-4650
www.embrapa.br/pecuaria-sul
www.embrapa.br/fale-conosco/sac

Comitê Local de Publicações


Presidente: Fernando Flores Cardoso
Secretária-Executiva: Márcia Cristina Teixeira da Silveira
Membros: Bruna Pena Sollero, Elisa Köhler Osmari, Estefanía Damboriarena, Fabiane Pinto
Lamego, Graciela Olivella Oliveira, Jorge Luiz Sant'Anna dos Santos, Robert Domingues,
Sérgio de Oliveira Jüchem.
Sulpentes: Henry Gomes de Carvalho, Marcos Jun Iti Yokoo

Supervisor editorial: Lisiane Bassols Brisolara


Revisor de texto: Manuela Bergamim
Normalização bibliográfica: Graciela Olivella Oliveira
Editoração eletrônica: Ana Tailise Moreira Cruz Estevão

1a edição
1ª impressão (2018)

Todos os direitos reservados


A reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou em
parte, constitui violação dos direitos autorais (Lei N° 9.610).

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


Embrapa Pecuária Sul

Lampert, Vinícius do Nascimento


Nova planilha de sistematização da produção (Nova PSP) :
ferramenta de apoio no diagnóstico e intervenção em unidades de
produção familiar com atividade leiteira / Vinícius do Nascimento
Lampert, Gustavo Martins da Silva, Oldemar Heck Weiller. — Bagé :
Embrapa Pecuária Sul, 2018.
38 p. : il. color. — (Documentos / Embrapa Pecuária Sul, ISSN
0103-376X ; 156)

1. Administração rural. 2. Programa de computador. 3. Pecuária.


I. Silva, Gustavo Martins da. II. Weiller, Oldemar Heck. III. Embrapa
Pecuária Sul. IV. Série.
CDD 630.2085
Graciela Olivella Oliveira (CRB 10/1434) © Embrapa, 2018
Autores

Vinícius do Nascimento Lampert


Zootecnista, Doutor em Sistemas de Produção de
Ruminantes, pesquisador da Embrapa Pecuária Sul,
Caixa Postal 242, BR 153 Km
632,9, CEP 96401-970, Bagé, RS - Brasil

Gustavo Martins da Silva


Agrônomo, Doutor em Ciência e Tecnologia de
Sementes, pesquisador da Embrapa Pecuária Sul,
Caixa Postal 242, BR 153 Km
632,9, CEP 96401-970, Bagé, RS - Brasil

Oldemar Heck Weiller


Médico Veterinário, Assistente Técnico Regional
(ATR) em Sistemas de Produção da Emater/RS –
Ascar. Rua do Comércio, 1721, CEP 98700-000,
São Geraldo, Ijuí, RS - Brasil
Apresentação

As publicações técnicas da Série Embrapa são importantes veículos de


informação, destinada a produtores, técnicos, empresários do
agronegócio, pesquisadores, estudantes e público em geral interessados
nas tecnologias desenvolvidas pela Empresa e seus colaboradores.
Trata-se de publicações com distintas características, objetivos e
público alvo, tais como: Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento;
Documentos; Circular Técnica; Comunicado Técnico; Sistemas de
Produção; Livro e outros.
A Embrapa Pecuária Sul utiliza este veículo para comunicar suas
tecnologias produzidas, recomendações, práticas agrícolas e resultados
de pesquisa e desenvolvimento, direcionando ao público interessado
informações ligadas à produção de forrageiras e pastagens,
bovinocultura de corte e leite e ovinocultura dos campos sulbrasileiros.
É com satisfação que oferecemos mais esta obra, destacando recente
trabalho desenvolvido pelo Centro da Embrapa, em Bagé, em benefício à
sustentabilidade da pecuária sulina.
Esta publicação da Série Embrapa trata de apresentar a Planilha de
Sistematização da Produção (PSP), uma ferramenta utilizada para
compreender o funcionamento dos sistemas produtivos em unidades de
produção familiar com atividade leiteira, através do controle de dados
produtivos e econômicos na propriedade familiar. Serve como um
instrumento, aos produtores e técnicos, de diagnóstico e de auxílio na
tomada de decisão na propriedade familiar dedicada à atividade leiteira.
Esperamos que os leitores desfrutem deste Documento e sugerimos
que, em caso de maior interesse no tema abordado ou necessidades de
esclarecimentos, realizem o contato com nosso setor de atendimento ao
cliente¹ (SAC), acessando ou pelo fone (53) 3240-4650. A Embrapa
terá o máximo prazer em atendê-lo.

Alexandre Varella
Chefe-Geral

¹ Disponível em: <https://www.embrapa.br/fale-conosco/sac/>


Sumário

Introdução 8
Definição do problema 10
Proposta de um novo instrumento de análise de
sistemas de produção com atividade leiteira 12
Método de construção participativa da planilha 14
Características e funcionalidades da nova PSP 17
5.1 Início 18
5.2 Cadastro 18
5.3 Solo 19
5.4 Rebanho 20
5.5 Alimentação 21
5.6 Produção 22
5.7 Mão-de-obra 26
5.8 Despesas e cultivos 28
5.9 Despesas com os animais 30
5.10 Investimentos 31
5.11 Outras despesas 32
5.12 Resultados 34
5.13 Resumo 35
Considerações finais 36
Referências 37
Nova Planilha de
Sistematização da Produção
(Nova PSP)
Ferramenta de Apoio no
Diagnóstico e Intervenção em
Unidades de Produção
Familiar com Atividade
Leiteira
Vinícius do Nascimento Lampert
Gustavo Martins da Silva
Oldemar Heck Weiller

Introdução
A pecuária de leite é uma atividade com elevada importância social e
econômica para o país, pois ocorre em todo o território nacional. O valor
da produção destinado às indústrias é cerca de R$ 4,2 bilhões, com
uma média de R$ 8,5 milhões para cada um dos 497 municípios
gaúchos, o que ajuda a movimentar a economia de pequenas e médias
cidades (RIES, 2017).
Nova Planilha de Sistematização da Produção (Nova PSP): Ferramenta... 9

No Rio Grande do Sul, a agricultura familiar envolve aproximadamente


86% do total de 441 mil estabelecimentos rurais, sendo 173 mil
produtores de leite, (CENSO..., 2006; RIES, 2017). Nesse contexto,
existe uma grande preocupação com relação ao êxodo rural e ao futuro
dos agricultores familiares no estado, já que a maioria dos
estabelecimentos comercializa menos de 100 litros do produto por dia e
em muitos casos a sucessão familiar está ameaçada.

Em virtude dessas questões há mais de dez anos o Programa Rede


Leite¹ reúne profissionais de diferentes instituições de pesquisa, ensino
e/ou extensão, que vêm atuando no sentido de fortalecer a atividade
leiteira na Região Noroeste do estado.

Atualmente integram a Rede Leite: a EMBRAPA, EMATER-RS/ ASCAR,


UNIJUÍ, UNICRUZ, UFSM, FEPAGRO, e IFF Santo Augusto. Participam
também organizações de agricultores, como a Associação Gaúcha de
Empreendimentos Lácteos – AGEL, que reúne 18 cooperativas de
produtores de leite da Região Noroeste. A Rede Leite tem sua
abrangência geográfica definida pela área de atuação da EMATER
Regional de Ijuí, envolvendo atualmente 46 municípios da Região
Noroeste do Estado.

A Rede Leite baseia-se nos pressupostos teóricos do método de


PESQUISA-DESENVOLVIMENTO. Esta abordagem pode ser definida
como a experimentação em escala, meio físico e social real,
considerando as possibilidades e condições de mudança técnica e social
do meio rural (BILLAZ; DUFUMIER, 1980). A pesquisa e os
procedimentos de extensão têm intencionalmente a proposição de agir
sobre uma dada realidade e fazer com que ela evolua no sentido de
melhorar as condições dos sujeitos diretos de sua ação, no caso, os
agricultores, bem como da sociedade circundante (BERTO; WÜNSCH,
2016). A Pesquisa-Desenvolvimento associa duas funções
complementares, a de avaliação e a de experimentação; e a abordagem
sistêmica aparece como fornecedora de instrumentos metodológicos
para a análise da situação (TREBUIL; DUFUMIER, 1983; INSTITUT
NATIONAL DE LA RECHERCHE AGRONOMIQUE, 1985).

¹Disponível em: <www.programaredeleite.com.br>.


10 Nova Planilha de Sistematização da Produção (Nova PSP): Ferramenta...

Com essa base teórico-metodológica, no período de 2007/2008 a


EMATER conduziu um projeto denominado “Instalação de Rede de
Unidades de Observação em Sistemas de Produção de Leite”, que
recebeu financiamento do Ministério do Desenvolvimento Agrário –
MDA. Além de contribuir na formação de uma rede de mais de 40
Unidades de Observação – UO’s, no âmbito do que viria a se constituir
no Programa Rede Leite, o projeto gerou outros resultados valiosos,
como a Planilha de Sistematização da Produção (PSP) (COSTA, 2016).
Este instrumento foi desenvolvido com o objetivo de compreender o
funcionamento dos sistemas produtivos em unidades de produção
familiar com atividade leiteira, e foi utilizado como referência para um
longo trabalho que culminou na Nova PSP, apresentada na presente
publicação.
Definição do problema

Existem muitos instrumentos informatizados que se propõem a gerar


indicadores dos sistemas de produção de leite, e auxiliar no controle dos
custos e receitas, permitindo uma análise econômica da atividade e da
propriedade rural. Entretanto, observa-se na realidade que esses
instrumentos em geral não são adequados para uso direto pelos
agricultores familiares, e os técnicos extensionistas têm dificuldades em
interpretar os resultados em um processo de abordagem sistêmica.
Além disso, é comum a situação de se obter muitos dados, mas gerar
pouca informação que seja efetivamente aproveitada em projetos de
desenvolvimento e políticas públicas.

Apesar de existirem instrumentos informatizados que se propõem a


gerar métricas dos sistemas de produção leiteiros auxiliando no controle
de custos e receitas e permitindo uma análise zootécnica e econômica
da atividade, a adoção desses sistemas tem sido incipiente.

A carência de uma sistematização e um tratamento adequado dos dados


limita o avanço do conhecimento sobre as características
socioeconômicas dos sistemas de produção leiteiros. As dificuldades
dos extensionistas em torno das atividades de coleta, processamento de
dados e interpretação dos resultados das planilhas constitui um gargalo
importante para se alcançar maior sustentabilidade e competitividade da
atividade leiteira frente à expansão de outras atividades agrícolas.
Nova Planilha de Sistematização da Produção (Nova PSP): Ferramenta... 11

As principais barreiras para a incorporação de uma gestão eficiente em


propriedades rurais são a inadequação das ferramentas gerenciais
existentes à realidade da agricultura familiar, baixo investimento em
P&D nesta área, dificuldade de acesso a tecnologias de informação
modernas, baixo nível de educação formal dos agricultores familiares e
falta de uma cultura que crie um ambiente propicio à adoção de novas
tecnologias de gestão (BATALHA et al., 2005).

O desenvolvimento participativo de ferramentas aplicadas e a


capacitação de técnicos extensionistas na sua utilização pode resultar
no empoderamento e autonomia dos agricultores em planejar seu
trabalho e tomar decisões que venham contribuir na realização de seus
projetos de vida.

Além do impacto positivo nos sistemas produtivos, o uso de planilhas


de dados por extensionistas e pesquisadores se constitui em um
importante instrumento para análise da realidade da agricultura familiar,
e serve como auxilio na elaboração de políticas públicas.

Contudo, para superar esses desafios de melhoria na gestão de


unidades de produção familiar e mitigar o êxodo rural é necessário
utilizar instrumentos simplificados, de fácil preenchimento e
interpretação e adequados à realidade local.

A maioria das ferramentas que se propõem a fazer algum tipo de análise


econômica tem um foco contábil. As entradas do sistema são
abastecidas a partir de anotações e de notas fiscais de insumos
adquiridos, como por exemplo, adubos, medicamentos, sêmen,
defensivos agrícolas, e das receitas, como venda do leite, animais e de
outras receitas da família.
Esta característica restringe a análise às receitas e despesas auferidas e
devidamente registradas. Com este método tradicional tem-se a
dificuldade de conferir se está faltando alguma nota, podendo-se
subestimar as despesas.

Em uma linha de trabalho diferente, tendo como objetivo principal


entender o funcionamento dos sistemas de produção, o técnico da
Emater Pedro Urubatan Neto da Costa criou em 2007, a planilha PSP,
como já mencionado na introdução. Este instrumento tinha o propósito
12 Nova Planilha de Sistematização da Produção (Nova PSP): Ferramenta...

de possibilitar a realização de um diagnóstico anual sem a necessidade


de acompanhamento do fluxo de caixa mensal, podendo ser preenchido
somente com uma ou duas entrevistas qualificadas. O alvo da PSP era
ser uma planilha para o técnico poder perceber, em conversa com a
família de agricultores, o que poderia ser melhorado na unidade de
produção.

A planilha era bem elaborada, tecnicamente completa, apresentava um


enfoque sistêmico, entretanto, a adesão e o uso a campo pelos
extensionistas foram abaixo do esperado. Avaliou-se que ainda faltava
algo que motivasse a apropriação da planilha pelos técnicos, e talvez
isso tivesse relacionado ao próprio método de elaboração sem a
participação efetiva dos extensionistas de campo, e não à qualidade
intrínseca da ferramenta em si.

Proposta de um novo instrumento


de análise de sistemas de produção
com atividade leiteira

Em 2014, a Embrapa Pecuária Sul aprovou o projeto intitulado


“Desenvolvimento de instrumentos para avaliação da sustentabilidade
em sistemas de produção de base familiar com pecuária de leite” (SEG
06.13.06.001.00.00) e dentre outros alvos tem como objetivo
aproveitar o potencial da PSP e construir coletivamente com os técnicos
uma nova planilha de sistematização da produção tendo como base o
método de pesquisa-desenvolvimento adotada pela Rede Leite.

A proposta para o novo instrumento, designado como Nova PSP, é ser


simples, objetivo, de fácil entendimento e interpretação, para que os
técnicos percebam sua utilidade no trabalho de extensão rural.

Essa fase de desenvolvimento de ferramentas é uma primeira etapa no


fortalecimento das pesquisas na área de socioeconomia rural. Em um
segundo momento, com a consolidação da coleta de dados e
sistematização dessas informações, será possível construir um banco de
dados dinâmico e útil e consolidar métodos de análise apropriados a fim
Nova Planilha de Sistematização da Produção (Nova PSP): Ferramenta... 13

de compreender a realidade das unidades de produção familiar com


atividade leiteira.

Espera-se que com a construção dessa cultura dentro de um processo


amplo de organização de um sistema de informação que considere as
variações ocorridas ao longo do tempo e nas diferentes regiões, as
pesquisas na área de economia e gestão rural serão fortalecidas numa
ótica espaço-temporal construindo conhecimento úteis e aplicáveis ao
aumento da eficiência dos sistemas produtivos.

Desde 2014, a Rede Leite vem conduzindo um processo interno de


formação continuada dos extensionistas sobre os princípios
metodológicos de pesquisa-desenvolvimento, e recentemente isso vem
acontecendo por meio de cursos de abordagem sistêmica. O objetivo
dos cursos é capacitar os extensionistas a entender o sonho/visão da
família, identificar gargalos coletivamente, e levantar hipóteses e
relações de causalidade que auxiliem o trabalho de intervenção nas
unidades produtivas para fins de melhoria da qualidade de vida da
família.

Neste contexto, a Nova PSP entra no sentido de qualificar o diálogo do


técnico com a família de agricultores, favorecendo a análise do sistema
de produção numa ótica produtiva e econômica, mas dentro de um
processo de abordagem sistêmica.

Os instrumentos, sejam planilhas ou outros métodos quaisquer de


sistematização de dados, são um meio e não um fim em si mesmo. Os
resultados, as métricas e os números são insumos e não o principal
produto final. A Nova PSP pode ser descartada, caso os técnicos
entendam que a planilha não contribui para qualificar a abordagem nas
unidades de produção ou que ela já cumpriu seu papel de fomentar um
processo de reflexão e aprendizado sobre uso de indicadores produtivos
e econômicos. A grande finalidade é promover autonomia, de técnicos
e agricultores, e não dependência de uma ou outra ferramenta de
análise. Ela não tem a pretensão de apontar verdades absolutas e nem
de ser perfeita, mas simplesmente pretende ser útil.

O técnico deve construir e exercer a habilidade de dialogar com a família


para que ela perceba por si só as mudanças necessárias. A
interpretação dos resultados faz parte da interlocução e da estratégia de
14 Nova Planilha de Sistematização da Produção (Nova PSP): Ferramenta...

intervenção. Se por exemplo, o custo com ração parece ser alto e é


possível reduzir ou modificar o uso desse insumo, o técnico pode dar
início a uma conversa sobre o assunto, entendendo os porquês e
construindo suas hipóteses. Indagar: os animais precisam mesmo de
ração? Em quais períodos do ano? Mais do que dar respostas, o objetivo
central dessa ferramenta é qualificar o debate auxiliando na construção
de boas perguntas.

Método de construção participativa


da planilha
A construção da Nova PSP foi conduzida de forma participativa, durante
dezoito (18) meses de trabalho, envolvendo além de pesquisadores da
Embrapa, as equipes de 21 escritórios municipais da Emater Regional de
Ijuí: Augusto Pestana, Barra do Guarita, Bozano, Coronel Barros,
Condor, Cruz Alta, Derrubadas, Esperança do Sul, Fortaleza dos Valos,
Inhacorá, Miraguai, Panambi, Redentora, Saldanha Marinho, Santo
Augusto, São Martinho, São Valério do Sul, Sede Nova, Tenente
Portela, Três Passos e Vista Gaúcha. (Tabela 1)
Nova Planilha de Sistematização da Produção (Nova PSP): Ferramenta... 15

Tabela 1. Cronograma de atividades realizadas visando à construção da Nova


Planilha de Sistematização da Produção – Nova PSP, na Região Noroeste do Rio
Grande do Sul.
Data Descrição da atividade

08/12/2014 Reunião no escritório regional da Emater sobre situação e


utilidade da PSP
05/03/2015 Apresentação da versão remodelada preliminar (2) da Nova PSP

24/06/2015 Reunião de trabalhos com 16 escritórios usuários municipais da


PSP

01/09/2015 Reunião com 21 extensionistas municipais sobre a Nova PSP

23/09/2015 Apresentação da versão preliminar (3) da Nova PSP

17/12/2015 Reunião com 12 extensionistas municipais sobre ajustes da


Nova PSP
01/03/2016 Validação de campo da Nova PSP em Bozano-RS

05/04/2016 Reunião de ajustes da versão preliminar (4)

06/06/2016 Validação de campo da Nova PSP em Catuípe-RS

16/11/2016 Finalização da planilha e início dos diagnósticos nas UO’s.

Ao longo desse processo de construção coletiva, fez-se necessário um


esforço continuado individual e institucional. Os profissionais
demonstraram disposição em descontruir para poder construir de forma
coletiva (mudança de paradigma) e mostraram alto comprometimento
(participação continuada e efetiva nos debates).

As reuniões envolveram debates sobre as fragilidades da ferramenta, o


16 Nova Planilha de Sistematização da Produção (Nova PSP): Ferramenta...

que podia melhorar e quais indicadores eram mais relevantes, com a


finalidade de tornar a planilha mais “amigável”. Na dinâmica eram
identificados problemas e eram registradas as principais demandas dos
técnicos. Na reunião seguinte de trabalho eram apresentadas soluções
de melhoria, focando sempre na simplificação e na inovação da forma
de processamento dos dados e apresentação de relatórios gráficos.

Na construção da ferramenta foram adotados quatro princípios básicos:


a) a coleta da Nova PSP deve ser mais rápida do que com a PSP
original; b) a planilha deve ser mais eficiente produzindo mais com
menos (poucos dados de entrada gerando mais informações de saída);
c) os resultados devem ser adequados aos usuários e d) ferramenta
deve gerar autonomia apresentando resultados durante a própria
entrevista (Figura 1). A planilha deve ser útil e atrativa como
ferramenta para entender o funcionamento do sistema de produção,
gerando informações importantes para subsidiar o processo de gestão
da unidade familiar. Além disso, buscou-se facilidade de preenchimento
para aumentar a confiabilidade nos dados coletados.

Dar uma resposta Mensuráveis e de fácil


imediata às mudanças medição (custo,
efetuadas ou ocorridas logística....).
em um determinado
sistema.
D) UTILIDADE: A)RAPIDEZ
validação a Coleta por
campo da entrevista
Nova PSP (mais rápida)

C) FACILIDADE: B) SIMPLICIDADE:
indicadores de Poucas variáveis
fácil interpretação de entrada
(básicas)
Leitura e interpretação Deve estar relacionado
adequadas a quem com outros
realmente irá utilizá- indicadores, mas não
lo. ser redundante.

Figura 1. Princípios básicos de desenvolvimento da ferramenta.


Nova Planilha de Sistematização da Produção (Nova PSP): Ferramenta... 17

Como critério de escolha das variáveis utilizaram-se variáveis básicas


que são aquelas não redundantes de onde todas as demais se originam
(Figura 2). De maneira geral, informação que pode ser obtida por meio
do processamento direto de outros indicadores foi descartada. Exemplo:
com a produção total de leite no mês e o número de vacas, gera-se
como indicador a “produção diária de leite por vaca”, logo não
precisamos de outros indicadores mensais ou anuais, pois podem ser
facilmente obtidos.

Variáveis Básicas
(sem redundância)

Uso do Solo

Relatórios da Rebanho
Produção
Nova PSP Alimentação
Preço e Custo
Margem Bruta
Renda da família

Figura 2. Variáveis não redundantes e variáveis econômicas derivadas.

Optou-se gerar relatórios gráficos como principais métricas que


favorecem o início de um diálogo do técnico com a família. O público-
alvo principal da Nova PSP são os técnicos extensionistas, mas a
ferramenta pode ser utilizada pelos próprios agricultores e seus filhos ou
por outros profissionais da área.

Características e funcionalidades da
nova PSP
Essa versão da Nova PSP considera apenas as despesas que tiveram
desembolso. Não foram consideradas a depreciação e nem o custo de
oportunidade. O objetivo foi reduzir o tempo de preenchimento e gerar
indicadores de fáceis interpretações pelos técnicos e produtores. Ela
segue a mesma regra de preenchimento da PSP original, ou seja, deve
ser preenchida de forma sequencial, da esquerda para direita (abas), e
18 Nova Planilha de Sistematização da Produção (Nova PSP): Ferramenta...

de cima para baixo. Deve-se preencher todas as células de cor cinza. As


demais células apresentam cores que têm significados distintos: a)
amarelo claro são células de identificação da unidade; b) azul forte são
células estruturais principais; c) azul claro são células estruturais
secundárias; d) verde claro são células de preenchimento automático e
e) amarelo forte são células com indicadores mais importantes. A seguir
serão descritos com mais detalhes as abas da planilhaimportantes. A
seguir serão descritos com mais detalhes as abas da planilha tendo
como base as instruções descritas por Costa(2016).

5.1 Início

Apresentação da versão da planilha, responsáveis pelo desenvolvimento


e instituições integrantes da Rede Leite.

5.2 Cadastro

Os campos são destinados para informar o nome dos responsáveis,


localização e os dados da propriedade.

DADOS CADASTRAIS DA PROPRIEDADE RURAL

Nome do(a) responsável pela propriedade rural: Fulano de Tal

Município / UF: Ijuí / RS

Distrito ou localidade: -

Coordenadas georáficas: -

Período inicial: julho-16

Período final: junho-17

Microrregião da Emater: Ijuí

OBSERVAÇÕES E ANOTAÇÕES EM GERAL

Figura 3. Aba do cadastro inicial.


Nova Planilha de Sistematização da Produção (Nova PSP): Ferramenta... 19

5.3 Solo

O primeiro passo é compreender como ocorre o uso do solo na


propriedade. Em “grãos de verão”, por exemplo, deverão ser colocados
os cultivos de verão, mas também espécies não graníferas possíveis
nessa estação do ano, como o caso da cultura do fumo, por exemplo. É
possível também registrar a ocorrência de safrinha (utilização da área
com duas safras na mesma estação). A mesma possibilidade ocorre
para a sobressemeadura de pastagens de inverno sobre área de
pastagem perene de verão, onde o primeiro plantio é o pousio de
inverno da área perene.

A planilha foi desenvolvida com foco na atividade leiteira, no caso de


produção de gado para venda ou consumo, que são manejadas na
mesma área do leite, é considerado como atividade leiteira.

O foco é que a planilha seja intuitiva e que os resultados já possam ser


analisados à medida que os dados forem sendo preenchidos. O recurso
visual foi bastante explorado utilizando vários gráficos a fim de auxiliar a
interpretação dos resultados (Figuras 4 e 5).

Produtor: Fulano de Tal Ijuí / RS julho - 2016 junho - 2017

UTILIZAÇÃO DA ÁREA

Verão Inverno
Tipo de culturas Época Cultura área - ha área - ha área - ha área - ha
(safra) (safrinha) (safra) (safrinha)

Soja 12
Verão Milho grão 2
GRÃOS Outro
49% Aveia 2
Inverno
Trigo 6

Sudão 2
Verão (anuais)
Sorgo 2
PASTAGENS Tifton 2 2
Perenes Outra 0
36% Outra 0
Sobressemeadura 2
Inverno (anuais) Aveia/Azevém 4
Trigo pastagem 2

FORRAGEM Silagem milho 1 1


Silagem
CONSERVADA Silagem aveia 1 1
13% Feno tifton 1
Feno
Outro

AUTOCONSUMO
0,5 0,5
2%
Figura 4. Dados do uso do solo.
20 Nova Planilha de Sistematização da Produção (Nova PSP): Ferramenta...

Verão Inverno

TOTAL DE ÁREA UTILIZADA (superfície agrícola útil-SAU) ==> 23,5 17,5

Matas 1,5
Banhados / Açudes 0,5 Aproveitamento
OUTROS USOS Benfeitorias 1 88,7%
(médio)

8%
Terra própria: 22,0
Terra própria:
Arrendamento de terceiros: 2,0
Arrendamento de terceiros:
Arrendamento para terceiros: 5,0
92%

Utilização da área - VERÃO Utilização da área - INVERNO


Tifton 0% 0% 0% 0%
9%
Feno Tifton
4%
11% 10%
Silagem aveia
4% 5%
Silagem milho
4%

11%
9% Trigo
52% 32%

9%
21%

9%

Sobresemeadura

Soja Milho grão Sudão 10%


Sorgo Silagem milho Silagem aveia Aveia Trigo Sobresemeadura

Feno tifton Tifton Aveia/Azevém Trigo pastagem


Tifton

OBSERVAÇÕES E ANOTAÇÕES EM GERAL

Figura 5. Informações gráficas sobre o uso do solo.

5.4 Rebanho

Nesta aba o valor unitário dos animais do rebanho deve ser inserido a
fim de obter o valor de mudança de inventário. As quantidades de
animais no início e no fim do ano podem ser visualizadas posteriormente
na forma de um gráfico em colunas. Os dados são da situação média do
rebanho, durante o ano, obtidos em um diagnóstico rápido, utilizando
informações aproximadas da família. A variação positiva ou negativa do
estoque afeta diretamente o resultado financeiro da atividade. O objetivo
Nova Planilha de Sistematização da Produção (Nova PSP): Ferramenta... 21

é evitar que reduções ou aumentos drásticos da quantidade de animais


do rebanho superestime ou subestime o resultado financeiro e como
consequência a margem bruta (lucro operacional efetivo da atividade).
Quanto mais precisa a informação, mais próximos da realidade serão os
indicadores relacionados ao rebanho, entretanto, considerando o esforço
envolvido e o benefício obtido optou-se por não fazer coleta mensal.
Na parte inferior da tabela existem valores de referência que servem
como parâmetros a fim de proporcionar o diálogo com a família (Figura
6).
Fulano de Tal Ijuí / RS julho-2016 junho-2017

INVENTÁRIO INICIAL E FINAL - REBANHO BOVINO

Quantidade
Categoria animal jun/16 jun/17 valor unit/cab Variação (R$)
Vacas lactação 19 21 2.500 5.000
Vacas secas 4 6 2.000 4.000
Fêmeas +24 meses 5 5 1.800 0
Fêmeas 13-24 meses 4 3 1.500 -1.500
Fêmeas 0-12 meses 9 7 1.000 -2.000
Machos +24 meses 0 0 700 0
Machos 13-24 meses 1 1 400 0
Machos 0-12 meses 2 2 150 0
Touros 0 0 2.000 0
TOTAL 44 45 - 5.500

O percentual de vacas em lactação do total do rebanho é de: 45% *Ideal é maior que 65%
O percentual de vacas em lactação do total do vacas é de: 80% *Ideal é maior que 85%

OBSERVAÇÕES E ANOTAÇÕES EM GERAL

Figura 6. Aba para inserção de dados do rebanho.

5.5 Alimentação

Esta tem como objetivo estimar a quantidade de alimento consumido no


cocho. Inserindo o consumo diário de silagem, ração e estimando o
consumo de pasto por diferença, pode-se visualizar a curva de variação
da alimentação das vacas em lactação ao longo dos meses do ano. Para
fins de facilitar a coleta de dados utilizou-se como referência a
quantidade de balaios de silagem medidos na unidade de matéria verde,
22 Nova Planilha de Sistematização da Produção (Nova PSP): Ferramenta...

ou seja, considerou-se o peso do alimento na forma como é oferecido


para as vacas em lactação. A quantidade de pasto consumida é apenas
uma estimativa a partir do pressuposto que as vacas têm as suas
exigências nutricionais atendidas quanto ao volume de alimento ingerido
em relação ao percentual de seu peso vivo (Figura 7).

Produtor: Fulano de Tal Município: Ijuí / RS Microrregião da Emater: Ijuí julho-2016 junho-2017

ALIMENTAÇÃO - VACAS EM LACTAÇÃO

Consumo médio de alimentos (kg de MATÉRIA VERDE por vaca em lactação por dia)

Tipo de Alimento jun/16 jul ago set out nov dez jan fev mar abr mai/17 MÉDIA**
Silagem* 20 13 12 11 10 8 9 10 12 16 18 16 12,9
Concentrado 12 11 10 9 7 6 6 7 9 11 12 13 9,4
Os animais pastam:? (Marque com ‘‘x’’ ) x x x x x x x x x x x x -
Consumo estimado de pasto 6 22 28 34 44 51 50 44 32 17 9 8 28,7

* A quantidade de silagem desta planilha não está ligada aos custos, serve apenas para visualizar o consumo das vacas em lactação.
**A média refere-se apenas aos meses com consumo de alimento (meses zerados não entram na conta).

Vacas em lactação
peso médio (kg)
Silagem* Concentrado Consumo estimado de pasto
450
Consumo (% do PV)***
4,0%
O valor padrão usado com mais frequência é 4%.

Silagem
42%
Concentrado 51 50
44 44
28 34 32
39% Pasto 6 22 17 9 8

12
12
11 13
11
Percentual de comida no cocho em (MS) 10
9 9
7 6 7
58% 20 6
16 18 16
13 12 11 10 12
10 8 9
Quantidade de silagem estocada no fim do
período (em quilogramas) jun/16 jul/16 ago/16 set/16 out/16 nov/16 dez/16 jan/17 fev/17 mar/17 abr/17 mai/17
30.000
Tempo estimado para utilizar o restante do
volumoso com vacas em lactação Consumo de volumoso e concentrado (kg de MV por dia)
4 meses

OBSERVAÇÕES E ANOTAÇÕES EM GERAL

Figura 7. Aba para inserção de dados do rebanho.

5.6 Produção

Na produção foi considerado o preço bruto do leite, devendo ser lançado


o valor com o Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (FUNRURAL).
A planilha calcula automaticamente os valores. O gráfico permite
visualizar a quantidade e o preço comercializado ao longo dos meses do
ano.
Nova Planilha de Sistematização da Produção (Nova PSP): Ferramenta... 23

A qualidade do leite (proteína, gordura, CCS e CBT), quando tiverem


valores inferiores ao recomendado, o valor é marcado na cor vermelha.
O gráfico também auxilia na avaliação se existe alguma sazonalidade ou
relação de qualidade do leite nos diferentes meses do ano.
A produção de outras culturas agrícolas e a quantidade utilizada de
silagem para diferentes categorias devem ser lançadas nessa aba.

Para fins de comparação com as informações sobre metas de


produtividade da família e outras rendas agrícolas e não agrícolas é
possível fazer um gráfico que ilustre essas diferenças.
Os animais produzidos são em função da existência da atividade de
criação para produção de leite, estes dados serão somados à renda da
atividade leiteira como um todo (Figuras 8 e 9).
24

Produtor: Fulano de Tal Ijuí / RS julho-2016 junho-2017

PRODUÇÃO DE GRÃOS e FORRAGEM CONSERVADA

DESTINO Outras rendas (aposentadoria, serviços, etc)


Área com Produtividade Valor toal da Uso como
GRÃOS Preço (R$/ quilo) TIPO (Não incluir produtos
repetição (ha) (kg/ha) produção (R$) Venda(kg) semente própria Estoque (kg) vALOR ANUAL (R$)
(kg)
derivados do leite)
Soja 12 3.000 1,00 36.000 36.000 0 Aposentadoria 10.244,00
Milho grão 2 6.000 0,35 4,200 6.000 6.000
Prestação de serviço 1.000,00
0 0 0
Aveia 2 1.000 0,50 1.800 1.800 1.800
Trigo 6 1.800 0,50 5.400 10.800 0
TOTAL 22 47.400 54.600 0 7.800 TOTAL 11.244,00

Produtividade Produção DESTINO Produção de leite por dia 298


FORRAGEM CONSERVADA
(kg MV/ha) total (kg) kg p/ vacas lact. vacas lactação vacas secas terneiras outras categ. animais Produção de leite / vaca lact./ dia 14,9
Silagem milho 30.000 60.000 42.000 70% 20% 10% 0% Produção de leite por dia (meta) 500
Silagem aveia 15.000 30.000 15.000 50% 40% 10% 0% Produção de leite / vaca/ dia (meta) 25
Feno tfron 10.000 10.000 9.000 90% 10% 0% 0%
Outro 0 0

PRODUÇÃO MENSAL DE LEITE Produção Mensal de Leite


Qtde vendida Preço (R$/l) Valor 14.000 1,00
0,93 0,94 13.239
MÉDIA MENSAL DO PERÍODO ==> 9.075 0,82 7.440,13 12.900
0,89 0,90
0,88
junho- 16 0,72 4.880,00 12.000 0,85
6.778
11.267 0,81 0,80 0,80
junlo- 16 6.100 0,75 4.575,00 0,75 0,75 0,76
10.000 0,72
agosto-16 9.611 0,89 8.553,89 9.611 9.822 0,69 0,70
9.406
setemnro- 16 7.650 0,93 7.114,50 8.578 0,60
8.000
outubro- 16 7.183 0,94 6.752,33 7.650
7.183 0,50
novembro- 16 12.900 0,88 11.352,00 6.778
6.372
dezembro- 16 13.239 0,85 11.253,06 6.000 6.100
0,40
janeiro- 17 11.267 0,75 8.450,00
fevereiro- 17 8.578 0,81 6.948,00 4.000 0,30

março- 17 9.822 0,80 7.857,78 0,20


abril- 17 9.406 0,76 7.148,22 2.000
maio- 17 6.372 0,69 4.396,83 0,10

Total de litros comercializados 108.906 89.281,61 0,00


Consumo alimento família (mês) 60 0,82 590,26 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Nova Planilha de Sistematização da Produção (Nova PSP): Ferramenta...

Consumo terneiras (mês) 160 0,82 1.574,03


Uso processamento caseiro (mês) 0,82 0,00 Produção de leite mensal Preço médio Mensal
Total de litros produzidos no ano 109.126 0,82 91.445,90

Figura 8. Aba da produção sobre a quantidade do leite produzido ao longo dos meses do ano.
QUALIDADE DO LEITE Qualidade do Leite

PROTEINA GORDURA CCS CBT CCS CBT PROTEÍNA GORDURA

MÉDIA DO PERÍODO==> 3,1 3,4 428.833 272.167 4,0 600.000

junho16 3,0 3,5 480.000 301.000 3,5


500.000
julho 3,1 3,4 501.000 250.000
3,0
agosto 3,0 3,6 450.000 240.000
400.000
setembro 2,8 3,4 440.000 230.000 2,5
outubro 3,2 3,5 430.000 250.000
2,0 300.000
novembro 3,3 3,1 505.000 255.000
dezembro 3,0 2,9 410.000 275.000 1,5
200.000
janeiro 3,1 3,1 400.000 295.000
1,0
fevereiro 3,2 3,2 390.000 305.000
100.000
março 2,9 3,5 380.000 280.000 0,5
abril 3,1 3,6 370.000 290.000
0,0 0
maio-17 3,2 3,5 390.000 295.000 jun-16 jul-16 ago-16 set-16 out-16 nov-16 dez-16 jan-17 fev-17 mar-17 abr-17 mai-17

MOVIMENTO DE BOVINOS Receita com leite (R$) 89.281,61

DESTINO Receita com animais (R$) 15.200,00

Quantidade Preço Peso m´dio Preço unitário


Categoria animal Quantidade (kg) Valor (R$)
(cabeças) (R$/cabeça) (kg/cabeça) (R$) Consumo
Venda (kg) familiar (kg) FONTES DE RECEITA DA ATIVIDADE LEITEIRA

Vaca (descarte ou venda) 3 1.800,00 450 1.350 4,00 5.400,00 1.350


15%
Novilha e/ou terneira 5 1.400,00 350 1.750 4,00 7.000,00 1.750
Receita com leite
Macho 2 1.400,00 350 700 4,00 2.800,00 0 700 (R$)
Receita com
animais (R$)
85%

TOTAL 10 3800 15200 700

OBSERVAÇÕES E ANOTAÇÕES EM GERAL


Nova Planilha de Sistematização da Produção (Nova PSP): Ferramenta...

Figura 9. Aba da produção sobre a quantidade do leite produzido ao longo dos meses do ano.
25
26 Nova Planilha de Sistematização da Produção (Nova PSP): Ferramenta...

5.7 Mão-de-obra

Nesta aba são inseridas as informações sobre a mão de obra e o rateio


com outras atividades (Figura 10). A planilha calcula a Unidade Trabalho
Familiar (UTF) automaticamente, para cada pessoa, a partir dos dados
inseridos, como sendo:
UTF = T x (I * fc)
T = Percentual de tempo estimado para aquele membro da família em
todo o sistema produtivo.
I = Idade da pessoa
Fc = fator de correção para a idade. Foram empregados conforme Lima
et al. (2001) os seguintes fatores, estimando representam diferentes
capacidade de rendimento de trabalho em função da idade avançada ou
muito jovem. Fator 0,5 para 13 anos ou menos; fator 0,65 até 17 anos;
fator 0,75 acima de 65 anos. O mesmo deve ser feito para mão de obra
contratada.
Este valor servirá nas análises posteriores quando forem compradas as
propriedades entre si.

Compreendemos e pactuamos com as justificativas hoje consideradas


para a limitação relacionadas ao trabalho de menores componentes da
família, no entanto em algumas unidades de produção, na prática, a
família poderá eventualmente incluir filhos menores, a título de
aprendizado ao trabalho, para o desenvolvimento de algumas tarefas
compatíveis com seu tempo de estudo.
Fulano de Tal Ijuí / RS julho-2016 junho-2017

MÃO-DE-OBRA

FAMÍLIA

NOME % TEMPO
PARENTESCO IDADE UTF
DISPONÍVEL
Fulano de Tal esposo(a) 55 100 1,0
esposa(o) 45 100 1,0
avô 75 50 0,4
avó 0,0
filho(a) 19 50 0,5
filho(a) 12 50 0,3
filho(a) 0,0
filho(a) 0,0
outro 0,0
Total UTF= 3,1
Total de pessoas adultas (acima de 18 anos) da família= 4

DESPESAS COM MÃO DE OBRA CONTRATADA


Unidade (dia, Valor unitário Valor total
Nome (contratado) Quantidade Detalhamento do serviço executado
mês, hora) (R$) (R$)
Ciclano de Tal 2 dia 90,00 180,00
-
-
-
Total 180,00

PERCENTAGEM DE RATEIO DA MÃO-DE-OBRA CONTRATADA (quanto % da despesa vai para cada atividade)
Soja Milho grão 0 Aveia Trigo Sudão Sorgo Past. perenes Sobressem. Aveia/Azevém Trigo pastagem Silagens Fenos
Ciclano de Tal 50 50

OBSERVAÇÕES E ANOTAÇÕES EM GERAL


Nova Planilha de Sistematização da Produção (Nova PSP): Ferramenta...

Figura 10. Aba sobre dados da Mão de obra familiar e contratada.


27
28

Fulano de Tal julho-2016 junho-2017

CUSTOS COM CULTIVO DE GRÃOS, PASTAGENS E SILAGENS

INFORME O CUSTO TOTAL ESTIMADO POR HECTARE NA TABELA ABAIXO, OU OS CUSTOS DISCRIMINADOS NAS TABELAS MAIS ABAIXO

CUSTO
Tipo de Cultivo Área ESTIMADO
R$/hectare
Soja 12 1.100 1.900
Milho grão 2 1.400 700
GRÃOS 0 0 1.100
Aveia 2 800 100
Trigo 6 1.100 -200
Sudão 2 500
Sorgo 2 500
Tifton 2
jan/00 0 1.000
PASTAGENS 400
jan/00 0
Sobressemeadura 2 400
Aveia/Azevém 4 500
Trigo pastagem 2 400
Silagem milho 1 2.200
Silagem aveia 1 2.555
FORRAGEM CONSERVADA 2.185
Feno tifton 1 1.800
Outro 0 3.000
11 e 12). Aparecerá um aviso de erro caso isso ocorra.

Figura 11. Aba com espaço para inserção de dados dos cultivos por hectare.
5.8 Despesas com os cultivos
Nova Planilha de Sistematização da Produção (Nova PSP): Ferramenta...

dessa simplificação foi facilitar o preenchimento pelos técnicos


Nesta aba o usuário tem duas opções de lançamento dos gastos na

extensionistas. Se não preencher uma tabela não deverá preencher a


despesa observada ou estimada desembolsada por hectare. O objetivo

outra tabela para evitar que os lançamentos fiquem duplicados (Figuras


agricultura. Pode lançar as rubricas detalhadamente, ou o valor médio da
Milho grão ÁREA (ha): 2
Preço da
Unidade do insumo Quantidade Quantidade
ITENS (Insumos/serviços) unidade de R$ Total
ou do serviço por hectare total
insumo
Semente 0 -
Fertilizantes NPK 0 -
Fertilizante Orgânico 0 -
Uréia 0 -
Tratamento de sementes 0 -
Herbicida pré-plantio 0 -
Herbicida pós-plantio 0 -
Inseticidas 0 -
Fungicidas 0 -
Serviço de colheita contratada 0 -
Serviço de trator contratado 0 -
Frete contratado 0 -
Combustível 0 -
0 -
0 -
0 -
Custo total já estimado na tabela inicial 1 2 1.400,00 2.800,00
Total 2.800,00
R$ / ha 1.400,00
Figura 12. Aba com espaço para inserção de dados dos cultivos por rubrica.
Nova Planilha de Sistematização da Produção (Nova PSP): Ferramenta...
29
30 Nova Planilha de Sistematização da Produção (Nova PSP): Ferramenta...

5.9 Despesas com os animais

Os gastos da atividade leiteira registrado nessa aba irão subsidiar os


cálculos do custo de produção do litro produzido. É informada a
quantidade de grãos de produção própria destinados ao rebanho leiteiro
e o estoque existente. No caso, a planilha informa a quantidade utilizada
e o saldo. Quando uma quantidade de grãos de produção própria é
destinada para uso do rebanho o seu custo de produção é direcionado
para o custo da atividade leiteira. No espaço para ração, concentrados e
sal mineral pode-se informar o gasto efetuado nas células cinzas (Figura
13).

Fulano de Tal Ijuí /RS julho-2016 junho-2017

CUSTOS COM ATIVIDADE LEITEIRA

Estoque da Quantidade
Tipos de grão Auditoria Saldo
última safra utilizada (Kg)
Grãos de Soja 0 certo -
produção própria Milho grão 6.000 6000 certo -
0 certo -
Aveia 1.800 1800 certo -
Trigo 0 certo -
7800

Quantidade Preço Valor total


Produto
(kg) unitário (R$) (R$)
Alimentos Ração 48.000 0,92 44.160,00
comprados para Sal mineral 720 2,73 1.965,60
os animais Concentrado para terneiros -
Leite em pó para terneiras -
-
48.720 46.125,60

Tipo unidade quantidade valor unit Valor anual (r$)


Medicamentos em geral 2.640,00
inseminação (sêmen e serviço contratado) doses/ano 48 35,00 1.680,00
Outras despesas Energia elétrica
Material de limpeza e desinfecção 2.400,00

6.720,00

OBSERVAÇÕES E ANOTAÇÕES EM GERAL

Figura 13. Aba para inserção dos demais gastos da atividade leiteira.
Fulano de Tal julho-2016 junho-2017

INVESTIMENTOS*- pagamento único ou em parcelas

Informar investimentos (máquinas, equipamentos, etc)


Descrição Jul/14 Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun/15 Total
Investimento & Financiamento1 200 200 200 200 200 200 200 200 200 200 200 200 2.400
Investimento & Financiamento2 1.000 1.000
Investimento & Financiamento3 500 500

TOTAL 200 200 200 200 200 1.200 200 200 200 200 200 700 3.900
*A tabela de investimentos considera o valor exatamente pago (c/ juros implícito), mas não está ligada a nenhum outro quadro, portanto não tem duplicidade com a compra de insumos (custos).

O percentual de parcelamentos em relação ao que sobra no ano (margem bruta) é de: 5% *ideal é menor que 30%

É o saldo REAL da família descontado o que foi pago de parcelas no ano: R$ 6.087 de sobra por mês

OBSERVAÇÕES A ANOTAÇÕES EM GERAL


pagamento de financiamentos (Figura 14).

Figura 14. aba para inserção dos investimentos.


5.10 Investimentos

informa o percentual que a margem está comprometida com o


Nova Planilha de Sistematização da Produção (Nova PSP): Ferramenta...

Esta aba tem como objetivo registar os gastos efetuados com parcelas
fixas e que não são computados no custo de produção. O saldo real da
família depois de pagamentos dessas despesas é recalculado. A planilha
31
32

Fulano de Tal Ijuí /RS julho-2016 junho-2017

Outros custos (impostos, juros, arrendamentos...)

Percentagem de rateio de cada custo(quanto & vai para cada atividade)


ITENS Valor total
Soja Milho grão 0 Aveia Trigo Sudão Sorgo Past. perenes Sobressem. Aveia/Azevém Trigo pastagem Silagens Fenos

Arrendamentos
ITR
Manutenção mecânica 800,00 20 25 25 30
Reparos em benfeitorias

Funrural 1021,20 828,00 48,30 - 20,70 124,20

TOTAL EM MOEDA 1821,20 988,00 48,30 - 20,70 324,20 200,00 - - - 240,00 - - -


produtivas (Figura 15).

OBSERVAÇÕES E ANOTAÇÕES EM GERAL

Figura 15. Aba para inserção de dados de outras despesas.


5.11 Outras despesas
Nova Planilha de Sistematização da Produção (Nova PSP): Ferramenta...

abas anteriores, devendo ser feito o rateio entre as atividades


Esta aba se destina a quaisquer outras despesas não registradas nas
Nova Planilha de Sistematização da Produção (Nova PSP): Ferramenta... 33

VARIÁVEIS BÁSICAS (NOVA PSP)


Produtor: Fulano de Tal ijuí / RS junho-16 junho-17

UTILIZAÇÃO DA ÁREA REBANHO

Área da UO (prop.+arrend.) 26,5 jun/16 jun/17


Área útil (prop.+arrend.) 23,5 Vacas lactação 19 21
Área do leite 7,0 Vacas secas 4 6
Área média com Grãos 11,0 Fêmeas +24 meses 5 5
Área média com pastagens 7,0 Fêmeas 13-24 meses 4 9
Área de silagem* 5,0 Fêmeas 0-12 meses 9 7
*Safra mais safrinha Machos +24 meses 0 0
Machos 13-24 meses 1 1
Machos 0-12 meses 2 2
PREÇO E CUSTO
Touros 0 0

Custo Operacional (desembolso): 54.264 PASTAGENS E SUPLEMENTOS

Custo da pastagem (ha) 400


Consumo de silagem - vaca em
Custo do kg da silagem (R$) 0,09 12,9
lactação (kg MV por dia)
Qtde de meses de fornecimento
12
de silagem
Consumo de concentrado - vaca
Custo por litro (R$) 0,50 9,4
em lactação (Kg por dia)
Qtde de meses de fornecimento
Preço por litro (R$) 0,82 12
de concentrado
Lotação animal (cabeças/ha) 6,4
PRODUÇÃO DIÁRIA DE LEITE
Relação concentrado/litro de
1,9
leite (acima de 10 litros)*
Litros/ dia R$/ litro *Recomendado (máximo):3 kg de concentrado por litro
MÉDIA 298 0,82

junho-16 226 0,72


PRODUÇÃO META DA FAMÍLIA
julho-16 203 0,75
agosto-16 320 0,89
setembro-16 255 0,93 Atual Meta da família
outubro-16 239 0,94 Produção de leite
298 500
novembro-16 430 0,88 por dia
dezembro-16 441 0,85 Produção de leite
14,9 25
janeiro-17 376 0,75 por vaca
fevereiro-17 286 0,81 Produção por ano
15.558 27.000
março-17 327 0,80 (litros/ano/ha)
abril-17 314 0,76
maio-17 212 0,69
SALDO da FAMÍLIA
MARGEM BRUTA (SALDO QUE SOBRA)
Margem bruta anual - Leite 35.018
Margem bruta do Leite (R$/ha/ano) 5.003 Margem bruta anual - Grãos 30.686
Margem bruta de grãos (R$/ha/ano) 2.790 Outras rendas (anual) 11.244
Margem bruta total (R$/ha/ano) 3.650
Dívidas (média mensal) 325
Margem bruta* (mensal) 6.412 Saldo de caixa (mensal) 6.087
*É o que o sobra da atividade por mês (sem depreciação) *É o que o produtor sente no bolso (sem depreciação)

Figura 16. Resultados.


34 Nova Planilha de Sistematização da Produção (Nova PSP): Ferramenta...

5.12 Resultados

Apresenta os indicadores básico e outros (Figura 16). A página está


configurada para impressão em uma folha A4.

Os principais indicadores obtidos são os seguintes:

a) Uso do solo: área total;


a. área útil;
b. área com leite;
c. área com grãos;
d. área com pastagens;
e. área com silagens etc
b) Estrutura do rebanho: quantidade de animais por categoria no início e
no fim do ano;
c) Pastagens e suplementos:
a. consumo de silagem;
b. consumo de concentrado;
c. lotação animal e
d. relação concentrado/litro de leite.
d) Preço e custo:
a. custo por litro de leite;
b. preço médio vendido;
c. custo operacional efetivo (desembolso);
d. custo das pastagens e custo da silagem;
e) Produção de leite:
a. quantidade de leite entregue em cada mês;
b. produção de leite por vaca e
c. metas de produtividade da família;
f) Margens econômicas (“lucro”) e saldos:
a. margem bruta do leite;
b. margem bruta dos grãos;
c. margem bruta total;
d. outras rendas;
e. contas a pagar fixas mensais;
f. saldo de caixa mensal médio da família.
Nova Planilha de Sistematização da Produção (Nova PSP): Ferramenta... 35

5.13 Resumo

Nesta aba é possível fazer a visualização dos resultados na forma gráfica


(Figura 17).

RESUMO GRÁFICO (Nova PSP)


Produtor: Fulano de Tal Município: Ijuí/RS junho- 16 junho-17

Utilização da Área Rebanho Leiteiro


25
21
19
20
22% 15
48% 9
10 7
30% 6 55
4 43
5 11 22
0 0 00
0
s es s
ca

es
se

os
es
ão

es

es
se es e

es

es

ur

es

es
Área média com Grãos m m
as
m

To
m

m
ct

m
c 4 12
+2
la

4
Va 0-
-2

+2

-2
s

s
0-
ca

Área média com pastagens


13

13
ea ho

s
s
Va

ho
ea
s

s
m ac
ea

ho

ac
m

Área de silagem* M
m

ac
M

M
Área útil (ha) 23,5 jun/16 jun/17

Produção de leite Pastagens e Suplementos


600
500 Relação concentrado / litro
1,9
500 de leite (acima de 10 litros) *

400 Lotação animal (cabeças/ha) 6,4


Atual
298
300 Consumo de concentrado
Meta da familia 9,4
por vaca em lactação
200
Consumo de silagem por
100 vaca em lactação
12,9
14,9 25
0
Litros de leite entregues Litros de leite por vaca
por dia por dia Preço e custo (R$ por litro)
Preço por litro (R$) 0,82
PRODUÇÃO DIÁRIA DE LEITE Custo por litro (R$) 0,50

Litros / dia R$ / litro


Margem Bruta por hectare (R$/ha)
MÉDIA 298 0,82

junho-16 226 0,72 Total (R$/ha/ano) 3.650


julho-16 203 0,75
Grãos (R$/ha/ano) 2.790
agosto-16 320 0,89
setembro-16 255 0,93 Leite (R$/ha/ano) 5.003
outubro-16 239 0,94
######### 430 0,88
######### 441 0,85
janeiro-17 376 0,75 Renda da Familia
fevereiro-17 286 0,81 15%
março-17 327 0,80 Atividade Leiteira
abril-17 314 0,76
45%
maio-17 212 0,69 Agricultura (grãos)
40%
Outras rendas não agrÍcolas

Margem bruta* (mensal) R$ 6.412


É o que o sobra da atividade por mês (sem depreciação)

Figura 17. Resumo gráfico.


36 Nova Planilha de Sistematização da Produção (Nova PSP): Ferramenta...

Considerações finais

Na lógica da “Pesquisa-Desenvolvimento” os processos envolvidos são


mais importantes que os produtos. Desta forma, mesmo que a Nova
PSP seja apresentada como um instrumento valioso para qualificar a
abordagem e a análise de sistemas de produção com atividade leiteira,
ela não deve ter um fim em si mesma. Além disso, os princípios que
nortearam a sua construção podem motivar a elaboração de outras
versões da planilha ou de novas ferramentas para uso em diferentes
regiões e com outras finalidades de uso.

Espera-se que com a apropriação pelos técnicos a planilha possa ser


usada nas Unidades de Observação (UO’s) da Rede Leite e como
impacto positivo possa gerar conhecimento e feedback aos produtores.
A expectativa é que essa ferramenta seja cada vez mais útil no âmbito
de trabalho da Rede Leite, de forma que os resultados auxiliem os
agricultores a planejar melhor a sua atividade, e proporcionem um olhar
mais qualificado sobre o sistema de produção, inclusive por parte dos
pesquisadores e extensionistas.

Além de ser usada como ferramenta para gestão de unidades de


produção, servirá também para auxiliar no entendimento da realidade e
da diversidade de sistemas produtivos, contribuindo na gestão territorial
da atividade leiteira.

Esse trabalho deverá servir como subsídio para o desenvolvimento de


um novo instrumento que contemple também aspectos sociais e
ambientais, e posteriormente incorpore soluções de Tecnologia da
Informação e Comunicação (TIC) para potencializar o seu alcance,
interpretação e uso.
Nova Planilha de Sistematização da Produção (Nova PSP): Ferramenta... 37

Referências

BATALHA, M. O.; BUAINAIN, A. M. ; SOUZA FILHO, H. M. de. Tecnologia de gestão e


agricultura familiar. In: BATALHA, M. O. Gestão do agronegócio: textos selecionados. São
Carlos: EdUFSCar, 2005. p. 43-65.

BERTO, J. B.; WÜNSCH, J. A. Pesquisa-desenvolvimento na agricultura familiar. In:


SILVA, G. M. da; COSTA, P. U. N. da; MAIXNER, A. R. (Ed.). Rede Leite: pesquisa-
desenvolvimento. Brasília, DF: Embrapa, 2016. p. 39-62.

BILLAZ, R.; DUFUMIER, M. Recherche et developpement em agriculture. Paris: Presses


Universitaires de France, 1980. 190 p.

CENSO AGROPECUÁRIO. Rio de Janeiro: IBGE, v. [50], 2006. 267 p. Disponível em:
<http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/periodicos/50/agro_2006_agricultura_familiar.p
df>. Acesso em: 25 jan. 2017.d

COSTA; P. U. N. da. Planilha de sistematização da produção: ferramenta auxiliar na


compreensão da propriedade familiar. In: SILVA, G. M. da; COSTA, P. U. N. da;
MAIXNER, A. R. (Ed.). Rede Leite: pesquisa-desenvolvimento. Brasília, DF: Embrapa,
2016. p. 179-206.

IBGE. Sistema IBGE de Recuperação Automática. Pesquisa pecuária municipal 2015. [Rio
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<sidra.ibge.gov.br/pesquisa/ppm/quadros/brasil/2015>. Acesso em: 25 jan. 2017.
38 Nova Planilha de Sistematização da Produção (Nova PSP): Ferramenta...

INSTITUT NATIONAL DE LA RECHERCHE AGRONOMIQUE. Sciences pour l’Action et le


Développement. Bilan du Département. Rapport géneral: 1979-85. Paris, 1985. v. 1, 111
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RIES, J. E. Relatório socioeconômico da cadeia produtiva do leite no Rio Grande do Sul:


2017. Porto Alegre: Emater/RS-Ascar, 2017. 64 p. Disponível em:
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Acesso em: 17 jan. 2018.

TREBUL, G.; DUFUMIER, M. Repérer méthodologiques pour la recherche-developpement


en agriculture: application à I´initiative d´une operation au Sud Thailand. Lês Cahiers de
la Recherche-Developpement, Montpelier, n. 2, p. 35-43, oct. 1983.
CGPE 13871

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