AULA 16

RADIAÇÃO
TRANSFERÊNCIA DE CALOR ENTRE SUPERFÍCIES

1
 VIMOS NA ÚLTIMA AULA:
 Ao serem irradiadas (G), cada superfície apresenta um comportamento distinto:

 Toda superfície em temperatura diferente do zero absoluto emite radiação (E).

 Radiosidade (J): Taxa total de transferência de calor que deixa a superfície por unidade de área.

SEMITRANSPARENTE OPACO NEGRO

𝑮 𝑮 𝑮
𝑮𝒓𝒆𝒇 𝑮𝒓𝒆𝒇

𝑬 𝑬 𝑬

𝑮𝒂𝒃𝒔 𝑮𝒂𝒃𝒔 𝑮𝒂𝒃𝒔

𝑮𝒕𝒓
𝑮 = 𝑮𝒕𝒓 + 𝑮𝒂𝒃𝒔 + 𝑮𝒓𝒆𝒇 𝑱 = 𝑬 + 𝑮𝒕𝒓 + 𝑮𝒓𝒆𝒇

2
 TROCA DE RADIAÇÃO ENTRE SUPERFÍCIES

FATOR DE FORMA:

𝑭𝒊𝒋 : fração da radiação que deixa a superfície i e é

interceptada pela superfície j

𝒒ሶ 𝒊→𝒋
𝑭𝒊𝒋 = (𝟏)
𝑨𝒊 𝑱𝒊

𝑭𝒋𝒊 : fração da radiação que deixa a superfície j e é interceptada

pela superfície i

𝒒ሶ 𝒋→𝒊
𝑭𝒋𝒊 = (𝟐)
𝑨𝒋 𝑱𝒋

* Nem toda energia irradiada por uma  O cálculo dos fatores de forma dependem da geometria e da
superfície será interceptada pela outra. localização das superfícies no espaço

3
 TROCA DE RADIAÇÃO ENTRE SUPERFÍCIES
 Genericamente, os Fatores de Forma podem ser calculados pelas seguintes expressões:

𝟏 𝒄𝒐𝒔𝜽𝒊 𝒄𝒐𝒔𝜽𝒋
𝑭𝒊𝒋 = න න 𝒅𝑨𝒊 𝒅𝑨𝒋 (𝟑)
𝑨𝒊 𝝅𝑹²
𝑨𝒊 𝑨𝒋

𝟏 𝒄𝒐𝒔𝜽𝒊 𝒄𝒐𝒔𝜽𝒋
𝑭𝒋𝒊 = න න 𝒅𝑨𝒊 𝒅𝑨𝒋 (𝟒)
𝑨𝒋 𝝅𝑹²
𝑨𝒊 𝑨𝒋

𝑅: distância entre dos elementos de área 𝑑𝐴𝑖 e 𝑑𝐴𝑗

* Os resultados dessas integrais para diversas
Sendo: 𝜃𝑖 : ângulo entre a normal da área 𝑑𝐴𝑖 e a reta R geometrias comuns estão disponíveis na
forma de equações, gráficos e tabelas.
𝜃𝑗 : ângulo entre a normal da área 𝑑𝐴𝑗 e a reta R

4
5
6
7
8
9
 RELAÇÕES DOS FATORES DE FORMA

 Das equações 3 e 4 é possível chegar que:

𝑨𝒊 𝑭𝒊𝒋 = 𝑨𝒋 𝑭𝒋𝒊 (𝟓)  RELAÇÃO DE RECICPROCIDADE

 Como o fator de forma é definido como uma fração da radiação que deixa uma superfície e é intercepta por outra,
considerando uma cavidade fechada:
𝑵

෍ 𝑭𝒊𝒋 = 𝟏
𝒋=𝟏

 REGRA DA SOMA

Para superfícies planas ou convexas(não enxergam a si mesmo): 𝑭𝒊𝒊 = 𝟎

Para superfícies concavas (enxergam a si mesmo): 𝑭𝒊𝒊 ≠ 𝟎

10
 RELAÇÕES DOS FATORES DE FORMA
CASO 1: Considere uma superfície esférica de área A1 no interior de outra de área A2

1° PASSO: INSPEÇÃO

Toda radiação que deixa a superfície interna é interceptada pela superfície externa

𝑭𝟏𝟐 = 𝟏

Como a superfície interna é convexa: 𝑭𝟏𝟏 = 𝟎

2° PASSO: APLICAR AS RELAÇÕES DOS FATORES DE FORMA

𝑨𝟏
Pela regra da reciprocidade: 𝐴1 𝐹12 = 𝐴2 𝐹21 ∴ 𝑭𝟐𝟏 =
𝑨𝟐
𝑵
𝐹11 + 𝐹12 = 1 𝑨𝟏
Pela regra da soma: ෍ 𝑭𝒊𝒋 = 𝟏
∴ 𝑭𝟐𝟐 = 𝟏 −
𝒋=𝟏 𝐹21 + 𝐹22 = 1 𝑨𝟐

11
 RELAÇÕES DOS FATORES DE FORMA

CASO 2: Radiação a partir de uma superfície “i” para uma superfície “j”, que por sua
vez, é dividida em “n” componentes de área (1, 2, 3..., k,..., n)

A fração de radiação que é emitida por “i” e interceptada por “j”, pode ser
descrita como:

𝑭𝒊(𝒋) = ෍ 𝑭𝒊𝒌
𝒌=𝟏

Obs. O parêntese em um subscrito indica que ela é uma superfície composta, cujo
(j) é equivalente a 1, 2,..., k,...n

"Essa expressão simplesmente enuncia que a radiação que atinge uma superfície composta é a soma da radiação que
atinge a suas partes"

12
 RELAÇÕES DOS FATORES DE FORMA

APLICAÇÃO: Determine o fator de forma F13 da superfície abaixo:

Da relação anterior, tem-se que:

𝐹1,2−3 = 𝐹11 + 𝐹12 + 𝐹13

POR INSPEÇÃO:

𝐹11 = 0

𝐹1,2−3 𝑒 𝐹12 : podem ser obtidos

graficamente (possuem aresta em comum)

𝑭𝟏𝟑 = 𝑭𝟏,𝟐−𝟑 − 𝑭𝟏𝟐

13
 RELAÇÕES DOS FATORES DE FORMA

CASO 3: Radiação a partir de uma superfície composta

No caso da superfície emissora ser composta de diversas partes, pode-se multiplicar a relação anterior por Ai e aplicar a
relação de reciprocidade a cada um dos termos, obtendo-se uma nova relação:
𝒏

𝑨𝒊 𝑭 𝒋 𝒊 = ෍ 𝑨𝒌 𝑭𝒌𝒊
𝒌=𝟏

APLICAÇÃO: Determine o fator de forma F14 da superfície abaixo:

Da relação anterior, tem-se:

𝑨𝟏,𝟐 𝑭𝟏,𝟐 −𝟑,𝟒 = 𝑨𝟏 𝑭𝟏−𝟑,𝟒 + 𝑨𝟐 𝑭𝟐−𝟑,𝟒 (𝟏)

Analisando o primeiro termo do lado direito:

𝑨𝟏 𝑭𝟏−𝟑,𝟒 = 𝑨𝟏 𝑭𝟏𝟑 + 𝑨𝟏 𝑭𝟏𝟒 (𝟐)

14
 RELAÇÕES DOS FATORES DE FORMA

Substituindo (2) em (1): 𝐴1,2 𝐹1,2 −3,4 = 𝐴1 𝐹13 + 𝐴1 𝐹14 + 𝐴2 𝐹2−3,4

Isolando 𝑭𝟏𝟒 , tem-se:

𝟏
𝑭𝟏𝟒 = 𝑨 𝑭 − 𝑨𝟏 𝑭𝟏𝟑 − 𝑨𝟐 𝑭𝟐−𝟑,𝟒 (𝟑)
𝑨𝟏 𝟏,𝟐 𝟏,𝟐 −𝟑,𝟒

POR INSPEÇÃO: 𝑭𝟏,𝟐 −𝟑,𝟒 𝒆 𝑭𝟐−𝟑,𝟒 podem ser encontrados na tabela (possuem aresta em comum)

Para encontrar 𝐹13, pode-se analisar a radiação interceptada apenas por A3: 𝐴1,2 𝐹1,2 −3 = 𝐴1 𝐹13 + 𝐴2 𝐹23

𝑨𝟏 𝑭𝟏𝟑 = 𝑨𝟏,𝟐 𝑭𝟏,𝟐 −𝟑 − 𝑨𝟐 𝑭𝟐𝟑 (𝟒)

𝟏
Substituindo (4) em (3): 𝑭𝟏𝟒 = 𝑨𝟏,𝟐 𝑭𝟏,𝟐 −𝟑,𝟒 − 𝑨𝟏,𝟐 𝑭𝟏,𝟐 −𝟑 + 𝑨𝟐 𝑭𝟐𝟑 − 𝑨𝟐 𝑭𝟐−𝟑,𝟒
𝑨𝟏

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 TROCA DE RADIAÇÃO ENTRE SUPERFÍCIES NEGRAS

CORPO NEGRO – SUPERFÍCIE IDEAL

 Absorve toda a radiação incidente, independentemente do comprimento de onda e da direção (não há

reflexão);

𝑮 = 𝑮𝒕𝒓 + 𝑮𝒂𝒃𝒔 + 𝑮𝒓𝒆𝒇 → 𝑮 = 𝑮𝒂𝒃𝒔

𝑬
𝑱 = 𝑬 + 𝑮𝒕𝒓 + 𝑮𝒓𝒆𝒇 → 𝑱=𝑬

𝑮𝒂𝒃𝒔 𝑬𝒏 = 𝝈𝑻𝟒

(LEI DE STEFAN-BOLTZMAN)

16
TROCA DE RADIAÇÃO ENTRE SUPERFÍCIES NEGRAS

Das definições de Fator de Forma:

𝒒ሶ 𝒊→𝒋 𝒒ሶ 𝒋→𝒊
𝑭𝒊𝒋 = (𝟏) 𝑭𝒋𝒊 = (𝟐)
𝑨𝒊 𝑱𝒊 𝑨𝒋 𝑱𝒋

Podemos escrever que a taxa que deixa a superfície i e é interceptada

pela superfície j é dada por:

𝒒ሶ 𝒊→𝒋 = 𝑨𝒊 𝑱𝒊 𝑭𝒊𝒋

De maneira análoga, a taxa que deixa a superfície j e é interceptada

pela superfície i é dada por:

𝒒ሶ 𝒋→𝒊 = 𝑨𝒋 𝑱𝒋 𝑭𝒋𝒊

Sendo as duas superfícies negras:

𝒒ሶ 𝒊→𝒋 = 𝑨𝒊 𝑬𝒏𝒊 𝑭𝒊𝒋 𝒒ሶ 𝒋→𝒊 = 𝑨𝒋 𝑬𝒏𝒋 𝑭𝒋𝒊

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TROCA DE RADIAÇÃO ENTRE SUPERFÍCIES NEGRAS
A troca radiante líquida entre as duas superfícies por der definida como:

𝒒ሶ 𝒊𝒋 = 𝒒ሶ 𝒊→𝒋 −𝒒ሶ 𝒋→𝒊

𝑞ሶ 𝑖𝑗 = 𝐴𝑖 𝐸𝑛𝑖 𝐹𝑖𝑗 − 𝐴𝑗 𝐸𝑛𝑗 𝐹𝑗𝑖

Pela Relação de reciprocidade : 𝑨𝒊 𝑭𝒊𝒋 = 𝑨𝒋 𝑭𝒋𝒊

𝑞ሶ 𝑖𝑗 = 𝐴𝑖 𝐹𝑖𝑗 𝐸𝑛𝑖 − 𝐸𝑛𝑗

Como: 𝑬𝒏 = 𝝈𝑻𝟒

𝒒ሶ 𝒊𝒋 = 𝑨𝒊 𝑭𝒊𝒋 𝝈 𝑻𝟒𝒊 − 𝑻𝟒𝒋

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TROCA DE RADIAÇÃO ENTRE SUPERFÍCIES NEGRAS

A transferência de radiação líquida a partir de qualquer superfície em uma

cavidade fechada de N superfícies negras pode ser escrita como:

𝒒ሶ 𝒊 = ෍ 𝑨𝒊 𝑭𝒊𝒋 𝝈 𝑻𝟒𝒊 − 𝑻𝟒𝒋

𝒋=𝟏

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 EXEMPLO 1
Duas placas negras paralelas de 0,5 m x 1 m estão separadas por uma distância de 0,5 m. Uma placa é mantida a
1000°C e a outra a 500°C. Qual a transferência de calor líquido entre as placas?

𝑋 = 0,5 𝑚 𝑌 =1𝑚 𝐿 = 0,5 𝑚

𝑞ሶ 12 = 𝑞ሶ 1→2 − 𝑞ሶ 2→1

𝑞ሶ 𝑖𝑗 = 𝐴𝑖 𝐹𝑖𝑗 𝜎 𝑇𝑖4 − 𝑇𝑗4 = 𝐴1 𝐹12 𝜎 𝑇14 − 𝑇24

𝑋 0,5 𝑌 1
= =1 = =2 𝐹12 = 0,28
𝐿 0,5 𝐿 0,5

𝑞ሶ 12 = 0,5 ∙ 1 ∙ 0,28 ∙ 5,67 ∙ 10−8 12734 − 7734

𝒒ሶ 𝟏𝟐 = 𝟏𝟖 𝒌𝑾

20
 EXEMPLO 2
Uma esfera com diâmetro igual a 10 cm que tem a sua superfície a 700 K encontra-se envolvida por uma casca esférica
concêntrica com diâmetro de 20 cm cuja superfície está a 350K. Sabe-se que a superfície da esfera e da casca esférica
podem ser consideradas negras. Pede-se para determinar a taxa de calor em condições de regime permanente entre esses
dois corpos desprezando-se os efeitos de convecção no espaço existente entre essas superfícies.

𝑞ሶ 12 = 𝑞ሶ 1→2 − 𝑞ሶ 2→1
𝐷𝑐𝑎𝑠𝑐𝑎 = 0,2𝑚 𝐷𝑒𝑠𝑓𝑒𝑟𝑎 = 0,1 𝑚

𝑞ሶ 𝑖𝑗 = 𝐴𝑖 𝐹𝑖𝑗 𝜎 𝑇𝑖4 − 𝑇𝑗4 = 𝐴1 𝐹12 𝜎 𝑇14 − 𝑇24

𝑟2 = 0,1

𝑇1 = 700 𝐾 INSPEÇÃO: 𝑭𝟏𝟐 = 𝟏

𝑟1 = 0,05 𝑞ሶ 12 = 4𝜋 ∙ 0,052 ∙ 1 ∙ 5,67 ∙ 10−8 7004 − 3504

𝑇2 = 350 𝐾 𝒒ሶ 𝟏𝟐 = 𝟒𝟎𝟏 𝑾

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 EXEMPLO 3
Um forno cilíndrico vertical tem a temperatura da sua soleira igual a 500°C, a temperatura da sua parede vertical igual a
800°C e a temperatura do seu teto igual a 1100°C. Sabendo que o diâmetro interno do forno é de 1,6 m e que altura interna
é de 2,4m e supondo que as superfícies internas do forno podem ser tratadas como se fossem negras, determine a taxa
líquida de calor transferida do teto para a soleira do forno e a taxa líquida de calor transferida do teto para sua parede
vertical.

𝑞ሶ 21 = 𝑞ሶ 2→1 − 𝑞ሶ 1→2
Teto (2) T2 = 1100°C

H = 2,4 m 𝑞ሶ 𝑖𝑗 = 𝐴𝑖 𝐹𝑖𝑗 𝜎 𝑇𝑖4 − 𝑇𝑗4

Parede Vertical (3) T3 = 800°C
𝑞ሶ 21 = 𝐴2 𝐹21 𝜎 𝑇24 − 𝑇14
Soleira (1) T1 = 500°C
𝐹21 = ?
D = 1,6 m Troca de calor entre dois discos paralelos
𝑞ሶ 21 =? 𝑞ሶ 23 =?

22
 𝐿 2,4
= =3
𝑟𝑖 0,8

𝑟𝑗 0,8
= = 0,33
𝐿 2,4

𝐹12 = 0,1

Pela Relação de reciprocidade :

𝐹12 = 𝐹21

𝑞ሶ 21 = 𝐴2 𝐹21 𝜎 𝑇24 − 𝑇14

𝑞ሶ 21 = 𝜋0,82 ∙ 0,1 ∙ 5,67 ∙ 10−8 13734 − 7734 = 36,4 𝑘𝑊

23
 Teto (2) T2 = 1100°C 𝑞ሶ 23 =?

H = 2,4 m 𝑞ሶ 𝑖𝑗 = 𝐴𝑖 𝐹𝑖𝑗 𝜎 𝑇𝑖4 − 𝑇𝑗4

Parede Vertical (3) T3 = 800°C

𝑞ሶ 23 = 𝐴2 𝐹23 𝜎 𝑇24 − 𝑇34

Soleira (1) T1 = 500°C

𝐹23 =?
D = 1,6 m

Pela regra da soma: ෍ 𝑭𝒊𝒋 = 𝟏 𝐹21 + 𝐹22 + 𝐹23 = 1 𝐹21 = 0,1 𝐹22 = 0
𝒋=𝟏

𝑭𝟐𝟑 = 𝟏 − 𝟎, 𝟏 = 𝟎, 𝟗

𝒒ሶ 𝟐𝟑 = 𝝅𝟎, 𝟖𝟐 ∙ 𝟎, 𝟗 ∙ 𝟓, 𝟔𝟕 ∙ 𝟏𝟎−𝟖 𝟏𝟑𝟕𝟑𝟒 − 𝟏𝟎𝟕𝟑𝟒 = 𝟐𝟐𝟖, 𝟔 𝒌𝑾

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TROCA DE RADIAÇÃO ENTRE DUAS SUPERFÍCIES CINZAS, DIFUSAS E OPACAS

 SUPERFÍCIE OPACA: toda radiação incidente é absorvida e/ou

refletida (𝝉 = 𝟎)

 SUPERFÍCIES CINZAS: a emissividade independe do comprimento de

onda 𝜺 = 𝒄𝒕𝒆

 SUPERFÍCIES DIFUSAS: Possuem emissividade igual a absorvidade

𝜺𝝀 = 𝜶𝝀

 SUPERFÍCIE OPACA CINZA E DIFUSA: 𝝉 = 𝟎 𝒆 𝜺=𝜶

𝒒ሶ 𝟏→𝟐 = 𝑨𝟏 𝑱𝟏 𝑭𝟏𝟐 𝒒ሶ 𝟐→𝟏 = 𝑨𝟐 𝑱𝟐 𝑭𝟐𝟏

𝒒ሶ 𝟏𝟐 = 𝑨𝟏 𝑱𝟏 𝑭𝟏𝟐 − 𝑨𝟐 𝑱𝟐 𝑭𝟐𝟏

𝟏
Usando a regra da reciprocidade: 𝒒ሶ 𝟏𝟐 = 𝑨𝟏 𝑭𝟏𝟐 𝑱𝟏 − 𝑱𝟐 ∗ 𝑹𝒓𝒂𝒅 =
𝑨𝟏 𝑭𝟏𝟐

25
TROCA DE RADIAÇÃO ENTRE DUAS SUPERFÍCIES CINZAS, DIFUSAS E OPACAS

Fazendo um balanço de energia na superfície 1: 𝒒ሶ 𝟏𝟐 = 𝑨𝟏 𝑱𝟏 − 𝑮𝟏

Utilizando a definição de Radiosidade: 𝑱𝟏 = 𝑬𝟏 + 𝑮𝒓𝒆𝒇,𝟏 = 𝑬𝟏 + 𝝆𝟏 𝑮𝟏

Sabemos que: 𝛼 + 𝜌 + 𝜏 = 1  SUPERFÍCIE OPACA CINZA E DIFUSA: 𝝉 = 𝟎 𝒆 𝜺=𝜶 ∴𝝆=𝟏−𝜺

𝑱𝟏 = 𝑬𝟏 + 𝟏 − 𝜺𝟏 𝑮𝟏 Sabemos que: 𝐸1 = 𝜀1 𝐸1,𝑛 𝑱𝟏 − 𝜺𝟏 𝑬𝟏,𝒏

𝑮𝟏 =
𝟏 − 𝜺𝟏

𝑱𝟏 − 𝜺𝟏 𝑬𝟏,𝒏 𝑱𝟏 − 𝜺𝟏 𝑱𝟏 − 𝑱𝟏 + 𝜺𝟏 𝑬𝟏,𝒏 𝑬𝟏,𝒏 − 𝑱𝟏

𝒒ሶ 𝟏𝟐 = 𝑨𝟏 𝑱𝟏 − = 𝑨𝟏 → 𝒒ሶ 𝟏𝟐 =
𝟏 − 𝜺𝟏 𝟏 − 𝜺𝟏 𝟏 − 𝜺𝟏
𝜺𝟏 𝑨𝟏

𝑬𝟐,𝒏 − 𝑱𝟐
De modo análogo, a taxa líquida radiante transferida de 2 para 1 será igual a: 𝒒ሶ 𝟐𝟏 =
𝟏 − 𝜺𝟐
𝜺𝟐 𝑨𝟐

26
TROCA DE RADIAÇÃO ENTRE DUAS SUPERFÍCIES CINZAS, DIFUSAS E OPACAS
Considerando uma cavidade é formada apenas pelas superfícies 1 e 2:

𝑬𝟏,𝒏 − 𝑱𝟏 𝑱𝟏 − 𝑱𝟐 𝑱𝟐 − 𝑬𝟐,𝒏
ሶ = −𝒒ሶ 𝟐𝟏
𝒒𝟏𝟐 𝒒ሶ 𝟏𝟐 = = =
𝟏 − 𝜺𝟏 𝟏 𝟏 − 𝜺𝟐
𝜺𝟏 𝑨𝟏 𝑨𝟏 𝑭𝟏𝟐 𝜺𝟐 𝑨𝟐

Resistências Radiantes

𝑬𝟏,𝒏 𝑱𝟏 𝑱𝟐𝑻𝟑 𝑬𝟐,𝒏 𝑬𝟏,𝒏 − 𝑬𝟐,𝒏

𝒒ሶ 𝟏𝟐 =
𝟏 − 𝜺𝟏 𝟏 𝟏 − 𝜺𝟐
𝟏 − 𝜺𝟏 𝟏 𝟏 − 𝜺𝟐 + +
𝜺𝟏 𝑨𝟏 𝑨𝟏 𝑭𝟏𝟐 𝜺𝟐 𝑨𝟐
𝜺𝟏 𝑨𝟏 𝑨𝟏 𝑭𝟏𝟐 𝜺𝟐 𝑨𝟐

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 EXEMPLO 4
Considere duas cascas cilíndricas concêntricas cujos comprimentos sejam muito maiores do que os seus diâmetros, de
forma que possam ser modeladas como se seus comprimentos fossem infinitos. Sabendo que uma delas, com raio igual a
8cm e emissividade igual a 0,8, está numa temperatura de 400K e que a outra, com raio de 4 cm e emissividade igual a 0,5,
está a 300K, determine a taxa líquida de calor radiante por unidade de comprimento transferida entre as cascas cilíndricas.

𝑟1 = 0,04 𝑚 𝜀1 = 0,5 𝑇1 = 300𝐾

𝑟2 = 0,08 𝑚 𝜀2 = 0,8 𝑇2 = 400𝐾

𝑬𝟏,𝒏 − 𝑬𝟐,𝒏 𝝈 𝑻𝟒𝟏 − 𝑻𝟒𝟐

𝒒ሶ 𝟏𝟐 = =
𝟏 − 𝜺𝟏 𝟏 𝟏 − 𝜺𝟐 𝟏 − 𝜺𝟏 𝟏 𝟏 − 𝜺𝟐
+ + + +
𝜺𝟏 𝑨𝟏 𝑨𝟏 𝑭𝟏𝟐 𝜺𝟐 𝑨𝟐 𝜺𝟏 𝑨𝟏 𝑨𝟏 𝑭𝟏𝟐 𝜺𝟐 𝑨𝟐

𝑭𝟏𝟐 = 𝟏

28
 𝝈 𝑻𝟒𝟏 − 𝑻𝟒𝟐
𝒒ሶ 𝟏𝟐 =
𝟏 − 𝜺𝟏 𝟏 𝟏 − 𝜺𝟐
+ +
𝜺𝟏 𝑨𝟏 𝑨𝟏 𝑭𝟏𝟐 𝜺𝟐 𝑨𝟐

5,67 ∙ 10−8 3004 − 4004

𝑞ሶ 12 =
1 − 0,5 1 1 − 0,8
+ +
0,5 ∙ 2𝜋 ∙ 0,04 ∙ 𝐿 2𝜋 ∙ 0,04𝐿 ∙ 1 0,8 ∙ 2𝜋 ∙ 0,08𝐿

𝒒ሶ 𝟏𝟐
= −𝟏𝟏𝟕, 𝟑𝑾/𝒎
𝑳

29