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Relatório 8 Inorgânica - Estudo Dos Compostos de Coordenação de Ferro, Cobalto e Cobre
Relatório 8 Inorgânica - Estudo Dos Compostos de Coordenação de Ferro, Cobalto e Cobre
Relatório 8 Inorgânica - Estudo Dos Compostos de Coordenação de Ferro, Cobalto e Cobre
Rio de Janeiro
2023
1. INTRODUÇÃO
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no mínimo um orbital vazio de energia adequada para formar a ligação. Essa
teoria permite prever os orbitais utilizados para formar a ligação. Porém, ela não
explica os espectros de transições eletrônicas[1].
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e, como complementar, provavelmente, um maior comprimento de onda
emitido[1].
Por fim, fatores como íons pequenos de carga elevada e com orbitais
vazios de energia adequada, a obtenção de uma configuração de gás nobre
baseada na regra do número atômico efetivo e formação de complexos
simétricos com elevada energia de estabilização do campo cristalino (EECC)
favorecem a formação dos complexos. Também, ligantes de grupos quelatos
formam uma estrutura cíclica em torno do átomo central, porque há mais de um
ponto de coordenação ligando o ligante ao metal. Isso confere mais estabilidade
ao complexo do que um ligante monodentado poderia conferir [1].
2. OBJETIVOS
3. RESULTADOS e DISCUSSÕES
1) Complexos de Ferro
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É importante ressaltar que o Fe(III) reage com o tiocianato para dar uma
série de compostos intensamente coloridos, enquanto o Fe(II) não reage. Uma
vez que Fe2+ não forma complexo colorido com tiocianato, ele foi oxidado nesse
tubo antes de, de fato reagir. dependendo da concentração do tiocianato pode
ser obtida uma série de complexos, estes são vermelhos e podem ser
formulados como [Fe(SCN)n]3-n, em que n= 1,2,3,4,5 ou 6. Em baixas
concentrações do íon tiocianato, a espécie colorida predominante é [Fe(SCN)] 2+,
já em uma concentração de tiocianato maior a espécie predominante é
[Fe(SCN)2]+ e em concentrações muito elevadas é a [Fe(SCN)6]3-. Todos esses
íons complexos são vermelhos, mas possuem intensidades diferentes de
vermelho, que dependem da concentração de tiocianato.
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Na segunda parte desse experimento, gotejou-se solução de
hexacianoferrato (III) de potássio (K3[Fe(CN)6]) a soluções de Fe(II) e Fe(III). A
reação observada no tubo contendo Fe(II) foi:
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Logo, uma solução de Fe(III) (FeCl3) reage com fluoreto de potássio (KF)
e água (H2O), formando aquapentafluoroferrato (III) de potássio (K 2[Fe(H2O)F5])
e cloreto de potássio (KCl). O complexo formado é o responsável pela coloração
da solução.
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As reações que ocorreram nesse tubo foram:
2FeCl3(aq) + 3Na2C2O4(s) → Fe2(C2O4)3(aq) + 6NaCl(aq)
2) Complexos de Cobalto
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2.1) Adição de Ácido Clorídrico concentrado
Figura 11: Tubo contendo o íon hexaaquacobalto(II), que possui coloração rosa e sua geometria octaédrica.
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moléculas de água, formando o íon tetraclorocobaltato(II),
de fórmula [CoCl4]2-. Dessa forma, o cobalto fica ligado a 4
íons cloreto, conforme pode ser visto na figura 13 ao lado.
Este íon é azul e, portanto, é o responsável pela cor da
solução.
Figura 13: Cobalto ligado a
4 íons Cl-.
Por fim, ao adicionar água deionizada, foi possível perceber que a solução
voltou a se tornar rosa, conforme pode ser visto na figura 14, pois havia
localmente um excesso de moléculas de água.
Figura 14: Após a adição de água deionizada, a solução retorna à coloração rosa.
Figura 15: Mudança de coloração da solução após a adição do oxalato de sódio, obtenção do oxalato de cobalto(II).
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Os ligantes específicos coordenados ao centro metálico
influenciam a cor dos complexos de coordenação. Como a
energia de um fóton de luz é inversamente proporcional ao seu
comprimento de onda, a cor de um complexo depende da
magnitude de Δo, que depende da estrutura do complexo. O
complexo [Co(C2O4)], oxalato de cobalto(II), possui ligante
oxalato que é de campo relativamente forte (figura 16) e um Δo
relativamente grande. Consequentemente, absorve fótons de
energia relativamente alta, correspondendo à luz verde-
amarelo, o que lhe confere uma cor rosa.
Figura 16: Força dos ligantes.
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Analisando o aspecto qualitativo com a teoria do campo cristalino (TCC).
Cobalto é um metal de transição com configuração d7. A TCC diz que,
dependendo da geometria do complexo metálico, as energias do orbital d se
dividirão em diferentes níveis de energia. Se os ligantes (neste caso, os quatro
SCN− ligantes) se alinharem com certos orbitais, então os elétrons nesses
orbitais sentirão uma repulsão aumentada devido à proximidade dos ligantes e
aumentarão a energia. Os orbitais entre os eixos alinhados não sentirão essa
repulsão e não aumentarão em energia. O diagrama de divisão é dado como na
figura 18 abaixo:
ΔE=hc/λ
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mL de uma solução aquosa de tiocianato de potássio 0,1 mol L-1. As reações
ocorrem da seguinte forma e a diferença de coloração pode ser vista na figura
19 abaixo:
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NH4HCO3(aq) + 3 HCl(aq) + (NH4)2SO4(aq) + Cu(OH)2(aq) → CuSO4(aq) +
CO2(g) + 3 NH4Cl(aq) + 3 H2O(aq)
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Após isso, foi feita outra parte do experimento. Após adicionar, em um
tubo de ensaio, 1 ml de sulfato de cobre (CuSO4) juntamente a uma pequena
quantidade de solução de amônia concentrada (NH4OH), observando-se assim
a mudança de coloração da solução do tubo.
Por fim, conforme pode ser observada na figura 23, foi adicionado água
destilada ao tubo, não ocorrendo nenhuma mudança aparentemente na
coloração.
Figura 23: formação da coloração azul e o mesmo tubo logo após a adição de água.
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Isso está relacionado à força do ligante do complexo. O íon de cobre tem
uma alta afinidade por ligantes que podem formar ligações coordenadas fortes e
estáveis, com isso, observando-se a figura 24 abaixo, é possível observar que o
campo do ligante de amônia (NH3) apresenta uma força de ligante mais forte do
que a água destilada e, dessa forma, não será observada nenhuma mudança
específica, pois o complexo de cobre formado, o tetraamincobre (II), tenderá a
manter a coordenação com amônia ao invés de se coordenar com a água.
Logo após adicionar cerca de 2,5 mL de uma solução de sulfato cobre (II)
(CuSO4) em uma certa quantidade de água destilada, foi adicionado ácido
clorídrico até ser observada uma mudança na coloração, alterando de uma
coloração azul para um tom esverdeado, conforme pode ser visto na figura 25.
Logo, uma solução de Cu(II) (CuSO4) reage com cloreto de sódio sólido
(NaCl), formando cloreto de cloreto de cobre (CuCl2) e sulfato de sódio (Na2SO4)
e é devido à mistura do complexo com o sal de sulfato de sódio que a solução
apresenta uma coloração esverdeada, além de que a presença de precipitado
no fundo tubo está relacionado com a formação de sulfato de sódio anidro que é
um composto solúvel, mas que tem sua solubilidade diminuída conforme o
aumento da temperatura, sendo a alta temperatura presente no laboratório na
hora da prática um possível motivo para a não solubilidade completa. Quando a
água é adicionada ao tubo de ensaio contendo o complexo CuCl2, ocorre a
hidratação do íon cobre (Cu2+), formando-se íons de cobre hidratados
(Cu(H2O)n)2+. A adição de água rompe as ligações entre o cobre e os íons
cloreto, resultando na formação dos íons cobre hidratados. É possível observar
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isso na figura 21, na qual mostra que a água é um ligante mais forte que o cloro,
ou seja, é mais favorável a formação desse complexo
Figura 26.
Nessa reação o esperado era que o íon cobre (Cu2+) presente no sulfato
de cobre deveria interagir com as moléculas de uréia, formando o complexo de
cobre e ureia [Cu(CO(NH2)2)], o qual seria responsável por uma coloração rosa,
a qual é atribuída à absorção seletiva de comprimentos de onda específicos de
luz devido às transições eletrônicas do cobre presente no complexo geradas
impactadas pelo campo ligante gerado pelas moléculas de ureia que afetam o
desdobramento dos orbitais d. Contudo, isso não foi observado na prática, sendo
uma hipótese para isso a cinética em que a reação ocorre
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Figura 28.
4. CONCLUSÕES
Portanto, em acordo com o que foi visto na teoria, existe uma afinidade
do metal central em se ligar a moléculas de campo forte. Nesse sentido, haverá
maior desdobramento do campo cristalino. Além disso, o aumento do número de
oxidação do metal faz com que a sobreposição dos orbitais seja cada vez mais
intensa, uma vez que a TCC trata sobre puramente interações iônicas, então,
quando maior o nox do átomo central maior é o desdobramento do campo
cristalino. Isso explica, por exemplo, a mudança observada nos complexos de
ferro, ou seja, a mudança e o retorno da cor anterior após adição de peróxido de
hidrogênio. Pois, quando mudar a energia de desdobramento do campo
cristalino o comprimento de onda absorvido diverge. Outrossim, um complexo
estável tende a permanecer na forma em que está e isso ocorre, pois
dependendo do ligante a quem o átomo central esteja ligado, a estabilidade
conferida ao complexo é maior, a exemplo, um ligante quelato confere maior
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estabilidade e isso faz com que exista uma tendência em não substituir tal
ligante. Por fim, a configuração eletrônica mais simétrica possível e com maior
liberação de energia confere ao complexo, também, estabilidade.
5. REFERÊNCIAS
[1] Lee, J. D. Química inorgânica não tão concisa. Tradução da 5ª ed. inglesa.
Editora Edgard Blücher Ltda.
[2] ACS (American Chemical Society). Prussian blue, 2017. Disponível em:
<https://www.acs.org/molecule-of-the-week/archive/p/prussian-blue.html>.
Acesso em: 24 de jun. de 2023.
[4] Ana Maria da Costa Ferreira. QFL 2129 - Química Inorgânica. Instituto de
Química – USP, 2017.
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