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À GADU

Grande Oriente do Paraná


ARBLSCuritiba n° 59 – Or de Curitiba/PR

Companheiro maçom
Colaboração do Ir Edgard Helvig Junior

Chama-se companheiro o maçom que chegou ao 2º grau do simbolismo de qualquer Rito.


Enquanto a tarefa do aprendiz consiste em desbastar a pedra bruta, cabe ao companheiro a de polir a pedra
desbastada, levando-a à perfeição. Corresponde ao companheiro o período iluminativo, sucedendo ao período purgativo.
O objetivo do companheiro é de saber semear a dúvida em sua mente, não admitindo senão aquilo que possa ser
provado e que satisfaça a sua razão. O companheiro deve deixar-se guiar pelo valor, pela energia e pela inteligência, as
três forças que podem salvá-lo da ignorância, do fanatismo e da superstição, fazendo-lhe abandonar o ilusório pela
realidade.
Os trabalhos no grau de companheiro também têm por objetivo fazer conhecer aos novos iniciados todas as
faculdades de que estão dotados e os melhores meios para a sua utilização completa, tanto do ponto de vista intelectual
como físico.
Visa o segundo grau, como filosofia, a orientação da juventude, ao bem-estar humano, através de um honrado
trabalho, sem descuidar da ciência e da virtude. A maçonaria cultiva a virtude, extraindo de dentro do iniciado, as
necessárias para o desenvolvimento da vida. Devemos considerar que o aprendiz, dentro da instituição maçônica, equivale
a uma criança que cuidada, instruída e protegida, cresce em todos os sentidos, inclusive em idade; a sua juventude, fará
com que passe para o segundo grau, o de companheiro.
Temos, portanto, no maçom, as três idades: infância, juventude e maturidade; a maturidade diz respeito ao
mestrado. Formar a personalidade retirando as virtudes de dentro e orientando para a vida, eis no que consiste o
companheirismo.
O trabalho consiste no esforço, no comportamento, na dedicação, ficando na dependência da orientação; porém as
condições para que o trabalho apareça como concretização do esforço por autodeterminação. A loja apenas apontará o
que deve ser feito e como deve ser feito; o fazer é esforço individual.
Por ciência, entendemos o conhecimento filosófico, ou seja, instruir o intelecto, visando o burilamento das pedras
que serão usadas para a construção do templo interior de cada maçom. Nos últimos instantes do companheirismo, o
companheiro atingirá a sua virilidade, capacitado a viver, primeiramente, dentro de sua comunidade fraternal, e após,
dentro da sociedade civil.
Abraçar as ciências humanas, constitui o caminho seguro em direção ao aperfeiçoamento.
O Aprendiz esforça-se para alcançar o companheirismo e lá chegado, o seu objetivo, obviamente, será o mestrado.
Inicialmente, quando não havia uma maçonaria organizada, e as escalas diziam respeito, exclusivamente, ao preparo do
artesão, o estágio no aprendizado era de três anos e o de companheirismo, de cinco anos.
Esse acréscimo de dois anos justificava-se, porque para atingir o mestrado, o artesão necessitava conhecer com
perfeição o manuseio dos instrumentos que lhe foram entregues. O interessante é que entre o mestrado e uma próxima
etapa, deveria haver um período estabelecido; qual seria essa próxima etapa: a de um arquiteto ou a de um artífice?
Sabemos que Hiram Abif, o artífice de Tiro, desempenhou um papel muito amplo, o de acabamento das partes
interiores do templo, em suma, o seu embelezamento. Portanto os seguidores desse artífice passaram a dedicar-se a parte
interior do templo humano. Para que o grande templo fosse concluído e consagrado numa festa inimitada até hoje, pela
sua grandiosidade, houve um período de transição.
A arte de construir correspondia à parte de alvenaria; os maçons da idade média dedicaram-se a construir o que
era de pedra e cal, deixando a parte interna de ornamentação para mãos mais habilidosas.
Esse trabalho silencioso, minucioso, significa mais a parte espiritual que a material.
O companheiro não pode andar só, caso contrário não haveria razão para o seu nome. Ele acompanha ou é
acompanhado? Sua atuação dentro da Loja é de passividade ou de atividade? Sabemos que os Aprendizes obedecem,
escutam e aprendem; ao passo que os companheiros, executam tudo aquilo que foi obedecido, que escutaram e que
aprenderam. Cabe ao companheiro buscar a companhia, assimilando-se aos aprendizes, e chegando muito perto dos
mestres.
À GADU
Grande Oriente do Paraná
ARBLSCuritiba n° 59 – Or de Curitiba/PR
Não podem distanciar-se dos Aprendizes, porque eles já foram aprendizes e agora lhes servem de exemplo. Não
podem infiltrar-se entre os mestres porque ainda não chegaram lá. Encontram-se, portanto, numa posição de transição,
que significa transpor alguma coisa. As suas funções dentro da loja estão limitadas, tanto como sucede com os aprendizes.
Se faz necessário embelezar o templo interno, dando sua indispensável participação. A transição se constitui numa postura
adequada, dedicando-se ao trabalho em todas as áreas.
Transpondo o que antes constituía empecilho, surge a libertação total para o burilamento das pedras que encontra
no seu caminho, não apenas a sua própria e antiga pedra bruta, mas a do seu próximo. É preciso que os companheiros se
conscientizem de seu papel muito importante dentro do grupo. A passagem do aprendiz para mestre ocupa um período de
grandes cuidados, abnegação e a paciência própria dos artistas que se empenham em apresentar a sua obra, com a máxima
perfeição.
Esse período de transição envolve a função do artífice executando o trabalho dentro de si próprio, selecionando
materiais, procedendo a limpeza, ordenando, colocando cada coisa no seu devido lugar, dando destino certo a tudo. E é
no segundo grau que se desenvolve a intuição.
O Companheiro deve, a partir de agora, buscar o conhecimento, em seu próprio coração

BIBLIOGRAFIA:

DA CAMINO, Rizzardo. O Companheirismo Maçônico, São Paulo. 2001.

TEIXEIRA, Antônio Fernandes; CAMPOS, Francisco Carlos. Compêndio Maçônico. Campo Grande

TEIXEIRA, Antônio Fernandes; CAMPOS, Francisco Carlos. Enciclopédia Maçônica Simbólica e Filosófica. Campo
Grande.

Ir Edgard Helvig Junior


Or de Curitiba, 27 de novembro de 2018 da EV.

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