Você está na página 1de 11

— São para te ouvir melhor, querida.

Chapeuzinho Vermelho, de Charles Perrault


— Que olhos grandes a senhora tem, vovó.

— São para te ver melhor, meu chuchu.

— Que mãos grandes a senhora tem, vovozinha.

— São para te abraçar, doçura.

— E que boca grande a senhora tem, vovozinha.

— Ah, é para te devorar!!!!

Após dizer isso, o lobo devorou Chapeuzinho Vermelho. Então, de


barriga cheia, o bicho dormiu e até roncou. Mas um caçador ouviu os
roncos de lobo e percebeu que a porta da casa da vovó estava aberta.
Era uma vez uma menina chamada Chapeuzinho Vermelho. Um Entrou na casa, viu o lobo dormindo sobre a cama e não perdeu
dia, sua mãe pediu-lhe para levar uma cesta com doces para a tempo. O caçador abriu a barriga do bicho e tirou vovó e netinha
vovó doentinha. A mãe, porém, advertiu a menina: “Não entre na lá de dentro. Depois, encheu a barriga do lobo com pedras, costurou
floresta nem converse com estranhos”. Mas Chapeuzinho era muito tudo e afundou o bicho em um rio, para ele nunca mais fazer
distraída e acabou saindo da estradinha e entrando na floresta. maldades.
Um lobo então surgiu de entre as árvores, quis saber se a menina
estava perdida. Ela disse que não e falou para onde estava indo. E o
lobo aconselhou-a a pegar o caminho das flores, pois era mais curto.
Que lobo mentiroso! Era o caminho mais longo... Assim, após
enganar a menina, o lobo colocou seu plano em prática e chegou
primeiro à casa da vovó, devorando a vovó da Chapeuzinho.

Depois de devorar a vovó, o lobo decidiu enganar mais uma vez


a menina, então colocou a touca da velhinha, vestiu sua roupa,
deitou-se na cama e se cobriu com um cobertor. Quando a menina
chegou, percebeu que a “vovó” estava meio diferente.

— Que orelhas grandes a senhora tem, vovó.


A bela adormecida, de Charles Perrault máquina de fiar. Sem conseguir resistir à curiosidade em relação ao
objeto, aproximou-se para ver mais de perto e, sem querer, espetou
o dedo e adormeceu. Logo todo o reino adormeceu juntamente com
a princesa. E ficaram cercados por um bosque e por espinheiros
encantados.

Quando fazia exatamente cem anos que a bela princesa estava


adormecida, um corajoso príncipe apareceu e, intrigado com as
histórias que ouviu nas redondezas, entrou no reino. Ao subir à
torre, o príncipe ficou encantado com a beleza da jovem e deu-
lhe um beijo, que a fez acordar, bem como o reino adormecido.
Tempos depois, ocorreu o casamento da bela princesa com seu
corajoso príncipe.

Um rei e uma rainha viviam em um luxuoso palácio. Um belo dia, a


rainha disse ao seu marido que logo teriam um bebê no castelo, pois
estava grávida. Meses depois, uma princesa nasceu. Para
comemorar o nascimento e apresentar a menina ao reino, o rei e a
rainha fizeram uma enorme festa.

Várias fadas compareceram com presentes para a menina, como


inteligência, beleza e bondade. Porém, a realeza esqueceu-se de
convidar uma das fadas. Ofendida, ela foi assim mesmo à festa. E
lançou uma maldição sobre a criança. Ao completar 15 anos de idade,
a princesa ia se ferir em uma roca e então morrer.

Diante da terrível maldição, outra fada fez o que pôde para amenizá-
la. Assim, em vez de morrer, a jovem dormiria por cem anos,
depois seria acordada por um beijo de amor. Além disso, o rei
tomou providências e mandou eliminar todas as máquinas de fiar do
reino, com exceção da que estava na torre.

Pouco depois de completar a idade de 15 anos, a jovem princesa,


caminhando pelo castelo, decidiu subir à torre. Nunca tinha visto uma
Cinderela, de Charles Perrault Antes de a jovem partir, a Fada Madrinha deixou bem claro que, à
meia-noite, o encantamento acabaria. Que momento feliz viveu
Cinderela! No baile, dançou com o príncipe, que imediatamente se
apaixonou pela moça. Mas, quando se aproximou a meia-noite,
Cinderela, lembrando-se do aviso da Fada Madrinha, fugiu, às
pressas, perdendo, no entanto, um dos sapatinhos de cristal.

Sem saber quem era a bela moça e por desconhecer seu endereço, o
príncipe passou de casa em casa procurando a dona do
sapatinho perdido. Cada uma das jovens do reino experimentava o
sapatinho de cristal. Mas ele só cabia no pé de Cinderela. E quando
o príncipe, finalmente, encontrou sua amada em um porão, eles se
casaram e foram felizes para todo o sempre.
A pequena Cinderela ficou órfã de mãe. Mas logo o pai da menina se
casou novamente. A madrasta de Cinderela era uma viúva e tinha
duas filhas. Como o pai viajava muito a trabalho, a menina ficava aos
cuidados da madrasta, que muito a maltratava. E, para completar a
infelicidade de Cinderela, seu pai também morreu.

Com a morte de seu pai, ela estava à mercê da malvada madrasta


e de suas também malvadas filhas. A menina era obrigada a fazer
todo o trabalho doméstico e dormia no porão. E, dessa forma, cresceu
a doce Cinderela. Os únicos amigos que tinha eram bichos, como
pássaros e coelhinhos, com quem desabafava.

Quando o príncipe Luís mandou anunciar que procurava uma noiva,


Cinderela pensou que podia ser ela. O príncipe daria um baile, onde
escolheria sua futura esposa. O sonho durou pouco, pois a madrasta
de Cinderela impediu-a de ir ao baile. Afinal, com que roupa a jovem
compareceria a evento tão luxuoso?

De fato, Cinderela vivia com trajes muito simples. Mas uma aranha e
um bicho-da-seda fizeram para ela o mais belo vestido. No dia da
festa, sua Fada Madrinha apareceu e deu-lhe presentes. Transformou
uma abóbora em carruagem, dois ratinhos viraram fortes cavalos. E,
por fim, os chinelos de Cinderela se tornaram belos sapatinhos de
cristal. Então, Cinderela foi ao baile.
Branca de Neve, dos irmãos Grimm Como a porta não estava trancada, decidiu entrar. No quarto, havia
sete pequenas camas. A princesa juntou-as e depois adormeceu, pois
estava muitíssimo cansada. Os moradores da residência eram sete
homenzinhos. Ao voltarem para casa, eles ficaram encantados com
a beleza da moça.

Após ouvir a sua história, os sete pequenos homens resolveram


deixar a princesa morar ali com eles. Mas a moça não estava
segura ali. Afinal, quando a rainha perguntou ao espelho encantado
se havia alguém mais bela, ele respondeu:

A mãe da princesa Branca de Neve faleceu logo depois que a menina — Branca de Neve.
nasceu. O rei então se casou pela segunda vez. A nova rainha era
extremamente bonita, mas também era muito perversa. Vaidosa, a O espelho também revelou o lugar onde a jovem se escondia. Assim,
rainha não admitia que pudesse haver mulher mais linda do que a rainha disfarçou-se de velhinha, encheu um cesto de maçãs e foi
ela. E, por isso, sempre perguntava ao seu espelho mágico: até Branca de Neve. Pediu água à moça e, supostamente agradecida,
deu-lhe uma maçã de presente, mas quando a princesa deu uma
— Espelho meu, espelho meu, existe alguém mais bela do que eu? mordida na fruta envenenada, caiu, adormecida.

E estava acostumada a ouvir como resposta: Quando os homenzinhos encontraram Branca de Neve, acharam que
ela estava morta. Mas era tamanha sua beleza que decidiram colocar
— Não. Vossa Majestade é a mulher mais bela do mundo inteiro! a jovem em um caixão de vidro. Porém, apareceu um príncipe e
pediu para levar o corpo da princesa para o rei, que estava
No entanto, a pequena Branca de Neve cresceu e transformou-se em preocupado com a filha.
uma belíssima mulher. Assim, quando, certo dia, a rainha fez a tal
pergunta ao espelho, obteve como resposta: Ao transportarem o caixão, um dos homenzinhos tropeçou, e a
princesa moveu-se. Assim, o pedaço de maçã envenenada caiu de
— Sim. Branca de Neve é a mulher mais linda do mundo! sua boca, e ela acordou. O rei então, ao saber de tudo, mandou
prender a rainha. Branca de Neve e o príncipe se casaram. E os
A rainha ficou com tanta inveja de Branca de Neve que mandou sete homenzinhos divertiram-se muito na festa.
um de seus guardas matar a moça. Porém, o guarda levou a
princesa para a floresta e deixou-a fugir, também lhe advertiu que
nunca mais voltasse, pois a rainha queria-a morta. Assim, depois de
muito andar pela floresta, Branca de Neve avistou uma pequena casa,
mas ali não havia ninguém.
Rapunzel, dos irmãos Grimm A pequena sereia, de Hans Christian Andersen

Em um profundo reino marítimo, vivia a pequena sereia, filha do rei. Era órfã
Era uma vez uma mulher que, quando estava grávida, sentiu forte desejo de mãe e a mais bonita princesa do mar. Sua avó sempre lhe contava as
de comer beterraba. Para satisfazer a esposa, o marido passou a pegar histórias dos humanos, os quais viviam fora do oceano. E a pequena sereia
beterrabas na horta de uma vizinha. Porém, essa vizinha era uma bruxa. Ao tinha muita curiosidade em conhecê-los. Assim, quando fez 15 anos, o pai
descobrir o roubo, a bruxa ordenou-lhe que, quando o bebê nascesse, devia da pequena sereia permitiu que ela fosse até a superfície.
ser entregue a ela.
Ela viu um navio iluminado, onde ocorria uma festa. No convés, estava um
Meses depois, a bruxa deu à menina recém-nascida o nome de Rapunzel. jovem e belo príncipe, que chamou a atenção da jovem sereia. No entanto,
E criou-a até a menina completar 12 anos de idade. Então, prendeu-a em logo o tempo mudou e uma tempestade enfureceu o mar. Com o
uma torre sem portas, a qual tinha apenas uma janela. Se precisava subir naufrágio, o príncipe estava prestes a se afogar, mas foi salvo pela
na torre, a bruxa mandava Rapunzel jogar sua longa trança, usando-a sereia, que o levou até a praia.
para subir como se fosse uma corda.
Ela voltou para o seu reino. Mas, apaixonada, não conseguia encontrar
Um príncipe, certa vez, presenciou essa cena. E, encantado com a voz da alegria, pois só pensava em seu príncipe. Decidiu então buscar a bruxa do
bela Rapunzel, o príncipe decidiu fazer como a bruxa, e gritou lá de mar, que lhe preparou uma poção mágica que faria seu rabo de peixe se
baixo: transformar em pernas. Porém, ela nunca mais voltaria a ser uma sereia.
Em troca, a bruxa ficou com a voz da jovem princesa.
— Rapunzel, jogue sua trança!
Agora com pernas, a sereia foi encontrada pelo príncipe na praia, que a
Assim, Rapunzel e o príncipe se apaixonaram. Mas, ao descobrir o levou até o palácio, onde ela passou a morar. Entretanto, o rei e a rainha
namoro, a bruxa cortou as tranças da moça e depois abandonou Rapunzel exigiram que o príncipe se casasse com a princesa do reino vizinho. A
na floresta. Para enganar o príncipe, a bruxa amarrou as tranças de sereia sabia que, sem estar com seu amor, inevitavelmente morreria.
Rapunzel em um gancho e, quando o príncipe subiu na torre, ele encontrou
a bruxa à sua espera. Segundo a bruxa, a única forma de a jovem princesa do mar voltar a ser
sereia era matando o seu amado príncipe. É claro que nossa heroína jamais
Então, a bruxa empurrou o rapaz da torre, que perdeu a visão com a faria mal ao jovem que ela amava. Mas também não podia viver entre os
queda. E saiu, sem rumo, pela floresta, até que ouviu uma bela voz. Era o humanos e se jogou no oceano. E, ao morrer, foi recompensada por tanto
canto de Rapunzel. Ao saber do ocorrido, a jovem chorou pela infelicidade amar, pois sua alma tornou-se imortal. Na versão mais conhecida do
do príncipe. Ao caírem nos olhos do amado, as lágrimas de conto, a pequena sereia e o príncipe ficam juntos.
Rapunzel trouxeram-lhe a visão de volta. Então eles se casaram e foram
felizes para sempre.
O príncipe sapo, dos irmãos Grimm João e Maria, dos irmãos Grimm

Era uma vez dois irmãos. Ele se chamava João; e ela, Maria. Quando
O rei de um próspero reino tinha três filhas solteiras, sendo mais bela a filha passeavam na floresta, a mãe dizia para levarem pedrinhas brancas e
caçula. No bosque perto do castelo, havia uma profunda lagoa. A jovem marcarem o caminho. Desse modo, as crianças nunca se perdiam e sempre
princesa gostava de ficar no gramado ali perto, onde brincava com uma bola voltavam para casa. Em certa ocasião, porém, os irmãos levaram miolo de
dourada. Até que um dia a bola caiu na água. pão em lugar de pedrinhas.

A princesa então chorou tanto que um sapo decidiu ver por que ela estava Assim, as bolinhas de miolo de pão que eles espalharam pelo caminho
chorando. Ao saber o motivo das lágrimas, o sapo disse que podia buscar foram comidas por aves. Perdidos na floresta, encontraram uma casinha
a bola da princesa, mas queria algo em troca, que ela o levasse com feita de doces, e os irmãos não resistiram, comeram todo o doce que
ela a todos os lugares. A princesa então fez a promessa, sem intenção de conseguiram. Até que apareceu a dona dessa casa incomum.
cumpri-la.
A velhinha, no entanto, foi gentil com as crianças, convidou-as a entrar.
Assim, o sapo buscou a bola para a princesa. Ela então correu para o Presas, elas descobriram que ela era uma bruxa que devorava crianças. A
palácio e deixou o sapo para trás. Mas, no dia seguinte, ele bateu à porta bruxa obrigou Maria a fazer o trabalho doméstico, enquanto João
do palácio, para que a jovem cumprisse a promessa feita. Ao saber da ficava preso em uma gaiola. Quando o menino estivesse gordinho, seria
história, o rei obrigou a filha a cumprir a promessa. o primeiro a virar comida de bruxa.

Assim, o sapo comeu com a princesa. Irritada por ele ter pedido para dormir Mas a mulher não enxergava bem. Todos os dias, pedia para ver um
no mesmo quarto que ela, ela jogou o sapo contra a parede, mas, ao cair dedinho do João, para determinar se ele estava “no ponto”. E o menino,
sobre o chão, ele se transformou em um belo príncipe. E explicou-lhe muito esperto, no lugar do dedo, mostrava um osso de galinha. Raivosa
que, por deixá-lo viver com ela, a princesa tinha acabado com o feitiço de porque João continuava magro depois de um mês, a bruxa decidiu devorá-
uma bruxa. lo assim mesmo.

A moça logo se apaixonou pelo belo rapaz. E o pai dela decidiu acertar Durante os preparativos para assar o menino, a bruxa descuidou-se, e Maria
o casamento entre ela e esse jovem príncipe. O criado do príncipe chamava- empurrou-a para dentro do forno. Enquanto a bruxa gritava, Maria libertou
se Enrique e ficou extremamente feliz com a volta do amo. Levou os noivos João, pegaram parte do tesouro da bruxa e conseguiram chegar em
para se casarem e unir os dois reinos. casa. Os pais, tão preocupados, ficaram felizes com a volta das crianças,
que contaram tim-tim por tim-tim sua aventura.
João e o pé de feijão, de Joseph Jacobs O gato de botas, de Charles Perrault

Era uma vez um velho moleiro. Quando morreu, deixou um moinho para o
primogênito, um burro para o filho do meio e um gato para o caçula. O filho
caçula ficou desesperado, pois não podia ganhar a vida com aquela
O menino João vivia com sua mãe e era órfão de pai. A vida no campo herança. Diante da preocupação do jovem, o gato disse que se
não era fácil, e estavam sem dinheiro para comprar comida. A mãe ganhasse um chapéu, um par de botas e uma bolsa de couro seria
muito útil ao jovem, mais útil do que um moinho ou um burro.
então pediu para João vender a vaquinha, o único bem que possuíam,
para assim comprarem o que comer. No caminho, porém, um
O gato, munido das botas e da bolsa, pegou duas codornas, que deu de
homem propôs que João trocasse a vaca por feijões mágicos. presente ao rei, em nome de um suposto marquês. E continuou a presentear
o rei durante meses, de forma a aguçar sua curiosidade acerca do tal
Quando João chegou em casa, com os sete grãos de feijão, a mãe, marquês.
muito irritada, jogou os feijões fora. Então, na manhã seguinte,
ficaram surpresos com o imenso pé de feijão que havia nascido Assim, o gato planejou um encontro supostamente acidental entre o
no quintal. João subiu a grande árvore e, acima das nuvens, avistou rei, sua filha e o jovem amo. Quando passava a carruagem do rei, o gato
um castelo onde moravam gigantes. disse que ladrões tinham roubado as roupas de seu senhor, o marquês de
Carabás. O rei então pediu que conseguissem roupas para o rapaz e o
A mulher gigante pegou o menino e, para protegê-lo do gigante mau, convidou a entrar na carruagem.
colocou-o dentro do açucareiro. O gigante faminto percebeu um
cheiro diferente no castelo, mas não conseguiu achar João. O gato, esperto, perguntou se o rei queria conhecer as terras do marquês e
Então, quando o gigante estava dormindo, João decidiu levar levou-o às ricas terras de um ogro, convencendo os camponeses a dizerem
que aquelas eram as terras do marquês. Ao chegar até o ogro mágico, o
consigo a harpa encantada e a galinha que botava ovos de ouro,
gato de botas convenceu-o a transformá-lo em um leão.
que eram prisioneiras do gigante. Mas o gigante despertou e
perseguiu o menino, que era muito veloz. Assim que João desceu da E ainda desafiou o ogro mágico a se converter em um ratinho. Transformado
árvore, a mãe cuidou de cortar o pé de feijão. Agora, com a galinha em rato, o ogro foi comido pelo leão, de forma que o encanto foi desfeito, e
dos ovos de ouro, mãe e filho nunca mais sentiriam fome. o gato voltou a ser um gato. Com as terras e as riquezas do ogro, o amo
do gato estava rico e lhe foi oferecida a mão da princesa. Os jovens se
casaram, e o gato de botas morou até o fim em companhia desses seus
ricos senhores.
O patinho feio, de Hans Christian Andersen A princesa e a ervilha, de Hans Christian Andersen

A pata Sofia fez um ninho perto de um lago para chocar seus ovos. Um príncipe estava procurando uma princesa com quem se
Nasceram então cinco belos patinhos amarelos. Porém, um ovo casar. Sem sucesso, ele voltou triste e sozinho para o seu palácio.
demorou a abrir e, quando a casca se rompeu, saiu de lá um Porém, certa noite, bateram ao seu portão. Era uma jovem, que dizia
patinho diferente dos irmãos. Os bichos passaram a chamá-lo de ser princesa. Mas a rainha, mãe do príncipe, ficou desconfiada e
“patinho feio”. pensou em um estratagema para saber se a moça dizia a verdade.

Rejeitado por todos, esse patinho estava sempre sozinho e triste. Sem que a suposta princesa soubesse, a rainha mandou que
E decidiu ir embora, em busca de um lugar mais acolhedor. No colocassem uma ervilha debaixo do colchão da cama da
caminho, encontrou marrecos, que também o rejeitaram. Depois hóspede. Melhor pensando, deveriam ser vários colchões, um sobre
gansos, que, agressivamente, mandaram-no embora. Só lhe restava o outro. Depois da primeira noite, a rainha quis saber se a moça tinha
continuar, em busca de sua própria identidade. dormido bem. E ela respondeu que não.

Até que, um belo dia, ele encontrou brancas aves, de longos A jovem disse ter tido a impressão de estar deitada sobre uma
pescoços. Eram cisnes, que acolheram o patinho como se ele fosse pequena esfera. A rainha, dessa forma, concluiu que ela era honesta.
um integrante da família. E realmente era, pois, com o tempo, o Afinal, apenas uma verdadeira princesa podia sentir aquela
“patinho feio” transformou-se em um belo cisne, admirado por incômoda ervilha. E foi assim que essa princesa se casou com o tal
todos. Sim! Ele era um cisne, nunca foi um pato. príncipe, para serem felizes para sempre.
A roupa nova do rei, de Hans Christian Andersen Diante da reação do ministro, pediram mais dinheiro para terminar a
roupa. Afinal, o rei iria usá-la em uma procissão que aconteceria muito
em breve. Quando a roupa estava pronta, os tecelões levaram-na
para o rei. O monarca também não via nada. Mas, para não parecer
tolo, disse que estava maravilhosa!

Assim, sua majestade despiu a roupa que estava usando e, logo


depois, os patifes ajudaram-no a vestir a roupa nova. Todos do
palácio elogiavam a roupa nova do rei, pois ninguém queria
parecer tolo. O mesmo aconteceu quando o rei caminhou nu durante
a procissão. Apenas uma criança gritou entre a multidão:

Era uma vez um rei que se importava muito com as aparências. — Olha só! O rei está sem roupa!
Ele gastava muito dinheiro com roupas novas e caras. E gostava de
vesti-las e exibi-las para o seu povo. Para dizer a verdade, esse rei A partir daí, aquela verdade se espalhou entre os presentes, e todos
quase não reinava, pois só pensava em suas roupas e em que passaram a apontar para o rei, enquanto diziam:
ocasião usá-las.
— O rei está sem roupa!
A notícia dessa paixão do rei pelas roupas novas chegou a outros
lugares. Assim, certa vez, dois desonestos aventureiros apareceram Porém, o rei continuava seu caminho, de cabeça erguida. Preferia
no reino. Eles se apresentavam como tecelões e diziam possuir o acreditar na tolice de seu povo a admitir que realmente estava sem
tecido mais belo do mundo. Mais que isso, os supostos tecelões roupa.
afirmavam que as roupas feitas com tal tecido eram invisíveis
para quem era tolo.

Ao saber da novidade, o rei quis logo encomendar uma roupa com


tecido tão interessante. Desse modo, pensou ele, poderia saber
quem era esperto e quem era tolo, de forma a poder escolher melhor
quem trabalhava para ele. Os supostos tecelões ganharam então
uma fortuna para fazer a roupa nova do rei.

Em certa ocasião, o rei enviou um de seus ministros para ver se os


trapaceiros estavam fazendo um bom trabalho. Ao entrar na sala onde
estavam costurando a roupa, não viu nada. Mas, para não parecer
tolo, fingiu ver a roupa, que, segundo os dois homens, possuía cores
belas.
O Pequeno Polegar, de Charles Perrault desta vez, o caçula, para marcar o caminho, usou o pão que a mãe
tinha dado para cada um dos filhos antes de eles saírem.

Contudo, desta vez, seu plano falhou, pois os pássaros comeram


as migalhas de pão que o menino espalhara pelo caminho. E,
quando estavam perdidos e assustados durante a noite, o Pequeno
Polegar subiu em uma árvore e avistou uma luz muito fraca. Guiou os
irmãos naquela direção e chegaram a uma casa.

Foram atendidos por uma gentil senhora, e o Pequeno Polegar


contou-lhe que estavam perdidos. No entanto, aquela era a casa de
Havia um casal de lenhadores que tinham sete filhos. Mas eram tão um ogro que gostava de devorar crianças. A esposa do ogro
pobres que os filhos passaram a ser um peso difícil de carregar. Além devorador de crianças escondeu os meninos. Mas, ao chegar em
disso, o filho mais novo era muito fraquinho e calado. E os pais casa, o ogro começou a sentir um cheiro de carne fresca.
pensavam que ele era meio lerdo, quando, na verdade, tinha uma
grande esperteza. Ele logo descobriu os meninos embaixo da cama, que suplicaram pela
própria vida. O ogro decidiu que ia devorá-los no dia seguinte.
Quando nasceu, era pouco maior que um polegar. Por isso o Mas, enquanto o ogro dormia, o Pequeno Polegar conseguiu
apelidaram de Pequeno Polegar. Assim, num período de grande fugir, juntamente com seus irmãos. No dia seguinte, ao perceber a
fome, os pais planejaram abandonar seus filhos na floresta. Mas fuga, o ogro saiu furioso no encalço dos meninos.
o caçula ouviu a conversa deles. No dia seguinte, encheu seus bolsos
de pedrinhas brancas. Cansado, acabou adormecendo. E o Pequeno Polegar roubou-lhe as
botas encantadas, voltou à casa do ogro e disse à ogra que o marido
Os pais levaram os filhos para buscar lenha, e o Pequeno Polegar tinha sido sequestrado e que lhe emprestara as botas encantadas
não contou nada do que ouvira aos irmãos. Como planejado, os pais para ele pedir que a mulher lhe entregasse toda a fortuna. Como o
aproveitaram a distração deles e foram embora. Quando perceberam, Pequeno Polegar estava com as botas do seu marido, a
caíram no choro. Mas o Pequeno Polegar tinha marcado o ogra entregou ao menino todas as riquezas do ogro, e o menino
caminho com as pedrinhas, e conseguiram voltar para casa. voltou para casa com os irmãos. Agora sua família estava rica.
Coincidentemente, quando o lenhador e sua esposa chegaram em
casa, o senhor da aldeia pagou ao lenhador um dinheiro que lhe
devia. Agora, depois de finalmente comer, a mãe lamentava a
ausência dos filhos. E ficou muito feliz quando eles apareceram,
guiados pelo Pequeno Polegar.

Porém, quando o dinheiro acabou, e a fome de novo batia à porta, os


pais decidiram se livrar dos filhos novamente, e os levaram para
um lugar bem mais afastado. Sem conseguir juntar as pedrinhas
O soldadinho de chumbo, de Hans Christian Andersen E veja como é o destino. O peixe acabou sendo pescado, e, depois,
foi comprado pela cozinheira da casa onde morava o menino que
perdera o soldadinho de chumbo. Assim, ao abrir o peixe, a
cozinheira encontrou o soldadinho, e o menino ficou feliz com a
volta do brinquedo, que continuava apaixonado pela bailarina de
papel.

Um dia, porém, o soldadinho de chumbo acabou caindo na lareira, o


qual derretia enquanto olhava para sua bailarina. E, quando alguém
abriu a porta, o vento empurrou a bailarina para a lareira, que foi
consumida pelo fogo, juntamente com o soldadinho. Deles
apenas restou um pequenino coração de chumbo, que sobreviveu às
chamas.

Dentro de uma caixa, em uma loja de brinquedos, havia 25


soldadinhos de chumbo. Um deles, contudo, não tinha uma perna.
Isso porque, como foi o último a ser feito, faltou chumbo para
terminar sua perna. Certo dia, um menino ganhou de presente a
caixa com os soldadinhos. No quarto do menino, havia também um
lindo castelo, com uma linda bailarina de papel. Não demorou muito
para o soldadinho de uma perna só se apaixonar pela bailarina.

À noite, enquanto o menino dormia, os brinquedos fizeram uma festa.


No dia seguinte, porém, por acidente, o menino deixou o
soldadinho de chumbo cair pela janela. O menino foi até a rua, em
busca de seu brinquedo, mas não o encontrou. Depois de uma forte
chuva, dois outros meninos encontraram o soldadinho. Decidiram
fazer um barco de papel para ele viajar e conhecer o mundo inteiro.
Colocaram o barquinho na enxurrada, com o soldadinho dentro, que
fazia de tudo para não cair fora da embarcação.

Contudo, o barquinho caiu em um bueiro, e o soldadinho se viu


cercado pela escuridão. Mais tarde, porém, o barquinho levou o
soldadinho até um rio, e finalmente tudo ficou iluminado. Mas as
águas ferozes afundaram o barquinho. Assim, logo um peixe
engoliu o soldadinho.

Você também pode gostar