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A Música

A dance music será nossa principal base de trabalho. Isso porque, diferente dos outros sons
mais acústicos (tocados sem uma seqüência eletrônica), ela nos traz um ritmo bem
marcado, ou seja, sua velocidade não varia, pois toda ela é seqüenciada por computadores.
Antes de entender esse módulo é necessário que você esteja ciente que precisa de alguns
pré-requisitos, nem um pouco difíceis: É necessário você ter coordenação motora para
identificar um ritmo de uma determinada música. Quer uma dica? Para identificar o ritmo de
uma música basta você dançar.Isso mesmo! Você dança no ritmo da música, certo?!

A Estrutura da Música
Em toda música existe:
– Bumbos (marcação virtual das batidas ímpares. É nele que existe a primeira batida do
compasso)
– Pratos (marcação virtual da batida intermediária entre o bumbo e a caixa)
– Caixas (marcação virtual das batidas pares)
– Bpm (Batida por minuto)
– Compasso (Partes marcadas por viradas. 16 ou 32 batidas)
– Desenho (Sub-partes marcadas por repetições contínuas. 8 e 4 batidas).

Bumbo, Prato e Caixa


Esta, talvez, seja a fase mais complicada da parte teórica, pois aqui você terá que utilizar
bastante sua imaginação.
Imagine que você esta dançando uma música X, que tenha uma base House (4×4/reta – se
formos tentar descrever seria parecido com isso: “Tum” – “Tum” – “Tum” – “Tum”…. Esse
“tum”, “tum”, “tum” são as batidas da música e essas batidas é que formam o ritmo da
música).

Imaginem que a batida nº1 é o Bumbo (o primeiro Tum) e a batida nº2 seja a nossa Caixa (o
segundo Tum). O Prato fica entre um bumbo e uma caixa, ele seria o nosso contra tempo.

Bpm (Batida Por Minuto)


É importante saber o bpm, pois, é preciso saber qual das músicas que você está
trabalhando é a mais lenta ou mais rápida para que você execute a mixagem.
Para contar o bpm de uma música basta contar o números de bumbos e caixas que contém
a música no período de 1 (um) minuto.

Compasso
Toda música precisa de uma marcação para se saber quando vai entrar ou sair um vocal,
uma melodia, um instrumento, uma batida ou uma virada. O compasso é o que irá marcar
essas mudanças com o intuito da música ser mais “organizada”. Claro que nem todos os
músicos ou produtores seguem essa regra mas a grande parte das músicas são bem
marcadas.
O Compasso é o período de 16 ou 32 batidas (Bumbos e Caixas) que marca uma mudança,
entrada, ou saída de algum elemento na música. Para entender bem o Compasso devemos
primeiro saber contá-lo.
Para contar o compasso é preciso primeiro identificar o ritmo da música. Depois de
identificado, conte a partir da primeira batida (primeiro Bumbo ou cabeça do Compasso) da
música até que haja uma mudança. Se essa mudança ocorrer quando você terminar de
contar 16, é porque aquele compasso “é de 16” e se mudar quando você terminar de contar
32 é porque aquele compasso “é de 32”. Esse compasso se repetirá por toda a música.
Por exemplo, contagem de um compasso “de 16” é da seguinte maneira:
1,2,3,4,5,6,7,8,9,10,11,12,13,14,15,16,1,2,3,4,5,6,7,8,9,10…

É muito importante identificar qual é o compasso pois na hora da mixagem, quando as


velocidades das músicas estiverem iguais, você soltará a batida 1 de uma música junto com
a batida 1 da outra música. Dessa forma as música irão mudar igualmente nas viradas dos
compassos.

Desenho
O desenho é um pouco parecido com o compasso. O processo de contagem é o mesmo
mais o número de batidas é diferente: são de 4 e 8 batidas. Se você contar as batidas da
música de 4 em 4 ou de 8 e 8 você perceberá que determinadas seqüências de
instrumentos se repetem nesse ciclo.
Obs: A contagem do Desenho e do Compasso deve ter início sempre no primeiro Bumbo da
música (na cabeça do Compasso).

A Técnica

Dentre as principais técnicas usadas pelos djs existem: Mixagem, Colagem, Back to Back,
Scratch e Back Spin. A cada dia que passa, novas técnicas vão sendo criadas e
aperfeiçoadas. Tudo isso graças ao advento de novas tecnologias em mixers, mesas de
efeitos, agulhas, e claro, da criatividade dos djs.
A técnica básica mais usada, e a que nos interessa neste manual, é a mixagem.

Mixagem
O princípio da mixagem é juntar duas músicas de velocidades iguais (bpm) com bumbo em
cima de bumbo e caixa em cima de caixa.

Repare que o Bumbo 1 está em cima do Bumbo 1 da outra música. Dessa forma quando o
compasso da primeira música “virar” o da outra também virará.

Preparando as músicas para mixagem


A primeira coisa que o dj deve observar quando for mixar uma música é saber se a “música
que vai entrar” é mais lenta ou mais rápida do que a que está tocando na pista. De acordo
com o resultado, você utilizará o Pitch para modificar positivamente ou negativamente a
velocidade da “música que vai entrar”. Se esta música for mais lenta será necessário
acelerá-la para igualar os bpms e se for mais rápida será necessário desacelerá-la. Evite
fazer isso com a música que está tocando na pista. Em última instância, faça muito (muito!)
discretamente para que a “pista não sinta”.
Igualando os Bpms, chegou a hora de fazer a passagem de uma para outra: mixar.
A música deve ser solta “Bumbo com Bumbo”, na “Cabeça do compasso”, e por
conseqüência Caixa com Caixa.
Depois de soltar, você escolherá o ponto em que a “música que está saindo” deve ser
cortada. Nas músicas existem os melhores pontos de mixagem. Estes pontos são os
chamados “Pontos de mixagem” ou “Breaks” e são caraterizados pela ausência de melodias
e vocais.

Atenção:
Deve-se evitar misturar melodias e vocais, isso na maioria das vezes quebra a harmonia das
músicas. Lembre-se sempre: “ a boa mixagem é aquela discreta e harmônica”.
Dicas para uma boa mixagem
O princípio básico da mixagem é juntar duas músicas e fazer uma passagem da que está
acabando para a que está entrando. No entanto, essa técnica fica ainda mais interessante
quando usamos filtros e efeitos, controles na equalização, cuts com o crossfader e back
spin.

Colagem
As colagens são interferências feitas pelo djs com trechos de outras músicas. Estas podem
ser feitas com batidas, vozes, instrumentos, dentro ou fora do tempo, mas sempre com
harmonia.

Back to back
Back to back é uma das performances mais usadas em campeonatos de djs. Alguns djs se
arriscam fazer em pista de dança. Esta performance consiste em ficar repetindo trechos de
duas músicas em diferentes pick-ups. Dependendo da técnica do dj, essa repetição pode ser
feita de 1 a 8 batidas.

Scratch
A mais característica performance feita por djs. Sons tirados do vai-e-vem dos discos e cuts
do croosfader. O scratch evoluiu bastante. Hoje, são feitos com mais velocidade e podem
contar com recursos de Hi-cut nos croosfaders mais atuais. Existem sctrachs feitos a partir
de samples e scratchs feitos com sons contínuos e mais trabalhados pelo croosfader.

Back Spin
Back spin não tem mistério, mas se vacilar pode ficar “xoxo”. Back spin consiste em voltar o
disco com velocidade. Geralmente, é usado nas viradas das mixagens. Mas o back spin
pode interferir numa música como uma colagem e junto com efeitos.

Efeitos
Existem mixers (como o Pionner DJM 600) e geradores (como o Pioneer EFX 500) que
desenvolvem efeitos diversos: Eco, Deelay, Pitch, Filter, Flanger e Sampler. Os filtros e
efeitos podem ser usados de várias formas, por isso é fundamental o conhecimento desses
para a aplicação mais adequada. Mas lembre-se, efeito demais pode ser desagradável.

Equalizando (grave, médio e agudo)


Com a chegada de novos mixers no mercado com equalizadores, as mixagens ganharam
um novo tom. Sem os equalizadores independentes por canal, as mixagens eram duras e
muitas vezes, quando virava a música, faltava alguma freqüência ou elemento. O princípio
da equalização em uma mixagem é como a da mixagem de uma música em estúdio. O
objetivo é suavizar a passagem de uma música pra outra compensando as freqüências que
faltam ou que estão em excesso. Por exemplo, se a música que vai entrar tem muitos
elementos agudos como caixas, pratos e chimbais, a tendência é você abrir o canal da
música que vai entrar com os agudos baixos.

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