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31/07/2023

MECÂNICA DOS SOLOS II


CONTEÚDO:

• Acréscimos ou distribuição de Tensão no Solo;


• Compressibilidade dos solos e Recalques elásticos;
• Resistência ao cisalhamento dos solos;
• Adensamento e Parâmetros de compressibilidade;
• Resistência ao cisalhamento das rochas;
• Trajetória de Tensões.

Distribuição de tensões nos solos


Tensões devido a cargas externas - propagação e distribuição

Além do peso próprio da massa de solo, as tensões no solo podem ser


originadas por carregamentos externos.

A determinação das tensões devido a cargas externas e sua distribuição


no subsolo é muito importante na avaliação de deformações e da
capacidade de carga dos terrenos onde são instaladas obras de
engenharia.

As pressões (tensões) existentes nos maciços terrosos decorrem:

• Peso próprio do solo (pressões virgens);


• Cargas estruturais aplicadas (pressões induzidas)

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+ =

Peso próprio do solo Carregamento aplicado

Para a estimativa das tensões atuantes no interior da massa de solo


em virtude de diferentes tipos de carregamento externo são muito
utilizadas soluções baseadas na Teoria da Elasticidade → relação tensão-
deformação do solo é dada pela Lei de Hooke (material de comportamento
linear elástico, homogêneo e isótropo)

Distribuição de tensões nos solos

Algumas fórmulas matemáticas, de diferentes autores permitem o cálculo


dos acréscimos de tensões verticais no solo conforme o tipo de
carregamento:

• Hipótese Simples – Espraiamento de tensões;


• Carga concentrada;
• Carga distribuída sobre uma placa retangular;
• Carga a uniformemente distribuída em uma faixa;
• Outras:
• Carga distribuída sobre uma placa circular
• Carregamento Triangular

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1. Espraiamento das tensões

A distribuição de pressões ou tensões pela hipótese simples ou antiga


admite-se que a carga “Q” aplicada à superfície se distribui, em profundidade
segundo um ângulo (φ0), chamado ângulo de espraiamento ou de
propagação.

Distribuição de tensões nos solos


1. Espraiamento das tensões

Para fins práticos, a propagação de pressões, devido à sobrecarga,


restringe à zona delimitada pelas linhas de espraiamento. A hipótese
simples contraria todas as observações experimentais (feitas através de
medições no interior do subsolo), pelas quais se verificou que a pressão
distribuída em profundidade não é uniforme, mas sim variável, em forma de
sino.

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Distribuição de tensões nos solos


1. Espraiamento das tensões

A faixa de validade para esta teoria restringe-se a:

a) sobrecargas provenientes de fundações muito rígidas e/ou estruturas rígidas


(chaminés, torres, obeliscos, blocos de máquinas) com tendência de
recalques uniformes, as pressões tendem à uniformidade;

b) profundidades muito grandes - achatamento do diagrama de pressões;

c) valor de ϕ0 a adotar - quanto mais resistente for o solo, tanto maior será o
valor de ϕ0.

Distribuição de tensões nos solos


1. Espraiamento das tensões

Exemplo 1 - Calcular a tensão no plano situado à profundidade de 5 metros,


considerando que a área carregada tem comprimento infinito. Considerar areia
pura (φ0 = 40º).

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Emprega-se a teoria da elasticidade para a estimativa das tensões atuantes


no interior da massa de solo em virtude de carregamentos na superfície.

Em resumo a teoria da elasticidade admite:

a) material seja homogêneo (propriedades constantes na massa do solo);

b) material seja isotrópico (em qualquer ponto as propriedades são as mesmas


independente da direção considerada);

c) material seja linear-elástico (tensão e deformação são proporcionais)

Distribuição de tensões nos solos


2. Carga concentrada
2. 1 Solução de Boussinesq

O estudo do efeito de cargas sobre o terreno foi estudado inicialmente por


Boussinesq (1885), através da teoria da elasticidade.

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2. 1 Solução de Boussinesq

Exemplo 2:

Um poste de transmissão de energia possui um peso de 50tf. Há uma


dutovia que passa a uma profundidade de 5m no eixo deste poste. Calcular
o acréscimo de tensão que o poste causará no solo acima da dutovia, em
seu eixo, e a 2m de distância.

RESOLVIDO EM SALA

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3. Carregamento em áreas retangulares

3.1 solução de Newmark

Através da integração da equação de Boussineq e definindo alguns


parâmetros m e n, a solução de Newmark e expressa pela formula:

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3.1 solução de Newmark

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3.1 solução de Newmark

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3.1 solução de Newmark

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Distribuição de tensões nos solos


3.1 solução de Newmark

Exemplo 3:
Uma construção industrial apresenta planta retangular conforme figura
abaixo. O seu radier vai aplicar uma pressão de 50 kPa no solo. Estime o
acréscimo de tensão na vertical em um ponto a 6m de profundidade nos
pontos A, B, C, D e E.

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4. Carga distribuída ao longo de uma linha

A pressão vertical induzida σz ou σv no ponto (A), por uma carga


uniformemente distribuída p ao longo de uma linha na superfície de um semi-
espaço foram obtidas por Melan (Figura) e é dada pela fórmula:

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4. Carga distribuída ao longo de uma linha

Exemplo 4:

Determine o aumento da tensão vertical ∆σz no ponto A, afastado 4 metros de


distância do carregamento de 10 kN/m e a 1,5 m de profundidade.

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5. Carga distribuída numa área retangular de comprimento infinito

Em placas retangulares em que uma das dimensões é muito maior que a


outra, os esforços induzidos na massa de solo podem ser determinados
através das expressões propostas por Carothers e Terzaghi, conforme o
esquema da Figura abaixo.

Onde:
P = carga distribuída por unidade de área
b = semi-largura
z = profundidade vertical
x = distância horizontal do centro

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5. Carga distribuída numa área retangular de comprimento infinito

O bulbo de pressões correspondentes a esse tipo de carregamento é


apresentado na Figura seguinte, onde:

b = semi-largura
z = profundidade vertical
x = distância horizontal do centro

Δqs = P = carregamento
Δσ1 = Δσ‘v = tensão vertical efetiva
Δσ3 = Δσ‘h = tensão horizontal efetiva

Δσ‘v = P . I1 (lado direito do gráfico)

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5. Carga distribuída numa área retangular de comprimento infinito

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6. Carga distribuída numa área circular

(tanques e depósitos cilíndricos, fundações de chaminés e torres)

Onde:
R = raio da área carregada
z = distância vertical
P = ∆qs = carregamento

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6. Carga distribuída numa área circular

Para pontos situados fora da vertical que passa pelo centro da placa, o
acréscimo de tensão efetiva vertical poderá ser calculado pelo ábaco da
Figura seguinte, que fornece isóbaras de ∆σ‘v/P, em função do afastamento e
da profundidade relativa x/R e z/R, respectivamente.

x = distância horizontal a partir do centro da área carregada

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6. Carga distribuída numa área circular

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6. Carga distribuída numa área circular

Exemplo 5: Calcular o acréscimo de tensão vertical nos pontos A e B


transmitido ao terreno por um tanque circular de 6,0 m de diâmetro, cuja
pressão transmitido ao nível do terreno é igual a 240 kPa. Determine também
a tensão final nos mesmos pontos.

Utilizando o ábaco, temos:

A tensão final no ponto A será:


σ‘vfA= 16,5 . 3 + 153,5 = 203,0 kPa

A tensão final no ponto B será:


σ‘vfB= 16,5 . 3 + 79,2 = 128,7 kPa
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7. Carga distribuída numa área com carregamento triangular

Possui grande aplicação na estimativa de tensões induzidas no interior de


massa de solo por aterros, barragens, etc.

Existem soluções para diversos tipos de carregamento com cargas


triangulares.

7. 1 Gráfico de Osterberg - Determina a tensão vertical (∆σ‘v) devido a uma


carga em forma de trapézio de comprimento infinito (Figura B).

∆’v = ∆. I1

a/z
I1 → Coeficiente de Influência
b/z

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7.1 Gráfico de Osterberg

Figura B 27

Distribuição de tensões nos solos


7. Carga distribuída numa área com carregamento triangular

O gráfico anterior deriva da equação abaixo baseada na figura.

∆𝑧 = 𝛼1 + 𝛼2 − (𝛼2)

Onde:
q0 = .H
H = Altura do aterro

𝛼1(radianos) = tg-1( ) – tg-1 ( )

𝛼2 = tg-1( )

Para uso do gráfico B1 = b e B2 = a


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7. Carga distribuída numa área com carregamento triangular

Exemplo 6:

Determinar o acréscimo de tensão no ponto A sob o aterro da figura abaixo.


12m 5m 12m

a b

 = 18 kN/m3 7m

5m
q0 = .H = 18. 7 = 126 kN/m2
A
Acréscimo de tensão em A:
Pelo gráfico
𝑏 2,5 𝑎 12 I1= 0,445
= = 0,5 = = 2,4
𝑧 5 𝑧 5

∆𝐴 = q0 . I1= 126 x 2 x 0,445 = 112,14kN/m2


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7. Carga distribuída numa área com carregamento triangular

7.2 Gráfico de Carothers - determina a tensão vertical e horizontal (∆σ1= ∆σ‘v,


∆σ3 = ∆σ‘h) devido a uma carga em forma de triângulo isósceles de
comprimento infinito. (Figura C)

x/a ∆1 = ∆’v

z/a ∆3 = ∆’h

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7. 2 Gráfico de Carothers

Figura C
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7. Carga distribuída área numa com carregamento triangular

7.3 Gráfico de Fadum - Determina a tensão vertical (∆σ‘v) sob um


carregamento triangular de comprimento finito. (Figura D)

m = b1 / z
Iz → Coeficiente de Influência
n = a1 / z

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7. 3 Gráfico de Fadum

Figura D 33

Distribuição de tensões nos solos

Exemplo 7:

Determinar o acréscimo de tensão no ponto A sob o aterro da figura abaixo


que está a 5 m de profundidade.

P0 = 300 kN/m2

15 m
10 m

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Soluções de Mindlin (1936) e Antunes Martins (1945) para carga distribuída
ao longo de um elemento vertical inserido na massa de solo

As soluções consideram a transmissão de carga por uma estaca através do


atrito ao longo do fuste e pela ponta para uma massa de solo homogênea,
isotrópica e semi-infinita.

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Distribuição de tensões nos solos


Soluções de Mindlin (1936) e Antunes Martins (1945)

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Soluções de Mindlin (1936) e Antunes Martins (1945)

Exemplo7:

Calcular a pressão vertical nos pontos A e B, a 20 m de profundidade, devido


a uma estaca carregada com 300 kN, sendo que 225 kN são transmitidos
pela ponta da estaca e 75 kN pelo seu atrito lateral.

12,5 m

A B
5m
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