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Wéverton Junior Pereira dos Santos 0028369

Nome: R.A.:
Bacharelado em Direito 18/08/2023
Curso: Data:
Direito Processual Civil – Instrução Processual Ivan Francisco Machialli
Disciplina: Docente:
Avaliação: N1 N2 Sub Exame Nota:

Antes de iniciar a avaliação, leia atentamente as orientações abaixo:

1 - Transcreva as questões discursivas no Gabarito, sem rasuras;


2 - Não serão corrigidas respostas ilegíveis nas questões discursivas;
3 - Não serão aceitas respostas idênticas, de mais de um aluno, nas questões discursivas;
4 - Use caneta esferográfica transparente de tinta azul ou preta;
Desejo-lhes uma excelente avaliação!

Leia com muita atenção a petição inicial abaixo e, em seguida, responda às questões:

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE JÍ-PARANA,


ESTADO DE RONDÔNIA

MARCUS ANTÔNIUS DA SILVA, brasileiro, mecânico, inscrito no CPF. sob o n. 000.000.000-00, domiciliado e
residente em Ji Paraná, sito a Rua dos Passarinhos, n. 222, bairro Urupá em Ji Paraná-RO., por seu procurador
infra firmado, advogado, com escritório nesta cidade na Rua das Capivaras, nº 111 - centro, onde recebe
intimações, vem, respeitosamente, a presença de Vossa Excelência, com fundamento nos artigos 319 e
seguintes do Código de Processo Civil, propor a presente

AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS CORPORAIS E MATERIAIS PROVENIENTES DE ACIDENTE DE TRÂNSITO

em face de CAIUS SECUNDUS DE SOUZA, brasileiro, pedreiro, domiciliado e residente em Ji Paraná-RO., sito
Rua dos Santinhos, n. 3333, bairro Presidencial V – Fone 3333.3333 – CEP 70000-000, pelas razões de fato e
de direito adiante aduzidas:

I. DOS FATOS:

O autor é proprietário Do Veículo FIAT, Modelo Pálio-XTZY 1250, Ano de Fabricação 2021, Cor
Verde, Chassi 99999999CCCC37040018093, Placa NNN 8888 cuja aquisição ainda não havia sido objeto de
registro e novo licenciamento junto ao DETRAN-RO., conforme se verifica pelos (Docs. 1, 2, 3, 4, 5) em anexo.
No sábado, dia 26 de abril do ano de 2021, por volta das 13h00min, nesta cidade, o autor
transitava pela Avenida Ji-Paraná na pista sentido bairro-centro, quando ao transpor o cruzamento
semafórico da citada avenida com a Rua Dos Mineiros, foi colhido lateralmente pelo veículo da marca
CHEVROLET Modelo Celta Placa NNN 1234, que trafegava pela Rua dos Mineiros, sentido centro-bairro e,
mais adiante, ainda colheu frontalmente o veículo Volkswagen/Gol de Placa NNN 4567 conduzido por
Plutarco Ferreira, o qual aguardava na sua mão de direção, também na rua dos Mineiros sentido
bairro-centro, a abertura do citado sinal.

Importante reiterar que a Avenida Ji-Paraná é via de pista dupla e o cruzamento com a Rua dos
Mineiros é dotado de sinalização vertical e semafórica.

As diversas testemunhas que presenciaram o fato foram unânimes em citar que o condutor do
“Celta” conduzia seu veículo na Rua dos Mineiros sentido centro-bairro não observou o sinal vermelho ao
cruzar a Av. Ji-Paraná vindo a colidir lateralmente com o veículo do autor, projetando-o à vários metros para
fora da via de tráfego, ato contínuo o veículo do infrator prosseguiu acelerando e ainda colidiu frontalmente
com um veículo Gol já no outro lado do cruzamento com violência de tal forma, que deslocou esse veículo
para trás por mais de cinco metros, onde permaneceu inerte.

Vale o registro que a autoridade policial que atendeu a ocorrência, momentos após os fatos,
detectou sinais de embriaguez no requerido, cujo teste de etilômetro ali realizado resultou positivo.

Tudo restou relatado na ocorrência policial n. 000000000 e no laudo de perícia técnica da


autoridade que compareceu ao local.

É imperioso ainda destacar que o condutor do veículo do requerido contrariou regra de trânsito
elementar, eis que, ao transpor o cruzamento de vias urbanas com sinalização vertical e semáforo e, não
adotou as cautelas mais elementares transpondo o cruzamento em sinal vermelho, em velocidade
incompatível com o local, dando causa ao sinistro com danos materiais de alta monta, fatos estes que
restarão bem comprovados nesta exordial através da documentação em anexa, as conclusões do laudo
pericial in loco, o teor da ocorrência policial e, da análise do vídeo que captou as imagens do acidente.

Verificando o vídeo acostado à inicial (DOC. 06), podemos claramente constatar que no instante
do acidente, o requerente (V-1) transitando pela Av. Ji Paraná sentido Bairro Centro, adentrou no citado
cruzamento com a Rua dos Mineiros seguindo a corrente de trafego que lhe era favorável autorizada pelo
sinal verde, portanto, com a preferência de passagem nessa condição de tráfego, quando foi colhido
lateralmente pelo (V-2) e após o impacto, ainda seguiu em frente e colidiu frontalmente já na contra mão
com o V-3 que aguardava a abertura do sinal na posição correta.

A dinâmica do sinistro colhida pelas câmeras daquela via em tempo real, confirmam a narrativa
documentada na ocorrência policial e no laudo da polícia técnica (DOC. 05).

Mais que isso, o Sr. Perito Oficial, após detida análise do resultado dos exames elaborados com
base nos dados colhidos in loco no sitio da colisão, categoricamente, concluiu que a causa determinante do
acidente de tráfego em estudo FOI O COMPORTAMENTO POR PARTE DO CONDUTOR DO V2 que, não
atentando ao tráfego prioritário sinalizado por semáforo adentrou o cruzamento ortogonal entre as vias
em momento inoportuno, com infringência das normas de circulação, conforme exposto no subitem 5.5,
INTERCEPTANDO A TRAJETÓRIA RETILÍNEA E PRIORITÁRIA DO V2(FIAT) E AINDA COLINDO COM O V3
VW/GOL (DOC. 07).

Frise-se que o autor, ante a iminência da colisão, ainda tentou evitar o impacto, promovendo
manobra de desvio à direita e frenagem, porém, sem sucesso, fato que fica bem evidenciado nas imagens do
sinistro colhidas em tempo real. (DOC. 6).

Todos os registros comprovam que o condutor do V-2 não adotou as cautelas devidas ao adentrar
em cruzamento de vias urbanas sinalizado por semáforo e placas verticais, inobservando a regra elementar.

Como consequência do evento acidentário, o veículo do requerente sofreu danos de tal monta e
extensão que deram causa ao seu perdimento total, como atesta o orçamento da concessionária autorizada
que totalizou em 28.04.2023 a importância de R$ 126.591,28 (duzentos e vinte e seis mil, quinhentos e
noventa e um reais e vinte e oito centavos). (DOC. 7).

Afora os danos materiais de elevada monta, o autor sofreu as lesões corporais descritas na peça
de Laudo de Exame de Corpo de Delito. (DOC. 8).

Lamentavelmente, o autor ainda não havia efetivado o contrato de seguro do veículo, já que havia
adquirido no dia 20.04.2021, há poucos dias antes do sinistro.

Já se passaram mais de dois (02) meses do evento fatídico, porém, nenhuma solução amigável se
mostrou viável até o presente momento.

Em suma, não restou alternativa ao autor, senão buscar uma tutela jurisdicional que assegure a
pronta e total reparação de todos os danos decorrentes do sinistro.

II. DO DIREITO

É dever de todo e qualquer condutor de veículo, segundo o artigo 28 do Código de Trânsito


Brasileiro:

“Art. 28. O condutor deverá, a todo momento, ter domínio de seu veículo,
dirigindo-o com atenção e cuidados indispensáveis à segurança do trânsito”.

Art. 29. O trânsito de veículos nas vias terrestres abertas à circulação obedecerá às
seguintes normas:

I - a circulação far-se-á pelo lado direito da via, admitindo-se as exceções


devidamente sinalizadas;

Equivale dizer, Excelência, que todo aquele que se encontra apto a conduzir um veículo deve
atentar-se às regras básicas do trânsito, bem como, agir com a devida cautela.

O dever de cautela do motorista certamente que impediria a ocorrência da maioria esmagadora


dos acidentes e, minimiza os efeitos de muitos outros eventos sinistros.
Com efeito, deve o condutor certificar-se sempre do seguinte; (i) se a manobra que deseja
realizar é possível; (ii) se esta obedecendo a sinalização existente no local; (iii) se, esta se portando dentro
das regras de trânsito aplicáveis a situação concreta; (iv) se a manobra que esta efetuando não oferecerá
perigo aos demais usuários das vias. Neste sentido, determina o artigo 44 do Código de Trânsito Brasileiro
que:

“Art. 44. Ao aproximar-se de qualquer tipo de cruzamento, o condutor do veículo


deve demonstrar prudência especial, transitando em velocidade moderada, de
forma que possa deter seu veículo com segurança para dar passagem a pedestre e a
veículos que tenham o direito de preferência”.

Conforme mencionado alhures, o condutor do veículo do requerido transitava em via urbana não
sinalizada, devendo velar pela sua segurança e de terceiros, quando inicia a transposição de um cruzamento,
notadamente, respeitando a preferência dos veículos que vem pela sua direita, o que infelizmente não
ocorreu.

A culpa do condutor do veículo dos requeridos é irrefutável, até porque, contraria preceitos
básicos do Código de Trânsito, decorrendo dali o dever de indenizar.

A obrigação de reparar e indenizar, segundo a legislação pátria, recai sobre aquele que por ato
ilícito causar danos a outrem e, estende essa responsabilidade para o empregador, por atos dos seus
empregados e prepostos, trata-se da combinação dos dispositivos dos arts. 186, 927 e 944, do Código Civil,
senão vejamos:

“Art. 186: Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou


imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente
moral, comete ato ilícito.”

“Art. 927: Aquele que, por ato ilícito, causar dano a outrem, fica obrigado a
repará-lo”

“Art. 944. A indenização mede-se pela extensão dos danos:”

A manobra imprudente do condutor do V-2, segundo o laudo pericial, foi a causa eficiente e
determinante para a ocorrência da colisão, estando materializado o cometimento do ato ilícito civil de que
trata o art. 186 do CC., retro transcrito, impondo-se, assim a obrigação legal de reparação (art. 927 CC)
observando toda a extensão dos danos (art. 944 CC).

Observa-se, através do artigo transcrito acima, que o requerido deveria ter parado, respeitando a
sinalização presente no local.

Resta, portanto, dimensionar os danos causados ao requerente por conta do malsinado acidente,
pelos quais o requerido tem o dever legal de indenizá-lo. Vejamos:

III. a) DOS DANOS MATERIAIS

Uma vez evidenciada a responsabilidade civil do requerido pelo acidente ocasionado, deve o
requerente ser reparado pelos danos materiais decorrentes do mesmo, vez que necessita recompor seu
patrimônio.

Aliás, como já dito, todas as maneiras possíveis para a recomposição amigável foram percorridas.

Conforme exposto, o veículo do requerente sofreu muitos danos, tornando-se inviável a


reparação destes, posto que superam o valor total do veículo, conforme referência disponibilizada pela
FIPE (DOC. 3). Assim, patente à conclusão que o requerente deverá ser ressarcido pelo valor total do
veículo, qual seja, R$ 128.273,00 (cento e vinte e oito mil duzentos e setenta e três reais).

Sendo assim, fica desde já expressamente requerida a reparação pelos danos materiais do preço
total do veículo, o qual alcança o importe de R$ 128.273,00 (cento e vinte e oito mil duzentos e setenta e três
reais).

b) DOS LUCROS CESSANTES

O requerente é uma pessoa que explora a atividade de comercialização de produtos, dependendo


plenamente de suas vendas. Com a ocorrência do indesejado acidente, o requerente não pode pessoalmente
laborar adequadamente eis não poderia contar com seu meio de locomoção até seus clientes que são
predominantemente de pequenos comércios de outras localidades distantes de Ji-Paraná até 200Km, o que
resultou na paralisação da maior parte das vendas e perda significativa de suas receitas.

Assim, para que a reparação seja completa, mister se faz que abranja também os lucros cessantes,
uma vez que entre a data do acidente (27 de abril de 2021) e o retorno do autor às suas atividades com a
aquisição de outro veículo usado (doc. anexo) transcorreram 90 dias, e como afirmado este deixou de efetivar
vendas de mercadorias, causando notável queda no volume de seu faturamento.

Analisando os demonstrativos de vendas (DOC. V), podemos verificar que o autor mantinha um
volume de venda liquido médio mensal dos últimos seis meses de R$ 242.000,00 (duzentos e quarenta e dois
mil reais), sendo que nos meses afastados – por conta do acidente – vendeu apenas os produtos em que já
havia programado faturamento (docs. anexos) e alguns outros produtos pela via do contato telefônico e
e-mails (docs. anexos) totalizando a média mensal de R$ 72.000,00 (setenta e dois mil) reais, caindo
drasticamente o volume de vendas, causando por consequência lógica, prejuízos financeiros a requerente.

Cabe registrar que o volume de vendas foi claramente atípico. Assim, considerando o tempo de
afastamento (90 dias), podemos concluir que o requerente deixou de vender um volume de
aproximadamente R$ 510.000,00 (quinhentos e dez mil reais), que lhe renderia R$ 102.000,00 (cento e dois
mil) reais, já que auferia de 20% de comissão sobre vendas conforme comprovantes em anexo.

Neste esteio, fica desde já expressamente requerida a reparação pelos lucros cessantes, o qual
alcança o importe de R$ 102.000,00 (cento e dois mil reais), haja vista a diminuição do volume de vendas.

IV. DOS PEDIDOS

Ante todo o exposto, requer a citação do requerido, via postal, para, querendo, apresentar
contestação no prazo e forma da lei, sob pena de revelia, e ao final, sejam julgados totalmente procedentes
os pedidos ora formulados para que seja condenado no pagamento de indenização pelos danos materiais de
R$ 128.273,00 (cento e vinte e oito mil duzentos e setenta e três reais) e lucros cessantes de R$ 102.000,00
(cento e dois mil reais), causados ao requerente, corrigido monetariamente, acrescido de juros de mora
contados da data dos fatos e honorários advocatícios, custas processuais e demais cominações legais.

Além das provas documentais já apresentadas – fotos e mídia digital contendo imagens do
acidente, o Requerente produzirá prova testemunhal, cujo rol vem abaixo para as devidas intimações das
testemunhas, requer ainda, a produção de demais provas complementares visando a formação de firme
convicção jurisdicional.
ROL DE TESTEMUNHAS:

1 - Nome: Fulvio Silva


RG: 77777777
Rua: Tuiuiu, n.º 444, Bairro Riachuelo
Cidade: Ji-Paraná/RO

2 - Nome: Graco Diaz


RG: 111222
Rua: Manoel Franco, nº 0000, Bairro Nova Brasília
Cidade: Ji-Paraná/RO

Dá-se a causa o valor de R$ 102.000,00 (cento e dois mil reais).


Nesses termos,
Pede deferimento.
Ji-Paraná/RO, 01 de agosto de 2021.
________________
Lucius Primus
OAB/RO Nº 35.896

Questão 01. Partindo das premissas que você é o (a) juiz (a) desta ação e o requerido Caius Secundus de
Souza é revel, quais as providências preliminares que você adotaria antes do saneamento e organização do
processo? Cite a fundamentação legal de cada uma das soluções apresentadas. (Valor: XX pontos)

RESPOSTA: Como juiz, baseado no art. 349 do CPC, se houver necessidade eu pediria a produção de provas,
contrapostas às alegações do autor, e caso não haja provas, mediante art. 355 do CPC, faria o julgamento
antecipado, proferindo sentença com resolução do mérito, pois o réu é revel e não houve provas para
contradizer o autor.

Questão 02. Considerando os termos da petição inicial e considerando que estamos na fase das providências
preliminares, conforme disposto na Questão 1, pode o demandado ir em Juízo e fazer requerimentos?
Justifique com os fundamentos legais e, em caso positivo, especifique o(s) requerimento(s). (Valor: XX
pontos)

RESPOSTA: Pode ir a juízo e fazer requerimentos sim. Com base no art. 346, parágrafo único, o revel poderá
intervir no processo em qualquer fase. Mesmo que o réu seja revel, ele ainda tem o direito de se manifestar e
participar do processo, dentro das limitações estabelecidas pela lei. Dentre esses requeimentos, o réu pode
solicitar um defensor dativo, e com base no art. 336 do CPC, o réu pode impugnar as alegações e os pedidos
feitos pelo autor, apresentando argumentos contrários. O réu pode requerer a produção de provas que
considere necessárias para sua defesa, como depoimentos de testemunhas ou documentos relevantes.

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