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Relatório 7 Inorgânica (3) - 1
Relatório 7 Inorgânica (3) - 1
Rio de Janeiro
2023
1. INTRODUÇÃO
Os vidros podem ser formados através de diversos processos, tais como:
a deposição química a vapor, pirólise, irradiação de nêutrons e processo sol-gel,
entre outros. Um exemplo é o vidro silicato de sódio, que pode ser obtido por
meio da evaporação de uma solução aquosa de silicato de sódio (conhecido
como "vidro líquido"), seguida de tratamento térmico para remover a água
residual. Uma definição mais completa a respeito do vidro foi proposta por Shelby
em 1997. Segundo ele, um vidro é um sólido amorfo que não possui ordem a
longo alcance e periodicidade, exibindo uma região de transição vítrea, ou seja,
apresenta uma região corresponde à faixa de temperatura em que ocorre a
passagem do estado vítreo para um estado "maleável", sem que haja uma
mudança estrutural. Assim, qualquer material, seja inorgânico, orgânico ou
metálico, formado por qualquer técnica, que apresente um fenômeno de
transição vítrea é considerado um vidro [1].
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estudo desses complexos formados, nos quais um átomo metálico assume uma
forma iônica (ácido de Lewis), agindo como receptor dos elétrons doados pelo
ligante, e está rodeado por um conjunto de ligantes (bases de Lewis), agindo
como a átomo doador de elétrons, sendo o ligante um íon ou molécula que pode
existir de forma independente. O termo "composto de coordenação" é utilizado
para descrever um complexo neutro ou um composto iônico no qual pelo menos
um dos íons envolvidos é um complexo.
2. OBJETIVOS
A prática teve como objetivo principal preparar vidro de fosfato de sódio e
analisar as propriedades resultantes da presença de íons dopantes, com o intuito
de compreender as propriedades das amostras preparadas. Além disso,
pretendeu-se investigar experimentalmente a variação da cor dos compostos de
coordenação em relação ao número de ligantes coordenados ao metal.
3. RESULTADOS e DISCUSSÕES
1. Obtenção de vidros de Metais de Transição
Após secar completamente os cadinhos de porcelana, pesou-se 2,60 g de
Na2CO3 e 5,70g de (NH4)2HPO4, ou de NH4H2PO4, ou de NaH2PO4 e, com auxílio
de um almofariz misturou-se muito bem os dois reagentes utilizados pelo grupo.
Logo em seguida, cada grupo adicionou um metal de transição a mistura e ela
foi colocada em um cadinho. O conjunto foi levado à mufla, que estava
inicialmente à 800ºC, mas precisou ser levada até 1000°C para a formação do
vidro do grupo 1, que usou um reagente diferente dos demais grupos.
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É importante ressaltar que os metais utilizados foram: Co 2+, Eu3+, Ni2+,
Cu2+ e Mn2+. Cada um dos cinco grupos que compõe a turma de inorgânica
experimental utilizou um metal diferente para dopar o vidro, bem como reagentes
diferentes para formar o vidro de fosfato de sódio (Na 3PO4):
- Grupo 1:
Em seguida, o gás carbônico (CO2), a água (H2O) e o gás cloro (Cl2) - que
é liberado quando os íons cobalto II (Co 2+)
migram para o vidro, dopando-o - evaporam na
mufla e, no cadinho, sobra apenas o vidro de
fosfato de sódio dopado com os íons Co 2+.
Esse vidro possuiu coloração azul escuro,
conforme pode ser visto na figura 1.1 ao lado.
Figura 1.1: Vidro de Na3PO4 dopado com íons Co2+.
- Grupo 2:
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fosfato de sódio dopado com os íons Eu 3+. Esse
vidro ficou incolor e, ao entrar em contato com a luz
negra, ficou clara a propriedade luminescente do
európio, conforme pode ser visto na figura 1.2 ao
lado.
- Grupo 3:
- Grupo 4:
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3Na2O(s) + P2O5(s) → 2Na3PO4(s)
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simplesmente de alta concentração de defeitos estruturais. Sabendo disso,
pode-se afirmar que, como foi visto experimentalmente, ao dopar o vidro de
fosfato de sódio com diferentes íons, ele adquiriu diferentes cores, ou seja, uma
propriedade química diferente da inicial, devido aos íons dopantes.
Figura 1.6: Tabela mostrando a luz visível e as cores complementares. Fonte: MIESSLER, G.; FISCHER, P. J.; TARR, D.
A. Química Inorgânica. 5ª ed. São Paulo: Pearson Education, 2014.
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na excitação de elétrons de estados de baixa energia para estados de energia
mais alta, que por sua vez variam de metal para metal, e conferindo a eles e,
portanto, ao vidro dopado por eles, colorações diferentes, que são as
complementares médias da luz absorvida.
Após ser preparada previamente 200 mL de uma solução aquosa 0,2 mol
L-1 de cloreto de níquel (NiCl2.6H2O), bem como 1 L de uma solução aquosa 0,2
mol L-1 de etilenodiamina pelos técnicos do laboratório, 5 mL da solução de
cloreto de níquel (NiCl2.6H2O), foram adicionados a três béqueres de 50 mL
cada. Em seguida, no primeiro béquer foi acrescentado 5 mL da solução de
etilenodiamina, no segundo 10 mL e no terceiro 15 mL da mesma solução, ou
seja, teve-se uma relação de 1:1, 1:2 e 1:3 de NiCl2.6H2O:etilenodiamina.
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A etilenodiamina é um ligante bidentado (ou agente quelante) e se liga
através de mais de um átomo doador por ligante. Os agentes quelantes têm
como finalidade a formação de quelatos, ou seja, formar complexos
hidrossolúveis, onde íon metálico é envolvido por ligações covalentes do agente
quelante.
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orbitais d degenerados dividem-se em três orbitais t2g degenerados de baixa
energia e dois orbitais degenerados de alta energia, como mostra a figura abaixo:
I- < Br- < Cl- < SCN- < F- < OH- < ox2- < ONO- < H2O < NCS- < EDTA4- < NH3<
en < NO2- < CN-
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radiação eletromagnética que o complexo absorve. Se essa energia estiver na
região visível o complexo geralmente tem uma cor. Ligantes de campo fraco
causam pequenas divisões e os complexos absorvem luz de baixa energia
(vermelha) que aparece na cor verde. Ligantes de campo forte absorvem luz de
alta energia (ou seja, azul-violeta) e aparecem na cor vermelho-amarelo.
Complexos com ligantes que estão entre fortes e fracos na série
espectroquímica, como a amônia, podem adotar uma geometria de campo fraco
ou forte[4].
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No quarto béquer, foi observada a coloração roxa, devido a presença de
uma quantidade ainda maior de etilenodiamina, dessa forma todas as moléculas
de H2O foram substituídas, tendo a fórmula molécula [Ni(en)3]2+ de nomenclatura
tris(etilenodiamina)níquel (II). Foram adicionadas a essa última solução 18 gotas
de HCl para obter-se a coloração original.
Por fim, ao adicionar ácido clorídrico (HCl), a água volta a ser a base mais
forte, pois a etilenodiamina protona o NH2 (pertencentes a etilenodiamina,
conforme pode ser visto na figura 2.7 abaixo), voltando, assim, ao complexo do
primeiro béquer e retornando à coloração original. Os diferentes béqueres
precisaram de diferentes quantidades de HCl, pois quanto mais etilenodiamina,
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pois quanto mais etilenodiamina, mais HCl é necessário para reagir com essa
quantidade maior de etilodiamina.
4. CONCLUSÕES
Portanto, notou-se que os íons dopantes escolhidos para reagirem na
formação dos vidros são metais de transição, ou seja, cátions metálicos. Eles
foram selecionados por causa de suas propriedades ópticas únicas. A exemplo
do níquel que pode oferecer ao vidro um conjunto de cores que vão do amarelo
ao verde escuro, sendo a cor amarelada obtida no experimento. Várias bandas
de absorção visíveis e no infravermelho próximo das regiões das do estado
bivalente os tornam viáveis para uso desse tipo. Além disso, os diferentes
estados de oxidação dos metais, também, afetam a cor dos vidros. Outrossim,
na análise de como o ligante afeta um complexo e afinidade dele por diferente
ligantes observou-se mudança de cor do cloreto de níquel após entrar em
contato com o etilenodiamina, visto que é energeticamente mais favorável ligar-
-se a etilenodiamina que a água.
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das soluções ao adicionar HCl, que faz com que a água volte a ser a base mais
forte, revertendo o processo inicial.
5. REFERÊNCIAS
[1] ZANOTTO, E.D. Vidros: arte, ciência e tecnologia de 4000 A.C. a 2000 D.C.
Engenharia de Materiais, v.1, 1989.
[2] MIESSLER, G.; FISCHER, P. J.; TARR, D. A. Química Inorgânica. 5ª ed. São
Paulo: Pearson Education, 2014.
[3] Brown, T. L.; Bursten, B. E.; LeMay H. E.; Burdge, J. R.; Química: a ciência
central. Editora Pearson Education do Brasil. São Paulo, 2016.
[4] Coordination Compounds - What are t2g and eg in CFT? Chemistry Stack
Exchang. 2021. Disponível em:
https://chemistry.stackexchange.com/questions/17284/what-are-t2g-and-eg-in-
cft. Acesso em: 18 de jun de 2023.
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