PROGRAMA DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES - PROGRAMA ENSINAR
CURSO: CIÊNCIAS SOCIAIS LICENCIATURA
DISCILINA: SOCIOLOGIA URBANA PROFESSOR: RAYSSA REIS ALUNO: ANA CRISTINA
Aquarius é um filme que traz reflexões acerca de direitos, racismo,
migração, resistência, falta de ética, a expansão imobiliária, crises políticas, dentre outros, que perfazem um contexto sobre a situação do país não só da época que foi filmado, mas que ainda resiste ao tempo no meio social. De início parece ser um dilema pessoal, quando encarado observar apenas o lado da protagonista Clara. Clara é uma mulher aposentada, que como muitos no Brasil, consegue vencer e aproveita os frutos que é viver em paz em um apartamento que comprou com seu suor e naquele momento encontra-se ameaçado.
No tocante, Clara passa a discutir com os responsáveis da empreiteira
que querem comprar o prédio, com a falta de ética e cinismo tentam convencer os moradores que o melhor será aceitar a proposta que lhes foi oferecida. A protagonista então, assume bater de frente contra essas forças capitalistas que no modus operandi da expansão imobiliária detonam crises no mercado.
Uma trama bem organizada, os personagens que afirmam ser o bem
para a cidade operam com falas sutis que escondem a verdade. O enredo da história não se trata da vida da protagonista, mas de um todo, de um contexto que vai mais além, não se trata de um conflito em que se pretende negar a velhice ou a invalidez, mas se refere, a falta de ética e de direito, a mudanças que podem ser maléficas, pois as mudanças são necessárias, porem deve-se analisar se essa mudança não prejudicará outros, como dito anteriormente, não se trata da protagonista, mas das pessoas que ali vivem naquele mesmo espaço.
Em relação ao texto, Lefebvre (2001) reflete sobre a forma, estrutura e
funções relacionada à cidade. Envolve, um contexto político e socioeconômico também atual, mesmo em contextos de épocas diferentes tanto o filme como o livro do autor, percebem-se a realidade ainda é a mesma em se tratando do desenvolvimento da cidade. O direito a cidade é algo antropológico, como também a suas necessidades, é um conjunto de ideias que valorizam o acesso de posse de um local para residir.
Lefebvre (2001) afirma que é impossível voltar a uma estrutura clássica
da cidade, ao seu conceito clássico, com a modernização cabe apenas a todos aceitar e tentar evoluir com essas novas bases e o novo ritmo da sociedade. A reflexão urbanística propõe o estabelecimento e a reconstituição do direito a cidade, mais precisamente conforme o autor, uma reflexão sociológica que visa a reconstituição das capacidades integrativas do urbano.
As estratégias urbanas desenvolvidas com base na ciência da cidade
apresentam necessidade de um suporte social e de forças políticas para se tornar atuante. A integração urbana sem estratégias que possa redefinir essa expansão não se sustentar sozinha, é nesse tocante que surge a ação do proletariado, da classe operária que quando não se posiciona em relação a seus direitos transforma a sua ‘missão histórica’ em objetos da oligarquia. A manutenção dessa situação só afasta a chamada democracia urbana, nesse ínterim, a lógica é a criação de programas e projetos urbanísticos, o direito a cidade não se trata somente do espaço, assim como era entendido, mas da forma como se desenvolve esse espaço e aqueles que dele fazem usufrutos.
O direito a cidade tornou-se atualmente um tipo de mercadoria, isso é
bem apresentado no filme Aquarius, a disputa do cenário de quem dar mais, envolvendo não só moradias, mas, a saúde, transporte, é como um mercado e as necessidades são as mercadorias que estão expostas a venda. O aumento urbano influencia a estrutura física e social, porém ainda há muito que se fazer, é um conjunto de bens de serviços que precisam ser observados, analisados, discutidos e projetado.