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Cap2 Harmonicos em Sistemas 2013
Cap2 Harmonicos em Sistemas 2013
CAPITULO 2
1.1) INTRODUÇÃO
De uma maneira geral, as tensões geradas pelas centrais elétricas possuem
formas de ondas praticamente senoidais. Nas barras mais próximas dessas usinas,
devido aos altos níveis de curto-circuito, as medições efetuadas por analisadores
harmônicos ou osciloscópios, mostram que as tensões têm menos que 1% de
distorção. Entretanto, à medida que os pontos de medições se distanciam das
centrais geradoras e se encaminham para as cargas elétricas, as distorções de tensão
aumentam. Nas proximidades de certas cargas, as formas de onda das correntes
também são bastante distorcidas.
Os relatos de problemas de distorções harmônicas datam de 1930/1940.
Provavelmente, o primeiro equipamento a ser “acusado” de causar problemas
harmônicos, foi o transformador (ver figura abaixo). As primeiras vítimas de então,
foram as linhas telefônicas, que sofriam interferências indutivas.
DISTORÇÃO HARMÔNICA
A figura 1.1 mostra uma onda periódica, não senoidal, representada por uma
soma de ondas senoidais, de diversas frequências múltiplas inteiras da frequência
fundamental. Essas frequências múltiplas são denominadas de harmônicas da
fundamental. A soma dessas senoides é denominada de Série de Fourier.
Essa pequena lista acima sugere que existem diversas causas e efeitos para as
tensões e correntes, bem como uma relação entre ambas. Assim, alerta-se para o
fato de que o termo harmônicas é muito ambíguo para definir, por sí só, um
problema.
Conforme a figura 1.2 sugere, a distorção de tensão é, em geral, uma
consequência da passagem de uma corrente distorcida através de uma impedância
série. Embora uma central elétrica gere tensão praticamente senoidal pura, as
correntes harmônicas fluindo através da impedância do sistema, causarão quedas de
tensão do tipo Z(h).I(h) na mesma, para cada ordem harmônica. Cabe aqui ressaltar
que a figura 1.2 ilustra o fluxo da corrente fundamental, que é no sentido gerador-
carga. O fluxo das correntes harmônicas é, normalmente, no sentido oposto (carga-
gerador), pois essas correntes são geradas pelas cargas e não pelo gerador!
Muitos problemas harmônicos nos sistemas elétricos surgem nas barras onde
bancos de capacitores são instalados para correção de fator de potência. Isso pode
ser melhor explicado com o auxílio da figura 1.3, que mostra o diagrama unifilar
simplificado de uma indústria, a qual está sendo representada por um conversor. Na
frequência fundamental, a rede elétrica fornece, através de um transformador
rebaixador (T), a corrente fundamental i(1) para esta carga.
Figura 1.4: Circuito elétrico monofásico equivalente, para a frequência fundamental (h=1), para
o sistema da figura 1.3
Essa é a parte boa da “estória” da correção do fator de potência. Agora será
mostrado o lado problemático, pouco observado por muitos engenheiros
eletricistas. Vejamos o que acontecerá neste mesmo circuito, do ponto de vista
harmônico. A figura 1.5 representa o diagrama unifilar da figura 1.3, visto para as
frequências harmônicas. Nesta figura, as correntes harmônicas são geradas pelo
5
conversor, localizado na indústria. O sistema elétrico, agora, é apenas uma
impedância Zs(h).
Por outro lado, com o banco de capacitores ligado à rede, a fonte de corrente
harmônica enxerga, como impedância equivalente ZEQUIV(h), a seguinte expressão:
jZs (h).[− jXc (h)]
Z EQUIV (h) = (2)
j[ Zs (h) − Xc(h)]
OBS: para simplificação, nesta análise, está se considerando que a impedância da rede possui
resistência desprezível.
Nestas condições, a tensão V(h) agora deverá ser obtida através de:
jZs (h).[− jXc(h)]
V (h) = Z EQUIV (h).i (h) = .i (h)
j[ Zs (h) − Xc(h)]
Zs (h).[− jXc(h)]
V(h)=ZEQUIV(h).i(h)= .i(h) (3)
j[ Zs (h) − Xc(h)]
0
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45 47 49
ORDEM HARMÔNICA
Figura 1.9: Formas de onda de tensão senoidal e corrente não senoidal, bem como o
espectro harmônico desta corrente.
9
(1.2)
Onde:
Mh e M1 são, respectivamente, os valores eficazes da componente
harmônica h e da componente fundamental nominal da grandeza M.
Particularmente para a tensão, a expressão acima, em percentual e em português,
será assim escrita:
hmáx
∑V
h=2
h
DHTV = .100[%]
V1
Para analisar uma ordem harmônica em particular, tem-se a Distorção harmônica
individual:
Vn
• de Tensão: DHI V = x100 (%)
V1
I
• de Corrente: DHII = n x100 (%)
I1
Devido ao fato de que as correntes variam muito de valor em um sistema,
deve ser aqui destacado que uma carga, operando com uma pequena corrente pode
ter uma componente fundamental de valor baixo e, consequentemente, uma THD
alta. Apesar disso, por se tratar de uma corrente total de baixo valor, a mesma
poderá não ser um problema para o sistema. Assim, recomenda-se calcular o THD
paras as correntes, usando para M1 a componente fundamental nominal da carga e
não a componente fundamental do momento da amostragem.
10
No documento do ANEEL, denominado “Procedimentos de Distribuição de
Energia Elétrica no Sistema Elétrico Nacional (PRODIST), em seu Módulo 8,
relativo à Qualidade da Energia Elétrica, com relação a harmônicos, é usada a
seguinte terminologia:
0
1
2
3
4
5
6
DATA - HORA
11/11/02 - 03:00
11/11/02 - 06:10
11/11/02 - 09:20
11/11/02 - 12:30
11/11/02 - 15:40
11/11/02 - 18:50
11/11/02 - 22:00
12/11/02 - 01:10
12/11/02 - 04:20
12/11/02 - 07:30
12/11/02 - 10:40
12/11/02 - 13:50
12/11/02 - 17:00
12/11/02 - 20:10
12/11/02 - 23:20
13/11/02 - 02:30
13/11/02 - 05:40
13/11/02 - 08:50
13/11/02 - 12:00
13/11/02 - 15:10
13/11/02 - 18:20
13/11/02 - 21:30
14/11/02 - 00:40
14/11/02 - 03:50
14/11/02 - 07:00
14/11/02 - 10:10
14/11/02 - 13:20
Dia
14/11/02 - 16:30
14/11/02 - 19:40
17/11/02 - 11:00
17/11/02 - 14:10
medida ao longo de uma semana, em um barramento de BT de um transformador de
A figura a seguir ilustra o comportamento da Distorção harmônica total de tensão,
17/11/02 - 17:20
17/11/02 - 20:30
Fase B
Fase A
Fase C
17/11/02 - 23:40
12
Com relação à distorção individual de tensão, a harmonica que mais
contribuiu para a DHT acima foi a de 5a. ordem. A figura abaixo ilustra o
comportamento desta DHI para o mesmo período de medição da DHT acima.
Repare que a média desta DHI de 5a. harmônica, é em torno de 2,5% (com
alguns raros picos em torno de 3,5%). Tal como já observado para a DHT, no
domingo, dia 17/11, de manhã, esta DHI de 5a. harmônica cresceu para valores
entre 3,5% e 4%.
Período de 11/10/2002 a 17/11/2002
Fase A
Fase B
5 Fase C
4,5
3,5
Tensão de 5 Harmônica (%)
2,5
a
1,5
0,5
0
DATA - HORA
11/11/02 - 02:50
11/11/02 - 05:50
11/11/02 - 08:50
11/11/02 - 11:50
11/11/02 - 14:50
11/11/02 - 17:50
11/11/02 - 20:50
11/11/02 - 23:50
12/11/02 - 02:50
12/11/02 - 05:50
12/11/02 - 08:50
12/11/02 - 11:50
12/11/02 - 14:50
12/11/02 - 17:50
12/11/02 - 20:50
12/11/02 - 23:50
13/11/02 - 02:50
13/11/02 - 05:50
13/11/02 - 08:50
13/11/02 - 11:50
13/11/02 - 14:50
13/11/02 - 17:50
13/11/02 - 20:50
13/11/02 - 23:50
14/11/02 - 02:50
14/11/02 - 05:50
14/11/02 - 08:50
14/11/02 - 11:50
14/11/02 - 14:50
14/11/02 - 17:50
14/11/02 - 20:50
14/11/02 - 23:50
15/11/02 - 02:50
15/11/02 - 05:50
15/11/02 - 08:50
15/11/02 - 11:50
15/11/02 - 14:50
15/11/02 - 17:50
15/11/02 - 20:50
15/11/02 - 23:50
16/11/02 - 02:50
16/11/02 - 05:50
16/11/02 - 08:50
16/11/02 - 11:50
16/11/02 - 14:50
16/11/02 - 17:50
16/11/02 - 20:50
16/11/02 - 23:50
17/11/02 - 02:50
17/11/02 - 05:50
17/11/02 - 08:50
17/11/02 - 11:50
17/11/02 - 14:50
17/11/02 - 17:50
17/11/02 - 20:50
17/11/02 - 23:50
Dia
Este tipo de fonte é leve, compacta, eficiente e pode tolerar uma grande
variação da tensão CA de alimentação. A desvantagem está no conteúdo harmônico
da corrente, que está ilustrado na figura 1.9. Observa-se, por exemplo, que a
terceira harmônica possui valor de 65,7% da corrente fundamental!
(a): Inversor tipo fonte de corrente (CSI); (b): inversor tipo fonte de tensão PWM
Figura 1.10: Corrente e conteúdo harmônico típico para conversores
reguladores de velocidade de motores
1.4.3) EQUIPAMENTOS A ARCO:
Esta categoria inclui os fornos a arco, soldadores elétricos, lâmpadas de
descarga (fluorescente, vapor de sódio, vapor de mercúrio) com reatores
magnéticos. As características tensão x corrente dos arcos elétricos não é linear.
Após a ignição do arco, a tensão decresce enquanto que a corrente do arco,
limitada apenas pela impedância do alimentador, cresce.
COMPUTADORES:
FORNOS DE MICROONDAS:
TELEVISORES
V=100%
Vnominal
V=50% de
Vnominal
18
SOFT STARTERS:
Deve ser observado que, para frequências harmonicas, a impedância da carga não
está sendo representada porque a mesma, em altas frequências, é de valor infinito.
Nessas condições, este circuito elétrico indica que existe uma ressonância série
entre a reatância indutiva do transformador e a reatância capacitiva do capacitor.
Em consequência de uma ressonância série, altas correntes harmônicas circulam
no capacitor e no transformador.
+
Figura 1.15: Efeito do capacitor na ressonância paralela
Por outro lado, do ponto de vista harmônico, de acordo com a figura 1.15c,
a corrente injetada pela fonte harmonica na rede, causará no PAC, a seguinte
tensão harmônica:
V ( h ) = jZ ( h )eq . I ( h ) (1.6)
Onde Z(h)eq é a impedância harmônica equivalente, vista do PAC. Ela é dada por
(1.7):
( jX (h) trafo + jX (h) gerador ).( − jX (h) cap )
Z (h) eq = (1.7)
( jX (h) trafo + jX (h) gerador ) − jX (h) cap
Onde
hr é um múltiplo da frequência fundamental,
SCC é o nível de curto circuito da barra
Scapacitor é a potência do banco de capacitores
SOLUÇÃO:
1 + Kp
A nova corrente eficaz será calculada pela expressão: Ief = ,
1 + K .Kp
Onde:
∑
h=n
( Ih) 2..h 2
K= h =1
e Kp será obtido através da seguinte tabela:
∑
h=n
h =1
( Ih) 2
Transformador a seco Kp
<1 MVA - 5 kV na AT 3% a 8%
>1,5 MVA – 15 kV na AT 12% a 20%
Transformador a óleo Kp
28
<2,5 MVA – 480 V na BT 1%
Entre 2,5/5 MVA – 480 V na BT 1% a 5%
>5 MVA (480 V na BT) 9% a 15%
∑
h=n
( Ih) 2..h 2
Para a carga em estudo, visando atender a equação K= h =1
monta-se a
∑
h=n
h =1
( Ih) 2
seguinte tabela:
∑
h=n
( Ih) 2..h 2
Assim, K = h =1
= 10,119 / 1,596 = 6,34
∑
h=n
h =1
( Ih) 2
1 + Kp (1 + 0,08)
Ief = = = 0,85.In
1 + K .Kp (1 + 6,34.0,08)
CONCLUSÃO: Este transformador dever ser usado com 15% menos potência do
que o seu valor nominal de 1 MVA.
29
1.5.5.2) REDUÇÃO DE VIDA ÚTIL DE TRANSFORMADORES:
0 5 10 15 20 25 30 35
Distorção Harmônica de Corrente[ % ]
30
0,8
0,6
0,4
0,2
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
Distorção Harmônica de tensão [ % ]
-Refazer as análises acima para as potências de 100, 300, 400 e 500 kVAr.
-Refazer as análises acima para um Scc = 80 MVA.
Obs: O valor a ser adotado para a potência reativa do capacitor é de 450 kVAr.
SOLUÇÃO:
Passo 1- Cálculo do módulo da impedância do sistema, relativo ao lado de
400 V:
U2 400 2
Zs = = = 0,008Ω
Scc 20 MVA
Obs.: Nesta análise, está se considerando que o sistema é puramente indutivo.
Logo, a impedância acima se torna em “reatância do sistema”.
90
100kVAr
80 300kVAr
400kVAr
70 450kVAr
500kVAr
60
50
40
30
20
10
0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
Impedância equivalente para Scc = 20 MVA e com variação da potência reativa do banco de
capacitores.
Para uma melhor visão das ressonâncias paralelas que surgirão para os
demais bancos de capacitores, veja uma ampliação da figura acima:
2.5
100kVAr
300kVAr
400kVAr
2 450kVAr
500kVAr
1.5
0.5
0
0 5 10 15 20 25
Tabela 2- Impedância equivalente e frequência de ressonância para ordens harmônicas variando da 1ª a 25ª. Scc = 80 MVA.
Qc[kVAr] fr (Hz) Ordem Harmônica
100 894 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25
Zq (ohms) 0,01 0,015 0,02 0,03 0,04 0,05 0,07 0,08 0,1 0,13 0,17 0,25 0,39 0,85 8,64 0,76 0,407 0,28 0,219 0,18 0,15 0,134 0,12 0,11 0,099
Qc[kVAr] fr (Hz)
300 516 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25
Zeq (ohms) 0,01 0,015 0,03 0,04 0,05 0,08 0,15 0,42 0,69 0,21 0,13 0,09 0,07 0,06 0,05 0,05 0,042 0,04 0,035 0,03 0,03 0,029 0,03 0,03 0,024
Qc[kVAr] fr (Hz)
400 447 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25
Zq (ohms) 0,01 0,016 0,03 0,04 0,07 0,12 0,43 0,38 0,14 0,09 0,07 0,05 0,05 0,04 0,04 0,03 0,029 0,03 0,025 0,02 0,02 0,021 0,02 0,02 0,018
Qc[kVAr] fr (Hz)
450 422 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25
Zq (ohms) 0,01 0,016 0,03 0,04 0,07 0,16 6,5 0,19 0,1 0,07 0,05 0,05 0,04 0,03 0,03 0,03 0,025 0,02 0,022 0,02 0,02 0,018 0,01 0,02 0,015
Qc[kVAr] fr (Hz)
500 400 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25
Zq (ohms) 0,01 0,016 0,03 0,05 0,08 0,23 0,49 0,13 0,08 0,06 0,05 0,04 0,03 0,03 0,03 0,02 0,022 0,02 0,019 0,02 0,02 0,016 0,02 0,01 0,014
35
2º Caso : Scc = 80 MVA
Trocando o nível de curto circuito para Scc = 80 MVA, tem-se os
comportamentos para a impedância harmônica equivalente ilustrados nas figuras
abaixo, bem como na Tabela 2, da página anterior.
9
100kVAr
8 300kVAr
400kVAr
7 450kVAr
500kVAr
6
0
0 5 10 15 20 25 30
Impedância equivalente para Scc = 80 MVA e com a variação da potência reativa do banco de
capacitores.
1
100kVAr
0.9 300kVAr
400kVAr
0.8 450kVAr
500kVAr
0.7
0.6
0.5
0.4
0.3
0.2
0.1
0
0 5 10 15 20 25 30
H 1 5 7 11 13 17 19 23 25 29 31 35 37
Ih 122,3 9,5 24,5 31,2 22,3 1,3 1,1 5,6 4,8 0,9 0,8 2,9 1,7
[A]
Pede-se:
a) Considerando-se a potência do banco de capacitores em 450 kVAr, obter as
tensões harmônicas neste barramento, SEM e COM o capacitor.
b) Verificar se o capacitor suporta as correntes, tensões e potências oriundas
desta fonte harmônica.
Solução:
Fazendo estes cálculos para todas as ordens harmônicas das correntes injetadas na
barra, tem-se a seguinte tabela, com as tensões resultantes:
H 5º 7º 11º 13º 17º 19º 23º 25º 29º 31º 35º 37º
Uh[V] 0,627 2,26 4,53 3,83 0,29 0,28 1,7 1,58 0,3435 0,3274 1,3398 0,8303
37
II- Análise com o capacitor
• Tensão Eficaz:
Para tal, calcula-se a tensão eficaz da seguinte forma:
Uef = U1 + U 5 + U 7 + ... + U 37 = 231, 13 [V].
2 2 2 2
Logo:
Uef = 231,13 [V] ≤ 254,1 [V]
39
• Tensão de Pico:
A expressão para este cálculo é: U pico = 2 * (U 1 + U 5 + U 7 + ... + U 37 ) = 346,1[V ]
Logo,
Up = 346,1 [V] ≤ 392 [V]
H 5º 7º 11º 13º 17º 19º 23º 25º 29º 31º 35º 37º
xch[ohms] 0.0711 0.0508 0.0323 0.0274 0.0209 0.0187 0.0155 0.0142 0.0123 0.0115 0.0102 0.0096
Logo,
Ief = 665,04 [A] ≤ 1,80*In
Portanto, o banco de capacitores passou no critério número 3.
40
Conclusão:
Para a barra em questão, o banco de capacitores de 450 kVAr não sofrerá
danos quando da operação em conjunto com esta fonte harmônica.
a) Perdas ativas:
A presença de tensão distorcida causa uma perda extra nos capacitores, dada
por (1.9):
∞
∑ C.(tan δ )ω .V
n =1
n n
2
(1.9)
Onde:
tanδ =R/(1/ω.C) é o fator de perda
ωn=2πfn
Vn: Valor eficaz da tensão na enésima harmônica.
b) Perdas reativas:
A potência reativa total, incluindo a contribuição das harmônicas, é dada por
(1.10):
∞
Q = ∑ Qn (1.10)
n =1
Este valor não deverá exceder os 135% dos KVAr nominais do capacitor.
41
1.5.7) EFEITOS SOBRE CARGAS RL
Ainda com relação aos relés, em geral, pode ser observado que:
P kW
FP = h= = cos θ (1.13)
S kVA
kW P
TPF = = (1.14)
kVA Vrms xI rms
46
Como em (1.13), TPF é definido como sendo a relação entre kW e kVA.
Porém, neste caso, o “kVA” inclui as distorções harmônicas . A potência total
aparente (kVA) é determinada pelo produto da verdadeira tensão eficaz pela
verdadeira corrente eficaz (a potência ativa, P, é muito pouco influenciada pela
distorção).
A equação (1.14) expressa de maneira correta, a eficiência na qual a potência
ativa P está sendo usada. Somente quando não houver nenhuma distorção é que
TPF (equação 4) será igual a PF (equação 1.13).
Os capacitores compensam apenas o reativo na frequência fundamental, isto
é, Q 1 . Logo, na presença de harmônicos, não há como fazer o TPF ser corrigido
para o valor 1,00. Na presença de harmônicos, os capacitores podem até piorar o
TPF, pois eles podem criar condições de ressonância que amplificariam as
distorções harmônicas.
Assumindo que no sistema elétrico haja uma distorção harmônica total de
corrente (DHTi) e que a distorção harmônica total de tensão (DHTv) é nula, então o
valor máximo que TPF pode atingir é:
1
TPF = (1.15)
1 + DHTi 2
Esta expressão confirma que, na presença de correntes harmônicas, não há
como fazer o TPF ser corrigido para o valor 1,00.
Esse modelo é um dos mais aceitos na Engenharia Elétrica para condições não
senoidais. O modelo consiste no desmembramento da potência aparente (S) em três
componentes de potência P, Q e D. Observe a figura a seguir:
n n
S= ∑ Vn
n =1
2
∑I
n =1
n
2
= P2 + Q2 + D2
onde
v n = 2 ⋅ Vn ⋅ cos(n ⋅ ω1 ⋅ t + α n )
in = 2 ⋅ I n ⋅ cos(n ⋅ ω1 ⋅ t + α n − φ n )
n
P = ∑ Vn I n cos φ n
n =1
n
Q = ∑ Vn I n senφ n
n =1
n ,m
D = ∑ [Vn ⋅ I m + Vm ⋅ I n − 2 ⋅ Vn ⋅ I m ⋅ Vm ⋅ I n ⋅ cos(θ n − θ m )]
2 2 2 2
n≠ m
Os críticos desse modelo dizem que ele soma algebricamente, e não vetorialmente,
ou melhor, fasorialmente, as amplitudes Vn I n senφn de cada componente, não
considerando, portanto, que essas componentes podem ter ângulos de fase
α n diferentes. Apesar disso, esse modelo é o mais utilizado por engenheiros e
também fabricantes.
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Fator de potência
O cálculo do fator de potência como descrito na introdução desta seção não pode
ser realizado para os casos em que há presença de harmônicos. Pois cos θ leva em
consideração apenas a fundamental, enquanto vimos que precisamos agora analisar
o efeito das harmônicas de corrente e tensão. A equação do “verdadeiro fator de
potência”, ou, do inglês TPF (True Power Factor) é:
P kW
TPF = =
Vrms ⋅ I rms kVA
Essa equação expressa a eficiência em que a potência ativa está sendo utilizada.
Isso quer dizer que, na ausência de distorção harmônica, o TPF se torna igual ao FP
dado no início desta seção.
As figuras abaixo ilustram a variação do verdadeiro fator de potência em função
das distorções de corrente e de tensão:
Exemplo prático
Seja uma instalação industrial submetida às seguintes ondas de tensão e corrente:
v(t) = 2 [ cos(ωt - 90º ) + 0,02cos(3ωt - 120º ) + 0,07cos (5ωt + 90º ) + 0,05cos(7ωt + 30º ) +
0,03cos(9ωt + 100º ) ] [pu]
i(t) = 2 [ cos(ωt - 100º ) + 0,12cos(3ωt - 120º ) + 0,51cos(5ωt + 110º ) + 0,27cos(7ωt - 15º ) +
0,5cos(9ωt + 65º ) ] [pu]
n n n
S= ∑V ∑ I = V1 ∑I = 1,1618 pu
2 2 2
n n n
n =1 n =1 n =1
P
FP = = 0,8476
S
P
FP = = 0,8213
S
P
FP = = 0,6827
S
Figura 1.21: Altas correntes no neutro em um circuito alimentando uma carga não-linear
OBSERVAÇÃO:
Todos esses comentários são válidos para a grande maioria das correntes de
terceira harmônica, que agem como correntes de sequência zero. Certas cargas, no
entanto, como os fornos a arco, que normalmente operam em condições
desbalanceadas, irão gerar correntes de terceira ordem que possuem características
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das correntes de sequência (+) ou (-). Nesses casos, essas correntes não serão
evitadas pelo uso de transformadores estrêla-delta.
CORRENTE NO NEUTRO:
I n = (3.I 3h + 3.I 9 h + 3.I15 h ).I1 = 3(0,657 + 0,044 + 0,019).I1 = 2,16.I1 = 615,6[ A] .