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Aula 6 - LIGAÇÃO QUÍMICA NOS COMPLEXOS
Aula 6 - LIGAÇÃO QUÍMICA NOS COMPLEXOS
Segundo a TLV, a ligação nos complexos é uma ligação do tipo covalente dativa,
envolvendo orbitais híbridas do átomo central e as orbitais atómicas dos ligantes. Esta
teoria, permite explicar satisfatoriamente a geometria e as propriedades magnéticas
dos complexos. Mas, esta teoria, limita-se em certos aspectos tais como:
A TLV não consegue explicar porque alguns complexos do tipo [ML 6]q
apresentam distorções tetragonais;
A TCC, teoria lançada por Hans Bethe em 1929 e modificada por Van Vleck em 1935, é
baseada na interacção puramente electrostática entre os ligantes e o metal, onde os
ligantes são considerados como cargas pontuais negativas. Esta teoria permite
explicar razoavelmente bem alguns aspectos dos complexos, tais como: cores,
propriedades magnéticas, alguns aspectos estruturais e termodinâmicos.
Figura 1: Orbitais atómicos situados nos planos xy, yz, xz, respectivamente
__ __ __ __ __
dz2 dx2-y2 dxy dxz dyz
Segundo a TCC, o átomo central está sujeito ao campo eléctrico criado pelos ligantes a
sua volta.
Num arranjo tetraédrico, os ligantes interagem mais fortemente com as orbitais dxy,
dxz, e dyz do que com as orbitais dx2- y2 e d z2. Assim:
Contudo, complexos tetraédricos são quase sempre de spin alto devido ao menor
valor de ∆.
Num arranjo quadrado planar, as orbitais dxz, dyz, dz2 e dxy são de baixa energia,
enquanto que a orbital dx2 – y2 é de alta energia.
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Note que ∆QP = 3∆t = o , isso mostra que ∆Qp > ∆o > ∆t
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2 Linear sp
SÉRIE ESPECTROQUÍMICA
I- < Br- < S2- < SCN- < Cl- < NO3- < N3- < F- < OH- < C2O42- ≈ H2O < NCS- < CH3CN < py
(piridina) < NH3 < en (etilenodiamina) < bipy (2,2'-bipiridina) < phen (1,10-
fenantrolina) < NO2- < PPh3 < CN- ≈ CO
Nesta série o ligante I- é o mais fraco e o ligante CO o mais forte.
Exercícios Resolvidos
1. [CoF6]3-
2. [Co(NH3)6]3+
O complexo é diamagnético.
3. [NiCl4]2-
Uma vez que o ligante é de campo fraco e o átomo central é um metal de transição da
1a série, a estrutura do complexo é tetraédrica – complexo de spin alto.
O complexo é paramagnético
10 Adélio Cônsula Química Inorgânica II (Compostos Complexos) – 2023
Para a determinação da hibridização teremos:
4. [PtCl4]2-
O complexo é diamagnético
Como o ião complexo é diamagnético, deve ocorrer emparelhamento dos electrões das
orbitais 5d:
Nota: Dos iões complexos [NiCl4]2- e [PtCl4]2-, ocorre emparelhamento dos electrões d
apenas no complexo de Pt devido ao tamanho do ião metálico.
Quando uma substância absorve uma determinada parte do espectro, ela própria
adquire uma certa coloração que lhe é complementar.
NOTA:
Iões sem electrões d não apresentam cor; incluem o [Sc(H2O)6]3+ e [Ti(H2O)6]4+,
excepto MnO4- e CrO42-.
De modo similar, iões com configurações d10, tais como [Ag(NH3)2]+ e [Zn(H2O)4]2+,
também são incolores; nestes iões as transições d–d são impossíveis porque todos os
orbitais d estão ocupados.
A cor do complexo depende do metal, estado de oxidação e do ligante.
Exercícios Resolvidos
1. Explicar por que razão os compostos de ouro (I) não são coloridos, enquanto que os
do ouro (III) o são.
3. Para o ião [Cr(H2O)6]3+ a energia de resolução é igual a 167,2 kJ/mol. Qual será a
cor dos compostos de crómio (III) nas soluções aquosas?
Dados: ∆ = 167,2 kJ/mol = 167,2 x 103 J/mol; h =6,625 x 10-34 Js; c = 3 x 108 m/s; NA =
6,022 x 1023 mol-1
Resolução:
hc hc 6, 625 10−34 3 108
= NA = NA = 6, 022 1023 = 0, 7158 10 −6 m = 715,8 nm
167, 2 10 3
A este comprimento de onda, o ião [Cr(H2O)6]3+ absorve luz no sector vermelho do seu
espectro e a cor dos compostos de crómio (III) nas soluções aquosas é verde-azulada.