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SEMANA DA JURISPRUDÊNCIA

Com Nelma Fontana e Herbert Almeida


Programação
Regras do sorteio
Súmula Vinculante 3
Registro de Aposentadoria
Com Nelma Fontana e Herbert Almeida
Cebraspe – TCE RJ / 2023
Não é necessária a observância do contraditório e da ampla defesa por ocasião da
apreciação, pelo tribunal de contas, da legalidade de ato de concessão inicial de
aposentadoria.
Fundamento
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio
do Tribunal de Contas da União, ao qual compete:
III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a
qualquer título, na administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e
mantidas pelo Poder Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em
comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas e pensões,
ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato
concessório;
Jurisprudência do STF
Súmula Vinculante 3 - Nos processos perante o Tribunal de Contas da União
asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar
anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado,
excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de
aposentadoria, reforma e pensão.
Decisões relacionadas
Os Tribunais de Contas estão sujeitos ao prazo de cinco anos para o julgamento da
legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma ou pensão, a
contar da chegada do processo à respectiva Corte de Contas, em atenção aos
princípios da segurança jurídica e da confiança legítima
[RE 636.553, j. 7/12/2020, Tema 445]

A competência técnica do Tribunal de Contas do Estado, ao negar registro de


admissão de pessoal, não se subordina à revisão pelo Poder Legislativo respectivo.
[RE 576.920, rel. min. Edson Fachin, j. 20-4-2020, P, DJE de 9-11-2020, Tema 47.]
O que é? Controle de legalidade
Tribunal de Contas
Não registra
Admissão (qualquer título) Provimento em comissão
O que registra?

Registro de atos Aposentadoria, reforma e pensão Melhoria NÃO altera o


de pessoal fundamento

(1) Ato complexo

(2) Não tem contraditório


Jurisprudência
(3) Cinco anos para julgar (a contar da chegada)

(4) Não se submete à revisão pelo Legislativo


FGV – Pref. de Paulínia / 2021
José, Auditor Fiscal Tributário do Município Alfa, por entender ter preenchido todos os requisitos
legais, deu entrada em seu pedido de aposentadoria e o órgão competente do Município, após a devida
análise, encaminhou ao Tribunal de Contas, para apreciar, para fins de registro, a legalidade do ato da
concessão inicial de aposentadoria. Ocorre que o Tribunal de Contas já está analisando o caso há seis
anos e até agora não proferiu sua decisão quanto ao registro da aposentadoria de José. No caso em
tela, de acordo com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal,
a) o controle externo exercido pelo Tribunal de Contas, caracterizado pela atividade de auditoria entre
a Corte de Contas e a Administração Pública, está sujeito aos princípios da boa-fé objetiva, da proteção
da confiança e da segurança jurídica, que se afirmam em favor do administrado, devendo ser
observado o prazo decadencial de um ano para o Tribunal de Contas apreciar o registro da
aposentadoria.
b) o controle de legalidade exercido pelo Tribunal de Contas sobre os atos de concessão inicial de
aposentadoria, para fins de registro, se dá sobre o ato já praticado pela autoridade administrativa
competente, razão pela qual a aposentadoria se qualifica como ato administrativo composto e não
complexo, não havendo que se falar em qualquer prazo para o Tribunal de Contas apreciar o registro da
aposentadoria.
FGV – Pref. de Paulínia / 2021
c) o controle de legalidade exercido pelo Tribunal de Contas sobre os atos de concessão inicial de
aposentadoria, para fins de registro, se dá sobre o ato inicialmente praticado pela autoridade
administrativa competente, razão pela qual a aposentadoria se qualifica como ato administrativo
complexo, não havendo que se falar em qualquer prazo para o Tribunal de Contas apreciar o registro da
aposentadoria.
d) em atenção aos princípios da segurança jurídica e da confiança legítima, o Tribunal de Contas está
sujeito ao prazo de cinco anos para o julgamento da legalidade do ato de concessão inicial de
aposentadoria, a contar da chegada do processo à Corte de Contas, após o qual se considerará
definitivamente registrado.
e) em atenção aos princípios da proporcionalidade e da razoabilidade, o Tribunal de Contas está sujeito
ao prazo de três anos para o julgamento da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, a
contar da chegada do processo à Corte de Contas, após o qual se considerará definitivamente
registrado.
Súmulas Vinculantes 15 e 16
Salário Mínimo
Com Nelma Fontana e Herbert Almeida
Situação hipotética
Ana é servidora público do Município Alfa. Em virtude de dificuldades financeiras, Ana
procurou ajuda na Defensoria Pública, alegando que o seu vencimento básico foi fixado
abaixo do salário mínimo, o que, segundo ela, violava o seu direito constitucional.
O Defensor encarregado constatou que Ana percebia mensalmente os seguintes valores:
VB: 1200,00
Adicional de Qualificação: 20% = 240,00
Desconto de contribuição previdenciária: 14% = 168,00
Considerando o entendimento do STF e que o salário mínimo vigente é de R$ 1.320,00,
pode-se dizer que o Município Alfa está descumprindo o direito constitucional ao salário
mínimo de sua servidora?
Direito ao salário mínimo
CF/88:
Art. 39. § 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7º, IV, VII,
VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos
diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o exigir.

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de
sua condição social:
IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas
necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer,
vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o
poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;
Direito ao salário mínimo
Súmula Vinculante 16:
Os artigos 7º, IV, e 39, § 3º (redação da EC 19/98), da Constituição, referem-se ao
total da remuneração percebida pelo servidor público.
Situação hipotética
Considere, agora, que o VB de Ana seja de R$ 1.000,00. Por isso, para chegar ao salário mínimo, o
município resolveu pagar a Ana um abono.
Os valores foram os seguintes (vamos desconsiderar a contribuição previdenciária, para facilitar os
cálculos):
VB: 1.000,00
Adicional de Qualificação: 20% = 200,00
Abono: Salário Mínimo – Remuneração = 1320 – 1200 = 120,00
Remuneração Total (após o abono) = 1320,00
Ana, contudo, alegou que o abono complementa o seu vencimento básico. Dessa forma, o adicional de
qualificação também deveria incidir sobre o abono. Assim, requisitou o pagamento de mais R$ 24,00
(20% x 120,00 = R$ 24,00). Portanto, a sua remuneração total, após o abono, seria de R$ 1344,00.
Segundo a jurisprudência do STF, o pedido de Ana deverá ser provido?
Direito ao salário mínimo
Súmula Vinculante 15:
O cálculo de gratificações e outras vantagens do servidor público não incide sobre
o abono utilizado para se atingir o salário mínimo.
FGV – TCE ES / 2023
Maria é servidora pública estadual ocupante de cargo efetivo e cumpre jornada de trabalho de vinte
horas por semana. Os vencimentos mensais atuais brutos da servidora consistem no valor total de mil
reais. Tendo em vista que sua remuneração é inferior a um salário mínimo, e esse valor recebido é
insuficiente para viver de forma digna com sua família, Maria, por meio da associação de servidores
estaduais, apresentou ao Tribunal de Contas uma representação contra o Estado em matéria
estipendial. No caso em tela, deve ser observado que o Supremo Tribunal Federal tem entendimento
no sentido de que:
a) não há que se falar em inconstitucionalidade do pagamento de vencimentos em montante inferior
ao salário mínimo ao servidor que desempenha jornada semanal de vinte horas, pois o piso salarial de
um salário mínimo se aplica a quaisquer trabalhadores com carga horária de quarenta horas por
semana;
b) é defeso o pagamento de remuneração em valor inferior ao salário mínimo ao servidor público
estatutário, mesmo que exerça jornada de trabalho reduzida, respeitado o limite mínimo de vinte horas
por semana, em razão de seu regime jurídico único, mas tal piso salarial é inaplicável aos empregados
públicos celetistas;
FGV – TCE ES / 2023
c) não há que se falar em inconstitucionalidade do pagamento de vencimentos em montante inferior
ao salário mínimo ao servidor público que desempenha jornada semanal de vinte horas, pois o piso
salarial de um salário mínimo se aplica a trabalhadores celetistas;
d) é possível o pagamento de vencimentos em montante inferior ao salário mínimo ao servidor público
que desempenha jornada semanal de vinte horas, desde que observado o piso salarial consistente na
metade do salário mínimo, tendo por parâmetro carga horária de quarenta horas por semana para
recebimento do salário mínimo;
e) é defeso o pagamento de remuneração em valor inferior ao salário mínimo ao servidor público,
mesmo que exerça jornada de trabalho reduzida, sob pena de violação a normas constitucionais e ao
valor social do trabalho, ao princípio da dignidade da pessoa humana, ao mínimo existencial e ao
postulado da vedação do retrocesso de direitos sociais.
Jornada reduzida de trabalho e SM
É defeso o pagamento de remuneração em valor inferior ao salário mínimo ao
servidor público, ainda que labore em jornada reduzida de trabalho.
[RE 964659 (Tema 900), relator Min. Dias Toffoli, Plenário, Sessão Virtual de
1.7.2022 a 5.8.2022 – Informativo 1062/2022]
Jornada reduzida de trabalho e SM
Alcança Não alcança
Servidor público civil estatutário que - Contratações temporárias
desempenhe jornada de trabalho reduzida
- Vínculos decorrentes das recentes
reformas trabalhistas

ADI 2238: o STF julgou inconstitucional “qualquer interpretação de dispositivos da Lei


Complementar nº 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal) que permita a redução de
vencimentos de servidores públicos para a adequação de despesas com pessoal”.
Direito Constitucional
1. (2023/CEBRASPE/MPE-RO/Analista em Jornalismo)
No que diz respeito à advocacia, à advocacia pública e à Defensoria Pública, assinale a
opção correta com base no entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF).
A) Advogado que for nomeado juiz eleitoral fica impedido de exercer a advocacia.
B) A ausência de defesa técnica por advogado em processos administrativos
disciplinares ofende diretamente a Constituição Federal de 1988 (CF).
C) Em se tratando de autarquia, a representação processual por procurador que
pertença ao quadro funcional da autarquia independe de instrumento de mandato.
D) Detento que for declarado incomunicável não pode ter assistência do defensor
público por meio de comunicação reservada.
E) A imunidade do advogado por seus atos e manifestações é absoluta, uma vez que é
uma garantia constitucional.
Jurisprudência
Os advogados membros da Justiça Eleitoral não estão abrangidos pela proibição
de exercício da advocacia contida no art. 28, II, da Lei nº 8.906/1994 (EOAB). (Ac.-
STF, de 6.10.1994, na ADI-MC nº 1.127)

Súmula Vinculante 5º do Supremo Tribunal Federal - A falta de defesa técnica por


advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição.
Jurisprudência
Súmula 644 - STF: Ao titular do cargo de procurador de autarquia não se exige a
apresentação de instrumento de mandato para representá-la em juízo.
Jurisprudência
(...) a inviolabilidade profissional do advogado não é absoluta (...), de modo que o
próprio Estatuto da OAB (Lei 8.906/1994) permite que a autoridade judiciária
competente, em decisão motivada, decrete a quebra da prerrogativa (art. 7º, § 6º,
da Lei 8.906/1994). A vedação constante da parte final do referido dispositivo não
se estende "a clientes do advogado averiguado que estejam sendo formalmente
investigados como seus participes ou coautores pela prática do mesmo crime que
deu causa a quebra da inviolabilidade" (art. 7º, § 7º, da Lei 8.906/1994). (Inquérito
4.074, red. do ac. min. Dias Toffoli, j. 14-8-2018, 2ª T, DJE de 17-10-2018.]
SEMANA DA JURISPRUDÊNCIA
Com Nelma Fontana e Herbert Almeida
(2023/CEBRASPE/SEFIN de Fortaleza-CE/Auditor)
Considerando o entendimento jurisprudencial do STF a respeito dos direitos e das
garantias fundamentais, julgue o item subsequente.

Uma vez que não há direitos fundamentais absolutos, revela-se constitucional


eventual condicionamento da desfiliação de associado à quitação de débito
referente a benefício obtido por intermédio da associação ou ao pagamento de
multa.
Jurisprudência

É inconstitucional o condicionamento da desfiliação de associado à quitação de


débito referente a benefício obtido por intermédio da associação ou ao pagamento
de multa.
(RE 820823/DF. Repercussão Geral – Tema 922) (Info 1070).
(2023/Cebraspe/SEFIN de Fortaleza-CE/Auditor)

Acerca da organização político-administrativa do Brasil, julgue o item a seguir.

Sem que tenha ocorrido consulta prévia, por meio de plebiscito, às populações de
municípios envolvidos, o entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) é que
não há legitimidade ativa para a execução fiscal de cobrança, por parte de um
município, de imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana (IPTU)
quanto a imóveis localizados em área acrescida de outro município.
RE n. 614.384. Tese: “A EC nº 57/08 não convalidou desmembramento
municipal realizado sem consulta plebiscitária e, nesse contexto, não
retirou o vício de ilegitimidade ativa existente nas execuções fiscais que
haviam sido propostas por município ao qual fora acrescida, sem tal
consulta, área de outro para a cobrança do IPTU quanto a imóveis nela
localizados."
MUITO OBRIGADO!!!

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