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Biografia

Hoje vou falar vos sobre 2 poemas de Sophia de Mello Breyner. Sophia de Mello Breyner
Andresen foi uma importante poetisa e escritora portuguesa do seculo 20, com descendência
dinamarquesa e belga. Nasceu em 6 de novembro de 1919, no Porto, onde passou a sua
infância.

Estudou Filologia Clássica na Universidade de Lisboa, onde entrou em contato com a poesia e
a cultura greco-latina, que deixaram marcas profundas na sua escrita.

A carreira literária de Sophia começou na década de 1940, com a publicação de seu primeiro
livro de poemas, "Poesia". Ao longo da sua vida, ela publicou várias coleções de poesia.

Além de sua obra poética, Sophia também escreveu contos infantis, ensaios e peças de
teatro. Alguns contos infantis são "A Menina do Mar" e "A Fada Oriana", que são conhecidos pela
sua capacidade de transmitir valores éticos e morais às crianças.

Ao longo de sua carreira, Sophia recebeu vários prêmios literários, incluindo o Prêmio
Camões, o mais prestigioso prêmio literário da língua portuguesa, em 1999.

Sophia de Mello Breyner Andresen faleceu em 2 de julho de 2004, deixando um legado


duradouro na literatura portuguesa.

Dez anos depois, em 2014, foram-lhe concedidas honras de Estado e os seus restos mortais
foram trasladados para o Panteão Nacional.

A sua poesia é caracterizada por uma linguagem lírica e simbólica, abordando temas como a
natureza, a liberdade, o amor e a condição humana.
Quando
É composto por três estrofes, com rima emparelhada interpolada e cruzada e com métrica
irregular.

Em primeiro lugar percebemos que o sujeito poético integra os quatro elementos primordiais,
ou seja, a terra («jardim», «pomar», «floresta»), o ar («céu»), a água («mar»), o fogo («poentes»).

No primeiro verso encontramos uma metáfora que compara a morte e a decomposição do


corpo com a passagem do tempo.

o segundo verso, faz a oposição do verbo apodrecer, com imagens positivas do jardim, do céu
e do mar, que simbolizam a eternidade da natureza, em contraste com a efemeridade da vida
humana. neste verso e no próximo encontramos uma personificação.

Na terceira estrofe ela apresenta diferentes situações ou estados que ocorrem ao longo da
vida, expressando a efemeridade e a transitoriedade dessas experiências. Retratando assim, a
juventude, a maturidade e a velhice como estágios transitórios que desaparecem diante do
avanço implacável do tempo, dando nos uma secação de nostalgia.

A autora também destaca a dualidade do tempo, apresentando tanto aspetos positivos quanto
negativos. Por um lado, o tempo é retratado como um agente de perda e separação, levando
embora as coisas preciosas da vida. Por outro lado, o tempo também é descrito como uma fonte
de sabedoria e aprendizagem permitindo que os indivíduos cresçam e se transformem.

O último verso «Como se eu não estivesse morta» cria uma estrutura circular, ao retomar, do
primeiro verso, o tema (a morte do «eu») e a última palavra («morta»).

No geral, "Quando" é ela convida os leitores a refletirem sobre a fugacidade da vida e a


importância de valorizar cada momento presente.
“Porque”
Este poema é composto por 4 estrofes sendo a primeira uma quadra e as restantes tercetos,
tendo a métrica irregular de 10 a 12 silabas e com rimas cruzadas e emparelhadas e alguns
versos soltos.

Esta inserido numa das linhas temáticas da poesia de Sophia de Mello Breyner onde denuncia
as injustiças e desigualdades socias.

O título reforça através da anáfora a ideia desenvolvida ao longo do poema, justificando o que
o sp acha incorreto na sociedade.

Este poema pode funcionar como uma declaração de amor ao marido de Sophia que era
jornalista e não tinha medo de expressar a sua opinião e sendo que foi na altura de salazar o
mesmo foi preso. Deste modo, verifica-se uma atitude muito contrastante em relação aos outros e
à pessoa amada, nomeadamente através da conjunção adversativa, “mas”.

Na primeira estrofe o sujeito poético denuncia o fingimento dos outros a partir da máscara.
enquanto este tu não finge, não se mascara, e vai ao encontro da verdade. Os outros são
hipócritas e corruptos, usam a virtude para esconder o pecado. No último verso temos a oposição
da cobardia dos outros e a coragem do tu.

Na segunda estrofe é reforçada a ideia da hipocrisia, uma vez que os túmulos caiados é uma
metáfora que representa a falsidade e a hipocrisia das pessoas que escondem a corrupção e a
decadência por trás de uma aparência bonita e limpa, contrastando com o tu que demostra
sinceridade, confrontando as pessoas com a verdade sem medo de ser repreendido (tal como fez
o marido de Sophia acabando por ser preso)

Na terceira estrofe o sujeito poético refere-se ao oportunismo e ao calculismo dos outros em


contraste com a generosidade do tu.

E por fim no último terceto o eu lírico refere outra vez o medo dos outros e a cobardia e a
coragem e ousadia do tu.

Assim este poema convida-nos a refletir sobre a importância da autenticidade, coragem e


resistência num mundo marcado pela hipocrisia, medo e silêncio. Através de uma série de
contrastes entre o eu lírico e "os outros", a poetisa critica as máscaras sociais e a falsidade
presente na sociedade.
Intertextualidade
O primeiro poema quando pode ser relacionado com a poesia de ricardo reis, devido ao facto
de ambos tratarem do tema da efemeridade da vida, o sentido unilateral da mesma e o facto de
valorizar o momento presente. Também podemos relacionar com o conto George devidos aos
mesmos motivos que referi anteriormente.

Já o segundo poema “Porque” pode ser relacionado com o sentimento dum ocidental já que
os dois criticam a sociedade onde se encontram.

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