Partidos Politicos

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Direito Eleitoral Exemplificado ______________________________________ Aula 04 – Partidos Políticos
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APRESENTAÇÃO ................................................................................................................................. 4

1. DISPOSIÇÕES PRELIMINARES........................................................................................................... 6

2. AUTONOMIA PARTIDÁRIA .............................................................................................................. 8


2.1. Órgãos provisórios .....................................................................................................................9

2.2. Fim da verticalização ..................................................................................................................9

2.3. Federações ................................................................................................................................12

2.4. Propaganda político-partidária ................................................................................................13

3. CRIAÇÃO DE NOVOS PARTIDOS POLÍTICOS .................................................................................... 18


3.1. Aquisição de personalidade jurídica .........................................................................................19

3.2. Comprovação do apoiamento mínimo .....................................................................................21

3.3. Obtenção de registro perante o Tribunal Superior Eleitoral .....................................................25

4. DO FUNCIONAMENTO PARLAMENTAR .......................................................................................... 27


4.1. Cláusula de Barreira ..................................................................................................................27

5. DO PROGRAMA E DO ESTATUTO ................................................................................................... 30


5.1. Da responsabilização ................................................................................................................31

6. DA FILIAÇÃO PARTIDÁRIA ............................................................................................................. 33


6.1. Publicação e remessa da lista de filiados .................................................................................34

6.2. Transmissão de lista/relação especial de filiados.....................................................................35

6.3. Prazo de filiação partidária.......................................................................................................36

6.4. Desligamento voluntário do partido político ............................................................................37

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6.5. Cancelamento da filiação partidária ........................................................................................38

6.6. Coexistência de filiações partidárias ........................................................................................40

7. FIDELIDADE PARTIDÁRIA ............................................................................................................... 41


7.1. Mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário .........................................45

7.2. Grave discriminação política e pessoal .....................................................................................46

7.3. Janela partidária .......................................................................................................................47

7.3.1. Emenda Constitucional 91/2016 ...........................................................................................48

7.3.2. Candidatos eleitos pelo princípio majoritário ........................................................................49

7.4. Atuação perante as casas legislativas ......................................................................................49

7.5. Ação declaratória de perda de mandato eletivo ......................................................................50

7.5.1. Legitimidade ativa .................................................................................................................50

7.5.2. Legitimidade passiva .............................................................................................................51

7.5.3. Competência para julgamento da ação ................................................................................52

7.5.4. Prazos processuais .................................................................................................................52

8. DA FUSÃO, INCORPORAÇÃO E EXTINÇÃO ...................................................................................... 54


8.1. Da fusão ....................................................................................................................................56

8.2. Da incorporação........................................................................................................................56

8.3. Da extinção ...............................................................................................................................57

9. DAS FINANÇAS E CONTABILIDADE ................................................................................................. 59


9.1. Da prestação anual de contas ..................................................................................................60

9.1.1. Erro formal e/ou material ....................................................................................................................61

9.1.2. Declaração de ausência de movimentação financeira ........................................................................62

9.1.3. Denúncia fundamentada de irregularidades .......................................................................................64

9.1.4. Das sanções .........................................................................................................................................64

9.1.5.1. Devolução da importância apontada como como irregular.............................................................65

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9.1.5. Dos recursos.........................................................................................................................................66

9.1.6. Responsabilização dos dirigentes ........................................................................................................67

9.1.7. Falta de prestação de contas ...............................................................................................................68

10. DO FUNDO PARTIDÁRIO .............................................................................................................. 69


10.1. Da distribuição de recursos .....................................................................................................70

10.2. Aplicação dos recursos recebidos ...........................................................................................74

10.2.1. Vedação de utilização dos recursos .....................................................................................80

12. Questões de Concursos Anteriores .............................................................................................. 82

12. Gabarito ................................................................................................................................... 108

13. Questões de Concursos resolvidas e comentadas ..................................................................... 109

14. Resumo de véspera de prova .................................................................................................... 162

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Olá!

Sem sombra de dúvidas, o tema “partidos políticos” é um dos mais explorados na disciplina
de Direito Eleitoral. Em regra, as questões elaboradas pelas bancas examinadoras são extraídas
diretamente do texto da Lei 9.096/1995 ou do artigo 17 da Constituição Federal de 1988.

E, levando-se em consideração a última reforma eleitoral promovida pelas leis 13.877 e


13.831/2019, pode ter certeza de que o tema será ainda mais cobrado em provas!

Diante disso, a primeira recomendação é a seguinte: leitura obrigatória de todos os


dispositivos legais e/ou constitucionais mencionados. Penso que o melhor caminho é realizar o
estudo desta aula e, ao seu final, fazer a leitura do texto normativo (lei seca).

A segunda recomendação, como não poderia ser diferente: resolver o máximo de questões
aplicadas em concursos anteriores. Em nossa aula há uma quantidade enorme de questões, com
os respectivos comentários. Todavia, não se limite às questões que apresentei. Quanto mais
questões resolver, maiores serão as suas chances de GABARITAR a prova!

Por último, eis a terceira recomendação: quando tiver alguma dúvida sobre o conteúdo
apresentado no curso escrito, assista à respectiva videoaula. Procurei ser bem objetivo e direto
nas videoaulas, apresentando o conteúdo sem maiores formalidades e utilizando muitos
exemplos práticos, levando em consideração que sou servidor da Justiça Eleitoral há quase dez
anos.

Estou aqui fazendo a minha parte. Agora, preciso que você faça a sua!

Siga todas as orientações que serão transmitidas e, brevemente, a disciplina de Direito


Eleitoral será o seu grande diferencial na preparação para concursos públicos.

Até a próxima aula!

Prof. Fabiano Pereira

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Caso você ainda tenha alguma dúvida sobre a organização ou funcionamento do curso, fique
à vontade para esclarecê-las por meio das minhas redes sociais ou do fórum do aluno:

https://www.youtube.com/channel/UC1YEcia-RD3icTwWx5ZBjzw

https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/

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Os partidos políticos podem ser compreendidos como a reunião de pessoas, que


professam a mesma ideologia política, atuando de forma conjunta e organizada, no intuito da
obtenção e manutenção do poder político estatal.

Para José Jairo Gomes, os partidos políticos não podem ser confundidos com clubes, ligas,
facções, sindicatos, cooperativas, organizações não governamentais ou demais grupos de
interesses. Além de "contarem com organização própria e estabilidade, os partidos visam alcançar
o poder político-governamental para exercê-lo ou nele se manter, enquanto os grupos de
interesses visam apenas influir no governo ou nos agentes públicos"1.

Os partidos políticos são instituídos com personalidade jurídica de direito privado,


portanto, são criados tendo como base a legislação civil e não a legislação administrativa.

É que dispõe o art. 44 do Código Civil, ao afirmar que:

Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:


(...) V - os partidos políticos.

Ao se afirmar que os partidos políticos possuem natureza jurídica de direito privado, uma
das consequências é que não gozarão das prerrogativas ("privilégios") que são assegurados à
União, Estados, Municípios, Distrito Federal e autarquias, a exemplo da imunidade tributária em
relação ao pagamento de impostos, impenhorabilidades de seus bens, entre outros.
Ademais, o § 3º do art. 44 ainda dispõe que os partidos políticos serão organizados e
funcionarão conforme o disposto em lei específica.
E que lei é essa?
É a Lei nº 9.096/1995, apelidada de "lei dos partidos políticos", muito cobrada em provas
pelas bancas examinadoras.
Atualmente temos no Brasil o total de trinta e três partidos políticos ativos e com registro
regularmente deferido pelo Tribunal Superior Eleitoral 2.

1
GOMES, José Jairo. Direito Eleitoral. 12ª Ed. São Paulo: Atlas, 2016. p. 156.

2
Informação extraída do site http://www.tse.jus.br/partidos/partidos-politicos/registrados-no-tse.
Acesso em 03/02/2021, às 9h09m.

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O partido mais recente é o UP – Unidade Popular, cujo registro foi deferido em


10/12/2019. Todavia, existem mais 77 (setenta e sete) partidos políticos em processo de
formação. É o caso, por exemplo, do PIRATAS – Partido Pirata do Brasil e do ANIMAIS - Partido
Animais. Achou estranho? Houve também o pedido de registro do PNC – Partido Nacional
Corinthiano, mas o TSE o indeferiu, em 2020, por falta de comprovação do número de apoiadores.
É sério professor??

Claro! Você acha que eu teria coragem de brincar com corintianos? De jeito nenhum... rrss.

Bem, deixando de lado a brincadeira, o fato é que a atual quantidade de partidos políticos
existentes no Brasil é muito grande. E maior ainda é a quantidade de partidos em processo de
formação.

Pergunta: professor, existe alguma norma que limite a quantidade de partidos políticos que
podem ser criados?

Não! A propósito, em vários momentos o Supremo Tribunal Federal declarou


inconstitucionais leis que criavam obstáculos e restrições à criação de novos partidos políticos,
por violação ao princípio do pluripartidarismo, contido expressamente no art. 17 da Constituição
Federal.

Em suma, memorize a informação de que o partido político se destina a assegurar, no


interesse do regime democrático, a autenticidade do sistema representativo e a defender os
direitos fundamentais definidos na Constituição Federal.

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A Constituição Federal, em seu art. 17, § 1º, assim dispõe:

"É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna e
estabelecer regras sobre escolha, formação e duração de seus órgãos permanentes e
provisórios e sobre sua organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha
e o regime de suas coligações nas eleições majoritárias, vedada a sua celebração nas
eleições proporcionais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em
âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer
normas de disciplina e fidelidade partidária".

Apesar de o texto constitucional fazer referência expressa à autonomia partidária, deve


ficar claro que não se trata de autonomia ilimitada ou absoluta, pois, ao definirem a respectiva
estrutura interna, os partidos políticos precisam sempre observar os limites e condições previstos
em lei.

Um partido político, por exemplo, não pode estabelecer em seu estatuto que o prazo
mínimo de filiação partidária a ser observado pelos seus filiados, para a disputa de cargo eletivo,
será de 5 (cinco) meses. Isso porque o art. 9º da Lei 9.504/1997 afirma expressamente que "para
concorrer às eleições, o candidato deverá possuir domicílio eleitoral na respectiva circunscrição
pelo prazo de seis meses e estar com a filiação deferida pelo partido no mesmo prazo".

Por sua vez, observados os dispositivos legais, os próprios partidos políticos é que definirão
a respectiva estrutura interna (quantos diretórios municipais serão instituídos, por exemplo),
organização (quantos cargos de direção serão criados) e funcionamento (quantidades de
reuniões mensais, por exemplo).

Além disso, é assegurada aos candidatos, partidos políticos e coligações autonomia para
definir o cronograma das atividades eleitorais de campanha e executá-lo em qualquer dia e
horário, observados, da mesma forma, os limites estabelecidos em lei.

Alguns doutrinadores, a exemplo do professor português J. J. Gomes Canotilho, afirmam


que é possível reconhecer aos partidos políticos liberdade (autonomia) interna e externa:

(...) É possível reconhecer aos partidos políticos liberdade externa e liberdade interna. No que tange à
primeira, os partidos políticos gozam do direito à sua fundação e atuação sem as ingerências do Estado,
dentro dos próprios limites estabelecidos pela Constituição. No que diz respeito à liberdade interna, ela

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significa que sobre os partidos não pode haver qualquer tipo de controle ideológico-programático, nem
controle sobre a organização interna do partido3.

E para ficar claro que temas doutrinários também são cobrados em prova, eis um
exemplo de questão elaborada pelo CESPE, abordando as espécies de liberdade partidária (ao
final, a questão será comentada, na íntegra):

(CESPE – TJ DF – JUIZ DE DIREITO – 2016) Com relação a princípios e


garantias do direito eleitoral, dos sistemas eleitorais, dos partidos
políticos e dos direitos políticos, assinale a opção correta.

(...) d) São garantias que regem a disciplina dos partidos políticos: a


liberdade partidária externa, a liberdade partidária interna, a
subvenção pública e a intervenção estatal mínima.

2.1 Órgãos Provisórios

A Lei 13.831, publicada em 17/05/2019, dispõe que aos partidos políticos é assegurada
autonomia para definir o prazo de duração dos mandatos dos membros dos seus órgãos
partidários permanentes ou provisórios.

A propósito, prevê o art. 3º, §3º, da Lei dos Partidos que o prazo de vigência dos órgãos
provisórios dos partidos políticos não pode ser maior do que 8 (oito) anos. Todavia, fique
atento(a)! O STF declarou inconstitucional esse parágrafo 3º, com efeitos a partir de janeiro de
2023.

Exaurido o prazo de vigência de um órgão partidário, ficam vedados a extinção automática


do órgão e o cancelamento de sua inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ).

2.2 Fim da verticalização

Caso você se depare em prova com algum enunciado fazendo referência à verticalização,
lembre-se de que ela não é mais obrigatória. Em resumo, o entendimento do Tribunal Superior
Eleitoral era no sentido de que se o PT e o PC do B formassem uma coligação para a disputa do

3
CANOTILHO, J. J. Gomes. Direito Constitucional e Teoria da Constituição. Coimbra: Almedina,
2003, 7ª ed. p. 317-318.

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cargo de Presidente da República, por exemplo, teríamos duas hipóteses em relação às eleições
para Governador nos Estados:

1ª - A mesma coligação (PT + PC do B) teria que ser reproduzida para a eleição de


Governador;

2ª - PT e PC do B poderiam disputar as eleições isoladamente, lançando, cada um, seu


próprio candidato a Governador (sem a possibilidade de realizar coligações com outros partidos
que não fazem parte da coligação para a eleição de Presidente da República).

Em 26 de fevereiro de 2002, o Tribunal Superior Eleitoral se reuniu, em sessão


administrativa, para responder à Consulta nº 715, formulada pelos deputados federais Miró
Teixeira, José Roberto Batochio, Fernando Coruja e Pompeo de Mattos, que tinha o seguinte teor:

"Pode um determinado partido político (partido A) celebrar coligação, para eleição de


Presidente da República, com alguns outros partidos (partido B, C e D) e, ao mesmo tempo,
celebrar coligação com terceiros partidos (E, F e G, que também possuem candidato à
Presidência da República) visando à eleição de Governador de Estado da Federação?".

Na ocasião, por maioria, o Tribunal Superior Eleitoral respondeu negativamente à


consulta, nos seguintes termos:

Os partidos políticos que ajustarem coligação para eleição de presidente da República


não poderão formar coligações para eleição de governador de estado ou do Distrito
Federal, senador, deputado federal e deputado estadual ou distrital com outros partidos
políticos que tenham, isoladamente ou em aliança diversa, lançado candidato à eleição
presidencial.

Em outras palavras, o TSE havia decidido que se os partidos A, B e C tivessem formado uma
coligação para a disputa do cargo de Presidente da República, por exemplo, nas eleições para o
cargo de Governador de Estado (que acontecem simultaneamente) teriam apenas as seguintes
possibilidades:

1ª - Repetir a mesma coligação na disputa para o cargo de Governador de Estado (Coligação


"A+B+C");

2ª - Formarem coligações distintas, mas apenas entre os partidos A, B e C. Exemplo: A + B


formando uma coligação (lançando o mesmo candidato) e C disputando a eleição isoladamente,
com seu próprio candidato; B + C formando uma coligação (mesmo candidato) e A disputando a
eleição isoladamente, com o seu próprio candidato; ou A + C formando uma coligação (mesmo
candidato) e B disputando a eleição isoladamente.

3ª - Os partidos A, B e C lançarem os seus próprios candidatos a Governador, de forma


isolada, sem se coligarem a quaisquer outros partidos.

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Seguindo o exemplo que apresentei, o entendimento do Tribunal Superior Eleitoral era no


sentido de que os partidos A, B e C não podiam formalizar coligações, nos Estados, com partidos
que não integravam a coligação para o cargo de Presidente da República.

Não seria admitida, por exemplo, uma coligação para o cargo de Governador de Estado
formada entre os partidos C + F, pois este não integrava a coligação para o cargo de Presidente
da República.

O que se tentava evitar era que nas eleições para Presidente da República tivéssemos uma
coligação formada por PT + PC do B, disputando contra a coligação DEM + PSDB, por exemplo,
mas, em âmbito estadual, fosse formalizada uma coligação entre PSDB + PT (algo inimaginável
para os defensores da ideologia político...).
O fato é que esse entendimento do Tribunal Superior Eleitoral não era benéfico aos
partidos, pois os impedia de firmar coligações da forma que bem entendessem, ainda que
violassem as ideologias defendidas nos respectivos programas partidários.
Assim, os partidos políticos se mobilizaram com a finalidade de alterar o artigo 17, § 1º, da
CF/88, afastando de vez qualquer entendimento do TSE que verticalizasse (de cima para baixo) a
formação de coligações.
O texto original da CF/88, em seu art. 17, § 1º, continha o seguinte mandamento: "é
assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna, organização e
funcionamento, devendo seus estatutos estabelecer normas de fidelidade e disciplina partidárias".
Conforme é possível perceber, o dispositivo constitucional não fazia qualquer referência à
obrigatoriedade de se respeitar a verticalização na formalização de coligações, restringindo-se a
assegurar autonomia aos partidos políticos para definir sua estrutura interna, organização e
funcionamento. Todavia, para eliminar de vez a interpretação do Tribunal Superior Eleitoral, que
determinava a observância da verticalização, o Congresso Nacional se mobilizou e promulgou a
emenda constitucional nº 52, em 09 de março de 2006, que alterou o texto constitucional.

Doravante, o artigo 17, § 1º, da CF/1988, passou a conter o seguinte teor:

"É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna,
organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas
coligações eleitorais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em
âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer
normas de disciplina e fidelidade partidária".

Perceba que o novo texto constitucional é claro no sentido de que os partidos políticos não
estão obrigados a observar qualquer tipo de vinculação entre as candidaturas em âmbito
nacional, estadual, distrital ou municipal. Em outras palavras, foi superado o entendimento do
Tribunal Superior Eleitoral que determinava a verticalização (vinculação de candidaturas) e
atualmente as agremiações partidárias são livres para definir os critérios de escolha e o regime
de suas coligações.

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A propósito, é válido destacar que a não obrigatoriedade de verticalização também se


manteve com a promulgação da emenda constitucional nº 97, ocorrida em 04/10/2017, e que
mais uma vez alterou o art. 17 da CF/1988 (acabando com as coligações proporcionais):

CF/88, art. 17, § 1º. "É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua
estrutura interna e estabelecer regras sobre escolha, formação e duração de seus órgãos
permanentes e provisórios e sobre sua organização e funcionamento e para adotar os
critérios de escolha e o regime de suas coligações nas eleições majoritárias, vedada a sua
celebração nas eleições proporcionais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as
candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus
estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária".

A exigência de verticalização não precisa mais ser observada


pelos partidos políticos, pois foi abolida com a promulgação
da EC 52/2006. Apesar disso, as bancas adoram cobrar o
tema em provas. Cuidado para não cair nessa pegadinha!

2.3 Federações

A Lei 14.208/2021 alterou a Lei dos Partidos Políticos (Lei 9.096/1995) para instituir as
federações partidárias. Dessa maneira, “dois ou mais partidos políticos poderão reunir-se em
federação, que após sua constituição e respectivo registro perante o Tribunal Superior Eleitoral,
atuará como se fosse uma única agremiação partidária” (art. 11-A).

Alguns aspectos da federação de partidos, instituída pela Lei nº 14.208/2021, devem ser
objeto de nossa atenção:

a) a união dos partidos é temporária: a norma prevê o período mínimo de 4 anos. Os


partidos reunidos em federação deverão permanecer a ela filiados durante esse
período. Caso descumpra essa regra, estará o partido sujeito a ficar proibido de
ingressar em outra federação e de celebrar coligação nas 2 eleições seguintes, bem
como proibido de utilizar o Fundo Partidário até completar o prazo mínimo
remanescente para completar os 4 anos. Somente partidos com registro definitivo no
TSE podem integrar uma federação;

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b) a federação terá abrangência nacional: todos órgãos partidários (municipal,


estadual/distrital e nacional) das agremiações integrantes se submetem à federação
instituída.
c) preservam-se a identidade e autonomia dos partidos integrantes;
d) a federação poderá ser constituída até a data final das convenções partidárias (STF,
em 9.02.2022 na ADI-MC-REF 7021, suspendeu a eficácia dessa norma - inciso III, §3º,
art. 11-A.;
e) depende de registro no TSE;
f) aplicam-se todas as regras relacionadas ao funcionamento parlamentar e à fidelidade
partidária.

As regras do processo eleitoral relacionadas a escolha e registro de candidatos,


arrecadação e gastos de recursos em campanhas, propaganda eleitoral, contagem de votos,
obtenção de cadeiras, prestação de contas de campanha e convocação de suplentes terão
incidência e irradiarão efeitos sobre a federação constituída, e não sobre os partidos políticos
integrantes.

Caso ocorra o desligamento de um ou mais partidos, a federação continuará em


funcionamento, até a eleição seguinte, desde que permaneçam dois ou mais partidos
integrantes (art. 11-A, §5º). Note que para existir a federação é fundamental a pluralidade de
agremiações integrantes.

Prevê ainda o art. 11-A, §9º, que perderá o mandato o detentor de cargo eletivo que se
desfiliar, sem justa causa, de partido que integra a federação.

2.4 Propaganda político-partidária

Em se tratando de política, a propaganda assume papéis outros que não somente


eleitorais, mas também partidários, intrapartidários, institucionais, além de fomentar a
promoção pessoal. A propaganda político-partidária ou simplesmente propaganda partidária,
portanto, é uma das formas de propaganda política. Nas palavras de Joel J. Cândido, “a
propaganda política é o gênero; propaganda eleitoral, propaganda intrapartidária, propaganda
partidária são espécies desse gênero.” (CÂNDIDO, 2008, p. 151). A esse rol, José Jairo Gomes
acrescenta a modalidade da propaganda institucional. (GOMES, 2010, p. 306).

Ao responder às questões de prova, tenha sempre em mente que a expressão


“propaganda política” é um gênero, do qual se extraem 4 (quatro) espécies: propaganda
institucional, propaganda intrapartidária, propaganda eleitoral e propaganda partidária.

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A Lei 13.487, publicada no DOU em 06/10/2017, extinguiu


a propaganda partidária prevista na Lei 9.096/1995, que
também era considerada uma espécie de propaganda
política.

A extinção ocorreu porque os representantes dos partidos


políticos decidiram utilizar os recursos públicos que eram
investidos na propaganda partidária para compor o Fundo
Especial de Financiamento de Campanhas – FEFC, que,
como o próprio nome indica, é utilizado para financiar as
campanhas de candidatos a cargos eletivos.

Todavia, o parlamento brasileiro resolveu trazer de volta a


propaganda partidária. A Lei nº 14.291, de 03/01/2022,
alterou a Lei dos Partidos para dispor sobre a propaganda
partidária gratuita no rádio e na televisão.

A propaganda partidária é gratuita e tem por finalidade divulgar, pelo rádio e pela
televisão, assuntos de interesse das agremiações partidárias. Nos termos do art. 50-A da Lei dos
Partidos Políticos, incluído pela Lei nº 14.291/2022, essa propaganda deve ser realizada entre as
19h30 e as 22h30, em âmbito nacional e estadual, por iniciativa e responsabilidade dos partidos
políticos, por seus órgãos de direção correspondentes (nacional ou estadual/regional).

A propaganda partidária no rádio e na televisão fica restrita aos


horários gratuitos disciplinados nesta Lei, com proibição de
propaganda paga.

Ocorre sob as formas de propaganda em bloco, em cadeia nacional ou estadual, por meio
de inserções de 30 segundos, veiculadas no intervalo da programação normal das emissoras. Em
cada rede somente serão autorizadas até 10 inserções de 30 segundos por dia. Cabe ao
respectivo órgão partidário (nacional ou estadual), apresentar à Justiça Eleitoral requerimento de
fixação das datas de formação das cadeias nacional e estaduais.

A Justiça Eleitoral, por sua vez, por meio do TSE (cadeia nacional) ou dos TREs (cadeias
estaduais), autorizará a formação da respectiva cadeia e requisitará os horários perante as
emissoras de rádio e televisão. É facultado ao órgão de direção nacional do partido a veiculação

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de conteúdo regionalizado nas inserções em rede nacional, desde que previamente comunique
essa decisão ao TSE.

As inserções a serem feitas na programação das emissoras


serão determinadas:

I - pelo Tribunal Superior Eleitoral, quando solicitadas por


órgão de direção nacional de partido político;

II - pelo Tribunal Regional Eleitoral, quando solicitadas por


órgão de direção estadual de partido político.

As inserções deverão ser veiculadas pelas emissoras de rádio e de televisão no horário de


19h30 as 22h30, divididas proporcionalmente dentro dos intervalos comerciais no decorrer das
3 horas de veiculação, da seguinte forma:

I - na primeira hora de veiculação, no máximo 3 (três) inserções;


II - na segunda hora de veiculação, no máximo 3 (três) inserções;
III - na terceira hora de veiculação, no máximo 4 (quatro) inserções.

Deve ser obrigatoriamente observado o intervalo mínimo de 10 minutos entre cada


veiculação. É proibida a veiculação de inserções em sequência.

As inserções serão veiculadas da seguinte forma:

I - as nacionais: nas terças-feiras, quintas-feiras e sábados;


II - as estaduais: nas segundas-feiras, quartas-feiras e sextas-feiras.

Nos anos de eleições, as inserções somente serão


veiculadas no primeiro semestre.

A propaganda partidária, veiculada gratuitamente no rádio e na televisão, tem por


finalidade difundir os programas partidários; transmitir mensagens aos filiados sobre a execução
do programa partidário, os eventos com este relacionados e das atividades congressuais do

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partido; divulgar a posição do partido em relação a temas políticos e ações da sociedade civil;
incentivar a filiação partidária e esclarecer o papel dos partidos na democracia brasileira;
promover e difundir a participação política das mulheres, dos jovens e dos negros. Em linhas
gerais é o teor do art. 50-B da Lei dos Partidos Políticos, inserido pela Lei nº 14.291/2022.

Nos termos do §4º desse mesmo art. 50-B, são proibidas nas inserções:

I - a participação de pessoas não filiadas ao partido responsável pelo programa;


II - a divulgação de propaganda de candidatos a cargos eletivos e a defesa de interesses
pessoais ou de outros partidos, bem como toda forma de propaganda eleitoral;
III - a utilização de imagens ou de cenas incorretas ou incompletas, de efeitos ou de
quaisquer outros recursos que distorçam ou falseiem os fatos ou a sua comunicação;
IV - a utilização de matérias que possam ser comprovadas como falsas (fake news);
V - a prática de atos que resultem em qualquer tipo de preconceito racial, de gênero ou de
local de origem;
VI - a prática de atos que incitem a violência.

Para agilizar os procedimentos, condições especiais podem ser pactuadas diretamente


entre as emissoras de rádio e de televisão e os órgãos de direção do partido, obedecidos os
limites estabelecidos nesta Lei, dando-se conhecimento ao Tribunal Eleitoral da respectiva
jurisdição.

Do tempo total disponível para o partido político, no mínimo


30% deverão ser destinados à promoção e à difusão da
participação política das mulheres.

Os partidos políticos que tenham cumprido as condições estabelecidas no §3º do art. 17


da Constituição Federal4 terão assegurado o direito de acesso gratuito ao rádio e à televisão, na
proporção de sua bancada eleita em cada eleição geral, nos seguintes termos:

I - o partido que tenha eleito acima de 20 (vinte) Deputados Federais terá assegurado o
direito à utilização do tempo total de 20 (vinte) minutos por semestre para inserções de 30
(trinta) segundos nas redes nacionais, e de igual tempo nas emissoras estaduais;

4
Art. 17, §3º Somente terão direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na forma da lei,
os partidos políticos que alternativamente:
I - obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 3% (três por cento) dos votos válidos, distribuídos em
pelo menos um terço das unidades da Federação, com um mínimo de 2% (dois por cento) dos votos válidos em cada uma
delas; ou
II - tiverem elegido pelo menos quinze Deputados Federais distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação.

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II - o partido que tenha eleito entre 10 (dez) e 20 (vinte) Deputados Federais terá
assegurado o direito à utilização do tempo total de 10 (dez) minutos por semestre para
inserções de 30 (trinta) segundos nas redes nacionais, e de igual tempo nas emissoras
estaduais;
III - o partido que tenha eleito até 9 (nove) Deputados Federais terá assegurado o direito à
utilização do tempo total de 5 (cinco) minutos por semestre para inserções de 30 (trinta)
segundos nas redes nacionais, e de igual tempo nas redes estaduais.

O partido político que descumprir as disposições contidas no art. 50-B da Lei dos Partidos
Políticos estará sujeito à punição de cassação do tempo equivalente de 2 a 5 vezes o tempo da
inserção ilícita, no semestre seguinte.

A representação, proposta por partido político ou pelo Ministério Público Eleitoral, será
julgada pelo Tribunal Superior Eleitoral quando se tratar de inserções nacionais e pelos Tribunais
Regionais Eleitorais quando se tratar de inserções transmitidas nos Estados correspondentes. O
prazo para proposição dessa representação encerra-se no último dia do semestre em que for
veiculado o programa impugnado ou, se este tiver sido transmitido nos últimos 30 (trinta) dias
desse período, até o 15º (décimo quinto) dia do semestre seguinte.

Da decisão do Tribunal Regional Eleitoral que julgar procedente a representação, cassando


o direito de transmissão de propaganda partidária, caberá recurso para o Tribunal Superior
Eleitoral, que será recebido com efeito suspensivo.

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O art. 17 da CF/1988 dispõe que é livre a criação de partidos políticos, desde que
observados os preceitos estabelecidos no próprio texto constitucional e na legislação eleitoral
vigente.

O simples fato de atualmente contarmos com a inacreditável quantidade de 33 (trinta e


três) partidos políticos, funcionando regularmente no Brasil, não pode servir como fundamento
para o indeferimento de novos pedidos de registros de agremiações, sob pena de violação ao
princípio constitucional do pluripartidarismo.

A propósito, o processo de criação de um novo partido político pode ser dividido em três
grandes fases:

1ª - Aquisição de personalidade jurídica (de direito privado) perante o Cartório de Registro


Civil das Pessoas Jurídicas do local de sua sede;

2ª - Comprovação do apoiamento mínimo de eleitores;

3ª - Registro do Estatuto e do Órgão de Direção Nacional no Tribunal Superior Eleitoral.

Para responder às questões de prova, lembre-se sempre de


que a personalidade jurídica dos partidos políticos, que
sempre será de direito privado, é obtida perante o Cartório
de Registro das Pessoas Jurídicas do local de sua sede (e não
perante o TSE!).

Esse tema é exaustivamente cobrado em provas, portanto,


você não pode se dar ao “luxo” de errar uma questão sobre
o assunto!

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3.1 Aquisição de personalidade jurídica

Se o grupo de pessoas empenhadas na criação do partido é igual ou superior a 101 (cento


e um) membros, pode-se partir para uma das etapas mais importantes de todo o processo: a
marcação da data de assembleia (reunião geral) de constituição da nova agremiação partidária.

Na assembleia de constituição, além da eleição dos dirigentes nacionais provisórios, os


membros fundadores também deliberarão sobre o programa e o estatuto do partido político em
processo de criação, sendo que ambos deverão ser publicados integralmente no Diário Oficial da
União, após aprovação.

A propósito, penso que é interessante esclarecer a distinção entre "estatuto" e "programa


partidário". O primeiro é o instrumento que estabelece os direitos e deveres dos filiados perante
a agremiação, além de fixar as normas de organização e funcionamento interno. O segundo é
responsável pela fixação das diretrizes de atuação do partido e compromissos sociais assumidos
perante a sociedade.

Para você entender melhor o que acabei de afirmar, eis um trecho do programa do
Movimento Democrático Brasileiro - MDB (antigo PMDB):

"O PMDB é, portanto, um partido comprometido com a soberania nacional, com a busca
da liberdade, com a organização popular, com a realização de uma sociedade mais
equânime e com a verdade. Assume como seu o desafio contemporâneo: transformar em
prática das massas os ideais de soberania, de liberdade, bem-estar social, igualdade de
oportunidades e de participação nos bens materiais que a riqueza e o desenvolvimento do
País já permitem"5.

Realizada a assembleia de criação e publicados no Diário Oficial da União o estatuto e


programa partidário, os membros fundadores (no mínimo cento e um) apresentarão perante o
cartório competente do Registro Civil das Pessoas Jurídicas do local de sua sede o requerimento
de registro, que deve ser acompanhado de:

I – cópia autêntica da ata da reunião de fundação do partido político;


II – exemplares do Diário Oficial da União que publicou, no seu inteiro teor, o programa e o
estatuto; e

5
Disponível em http://pmdb.org.br/institucional/programa-partidario/. Acesso em 24/01/2018, às
10h19m.

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III – relação de todos os fundadores com nome completo, naturalidade, número do título
eleitoral com a zona, seção, município e unidade da Federação, profissão e endereço da
residência.

Ademais, o requerimento deve indicar também o nome e a função dos dirigentes


provisórios, bem como o endereço da sede do partido político, que poderá ser instalada em
qualquer lugar no território nacional (Lei 9.096/95, art. 15, I).

Antes da publicação da Lei 13.877, que ocorreu em 27/09/2019,


a sede do partido político deveria ser situada no Distrito Federal.
Todavia, com o advento da alteração legislativa a sede pode ser
instalada em qualquer cidade do território nacional.

Satisfeitas essas exigências e os requisitos estabelecidos na Lei de Registros Públicos, o


Oficial do Cartório de Registro Civil efetua o registro no livro correspondente, expedindo uma
certidão de inteiro teor (documento certificando que todos os requisitos legais foram atendidos
e a agremiação foi criada), o que assegura ao partido político a respectiva personalidade jurídica.

A partir desse momento o partido político já pode contrair direitos e obrigações em nome
próprio, após a obtenção do respectivo CNPJ perante a Receita Federal do Brasil. Poderá alugar
um imóvel ou adquirir um veículo financiado em nome da própria agremiação, por exemplo, sem
precisar que tais bens sejam registrados em nome de terceiros.

O partido político em formação, no prazo de até 100 (cem) dias6 contados da obtenção do
seu registro no Cartório, deve informar ao Tribunal Superior Eleitoral a sua criação, apresentando:

I – a respectiva certidão do Registro Civil de Pessoas Jurídicas;

Ainda que o partido político tenha obtido a personalidade jurídica perante o Cartório,
somente poderá participar do processo eleitoral (lançando candidatos, recebendo recursos do
fundo partidário ou realizando propaganda eleitoral gratuita no rádio e televisão) depois de ter o
registro deferido pelo Tribunal Superior Eleitoral.

II – o seu número de inscrição no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ); e


III – cópia da ata de fundação e da relação dos fundadores, acompanhada do estatuto e do
programa aprovados no momento da fundação; e
IV – o endereço, telefone e número de fac-símile de sua sede e de seus dirigentes nacionais
provisórios.

6
Resolução nº 23.571, de 29/05/2018 – Disciplina a criação, organização, fusão, incorporação e
extinção de partidos políticos.

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Além disso, deve ficar claro que somente o registro do estatuto do partido no TSE assegura
a exclusividade da sua denominação, sigla e símbolos (estrela, tucano etc.), vedada a utilização,
por outros partidos, de variações que venham a induzir a erro ou confusão.

3.2 Comprovação do apoiamento mínimo

Após a aquisição da personalidade jurídica perante o Cartório de Registro Civil das Pessoas
Jurídicas do local de sua sede, inicia-se a fase de comprovação do apoiamento mínimo necessário
à criação do partido.
Professor, mas o que é "apoiamento mínimo"?
A Lei 9.096/95, em seu art. 7º, § 1º, assim dispõe:
"Só é admitido o registro do estatuto de partido político que tenha caráter nacional,
considerando-se como tal aquele que comprove, no período de dois anos, o apoiamento de
eleitores não filiados a partido político, correspondente a, pelo menos, 0,5% (cinco
décimos por cento) dos votos dados na última eleição geral para a Câmara dos
Deputados, não computados os votos em branco e os nulos, distribuídos por um terço, ou
mais, dos Estados, com um mínimo de 0,1% (um décimo por cento) do eleitorado que haja
votado em cada um deles".

De forma bem objetiva e direta, "apoiamento mínimo" é a quantidade mínima de


assinaturas, que deve ser obtida pela agremiação, de eleitores que sejam favoráveis à criação do
novo partido (que apoiam a ideia). Todavia, só podem ser computadas assinaturas de eleitores
que não sejam filiados a outro partido político.

Eis uma informação importante e que as bancas cobram frequentemente em provas:


eleitor filiado a partido político não pode apoiar a criação de outra agremiação (assinar a ficha
de apoiamento). A propósito, a íntegra da questão foi comentada no final da aula!

(CESPE – TRE TO – ANALISTA JUDICIÁRIO – 2017) No que se


refere a criação, fusão e incorporação de partidos políticos,
assinale a opção correta.

c) Para obter seu registro, o partido político precisará comprovar


seu caráter nacional, mediante a apresentação de assinaturas de
eleitores filiados a partidos políticos. (considerada incorreta!)

Gabarito: “B”.

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O apoio mínimo de eleitores, que deve ser comprovado pelo partido político em formação,
corresponde a, pelo menos, 0,5% (cinco décimos por cento) dos votos dados na última eleição
geral para a Câmara dos Deputados.

Nas eleições de 2018, por exemplo, foram destinados à Câmara dos Deputados 98.933.400
(noventa e oito milhões, novecentos e trinta e três mil e quatrocentos) votos, que correspondem
aos votos recebidos por todos os candidatos a deputado federal naquela eleição. Desse modo, ao
calcularmos 0,5% sobre esse montante, chegamos à quantidade mínima de 491.967
(quatrocentos e noventa e um mil, novecentos e sessenta e sete) votos.

Em outras palavras, os representantes do partido em formação terão que obter uma


quantidade mínima de 491.967 (quatrocentos e noventa e um mil, novecentos e sessenta e sete)
assinaturas de apoio à criação do partido. Além disso, esse total de assinaturas deve ser
distribuído por um terço, ou mais, dos Estados, com um mínimo de 0,1% (um décimo por cento)
do eleitorado que haja votado em cada um deles.

Vamos explicar um pouco melhor esse último percentual.

Suponhamos que o partido em formação tenha chegado à conclusão de que os Estados


que possuem mais eleitores, que apoiam a sua criação, sejam os seguintes: Minas Gerais, São
Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso, Sergipe e Acre (1/3 do total).
Diante disso, a agremiação decidiu concentrar nesses Estados os esforços em busca das
assinaturas.

Em cada um deles, a quantidade obrigatória de assinaturas (apoiamento) a ser obtida deve


ser equivalente a, no mínimo, 0,1% do eleitorado que votou na última eleição para a Câmara dos
Deputados.

Nas eleições de 2018, ao levarmos em conta os votos que


foram destinados a todos os candidatos a Deputado Federal
no Estado de Minas Gerais, chegamos ao montante de
10.077.863 (dez milhões, setenta e sete mil, oitocentos e
sessenta e três) votos. Isso significa que, para
contabilizarmos as assinaturas de apoiamento obtidas no
Estado de Minas Gerais, seria necessário conseguir uma
quantidade de, no mínimo, 10.077 (dez mil e setenta e sete)
assinaturas, que corresponde ao percentual de 0,1% do
total de 10.077.863 de eleitores que votaram para
Deputado Federal naquele ano.

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Fabiano, mas se em Minas Gerais o partido em formação


conseguir apenas 10.000 (dez mil) assinaturas, o que
acontece?

Nesse caso, o Estado de Minas Gerais não será computado como um


dos nove (1/3 do total de Estados), condição obrigatória para a
criação. A agremiação deverá iniciar um novo trabalho de busca de
assinaturas em outro Estado, pois esse percentual deve ser
obrigatoriamente cumprido em, no mínimo, nove Estados (1/3 do
total).

As 10.000 (dez mil) assinaturas serão simplesmente desconsideradas?

Não. Poderão ser somadas ao montante que o partido precisa obter (491.467), porém,
apenas depois de o percentual de 0,1% ser respeitado em, no mínimo, nove Estados brasileiros.

Exemplo: se a quantidade de assinaturas obtidas em nove Estados, respeitando-se o


percentual mínimo de 0,1%, for igual a 300.000, qualquer quantidade de assinaturas obtida nos
outros 18 Estados e Distrito Federal poderá ser somada ao montante de 300.000 para que se
obtenha o total desejado de 491.467.

É importante esclarecer que todo o processo de obtenção de apoio à criação do novo


partido político tem que ocorrer no prazo máximo de dois anos. A fixação de prazo máximo para
a conclusão do processo, que até então não existia no texto da Lei 9.096/1995, foi introduzida
pela Lei 13.165, de 29 de setembro de 2015.

Para facilitar a compreensão e fixação do conteúdo, apresento abaixo um modelo de ficha


de apoiamento, com as orientações de preenchimento para o eleitor7:

7
Disponível em http://colheita.raiz.org.br/como-assinar/. Acesso em 25/01/2018, às 9h14m.

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A simples assinatura ou impressão digital (no caso do analfabeto) aposta pelo eleitor nas
listas ou nos formulários de apoiamento a partido político em formação não implica filiação
partidária. Trata-se apenas de um apoio à criação. Depois que o partido político tiver obtido o
registro no Tribunal Superior Eleitoral é que se inicia o processo de filiação de seus membros.

A Resolução TSE nº 23.571/2018, em seu art. 14, dispõe que os responsáveis credenciados
perante os Tribunais Regionais Eleitorais devem apresentar, em duas vias (original e cópia), os
formulários, listas ou fichas individuais de apoiamento ao cartório da zona do eleitor para
conferência das assinaturas.

Se Doquinha atualmente possui domicílio eleitoral na cidade de Francisco Sá/MG, por


exemplo, mas assinou o formulário de apoiamento à criação do Partido X, na cidade de São Paulo,
a ficha deverá ser encaminhada para a Zona Eleitoral responsável pela cidade de Francisco Sá/MG,
para a conferência da assinatura de Doquinha nos cadernos de votação (se o eleitor ainda não se
submeteu ao processo de identificação biométrica, pois, nesse caso, a assinatura constará no
sistema do TSE).

O chefe de cartório deve dar imediato recibo de cada lista ou formulário que lhe for
apresentado e, no prazo de até 15 (quinze) dias, após conferir, por semelhança, as assinaturas e
os números dos títulos eleitorais, deve lavrar o seu atestado nas listas ou nos formulários,
devolvendo a cópia ao representante credenciado do partido em formação.

O prazo de 15 (quinze) dias pode ser prorrogado pelo juiz eleitoral, por igual período,
quando houver motivo que o justifique.

Após a conferência de cada assinatura contida nos formulários que forem apresentados
pelo partido em formação, o Chefe de Cartório providenciará a expedição de certidão constando
a quantidade de assinaturas que se assemelham com as constantes no cadastro eleitoral.

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Pode acontecer de o partido apresentar 1.000 (mil) formulários de apoiamento para


conferência, por exemplo, e o Chefe de Cartório certificar que apenas 700 assinaturas conferem
com as que constam no arquivo da Justiça Eleitoral. Isso pode ocorrer por várias razões:
falecimento do eleitor, preenchimento errado do formulário, fraude, assinatura divergente, entre
outras.

Atualmente a Justiça Eleitoral conta com o SAPF – Sistema de Apoiamento a Partidos em


Formação, sistema informatizado que conferiu agilidade no gerenciamento de dados, no envio de
listas e fichas, bem como na conferência das assinaturas dos apoiadores.

3.3 Obtenção de registro perante o


Tribunal Superior Eleitoral

Depois de alcançado o número mínimo de assinatura de eleitores que apoiam a sua


criação, os dirigentes do partido político deverão protocolar o pedido de registro no Tribunal
Superior Eleitoral.

O pedido de registro, que será protocolado e autuado, no prazo de quarenta e oito horas
é distribuído a um Relator, que, ouvida a Procuradoria-Geral Eleitoral, em dez dias, determina,
em igual prazo, diligências (providências) para sanar eventuais falhas do processo.

Se não houver diligências a determinar (o pedido de registro cumpriu todas as exigências


legais), ou após o seu atendimento (o partido pode ter apresentado uma quantidade de
assinaturas inferior ao que impõe a lei, por exemplo), o Tribunal Superior Eleitoral registra o
estatuto do partido, no prazo de trinta dias.

A decisão sobre o registro do partido político, pelo Tribunal


Superior Eleitoral, é de natureza vinculada. Em outras palavras,
significa dizer que, se a agremiação cumprir todos os requisitos e
condições previstas em lei, o TSE está obrigado a deferir o
registro. Não existe a possibilidade de indeferi-lo, por exemplo,
sob o argumento de que no Brasil já existe uma grande
quantidade de partidos políticos.

É importante destacar que as alterações programáticas ou estatutárias realizadas após a


obtenção do registro inicial, depois de registradas no Cartório Civil competente, devem ser
encaminhadas, para o mesmo fim, ao Tribunal Superior Eleitoral.

O art. 10, § 2º, da Lei 9.096/1995 (alterado pela Lei 14.063/2020), afirma que após receber
a comunicação dos órgãos de direção regionais e municipais, definitivos ou provisórios, O TSE,
como unidade cadastradora, deve proceder à inscrição, ao restabelecimento e à alteração de
dados cadastrais e da situação cadastral perante o CNPJ na Secretaria Especial da Receita Federal

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do Brasil. Trata-se de dispositivo recentemente incluído na Lei dos Partidos Políticos. Fique
ligado(a)!

Ademais, dispõe o artigo 11 da Lei 9.096/95 que o partido com registro no Tribunal
Superior Eleitoral pode credenciar, respectivamente:

I - delegados perante o Juiz Eleitoral;


II - delegados perante o Tribunal Regional Eleitoral;
III - delegados perante o Tribunal Superior Eleitoral.

Os delegados credenciados pelo órgão de direção nacional representam o partido perante


quaisquer Tribunais ou Juízes Eleitorais; os credenciados pelos órgãos estaduais, somente
perante o Tribunal Regional Eleitoral e os Juízes Eleitorais do respectivo Estado, do Distrito
Federal ou Território Federal; e os credenciados pelo órgão municipal, perante o Juiz Eleitoral da
respectiva jurisdição.

É importante destacar, ainda, que o art. 51 da Lei 9.096/1995 assegura ao “partido político
com estatuto registrado no Tribunal Superior Eleitoral o direito à utilização gratuita de escolas
públicas ou casas legislativas para a realização de suas reuniões ou convenções,
responsabilizando-se pelos danos porventura causados com a realização do evento”.

A ação do partido tem caráter nacional e é exercida de


acordo com seu estatuto e programa, sem subordinação a
entidades ou governos estrangeiros.

É vedado ao partido político ministrar instrução militar ou


paramilitar, utilizar-se de organização da mesma natureza e
adotar uniforme para seus membros.

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A partir do momento que a agremiação partidária possui a obtenção de registro no Tribunal


Superior Eleitoral, inicia-se o processo de filiação de seus membros, inclusive de parlamentares
que estejam no exercício do mandato. Quanto mais Deputados Federais o partido conseguir atrair
para o seu quadro, mais recursos receberá do fundo partidário e mais tempo será garantido no
horário eleitoral gratuito no rádio e televisão.

Será assegurado ao partido político, ainda, o funcionamento parlamentar, que pode ser
entendido como o direito de indicar membros para a composição dos órgãos internos da Casa
Legislativa, a exemplo das comissões permanentes e comissões parlamentares de inquérito, bem
como organizar-se em bancadas, escolher um líder para representá-lo e participar da distribuição
proporcional de cargos da mesa diretora.

Fabiano, o que é uma "bancada"?

A expressão "bancada parlamentar" pode ser entendida como a reunião de vários


parlamentares que atuam em prol de um objetivo comum, a exemplo da bancada do Partido dos
Trabalhadores (todos os parlamentares que integram o PT). Em caráter informal, a expressão
bancada também é utilizada para fazer referência a grupos de parlamentares que, apesar de
integrarem partidos distintos, atuam conjuntamente na defesa de determinados grupos e/ou
interesses: bancada evangélica, bancada ruralista, bancada empresarial, bancada da bala etc.

Em outras palavras, pode-se afirmar que apenas o partido que possui o direito ao
funcionamento parlamentar terá condições de expor o seu posicionamento e ideias no âmbito da
respectiva Casa Legislativa, participando efetivamente dos processos internos de decisão.

4.1 Cláusula de barreira

A Lei 9.096/1995, em seu art. 13, dispõe que "tem direito a funcionamento parlamentar,
em todas as Casas Legislativas para as quais tenha elegido representante, o partido que, em cada
eleição para a Câmara dos Deputados obtenha o apoio de, no mínimo, cinco por cento dos votos
apurados, não computados os brancos e os nulos, distribuídos em, pelo menos, um terço dos
Estados, com um mínimo de dois por cento do total de cada um deles".

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Analisando-se o inteiro teor do dispositivo legal, pode-se concluir que nem todos os
partidos políticos teriam o direito ao funcionamento parlamentar assegurado, pois, para tanto,
seria necessário obter uma quantidade mínima de votos nas eleições, uma cláusula de barreira
que deveria ser atingida.

Os partidos denominados de "nanicos" continuariam existindo, mas apenas no papel. Não


teriam voz no âmbito das Casas Legislativas, pois seriam impedidos de indicar membros para os
órgãos internos, integrar a Mesa Diretora e participar das decisões mais relevantes.

Diante disso, logo após a publicação da Lei 9.096/1995 vários partidos apresentaram, no
Supremo Tribunal Federal, duas Ações Diretas de Inconstitucionalidade, que foram protocoladas
com os números 1351 e 1354, alegando que a imposição de uma cláusula de barreira (quantidade
mínima de votos) violava diversos dispositivos da Constituição Federal de 1988, entre eles o art.
17, caput, e parágrafo único.

Em 07 de dezembro de 2006, o Plenário do STF proferiu julgamento afirmando que a


cláusula de barreira, criada pelo art. 13 da Lei 9.096/1995, realmente era inconstitucional.

Ao proferir o seu voto, o Ministro Marco Aurélio de Mello, que foi o relator do processo,
destacou que, dos 29 partidos que existiam à época do julgamento, apenas sete alcançariam os
requisitos previstos na legislação.

Eis alguns trechos do voto do Ministro Marco Aurélio, para facilitar a compreensão do
conteúdo:

“Em síntese, a prevalecer, sob o ângulo da constitucionalidade, o disposto no artigo 13 da Lei


9.096/95, somente esses partidos terão funcionamento parlamentar, participarão do rateio de cem
por cento do saldo do fundo partidário, gozarão, em cada semestre e em cadeias nacional e
estadual, de espaço de vinte minutos para a propaganda eleitoral e desfrutarão de inserções, por
semestre e também em redes nacional e estadual, de trinta segundos ou um minuto, totalizando
oitenta minutos no ano”.

“Os demais ficarão à míngua, vale dizer, não contarão com o funcionamento parlamentar,
dividirão, com todos os demais partidos registrados junto ao Tribunal Superior Eleitoral, a
percentagem de um por cento do fundo partidário e, no tocante à propaganda partidária, terão,
por semestre, apenas dois minutos restritos à cadeia nacional”.

“Está-se a ver que o disposto no artigo 13 da Lei 9.096/95 veio a mitigar o que garantido aos
partidos políticos pela Constituição Federal, asfixiando-os sobremaneira, a ponto de alijá-los do
campo político, com isso ferindo de morte, sob o ângulo político-ideológico, certos segmentos,
certa parcela de brasileiros”, declarou. “E tudo ocorreu a partir da óptica da sempre ilustre
maioria”.

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Para responder às questões de prova, lembre-se sempre de


que a cláusula de barreira não está mais em vigor, pois foi
declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal.
Sendo assim, para usufruírem do funcionamento
parlamentar os partidos políticos não precisam alcançar
nenhuma quantidade mínima de votos nas eleições.

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A Lei 9.096/95, em seu artigo 14, dispõe que observadas as disposições constitucionais e
legais, o partido é livre para fixar, em seu programa, seus objetivos políticos e para estabelecer,
em seu estatuto, a sua estrutura interna, organização e funcionamento.

Por sua vez, informa o artigo 15 quais são as normas que devem ser inseridas no Estatuto
do partido político, entre outras:

I - nome, denominação abreviada e o estabelecimento da sede no território nacional;


II - filiação e desligamento de seus membros;
III - direitos e deveres dos filiados;
IV - modo como se organiza e administra, com a definição de sua estrutura geral e identificação,
composição e competências dos órgãos partidários nos níveis municipal, estadual e nacional,
duração dos mandatos e processo de eleição dos seus membros;
V - fidelidade e disciplina partidárias, processo para apuração das infrações e aplicação das
penalidades, assegurado amplo direito de defesa;
VI - condições e forma de escolha de seus candidatos a cargos e funções eletivas;
VII - finanças e contabilidade, estabelecendo, inclusive, normas que os habilitem a apurar as
quantias que os seus candidatos possam despender com a própria eleição, que fixem os limites
das contribuições dos filiados e definam as diversas fontes de receita do partido, além daquelas
previstas nesta Lei;
VIII - critérios de distribuição dos recursos do Fundo Partidário entre os órgãos de nível
municipal, estadual e nacional que compõem o partido;
IX - procedimento de reforma do programa e do estatuto.
X - prevenção, repressão e combate à violência política contra a mulher (incluído pela
Lei nº 14.192, de 2021) ATENÇÃO! INCISO NOVO!

Não são muito frequentes as questões de prova abordando o art. 15 da Lei 9.096/1995,
porém, como o nosso objetivo é GABARITAR a prova, temos que nos preparar para uma questão
como a que foi cobrada pela FCC:

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(FCC – TRE SE – ANALISTA JUDICIÁRIO – 2015) O estatuto do partido


político NÃO pode conter normas sobre

a) condições e forma de escolha de seus candidatos a cargos e funções


eletivas.

b) filiação e desligamento de seus membros.

c) tipo e cor do uniforme que poderá ser utilizado pelos seus membros.

d) procedimento de reforma do programa e do estatuto.

e) critérios de distribuição dos recursos do Fundo Partidário entre os


órgãos de nível municipal, estadual e nacional que compõem o partido.

COMENTÁRIOS: As questões que versam sobre o art. 15 são


relativamente simples, abordando o texto literal do dispositivo. No
caso em análise, por exemplo, é óbvio que a resposta é a letra “c”
porque os partidos não podem adotar uniforme para os seus
membros.

Gabarito: “C”.

5.1 Da responsabilização

A Lei 9.096/1995, em seu artigo 15-A, é clara ao afirmar que "a responsabilidade, inclusive
civil e trabalhista, cabe exclusivamente ao órgão partidário municipal, estadual ou nacional que
tiver dado causa ao não cumprimento da obrigação, à violação de direito, a dano a outrem ou a
qualquer ato ilícito, excluída a solidariedade de outros órgãos de direção partidária".

Em outras palavras, o dispositivo legal prevê que caso o Diretório Municipal do Partido X
contrate uma secretária, e, posteriormente, promova a sua demissão sem pagar as verbas
trabalhistas devidas, a funcionária poderá propor uma reclamação trabalhista apenas em face do
Diretório Municipal.

Os Diretórios Nacional e Estadual, ainda que do mesmo partido, não poderão ser
responsabilizados solidariamente (em conjunto e/ou ao mesmo tempo) pelas dívidas
trabalhistas, cíveis ou quaisquer outras que tenham sido contraídas pelo Diretório e/ou Comissão
Provisória Municipal.

Esse também é o entendimento do Tribunal Superior Eleitoral, conforme se constata da


análise do seguinte acórdão.

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EXECUÇÃO FISCAL. MULTA ELEITORAL. EXCEÇÃO DE PRÉ-


EXECUTIVIDADE. ART. 15-A DA LEI Nº 9.096/95.
RESPONSABILIDADE POR DÍVIDAS E DANOS A TERCEIROS.
SOLIDARIEDADE ENTRE OS ÓRGÃOS PARTIDÁRIOS
MUNICIPAL, ESTADUAL OU NACIONAL. INEXISTENTE.
AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. 1. Mesmo antes do
início da vigência da Lei nº 11.694/2008 - que acrescentou
o art. 15-A à Lei nº 9.096/95, dispositivo esse
posteriormente alterado pela Lei nº 12.034/2009 -, não há
solidariedade entre os órgãos partidários municipal,
estadual ou nacional e, portanto, cada esfera da agremiação
responderá, exclusivamente, por seus atos, inclusive
eventuais dívidas e lesões a terceiros. Precedentes desta
Corte e do STJ. 2. Agravo regimental desprovido. (TSE - AgR-
REspe: 3921976 SP, Relator: Min. LAURITA HILÁRIO VAZ,
Data de Julgamento: 08/04/2014, Data de Publicação: DJE -
Diário de justiça eletrônico, Tomo 86, Data 12/05/2014,
Página 477-478)

O órgão nacional do partido político, quando responsável,


somente poderá ser demandado judicialmente na
circunscrição especial judiciária da sua sede, inclusive nas
ações de natureza cível ou trabalhista.

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De todos os tópicos do Direito Eleitoral, um dos mais cobrados em prova é o que versa
sobre filiação partidária. Nesses termos, sugiro que você realize um estudo atento e resolva
muitas questões sobre o tema, para não deixar passar qualquer detalhe.

O artigo 16 da Lei 9.096/1995 dispõe que só pode filiar-se a partido o eleitor que estiver
no pleno gozo de seus direitos políticos. Todavia, tenha muita atenção ao responder às questões
de prova!

O Tribunal Superior Eleitoral, em várias oportunidades, decidiu que se o eleitor é apenas


inelegível - cumpriu a pena imposta em condenação criminal, mas o crime cometido está previsto
na Lei Complementar 64/90, por exemplo -, poderá se filiar a partido político normalmente,
apesar de não poder disputar cargo eletivo.

É que nesse caso o eleitor poderá exercer a sua capacidade eleitoral ativa (direito ao voto),
apesar da limitação quanto ao exercício da capacidade eleitoral passiva (não pode disputar
cargos eletivos enquanto estiver inelegível).

“[...]. Registro de candidatura. Candidato a prefeito.


Impugnação. [...]. Inelegibilidade. Suspensão. Direitos
políticos. Não-configuração. [...]. 3. A inelegibilidade atinge
tão-somente o jus honorum, não se impondo – à míngua
de incidência de qualquer das hipóteses do art. 15 da
Constituição Federal – restrição ao direito de filiar-se a
partido político e/ou exercer o direito de votar.
Precedentes. [...].” (Ac. nº 22.014, de 18.10.2004, rel. Min.
Caputo Bastos.)

Em regra, para se filiar a partido político, o interessado deverá procurar o Diretório e/ou
Comissão provisória municipal da respectiva agremiação e preencher formulário específico. Caso
todas as regras estatutárias sejam preenchidas, considera-se deferida a sua filiação para todos os
efeitos, com a entrega de um comprovante ao interessado, no modelo adotado pelo partido.

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O indivíduo que perde ou tem os seus direitos políticos


suspensos não pode se filiar a partido político. Por sua vez,
se o eleitor é apenas inelegível, pode se filiar normalmente
a agremiações partidárias.

6.1 Publicação e remessa da lista de


afiliados

A Lei 9.096/1995, em seu artigo 19, com redação dada pela Lei 13.877/2019, dispõe que
deferido internamente o pedido de filiação, o partido político, por seus órgãos de direção
municipais, regionais ou nacional, deverá inserir os dados do filiado no sistema eletrônico da
Justiça Eleitoral, que automaticamente enviará aos juízes eleitorais, para arquivamento,
publicação e cumprimento dos prazos de filiação partidária para efeito de candidatura a cargos
eletivos, a relação dos nomes de todos os seus filiados, da qual constará a data de filiação, o
número dos títulos eleitorais e das seções em que estão inscritos.

Com a publicação da Lei 13.877/2019, não existe mais a


necessidade de envio de lista de filiados para a Justiça Eleitoral,
pelos partidos políticos, na segunda semana dos meses de abril
e outubro de cada ano. Doravante, o envio da filiação pode
ocorrer a qualquer momento, pelo sistema FILIA (antes
denominado FILIAWEB) do Tribunal Superior Eleitoral.

E como é feito o envio da relação de filiados para o Juiz Eleitoral?

Antigamente, o representante do partido político tinha que comparecer ao Cartório


Eleitoral e entregar um "disquete" (se você não conheceu essa "relíquia", então pesquise no
Google... rss) com os nomes de todos os filiados. Atualmente a situação é bem diferente, pois o
Tribunal Superior Eleitoral desenvolveu o sistema FILIA, que possibilita a transmissão das
informações diretamente pela internet. Para tanto, basta o representante da agremiação obter
uma senha de acesso perante a Justiça Eleitoral. Para tanto, foi concedido acesso como
administrador nacional do sistema a cada presidente nacional de partidos políticos com registro
de estatuto no TSE. Nessa condição, podem esses presidentes (administradores nacionais)
cadastrar administradores de abrangência inferior na respectiva agremiação partidária.

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O § 1º, art. 19, da Lei 9.096/1995, alterado pela Lei


13.877/2019, dispõe que caso algum candidato eleito
promova a mudança de partido, a Justiça Eleitoral deverá
intimar pessoalmente a agremiação partidária e dar-lhe
ciência da saída do seu filiado, a partir do que passarão a ser
contados os prazos para ajuizamento das ações cabíveis, a
exemplo da ação declaratória de perda de mandato eletivo
por infidelidade partidária.

6.2 Transmissão de Lista / Relação


especial de filiados

Em determinadas situações, seja por desídia (desleixo/negligência) ou motivado por má-


fé, pode acontecer de o partido político não incluir o nome de pessoa recém filiada à agremiação
na lista enviada para a Justiça Eleitoral. Apesar de parecer incoerente, isso é mais comum do que
se imagina!

O fato é que essa omissão do partido político pode causar graves prejuízos ao eleitor,
impedindo-o, por exemplo, de disputar as eleições em virtude de não conseguir cumprir o prazo
mínimo de filiação partidária exigido em lei (seis meses).

Imagine que o eleitor apresentou um requerimento de filiação para o Presidente do partido,


que, por sua vez, atribuiu ao secretário a responsabilidade de inserir o respectivo nome na lista
de filiados, a ser transmitida para a Justiça Eleitoral. Todavia, em virtude de disputas políticas
internas, o secretário simplesmente opta por não inserir o nome do novo filiado na relação
enviada para a Justiça Eleitoral.

Nesse caso, como o eleitor ficará sabendo se o nome dele


consta (ou não) na lista de filiados enviada para a Justiça
Eleitoral?

É importante que o cidadão acompanhe todo o processo, realizando


consultas no site do Tribunal Superior Eleitoral e/ou perante os
Cartórios Eleitorais. Caso a omissão partidária fique configurada,
seja por desídia ou má-fé, o próprio eleitor deverá procurar a Justiça
Eleitoral e solicitar a inclusão de seu nome, na lista de filiados do
partido, por meio de uma lista/relação especial.

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Os órgãos de direção nacional dos partidos políticos terão


pleno acesso às informações de seus filiados constantes do
cadastro eleitoral. Além disso, a Justiça Eleitoral
disponibilizará eletronicamente aos órgãos nacional e
estaduais dos partidos políticos, conforme sua circunscrição
eleitoral, acesso a todas as informações de seus filiados
constantes do cadastro eleitoral, incluídas as relacionadas a
seu nome completo, sexo, número do título de eleitor e de
inscrição no Cadastro de Pessoa Física (CPF), endereço,
telefones, entre outras.

Os prazos para apresentação do requerimento de relação/lista especial, pelo eleitor,


serão divulgados pela Corregedoria Geral Eleitoral. A competência para a apreciação do
requerimento é do juiz eleitoral do município no qual o requerente é eleitor.

A Súmula 20 do TSE afirma que “a prova de filiação partidária


daquele cujo nome não constou da lista de filiados de que trata
o art. 19 da Lei nº 9.096/1995, pode ser realizada por outros
elementos de convicção, salvo quando se tratar de documentos
produzidos unilateralmente, destituídos de fé pública”. Desse
modo, para requerer ao Juiz Eleitoral a remessa de lista especial,
não basta que o interessado apresente um mero comprovante
de filiação, por exemplo, pois o preenchimento pode ser feito a
qualquer momento, com data retroativa (ensejando fraude). Por
sua vez, poderia ser utilizado um comprovante de filiação
recebido pelos Correios, por exemplo (com data da época do
recebimento).

6.3 Prazo de filiação partidária

O art. 9º da Lei 9.504/1997, alterado pela Lei 13.488/2017, dispõe que para concorrer às
eleições, o candidato deverá possuir domicílio eleitoral na respectiva circunscrição pelo prazo de
seis meses e estar com a filiação deferida pelo partido no mesmo prazo.

Em outras palavras, se Doquinha deseja disputar o cargo de vereador, por exemplo, terá
que se filiar a algum partido político, no mínimo, seis meses antes da eleição.

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Por sua vez, o art. 20 da Lei 9.096/95 afirma que é facultado ao partido político estabelecer,
em seu estatuto, prazos de filiação partidária superiores aos previstos em lei, com vistas a
candidatura a cargos eletivos. Isso significa que o estatuto do Partido X pode estabelecer, por
exemplo, que os interessados em disputar eleições, pela agremiação, se filiem um, dois ou três
anos antes da eleição que desejam disputar.

Na prática, o que se constata é que os estatutos têm estabelecido o prazo mínimo de


filiação previsto em lei, isto é, seis meses. A fixação de prazo mínimo superior a seis meses acaba
dificultando o acesso de novos filiados, que, geralmente, decidem na última hora por qual partido
irão disputar as eleições.

A propósito, é importante esclarecer os prazos de filiação partidária, fixados no estatuto


do partido, com vistas a candidatura a cargos eletivos, não podem ser alterados no ano da
eleição. A vedação tem o intuito de evitar alterações casuísticas, apenas para favorecer pessoas
determinadas.

Esse tema é muito explorado em provas de concursos públicos, a exemplo da questão


abaixo, elaborada pela VUNEP (os comentários serão apresentados ao término da aula).

(VUNESP – CÂMARA DE ITAQUAQUECETUBA /SP –


VUNESP – 2018) A respeito da Filiação e Fidelidade
Partidária, com base na Lei n° 9.096/95 (Lei dos Partidos
Políticos) e na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal,
assinale a alternativa correta.

(...) c) É facultado ao partido político estabelecer, em seu


estatuto, prazos de filiação partidária superiores aos
previstos na Lei dos Partidos Políticos, com vistas a
candidatura a cargos eletivos.

Gabarito: “C”.

6.4 Desligamento voluntário do partido


político

A Constituição Federal de 1988, em seu art. 5º, XX, dispõe que "ninguém poderá ser
compelido a associar-se ou a permanecer associado". Essa regra é válida para todas as espécies
de associações, inclusive as partidárias.

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Desse modo, o filiado pode se desligar a qualquer tempo da agremiação, independente do


tempo anterior de filiação. Para tanto, deverá fazer uma comunicação escrita ao órgão de direção
municipal e, na sequência, ao Juiz Eleitoral da Zona em que for inscrito.

A propósito, destaca-se que a Resolução TSE nº 23.596/2019, em seu art. 24, § 5º, afirma
que pode ser feita “a comunicação apenas ao juiz da zona eleitoral em que inscrito o filiado na
hipótese de inexistência de órgão municipal ou comprovada impossibilidade de localização do
representante do partido político”.

Cuidado ao responder às questões de prova, pois essa


hipótese é uma exceção! Apenas será admitido o
desligamento, com comunicação exclusivamente ao Juiz
Eleitoral, diante da inexistência de órgão municipal ou
comprovada impossibilidade de localização do
representante do partido (mora em outra cidade, por
exemplo). Essa informação tem que constar expressamente
no enunciado da questão para você responder em
conformidade com a exceção!

Decorridos dois dias da data da entrega da comunicação, o vínculo torna-se extinto, para
todos os efeitos, e o eleitor pode se filiar a novo partido político, se for de seu interesse.

Lembre-se: Para se desfiliar de partido político, não basta


fazer uma comunicação aos dirigentes do órgão municipal.
Além disso, é necessário também fazer uma comunicação
ao Juiz Eleitoral.

6.5 Cancelamento da filiação partidária

O art. 22 da Lei 9.096/1995 dispõe que o cancelamento imediato da filiação partidária


verifica-se nos casos de:

I - morte;

Por óbvio, assim que a morte de filiado é levada ao conhecimento e atestada pelo partido
político, ter-se-á o cancelamento da filiação.

II - perda dos direitos políticos;

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Para responder às questões de prova, destaca-se que apenas a perda dos direitos políticos
ensejará o cancelamento imediato da filiação. A jurisprudência vem reiterando que a suspensão
dos direitos políticos não tem o condão de ensejar o cancelamento imediato da filiação.

RECURSO ELEITORAL. FILIAÇÃO PARTIDÁRIA. SUSPENSÃO


DE DIREITOS POLÍTICOS. COMUNICAÇÃO DE DESFILIAÇÃO.
PEDIDO DE CANCELAMENTO EFETUADO ANTES DO PRAZO
DE DOIS DIAS ASSINADO PELO PARÁGRAFO ÚNICO DO
ART. 21 DA LEI Nº 9.096/95. NÃO EXTINÇÃO DO VÍNCULO
PARTIDÁRIO. CONHECIMENTO E PROVIMENTO DO
RECURSO.

(...) 2. Destaque-se que, segundo posicionamento


prevalente na jurisprudência, ainda que haja a suspensão
dos direitos políticos do filiado, quando da filiação anterior
à imposição da suspensão, não há a perda ou desnaturação
do vínculo partidário, haja vista restarem de igual forma
suspensos. (TRE-SE - RE: 141 SE, Relator: RICARDO MÚCIO
SANTANA DE ABREU LIMA, Data de Julgamento:
25/02/2014, Data de Publicação: DJE - Diário de Justiça
Eletrônico, Tomo 40/2014, Data 06/03/2014, Página 6)

III - expulsão;

O ato de expulsão é matéria interna corporis, sendo disciplinado no próprio estatuto


partidário, consequência da autonomia assegurada pelo art. 17, § 1º, da Constituição Federal.
Todavia, lembre-se de todo o processo inerente à expulsão deve observar o contraditório e a
ampla defesa.

IV - outras formas previstas no estatuto, com comunicação obrigatória ao atingido no prazo de


quarenta e oito horas da decisão.

No estatuto do Partido dos Trabalhadores, por exemplo, mais precisamente no art. 11, §
1º, consta que "será imediatamente cancelada a filiação partidária, além das hipóteses previstas
em lei, no caso do filiado ou da filiada que não se apresentar para o recadastramento de sua
filiação partidária, convocado de acordo com o calendário e normas aprovadas pela direção
nacional".

V - filiação a outro partido, desde que a pessoa comunique o fato ao juiz da respectiva Zona
Eleitoral.

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A comunicação de filiação a novo partido, direcionada ao Juiz da respectiva Zona Eleitoral,


ensejará o cancelamento imediato da filiação partidária, que será realizado pela própria Justiça
Eleitoral.

6.6 Coexistência de filiações partidárias

O art. 22 da Lei 9.096/1995, em seu texto original, estabelecia que o eleitor que se filiava
a outro partido tinha que fazer comunicação, à agremiação de origem e ao juiz de sua respectiva
Zona Eleitoral, para cancelar sua filiação. Se não fizesse no dia imediato ao da nova filiação, ficava
configurada dupla filiação, sendo ambas consideradas nulas para todos os efeitos.

Para se decretar a nulidade de ambas as filiações era necessária a instauração de processo


administrativo, no âmbito da Justiça Eleitoral, garantindo-se o contraditório e a ampla defesa.

Se Coxinha era filiado ao partido X, mas, por algum


descuido, filiava-se ao partido W, sem se desfiliar do
anterior, estar-se-ia caracterizada a dupla filiação. Nesse
caso, era instaurado processo administrativo que, em
regra, culminava na nulidade de ambas as filiações,
impedindo Coxinha de disputar as eleições, caso a
duplicidade fosse detectada em ano eleitoral (pois não dava
tempo de Coxinha se filiar a um terceiro partido, no mínimo,
seis meses antes da eleição).

Todavia, para evitar os "transtornos" causados àqueles que não seguiam o trâmite legal, o
Congresso Nacional publicou a Lei 12.891/2013, alterando o teor do artigo 22 da Lei 9.096/1995,
que passou a vigorar com a seguinte redação:

Parágrafo único. Havendo coexistência de filiações partidárias, prevalecerá a mais


recente, devendo a Justiça Eleitoral determinar o cancelamento das demais.

Doravante, o pré-candidato não corre mais o risco de deixar de disputar uma eleição em
razão de dupla filiação. Voltando a analisar o exemplo de Coxinha, simplesmente seria
considerada vigente a mais recente. Assim, Coxinha poderia se candidatar normalmente pelo
Partido W, desde que comprovado o prazo mínimo de filiação previsto no estatuto partidário.

Esse mesmo raciocínio é aplicado ao candidato que se filia,


simultaneamente, a quatro, cinco ou mais partidos
políticos. Nesse caso, prevalecerá a filiação mais recente,
com o cancelamento das demais.

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Eis um tema que passou por profundas transformações nos últimos anos, tanto no âmbito
jurisprudencial quanto legislativo, fato que o coloca entre os preferidos das bancas
examinadoras, inclusive nas provas discursivas.

De início, é importante esclarecer que existem duas espécies distintas de infidelidade


partidária, conforme ressalta Marcos Ramayana:

Nesse tema, é preciso diferenciar duas disciplinas: a infidelidade partidária, tratada pela
Resolução TSE nº 22.610/2007, que acarreta a perda do mandato; e a infidelidade
partidária por violação a algum preceito normativo constante do estatuto do partido
político, a qual vem disciplinada pela Lei 9.096/1995, nos arts. 23 a 25. Esta última não gera
a perda do mandato, mas pode acarretar algumas sanções, que deverão, igualmente, vir
previstas no estatuto (ex.: advertência etc.)8.

Em relação à segunda espécie de infidelidade partidária, não há necessidade de maiores


preocupações para fins de concursos públicos, pois se trata de matéria interna corporis e cada
partido disciplina o tema de forma diferente.

Apenas para fins didáticos, apresento abaixo um trecho do estatuto do Partido


Progressista - PP, que fixa sanções variadas para o membro/filiado que contrariar as diretrizes
estabelecidas pela agremiação (infidelidade):

Art. 65. Além de outras punições estabelecidas no Código Nacional de Ética e Disciplina
Partidária, os filiados e membros de órgãos partidários que faltarem com o cumprimento de seus
deveres partidários e contrariarem as diretrizes estabelecidas na forma deste Estatuto estarão
sujeitos às seguintes sanções:
I - advertência;
II - suspensão por 3 (três) a 12 (doze) meses;
III - suspensão do direito de votar e ser votado nas eleições partidárias;
IV - destituição de função em órgão partidário;
V - expulsão.

8
RAMAYANA, Marcos. Direito Eleitoral. 15ª ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2016. p. 296

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Por sua vez, a infidelidade partidária disciplinada na Resolução TSE nº 22.610/2007, cujo
texto deixou de ser aplicado, parcialmente, após a publicação da Lei 13.165/2015, deve ser bem
assimilada, pois são grandes as chances de você se deparar com uma questão em prova.

Em 27/03/2007, o plenário do Tribunal Superior Eleitoral se reuniu para responder à


Consulta nº 1.398, formulada pelo Partido da Frente Liberal - PFL (atualmente denominado de
Democratas), e que tinha a seguinte indagação:

"Considerando o teor do art. 108 da Lei nº 4.737/65 (Código Eleitoral), que estabelece que
a eleição dos candidatos a cargos proporcionais é resultado do quociente eleitoral apurado
entre os diversos partidos e coligações envolvidos no certame democrático. Considerando
que é condição constitucional de elegibilidade a filiação partidária, posta para indicar ao
eleitor o vínculo político e ideológico dos candidatos.

Considerando ainda que, também o cálculo das médias, é decorrente do resultado dos votos
válidos atribuídos aos partidos e coligações.

INDAGA-SE:

Os partidos e coligações têm o direito de preservar a vaga obtida pelo sistema eleitoral
proporcional, quando houver pedido de cancelamento de filiação ou de transferência do
candidato eleito por um partido para outra legenda?"

Após um longo debate de ideias, a ampla maioria do TSE (6X1) respondeu positivamente
à Consulta, afirmando que o mandato do parlamentar pertence ao partido político, portanto, no
caso de pedido de cancelamento de filiação e/ou mudança de agremiação, o envolvido está
sujeito à perda do mandato eletivo.

Esse entendimento foi ratificado, posteriormente, em várias oportunidades, conforme se


constata no julgamento do Mandado de Segurança nº 26.602/DF, que ocorreu em 04/10/2007:

EMENTA: CONSTITUCIONAL. ELEITORAL. MANDADO DE SEGURANÇA. FIDELIDADE PARTIDÁRIA.


DESFILIAÇÃO. PERDA DE MANDATO. ARTS. 14, § 3º, V E 55, I A VI DA CONSTITUIÇÃO.
CONHECIMENTO DO MANDADO DE SEGURANÇA, RESSALVADO ENTENDIMENTO DO RELATOR.
SUBSTITUIÇÃO DO DEPUTADO FEDERAL QUE MUDA DE PARTIDO PELO SUPLENTE DA LEGENDA
ANTERIOR. ATO DO PRESIDENTE DA CÂMARA QUE NEGOU POSSE AOS SUPLENTES. CONSULTA,
AO TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL, QUE DECIDIU PELA MANUTENÇÃO DAS VAGAS OBTIDAS
PELO SISTEMA PROPORCIONAL EM FAVOR DOS PARTIDOS POLÍTICOS E COLIGAÇÕES.
ALTERAÇÃO DA JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. MARCO TEMPORAL A
PARTIR DO QUAL A FIDELIDADE PARTIDÁRIA DEVE SER OBSERVADA [27.3.07]. EXCEÇÕES

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DEFINIDAS E EXAMINADAS PELO TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL. DESFILIAÇÃO OCORRIDA


ANTES DA RESPOSTA À CONSULTA AO TSE. ORDEM DENEGADA.

1. Mandado de segurança conhecido, ressalvado entendimento do Relator, no sentido de que


as hipóteses de perda de mandato parlamentar, taxativamente previstas no texto
constitucional, reclamam decisão do Plenário ou da Mesa Diretora, não do Presidente da Casa,
isoladamente e com fundamento em decisão do Tribunal Superior Eleitoral.

2. A permanência do parlamentar no partido político pelo qual se elegeu é imprescindível para


a manutenção da representatividade partidária do próprio mandato. Daí a alteração da
jurisprudência do Tribunal, a fim de que a fidelidade do parlamentar perdure após a posse no
cargo eletivo.

3. O instituto da fidelidade partidária, vinculando o candidato eleito ao partido, passou a


vigorar a partir da resposta do Tribunal Superior Eleitoral à Consulta n. 1.398, em 27 de março
de 2007.

4. O abandono de legenda enseja a extinção do mandato do parlamentar, ressalvadas situações


específicas, tais como mudanças na ideologia do partido ou perseguições políticas, a serem
definidas e apreciadas caso a caso pelo Tribunal Superior Eleitoral.

5. Os parlamentares litisconsortes passivos no presente mandado de segurança mudaram de


partido antes da resposta do Tribunal Superior Eleitoral. Ordem denegada.

(MS 26602 / DF - DISTRITO FEDERAL / MANDADO DE SEGURANÇA. Relator: Min. EROS GRAU.
Julgamento em 04/10/2007. Tribunal Pleno).

Em virtude da inexistência de lei disciplinando o processo de perda do mandato eletivo


por infidelidade partidária, o Tribunal Superior Eleitoral editou, em 25 de outubro de 2007, a
Resolução nº 22.610, que passou a tratar do tema de forma detalhada.

Em seu artigo 1º, § 1º, a citada Resolução estabeleceu hipóteses de "justa causa",
autorizando o titular de cargo eletivo, nas situações taxativas previstas em seu texto, a desligar-
se do respectivo partido político sem a configuração de infidelidade partidária, a saber:

Art. 1º O partido político interessado pode pedir, perante a Justiça Eleitoral, a decretação da
perda de cargo eletivo em decorrência de desfiliação partidária sem justa causa.
§ 1º Considera-se justa causa:
I – incorporação ou fusão do partido;
II – criação de novo partido;
III – mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário;
IV – grave discriminação pessoal.

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Em outras palavras, pode-se afirmar que nas hipóteses mencionadas no art. 1º, § 1º, da
Resolução TSE 22.610/2007, o titular de mandato eletivo poderia se desligar do partido político,
a qualquer momento, inclusive se filiando a outra agremiação, sem a possibilidade de perda do
mandato eletivo por infidelidade partidária.

Entretanto, a Lei 13.165/2015, publicada em 29/09/2015, inseriu o art. 22-A no texto da


Lei dos Partidos Políticos, alterando substancialmente as hipóteses de justa causa. Doravante, as
situações previstas no art. 1º, § 1º, da Resolução TSE nº 22.610/2207, não são mais aplicáveis,
prevalecendo, apenas, as três hipóteses contidas na Lei 9.096/1995, a saber:

"Art. 22-A. Perderá o mandato o detentor de cargo eletivo que se desfiliar, sem justa causa, do
partido pelo qual foi eleito.
Parágrafo único. Consideram-se justa causa para a desfiliação partidária somente as seguintes
hipóteses:
I - mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário;
II - grave discriminação política pessoal; e
III - mudança de partido efetuada durante o período de trinta dias que antecede o prazo de
filiação exigido em lei para concorrer à eleição, majoritária ou proporcional, ao término do
mandato vigente".

É muito comum você encontrar em provas questões se referindo às hipóteses de justa


causa previstas na Resolução TSE 22.610/2007 (que não se aplicam mais!). Cuidado, atualmente
estão vigentes apenas as hipóteses previstas no art. 22-A da Lei 9.096/1995 (os comentários da
questão, na íntegra, serão apresentados ao término da aula).

(CESPE/PC GO – DELEGADO DE POLÍCIA – 2017) Em cada


uma das próximas opções, é apresentada uma situação
hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada conforme
a Lei n.º 9.096/1995. Assinale a opção que apresenta a
assertiva correta.

(...)

d) Um deputado federal pretende desfiliar-se do partido


político A, em razão da criação do partido político B, ao qual
ele pretende filiar-se. Nessa situação, é possível a troca de
partido sem perda do cargo parlamentar, pois a criação de
um novo partido político é justa causa para desfiliação
partidária. (enunciado incorreto!)

Gabarito: “B”.

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ATENÇÃO! Com a promulgação da Emenda Constitucional nº 111, em 28/09/2021, foi


inserida no texto constitucional mais uma hipótese de justa causa para que mandatários
eleitos pelo sistema proporcional possam se desligar do partido político ao qual se
encontram filiados sem que sejam penalizados com a perda do mandato. Essa hipótese é
a anuência do partido político. Estando o partido de acordo com a saída, não terá
problemas o mandatário. Isso, na prática, já era verificado nas decisões das cortes
eleitorais do país.

Vale ressaltar que a nova disposição constitucional reforça as outras hipóteses já previstas
em lei (citadas acima e explicadas abaixo nos respectivos tópicos), bem assim assevera
que eventual nova filiação a outro partido não deve ser considerada para a distribuição
do Fundo Partdiário nem do tempo de rádio e televisão na propaganda eleitoral gratuita.

Vejamos, então, o texto do novo §6º do art. 17 da Constituição:

§ 6º Os Deputados Federais, os Deputados Estaduais, os Deputados Distritais e os


Vereadores que se desligarem do partido pelo qual tenham sido eleitos perderão o
mandato, salvo nos casos de anuência do partido ou de outras hipóteses de justa causa
estabelecidas em lei, não computada, em qualquer caso, a migração de partido para fins
de distribuição de recursos do fundo partidário ou de outros fundos públicos e de acesso
gratuito ao rádio e à televisão.

7.1 Mudança substancial ou desvio


reiterado do programa partidário

Pode ocorrer, em determinadas situações, de alguém se filiar a partido político porque


simpatiza com as diretrizes estabelecidas no programa da agremiação, pois estão em sintonia com
suas convicções ideológicas e filosóficas. Suponhamos que Coxinha, por exemplo, filie-se ao PX -
que possui programas ideológicos de extrema esquerda - e seja eleito para o cargo de Deputado
Federal. Entretanto, imaginemos agora que o PX decidiu apoiar diversas reformas que estão
sendo promovidas no país, conduzidas por um partido de extrema direita, a exemplo de
privatizações, corte de gastos em programas sociais, limitação de direitos legais dos trabalhadores
etc.

Percebe-se que o PX não possui mais um "viés esquerdista" de atuação, que foi justamente
o que chamou a atenção de Coxinha, fazendo-o se filiar à agremiação. Nesse caso, Coxinha
poderia pleitear o desligamento do PX, sem perda do mandato eletivo, alegando e comprovando,
perante a Justiça Eleitoral, que a agremiação teria se desviado de seu programa partidário, ao
apoiar reformas que contrariam o que consta no respectivo programa.

A propósito, a jurisprudência vem afirmando que "o descumprimento de pontos específicos


do estatuto concernentes à convocação de convenções e formação de diretórios municipais não

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equivale à mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário, hipótese séria de


traição de princípios basilares da agremiação"9.

7.2 Grave discriminação política e


pessoal

Não é difícil imaginar o que seria uma grave discriminação política e pessoal na seara
partidária. A jurisprudência nacional tem caminhado no sentido de que "a grave discriminação
pessoal, apta a justificar a saída do requerente de seu partido, exige a individualização de atos
que demonstrem a segregação ou a preterição do parlamentar por motivos injustos, não razoáveis
ou preconceituosos que tornem insustentável a permanência do mandatário na agremiação"10.

Se o Diretório de um partido político publica uma carta em


jornal de circulação no município, exigindo que um
vereador se desfilie da agremiação, sob pena de expulsão,
não restam dúvidas de que a imagem do titular do cargo
eletivo está sendo atacada pessoalmente, o que caracteriza
justa causa para sua desfiliação.

A propósito, é importante destacar que "meras desavenças


políticas não constituem motivo hábil a embasar a
desfiliação partidária", conforme já decidiu o Tribunal
Superior Eleitoral11 .

9
(TRE-PA - Pet: 114430 PA, Relator: LEONARDO DE NORONHA TAVARES, Data de Julgamento:
10/05/2012, Data de Publicação: DJE - Diário da Justiça Eletrônico, Tomo 86, Data 17/5/2012, Página
1 e 2)

10
(TRE-RS - Pet: 6919 RS, Relator: DR. LEONARDO TRICOT SALDANHA, Data de Julgamento:
26/08/2015, Data de Publicação: DEJERS - Diário de Justiça Eletrônico do TRE-RS, Tomo 158, Data
31/08/2015, Página 3-4)

11
Respe 122517, Rel. Min. Marco Aurélio Mello, DJE de 13/09/2012

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7.3 Janela partidária

O inciso III, art. 22-A, da Lei 9.096/1995, apresenta como justa causa para a desfiliação a
"mudança de partido efetuada durante o período de trinta dias que antecede o prazo de filiação
exigido em lei para concorrer à eleição, majoritária ou proporcional, ao término do mandato
vigente".
O que se constata da leitura do dispositivo é que a lei concedeu uma "carta branca" aos
titulares de mandatos eletivos proporcionais, possibilitando a mudança de partido, sem qualquer
tipo de justificativa, no ano da eleição, durante o prazo de 30 (trinta) dias, que acontecerá no
sétimo mês antes da data da eleição.
Por se tratar de única oportunidade colocada à disposição do titular de mandato eletivo,
durante todo o período do seu mandato, ainda que pelo curto período de 30 (trinta) dias,
apelidou-se essa possibilidade de "janela partidária".

Suponhamos que Doquinha tenha sido eleito pelo Partido


W, em 2018, para o cargo de Deputado Federal, cujo
mandato se encerra em 2022. Durante todo esse período,
Doquinha poderá se desfiliar da agremiação a qualquer
momento, desde que comprovadas as seguintes hipóteses:

I - mudança substancial ou desvio reiterado do programa


partidário;

II - grave discriminação política pessoal.

Em virtude de o mandato pertencer ao partido político,


Doquinha não pode se desfiliar por mera vontade,
simplesmente porque não tem mais interesse político em
continuar na agremiação. Caso faça isso, o partido pode
requerer o respectivo mandato.

A única hipótese que autoriza Doquinha a se desfiliar do


Partido W, sem apresentar qualquer justificativa, é a que
consta no art. 22-A, III, da Lei 9.096/1995: janela partidária.

ATENÇÃO: nas eleições de 2022, apenas os Deputados


Federais, Estaduais e Distritais poderão se valer da janela
partidária, pois são os únicos que estarão diante da

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possibilidade de reeleição. Por sua vez, em 2020 apenas os


Vereadores puderam se valer dessa prerrogativa legal, pois
eram os únicos que estavam diante de eventual reeleição.
Em 2024, os vereadores; em 2026, os deputados
novamente, e assim por diante.

Em 2022, as eleições ocorrerão no dia 02 de outubro. Sendo


assim, até o dia 02 de abril (seis meses antes da eleição)
Doquinha tem que estar filiado ao partido pelo qual gostaria
de disputar a reeleição. Se não quisesse disputar a reeleição
pelo Partido W, a lei lhe garantia que entre os dias 02 de
março e 02 de abril de 2022 (exclusivamente nesse prazo de
trinta dias), Doquinha mudasse livremente de partido
político, ao seu bel prazer.

7.3.1. Emenda Constitucional 91/2016

A Emenda Constitucional nº 91, promulgada em 18 de fevereiro de 2016, trouxe em seu


texto apenas dois artigos:

Art. 1º É facultado ao detentor de mandato eletivo desligar-se do partido pelo qual foi eleito nos
trinta dias seguintes à promulgação desta Emenda Constitucional, sem prejuízo do mandato,
não sendo essa desfiliação considerada para fins de distribuição dos recursos do Fundo Partidário
e de acesso gratuito ao tempo de rádio e televisão.
Art. 2º Esta Emenda Constitucional entra em vigor na data de sua publicação".

Aqui, constata-se que o texto constitucional criou uma segunda hipótese de janela
partidária, contudo, por prazo determinado. Entre os dias 19/02/2016 e 19/03/2016, quaisquer
titulares de cargos eletivos foram autorizados a se desfiliar dos partidos políticos de origem, sem
que ficasse caracterizada a infidelidade partidária.
O que deve ficar claro é que esse prazo de 30 (trinta) dias foi assegurado apenas uma única
vez e não se repetirá nos anos eleitorais seguintes. Ademais, o prazo beneficiou todos os titulares
de cargos eletivos, em todas as esferas.

7.3.2. Candidatos eleitos pelo princípio majoritário

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Em 27/05/2015, o Supremo Tribunal Federal decidiu que "não se aplica aos cargos do
sistema majoritário de eleição (prefeito, governador, senador e presidente da República) a regra
de perda do mandato em favor do partido, por infidelidade partidária, referente aos cargos do
sistema proporcional (vereadores, deputados estaduais, distritais e federais)".

Na oportunidade, o relator da Ação Direta de Inconstitucionalidade - ADI nº 5081, Ministro


Luís Roberto Barroso, afirmou que "se a soberania popular integra o núcleo essencial do princípio
democrático, não se afigura legítimo estender a regra da fidelidade partidária ao sistema
majoritário, por implicar desvirtuamento da vontade popular vocalizada nas eleições. Tal medida,
sob a justificativa de contribuir para o fortalecimento dos partidos brasileiros, além de não ser
necessariamente idônea a esse fim, viola a soberania popular ao retirar os mandatos de
candidatos escolhidos legitimamente por votação majoritária dos eleitores12”.

Posteriormente, esse mesmo entendimento foi ratificado pelo Tribunal Superior Eleitoral,
com a edição da Súmula nº 67, que assim dispõe:

"A perda do mandato em razão da desfiliação partidária não se aplica aos candidatos eleitos
pelo sistema majoritário".

7.4 Atuação perante as casas legislativas

A Lei 9.096/1995, em seu art. 24, dispõe que na Casa Legislativa, o integrante da bancada
de partido deve subordinar sua ação parlamentar aos princípios doutrinários e programáticos e
às diretrizes estabelecidas pelos órgãos de direção partidários, na forma do respectivo estatuto.

Por sua vez, afirma o art. 25 que o estatuto do partido poderá estabelecer, além das
medidas disciplinares básicas de caráter partidário, normas sobre penalidades, inclusive com
desligamento temporário da bancada, suspensão do direito de voto nas reuniões internas ou
perda de todas as prerrogativas, cargos e funções que exerça em decorrência da representação e
da proporção partidária, na respectiva Casa Legislativa, ao parlamentar que se opuser, pela
atitude ou pelo voto, às diretrizes legitimamente estabelecidas pelos órgãos partidários.

A propósito, deve ficar claro que perde automaticamente a função ou cargo que exerça,
na respectiva Casa Legislativa, em virtude da proporção partidária, o parlamentar que deixar o
partido sob cuja legenda tenha sido eleito.

12
Disponível em: http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=292424.
Acesso em 07/02/2018.

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Suponhamos que Coxinha tenha sido eleito Deputado


Federal pelo Partido Y. Em virtude da expressiva votação
que PY obteve nas eleições, o regimento interno da Câmara
dos Deputados lhe assegura a prerrogativa de indicar um de
seus parlamentares para ocupar o cargo de 1º Secretário da
Mesa Diretora da casa legislativa. Nesse caso, imaginemos
que Coxinha tenha sido indicado. Se futuramente Coxinha
se desligar do PY, ainda que mediante justa causa, terá que
deixar o cargo de 1º Secretário da Mesa Diretora, pois esse
é de indicação exclusiva do PY.

7.5 Ação declaratória de perda de


mandato eletivo

Diante da constatação de que o titular de cargo eletivo (deputado ou vereador) se filiou a


outro partido político, sem a existência de justa causa prevista no art. 22-A da Lei 9.096/1995,
surge a possibilidade de propositura de ação judicial declaratória de perda de mandato eletivo,
em decorrência de infidelidade partidária.

7.5.1. Legitimidade ativa

A Resolução TSE 22.610/2007, em seu art. 1º, dispõe que “o partido político interessado
pode pedir, perante a Justiça Eleitoral, a decretação da perda de cargo eletivo em decorrência de
desfiliação partidária sem justa causa”.

Nesse caso, a legitimidade para propor a ação judicial de perda do mandato eletivo por
infidelidade partidária é do partido ao qual o deputado ou vereador foi eleito. Todavia, quando o
partido político não formular o pedido dentro de 30 (trinta) dias da desfiliação, pode fazê-lo, em
nome próprio, nos 30 (trinta) subsequentes, quem tenha interesse jurídico ou o Ministério
Público Eleitoral.

Suponhamos que Doquinha tenha sido eleito deputado


federal, pelo partido X. Dois anos após o início do mandato,
Doquinha se filiou ao partido W, sem a existência de uma
justa causa. Nesse caso, o partido X pode propor uma ação
judicial de declaração de perda de mandato eletivo contra

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Doquinha, em razão de infidelidade partidária. Todavia, o


prazo assegurado ao partido X é de 30 dias. Se não for
proposta a ação judicial em 30 dias, ocorre a decadência do
direito (o partido X não pode mais requerer o mandato por
meio da ação judicial).

Entretanto, ultrapassado os 30 (trinta) primeiros dias sem


que o partido X tenha proposto a ação judicial, começa a
correr um novo prazo de 30 (trinta) dias, agora assegurado
apenas ao Ministério Público Eleitoral ou quem tenha
interesse jurídico (a exemplo do 1º suplente), para a
propositura da mesma ação.

7.5.2. Legitimidade passiva

Quando a banca menciona a expressão “legitimidade ativa”, está se referindo àqueles que
podem propor a ação judicial de perda de mandato eletivo por infidelidade partidária. Por sua
vez, quando mencionada a expressão “legitimidade passiva”, refere-se àqueles contra quem será
proposta a respectiva ação judicial.

Em regra, a ação declaratória de perda de mandato eletivo será proposta contra o titular
do mandato eletivo, que se desfiliou do partido pelo qual foi eleito, sem a existência de justa
causa.

Entretanto, destaca-se que no julgamento do recurso especial nº 23.517/2015, o Tribunal


Superior Eleitoral afirmou que “o partido para o qual tenha migrado o parlamentar é litisconsorte
passivo necessário em ação de perda de mandato eletivo por suposta infidelidade partidária”.

Em outras palavras, significa que a ação judicial deve ser proposta contra o titular do
mandato eletivo e também contra o partido para o qual houve a migração, simultaneamente.

7.5.3. Competência para julgamento de ação

A Resolução TSE nº 22.610/2007, em seu art. 2º, dispõe que “o Tribunal Superior Eleitoral
é competente para processar e julgar pedido relativo a mandato federal; nos demais casos, é
competente o tribunal eleitoral do respectivo estado”.

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Analisando-se o dispositivo mencionado, pode-se concluir:

MANDATO ELETIVO COMPETÊNCIA


Vereador, Prefeito, Vice-Prefeito,
Deputado Estadual, Governador e Tribunal Regional Eleitoral
Vice-Governador
Deputado Federal, Senador,
Tribunal Superior Eleitoral
Presidente e Vice-Presidente

É importante esclarecer que o Juiz Eleitoral não possui competência para processar e julgar
ação declaratória de perda de mandato eletivo por infidelidade partidária, nem mesmo em
relação ao cargo de vereador.

Apenas após a edição da Resolução TSE nº 22.610/2007 foi


editada a Súmula 67, do Tribunal Superior Eleitoral, que
dispõe que “a perda do mandato em razão da desfiliação
partidária não se aplica aos candidatos eleitos pelo sistema
majoritário”. Sendo assim, para responder às questões de
prova, deve ser levado o entendimento contido na Súmula
67.

7.5.4. Prazos processuais

Apesar de as bancas não cobrarem, com muita frequência, questões sobre os prazos
contidos na Resolução TSE nº 22.610/2007, penso que é importante se precaver e memorizar
todos eles!

Art. 3º Na inicial, expondo o fundamento do pedido, o requerente juntará prova documental da


desfiliação, podendo arrolar testemunhas, até o máximo de 3 (três), e requerer,
justificadamente, outras provas, inclusive requisição de documentos em poder de terceiros ou
de repartições públicas.
Art. 4º O mandatário que se desfiliou e o eventual partido em que esteja inscrito serão citados
para responder no prazo de 5 (cinco) dias, contados do ato da citação.
Parágrafo único. Do mandado constará expressa advertência de que, em caso de revelia, se
presumirão verdadeiros os fatos afirmados na inicial.
Art. 5º Na resposta, o requerido juntará prova documental, podendo arrolar testemunhas, até
o máximo de 3 (três), e requerer, justificadamente, outras provas, inclusive requisição de
documentos em poder de terceiros ou de repartições públicas.

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Art. 6º Decorrido o prazo de resposta, o tribunal ouvirá, em 48 (quarenta e oito) horas, o


representante do Ministério Público, quando não seja requerente, e, em seguida, julgará o
pedido, em não havendo necessidade de dilação probatória.
Art. 7º Havendo necessidade de provas, deferi-las-á o relator, designando o 5º (quinto) dia
útil subsequente para, em única assentada, tomar depoimentos pessoais e inquirir
testemunhas, as quais serão trazidas pela parte que as arrolou.
Parágrafo único. Declarando encerrada a instrução, o relator intimará as partes e o representante
do Ministério Público, para apresentarem, no prazo comum de 48 (quarenta e oito) horas,
alegações finais por escrito.
Art. 8º Incumbe aos requeridos o ônus da prova de fato extintivo, impeditivo ou modificativo da
eficácia do pedido.
Art. 9º Para o julgamento, antecipado ou não, o relator preparará voto e pedirá inclusão do
processo na pauta da sessão seguinte, observada a antecedência de 48 (quarenta e oito)
horas. É facultada a sustentação oral por 15 (quinze) minutos.
Art. 10. Julgando procedente o pedido, o tribunal decretará a perda do cargo, comunicando a
decisão ao presidente do órgão legislativo competente para que emposse, conforme o caso, o
suplente ou o vice, no prazo de 10 (dez) dias.
Art. 11. São irrecorríveis as decisões interlocutórias do relator, as quais poderão ser revistas
no julgamento final, de cujo acórdão cabe o recurso previsto no art. 121, § 4º, da Constituição
da República.
Art. 12. O processo de que trata esta resolução será observado pelos tribunais regionais
eleitorais e terá preferência, devendo encerrar-se no prazo de 60 (sessenta) dias.

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A Constituição Federal de 1988, em seu art. 17, dispõe que é livre a criação, fusão,
incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados a soberania nacional, o regime
democrático, o pluripartidarismo e os direitos fundamentais da pessoa humana.

Ao responder às questões de prova, tenha atenção para não confundir as expressões


"fusão" e "incorporação", pois possuem significados distintos. Na primeira hipótese, ambos os
partidos envolvidos deixam de existir, pois será criada uma terceira agremiação. Na segunda, o
Partido A incorpora os filiados do Partido B, que deixará de existir.

Caso prático de fusão: Em 2006, o Partido da Reedificação


da Ordem Nacional - PRONA, até então presidido por Enéas
Carneiro, fundiu-se ao Partido Liberal - PL. Sendo assim, o
PRONA e o PL deixaram de existir, dando origem ao Partido
da República - PR. As pessoas que eram filiadas aos partidos
extintos passaram a ser filiadas ao Partido da República - PR.

Caso prático de incorporação: Em 2019, o Partido


Republicano Progressista – PRP foi incorporado ao Partido
PATRIOTAS. Nesse caso, apenas o PRP deixou de existir e os
seus membros passaram a ser filiados ao PATRIOTAS, que
permaneceu ativo.

A Lei 9.096/1995, em seu art. 27, dispõe que fica cancelado, junto ao Cartório de Ofício
Civil e ao Tribunal Superior Eleitoral, o registro do partido que, na forma de seu estatuto, se
dissolva, se incorpore ou venha a se fundir a outro.

A propósito, havendo fusão ou incorporação, devem ser somados exclusivamente os votos


dos partidos fundidos ou incorporados obtidos na última eleição geral para a Câmara dos
Deputados, para efeito da distribuição dos recursos do Fundo Partidário e do acesso gratuito ao
rádio e à televisão.

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Caso prático: Suponhamos que o Partido X, nas eleições de


2018, tenha obtido o total de 1.000.000 votos para a
Câmara dos Deputados, conseguindo eleger 2
parlamentares. Imaginemos, agora, que em 2019 a
agremiação teria direito a receber R$ 2.500.000,00 a título
de fundo partidário.

De outro lado, nas eleições de 2018 o Partido Y obteve o


total de 3.500.000 votos, elegendo 8 parlamentares e
recebendo, a título do fundo partidário, o valor de R$
6.000.000,00.

Caso ocorra uma fusão entre os Partidos X e Y, por exemplo,


dando origem ao Partido W, considerar-se-á, para efeito de
distribuição de recursos do fundo partidário e do acesso
gratuito ao rádio e televisão, que o PW possui 10
parlamentares. Isso fará com que aumente a quantidade de
recursos financeiros recebidos do fundo partidário, bem
como o tempo de acesso gratuito ao rádio e televisão.

Não é possível afirmar que os respectivos tempos e valores


simplesmente serão somados, pois a distribuição é feita de
forma proporcional, levando em consideração todos os
partidos existentes.

Somente será admitida a fusão ou incorporação de partidos


políticos que hajam obtido o registro definitivo do Tribunal
Superior Eleitoral há, pelo menos, 5 (cinco) anos.

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8.1 Da fusão

A fusão entre partidos políticos ocorrerá por decisão de todos os órgãos nacionais de
deliberação das agremiações envolvidas, observando as seguintes normas:

I - os órgãos de direção dos partidos elaborarão projetos comuns de estatuto e programa;

Em outras palavras, serão elaborados um novo estatuto e um novo programa, que serão
obrigatoriamente observados pelo novo partido que nascerá como fruto da fusão.

II - os órgãos nacionais de deliberação dos partidos em processo de fusão votarão em reunião


conjunta, por maioria absoluta, os projetos, e elegerão o órgão de direção nacional que
promoverá o registro do novo partido.

Se estivermos diante de um processo de fusão entre os partidos A e B, o órgão nacional de


cada um deles irá se reunir, em sessão conjunta (com a presença dos membros dos dois partidos),
para votar o estatuto e o programa que foram criados, além escolherem um novo órgão nacional
que irá representar o partido fruto da fusão.

O art. 29, § 4º, da Lei 9.096/1995, alterado em 2019, afirma que na hipótese de fusão a
existência legal do novo partido tem início com o registro, no Ofício Civil competente da sede do
novo partido, do estatuto e do programa, cujo requerimento deve ser acompanhado das atas das
decisões dos órgãos competentes.

No processo de fusão, o quórum para deliberação é de


maioria absoluta. Tenha muita atenção no momento da
prova, pois é comum encontrarmos “pegadinhas”
afirmando que o quórum é de maioria simples ou relativa,
por exemplo.

8.2 Da incorporação

A Lei 9.096/1995, em seu art. 29, § 2º, afirma que, observada a legislação civil, caberá ao
partido incorporando (aquele que deixará de existir) deliberar, por maioria absoluta de votos,
em seu órgão nacional de deliberação, sobre a adoção do estatuto e do programa de outra
agremiação (partido incorporador).

Após a decisão do órgão nacional do partido incorporando, autorizando a adoção do


estatuto e do programa do partido incorporador, realizar-se-á uma reunião conjunta dos órgãos
nacionais de ambos os partidos, para a eleição de um novo órgão de direção nacional, que poderá
ser composto por representante dos dois partidos envolvidos.

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Após a formalização interna do processo de incorporação, o instrumento respectivo deve


ser levado ao Ofício Civil competente, que deve, então, cancelar o registro do partido que foi
incorporado a outro. Na sequência, deverá ser solicitada a averbação perante o Tribunal Superior
Eleitoral.

ATENÇÃO! A Emenda Constitucional nº 111/2021 trouxe disposição importante relativa


à incorporação de partidos políticos. Como é novidade, nem é necessário recomendar
atenção, certo?

Art. 3º Até que entre em vigor lei que discipline cada uma das seguintes matérias, observar-se-ão
os seguintes procedimentos:

I - nos processos de incorporação de partidos políticos, as sanções eventualmente aplicadas aos


órgãos partidários regionais e municipais do partido incorporado, inclusive as decorrentes de
prestações de contas, bem como as de responsabilização de seus antigos dirigentes, não serão
aplicadas ao partido incorporador nem aos seus novos dirigentes, exceto aos que já integravam
o partido incorporado;

II - nas anotações relativas às alterações dos estatutos dos partidos políticos, serão objeto de
análise pelo Tribunal Superior Eleitoral apenas os dispositivos objeto de alteração.

8.3 Da extinção

Nos termos do art. 28 da Lei 9.096/1995, o Tribunal Superior Eleitoral, após trânsito em
julgado de decisão, determina o cancelamento do registro civil e do estatuto do partido contra o
qual fique provado:

I - ter recebido ou estar recebendo recursos financeiros de procedência estrangeira;

O recebimento de recursos de procedência estrangeira pode colocar em risco a própria


soberania nacional. Pode acontecer, em dado momento, em razão do financiamento estrangeiro,
que o partido seja convocado a defender interesses externos que colidam com os próprios
interesses nacionais. Por isso, nada mais coerente do que vedar tal recebimento.

II - estar subordinado a entidade ou governo estrangeiros;

Mais grave do que receber recursos financeiros de procedência estrangeira é subordinar-


se a entidade ou governo estrangeiro. Se o partido está subordinado a governo estrangeiro, existe
a possibilidade de atuar internamente com a finalidade de desestabilizar o regime democrático,
bem como fazer prevalecer interesses externos, ainda que nocivos aos interesses nacionais.

III - não ter prestado, nos termos desta Lei, as devidas contas à Justiça Eleitoral;

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Os partidos políticos estão obrigados a prestar contas, perante a Justiça Eleitoral, em duas
hipóteses distintas: 1ª - Em até 30 dias, após o término das eleições, das receitas e despesas
movimentadas durante o processo eleitoral; 2ª - Até o dia 30 de junho de cada ano, referente à
movimentação financeira registrada no ano anterior (independentemente de realização de
eleições).

É importante esclarecer que a sanção de cancelamento do registro civil e do estatuto


somente pode ser aplicada no caso de omissão do Órgão Nacional. Se a omissão na prestação de
contas recair sobre os órgãos estaduais e/ou municipais, aplicar-se-á o art. 37-A da Lei
9.096/1995, que determina a suspensão de novas cotas do Fundo Partidário enquanto perdurar
a inadimplência, além de sujeitar os responsáveis às penas da lei.

A propósito, destaca-se que o partido político, em nível nacional, não sofrerá a suspensão
das cotas do Fundo Partidário, nem qualquer outra punição como consequência de atos
praticados por órgãos regionais ou municipais.

O processo de cancelamento é iniciado pelo Tribunal à vista


de denúncia de qualquer eleitor, de representante de
partido político, ou de representação do Procurador-Geral
Eleitoral, sempre sendo assegurada a ampla defesa.

IV - que mantém organização paramilitar.

O Dicionário Aurélio define organização paramilitar como "corporações particulares de


cidadãos, armados, fardados e adestrados, que não fazem parte do exército ou da polícia de um
país". E por que partidos políticos não podem manter uma organização paramilitar? Porque, em
determinado momento, essa organização poderia ser utilizada para tomar o poder político
valendo-se da força.

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Nas provas de concursos não são comuns questões versando sobre as finanças e
contabilidade dos partidos políticos. Todavia, como o nosso objetivo é gabaritar a prova de
Direito Eleitoral, é imprescindível nos anteciparmos para evitar maiores surpresas.

No ano de 2015 as agremiações políticas sofreram um grande baque financeiro, pois, no


julgamento da A.D.I. nº 4.650/DF - que ocorreu em 17/09/2015 - o Supremo Tribunal Federal
proibiu a doação de pessoas jurídicas para candidatos e/ou partidos (sem exceção!).

Ao proferir o seu voto, o Ministro Luiz Fux afirmou que "a doação por pessoas jurídicas a
campanhas eleitorais, antes de refletir eventuais preferências políticas, denota um agir
estratégico destes grandes doadores, no afã de estreitar suas relações com o poder público, em
pactos, muitas vezes, desprovidos de espírito republicano".

Na oportunidade, o Supremo Tribunal Federal declarou a inconstitucionalidade parcial,


sem redução de texto, do art. 31 da Lei nº 9.096/95, na parte em que autoriza, a contrario sensu,
a realização de doações por pessoas jurídicas a partidos políticos, e pela declaração de
inconstitucionalidade das expressões “ou pessoa jurídica”, constante no art. 38, inciso III, e “e
jurídicas”, inserta no art. 39, caput e § 5º, todos os preceitos da Lei nº 9.096/95.

O texto original da Lei 9.096/1995, em seu art. 31, dispõe que é vedado ao partido receber,
direta ou indiretamente, sob qualquer forma ou pretexto, contribuição ou auxílio pecuniário ou
estimável em dinheiro, inclusive através de publicidade de qualquer espécie, procedente de:

I - entidade ou governo estrangeiros;


II - entes públicos e pessoas jurídicas de qualquer natureza, ressalvadas as dotações referidas
no art. 38 desta Lei e as proveniente do Fundo Especial de Financiamento de Campanha;
III - entidade de classe ou sindical.
IV - pessoas físicas que exerçam função ou cargo público de livre nomeação e exoneração, ou
cargo ou emprego público temporário, ressalvados os filiados a partido político.

É importante esclarecer que, no julgamento da ADI nº 4.650/DF, o STF afirmou que não
existem exceções à vedação de doações por pessoas jurídicas. Sendo assim, todas as pessoas
jurídicas previstas no art. 31, bem como as que não foram mencionadas no dispositivo, estão
proibidas de realizar doações.

Eventuais doações para partidos políticos apenas podem ser realizadas por pessoas físicas
e desde que observem as seguintes regras (Lei 9.096/1995, art. 39, § 3º), dentre outras:

I - cheques cruzados e nominais ou transferência eletrônica de depósitos;

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II - depósitos em espécie devidamente identificados, permitindo a identificação do depositante;


III - mecanismo disponível em sítio do partido na internet que permita o uso de cartão de crédito,
cartão de débito, emissão on-line de boleto bancário ou, ainda, convênios de débitos em conta,
no formato único e no formato recorrente, e outras modalidades, e que atenda aos seguintes
requisitos:
a) identificação do doador;
b) emissão obrigatória de recibo eleitoral para cada doação realizada.

9.1 Da prestação anual de contas

A Lei 9.096/1995, com nova redação dada pela Lei 13.877/2019, em seu artigo 32, dispõe
que "o partido está obrigado a enviar, anualmente, à Justiça Eleitoral, o balanço contábil do
exercício findo, até o dia 30 de junho do ano seguinte".

Em outras palavras, o partido político tem até o dia 30 de junho, de cada ano, para prestar
contas à Justiça Eleitoral das despesas e receitas obtidas no ano (exercício financeiro) anterior,
independentemente da realização de eleições.

É o que, na prática, chamamos de prestação anual de contas partidárias. A legislação a


prevê porque, ainda que não estejamos em ano eleitoral, os partidos políticos podem receber
doações e, consequentemente, gastar esses recursos.

É muito comum as bancas elaborarem questões afirmando que os partidos políticos devem
prestar contas, anualmente, ao Tribunal de Contas da União. Cuidado, pois essa afirmação é
falsa!

A desaprovação da prestação de contas do partido não


ensejará sanção alguma que o impeça de participar do
pleito eleitoral. As sanções apenas serão aplicadas no caso
de ausência da prestação de contas.

As agremiações partidárias sempre prestarão contas para a Justiça Eleitoral, sendo que o
órgão competente para recebê-las irá variar em razão do respectivo nível de organização.

Órgão Nacional do partido político Prestação de contas perante o TSE

Órgão Estadual do partido político Prestação de contas perante o TRE


Órgão Municipal do partido político Prestação de contas perante o Juiz
Eleitoral

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A fim de que se garanta a regular análise das contas, o partido político deve conservar em
seu poder, por prazo não inferior a cinco anos, toda a documentação comprobatória das
informações fornecidas para a Justiça Eleitoral, pois pode ser requisitada pelo órgão jurisdicional
competente.

Além disso, para o exame das prestações de contas dos partidos políticos, o sistema de
contabilidade deve gerar e disponibilizar os relatórios para conhecimento da origem das receitas
e das despesas.

Por se tratar de matéria que, em algumas hipóteses, demanda alto conhecimento técnico,
a Justiça Eleitoral pode requisitar técnicos do Tribunal de Contas da União ou dos Estados, pelo
tempo que for necessário, para auxiliar na análise das contas prestadas pelos partidos políticos.

O § 7º, art. 32, da Lei 9.096/1995, dispõe que as decisões da


Justiça Eleitoral nos processos de prestação de contas não
ensejam, ainda que desaprovadas as contas, a inscrição dos
dirigentes partidários no Cadastro Informativo dos Créditos
não Quitados do Setor Público Federal (Cadin).

9.1.1. Erro formal e/ou material

A Lei 9.096/1995, em seu art. 37, § 12, dispõe que “erros formais ou materiais que no
conjunto da prestação de contas não comprometam o conhecimento da origem das receitas e a
destinação das despesas não acarretarão a desaprovação das contas”.

Apresenta-se como erro formal, por exemplo, o lançamento de uma despesa de R$ 30,00
(trinta reais) a título de produtos de padaria, na prestação de contas do partido, quando, na
prática, a despesa foi realizada com pagamento de alimentação em restaurante. Essa informação
equivocada não compromete a lisura e a transparência das contas do partido político.

Por sua vez, erro material é aquele de fácil constatação, na maioria das vezes, grosseiro.
Ocorre, por exemplo, quando o responsável pela prestação de contas aponta que a soma de R$
15,00 + R$ 15,00 é igual a R$ 35,00. Esse erro material (no cálculo ou grafias de palavras) não
compromete a lisura da prestação de contas, especialmente quando corrigidos.

É claro que os erros formais e/ou materiais comprometerem a análise geral das prestações
de contas, ou forem praticados por manifesta má-fé, podem ensejar a respectiva desaprovação
e a aplicação das penalidades cabíveis aos responsáveis.

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9.1.2. Declaração de ausência de movimentação financeira

Os órgãos partidários municipais que não hajam movimentado recursos financeiros ou


arrecadado bens estimáveis em dinheiro ficam desobrigados de prestar contas à Justiça Eleitoral
e de enviar declarações de isenção, declarações de débitos e créditos tributários federais ou
demonstrativos contábeis à Receita Federal do Brasil, bem como ficam dispensados da
certificação digital, exigindo-se do responsável partidário, até o dia 30 de junho do anos após o
respectivo exercício financeiro, a apresentação de declaração da ausência de movimentação de
recursos nesse período.

O exame da prestação de contas dos órgãos partidários tem


caráter jurisdicional. Sendo assim, devem ser observados
todos os princípios inerentes ao processo, a exemplo do
contraditório e ampla defesa. Não possui, portanto, caráter
administrativo.

A Lei 9.096/1995, em seu art. 32, § 6º, dispõe que o


Tribunal Superior Eleitoral, na condição de unidade
cadastradora, deverá proceder à reativação da inscrição
perante o CNPJ na Secretaria da Receita Federal do Brasil
dos órgãos partidários municipais dispensados da prestação
de contas por ausência de movimentação financeira (vide
§4º do mesmo artigo), que estejam com a inscrição baixada
ou inativada, após o recebimento da comunicação de
constituição de seus órgãos de direção regionais e
municipais, definitivos ou provisórios.

A propósito, o requerimento indicará se a agremiação


partidária pretende a efetivação imediata da reativação da
inscrição pela Secretaria Especial da Receita Federal do
Brasil ou a partir de 1º de janeiro de 2020, hipótese em que
a efetivação será realizada sem a cobrança de quaisquer
taxas, multas ou outros encargos administrativos relativos à
ausência de prestação de contas.

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Nesse caso, basta uma declaração simples, assinada pelo Presidente e Tesoureiro do
partido político, afirmando que a agremiação não movimentou recursos financeiros ou estimáveis
durante o ano anterior.

A possibilidade de apresentação de "declaração de ausência de movimentação financeira",


que substitui o balanço patrimonial e a prestação de contas em si, apenas se restringe aos órgãos
partidários municipais.

O órgão nacional, assim como os órgãos estaduais, ainda que não tenham movimentado
recursos financeiros ou arrecadado bens estimáveis em dinheiro, estão obrigados a prestar
contas perante à Justiça Eleitoral.

Muita atenção, pois as bancas têm abordado esse tema em prova! Apenas os órgãos
municipais dos partidos políticos podem apresentar declaração de ausência de movimentação
financeira, o que os exime de apresentar a respetiva prestação de contas.

(CESPE/TRE MT – ANALISTA JUDICIÁRIO - 2015) Julgue o


item seguinte:

É facultada aos órgãos partidários municipais a prestação de


contas caso não tenham movimentado recursos financeiros
no exercício anterior; contudo, caso o partido tenha
movimentado recursos e não tenha prestado contas à
justiça eleitoral, ficará impedido de concorrer às eleições
seguintes.

COMENTÁRIOS: Nesse caso, o erro do enunciado está no


fato de ter afirmado que, diante da falta de prestação de
contas, o partido ficará impedido de concorrer às eleições
seguintes. A Lei 9.096/1995, em seu art. 32, § 5º, dispõe que
“a desaprovação da prestação de contas do partido não
ensejará sanção alguma que o impeça de participar do
pleito eleitoral”

Gabarito: “Errado”.

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9.1.3. Denúncia fundamentada de irregularidades

A Lei 9.096/1995, em seu art. 35, dispõe que o Tribunal Superior Eleitoral e os Tribunais
Regionais Eleitorais, à vista de denúncia fundamentada de filiado ou delegado de partido, de
representação do Procurador-Geral ou Regional ou de iniciativa do Corregedor, determinarão o
exame da escrituração do partido e a apuração de qualquer ato que viole as prescrições legais
ou estatutárias a que, em matéria financeira, aquele ou seus filiados estejam sujeitos, podendo,
inclusive, determinar a quebra de sigilo bancário das contas dos partidos para o esclarecimento
ou apuração de fatos vinculados à denúncia.

Além disso, destaca-se que ao receber a prestação de contas dos partidos políticos, a
Justiça Eleitoral irá publicar os balanços financeiros pelo prazo de quinze dias, para conhecimento
e análise dos eventuais interessados. Decorrido esse prazo, será aberto o prazo de cinco dias para
que sejam apresentadas impugnações pelos eventuais interessados que tenham conhecimento
de eventuais irregularidades nas informações e/ou documentos apresentados das agremiações,
bem como a indicação de provas ou pedido de abertura de investigação para apurar condutas
que violem a legislação eleitoral ou normas estatutárias.

9.1.4. Das sanções

As receitas obtidas - ainda que estimáveis em dinheiro -, bem como as respectivas


despesas, devem ser regularmente contabilizadas pelos partidos políticos, observando-se as
condições e limites previstos da legislação eleitoral e nas normas estatutárias.

O art. 36 da Lei 9.096/1995 afirma que caso a agremiação viole normas legais ou
estatutárias, ficará sujeita às seguintes sanções:

I - no caso de recursos de origem não mencionada ou esclarecida, fica suspenso o


recebimento das quotas do fundo partidário até que o esclarecimento seja aceito pela Justiça
Eleitoral.

Suponhamos que o partido político tenha constatado, em sua conta corrente, um depósito
em dinheiro no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais), sem a identificação do respectivo
depositante. Nesse caso, diante da impossibilidade de identificar a origem do recurso, a
agremiação está proibida de utilizá-lo para o pagamento de suas despesas. Caso seja utilizado,
ocorrerá a desaprovação da prestação de contas e ficará suspenso o recebimento de novas
quotas do fundo partidário até que o esclarecimento sobre a origem do valor seja aceito pela
Justiça Eleitoral.

Se o partido político efetivamente desconhece a origem do recurso, restar-lhe-á uma


única alternativa: transferir para a conta corrente do Tesouro Nacional o valor de R$ 10.000,00
(dez mil reais), pois, em termos gerais, essa conduta será aceita como "esclarecimento" pela
Justiça Eleitoral. Agindo dessa maneira a agremiação estará demonstrando que não utilizou o

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recurso (ainda que tenha feito a transferência apenas após a desaprovação da prestação de
contas).

II - no caso de recebimento de recursos mencionados no art. 31, fica suspensa a participação


no fundo partidário por um ano;

O recebimento de doações de pessoas jurídicas e/ou demais entidades previstas no art. 31


da Lei 9.096/1995 enseja a desaprovação das contas partidárias. Além disso, o órgão partidário
deixará de receber recursos do fundo partidário por um ano, contado da data da publicação da
respectiva decisão judicial.

III - no caso de recebimento de doações cujo valor ultrapasse os limites previstos no art. 39,
§ 4º, fica suspensa por dois anos a participação no fundo partidário e será aplicada ao partido
multa correspondente ao valor que exceder aos limites fixados.

O art. 39, § 4º, da Lei 9.096/1995, estabelecia limites de doações por pessoa jurídicas em
favor de partidos políticos. Todavia, além desse dispositivo ter sido revogado pelo art. 107 da Lei
9.504/1997, atualmente é vedada qualquer doação de pessoa jurídica em prol de candidatos ou
agremiações partidárias. Sendo assim, o inciso em questão perdeu a sua aplicabilidade.

De qualquer forma, para responder às questões de prova - principalmente de bancas que


cobram o conteúdo literal da legislação -, é bom ter conhecimento dessa informação para evitar
surpresas desagradáveis.

9.1.4.1 Devolução da importância apontada como irregular

A Lei 9.096/1995, em seu art. 37, dispõe que a desaprovação das contas do partido
implicará exclusivamente a sanção de devolução da importância apontada como irregular,
acrescida de multa de até 20% (vinte por cento).

Em outras palavras, isso significa que a desaprovação das contas não pode ensejar a
aplicação de outras sanções, nem mesmo a suspensão do registro partidário ou tornar devedores
ou inadimplentes os respectivos responsáveis partidários. Ademais, destaca-se que a sanção deve
recair apenas sobre o órgão partidário que teve as contas desaprovadas.

A Lei 13.877/2019, que alterou o § 3º, art. 37, da Lei 9.096/1995, dispõe que a sanção de
devolução da quantia apontada como irregular deverá ser aplicada de forma proporcional e
razoável, pelo período de um a doze meses, e o pagamento deverá ser feito por meio de desconto
nos futuros repasses de cotas do fundo partidário a, no máximo, 50% (cinquenta por cento) do

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valor mensal, desde que a prestação de contas seja julgada, pelo juízo ou tribunal competente,
em até 5 (cinco) anos de sua apresentação, vedada a acumulação de sanções.

O cumprimento da sanção aplicada a órgão estadual, distrital ou municipal somente será


efetivado a partir da data de juntada aos autos do processo de prestação de contas do aviso de
recebimento da citação ou intimação, encaminhada, por via postal, pelo Tribunal Regional
Eleitoral ou Juízo Eleitoral ao órgão partidário hierarquicamente superior.

O desconto no repasse de cotas resultante da aplicação da


sanção será suspenso durante o segundo semestre do ano
em que se realizarem as eleições.

A Resolução TSE nº 23.546/2017, em seu art. 49, § 3º, afirma que o pagamento da sanção
imposta deve ser feito por meio de desconto nos futuros repasses de quotas do Fundo Partidário,
observando-se que:

I – o desconto da sanção imposta ao órgão nacional do partido deve ser efetuado pelo Tribunal
Superior Eleitoral, no momento da distribuição das quotas do Fundo Partidário;
II – o desconto da sanção imposta aos órgãos regionais e municipais deve ser efetuado pelo
órgão partidário hierarquicamente superior, no momento do repasse da parcela do Fundo
Partidário destinada ao órgão sancionado;
III – os valores descontados pelo Tribunal Superior Eleitoral e pelos órgãos partidários devem
ser destinados à conta única do Tesouro Nacional, com a apresentação do respectivo
comprovante nos autos da prestação de contas em que aplicada a sanção; e
IV – inexistindo repasse futuro aos órgãos partidários municipais e estaduais que permita a
realização do desconto previsto neste artigo, o pagamento deverá ser efetuado diretamente pelo
órgão partidário sancionado.

9.1.5. Dos recursos

A Lei 9.096/1995, em seu art. 37, § 4º, afirma que da decisão que desaprovar total ou
parcialmente a prestação de contas dos órgãos partidários caberá recurso para os Tribunais
Regionais Eleitorais ou para o Tribunal Superior Eleitoral, conforme o caso, o qual deverá ser
recebido com efeito suspensivo.

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O instituto ou fundação de pesquisa e de doutrinação e


educação política não será atingido pela sanção aplicada ao
partido político em caso de desaprovação de suas contas,
exceto se tiver dado causa à reprovação.

Se a decisão judicial desaprovou a prestação de contas e


determinou que fosse devolvido aos cofres públicos
determinado recurso financeiro, por exemplo, o partido
apenas estará obrigado a cumprir essa decisão após o
trânsito em julgado, caso tenha apresentado recurso.

ATENÇÃO: em regra, os recursos eleitorais não possuem efeito suspensivo. Sendo


assim, estar-se-á diante de uma exceção, que, por sinal, tem grande chance de
cobrança em prova!

A propósito, destaca-se que os recursos contra as decisões em prestações de contas devem


ser apresentados no prazo de 3 (três) dias a contar da data da publicação da sentença ou do
acórdão.

Nos termos do art. 52, § 2º, da Resolução TSE nº 23.546/2017, o recurso apresentado
contra a sentença proferida pelo juiz eleitoral tem natureza ordinária (recurso ordinário) e deve
ser processado na forma dos artigos 265 e seguintes do Código Eleitoral.

Por sua vez, dispõe o § 3º que, das decisões dos tribunais regionais eleitorais, somente
cabe recurso especial para o Tribunal Superior Eleitoral, quando:

I – forem proferidas contra disposição expressa da Constituição Federal ou da lei; ou


II – ocorrer divergência na interpretação de lei entre dois ou mais tribunais eleitorais.

9.1.6 Responsabilização dos dirigentes

O art. 37, § 13, da Lei 9.096/1995, dispõe que a responsabilização pessoal civil e criminal
dos dirigentes partidários decorrente da desaprovação das contas partidárias e de atos ilícitos
atribuídos ao partido político somente ocorrerá se verificada irregularidade grave e insanável
resultante de conduta dolosa que importe enriquecimento ilícito e lesão ao patrimônio do
partido.

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Ademais, afirma o § 15, do mesmo artigo, que “as responsabilidades civil e criminal são
subjetivas e, assim como eventuais dívidas já apuradas, recaem somente sobre o dirigente
partidário responsável pelo órgão partidário à época do fato e não impedem que o órgão
partidário receba recurso do fundo partidário”.

9.1.7. Falta de prestação de contas

Encerrado o prazo para a prestação de contas, que ocorre no dia 30 de junho de cada ano,
a Justiça Eleitoral irá notificar os órgãos partidários e seus responsáveis que deixaram de
apresentar suas contas ou a declaração de ausência de movimentação financeira, para que
supram a omissão no prazo de setenta e duas horas.

Se, mesmo depois de notificada, a agremiação partidária não prestar contas, a Justiça
Eleitoral as julgará como "não prestadas", implicando a suspensão de novas cotas do Fundo
Partidário enquanto perdurar a inadimplência e sujeitará os responsáveis às penas da lei.

É cabível recurso contra as decisões que julgarem as contas como não prestadas, também
no prazo de 3 (três) dias. Todavia, esse recurso não terá efeito suspensivo.

Lembre-se: o simples fato de o partido político ter as suas


contas desaprovadas, por si só, não o impede de participar
do processo eleitoral ou de receber recursos do fundo
partidário. Por outro lado, caso a agremiação tenhas as
contas julgadas como não prestadas (porque não foram
apresentadas à Justiça Eleitoral), não poderá receber
recursos do fundo partidário enquanto perdurar a
inadimplência.

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O Fundo Especial de Assistência Financeira aos Partidos Políticos, também denominado de


Fundo Partidário, tem por finalidade o recebimento de recursos financeiros, de origem pública e
privada, que serão distribuídos para as agremiações partidárias com o intuito de custear as suas
atividades.

Os recursos que integram o Fundo Partidário são provenientes das seguintes fontes (Lei
9.096/1995, artigo 38):

I - multas e penalidades pecuniárias aplicadas nos termos do Código Eleitoral e leis


conexas.

Quando o eleitor deixa de votar e não justifica a sua ausência às urnas, no prazo máximo
de 60 (sessenta) dias, sujeitar-se-á ao pagamento de multa que pode variar entre R$ 1,05 (um
real e cinco centavos) e R$ 3,51 (três reais e cinquenta e um centavos) por eleição.

Recebido o pagamento da multa, o respectivo valor é repassado ao Fundo Partidário, para


que, posteriormente, seja distribuído entre os partidos políticos. O mesmo ocorre em relação às
demais multas eleitorais que são aplicadas por violação ao Código Eleitoral e leis eleitorais.

II - recursos financeiros que lhe forem destinados por lei, em caráter permanente ou
eventual.

Além dos recursos financeiros provenientes de multas eleitorais, admite-se também que o
Congresso Nacional aprove leis que tenham o intuito de direcionar valores específicos para o
Fundo Partidário, em caráter permanente ou eventual.

III - doações de pessoa física ou jurídica, efetuadas por intermédio de depósitos


bancários diretamente na conta do Fundo Partidário.

No julgamento da ADI nº 4.650/DF, que ocorreu em 17/09/2015, o Supremo Tribunal


Federal declarou inconstitucional a possibilidade de doações de pessoas jurídicas, inclusive para
o Fundo Partidário. Sendo assim, atualmente são admitidas apenas as doações realizadas por
pessoas físicas, que também devem respeitar a legislação vigente.

IV - dotações orçamentárias da União em valor nunca inferior, cada ano, ao número


de eleitores inscritos em 31 de dezembro do ano anterior ao da proposta orçamentária,
multiplicados por trinta e cinco centavos de real, em valores de agosto de 1995.

Além de todas as fontes de recursos mencionadas no art. 38 da Lei 9.096/1995, a legislação


ainda prevê o repasse de dotações orçamentárias da União (valores consignados diretamente na
Lei Orçamentária Anual - L.O.A.), calculadas da seguinte forma: multiplica-se o número total de

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eleitores (aproximadamente 150.000.000 - cento e cinquenta milhões) por R$ 0,35 (trinta e cinco
centavos), o que culminará no valor aproximado de R$ 52.500.000 (cinquenta e dois milhões e
quinhentos mil reais).

Todavia, o parâmetro para o cálculo das dotações orçamentárias não é mais o valor de R$
0,35 (trinta e cinco centavos), pois ocorrem atualizações anuais com base no Índice Nacional de
Preços ao Consumidor Amplo - IPCA. Atualmente esse valor que serve como parâmetro é superior
a R$ 1,00 (um real).

A Lei 9.096/1995, em seu art. 40, § 1º, dispõe que o Tesouro Nacional depositará,
mensalmente, os duodécimos (montante total do fundo partidário dividido por doze) no Banco
do Brasil, em conta especial à disposição do Tribunal Superior Eleitoral. Ademais, na mesma conta
especial serão depositadas as quantias arrecadadas pela aplicação de multas e outras
penalidades pecuniárias, previstas na Legislação Eleitoral.

10.1 Da distribuição de recursos

A Lei 9.096/1995, em seu artigo 41-A, estabelece os critérios que deverão ser observados
para a distribuição do montante total de recursos do fundo partidário:

I - 5% (cinco por cento) serão destacados para entrega, em partes iguais, a todos os
partidos que atendam aos requisitos constitucionais de acesso aos recursos do Fundo
Partidário;

Suponhamos que o montante total a ser distribuído seja de R$ 800.000.000,00 (oitocentos


milhões de reais). Por sua vez, suponhamos que o número atual de partidos políticos seja igual a
35 (trinta e cinco) e que todos eles atendam aos requisitos constitucionais e legais de acesso aos
recursos (estão em dia com a prestação de contas para a Justiça Eleitoral, por exemplo). Nesse
caso, o valor de R$ 40.000.000,00 (quarenta milhões), que corresponde a 5%, será dividido
igualitariamente entre os trinta e cinco partidos políticos, recebendo, cada um, o valor de R$
1.142.857,14.

II - 95% (noventa e cinco por cento) serão distribuídos aos partidos na proporção dos
votos obtidos na última eleição geral para a Câmara dos Deputados.

A maior parte dos recursos será distribuída de forma proporcional entre os partidos
políticos. Quanto mais deputados federais o partido possui em seu quadro, maior será a
quantidade recebida de recursos.

A Lei 9.096/1995, no art. 41-A, parágrafo único, cuja redação foi alterada pela Lei
13.107/2017, dispõe que para efeito da distribuição do montante de 95% dos recursos do fundo

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partidário, serão desconsideradas as mudanças de filiação partidária em quaisquer hipóteses.


Em outras palavras, se o deputado federal é eleito pelo PX, mas, posteriormente, migra para o
PY, nenhum dos dois partidos poderá computar esse membro para cálculo da quantidade de
recursos do fundo partidário a receber.

Assim, se estivermos diante da criação de um novo partido político, por exemplo, que
recebeu a filiação de 50 (cinquenta) deputados federais - uma quantidade muito grande -, ainda
sim a agremiação não teria direito a recursos do fundo partidário.

Essa estratégia legal foi criada para ensejar que partidos recém-criados ficassem sem
recursos do fundo partidário, na forma deste inciso II, ainda que conseguissem levar para o seu
quadro deputados federais que, até então, eram filiados a outras agremiações. Na prática, foi
uma retaliação ao grande aumento do número de partidos políticos.

Em que pese o Supremo Tribunal Federal ainda não ter analisado a constitucionalidade do
parágrafo único, artigo 41-A, da Lei 9.096/1995 (cuja redação foi introduzida pela Lei 13.107,
publicada em 24 de março de 2015), o fato é que esse dispositivo tem grandes chances de ser
declarado inconstitucional pela Suprema Corte.

Digo isso porque, no julgamento da ADI 5105/DF, que ocorreu em 01/10/2015, o STF
decidiu que o texto anterior desse dispositivo, que havia sido incluído pela Lei 12.875/2013, era
inconstitucional.

Perceba que o foco da inconstitucionalidade, declarada


pelo STF, foi a Lei 12.875/2013. Ainda que a decisão da
Corte Superior tenha sido proferida em 01/10/2015 - depois
da publicação da Lei 13.107/2015 - ela se restringiu ao texto
introduzido pela Lei 12.875/2013.

Para que o texto introduzido pela Lei 13.107/2015 seja


declarado inconstitucional, é necessária a propositura de
uma nova ADI, por qualquer legitimado (apesar de parecer
absurdo).

Eis o teor do texto original do parágrafo único, artigo 41-A, da Lei 9.096/1995 (inserido
pela Lei 12.875/2013):

Parágrafo único. Para efeito do disposto no inciso II, serão desconsideradas as mudanças
de filiação partidária, em quaisquer hipóteses, ressalvado o disposto no § 6º do art. 29.

Conforme é possível constatar, a lei estabelecia apenas duas exceções em relação à


mudança de deputados federais de partidos políticos, permitindo que fossem computados para
fins de recursos do fundo partidário: fusão e incorporação.

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Contudo, o STF declarou inconstitucional o texto inserido pela Lei 12.875/2013, pois
prejudicava diretamente os partidos recém-criados e que recebessem a filiação de deputados
federais, pois não teriam direito a recursos do fundo partidário.

Apesar da declaração de inconstitucionalidade (que ocorreu em 01/10/2015), em


24/03/2015 o Congresso Nacional já tinha alterado novamente o parágrafo único, artigo 41-A, da
Lei 9.096/1995 (ciente de qual seria a decisão do STF), que passou a vigorar com o seguinte teor:

Parágrafo único. Para efeito do disposto no inciso II, serão desconsideradas as mudanças
de filiação partidária em quaisquer hipóteses.

No novo texto legal, foram excluídas até mesmo as duas exceções (fusão e incorporação)
inseridas pela Lei 12.875/2013.

Desse modo, para responder às questões objetivas de prova, ainda está em vigor o
seguinte texto:

Art. 41-A, Parágrafo único. Para efeito do disposto no inciso II, serão desconsideradas
as mudanças de filiação partidária em quaisquer hipóteses.

Assim, percebe-se que o intuito do Congresso Nacional é "superar" o entendimento do STF.


Mas vamos ter que aguardar o posicionamento da corte sobre o tema, a fim de saber se ocorrerá
uma nova declaração de inconstitucionalidade.

ATENÇÃO! A Emenda Constitucional nº 111/2021 trouxe disposição que visa a incentivar


a candidatura de mulheres e de pessoas negras. Para tanto estabeleceu novo parâmetro,
ainda que temporário, para distribuição do Fundo Partidário. Vejamos:

Art. 2º Para fins de distribuição entre os partidos políticos dos recursos do fundo partidário e do Fundo
Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), os votos dados a candidatas mulheres ou a candidatos
negros para a Câmara dos Deputados nas eleições realizadas de 2022 a 2030 serão contados em dobro.

Parágrafo único. A contagem em dobro de votos a que se refere o caput somente se aplica uma única vez.

O parágrafo único, em suma, objetiva evitar que os votos dados a candidatas mulheres
negras sejam computados duas vezes, ou seja, por ser mulher e por ser negra.

Para que você possa visualizar melhor a forma de distribuição e a evolução do montante de
recursos distribuídos nos últimos anos, apresento abaixo um didático gráfico elaborado pelo
jornal Estado de São Paulo13:

13
Disponível em https://politica.estadao.com.br/noticias/eleicoes,entenda-o-que-sao-e-quais-as-
diferencas-entre-o-fundo-eleitoral-e-o-fundo-partidario,70002362544. Acesso em 08/11/18, às
9h43m.

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Observe, também, a indicação dos partidos que receberam o maior e o menor montante de
recursos:

Cuidado para não confundir o Fundo Partidário com o


Fundo Eleitoral. O primeiro está disciplinado na Lei
9.096/1995 e tem por finalidade custear as despesas gerais
do partido político. O segundo consta na Lei 9.504/1997 e
tem o propósito de financiar as campanhas eleitorais.

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Fonte: https://politica.estadao.com.br/noticias/eleicoes,entenda-o-que-sao-e-quais-as-diferencas-entre-o-fundo-eleitoral-e-o-fundo-
partidario,70002362544

10.2 Aplicação dos recursos recebidos

Em virtude na natureza pública que possuem, tais recursos são considerados


impenhoráveis, conforme previsto no art. 833, XI, do Código de Processo Civil:

Art. 833. São impenhoráveis:


(...) XI - os recursos públicos do fundo partidário recebidos por partido político, nos termos da
lei.

Esse também é o entendimento ratificado no âmbito do Superior Tribunal de Justiça,


embora o julgado faça referência ao Código de Processo Civil de 1973:

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RECURSO ESPECIAL. PROCESSUAL CIVIL. VIOLAÇÃO DE DISPOSITIVOS CONSTITUCIONAIS.


NÃO CABIMENTO. NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. OFENSA AO ART. 535 DO CPC.
NÃO OCORRÊNCIA. PREQUESTIONAMENTO. AUSÊNCIA. SÚMULA N° 282/STF. EXECUÇÃO DE
SENTENÇA. PENHORA DE VALORES ORIUNDOS DO FUNDO PARTIDÁRIO. IMPOSSIBILIDADE.
VEDAÇÃO LEGAL. ART. 649, XI, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL.

1. O art. 649, XI, do CPC impõe a impenhorabilidade absoluta dos recursos públicos do fundo
partidário, nele compreendidas as verbas previstas nos incisos 1, II, III e IV do art. 38 da Lei n°
9.096/1 995.

2. Os recursos do fundo partidário são originados de fontes públicas, como as multas e


penalidades, recursos financeiros destinados por lei e dotações orçamentárias da União (art.
38, 1, II e IV), ou de fonte privada, como as doações de pessoa física ou jurídica diretamente ao
fundo partidário (art. 38, III).

3. Após a incorporação de tais somas ao mencionado fundo, elas passam a ter destinação legal
específica e, portanto, natureza jurídica de verba pública, nos termos do art. 649, Xl, do CPC,
"recursos públicos", independentemente da origem.

4. A natureza pública do fundo partidário decorre da destinação específica de seus recursos


(art. 44 da Lei n° 9.096/1995), submetida a rigoroso controle pelo Poder Público, a fim de
promover o funcionamento dos partidos políticos, organismos essenciais ao Estado
Democrático de Direito.

5. O Fundo Partidário não é a única fonte de recursos dos partidos políticos, os quais dispõem
de orçamento próprio, oriundo de contribuições de seus filiados ou de doações de pessoas
físicas e jurídicas (art. 39 da Lei n° 9.096/1 995), e que, por conseguinte, ficam excluídas da
cláusula de impenhorabilidade.

6. Recurso especial parcialmente provido.

(REsp no 1.474.605/MS, rei. Mm. Ricardo Villas Bôas Cueva, Terceira Turma, julgado em
7.4.2015)

Ademais, os partidos políticos não estão obrigados a observarem a Lei 8.666/1993


(Licitação e Contratos Administrativos) para a contratação de serviços, aquisição de bens ou
realização de obras/reformas, pois possuem autonomia para contratar e realizar despesas,
sempre observando os limites e prescrições legais.

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Os recursos financeiros recebidos pelos partidos políticos, a título de Fundo Partidário,


devem ser aplicados em estrita observância às regras contidas no artigo 44 da Lei 9.096/1995. As
agremiações não podem dispor dos recursos de maneira diversa, utilizando-os em atividades
estranhas à partidária, sob pena de caracterização de ato de improbidade administrativa. Esse é
o entendimento do Superior Tribunal de Justiça14.

A Lei 9.096/1995, em seu artigo 44, dispõe que os recursos oriundos do Fundo Partidário
serão aplicados:

I - na manutenção das sedes e serviços do partido, permitido o pagamento de pessoal,


a qualquer título, observado, do total recebido, os seguintes limites:
a) 50% (cinquenta por cento) para o órgão nacional;
b) 60% (sessenta por cento) para cada órgão estadual e municipal;

Os partidos políticos podem utilizar uma parcela dos recursos recebidos, a título de Fundo
Partidário, para realizar o pagamento do salário de seus respectivos funcionários. Todavia, o valor
que pode ser utilizado para esse fim, no caso do órgão nacional, fica limitado a 50% do montante
recebido. Por sua vez, esse limite será de 60% do valor recebido para cada órgão estadual e
municipal.

A Resolução TSE nº 21.837/2004 dispõe que é possível a


utilização de recursos do Fundo Partidário na aquisição de
bens mobiliários, computadores, impressoras, softwares e
veículos automotivos.

II - na propaganda doutrinária e política;

A Lei 13.487/2017 havia revogado os dispositivos da Lei 9.096/1995 que regulamentavam


a propaganda partidária gratuita no rádio e televisão. Todavia, a Lei 14.291/2022 trouxe de volta
essa modalidade de propaganda, que, nos termos deste inciso II, pode ser contemplada com
recursos do Fundo Partidário.

III - no alistamento e campanhas eleitorais;

Ao responder à consulta nº 60024793, em 03/05/2018, o Tribunal Superior Eleitoral


reafirmou o entendimento de que, mesmo com a criação do Fundo Eleitoral (Lei 9.504/1997, art.

14
AgRg no AREsp 673.919/SE, Rel. Min. Herman Benjamin, Segunda Turma, julgado em 22.9.2015

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16-C), parte dos recursos do fundo partidário pode continuar sendo utilizada para o
financiamento de campanhas eleitorais.

No julgamento da ADI 5617, que ocorreu em 15/03/2018, o


Supremo Tribunal Federal decidiu que, no momento da
distribuição dos recursos do Fundo Partidário para a
utilização em campanhas eleitorais, as agremiações devem
observar o percentual mínimo de 30% (trinta por cento)
para candidatura de ambos os sexos. No caso, como as
mulheres são minoria na política, pelo menos 30% dos
recursos devem ser destinados a candidaturas femininas.

IV - na criação e manutenção de instituto ou fundação de pesquisa e de doutrinação e


educação política, sendo esta aplicação de, no mínimo, vinte por cento do total
recebido.

Os institutos ou fundações de pesquisa e de doutrinação e educação política foram


legalmente autorizados com a edição da Lei 6.339/1976. Todavia, foi a Lei 9.096/1995 que passou
a estabelecer a obrigatoriedade de aplicação mínima de vinte por cento, do montante de
recursos recebidos a título do fundo partidário, em suas respectivas atividades.

Atualmente essas entidades devem possuir, obrigatoriamente, natureza jurídica de


fundação de direito privado, nos termos do Código Civil Brasileiro. Cada órgão nacional poderá
criar apenas uma fundação, cujos objetivos serão vinculados aos do respectivo partido político,
sendo assegurada liberdade para estabelecer as finalidades de estudo, pesquisa, doutrinação e
educação política, consoante as orientações políticas que adote.

São exemplos dessas entidades a Fundação Ivete Vargas, criada pelo Partido Trabalhista
Brasileiro - PTB; Fundação Perseu Abramo, instituída pelo Partido dos Trabalhadores - PT;
Fundação Ulysses Guimarães, criada pelo Partido do Movimento Democrático Brasileiro - PMDB,
entre outras.

No exercício financeiro em que a fundação ou instituto de


pesquisa não despender a totalidade dos recursos que lhe
forem assinalados, a eventual sobra poderá ser revertida
para outras atividades partidárias.

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V – na criação e manutenção de programas de promoção e difusão da participação


política das mulheres, criados e executados pela Secretaria da Mulher ou, a critério da
agremiação, por instituto com personalidade jurídica própria presidido pela Secretária
da Mulher, em nível nacional, conforme percentual que será fixado pelo órgão nacional
de direção partidária, observado o mínimo de 5% (cinco por cento) do total;
(Redação dada pela Lei nº 13.877, de 2019)

Após uma rápida pesquisa sobre os ocupantes de cargos eletivos no Brasil, constata-se que
a representação feminina na política está bem abaixo do número de homens. Na legislatura
2015/2018, por exemplo, apenas 12 mulheres ocupavam o cargo de Senadora. Por sua vez,
somente 50 mulheres ocupavam o cargo de Deputada Federal, do total de 513 membro da
Câmara dos Deputados.

São vários os fatores sociais que supostamente distanciam as mulheres do universo


político. Todavia, o objetivo do dispositivo legal é instituir uma ação afirmativa que possa
proporcionar uma maior participação feminina, com recursos direcionados especialmente para
essa finalidade.

Perceba que o texto legal impõe a obrigatoriedade de o órgão nacional do partido político
aplicar, no mínimo, 5% (cinco por cento) do total de recursos recebidos, do Fundo Partidário, na
criação e manutenção de programas de promoção e difusão da participação política das mulheres.
Se a agremiação desejar aplicar percentual superior, não há qualquer impedimento.

O § 5º, do próprio artigo 44, dispõe que o partido político que não cumprir a
obrigatoriedade de aplicação, do mínimo de 5% do montante de recursos recebidos, na criação e
manutenção de programas de promoção e difusão da participação política das mulheres, deverá
transferir o saldo remanescente para uma conta específica, sendo vedada sua aplicação para
finalidade diversa.

Pode acontecer, por exemplo, de o valor aplicado com essa finalidade corresponder a
apenas 3% (três por cento) do montante de recursos recebidos. Nesse caso, o restante do valor
(equivalente a 2% do montante) deverá ser aplicado dentro do exercício financeiro subsequente,
sob pena de acréscimo de 12,5% (doze inteiros e cinco décimos por cento) do valor total
equivalente ao percentual de 5% (cinco por cento).

Suponhamos que o valor total recebido do Fundo Partidário


seja equivalente a R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais),
portanto, o percentual de 5% corresponderá a R$
500.000,00 (quinhentos mil reais). Todavia, a agremiação
aplicou apenas 3% desse montante (R$ 300.000,00) em
programas de difusão e participação das mulheres. Nesse
caso, o valor de R$ 200.000,00 (equivalente a 2% do

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montante) deve ser aplicado obrigatoriamente no ano


seguinte. Caso isso não aconteça, o partido deverá aplicar
mais R$ 62.500,00 (sessenta e dois mil e quinhentos reais)
nessa mesma finalidade, o que equivale a 12,5% do total de
5%.

VI - no pagamento de mensalidades, anuidades e congêneres devidos a organismos


partidários internacionais que se destinem ao apoio à pesquisa, ao estudo e à
doutrinação política, aos quais seja o partido político regularmente filiado;

A fim de aperfeiçoar as atividades partidárias, as agremiações nacionais podem ser filiar a


instituições internacionais, inclusive utilizando recursos do fundo partidário para o pagamento de
mensalidades, anuidades ou outros valores a título de vinculação e permanência.

VII - no pagamento de despesas com alimentação, incluindo restaurantes e


lanchonetes.

Somente após a publicação da Lei 13.165/2015 passou-se a permitir a utilização de


recursos do fundo partidário para o pagamento de despesas com alimentação de funcionários ou
membros do partido político. Sendo assim, cuidado ao responder às questões de prova, pois, em
alguns casos, podem ter sido elaboradas antes da alteração legislativa.

VIII - na contratação de serviços de consultoria contábil e advocatícia e de serviços


para atuação jurisdicional em ações de controle de constitucionalidade e em demais
processos judiciais e administrativos de interesse partidário, bem como nos litígios
que envolvam candidatos do partido, eleitos ou não, relacionados exclusivamente ao
processo eleitoral;

Em recente alteração promovida pela Lei 13.877/2019, passou a ser permitido que os
recursos oriundos do fundo partidário sejam utilizados na contratação de advogados ou
contadores para atuação de interesses do partido, ou até mesmo na defesa de seus candidatos,
eleitos ou não, nas causas que envolvam o processo eleitoral.

(...)

X - na compra ou locação de bens móveis e imóveis, bem como na edificação ou


construção de sedes e afins, e na realização de reformas e outras adaptações nesses
bens;

A possibilidade de adquirir ou locar bens móveis e imóveis, construir ou reformar as sedes


dos partidos com recursos do fundo partidário também faz parte das alterações promovidas pela
Lei 13.877/2019.

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XI - no custeio de impulsionamento, para conteúdos contratados diretamente com


provedor de aplicação de internet com sede e foro no País, incluída a priorização paga
de conteúdos resultantes de aplicações de busca na internet, inclusive plataforma de
compartilhamento de vídeos e redes sociais, mediante o pagamento por meio de boleto
bancário, de depósito identificado ou de transferência eletrônica diretamente para
conta do provedor, proibido, nos anos de eleição, no período desde o início do prazo
das convenções partidárias até a data do pleito. (inciso alterado pela Lei nº
14.291/2022)

O impulsionamento de conteúdo é um serviço fornecido por empresas que atuam na


internet (Facebook e Google, por exemplo) e que tem por finalidade levar a mensagem (post) do
partido político ao maior número possível de pessoas, mediante o pagamento do valor devido.
O pagamento desses serviços deverá ocorrer por meio de boleto bancário, de depósito
identificado ou de transferência eletrônica diretamente para conta do provedor, o qual deve
manter conta bancária específica para receber recursos dessa natureza.

É importante esclarecer que esses serviços de impulsionamento dos conteúdos na internet


não poderá ocorrer nos anos eleitorais, desde as convenções até a data da eleição.

As atividades de direção exercidas nos órgãos partidários e


em suas fundações e institutos, bem como as de
assessoramento e as de apoio político-partidário, assim
definidas em normas internas de organização, não geram
vínculo de emprego, não sendo aplicável o regime jurídico
previsto na Consolidação das Leis do Trabalho, quando
remuneradas com valor mensal igual ou superior a 2 (duas)
vezes o limite máximo do benefício do Regime Geral de
Previdência Social.

O partido político poderá ressarcir despesas


comprovadamente realizadas no desempenho de
atividades partidárias e deverá manter registro contábil de
todos os dispêndios efetuados, sem computar esses valores
para os fins do inciso I do caput do art. 44 da Lei nº
9.9096/1995.

10.2.1. Vedação de utilização dos recursos

Os recursos financeiros recebidos pelos partidos políticos, a título de Fundo Partidário,


devem ser aplicados em estrita observância às regras contidas no artigo 44 da Lei 9.096/1995.

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Sendo assim, o Tribunal Superior Eleitoral tem entendimento firmado de que os recursos
do Fundo Partidário não podem ser utilizados para as seguintes finalidades:

1 - Pagamento de multas eleitorais, decorrentes de infração à Lei das Eleições (orientação


fornecida na resposta da Consulta nº 139.623);

2 - Encargos decorrentes do inadimplemento de obrigações, a exemplo de multa por atraso


no pagamento do aluguel da sede, por exemplo (decidido no julgamento da prestação de contas
nº 94.884/2015);

3 – Pagamento de juros e multas (decidido no julgamento da prestação de contas nº


94.969/2015).

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1. (UEG – PC GO - DELEGADO – 2018)

No nosso sistema legal, o partido político

a) é pessoa jurídica de direito privado, sendo livre a sua criação, fusão, incorporação e
extinção.

b) é pessoa de direito público, dependendo a sua criação de prévia autorização do Tribunal


Superior Eleitoral.

c) é pessoa jurídica de direito público, sendo livre a sua criação, fusão, incorporação e
extinção.

d) é pessoa jurídica de direito privado, dependendo a sua criação de prévia autorização pelo
Congresso Nacional.

e) é entidade paraestatal, devendo prestar contas ao Tribunal de Contas da União.

2. (VUNESP – CÂMARA DE ITAQUAQUECETUBA /SP – VUNESP – 2018)

A respeito da Filiação e Fidelidade Partidária, com base na Lei n° 9.096/95 (Lei dos Partidos
Políticos) e na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, assinale a alternativa correta.

a) Perderá o mandato o detentor de cargo eletivo que se desfiliar, ainda que com justa causa,
do partido pelo qual foi eleito.

b) Não perde a função que exerce, na respectiva Casa Legislativa, em virtude da proporção
partidária, o parlamentar que deixar o partido sob cuja legenda tenha sido eleito.

c) É facultado ao partido político estabelecer, em seu estatuto, prazos de filiação partidária


superiores aos previstos na Lei dos Partidos Políticos, com vistas a candidatura a cargos
eletivos.

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d) Os prazos de filiação partidária, fixados no estatuto do partido, com vistas a candidatura


a cargos eletivos, podem ser alterados no ano da eleição.

e) A mudança de partido político realizada após a diplomação tem por consequência a perda
do mandato, independentemente de se tratar de cargo proporcional ou majoritário.

3. (CESPE – TJ CE – JUIZ DE DIREITO – 2018)

O registro de estatuto de partido político junto ao TSE será autorizado

a) por ato de natureza jurisdicional da corte sujeito a recurso extraordinário.

b) por ato materialmente administrativo que lhe atribua personalidade jurídica.

c) se, entre outros requisitos, o requerimento estiver instruído com o inteiro teor do
programa e do estatuto partidários, ambos inscritos no registro civil das pessoas jurídicas.

d) se, entre outros requisitos, o requerimento estiver instruído com certidão de inteiro teor
do registro partidário expedida pelo cartório de registro civil das pessoas jurídicas da capital
do estado sede do partido.

e) se preenchidos os requisitos legais, independentemente de comprovação de apoio


mínimo de eleitores.

4. (FUNRIO – AL RR – PROCURADOR – 2018)

De acordo com a Constituição Federal de 1988, é livre a criação, fusão, incorporação e


extinção de partidos políticos, resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o
pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana e observados os seguintes
preceitos, EXCETO a/o

a) prestação de contas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e STF, respectivamente.

b) proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros


ou de subordinação a eles.

c) caráter nacional.

d) funcionamento parlamentar de acordo com a lei.

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5. (VUNESP – TJ RS – JUIZ DE DIREITO – 2018)

Com o advento da Emenda Constitucional no 97/2017, a partir das eleições de 2020, a


celebração de coligações será

a) vedada nas eleições proporcionais, atingindo, assim, a proibição, os cargos de Vereador,


Deputado Estadual, Deputado Federal e Deputado Distrital.

b) permitida para as eleições majoritárias, ou seja, em relação aos cargos de Vereador,


Deputado Estadual, Deputado Federal e Deputado Distrital.

c) permitida para as eleições proporcionais, ou seja, em relação aos cargos de Prefeito,


Governador, Senador e Presidente da República.

d) vedada em qualquer hipótese, atingindo tanto as eleições majoritárias quanto as


proporcionais.

e) vedada nas eleições majoritárias, atingindo, assim, a proibição, os cargos de Prefeito,


Governador, Senador e Presidente da República.

6. (FGV – CÂMARA DE SALVADOR – ADVOGADO – 2018)

Maria há anos estava filiada ao Partido Político Delta. Com a alteração de suas concepções
ideológicas, decidiu filiar-se ao partido Alfa, sem que tivesse sido previamente
providenciada a desfiliação do Partido Delta. Na segunda quinzena de outubro do ano da
nova filiação, ambos os Partidos Políticos encaminharam, à Justiça Eleitoral, a relação com
o nome de todos os seus filiados.

À luz da legislação eleitoral vigente, a Justiça Eleitoral deve:

a) determinar o cancelamento de ambas as filiações;

b) intimar Maria para que opte por uma das filiações;

c) determinar o cancelamento da filiação mais recente;

d) cancelar, pela infidelidade, o alistamento eleitoral de Maria;

e) determinar o cancelamento da filiação mais antiga.

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7. (CESPE – TRE TO – ANALISTA JUDICIÁRIO – 2017)

A Constituição Federal de 1988 garante aos partidos políticos

a) direito de utilização de entidade paramilitar para resguardar o processo eleitoral.

b) autonomia para fixar o regime de suas coligações eleitorais, desde que haja vinculação
entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual e municipal.

c) autonomia para estabelecer sua organização e seu funcionamento, sendo vedadas


disposições sobre fidelidade partidária.

d) direito ao recebimento de recursos do fundo partidário e de acesso gratuito ao rádio e à


televisão.

e) direito ao recebimento de recursos financeiros de entidades estrangeiras, desde que


resguardada a soberania nacional.

8. (CESPE – TRE TO – ANALISTA JUDICIÁRIO – 2017)

Em decorrência do fato de divergir constantemente, na sua atividade parlamentar, das


orientações da liderança do seu partido e da direção partidária, um deputado federal cogita
a hipótese de mudar de partido. Antes de tomar sua decisão, o deputado resolveu consultar
um advogado.

Nessa situação, o advogado deverá informar ao deputado que, à luz da legislação pertinente,

a) o detentor de cargo eletivo tem liberdade para mudar de partido nos trinta dias anteriores
ao fim do prazo de filiação exigido para concorrer à eleição ao término do seu mandato.

b) o detentor de mandato eletivo que requerer sua desfiliação do partido político pelo qual
tenha sido eleito perderá o mandato em qualquer hipótese.

c) a aplicação de penalidades ao detentor de mandato eletivo por não cumprimento de


orientações partidárias não é autorizada.

d) o detentor de mandato eletivo pode, por justa causa, se desfiliar do partido político pelo
qual tenha sido eleito nos casos de fusão, extinção ou incorporação do seu partido de
origem.

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e) a mudança substancial ou o desvio reiterado do programa partidário não são


considerados justa causa para fins de desfiliação do partido político.

9. (CESPE – TRE TO – ANALISTA JUDICIÁRIO – 2017)

No que se refere a criação, fusão e incorporação de partidos políticos, assinale a opção


correta.

a) A incorporação de partidos políticos implica a elaboração conjunta de novos estatutos e


programa.

b) É vedada a criação de partidos políticos cujo programa atente contra a soberania nacional,
o regime democrático, o pluripartidarismo e os direitos fundamentais da pessoa humana.

c) Para obter seu registro, o partido político precisará comprovar seu caráter nacional,
mediante a apresentação de assinaturas de eleitores filiados a partidos políticos.

d) A lei não impõe limitações à fusão e à incorporação de partidos políticos.

e) A característica do processo de fusão de partidos políticos é a reunião de seus órgãos de


deliberação nacional para eleger uma nova direção conjunta.

10. (CESPE – TRE TO – ANALISTA JUDICIÁRIO – 2017)

O registro do estatuto de partido político deverá ser realizado

a) no TSE, para que seja assegurada ao partido a natureza jurídica de pessoa jurídica de
direito privado.

b) no cartório de registro civil das pessoas jurídicas da capital do estado-membro onde o


partido tem sede, para que seja assegurada ao partido a personalidade jurídica de natureza
privada.

c) no TSE, ficando, todavia, suspenso no cartório e no tribunal caso o partido venha a se


fundir com outro, na forma de seu estatuto, enquanto perdurar a fusão.

d) no TSE, para que o partido possa participar do processo eleitoral, receber recursos do
fundo partidário e ter acesso gratuito a rádio e televisão, desde que cumpridas as previsões
legais.

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e) no cartório de registro civil das pessoas jurídicas da capital federal, para que seja
assegurado ao partido acesso gratuito ao rádio e televisão, na forma da lei.

11. (CESPE – TRE BA – ANALISTA JUDICIÁRIO – 2017)

O fato de um partido político ter sido beneficiado recentemente com novos recursos de
fundo partidário significa que ele está

a) com as contas partidárias do ano anterior ao recebimento dos recursos devidamente


aprovadas.

b) obrigado a observar a Lei de Licitações para aplicar os referidos recursos.

c) proibido de utilizar os recursos para realizar pagamento de despesas com alimentação em


restaurantes ou lanchonetes.

d) habilitado a utilizar gratuitamente escolas públicas para a realização de suas convenções.

e) com o estatuto registrado no TSE e constituído regularmente como pessoa jurídica de


direito público.

12. (CESPE – TRE BA – ANALISTA JUDICIÁRIO – 2017)

Nos procedimentos de prestação de contas referente à destinação das verbas recebidas


pelos partidos políticos, há erros que podem ser ignorados pelo órgão controlador de
contas. Esses são os chamados erros

a) hierárquicos.

b) materiais.

c) estatutários.

d) percentuais.

e) destinatários.

13. (CESPE – MPE RR – PROMOTOR DE JUSTIÇA – 2017)

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A respeito de partidos políticos, assinale a opção correta.

a) Os partidos políticos podem utilizar os recursos do fundo partidário para pagar multas
eleitorais decorrentes de infração à Lei das Eleições.

b) Os partidos políticos não são obrigados a cumprir exigências licitatórias para contratar e
realizar despesas com recursos do fundo partidário.

c) O partido político adquire personalidade jurídica com o registro de seu estatuto no TSE.

d) As contas partidárias que forem desaprovadas não poderão receber novas cotas do fundo
partidário até que sejam regularizadas.

14. (FCC – TJ SC – JUIZ DE DIREITO – 2017)

A incorporação de partido político

a) somente é cabível em relação a partidos políticos que tenham obtido registro definitivo
do Tribunal Superior Eleitoral há, pelo menos, 5 (cinco) anos.

b) exige que os órgãos nacionais de deliberação dos partidos políticos envolvidos na


incorporação aprovem, em reunião conjunta, por maioria absoluta, novos estatutos e
programas, bem como elejam novo órgão de direção nacional ao qual caberá promover o
registro da incorporação.

c) não implica eleição de novo órgão de direção nacional, mantendo-se o mandato e a


composição do órgão de direção nacional da agremiação partidária incorporadora.

d) condiciona a existência legal da nova agremiação partidária ao registro, no Ofício Civil


competente da Capital Federal, dos novos estatutos e programas, cujo requerimento deve
ser acompanhado das atas das decisões dos órgãos competentes.

e) não autoriza a soma dos votos obtidos na última eleição geral para a Câmara dos
Deputados pelos partidos incorporados, para efeito da distribuição dos recursos do Fundo
Partidário e do acesso gratuito ao rádio e à televisão.

15. (CESPE – TRE PE – ANALISTA JUDICIÁRIO – 2017)

Assinale a opção correta a respeito da prestação de contas partidária.

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a) A desaprovação de suas contas sujeita o partido à suspensão do repasse de novas quotas


do Fundo Partidário.

b) A obrigação de prestar contas à justiça eleitoral atinge todos os órgãos partidários


municipais, inclusive aqueles que não hajam movimentado recursos financeiros ou
arrecadado bens estimáveis em dinheiro.

c) A desaprovação das contas do partido impede sua participação no processo eleitoral


subsequente.

d) Caso, no exame das contas, seja constatado recurso de origem não mencionada, o partido
ficará sujeito à suspensão do repasse de novas quotas do Fundo Partidário.

e) Partidos políticos podem receber recursos provenientes de entidades sindicais.

16. (CESPE – TRE PE – ANALISTA JUDICIÁRIO – 2017 - ADAPTADA)

Relativamente às condições para criação, funcionamento e financiamento dos partidos


políticos, assinale a opção correta.

a) A mudança substancial ou o desvio reiterado do programa partidário, a ocorrência de


grave discriminação política e pessoal e a filiação a um partido recém-criado são justa causa
para desfiliação dos detentores de mandato.

b) A maior parte dos recursos do Fundo Partidário é distribuída aos partidos políticos na
proporção das cadeiras conquistadas na última eleição geral para a Câmara dos Deputados,
devendo ser consideradas, em qualquer hipótese, as mudanças de filiação partidária.

c) Ao menos 25% dos recursos do Fundo Partidário devem ser aplicados na criação e
manutenção de instituto ou fundação de pesquisa e de doutrinação e educação política e na
criação e manutenção de programas de promoção e difusão da participação política das
mulheres.

d) O tempo de acesso dos partidos políticos ao rádio e à televisão, para propaganda


partidária, é distribuído proporcionalmente ao número de mulheres eleitas pelo partido na
última eleição geral para a Câmara dos Deputados.

e) As listas de apoio à criação de um novo partido, para fins de registro do estatuto da nova
sigla no Tribunal Superior Eleitoral, deverão ser assinadas por um percentual mínimo de
eleitores já filiados a partidos políticos.

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17. (CESPE – TRE PE – ANALISTA JUDICIÁRIO – 2017)

A respeito da organização de partidos políticos, assinale a opção correta.

a) Desde que haja disposição estatutária nesse sentido, partidos poderão aceitar como
filiados menores de dezesseis anos de idade.

b) O partido político que promover o conflito entre grupos de cidadãos brasileiros poderá
sofrer o cancelamento do seu registro civil.

c) O processo de fusão de partidos exige a elaboração conjunta de estatutos e programas


por parte dos órgãos de direção dos partidos envolvidos.

d) Não incidem restrições legais sobre a fusão ou incorporação de partidos políticos.

e) É vedado aos partidos políticos estabelecer nos seus estatutos prazos de filiação partidária
superiores aos previstos na lei para fins de candidaturas a cargos eletivos.

18. (CESPE – TRE PE – ANALISTA JUDICIÁRIO – 2017)

Acerca de partidos políticos, assinale a opção correta.

a) A fusão de dois partidos não é causa para o cancelamento de seus registros originais junto
ao ofício civil e ao tribunal regional eleitoral.

b) O detentor de mandato eletivo que se desfiliar sem justa causa do partido pelo qual foi
eleito perderá o mandato.

c) A responsabilidade por violação dos deveres partidários deve ser apurada e punida pelo
Ministério Público.

d) Para ter acesso gratuito à televisão, o partido deve ter registrado seu estatuto no tribunal
regional eleitoral.

e) O requerimento do registro de partido deve ser dirigido a cartório do registro civil das
pessoas jurídicas da capital do estado de registro.

19. (CESPE – TRE PE – TÉCNICO JUDICIÁRIO – 2017)

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Com relação a partidos políticos, assinale a opção correta.

a) O partido político é pessoa jurídica de direto público destinada a assegurar a


autenticidade do sistema representativo e a defesa dos direitos fundamentais.

b) Em ano de eleição, é facultado ao partido político alterar, em seu estatuto, os prazos de


filiação partidária.

c) Apenas o eleitor em pleno gozo de seus direitos políticos pode filiar-se a partido.

d) Para desligar-se do partido, o filiado tem de fazer comunicação escrita ao órgão de direção
regional desse partido e ao tribunal regional eleitoral.

e) Com o registro do estatuto do partido no registro civil das pessoas jurídicas fica-lhe
assegurada a exclusividade de uso dos seguintes elementos identificatórios: denominação,
sigla, símbolos e uniforme.

20. (CESPE – TRE PE – TÉCNICO JUDICIÁRIO – 2017)

Acerca de partidos políticos, assinale a opção correta.

a) O partido político tem soberania para definir sua estrutura interna.

b) Filiados mais antigos podem ter mais direitos que os recentes, desde que assim seja
previsto no estatuto do partido político.

c) Os órgãos de direção nacional dos partidos políticos terão pleno acesso às informações
de seus filiados constantes do cadastro eleitoral.

d) A ação do partido é exercida de acordo com seu estatuto e programa, podendo haver
subordinação da agremiação a entidade estrangeira, desde que expressamente consignado
em referidos documentos.

e) É vedada a fusão de partidos políticos.

21. (PGR – PGR – PROCURADOR DA REPÚBLICA – 2017)

O julgamento da ação de perda de mandato eletivo por infidelidade partidária, proposta


contra agente público que exerce o cargo de vereador, compete:

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a) ao juiz eleitoral, e contra a sentença que decretar a perda do mandato cabe recurso para
o Tribunal Regional Eleitoral;

b) ao Tribunal Regional Eleitoral e contra o acórdão que decretar a perda do mandato cabe
recurso ordinário para o Tribunal Superior Eleitoral;

c) ao juízo de direito do Estado, pois a matéria não repercute sobre o processo eleitoral, e
contra a sentença cabe apelação para o Tribunal de Justiça;

d) ao Tribunal Regional Eleitoral e contra o acórdão que decretar a perda do mandato cabe
recurso especial para o Tribunal Superior Eleitoral.

22. (FCC/TRE SP – ANALISTA JUDICIÁRIO – 2017)

Clodoaldo é detentor do mandato de Vereador, tendo sido eleito pelo partido político A, ao
qual era filiado. Ocorre que, em razão de ter sofrido grave discriminação política pessoal,
desfiliou-se do referido partido. Clodoaldo,

a) perderá o mandato apenas se a desfiliação partidária ocorrer durante os dois primeiros


anos de seu mandato.

b) perderá o mandato, pois o motivo referido não caracteriza justa causa para a desfiliação
partidária.

c) não perderá o mandato, pois a desfiliação partidária independe de justa causa para
ocorrer.

d) perderá o mandato, ainda que caracterizada a justa causa para a desfiliação partidária.

e) não perderá o mandato, pois o motivo referido caracteriza justa causa para a desfiliação
partidária.

23. (FCC/TRE SP – TÉCNICO JUDICIÁRIO – 2017)

Ieda foi orientada a estudar a Lei n° 9.096/95 para o concurso que irá prestar. Descobriu
que, destinando-se a assegurar, no interesse do regime democrático, a autenticidade do
sistema representativo e a defender os direitos fundamentais definidos na Constituição
Federal, o partido político é pessoa jurídica de direito

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a) privado, sendo livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos cujos
programas respeitem a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo e os
direitos fundamentais da pessoa humana.

b) público interno, sendo livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos
cujos programas respeitem a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo
e os direitos fundamentais da pessoa humana.

c) público externo, sendo livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos
cujos programas respeitem a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo
e os direitos fundamentais da pessoa humana.

d) público, interno ou externo, dependendo do seu estatuto, sendo livre a criação, fusão,
incorporação e extinção de partidos políticos cujos programas respeitem a soberania
nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo e os direitos fundamentais da pessoa
humana.

e) privado ou de direito público interno, dependendo do seu estatuto, sendo livre a criação,
fusão, incorporação e extinção de partidos políticos cujos programas respeitem a soberania
nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo e os direitos fundamentais da pessoa
humana.

24. (FCC/TRE SP – ANALISTA JUDICIÁRIO – 2017)

Gilberto foi eleito Deputado Estadual pelo partido político “W” e deseja se candidatar a
Vereador nas próximas eleições pelo partido “Y”. De acordo com a Lei nº 9.096/1995,
Gilberto

a) poderá efetuar a mudança de partido, sem perder o mandato, sempre que assim desejar,
desde que o partido ao qual pretende se filiar tenha integrado a coligação pela qual ele foi
eleito.

b) poderá desfiliar-se de seu partido político sem perder o mandato apenas nas hipóteses
de mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário.

c) poderá desfiliar-se de seu partido político sem perder o mandato apenas na hipótese de
grave discriminação política pessoal.

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d) não poderá concorrer às próximas eleições por outro partido político, sendo permitida
sua desfiliação, apenas seis meses após o término de seu mandato, sob pena de pagamento
de multa e de inelegibilidade por oito anos.

e) poderá efetuar a mudança de partido durante o período de 30 dias que antecede o prazo
de filiação exigido em lei para concorrer à eleição, ao término do mandato vigente, não
perdendo o seu mandato.

25. (FCC/TRE SP – ANALISTA JUDICIÁRIO – 2017)

No que tange à prestação de contas de partido político, segundo a Lei Federal n° 9.096/1995,
a desaprovação das contas do partido implicará sanção de

a) aplicação de multa de 30% sobre a importância apontada como irregular.

b) devolução da importância apontada como irregular acrescida de multa de até 20%.

c) suspensão do registro partidário e aplicação de multa de 40% sobre a importância


apontada como irregular.

d) aplicação de multa de 40%, sobre importância recebida de forma irregular.

e) suspensão de participar de pleito eleitoral, enquanto não sanada as irregularidades


apontadas na prestação de contas.

26. (CESPE/PC GO – DELEGADO DE POLÍCIA – 2017)

Em cada uma das próximas opções, é apresentada uma situação hipotética, seguida de uma
assertiva a ser julgada conforme a Lei n.º 9.096/1995. Assinale a opção que apresenta a
assertiva correta.

a) Um grupo de eleitores encaminhou pedido de registro do estatuto do partido político Y


(PY) ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Nessa situação, o TSE somente poderá deferir o
registro depois de publicadas as normas que regerão o PY, devido ao fato de os partidos
políticos serem pessoas jurídicas de direito público sujeitas ao princípio da publicidade.

b) O partido político W (PW) estabeleceu em seu estatuto que somente poderiam concorrer
a cargos eletivos os candidatos que tivessem mais de dois anos de filiação partidária. Nessa
situação, os filiados do PW deverão cumprir o estabelecido na referida determinação

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estatutária, uma vez que é facultado aos partidos estabelecer prazos de filiação superiores
aos previstos em lei.

c) O partido político Z (PZ) requereu o registro do seu estatuto no Tribunal Superior Eleitoral
(TSE), tendo juntado ao pedido documentos comprobatórios de apoiamento de eleitores,
todos filiados a partidos políticos e com representantes das diversas unidades da Federação,
inclusive do DF. Nessa situação, o TSE deverá deferir o pedido de registro do estatuto do PZ
em caráter nacional.

d) Um deputado federal pretende desfiliar-se do partido político A, em razão da criação do


partido político B, ao qual ele pretende filiar-se. Nessa situação, é possível a troca de partido
sem perda do cargo parlamentar, pois a criação de um novo partido político é justa causa
para desfiliação partidária.

e) Um eleitor, já filiado ao partido político X, filiou-se também a outro partido. Tal situação
caracteriza dupla filiação, e ambas as filiações serão consideradas nulas para todos os efeitos
legais.

27. (VUNESP – PREF. DE ALUMÍNIO – PROCURADOR – 2016)

Sobre o sistema eleitoral brasileiro e a filiação partidária, assinale a alternativa correta.

a) Estão permitidas as candidaturas avulsas, desde que o candidato esteja no gozo de seus
direitos políticos.

b) Para concorrer a cargo eletivo, a filiação partidária deverá ocorrer, pelo menos, um ano
antes do pleito.

c) Para se desligar de partido, o filiado deve comunicar por escrito o órgão de direção
municipal e o Juiz Eleitoral da Zona em que for inscrito.

d) Na existência de dupla filiação partidária, ambas são consideradas nulas para todos os
efeitos.

e) Não perderá o mandato o detentor de cargo eletivo que se desfiliar do partido pelo qual
foi eleito, exceto se concorrer a cargo no executivo.

28. (CESPE/PC PE – DELEGADO DE POLÍCIA – 2017)

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De acordo com as disposições preliminares da Lei dos Partidos Políticos — Lei n.º 9.096/1995
—, assinale a opção correta.

a) Para que determinado partido político de caráter nacional obtenha registro de seu
estatuto junto ao TSE, serão necessários, entre outros requisitos, o apoio de eleitores não
filiados a partidos políticos.

b) O partido político, adquire personalidade jurídica após o registro de seu estatuto junto ao
TSE.

c) O partido político poderá subordinar-se a entidades estrangeiras.

d) O pedido de registro de seu estatuto junto ao TSE, assegura aos partidos políticos a
exclusividade da sua denominação, da sua sigla e dos seus símbolos.

e) O STF considera os partidos políticos como pessoas jurídicas de direito público, devido ao
fato de eles receberem recursos do fundo partidário e de terem acesso gratuito ao rádio e
à televisão.

29. (CESPE/PC PE – DELEGADO DE POLÍCIA – 2017)

Cada uma das próximas opções apresenta uma situação hipotética, seguida de uma assertiva
a ser julgada, de acordo com as normas de filiação partidária e à luz da Lei dos Partidos
Políticos — Lei n.º 9.096/1995. Assinale a opção que apresenta a assertiva correta.

a) Um vereador eleito por determinado partido político ao qual estava filiado requereu a
sua desfiliação, no período de trinta dias que antecede o prazo de filiação exigido pela
legislação, para concorrer à reeleição por outro partido político. O partido original indeferiu
o seu pedido de desfiliação e o ameaçou com a perda do mandato. Nessa situação, a atitude
do partido foi indevida, já que o vereador agiu em conformidade com as hipóteses de justa
causa previstas na legislação.

b) Determinado partido político pretende estabelecer, no ano eleitoral, prazo de filiação


partidária superior ao prazo previsto na legislação, com o propósito de orientar as inscrições
de seus futuros candidatos a cargos eletivos. Nessa situação, para executar a referida ação,
é suficiente que o partido altere seu estatuto, na forma da lei.

c) José, que jamais exerceu cargo eletivo, pretende, após ter sido filiado muitos anos a
determinado partido político, desfiliar-se do partido em questão. Nessa situação, é
suficiente que José requeira sua desfiliação junto ao órgão de direção municipal do partido.

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d) O estatuto de determinado partido político elencou várias possibilidades de


cancelamento da filiação partidária, além das previstas na legislação. Nessa situação, há erro
insanável no estatuto do partido, que deveria ter previsto apenas as situações elencadas na
legislação.

e) Um cidadão, filiado ao partido político X há mais de vinte anos, resolveu se filiar ao partido
político Y, sem, contudo, se desfiliar do partido X. Nessa situação, como ficou caracterizada
a dupla filiação partidária, ambas as filiações serão consideradas nulas, para todos os efeitos
legais.

30. (MP SC – MP SC – PROMOTOR DE JUSTIÇA – 2017)

Julgue o seguinte enunciado.

Segundo a Lei dos Partidos Políticos, com redação acrescida pela Lei n. 13.165/15, nos casos
de ausência de movimentação de recursos financeiros ou de arrecadação de bens estimáveis
em dinheiro, os órgãos partidários municipais ficam desobrigados de prestar contas à Justiça
Eleitoral quanto ao respectivo exercício, exigindo-se do responsável partidário, todavia, a
apresentação de declaração da ausência de movimentação de recursos nesse período.

31. (VUNESP – CÂMARA DE MARÍLIA – PROCURADOR – 2016) - Adaptada

Com relação aos partidos políticos, é correto afirmar que

a) a fusão ou incorporação de partidos políticos é admitida àqueles que obtiveram o registro


provisório perante o Tribunal Superior Eleitoral há pelo menos dois anos.

b) a desaprovação da prestação de contas do partido ensejará no impedimento de


participação do pleito eleitoral naquele período respectivo à eleição próxima a ser realizada.

c) é vedado ao partido receber, direta ou indiretamente, sob qualquer forma ou pretexto,


contribuição ou auxílio pecuniário ou estimável em dinheiro, inclusive através de
publicidade de qualquer espécie, procedente de entidade de classe ou sindical.

d) o Tribunal Superior Eleitoral dará prioridade ao partido político que possuir registro mais
antigo de sua criação, na hipótese de coincidência de data de formação de cadeia de
transmissão de propaganda partidária.

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e) a propaganda partidária gratuita no rádio e na televisão é assegurada a todos os partidos


políticos de forma irrestrita, ficando as inserções às expensas da referida agremiação
partidária.

32. (CESPE – TRT 8ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO – 2016)

Assinale a opção correta acerca do que dispõe a CF sobre partidos políticos.

a) Os partidos políticos possuem personalidade jurídica de direito público.

b) A previsão constitucional de que a lei regrará a função parlamentar autoriza o


estabelecimento, pela legislação infraconstitucional, de padrões mínimos de desempenho
eleitoral como condição para funcionamento do partido nas casas legislativas.

c) É inconstitucional, por ofensa ao pluripartidarismo e ao pluralismo político, a fixação de


proporcionalidade entre a representatividade partidária e a distribuição do fundo partidário
e do tempo na televisão e no rádio.

d) A exigência de caráter nacional dos partidos políticos visa resguardar o princípio


federativo da unidade nacional.

e) A vedação à utilização de organização paramilitar não obsta que os partidos, em razão da


autonomia que lhe é constitucionalmente assegurada, convencionem indumentária
uniformizada ou que estabeleçam, em seu âmbito interno, relação de comando e obediência
baseada em hierarquia rígida e fidelidade partidária.

33. (CESPE – TJ AM – JUIZ DE DIREITO – 2016) - Adaptada

De acordo com as normas que regulam o funcionamento dos partidos políticos no Brasil,

a) não há restrições à fusão ou incorporação de partidos políticos que tenham obtido o


registro definitivo do TSE.

b) as mudanças de filiação partidária não são consideradas para efeito da distribuição dos
recursos do fundo partidário entre os partidos políticos.

c) o desvio reiterado do programa partidário, a grave discriminação política pessoal e a


filiação a novo partido são considerados justas causas de desfiliação de detentores de
mandato eletivo.

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d) o apoiamento de eleitores filiados a determinado partido político pode ser computado


para fins de registro do estatuto de um novo partido político.

e) o tempo de propaganda partidária gratuita no rádio e na televisão é distribuído entre


todos os partidos de forma igualitária, de modo a garantir o equilíbrio entre as agremiações,
cabendo ao TSE e aos TREs a determinação das inserções na programação as emissoras,
conforme a abrangência da direção partidária (nacional ou estadual/distrital).

34. (VUNESP – PREF. DE SERTÃOZINHO – PROCURADOR – 2016)

Assinale a alternativa correta

a) A desaprovação das contas do partido implicará, dentre outras sanções, a da devolução


da importância apontada como irregular, acrescida de multa de até 20% (vinte por cento).

b) A falta de prestação de contas ou sua desaprovação total ou parcial implica a suspensão


de novas cotas do Fundo Partidário e sujeita os responsáveis às penas da lei.

c) A desaprovação das contas do partido implicará exclusivamente a sanção de devolução


da importância apontada como irregular, acrescida de multa de até 20% (vinte por cento),
sendo aplicada exclusivamente à esfera partidária responsável pela irregularidade, não
suspendendo o registro ou a anotação de seus órgãos de direção partidária nem tornando
devedores ou inadimplentes os respectivos responsáveis partidários.

d) Da decisão que desaprovar total ou parcialmente a prestação de contas dos órgãos


partidários caberá recurso para os Tribunais Regionais Eleitorais ou para o Tribunal Superior
Eleitoral, conforme o caso, o qual deverá ser recebido com efeito unicamente devolutivo.

e) A desaprovação das contas do partido implicará exclusivamente a sanção de devolução


da importância apontada como irregular, acrescida de multa de até 20% (vinte por cento),
sendo aplicada exclusivamente à esfera partidária responsável pela irregularidade,
suspendendo o registro ou a anotação de seus órgãos de direção partidária e tornando
devedores ou inadimplentes os respectivos responsáveis partidários.

35. (VUNESP – PREF. DE REGISTRO – ADVOGADO – 2016)

Assinale a alternativa correta.

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a) A mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário e a grave


discriminação política pessoal não são consideradas justa causa para a desfiliação partidária.

b) Para desligar-se do partido, o filiado faz comunicação escrita apenas ao órgão de direção
municipal, não se exigindo a comunicação ao Juiz Eleitoral da Zona em que for inscrito.

c) Considera-se justa causa para a desfiliação partidária a mudança de partido efetuada


durante o período de trinta dias que antecede o prazo de filiação exigido em lei para
concorrer à eleição, majoritária ou proporcional, ao término do mandato vigente.

d) Para concorrer às eleições o candidato deverá estar com a filiação partidária deferida pelo
partido no mínimo um ano antes da data da eleição.

e) É vedado ao partido político estabelecer, em seu estatuto, prazos de filiação partidária


superior ao prazo estabelecido pela Lei no 9.096/95 (Lei dos Partidos Políticos), com vista à
candidatura a cargos eletivos.

36. (CESPE – TRE PI – TÉCNICO DE ADMINISTRAÇÃO – 2016)

Considerando as disposições preliminares da Lei n.º 9.096/1995, assinale a opção correta.

a) Para desligar-se de seu partido político, o filiado deve comunicar expressamente sua
intenção ao órgão partidário e ao juiz competentes.

b) O partido político pode aceitar como filiado qualquer pessoa natural, independentemente
do estado em que ela se encontre, já que todos têm iguais direitos e deveres perante a lei.

c) Os prazos de filiação partidária não podem ser objeto do estatuto dos partidos políticos.

d) A personalidade jurídica de um partido político é constituída mediante cadastro do seu


estatuto em cartório de registro civil de pessoas jurídicas de direito público.

e) Registrado o partido político, cabe ao Tribunal Superior Eleitoral determinar sua estrutura
interna e sua organização administrativa, uma vez que as verbas do fundo partidário são
oriundas da União.

37. (CESPE – TRE PI – ANALISTA JUDICIÁRIO – 2016)

Assinale a opção correta a respeito dos partidos políticos.

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a) A perda do mandato em razão de mudança de partido não se aplica aos candidatos eleitos
pelo sistema majoritário, sob pena de violação da soberania popular e das escolhas feitas
pelo eleitor.

b) Constitui afronta ao princípio da autonomia partidária e da legalidade a exigência de que


a agremiação partidária proceda à abertura de conta bancária se não houver qualquer
arrecadação de recurso financeiro do fundo partidário.

c) O TSE não possui competência para cancelar o registro civil do partido político, mas
apenas para cancelar o registro do estatuto partidário.

d) O partido político pode utilizar os recursos do fundo partidário para efetuar o pagamento
de multas eleitorais.

e) Devido a sua autonomia, as agremiações podem deixar de promover e difundir a


participação política feminina em sua propaganda partidária.

38. (VUNESP – CÂMARA DE POÁ – PROCURADOR – 2016)

Quanto aos erros formais ou materiais que no conjunto da prestação de contas não
comprometam o conhecimento da origem das receitas e a destinação das despesas, assinale
a alternativa correta.

a) Não acarretarão a desaprovação das contas.

b) Suspenderão a apreciação das contas pelo Tribunal Regional Eleitoral.

c) Implicarão a suspensão de novas cotas do Fundo Partidário.

d) Acarretarão na aplicação de multas e penalidades pecuniárias.

e) Implicarão na devolução da importância apurada no erro.

39. (VUNESP – CÂMARA DE POÁ – PROCURADOR – 2016)

Quando o filiado pretende desligar-se do partido político, é necessário

a) comunicar ao partido a falta de interesse na filiação, sem demais formalidades.

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b) deixar de pagar sua contribuição partidária por três meses consecutivos,


independentemente de outras formalidades.

c) deixar de comparecer a três assembleias ordinárias ou extraordinárias, o que acarreta sua


desfiliação tácita.

d) comunicar por escrito ao órgão de direção municipal e ao Juiz Eleitoral da Zona em que
for inscrito.

e) protocolizar pedido de desfiliação partidária junto ao órgão estadual de direção.

40. (CESPE – TJ DF – JUIZ DE DIREITO – 2016)

Com relação a princípios e garantias do direito eleitoral, dos sistemas eleitorais, dos partidos
políticos e dos direitos políticos, assinale a opção correta.

a) O princípio da anualidade não é uma cláusula pétrea e pode ser suprimido por EC.

b) A Cidadania e o Pluralismo Político são objetivos fundamentais da República Federativa


do Brasil.

c) O pluralismo político é expressão sinônima de diversidade partidária.

d) São garantias que regem a disciplina dos partidos políticos: a liberdade partidária externa,
a liberdade partidária interna, a subvenção pública e a intervenção estatal mínima.

e) O sistema majoritário brasileiro é unívoco.

41. (CESPE – TRE RS – ANALISTA JUDICIÁRIO – 2015)

Pelo menos um em cada quatro deputados federais no Brasil, entre 1986 e 2002, abandonou
o partido responsável por sua eleição para a Câmara dos Deputados. A proporção de
deputados que mudam de legenda, alguns várias vezes na mesma legislatura, tem
contribuído para o reforço de uma imagem negativa do Poder Legislativo brasileiro,
relacionada à fragilidade dos partidos, ao governismo e ao predomínio de ambições
particulares.

André Marenco. Migração partidária. In: L. Avritzer e F.Anastasia. Reforma política no Brasil. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2007
(com adaptações).

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Tendo em vista que, desde a publicação do texto apresentado, em 2007, diversas


proposições com a finalidade de regular e coibir a mudança de partido pelos parlamentares
converteram-se em lei, assinale a opção correta à luz do disposto nas Leis n. 9.096/1995 e
n. 13.165/2015.

a) A lei veda a mudança de partido em qualquer hipótese, pois, nas eleições proporcionais,
a eleição do candidato depende dos votos recebidos por seu partido.

b) Devido ao fato de o partido ser o único prejudicado com a desfiliação de parlamentares,


por diminuição de sua bancada, a mudança de partido dependerá de anuência expressa de
sua direção.

c) A mudança de partido, exceto nos casos previstos em lei, resulta em perda do mandato
do detentor de cargo eletivo no Poder Legislativo.

d) A lei prevê a perda do mandato do detentor de cargo eletivo no Poder Legislativo, em


caso de filiação a novo partido, ainda que esse partido seja novo ou resultante da fusão de
dois partidos já existentes.

e) O parlamentar é dono de seu mandato, por receber pessoal e nominalmente os votos a


ele conferidos pelo eleitor, razão por que não há restrições legais à mudança de partido.

42. (CESPE – TRE RS – ANALISTA JUDICIÁRIO – 2015)

Ao final do ano, a direção do partido X reuniu-se para planejar a utilização dos recursos do
Fundo Partidário para o ano vindouro. A situação financeira desse partido encontrava-se
bastante complicada, pois suas receitas eram insuficientes para honrar seus débitos. Para
equilibrar a situação, diversas propostas foram apresentadas e discutidas na reunião.

A propósito dessa situação hipotética, assinale a opção que apresenta uma correta proposta
de solução, também hipotética, para o problema em questão, à luz da legislação vigente.

a) Deslocar os 5% dos recursos do Fundo Partidário que a lei reserva para o estímulo e a
promoção da participação política das mulheres para destinações mais urgentes, e
aumentar esse percentual depois que a situação financeira do partido for estável.

b) Solicitar à fundação de pesquisa do partido que se encarregue, com os recursos


provenientes dos 20% do Fundo Partidário que o partido a ela repassa, de um projeto de
capacitação política voltado para filiados e não filiados, previsto inicialmente para ser feito
com recursos do partido.

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c) Destinar, para pagamento dos funcionários da direção nacional do partido, mais do que
os 50% dos recursos do Fundo Partidário que a lei estipula como limite, apresentando
justificação minuciosa por ocasião da prestação de contas.

d) Repassar para a fundação de pesquisa do partido as despesas anuais com salários e


aluguéis, com a promessa de reembolso posterior.

e) Aumentar a previsão de receita, uma vez que está acordado o ingresso de alguns
deputados no partido e, com o aumento da bancada, a receita do Fundo Partidário deve
crescer.

43. (CESPE – TRE RS – ANALISTA JUDICIÁRIO – 2015 – Adaptada)

Pelo menos um em cada quatro deputados federais no Brasil, entre 1986 e 2002, abandonou
o partido responsável por sua eleição para a Câmara dos Deputados. A proporção de
deputados que mudam de legenda, alguns várias vezes na mesma legislatura, tem
contribuído para o reforço de uma imagem negativa do Poder Legislativo brasileiro,
relacionada à fragilidade dos partidos, ao governismo e ao predomínio de ambições
particulares.

André Marenco. Migração partidária. In: L. Avritzer e F.Anastasia. Reforma política no Brasil. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2007
(com adaptações).

Tendo em vista que, desde a publicação do texto apresentado, em 2007, diversas


proposições com a finalidade de regular e coibir a mudança de partido pelos parlamentares
converteram-se em lei, assinale a opção correta à luz do disposto nas Leis n. 9.096/1995 e
n. 13.165/2015.
a) Devido ao fato de o partido ser o único prejudicado com a desfiliação de parlamentares,
por diminuição de sua bancada, a mudança de partido dependerá de anuência expressa de
sua direção.
b) A mudança de partido, exceto nos casos previstos em lei, resulta em perda do mandato
do detentor de cargo eletivo no Poder Legislativo.
c) A lei prevê a perda do mandato do detentor de cargo eletivo no Poder Executivo, em caso
de filiação a novo partido, ainda que esse partido seja novo ou resultante da fusão de dois
partidos já existentes.
d) O parlamentar é dono de seu mandato, por receber pessoal e nominalmente os votos a
ele conferidos pelo eleitor, razão por que não há restrições legais à mudança de partido.
e) A lei veda a mudança de partido em qualquer hipótese, pois, nas eleições proporcionais,
a eleição do candidato depende dos votos recebidos por seu partido.

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44. (FCC – TRE AP – ANALISTA JUDICIÁRIO – 2015)

O partido Alpha foi incorporado pelo partido Beta. Os votos obtidos pelo partido Alpha na
última eleição geral para a Câmara dos Deputados

a) implicarão no acréscimo de 50% do tempo do partido Beta no acesso gratuito ao rádio e


à televisão.

b) não serão considerados para nenhum efeito legal.

c) serão considerados apenas para efeito do funcionamento parlamentar.

d) serão somados aos do partido Beta para efeito do acesso gratuito ao rádio e à televisão.

e) permitirão ao partido Beta a utilização do triplo do tempo que teria de acesso gratuito ao
rádio e à televisão.

45. (FCC – TRE SE – ANALISTA JUDICIÁRIO – 2015)

O estatuto do partido político NÃO pode conter normas sobre

a) condições e forma de escolha de seus candidatos a cargos e funções eletivas.

b) filiação e desligamento de seus membros.

c) tipo e cor do uniforme que poderá ser utilizado pelos seus membros.

d) procedimento de reforma do programa e do estatuto.

e) critérios de distribuição dos recursos do Fundo Partidário entre os órgãos de nível municipal,
estadual e nacional que compõem o partido.

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46. (FCC – TRE SE – ANALISTA JUDICIÁRIO – 2015)

Quanto aos partidos políticos, é correto afirmar que

a) o filiado que realizar nova filiação a outro partido político deve comunicar a nova filiação
ao partido a que era filiado anteriormente, sob pena de ser considerada nula a nova filiação
e mantida a filiação anterior.

b) o balanço contábil dos órgãos municipais deve ser apresentado semestralmente aos
respectivos Tribunais Regionais Eleitorais dos Estados a que se encontram, para análise e
julgamento.

c) é permitida a doação em dinheiro, proveniente de pessoa física, ao partido político, desde


que lançada na contabilidade e identificado o doador por intermédio do número do CPF.

d) a direção partidária é desonerada de discriminar, na prestação de contas, as despesas do


fundo partidário que forem realizadas na propaganda doutrinária e política.

e) é vedado ao partido político receber, direta ou indiretamente, contribuição ou auxílio


pecuniário ou estimável em dinheiro, inclusive por intermédio de publicidade de qualquer
espécie, procedente de autarquias, empresas públicas ou concessionárias de serviços
públicos e sociedades de economia mista.

47. (IESES – TRE MA – TÉCNICO JUDICIÁRIO – 2015)

Quanto ao disposto na Lei n. 9.096/95, é correto afirmar:

a) O partido político adquire personalidade jurídica ao registrar seu estatuto no Tribunal


Superior Eleitoral.

b) A perda dos direitos políticos não implica cancelamento imediato da filiação partidária.

c) O partido político, pessoa jurídica de direito privado, destina-se a assegurar, no interesse


do regime democrático, a autenticidade do sistema representativo e a defender os direitos
fundamentais definidos na Constituição Federal.

d) É assegurado, ao partido político, definir sua estrutura interna, organização e


funcionamento, desde que aprovados posteriormente pelo Tribunal Superior Eleitoral.

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48. (CESPE – TRE ES – TÉCNICO JUDICIÁRIO – 2011)

À luz do disposto na Lei n.º 9.096/1995 e na Resolução TSE n.º 21.841/2004, julgue os itens
a seguir.

A utilização dos recursos do Fundo Partidário oriundos de dotações orçamentárias da União


está sujeita às disposições da legislação sobre licitações e contratos.

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1. A 13. B 25. B 37. A

2. C 14. A 26. B 38. A

3. C 15. D 27. C 39. D

4. A 16. C 28. A 40. D

5. A 17. C 29. A 41. C

6. E 18. B 30. C 42. B

7. D 19. C 31. Certo 43. B

8. A 20. C 32. D 44. D

9. B 21. D 33. B 45. C

10. D 22. E 34. C 46. E

11. D 23. A 35. C 47. C

12. B 24. E 36. A 48. E

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1. (UEG – PC GO - DELEGADO – 2018)

No nosso sistema legal, o partido político

a) é pessoa jurídica de direito privado, sendo livre a sua criação, fusão, incorporação e extinção.

b) é pessoa de direito público, dependendo a sua criação de prévia autorização do Tribunal


Superior Eleitoral.

c) é pessoa jurídica de direito público, sendo livre a sua criação, fusão, incorporação e extinção.

d) é pessoa jurídica de direito privado, dependendo a sua criação de prévia autorização pelo
Congresso Nacional.

e) é entidade paraestatal, devendo prestar contas ao Tribunal de Contas da União.

COMENTÁRIOS:

a) Nos termos do art. 2º, da Lei 9.096/1995, é livre a criação, fusão, incorporação e extinção de
partidos políticos cujos programas respeitem a soberania nacional, o regime democrático, o
pluripartidarismo e os direitos fundamentais da pessoa humana. Enunciado correto!

b) É muito comum as bancas afirmarem que os partidos políticos são pessoas jurídicas de direito
público, o que não é verdade. Os partidos políticos, sem exceção, possuem personalidade jurídica
de direito privado. Além disso, não é correto afirmar que o Tribunal Superior Eleitoral “autoriza” a
criação de novas agremiações, pois essa espécie de ato administrativo é de natureza discricionária
(e o registro perante o TSE é feito mediante ato administrativo vinculado). De qualquer forma, as
bancas costumam utilizar a expressão “autorização”, em suas provas, como sinônima de “registro”
(se principalmente nos enunciados das questões). Enunciado incorreto!

c) Os partidos políticos, no momento da criação, devem observar não apenas a legislação eleitoral,
mas também o Código Civil, que prevê a personalidade jurídica de direito privado. Enunciado
incorreto!

d) Não há necessidade de qualquer tipo de autorização para a criação de partidos políticos, seja do
Tribunal Superior Eleitoral ou do Congresso Nacional. Na verdade, o que exige é apenas o registro
perante o TSE. Enunciado incorreto!

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e) Entidades paraestatais são aquelas que colaboram com o Poder Público não execução de
atividades de caráter assistencial, a exemplo das entidades do “Sistema S” (SESI, SENAI, SENAT etc.),
Organizações Sociais, OSCIP´s e Fundações de Apoio. Ademais, os partidos políticos devem prestar
contas para a Justiça Eleitoral e não para o TCU. Enunciado incorreto!

Gabarito: “A”.

2. (VUNESP – CÂMARA DE ITAQUAQUECETUBA /SP – VUNESP – 2018)

A respeito da Filiação e Fidelidade Partidária, com base na Lei n° 9.096/95 (Lei dos Partidos
Políticos) e na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, assinale a alternativa correta.

a) Perderá o mandato o detentor de cargo eletivo que se desfiliar, ainda que com justa causa,
do partido pelo qual foi eleito.

b) Não perde a função que exerce, na respectiva Casa Legislativa, em virtude da proporção
partidária, o parlamentar que deixar o partido sob cuja legenda tenha sido eleito.

c) É facultado ao partido político estabelecer, em seu estatuto, prazos de filiação partidária


superiores aos previstos na Lei dos Partidos Políticos, com vistas a candidatura a cargos
eletivos.

d) Os prazos de filiação partidária, fixados no estatuto do partido, com vistas a candidatura a


cargos eletivos, podem ser alterados no ano da eleição.

e) A mudança de partido político realizada após a diplomação tem por consequência a perda
do mandato, independentemente de se tratar de cargo proporcional ou majoritário.

COMENTÁRIOS:

a) Analisando-se o art. 22-A, da Lei 9.096/1995, constata-se que se o detentor de cargo eletivo
possuir justa causa para a desfiliação do partido político, a exemplo de grave discriminação política
pessoal, não perderá o mandato. Enunciado incorreto!

b) Suponhamos que o PX, em virtude da quantidade de deputados federais que elegeu na última
eleição para a Câmara dos Deputados, tenha o direito assegurado, no regimento do órgão, de indicar
um de seus parlamentares para a função de 1º Secretário da Mesa Diretora. Nesse caso, se Doquinha
foi eleito pelo PX e indicado para essa função, caso, posteriormente, deixe a legenda partidária
(independentemente do motivo), perderá a respectiva função na Mesa Diretora. Enunciado
incorreto!

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c) A Lei 9.504/1997, em seu art. 9º, dispõe que “para concorrer às eleições, o candidato deverá
possuir domicílio eleitoral na respectiva circunscrição pelo prazo de seis meses e estar com a filiação
deferida pelo partido no mesmo prazo”. Perceba que a legislação apenas se refere a um prazo
mínimo de filiação partidária (seis meses), portanto, os partidos podem estabelecer prazos maiores
em seus respectivos estatutos. Enunciado correto!

d) Os prazos de filiação partidária, fixados no estatuto do partido, com vistas à candidatura a cargos
eletivos, não podem ser alterados no ano da eleição. É o que dispõe o art. 20, parágrafo único, da
Lei 9.096/1995. Em regra, esse é o entendimento que você tem que levar para as provas de
concursos públicos. Enunciado errado!

e) A Súmula 67 do Tribunal Superior Eleitoral dispõe que “a perda do mandato em razão da


desfiliação partidária não se aplica aos candidatos eleitos pelo sistema majoritário”. Enunciado
incorreto!

Gabarito: “C”.

3. (CESPE – TJ CE – JUIZ DE DIREITO – 2018)

O registro de estatuto de partido político junto ao TSE será autorizado

a) por ato de natureza jurisdicional da corte sujeito a recurso extraordinário.

b) por ato materialmente administrativo que lhe atribua personalidade jurídica.

c) se, entre outros requisitos, o requerimento estiver instruído com o inteiro teor do programa
e do estatuto partidários, ambos inscritos no registro civil das pessoas jurídicas.

d) se, entre outros requisitos, o requerimento estiver instruído com certidão de inteiro teor do
registro partidário expedida pelo cartório de registro civil das pessoas jurídicas da capital do
estado sede do partido.

e) se preenchidos os requisitos legais, independentemente de comprovação de apoio mínimo


de eleitores.

COMENTÁRIOS:

a) No julgamento do Agravo Regimental no recurso extraordinário nº 164.458, de relatoria do


Ministro Celso de Mello, o Supremo Tribunal Federal decidiu que “o procedimento de registro
partidário, embora formalmente instaurado perante órgão do Poder Judiciário (TSE), reveste-se de
natureza materialmente administrativa” (e não ato de natureza jurisdicional). Além disso, também
afirmou que “a natureza jurídico-administrativa do procedimento de registro partidário impede que
este se qualifique como causa para efeito de impugnação, pela via recursal extraordinária, da
decisão nele proferida”. Enunciado incorreto!

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b) O registro do estatuto partidário realmente possui natureza materialmente administrativa.
Todavia, não é esse ato de registro que atribui personalidade jurídica ao partido político e sim o seu
registro perante o Cartório de Pessoas Jurídicas do local de sua sede. Enunciado incorreto!

c) A Lei 9.096/1995, em seu art. 9º, dispõe que os dirigentes nacionais promoverão o registro do
estatuto do partido junto ao Tribunal Superior Eleitoral, através de requerimento acompanhado de:
I - exemplar autenticado do inteiro teor do programa e do estatuto partidários, inscritos no
Registro Civil; II - certidão do registro civil da pessoa jurídica; III - certidões dos cartórios eleitorais
que comprovem ter o partido obtido o apoiamento mínimo de eleitores. Enunciado correto!

d) A certidão de inteiro teor deve ser expedida pelo Cartório de Registro das Pessoas Jurídicas do
local de sua sede. Enunciado incorreto!

e) A prova do apoiamento mínimo de eleitores é obrigatória, sendo realizada por meio de suas
assinaturas, com menção ao número do respectivo título eleitoral, em listas organizadas para cada
Zona, sendo a veracidade das respectivas assinaturas e o número dos títulos atestados pelo Escrivão
Eleitoral. Enunciado incorreto!

Gabarito: “C”.

4. (FUNRIO – AL RR – PROCURADOR – 2018)

De acordo com a Constituição Federal de 1988, é livre a criação, fusão, incorporação e extinção
de partidos políticos, resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o
pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana e observados os seguintes
preceitos, EXCETO a/o

a) prestação de contas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e STF, respectivamente.

b) proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou


de subordinação a eles.

c) caráter nacional.

d) funcionamento parlamentar de acordo com a lei.

COMENTÁRIOS:

a) Os partidos políticos devem prestar contas perante os órgãos da Justiça Eleitoral e não perante o
Supremo Tribunal Federal ou Tribunal de Contas da União. Enunciado incorreto!

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b) O recebimento de recursos financeiros de entidades ou governos estrangeiros pode ensejar
violação à soberania nacional, em situações mais extremas. Sendo assim, tanto a Constitucional
Federal de 1988 quanto a Lei 9.096/1995 impõe essa vedação. Enunciado correto!

c) Não se admite a criação de partidos políticos com caráter municipal ou estadual (regional). O
caráter nacional do partido político pode ser comprovado, entre outros requisitos contidos no art.
7º da Lei 9.096/1995, por meio do apoiamento de eleitores em, no mínimo, nove Estados brasileiros
(no momento de sua criação). Enunciado correto!

d) A Lei 9.096/1995, em seu art. 13, dispõe que “o partido político funciona, nas Casas Legislativas,
por intermédio de uma bancada, que deve constituir suas lideranças de acordo com o estatuto do
partido, as disposições regimentais das respectivas Casas e as normas desta Lei”. Enunciado correto!

Gabarito: “A”.

5. (VUNESP – TJ RS – JUIZ DE DIREITO – 2018)

Com o advento da Emenda Constitucional no 97/2017, a partir das eleições de 2020, a


celebração de coligações será
a) vedada nas eleições proporcionais, atingindo, assim, a proibição, os cargos de Vereador,
Deputado Estadual, Deputado Federal e Deputado Distrital.
b) permitida para as eleições majoritárias, ou seja, em relação aos cargos de Vereador,
Deputado Estadual, Deputado Federal e Deputado Distrital.
c) permitida para as eleições proporcionais, ou seja, em relação aos cargos de Prefeito,
Governador, Senador e Presidente da República.
d) vedada em qualquer hipótese, atingindo tanto as eleições majoritárias quanto as
proporcionais.
e) vedada nas eleições majoritárias, atingindo, assim, a proibição, os cargos de Prefeito,
Governador, Senador e Presidente da República.

COMENTÁRIOS:

A emenda constitucional nº 97, promulgada em 04 de outubro de 2017, alterou o artigo 17,


§ 1º, da Constituição Federal de 1988, que passou a prevê que “é assegurada aos partidos políticos
autonomia para definir sua estrutura interna e estabelecer regras sobre escolha, formação e duração
de seus órgãos permanentes e provisórios e sobre sua organização e funcionamento e para adotar
os critérios de escolha e o regime de suas coligações nas eleições majoritárias, vedada a sua
celebração nas eleições proporcionais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em
âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de
disciplina e fidelidade partidária”.

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Ademais, a própria EC 97/17, em seu art. 2º, dispõe que “a vedação à celebração de coligações
nas eleições proporcionais, prevista no § 1º do art. 17 da Constituição Federal, aplicar-se-á a partir
das eleições de 2020”.

A propósito, destaca-se que a vedação à formação de coligações não alcança as eleições


majoritárias (Presidente da República e Vice, Governador e Vice, Prefeito e Vice, bem como de
Senadores).

Gabarito: “A”.

6. (FGV – CÂMARA DE SALVADOR – ADVOGADO – 2018)

Maria há anos estava filiada ao Partido Político Delta. Com a alteração de suas concepções
ideológicas, decidiu filiar-se ao partido Alfa, sem que tivesse sido previamente providenciada
a desfiliação do Partido Delta. Na segunda quinzena de outubro do ano da nova filiação, ambos
os Partidos Políticos encaminharam, à Justiça Eleitoral, a relação com o nome de todos os seus
filiados.

À luz da legislação eleitoral vigente, a Justiça Eleitoral deve:

a) determinar o cancelamento de ambas as filiações;

b) intimar Maria para que opte por uma das filiações;

c) determinar o cancelamento da filiação mais recente;

d) cancelar, pela infidelidade, o alistamento eleitoral de Maria;

e) determinar o cancelamento da filiação mais antiga.

COMENTÁRIOS:

a) Se Maria era filiada ao Partido Delta e, posteriormente, filiou-se ao Partido Alfa sem a obrigatória
desfiliação da agremiação anterior, ensejar-se-á coexistência (duplicidade) de filiações, situação
vedada pela legislação eleitoral. Nesse caso, dispõe o art. 22, parágrafo único, da Lei 9.096/1995,
que “prevalecerá a mais recente, devendo a Justiça Eleitoral determinar o cancelamento das
demais”. Enunciado incorreto!

b) No caso em exame, como Maria se filiou aos partidos políticos em datas diferentes, o sistema da
Justiça Eleitoral, automaticamente, realiza o cancelamento da filiação mais antiga. Não há
necessidade de intimação de Maria para que possa optar por uma das filiações. Enunciado incorreto!

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c) A filiação mais recente é a que irá prevalecer, sendo cancelada a filiação mais antiga. Enunciado
incorreto!

d) A inscrição eleitoral de Maria, como eleitora, não sofre qualquer alteração em virtude da
coexistência de filiações partidárias. Enunciado incorreto!

e) A Lei 9.096/1995, em seu art. 22, parágrafo único, dispõe que “havendo coexistência de filiações
partidárias, prevalecerá a mais recente, devendo a Justiça Eleitoral determinar o cancelamento das
demais”. Enunciado correto!

Gabarito: “E”.

7. (CESPE – TRE TO – ANALISTA JUDICIÁRIO – 2017)

A Constituição Federal de 1988 garante aos partidos políticos

a) direito de utilização de entidade paramilitar para resguardar o processo eleitoral.

b) autonomia para fixar o regime de suas coligações eleitorais, desde que haja vinculação entre
as candidaturas em âmbito nacional, estadual e municipal.

c) autonomia para estabelecer sua organização e seu funcionamento, sendo vedadas


disposições sobre fidelidade partidária.

d) direito ao recebimento de recursos do fundo partidário e de acesso gratuito ao rádio e à


televisão.

e) direito ao recebimento de recursos financeiros de entidades estrangeiras, desde que


resguardada a soberania nacional.

COMENTÁRIOS:

a) A Constituição Federal de 1988, em seu art. 17, § 4º, dispõe que “é vedada a utilização pelos
partidos políticos de organização paramilitar”. Enunciado incorreto!

b) O art. 17, § 1º, da Constituição Federal de 1988, afirma expressamente que não há
obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou
municipal. Nesses termos, pode-se afirmar que não vigora mais a obrigatoriedade de verticalização,
interpretação do Tribunal Superior Eleitoral que, em poucas palavras, determinava que se o PX
estivesse coligado ao PY nas eleições para Presidente da República, em âmbito estadual, na eleição
para Governador apenas restariam duas hipóteses para as agremiações: PX e PY também teriam que
formar uma coligação para Governador ou disputar a eleição, cada um deles, de forma isolada (cada

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um com o seu próprio candidato). Esses partidos não poderiam formar coligações, nas eleições
estaduais, com outras agremiações que não participavam da coligação de âmbito nacional.
Enunciado incorreto!

c) Os partidos políticos realmente possuem autonomia para definir sua estrutura interna e
estabelecer regras sobre escolha, formação e duração de seus órgãos permanentes e provisórios e
sobre sua organização e funcionamento. Ademais, seus estatutos devem estabelecer normas de
disciplina e fidelidade partidária". Enunciado incorreto!

d) A Constituição Federal realmente afirma que os partidos políticos terão direito a recursos do
fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na forma da lei. Todavia, essas prerrogativas
restringem-se às agremiações que, alternativamente: I - obtiverem, nas eleições para a Câmara dos
Deputados, no mínimo, 3% (três por cento) dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço
das unidades da Federação, com um mínimo de 2% (dois por cento) dos votos válidos em cada uma
delas; ou II - tiverem elegido pelo menos quinze Deputados Federais distribuídos em pelo menos um
terço das unidades da Federação. Como a questão foi bem genérica, penso que a falta de
apresentação das condições que devem ser observadas não invalida o enunciado, que deve ser
considerado correto!

e) O recebimento de recursos financeiros de entidades ou governos estrangeiros pode ensejar


violação à soberania nacional, em situações mais extremas. Sendo assim, tanto a Constitucional
Federal de 1988 quanto a Lei 9.096/1995 impõe essa vedação. Enunciado incorreto!

Gabarito: “D”.

8. (CESPE – TRE TO – ANALISTA JUDICIÁRIO – 2017)

Em decorrência do fato de divergir constantemente, na sua atividade parlamentar, das


orientações da liderança do seu partido e da direção partidária, um deputado federal cogita a
hipótese de mudar de partido. Antes de tomar sua decisão, o deputado resolveu consultar um
advogado.

Nessa situação, o advogado deverá informar ao deputado que, à luz da legislação pertinente,

a) o detentor de cargo eletivo tem liberdade para mudar de partido nos trinta dias anteriores
ao fim do prazo de filiação exigido para concorrer à eleição ao término do seu mandato.

b) o detentor de mandato eletivo que requerer sua desfiliação do partido político pelo qual
tenha sido eleito perderá o mandato em qualquer hipótese.

c) a aplicação de penalidades ao detentor de mandato eletivo por não cumprimento de


orientações partidárias não é autorizada.

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d) o detentor de mandato eletivo pode, por justa causa, se desfiliar do partido político pelo
qual tenha sido eleito nos casos de fusão, extinção ou incorporação do seu partido de origem.

e) a mudança substancial ou o desvio reiterado do programa partidário não são considerados


justa causa para fins de desfiliação do partido político.

COMENTÁRIOS:

a) A Lei 9.096/1995, em seu art. 22-A, III, passou a permitir a mudança de partido, sem qualquer tipo
de justificativa, no ano da eleição, durante o prazo de 30 (trinta) dias (período que ocorrerá no
sétimo mês antes da data da eleição). Todavia, deve ficar claro o seguinte: em ano de eleição para
os cargos de Deputados, apenas esses titulares de mandato podem mudar de partido, valendo-se da
“janela partidária”. Por sua vez, em ano de eleição para vereador, apenas esses titulares de cargos
eletivos podem mudar de partido. Enunciado correto!

b) Nos termos do art. 22-A, parágrafo único, da Lei 9.096/95, o detentor de cargo eletivo não perderá
o respectivo mandato nas seguintes hipóteses: “I - mudança substancial ou desvio reiterado do
programa partidário; II - grave discriminação política pessoal; e III - mudança de partido efetuada
durante o período de trinta dias que antecede o prazo de filiação exigido em lei para concorrer à
eleição, majoritária ou proporcional, ao término do mandato vigente". Enunciado incorreto!

c) O art. 25 da Lei 9.096/1995 é claro ao dispor que “o estatuto do partido poderá estabelecer, além
das medidas disciplinares básicas de caráter partidário, normas sobre penalidades, inclusive com
desligamento temporário da bancada, suspensão do direito de voto nas reuniões internas ou perda
de todas as prerrogativas, cargos e funções que exerça em decorrência da representação e da
proporção partidária, na respectiva Casa Legislativa, ao parlamentar que se opuser, pela atitude ou
pelo voto, às diretrizes legitimamente estabelecidas pelos órgãos partidários”. Enunciado incorreto!

d) A fusão, incorporação e criação de novo partido eram consideradas hipóteses de justa causa, para
desfiliação da agremiação partidária, no art. 1º, § 1º, da Resolução TSE nº 22.610/2007. Todavia, a
Lei 13.165/15 inseriu o art. 22-A na Lei 9.096/1995, que passou a enumerar todas as hipóteses
possíveis de justa causa. Diante disso, as hipóteses previstas na Resolução TSE nº 22.610/2007 foram
revogadas. Enunciado incorreto!

e) Essas duas hipóteses constam expressamente no inc. I, art. 22-A, da Lei 9.096/1995, o que torna
o enunciado incorreto!

Gabarito: “A”.

9. (CESPE – TRE TO – ANALISTA JUDICIÁRIO – 2017)

No que se refere a criação, fusão e incorporação de partidos políticos, assinale a opção correta.

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a) A incorporação de partidos políticos implica a elaboração conjunta de novos estatutos e
programa.

b) É vedada a criação de partidos políticos cujo programa atente contra a soberania nacional,
o regime democrático, o pluripartidarismo e os direitos fundamentais da pessoa humana.

c) Para obter seu registro, o partido político precisará comprovar seu caráter nacional,
mediante a apresentação de assinaturas de eleitores filiados a partidos políticos.

d) A lei não impõe limitações à fusão e à incorporação de partidos políticos.

e) A característica do processo de fusão de partidos políticos é a reunião de seus órgãos de


deliberação nacional para eleger uma nova direção conjunta.

COMENTÁRIOS:

a) A Lei 9.096/1995, em seu art. 29, § 2º, dispõe que “no caso de incorporação, observada a lei civil,
caberá ao partido incorporando deliberar por maioria absoluta de votos, em seu órgão nacional de
deliberação, sobre a adoção do estatuto e do programa de outra agremiação”. Nesse caso, não há
elaboração conjunta de outro estatuto e/ou programa partidários. Enunciado incorreto!

b) O art. 2º da Lei 9.096/1995 dispõe claramente que “é livre a criação, fusão, incorporação e
extinção de partidos políticos cujos programas respeitem a soberania nacional, o regime
democrático, o pluripartidarismo e os direitos fundamentais da pessoa humana”. Enunciado
correto!

c) Não podem apoiar a criação de novos partidos políticos eleitores que já sejam filiados a outras
agremiações partidárias. Caso ocorra, as respectivas assinaturas serão excluídas durante a
conferência a ser realizada no âmbito dos Cartórios Eleitorais. Enunciado incorreto!

d) O art. 29, da Lei 9.096/1995, dispõe que “somente será admitida a fusão ou incorporação de
partidos políticos que hajam obtido o registro definitivo do TSE há, pelo menos, 5 anos”. Em outras
palavras, pode-se afirmar que apenas os partidos que possuem, no mínimo, cinco anos de existência,
podem se submeter a um processo de fusão e/ou incorporação. Nesses termos, não há dúvidas de
que se trata de uma limitação imposta legalmente. Enunciado incorreto!

e) Em um processo de fusão, os órgãos nacionais de deliberação dos partidos envolvidos votarão,


em reunião conjunta, por maioria absoluta, os projetos, e elegerão o órgão de direção nacional que
promoverá o registro do novo partido. Apesar de o enunciado ter ficado um pouco confuso, o fato
é que ocorre uma votação e não simplesmente uma reunião para a tomada de decisão. Enunciado
incorreto!

Gabarito: “B”.

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10. (CESPE – TRE TO – ANALISTA JUDICIÁRIO – 2017 - adaptada)

O registro do estatuto de partido político deverá ser realizado

a) no TSE, para que seja assegurada ao partido a natureza jurídica de pessoa jurídica de direito
privado.

b) no cartório de registro civil das pessoas jurídicas da capital do estado-membro onde o


partido tem sede, para que seja assegurada ao partido a personalidade jurídica de natureza
privada.

c) no TSE, ficando, todavia, suspenso no cartório e no tribunal caso o partido venha a se fundir
com outro, na forma de seu estatuto, enquanto perdurar a fusão.

d) no TSE, para que o partido possa participar do processo eleitoral, receber recursos do fundo
partidário e ter acesso gratuito a rádio e televisão, desde que cumpridas as previsões legais.

e) no cartório de registro civil das pessoas jurídicas da capital federal, para que seja assegurado
ao partido acesso gratuito ao rádio e televisão, na forma da lei.

COMENTÁRIOS:

a) A natureza jurídica de direito privado é obtida mediante o registro no Cartório de Pessoas


Jurídicas da sede do partido político, que, com a publicação da Lei 13.877/2019, pode ser situada em
qualquer localidade do território nacional (e não mais apenas na Capital Federal). Enunciado
incorreto!

b) Com o advento da Lei 13.877/2019, o partido político pode instituir a sua sede em qualquer cidade
do território nacional e não apenas na capital do estado-membro onde o partido tem sede.
Enunciado incorreto!

c) O estatuto do partido político não fica “suspenso” durante o processo de fusão. Na verdade, há o
surgimento de uma nova agremiação partidária, com personalidade jurídica própria. O art. 29, § 4º,
da Lei 9.096/1995, dispõe que “na hipótese de fusão, a existência legal do novo partido tem início
com o registro, no Ofício Civil competente da sede do novo partido, do estatuto e do programa, cujo
requerimento deve ser acompanhado das atas das decisões dos órgãos competentes”. Enunciado
incorreto!

d) A Lei 9.096/1195, em seu art. 7º, § 2º, dispõe que “só o partido que tenha registrado seu estatuto
no Tribunal Superior Eleitoral pode participar do processo eleitoral, receber recursos do Fundo

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Partidário e ter acesso gratuito ao rádio e à televisão, nos termos fixados nesta lei”. Enunciado
correto!

e) O partido político apenas possui acesso gratuito ao rádio e televisão após o deferimento do seu
registro pelo Tribunal Superior Eleitoral. Enunciado incorreto!

Gabarito: “D”.

11. (CESPE – TRE BA – ANALISTA JUDICIÁRIO – 2017)

O fato de um partido político ter sido beneficiado recentemente com novos recursos de fundo
partidário significa que ele está

a) com as contas partidárias do ano anterior ao recebimento dos recursos devidamente


aprovadas.

b) obrigado a observar a Lei de Licitações para aplicar os referidos recursos.

c) proibido de utilizar os recursos para realizar pagamento de despesas com alimentação em


restaurantes ou lanchonetes.

d) habilitado a utilizar gratuitamente escolas públicas para a realização de suas convenções.

e) com o estatuto registrado no TSE e constituído regularmente como pessoa jurídica de direito
público.

COMENTÁRIOS:

Eis uma questão bastante polêmica, que suscitou muitos recursos por parte dos candidatos. Todavia,
a banca manteve o gabarito inicial, recusando-se a anulá-la.

a) A Lei 9.096/1995, em seu art. 37, dispõe que “a desaprovação das contas do partido implicará
exclusivamente a sanção de devolução da importância apontada como irregular, acrescida de multa
de até 20% (vinte por cento)”. Diante disso, pode-se afirmar que mesmo o partido com contas
desaprovadas pode receber recursos do fundo partidário. Enunciado incorreto!

b) Os partidos políticos não precisam observar a Lei de Licitações para aplicar os recursos recebidos
do fundo partidário, mas sim as regras previstas no art. 44 da Lei 9.096/1995. Enunciado incorreto!

c) A Lei 9.096/1995, em seu art. 44, VII, dispõe que os recursos do fundo partidário podem ser
utilizados no pagamento de despesas com alimentação, incluindo restaurantes e lanchonetes.
Enunciado incorreto!

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d) O enunciado ficou bastante confuso, portanto, fica até difícil entender o que a banca quis dizer
com o texto da afirmativa. A princípio, parece que a interpretação foi a seguinte: “o fato de um
partido político ter sido beneficiado recentemente com novos recursos de fundo partidário significa
que ele possui registro no Tribunal Superior Eleitoral e prestou contas perante a Justiça Eleitoral. Em
outras palavras, significa que o partido político está vigente e, portanto, apto a participar do
processo eleitoral. Levando-se em consideração que essas informações procedem, então a
agremiação está habilitada a utilizar gratuitamente escolas públicas para a realização de suas
convenções”. Complicado, né? Fiz essa análise apenas para você entender a intepretação da banca,
que considerou o enunciado correto! Todavia, penso que a questão deveria ter sido anulada, pois o
enunciado possibilita várias outras interpretações diferentes.

e) Os partidos políticos, sem exceção, possuem personalidade jurídica de direito privado. Enunciado
incorreto!

Gabarito: “D”.

12. (CESPE – TRE BA – ANALISTA JUDICIÁRIO – 2017)

Nos procedimentos de prestação de contas referente à destinação das verbas recebidas pelos
partidos políticos, há erros que podem ser ignorados pelo órgão controlador de contas. Esses
são os chamados erros

a) hierárquicos.

b) materiais.

c) estatutários.

d) percentuais.

e) destinatários.

COMENTÁRIOS:

A Lei 9.096/1995, em seu art. 37, § 12, dispõe que “erros formais ou materiais que no conjunto da
prestação de contas não comprometam o conhecimento da origem das receitas e a destinação das
despesas não acarretarão a desaprovação das contas”.

Apresenta-se como erro formal, por exemplo, o lançamento de uma despesa de R$ 30,00 (trinta
reais) a título de produtos de padaria, na prestação de contas do partido, quando, na prática, a
despesa foi realizada com pagamento de alimentação em restaurante. Essa informação equivocada
não compromete a lisura e a transparência das contas do partido político.

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Por sua vez, erro material é aquele de fácil constatação, na maioria das vezes, grosseiro. Ocorre, por
exemplo, quando o responsável pela prestação de contas aponta que a soma de R$ 15,00 + R$ 15,00
é igual a R$ 35,00. Esse erro material (no cálculo ou grafias de palavras) não compromete a lisura da
prestação de contas, especialmente quando corrigidos.

Gabarito: “B”.

13. (CESPE – MPE RR – PROMOTOR DE JUSTIÇA – 2017)

A respeito de partidos políticos, assinale a opção correta.

a) Os partidos políticos podem utilizar os recursos do fundo partidário para pagar multas
eleitorais decorrentes de infração à Lei das Eleições.

b) Os partidos políticos não são obrigados a cumprir exigências licitatórias para contratar e
realizar despesas com recursos do fundo partidário.

c) O partido político adquire personalidade jurídica com o registro de seu estatuto no TSE.

d) As contas partidárias que forem desaprovadas não poderão receber novas cotas do fundo
partidário até que sejam regularizadas.

COMENTÁRIOS:

a) Em resposta à Consulta 3677, respondida na sessão de 07/06/2016, o Tribunal Superior Eleitoral


afirmou que os recursos recebidos do Fundo Partidário são vinculados, devendo ser utilizados para
o custeio de atividades partidárias. Desse modo, é vedada a utilização de recursos do Fundo
Partidário para pagamento de multas eleitorais, decorrentes de infração à Lei das Eleições.
Enunciado incorreto!

b) Os partidos políticos não estão obrigados ao cumprimento das regras contidas na Lei 8.666/1993
no momento da realização de despesas com recursos do fundo partidário. Enunciado correto!

c) A personalidade jurídica do partido político é obtida com o registro perante o Cartório das Pessoas
Jurídicas do local de sua sede e não com o registro no Tribunal Superior Eleitoral. Enunciado
incorreto!

d) A desaprovação de contas partidárias não impede o recebimento de novos recursos do fundo


partidário. Por sua vez, dispõe o art. 37-A, da Lei 9.096/1995, que “a falta de prestação de contas
implicará a suspensão de novas cotas do Fundo Partidário enquanto perdurar a inadimplência e
sujeitará os responsáveis às penas da lei”. Enunciado incorreto!

Gabarito: “B”.

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14. (FCC – TJ SC – JUIZ DE DIREITO – 2017 - adaptada)

A incorporação de partido político


a) somente é cabível em relação a partidos políticos que tenham obtido registro definitivo do
Tribunal Superior Eleitoral há, pelo menos, 5 (cinco) anos.
b) exige que os órgãos nacionais de deliberação dos partidos políticos envolvidos na
incorporação aprovem, em reunião conjunta, por maioria absoluta, novos estatutos e
programas, bem como elejam novo órgão de direção nacional ao qual caberá promover o
registro da incorporação.
c) não implica eleição de novo órgão de direção nacional, mantendo-se o mandato e a
composição do órgão de direção nacional da agremiação partidária incorporadora.
d) condiciona a existência legal da nova agremiação partidária ao registro, no Ofício Civil
competente da Capital Federal, dos novos estatutos e programas, cujo requerimento deve ser
acompanhado das atas das decisões dos órgãos competentes.
e) não autoriza a soma dos votos obtidos na última eleição geral para a Câmara dos Deputados
pelos partidos incorporados, para efeito da distribuição dos recursos do Fundo Partidário e do
acesso gratuito ao rádio e à televisão.

RESOLUÇÃO

a) O enunciado foi extraído do art. 29, § 9º, da Lei 9.096/1995, que é expresso ao afirmar que
“somente será admitida a fusão ou incorporação de partidos políticos que hajam obtido o registro
definitivo do Tribunal Superior Eleitoral há, pelo menos, 5 (cinco) anos”. A delimitação de prazo
mínimo teve a finalidade de diminuir a proliferação de novos partidos políticos que, logo após a
criação, submetiam-se a processos de incorporação ou fusão. Enunciado correto!

b) Nos termos do art. 29, § 2º, da Lei 9.096/1995, “no caso de incorporação, observada a lei civil,
caberá ao partido incorporando deliberar por maioria absoluta de votos, em seu órgão nacional de
deliberação, sobre a adoção do estatuto e do programa de outra agremiação”. Nesse caso, resta
claro que não haverá a criação de novo estatuto ou programa partidário. Enunciado incorreto!

c) No caso de incorporação, adotados o estatuto e o programa do partido incorporador, realizar-se-


á, em reunião conjunta dos órgãos nacionais de deliberação, a eleição do novo órgão de direção
nacional (Lei 9.096/1995, art. 29, § 3º). Enunciado incorreto!

d) Como não será criado novo estatuto e/ou programa partidário, não há que se falar em “nova”
agremiação partidária. Suponhamos que o PX esteja incorporando o PY. Nesse caso, o PY deixará de
existir, enquanto o PX continuará vigente, recebendo a filiação dos eleitores que integravam o
quadro do PY. Ademais, deve ficar claro que o registro não precisa ser feito no Cartório de Registro
das Pessoas Jurídicas da capital federal, mas da sede do partido. Enunciado incorreto!

e) A Lei 9.096/1995, em seu art. 30, § 7º, dispõe que “havendo fusão ou incorporação, devem ser
somados exclusivamente os votos dos partidos fundidos ou incorporados obtidos na última eleição

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geral para a Câmara dos Deputados, para efeito da distribuição dos recursos do Fundo Partidário e
do acesso gratuito ao rádio e à televisão”. Enunciado incorreto!

Gabarito: “A”.

15. (CESPE – TRE PE – ANALISTA JUDICIÁRIO – 2017)

Assinale a opção correta a respeito da prestação de contas partidária.

a) A desaprovação de suas contas sujeita o partido à suspensão do repasse de novas quotas do


Fundo Partidário.

b) A obrigação de prestar contas à justiça eleitoral atinge todos os órgãos partidários


municipais, inclusive aqueles que não hajam movimentado recursos financeiros ou arrecadado
bens estimáveis em dinheiro.

c) A desaprovação das contas do partido impede sua participação no processo eleitoral


subsequente.

d) Caso, no exame das contas, seja constatado recurso de origem não mencionada, o partido
ficará sujeito à suspensão do repasse de novas quotas do Fundo Partidário.

e) Partidos políticos podem receber recursos provenientes de entidades sindicais.

COMENTÁRIOS:

a) A Lei 9.096/1995, em seu art. 37, dispõe que “a desaprovação das contas do partido implicará
exclusivamente a sanção de devolução da importância apontada como irregular, acrescida de multa
de até 20% (vinte por cento)”. Diante disso, pode-se afirmar que mesmo o partido com contas
desaprovadas pode receber recursos do fundo partidário. Enunciado incorreto!

b) Os órgãos partidários municipais que não tenham movimentado recursos financeiros ou


arrecadado bens estimáveis em dinheiro ficam desobrigados de prestar contas à Justiça Eleitoral,
exigindo-se do responsável partidário, até o dia 30 de junho, apenas a apresentação de declaração
da ausência de movimentação de recursos nesse período. Enunciado incorreto!

c) A Lei 9.096/1995, em seu art. 33, § 5º, dispõe que “a desaprovação da prestação de contas do
partido não ensejará sanção alguma que o impeça de participar do pleito eleitoral”. Enunciado
incorreto!

d) O art. 36, I, da Lei 9.096/1995, dispõe que “no caso de recursos de origem não mencionada ou
esclarecida, fica suspenso o recebimento das quotas do Fundo Partidário até que o esclarecimento
seja aceito pela Justiça Eleitoral”, isto é, por prazo indeterminado.

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Suponhamos que o partido tenha recebido, em sua conta corrente bancária, uma doação não
identificada no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais). Nesse caso, como a agremiação não conseguiu
identificar o nome do depositante (doador), não poderá utilizar o recurso, sendo obrigada a
depositá-lo em conta corrente da União, por meio do pagamento de uma GRU – Guia de
Recolhimento da União. Enunciado correto!

e) Partidos políticos não podem receber recursos financeiros e/ou doações de quaisquer pessoas
jurídicas, inclusive (e principalmente) entidades sindicais. Enunciado incorreto!

Gabarito: “D”.

16. (CESPE – TRE PE – ANALISTA JUDICIÁRIO – 2017)

Relativamente às condições para criação, funcionamento e financiamento dos partidos


políticos, assinale a opção correta.

a) A mudança substancial ou o desvio reiterado do programa partidário, a ocorrência de grave


discriminação política e pessoal e a filiação a um partido recém-criado são justa causa para
desfiliação dos detentores de mandato.

b) A maior parte dos recursos do Fundo Partidário é distribuída aos partidos políticos na
proporção das cadeiras conquistadas na última eleição geral para a Câmara dos Deputados,
devendo ser consideradas, em qualquer hipótese, as mudanças de filiação partidária.

c) Ao menos 25% dos recursos do Fundo Partidário devem ser aplicados na criação e
manutenção de instituto ou fundação de pesquisa e de doutrinação e educação política e na
criação e manutenção de programas de promoção e difusão da participação política das
mulheres.

d) O tempo de acesso dos partidos políticos ao rádio e à televisão, para propaganda partidária,
é distribuído proporcionalmente ao número de mulheres eleitas pelo partido na última eleição
geral para a Câmara dos Deputados.

e) As listas de apoio à criação de um novo partido, para fins de registro do estatuto da nova
sigla no Tribunal Superior Eleitoral, deverão ser assinadas por um percentual mínimo de
eleitores já filiados a partidos políticos.

COMENTÁRIOS:

a) A Lei 9.095/1995, em seu art. 22-A, afirma que podem ser consideradas como hipóteses de justa
causa, para a desfiliação partidária sem perda do mandato eletivo, somente as seguintes hipóteses:
I – mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário; II – grave discriminação política
pessoal; e III – mudança de partido efetuada durante o período de trinta dias que antecede o prazo

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de filiação exigido em lei para concorrer à eleição, majoritária ou proporcional, ao término do
mandato vigente.

Sendo assim, constata-se que a filiação a partido recém-criado não é mais hipótese de justa causa,
conforme constava no texto da Resolução TSE nº 22.610/2007. Enunciado incorreto!

b) Nos termos do art. 41-A, II, parágrafo único, da Lei 9.096/1995, para efeito de distribuição de
recursos do fundo partidário, proporcionalmente aos votos obtidos na última eleição para a Câmara
dos Deputados, serão desconsideradas as mudanças de filiação partidária em quaisquer hipóteses.
Enunciado incorreto!

c) Esse é o conteúdo que consta expressamente no art. 44, IV e V, da Lei 9.096/1995. Enunciado
correto!

d) O tempo de propaganda partidária gratuita é dividido entre os partidos em conformidade com as


regras contidas no art. 50-B, §1º, da Lei dos Partidos. Nessas regras, não há vinculação com o número
de mulheres eleitas na Câmara dos Deputados. Enunciado incorreto!

e) Eleitores que sejam filiados a partidos políticos não podem apoiar (assinar a ficha de apoio) a
criação de novos partidos políticos, nos termos do art. 7º da Lei 9.096/1995. Enunciado incorreto!

Gabarito: “C”.

17. (CESPE – TRE PE – ANALISTA JUDICIÁRIO – 2017)

A respeito da organização de partidos políticos, assinale a opção correta.

a) Desde que haja disposição estatutária nesse sentido, partidos poderão aceitar como filiados
menores de dezesseis anos de idade.

b) O partido político que promover o conflito entre grupos de cidadãos brasileiros poderá
sofrer o cancelamento do seu registro civil.

c) O processo de fusão de partidos exige a elaboração conjunta de estatutos e programas por


parte dos órgãos de direção dos partidos envolvidos.

d) Não incidem restrições legais sobre a fusão ou incorporação de partidos políticos.

e) É vedado aos partidos políticos estabelecer nos seus estatutos prazos de filiação partidária
superiores aos previstos na lei para fins de candidaturas a cargos eletivos.

COMENTÁRIOS:

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a) A idade mínima para que uma pessoa adquira a capacidade eleitoral ativa é 16 anos. Desse modo,
nos termos da jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral, a idade mínima para se filiar a um
partido é 16 anos, sendo vedada a filiação de uma pessoa menor de 16 anos. Enunciado incorreto!

b) Não há qualquer dispositivo legal que mencione a possibilidade de cancelamento de registro civil,
de partido político, em virtude de promoção de conflito entre grupos de cidadãos. E não teria
fundamento razoável tal penalização, pois esses conflitos podem existir em função de divergências
ideológicas ou partidárias, sendo toleráveis e aceitáveis. Enunciado incorreto!

c) Os órgãos nacionais de deliberação dos partidos em processo de fusão votarão em reunião


conjunta, por maioria absoluta, os projetos, e elegerão o órgão de direção nacional que promoverá
o registro do novo partido. Enunciado correto!

d) O art. 29, da Lei 9.096/1995, dispõe que “somente será admitida a fusão ou incorporação de
partidos políticos que hajam obtido o registro definitivo do TSE há, pelo menos, 5 anos”. Em outras
palavras, pode-se afirmar que apenas os partidos que possuem, no mínimo, cinco anos de existência,
podem se submeter a um processo de fusão e/ou incorporação. Nesses termos, não há dúvidas de
que se trata de uma limitação imposta legalmente. Enunciado incorreto!

e) A legislação eleitoral dispõe que o prazo mínimo de filiação partidária, para que o eleitor possa
disputar cargo eletivo por partido político, é de 6 (seis) meses. Todavia, não há qualquer proibição
à fixação de um prazo maior (um ano, por exemplo), no estatuto da agremiação partidária.
Enunciado incorreto!

Gabarito: “C”.

18. (CESPE – TRE PE – ANALISTA JUDICIÁRIO – 2017 - adaptada)

Acerca de partidos políticos, assinale a opção correta.

a) A fusão de dois partidos não é causa para o cancelamento de seus registros originais junto
ao ofício civil e ao tribunal regional eleitoral.

b) O detentor de mandato eletivo que se desfiliar sem justa causa do partido pelo qual foi eleito
perderá o mandato.

c) A responsabilidade por violação dos deveres partidários deve ser apurada e punida pelo
Ministério Público.

d) Para ter acesso gratuito à televisão, o partido deve ter registrado seu estatuto no tribunal
regional eleitoral.

e) O requerimento do registro de partido deve ser dirigido a cartório do registro civil das
pessoas jurídicas da capital do estado de registro.

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COMENTÁRIOS:

a) A fusão entre dois partidos políticos enseja o cancelamento dos respectivos registros perante o
Cartório de Registro das Pessoas Jurídicas e, também, junto ao Tribunal Superior Eleitoral, pois, como
consequência da fusão, criar-se-á uma nova agremiação partidária. Enunciado incorreto!

b) Atualmente vigora no âmbito do Supremo Tribunal Federal o entendimento de que o mandato do


parlamentar pertence ao partido político, portanto, no caso de pedido de cancelamento de filiação
e/ou mudança de agremiação, o envolvido está sujeito à perda do mandato eletivo. Essa é a regra
geral. Enunciado correto!

c) Por se tratar de entidade regida pelo direito privado, com autonomia assegurada expressamente
pelo texto constitucional, a Justiça Eleitoral ou Ministério Público não podem se intrometer em
atividades internas do partido políticos (interna corporis). Eventuais violações aos deveres
partidários devem ser apuradas internamente, pela própria agremiação. Enunciado incorreto!

d) Para ter acesso gratuito ao rádio e/ou televisão, o partido deve ter o seu estatuto registrado no
Tribunal Superior Eleitoral, órgão máximo da Justiça Eleitoral. Enunciado incorreto!

e) O requerimento do registro de partido político deve ser dirigido ao Cartório das Pessoas Jurídicas
da sede da agremiação e não mais para o Cartório da Capital Federal. Enunciado incorreto!

Gabarito: “B”.

19. (CESPE – TRE PE – TÉCNICO JUDICIÁRIO – 2017)

Com relação a partidos políticos, assinale a opção correta.

a) O partido político é pessoa jurídica de direto público destinada a assegurar a autenticidade


do sistema representativo e a defesa dos direitos fundamentais.

b) Em ano de eleição, é facultado ao partido político alterar, em seu estatuto, os prazos de


filiação partidária.

c) Apenas o eleitor em pleno gozo de seus direitos políticos pode filiar-se a partido.

d) Para desligar-se do partido, o filiado tem de fazer comunicação escrita ao órgão de direção
regional desse partido e ao tribunal regional eleitoral.

e) Com o registro do estatuto do partido no registro civil das pessoas jurídicas fica-lhe
assegurada a exclusividade de uso dos seguintes elementos identificatórios: denominação,
sigla, símbolos e uniforme.

COMENTÁRIOS:

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a) Acho que você já percebeu como as bancas “adoram” afirmar que os partidos políticos possuem
personalidade jurídica de direito público, né?! Nem no sonho você pode errar uma questão sobre
esse tema: partidos políticos, sem exceção, possuem personalidade jurídica de direito privado.
Enunciado incorreto!

b) Os prazos de filiação partidária, fixados no estatuto do partido, com vistas à candidatura a cargos
eletivos, não podem ser alterados no ano da eleição. É o que dispõe o art. 20, parágrafo único, da
Lei 9.096/1995. Em regra, esse é o entendimento que você tem que levar para as provas de
concursos públicos. Enunciado incorreto!

c) A Lei 9.096/1995, em seu art. 16, dispõe expressamente que “só pode filiar-se a partido o eleitor
que estiver no pleno gozo de seus direitos políticos”. Todavia, deve ficar claro o Tribunal Superior
Eleitoral possui entendimento no sentido de que “a inelegibilidade não impede a filiação
partidária”. Em outras palavras, se o eleitor for considerado inelegível, mas ainda possuir a
capacidade eleitoral ativa (possibilidade de votar), poderá filiar-se a partido político. Enunciado
correto!

d) Para desligar-se do partido, o filiado faz comunicação escrita ao órgão de direção municipal e ao
juiz eleitoral da zona em que for inscrito. Esse é o mandamento contido no art. 21 da Lei 9.096/1995.
Enunciado incorreto!

e) Nos termos do art. 7º, §3º, da Lei 9.096/1995, apenas o registro do estatuto do partido no Tribunal
Superior Eleitoral assegura a exclusividade da sua denominação, sigla e símbolos, vedada a
utilização, por outros partidos, de variações que venham a induzir a erro ou confusão. Entretanto,
destaca-se que o art. 6º da Lei 9.096/1995 veda a adoção de uniforme para os seus membros.
Enunciado incorreto!

Gabarito: “C”.

20. (CESPE – TRE PE – TÉCNICO JUDICIÁRIO – 2017)

Acerca de partidos políticos, assinale a opção correta.

a) O partido político tem soberania para definir sua estrutura interna.

b) Filiados mais antigos podem ter mais direitos que os recentes, desde que assim seja previsto
no estatuto do partido político.

c) Os órgãos de direção nacional dos partidos políticos terão pleno acesso às informações de
seus filiados constantes do cadastro eleitoral.

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d) A ação do partido é exercida de acordo com seu estatuto e programa, podendo haver
subordinação da agremiação a entidade estrangeira, desde que expressamente consignado em
referidos documentos.

e) É vedada a fusão de partidos políticos.

COMENTÁRIOS:

a) Não é correto afirmar que o partido político possui soberania para definir sua estrutura interna,
pois essa expressão possui sentido muito amplo. O texto constitucional assegura autonomia às
agremiações partidárias, que deverão observar várias limitações previstas na Constituição Federal
de 1988 e na legislação eleitoral vigente. Enunciado incorreto1

b) A Lei 9.096/1995, em seu art. 4º, dispõe expressamente que “os filiados de um partido político
têm iguais direitos e deveres”. Enunciado incorreto!

c) Esse é o mandamento contido na Lei 9.096/1995, mais precisamente em seu art. 19, § 3º. Todavia,
deve ficar claro que o acesso se limitará às informações de seus filiados e não de todos os eleitores.
Enunciado correto!

d) As agremiações partidárias não podem se submeter a governos ou entidades estrangeiras, sob


pena de grave risco à soberania nacional. Enunciado incorreto.

e) Os partidos políticos são livres para promover fusões e/ou incorporações entre si, desde que
respeitadas as condições impostas pela Lei 9.096/1995. Enunciado incorreto!

Gabarito: “C”.

21. (PGR – PGR – PROCURADOR DA REPÚBLICA – 2017)

O julgamento da ação de perda de mandato eletivo por infidelidade partidária, proposta contra
agente público que exerce o cargo de vereador, compete:
a) ao juiz eleitoral, e contra a sentença que decretar a perda do mandato cabe recurso para o
Tribunal Regional Eleitoral;
b) ao Tribunal Regional Eleitoral e contra o acórdão que decretar a perda do mandato cabe
recurso ordinário para o Tribunal Superior Eleitoral;
c) ao juízo de direito do Estado, pois a matéria não repercute sobre o processo eleitoral, e
contra a sentença cabe apelação para o Tribunal de Justiça;
d) ao Tribunal Regional Eleitoral e contra o acórdão que decretar a perda do mandato cabe
recurso especial para o Tribunal Superior Eleitoral.

COMENTÁRIOS:

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a) A Resolução TSE nº 22.610/2007, em seu art. 2º, dispõe que “o Tribunal Superior Eleitoral é
competente para processar e julgar pedido relativo a mandato federal; nos demais casos, é
competente o tribunal eleitoral do respectivo estado”. Desse modo, fica claro que o Juiz Eleitoral
não possui competência para processar e julgar ações declaratórias de perda de mandato eletivo
por infidelidade partidária. Enunciado incorreto!

b) A competência para processar e julgar ação de perda de mandato eletivo por infidelidade
partidária, proposta em face de vereador, realmente é do Tribunal Regional Eleitoral. Todavia,
contra a decisão não cabe recurso ordinário para o Tribunal Superior Eleitoral, apenas recurso
especial, nas hipóteses previstas no art. 121, § 4º, I e II, da Constituição Federal de 1988. Enunciado
incorreto!

c) As eventuais ações que versem sobre perda de mandato eletivo, decorrentes de infidelidade
partidária, devem ser processadas e julgadas na Justiça Eleitoral. Enunciado incorreto!

d) Eis o entendimento que deve ser levado para a prova. Lembre-se de que o recurso ordinário
apenas pode ser proposto nas hipóteses contidas no art. 121, § 4º, III, IV e V, da CF/1988, a saber:
(...) III - versarem sobre inelegibilidade ou expedição de diplomas nas eleições federais ou estaduais;
IV - anularem diplomas ou decretarem a perda de mandatos eletivos federais ou estaduais; V -
denegarem habeas corpus, mandado de segurança, habeas data ou mandado de injunção.
Enunciado correto!

Gabarito: “D”.

22. (FCC/TRE SP – ANALISTA JUDICIÁRIO – 2017)

Clodoaldo é detentor do mandato de Vereador, tendo sido eleito pelo partido político A, ao
qual era filiado. Ocorre que, em razão de ter sofrido grave discriminação política pessoal,
desfiliou-se do referido partido. Clodoaldo,

a) perderá o mandato apenas se a desfiliação partidária ocorrer durante os dois primeiros anos
de seu mandato.

b) perderá o mandato, pois o motivo referido não caracteriza justa causa para a desfiliação
partidária.

c) não perderá o mandato, pois a desfiliação partidária independe de justa causa para ocorrer.

d) perderá o mandato, ainda que caracterizada a justa causa para a desfiliação partidária.

e) não perderá o mandato, pois o motivo referido caracteriza justa causa para a desfiliação
partidária.

COMENTÁRIOS:

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a) Clodoaldo não perderá o mandato, ainda que a desfiliação ocorra durante os dois primeiros anos
de seu mandato, pois a “grave discriminação política pessoal” é justa causa para a desfiliação
partidária, prevista no art. 22-A da Lei 9.096/1995. Enunciado incorreto!

b) A Lei 9.096/1995, em seu art. 22-A, dispõe que são consideradas justa causa para a desfiliação
partidária as seguintes hipóteses: I – mudança substancial ou desvio reiterado do programa
partidário; II – grave discriminação política pessoal; e III – mudança de partido efetuada durante o
período de trinta dias que antecede o prazo de filiação exigido em lei para concorrer à eleição,
majoritária ou proporcional, ao término do mandato vigente. Enunciado incorreto!

c) Em regra, perderá o mandato o detentor de cargo eletivo que se desfiliar, sem justa causa, do
partido pelo qual foi eleito. Enunciado incorreto!

d) Por óbvio, caso exista uma justa causa para a desfiliação, a exemplo da grave discriminação
política pessoal, Clodoaldo não perderá o mandato. Enunciado incorreto!

e) O enunciado está em conformidade com o teor do art. 22-A da Lei 9.096/1995, portanto, deve ser
considerado correto!

Gabarito: “E”.

23. (FCC/TRE SP – TÉCNICO JUDICIÁRIO – 2017)

Ieda foi orientada a estudar a Lei n° 9.096/95 para o concurso que irá prestar. Descobriu que,
destinando-se a assegurar, no interesse do regime democrático, a autenticidade do sistema
representativo e a defender os direitos fundamentais definidos na Constituição Federal, o
partido político é pessoa jurídica de direito

a) privado, sendo livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos cujos
programas respeitem a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo e os
direitos fundamentais da pessoa humana.

b) público interno, sendo livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos
cujos programas respeitem a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo e
os direitos fundamentais da pessoa humana.

c) público externo, sendo livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos
cujos programas respeitem a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo e
os direitos fundamentais da pessoa humana.

d) público, interno ou externo, dependendo do seu estatuto, sendo livre a criação, fusão,
incorporação e extinção de partidos políticos cujos programas respeitem a soberania nacional,
o regime democrático, o pluripartidarismo e os direitos fundamentais da pessoa humana.

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e) privado ou de direito público interno, dependendo do seu estatuto, sendo livre a criação,
fusão, incorporação e extinção de partidos políticos cujos programas respeitem a soberania
nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo e os direitos fundamentais da pessoa
humana.

COMENTÁRIOS:

Eis uma questão muito fácil, que simplesmente reproduziu o inteiro teor do art. 1º da Lei
9.096/1995, que dispõe claramente que “o partido político, pessoa jurídica de direito privado,
destina-se a assegurar, no interesse do regime democrático, a autenticidade do sistema
representativo e a defender os direitos fundamentais definidos na Constituição Federal”.

A propósito, destaca-se que os partidos políticos não se equiparam às entidades paraestatais e nem
integram a Administração Pública brasileira. Em virtude de possuírem personalidade jurídica de
direito privado, não gozam das prerrogativas que são asseguradas às entidades estatais e
administrativas de direito público.

Gabarito: “A”.

24. (FCC/TRE SP – ANALISTA JUDICIÁRIO – 2017)

Gilberto foi eleito Deputado Estadual pelo partido político “W” e deseja se candidatar a
Vereador nas próximas eleições pelo partido “Y”. De acordo com a Lei nº 9.096/1995, Gilberto

a) poderá efetuar a mudança de partido, sem perder o mandato, sempre que assim desejar,
desde que o partido ao qual pretende se filiar tenha integrado a coligação pela qual ele foi
eleito.

b) poderá desfiliar-se de seu partido político sem perder o mandato apenas nas hipóteses de
mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário.

c) poderá desfiliar-se de seu partido político sem perder o mandato apenas na hipótese de
grave discriminação política pessoal.

d) não poderá concorrer às próximas eleições por outro partido político, sendo permitida sua
desfiliação, apenas seis meses após o término de seu mandato, sob pena de pagamento de
multa e de inelegibilidade por oito anos.

e) poderá efetuar a mudança de partido durante o período de 30 dias que antecede o prazo de
filiação exigido em lei para concorrer à eleição, ao término do mandato vigente, não perdendo
o seu mandato.

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COMENTÁRIOS:

a) Em regra, perderá o mandato o detentor de cargo eletivo que se desfiliar, sem justa causa, do
partido pelo qual foi eleito. O fato de o partido ao qual pretende se filiar ter integrado a coligação
pela qual ele foi eleito não muda, em nada, as regras de fidelidade partidária. Enunciado incorreto!

b) A Lei 9.096/1995, em seu art. 22-A, dispõe que são consideradas justa causa para a desfiliação
partidária as seguintes hipóteses: I – mudança substancial ou desvio reiterado do programa
partidário; II – grave discriminação política pessoal; e III – mudança de partido efetuada durante o
período de trinta dias que antecede o prazo de filiação exigido em lei para concorrer à eleição,
majoritária ou proporcional, ao término do mandato vigente. Enunciado incorreto!

c) O art. 22-A, da Lei 9.096/1995, relaciona 3 (três) hipóteses que podem ensejar justa causa para
desfiliação de partido político, sem perda de mandato eletivo. Enunciado incorreto!

d) Gilberto pode disputar a eleição para o cargo de vereador por outro partido, desde que comprove
a existência de justa causa, para desfiliação do partido político pelo qual foi eleito, ou simplesmente
abra mão do mandato eletivo de Deputado Estadual. Enunciado incorreto!

e) O enunciado ficou bem confuso e, na minha opinião, a questão deveria ter sido anulada. Perceba
que o texto deixa claro que Gilberto foi eleito Deputado Estadual, portanto, quando a eleição para
vereador acontecer, Gilberto estará na metade de seu mandato. Existe sim uma possibilidade de
titulares de cargos eletivos se desligarem dos respectivos partidos, sem que fique caracterizada a
infidelidade partidária, no sétimo mês antes do pleito (durante o prazo de trinta dias). Essa hipótese
é chamada de janela partidária. Entretanto, em ano de eleição para vereador, somente os titulares
desse cargo eletivo podem ser valer da janela partidária (o que não é o caso de Gilberto). Da mesma
forma, em ano de eleição para Deputado, ocupantes do cargo de vereador não podem se beneficiar
da janela partidária. Essa é a falha do enunciado. Contudo, a banca o considerou correto!

Gabarito: “E”.

25. (FCC/TRE SP – ANALISTA JUDICIÁRIO – 2017)

No que tange à prestação de contas de partido político, segundo a Lei Federal n° 9.096/1995,
a desaprovação das contas do partido implicará sanção de

a) aplicação de multa de 30% sobre a importância apontada como irregular.

b) devolução da importância apontada como irregular acrescida de multa de até 20%.

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c) suspensão do registro partidário e aplicação de multa de 40% sobre a importância apontada
como irregular.

d) aplicação de multa de 40%, sobre importância recebida de forma irregular.

e) suspensão de participar de pleito eleitoral, enquanto não sanada as irregularidades


apontadas na prestação de contas.

COMENTÁRIOS:

Eis uma questão que versa sobre dispositivo que não é muito cobrado em provas de concursos
públicos, o que fez com que muitos candidatos a errassem.

Observe que as alternativas foram elaboradas com fundamento no art. 37 da Lei 9.096/1995, que
assim dispõe: “a desaprovação das contas do partido implicará exclusivamente a sanção de
devolução da importância apontada como irregular, acrescida de multa de até 20% (vinte por
cento)”. As quatro primeiras alternativas simplesmente fazem referência ao percentual da multa
que pode ser aplicada no caso de desaprovação (20%).

Em relação à alternativa “e”, deve ficar claro que o art. 32, § 5º, da Lei 9.096/1995 afirma que “a
desaprovação da prestação de contas do partido não ensejará sanção alguma que o impeça de
participar do pleito eleitoral”.

Gabarito: “B”.

26. (CESPE/PC GO – DELEGADO DE POLÍCIA – 2017)

Em cada uma das próximas opções, é apresentada uma situação hipotética, seguida de uma
assertiva a ser julgada conforme a Lei n.º 9.096/1995. Assinale a opção que apresenta a
assertiva correta.

a) Um grupo de eleitores encaminhou pedido de registro do estatuto do partido político Y (PY)


ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Nessa situação, o TSE somente poderá deferir o registro
depois de publicadas as normas que regerão o PY, devido ao fato de os partidos políticos serem
pessoas jurídicas de direito público sujeitas ao princípio da publicidade.

b) O partido político W (PW) estabeleceu em seu estatuto que somente poderiam concorrer a
cargos eletivos os candidatos que tivessem mais de dois anos de filiação partidária. Nessa
situação, os filiados do PW deverão cumprir o estabelecido na referida determinação
estatutária, uma vez que é facultado aos partidos estabelecer prazos de filiação superiores aos
previstos em lei.

c) O partido político Z (PZ) requereu o registro do seu estatuto no Tribunal Superior Eleitoral
(TSE), tendo juntado ao pedido documentos comprobatórios de apoiamento de eleitores,

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todos filiados a partidos políticos e com representantes das diversas unidades da Federação,
inclusive do DF. Nessa situação, o TSE deverá deferir o pedido de registro do estatuto do PZ em
caráter nacional.

d) Um deputado federal pretende desfiliar-se do partido político A, em razão da criação do


partido político B, ao qual ele pretende filiar-se. Nessa situação, é possível a troca de partido
sem perda do cargo parlamentar, pois a criação de um novo partido político é justa causa para
desfiliação partidária.

e) Um eleitor, já filiado ao partido político X, filiou-se também a outro partido. Tal situação
caracteriza dupla filiação, e ambas as filiações serão consideradas nulas para todos os efeitos
legais.

COMENTÁRIOS:

a) Muito tranquila a afirmativa, né? Tenho certeza de que você sabe, de cor e salteado, que os
partidos políticos possuem personalidade jurídica de direito privado, portanto, não estão
submetidos aos princípios da Administração Pública. Enunciado incorreto!

b) A Lei 9.504/1997, em seu art. 9º, dispõe que “para concorrer às eleições, o candidato deverá
possuir domicílio eleitoral na respectiva circunscrição pelo prazo de seis meses e estar com a filiação
deferida pelo partido no mesmo prazo”. Perceba que a legislação apenas se refere a um prazo
mínimo de filiação partidária (seis meses), portanto, os partidos podem estabelecer prazos maiores
em seus respectivos estatutos. Enunciado correto!

c) No caso em análise, o Tribunal Superior Eleitoral deve indeferir o requerimento de registro da


agremiação partidária, pois não podem assinar as fichas de apoiamento eleitores que já sejam
filiados a outros partidos políticos (Lei 9.096/1995, art. 7º, § 1º). Enunciado incorreto!

d) Com a publicação da Lei 13.165/2015, que inseriu o art. 22-A na Lei 9.096/1995, a criação de um
novo partido político não é mais considerada justa causa para desfiliação partidária. Essa hipótese
constava na Resolução TSE nº 22.610/2007, cujos artigos que tratavam dessa e outras hipóteses
perderam eficácia. Enunciado incorreto!

e) Nesse caso, dispõe o art. 22, parágrafo único, da Lei 9.096/1995, que “prevalecerá a mais recente,
devendo a Justiça Eleitoral determinar o cancelamento das demais”. Enunciado incorreto!

Gabarito: “B”.

27. (VUNESP – PREF. DE ALUMÍNIO – PROCURADOR – 2016)

Sobre o sistema eleitoral brasileiro e a filiação partidária, assinale a alternativa correta.

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a) Estão permitidas as candidaturas avulsas, desde que o candidato esteja no gozo de seus
direitos políticos.

b) Para concorrer a cargo eletivo, a filiação partidária deverá ocorrer, pelo menos, um ano
antes do pleito.

c) Para se desligar de partido, o filiado deve comunicar por escrito o órgão de direção municipal
e o Juiz Eleitoral da Zona em que for inscrito.

d) Na existência de dupla filiação partidária, ambas são consideradas nulas para todos os
efeitos.

e) Não perderá o mandato o detentor de cargo eletivo que se desfiliar do partido pelo qual foi
eleito, exceto se concorrer a cargo no executivo.

COMENTÁRIOS:

a) A Lei 9.504/1997, em seu art. 11, § 14, dispõe que “é vedado o registro de candidatura avulsa,
ainda que o requerente tenha filiação partidária”. Em outras palavras, pode-se afirmar que para
disputar um cargo eletivo, o eleitor tem que ser filiado ao partido político e ser escolhido em
convenção partidária. Enunciado incorreto!

b) A Lei 9.504/1997, em seu art. 9º, dispõe que “para concorrer às eleições, o candidato deverá
possuir domicílio eleitoral na respectiva circunscrição pelo prazo de seis meses e estar com a filiação
deferida pelo partido no mesmo prazo”. Enunciado incorreto!

c) A Lei dos Partidos Políticos afirma expressamente, em seu art. 21 que “para desligar-se do partido,
o filiado faz comunicação escrita ao órgão de direção municipal e ao juiz eleitoral da zona em que
for inscrito”. A propósito, destaca-se que a Resolução TSE nº 23.117/2009, em seu art. 13, § 5º,
afirma que pode ser feita “a comunicação apenas ao juiz da zona eleitoral em que inscrito o filiado
na hipótese de inexistência de órgão municipal ou comprovada impossibilidade de localização do
representante do partido político”. Enunciado correto!

d) Nesse caso, dispõe o art. 22, parágrafo único, da Lei 9.096/1995, que “prevalecerá a mais recente,
devendo a Justiça Eleitoral determinar o cancelamento das demais”. Enunciado incorreto!

e) Atualmente vigora no âmbito do Supremo Tribunal Federal o entendimento de que o mandato do


parlamentar pertence ao partido político, portanto, no caso de pedido de cancelamento de filiação
e/ou mudança de agremiação, o envolvido está sujeito à perda do mandato eletivo, ainda que
pretenda disputar um cargo eletivo no Poder Executivo.

Cuidado!! A Súmula 67 do Tribunal Superior Eleitoral dispõe que “a perda do mandato em razão da
desfiliação partidária não se aplica aos candidatos eleitos pelo sistema majoritário”. Nesse caso, se
Prefeitos, Governadores, Senadores ou Presidente da República podem se desligar livremente dos
partidos pelos quais foram eleitos, não caracterizando infidelidade partidária. Enunciado incorreto!

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Gabarito: “C”.

28. (CESPE/PC PE – DELEGADO DE POLÍCIA – 2017)

De acordo com as disposições preliminares da Lei dos Partidos Políticos — Lei n.º 9.096/1995
—, assinale a opção correta.

a) Para que determinado partido político de caráter nacional obtenha registro de seu estatuto
junto ao TSE, serão necessários, entre outros requisitos, o apoio de eleitores não filiados a
partidos políticos.

b) O partido político, adquire personalidade jurídica após o registro de seu estatuto junto ao
TSE.

c) O partido político poderá subordinar-se a entidades estrangeiras.

d) O pedido de registro de seu estatuto junto ao TSE, assegura aos partidos políticos a
exclusividade da sua denominação, da sua sigla e dos seus símbolos.

e) O STF considera os partidos políticos como pessoas jurídicas de direito público, devido ao
fato de eles receberem recursos do fundo partidário e de terem acesso gratuito ao rádio e à
televisão.

COMENTÁRIOS:

a) Somente eleitores que não sejam filiados a partidos políticos podem apoiar a criação de novas
agremiações. Esse “apoio” será concretizado por meio da assinatura em fichas específicas,
organizadas pelos partidos e depois entregues na Justiça Eleitoral, que se encarregará de verificar se
a assinatura contida na ficha de apoiamento se assemelha à existente no cadastro eleitoral.
Enunciado correto!

b) A personalidade jurídica será obtida pelo partido político com o registro perante o Cartório das
Pessoas Jurídicas do local de sua sede. Enunciado incorreto!

c) O recebimento de recursos financeiros ou subordinação a entidades ou governos estrangeiros


pode ensejar violação à soberania nacional, em situações mais extremas. Sendo assim, tanto a
Constitucional Federal de 1988 quanto a Lei 9.096/1995 impõe essa vedação. Enunciado incorreto!

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d) Não é o simples pedido de registro junto ao TSE que assegura aos partidos políticos a exclusividade
da sua denominação, da sua sigla e dos seus símbolos. Na verdade, essa exclusividade apenas é
garantida com o deferimento do pedido de registro. Enunciado incorreto!

e) Mais uma vez, enunciado afirmando indevidamente que os partidos políticos possuem
personalidade jurídica de direito púbico, quando o correto é direito privado. Enunciado incorreto!

Gabarito: “A”.

29. (CESPE/PC PE – DELEGADO DE POLÍCIA – 2017)

Cada uma das próximas opções apresenta uma situação hipotética, seguida de uma assertiva
a ser julgada, de acordo com as normas de filiação partidária e à luz da Lei dos Partidos Políticos
— Lei n.º 9.096/1995. Assinale a opção que apresenta a assertiva correta.

a) Um vereador eleito por determinado partido político ao qual estava filiado requereu a sua
desfiliação, no período de trinta dias que antecede o prazo de filiação exigido pela legislação,
para concorrer à reeleição por outro partido político. O partido original indeferiu o seu pedido
de desfiliação e o ameaçou com a perda do mandato. Nessa situação, a atitude do partido foi
indevida, já que o vereador agiu em conformidade com as hipóteses de justa causa previstas
na legislação.

b) Determinado partido político pretende estabelecer, no ano eleitoral, prazo de filiação


partidária superior ao prazo previsto na legislação, com o propósito de orientar as inscrições
de seus futuros candidatos a cargos eletivos. Nessa situação, para executar a referida ação, é
suficiente que o partido altere seu estatuto, na forma da lei.

c) José, que jamais exerceu cargo eletivo, pretende, após ter sido filiado muitos anos a
determinado partido político, desfiliar-se do partido em questão. Nessa situação, é suficiente
que José requeira sua desfiliação junto ao órgão de direção municipal do partido.

d) O estatuto de determinado partido político elencou várias possibilidades de cancelamento


da filiação partidária, além das previstas na legislação. Nessa situação, há erro insanável no
estatuto do partido, que deveria ter previsto apenas as situações elencadas na legislação.

e) Um cidadão, filiado ao partido político X há mais de vinte anos, resolveu se filiar ao partido
político Y, sem, contudo, se desfiliar do partido X. Nessa situação, como ficou caracterizada a
dupla filiação partidária, ambas as filiações serão consideradas nulas, para todos os efeitos
legais.

COMENTÁRIOS:

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a) O inciso III, art. 22-A, da Lei 9.096/1995, apresenta como justa causa para a desfiliação a "mudança
de partido efetuada durante o período de trinta dias que antecede o prazo de filiação exigido em lei
para concorrer à eleição, majoritária ou proporcional, ao término do mandato vigente". O que se
constata da leitura do dispositivo é que a lei concedeu uma "carta branca" aos titulares de mandatos
eletivos proporcionais, possibilitando a mudança de partido, sem qualquer tipo de justificativa, no
ano da eleição, durante o prazo de 30 (trinta) dias, que acontecerá no sétimo mês antes da data da
eleição (janela partidária). Desse modo, não há dúvidas de que a atitude do partido político foi
indevida. Enunciado correto!

b) Os prazos de filiação partidária, fixados no estatuto do partido, com vistas à candidatura a cargos
eletivos, não podem ser alterados no ano da eleição. É o que dispõe o art. 20, parágrafo único, da
Lei 9.096/1995. Em regra, esse é o entendimento que você tem que levar para as provas de
concursos públicos. Enunciado incorreto!

c) A Lei dos Partidos Políticos afirma expressamente, em seu art. 21 que “para desligar-se do partido,
o filiado faz comunicação escrita ao órgão de direção municipal e ao juiz eleitoral da zona em que
for inscrito”. Enunciado incorreto!

d) A Lei 9.096/1995, em seu art. 22, dispõe que o cancelamento imediato da filiação partidária
verifica-se nos casos de: I – morte; II – perda dos direitos políticos; III – expulsão; IV – outras formas
previstas no estatuto, com comunicação obrigatória ao atingido no prazo de quarenta e oito horas
da decisão; e V – filiação a outro partido, desde que a pessoa comunique o fato ao juiz da respectiva
zona eleitoral. Nesse caso, constata-se que o próprio dispositivo legal outorgou ao partido político a
possibilidade de criar outras hipóteses de cancelamento da filiação. Enunciado incorreto!

e) Nesse caso, dispõe o art. 22, parágrafo único, da Lei 9.096/1995, que “prevalecerá a mais recente,
devendo a Justiça Eleitoral determinar o cancelamento das demais”. Enunciado incorreto!

Gabarito: “A”.

30. (MP SC – MP SC – PROMOTOR DE JUSTIÇA – 2017)

Julgue o seguinte enunciado.

Segundo a Lei dos Partidos Políticos, com redação acrescida pela Lei n. 13.165/15, nos casos
de ausência de movimentação de recursos financeiros ou de arrecadação de bens estimáveis
em dinheiro, os órgãos partidários municipais ficam desobrigados de prestar contas à Justiça
Eleitoral quanto ao respectivo exercício, exigindo-se do responsável partidário, todavia, a
apresentação de declaração da ausência de movimentação de recursos nesse período.

COMENTÁRIOS:

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Os órgãos partidários municipais que não tenham movimentado recursos financeiros ou arrecadado
bens estimáveis em dinheiro ficam desobrigados de prestar contas à Justiça Eleitoral, exigindo-se do
responsável partidário, até o dia 30 de junho, apenas a apresentação de declaração da ausência de
movimentação de recursos nesse período. Enunciado correto!

Gabarito: “Certo”.

31. (VUNESP – CÂMARA DE MARÍLIA – PROCURADOR – 2016) - Adaptada

Com relação aos partidos políticos, é correto afirmar que


a) a fusão ou incorporação de partidos políticos é admitida àqueles que obtiveram o registro
provisório perante o Tribunal Superior Eleitoral há pelo menos dois anos.
b) a desaprovação da prestação de contas do partido ensejará no impedimento de participação
do pleito eleitoral naquele período respectivo à eleição próxima a ser realizada.
c) é vedado ao partido receber, direta ou indiretamente, sob qualquer forma ou pretexto,
contribuição ou auxílio pecuniário ou estimável em dinheiro, inclusive através de publicidade
de qualquer espécie, procedente de entidade de classe ou sindical.
d) o Tribunal Superior Eleitoral dará prioridade ao partido político que possuir registro mais
antigo de sua criação, na hipótese de coincidência de data de formação de cadeia de
transmissão de propaganda partidária.
e) a propaganda partidária gratuita no rádio e na televisão é assegurada a todos os partidos
políticos de forma irrestrita, ficando as inserções às expensas da referida agremiação
partidária.

COMENTÁRIOS:

a) O art. 29, da Lei 9.096/1995, dispõe que “somente será admitida a fusão ou incorporação de
partidos políticos que hajam obtido o registro definitivo do TSE há, pelo menos, 5 anos”. Em outras
palavras, pode-se afirmar que apenas os partidos que possuem, no mínimo, cinco anos de existência,
podem se submeter a um processo de fusão e/ou incorporação. Enunciado incorreto!

b) A Lei 9.096/1995, em seu art. 33, § 5º, dispõe que “a desaprovação da prestação de contas do
partido não ensejará sanção alguma que o impeça de participar do pleito eleitoral”. Enunciado
incorreto!

c) Para responder às questões de prova, lembre-se de que qualquer tipo de doação de pessoa
jurídica a partido político está proibida, inclusive de entidades de classe ou sindical. Enunciado
correto!

d) Conforme art. 50-A, §5º da Lei 9.096/95, Se houver coincidência de data, a Justiça Eleitoral dará
prioridade ao partido político que apresentou o requerimento primeiro. Enunciado incorreto!

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e) Nos termos do art. 50-B, §1º, da Lei 9.096/95, os partidos políticos que tenham cumprido as
condições estabelecidas no §3º do art. 17 da Constituição Federal terão assegurado o direito de
acesso gratuito ao rádio e à televisão, na proporção de sua bancada eleita em cada eleição geral. Ou
seja, não é de forma irrestrita. Enunciado incorreto!

Gabarito: “C”.

32. (CESPE – TRT 8ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO – 2016)

Assinale a opção correta acerca do que dispõe a CF sobre partidos políticos.

a) Os partidos políticos possuem personalidade jurídica de direito público.

b) A previsão constitucional de que a lei regrará a função parlamentar autoriza o


estabelecimento, pela legislação infraconstitucional, de padrões mínimos de desempenho
eleitoral como condição para funcionamento do partido nas casas legislativas.

c) É inconstitucional, por ofensa ao pluripartidarismo e ao pluralismo político, a fixação de


proporcionalidade entre a representatividade partidária e a distribuição do fundo partidário e
do tempo na televisão e no rádio.

d) A exigência de caráter nacional dos partidos políticos visa resguardar o princípio federativo
da unidade nacional.

e) A vedação à utilização de organização paramilitar não obsta que os partidos, em razão da


autonomia que lhe é constitucionalmente assegurada, convencionem indumentária
uniformizada ou que estabeleçam, em seu âmbito interno, relação de comando e obediência
baseada em hierarquia rígida e fidelidade partidária.

COMENTÁRIOS:

a) Os partidos políticos, sem exceção, possuem personalidade jurídica de direito privado. Enunciado
incorreto!

b) Para responder às questões de prova, lembre-se sempre de que a cláusula de barreira não está
mais em vigor, pois foi declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal. Sendo assim, para
usufruírem do funcionamento parlamentar os partidos políticos não precisam alcançar nenhuma
quantidade mínima de votos nas eleições. Enunciado incorreto!

c) A Lei 9.096/1995, em seu art. 41-A, II, dispõe que 95% (noventa e cinco por cento) dos recursos
partidários serão distribuídos aos partidos na proporção dos votos obtidos na última eleição geral
para a Câmara dos Deputados. Enunciado incorreto!

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d) Não é admitida a criação de partidos políticos com a finalidade de atuar apenas em determinadas
cidades, Estados ou regiões (apesar de que, na prática, em virtude da pouca expressividade da
agremiação, isso acabe acontecendo). Essa exigência visa resguardar o princípio federativo da
unidade nacional. Enunciado correto!

e) O art. 6º da Lei 9.096/1995 veda a adoção de uniforme para os membros dos partidos políticos.
Enunciado incorreto!

Gabarito: “D”.

33. (CESPE – TJ AM – JUIZ DE DIREITO – 2016)

De acordo com as normas que regulam o funcionamento dos partidos políticos no Brasil,

a) não há restrições à fusão ou incorporação de partidos políticos que tenham obtido o registro
definitivo do TSE.

b) as mudanças de filiação partidária não são consideradas para efeito da distribuição dos
recursos do fundo partidário entre os partidos políticos.

c) o desvio reiterado do programa partidário, a grave discriminação política pessoal e a filiação


a novo partido são considerados justas causas de desfiliação de detentores de mandato eletivo.

d) o apoiamento de eleitores filiados a determinado partido político pode ser computado para
fins de registro do estatuto de um novo partido político.

e) o tempo de propaganda partidária gratuita no rádio e na televisão é distribuído entre todos


os partidos de forma igualitária, de modo a garantir o equilíbrio entre as agremiações, cabendo
ao TSE e aos TREs a determinação das inserções na programação as emissoras, conforme a
abrangência da direção partidária (nacional ou estadual/distrital).

COMENTÁRIOS:

a) O art. 29, da Lei 9.096/1995, dispõe que “somente será admitida a fusão ou incorporação de
partidos políticos que hajam obtido o registro definitivo do TSE há, pelo menos, 5 anos”. Em outras
palavras, pode-se afirmar que apenas os partidos que possuem, no mínimo, cinco anos de existência,
podem se submeter a um processo de fusão e/ou incorporação. Nesses termos, não há dúvidas de
que se trata de uma restrição imposta legalmente. Enunciado incorreto!

b) Nos termos do art. 41-A, II, da Lei 9.096/1995, para efeito de distribuição de recursos do fundo
partidário, proporcionalmente aos votos obtidos na última eleição para a Câmara dos Deputados,

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serão desconsideradas as mudanças de filiação partidária em quaisquer hipóteses. Enunciado
correto!

c) Com a publicação da Lei 13.165/2015, que inseriu o art. 22-A na Lei 9.096/1995, a criação de um
novo partido político não é mais considerada justa causa para desfiliação partidária. Essa hipótese
constava na Resolução TSE nº 22.610/2007, cujos artigos que tratavam dessa e outras hipóteses
perderam eficácia. Enunciado incorreto!

d) Não podem apoiar a criação de novos partidos políticos eleitores que já sejam filiados a outras
agremiações partidárias. Caso ocorra, as respectivas assinaturas serão excluídas durante a
conferência a ser realizada no âmbito dos Cartórios Eleitorais. Enunciado incorreto!

e) Nos termos do art. 50-B, §1º, da Lei 9.096/95, os partidos políticos que tenham cumprido as
condições estabelecidas no §3º do art. 17 da Constituição Federal terão assegurado o direito de
acesso gratuito ao rádio e à televisão, na proporção de sua bancada eleita em cada eleição geral.
Ou seja, a distribuição não é de forma igualitária, pois, além dos requisitos de acesso, é feita de
forma proporcional. Enunciado incorreto!

Gabarito: “B”.

34. (VUNESP – PREF. DE SERTÃOZINHO – PROCURADOR – 2016)

Assinale a alternativa correta

a) A desaprovação das contas do partido implicará, dentre outras sanções, a da devolução da


importância apontada como irregular, acrescida de multa de até 20% (vinte por cento).

b) A falta de prestação de contas ou sua desaprovação total ou parcial implica a suspensão de


novas cotas do Fundo Partidário e sujeita os responsáveis às penas da lei.

c) A desaprovação das contas do partido implicará exclusivamente a sanção de devolução da


importância apontada como irregular, acrescida de multa de até 20% (vinte por cento), sendo
aplicada exclusivamente à esfera partidária responsável pela irregularidade, não suspendendo
o registro ou a anotação de seus órgãos de direção partidária nem tornando devedores ou
inadimplentes os respectivos responsáveis partidários.

d) Da decisão que desaprovar total ou parcialmente a prestação de contas dos órgãos


partidários caberá recurso para os Tribunais Regionais Eleitorais ou para o Tribunal Superior
Eleitoral, conforme o caso, o qual deverá ser recebido com efeito unicamente devolutivo.

e) A desaprovação das contas do partido implicará exclusivamente a sanção de devolução da


importância apontada como irregular, acrescida de multa de até 20% (vinte por cento), sendo
aplicada exclusivamente à esfera partidária responsável pela irregularidade, suspendendo o
registro ou a anotação de seus órgãos de direção partidária e tornando devedores ou
inadimplentes os respectivos responsáveis partidários.

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COMENTÁRIOS:

a) A Lei 9.096/1995, em seu art. 37, dispõe que “a desaprovação das contas do partido implicará
exclusivamente a sanção de devolução da importância apontada como irregular, acrescida de multa
de até 20% (vinte por cento)”. Perceba que o erro do enunciado está no fato de ter utilizado a
expressão “dentre outras sanções”, quando a lei é taxativa ao afirmar que a desaprovação ensejará
exclusivamente a sanção de devolução da importância irregular e multa de até 20%. Enunciado
incorreto!

b) Analisando-se o art. 37-A, da Lei 9.096/1995, conclui-se que apenas “a falta de prestação de
contas implicará a suspensão de novas cotas do Fundo Partidário enquanto perdurar a
inadimplência e sujeitará os responsáveis às penas da lei”. Enunciado incorreto!

c) Eventuais sanções decorrentes da desaprovação das contas realmente atingem apenas a esfera
partidária responsável pela irregularidade. Se foram desaprovadas as contas de um Diretório
Municipal, por exemplo, eventual obrigação de devolução da quantia apontada como irregular, bem
como a multa respectiva, não pode ser exigida do Diretório Estadual e/ou Nacional. Enunciado
correto!

d) A Lei 9.096/1995, em seu art. 37, § 4º, afirma que da decisão que desaprovar total ou
parcialmente a prestação de contas dos órgãos partidários caberá recurso para os Tribunais
Regionais Eleitorais ou para o Tribunal Superior Eleitoral, conforme o caso, o qual deverá ser
recebido com efeito suspensivo (o efeito devolutivo sempre estará presente e acontece quando o
processo é “devolvido” ao Judiciário para que seja novamente julgado, por instância superior).
Enunciado incorreto!

e) A desaprovação das contas não pode ensejar a suspensão do registro ou a anotação dos órgãos
de direção partidária, muito menos tornar devedores ou inadimplentes os respectivos responsáveis
partidários. Enunciado incorreto!

Gabarito: “C”.

35. (VUNESP – PREF. DE REGISTRO – ADVOGADO – 2016)

Assinale a alternativa correta.

a) A mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário e a grave discriminação


política pessoal não são consideradas justa causa para a desfiliação partidária.

b) Para desligar-se do partido, o filiado faz comunicação escrita apenas ao órgão de direção
municipal, não se exigindo a comunicação ao Juiz Eleitoral da Zona em que for inscrito.

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c) Considera-se justa causa para a desfiliação partidária a mudança de partido efetuada
durante o período de trinta dias que antecede o prazo de filiação exigido em lei para concorrer
à eleição, majoritária ou proporcional, ao término do mandato vigente.

d) Para concorrer às eleições o candidato deverá estar com a filiação partidária deferida pelo
partido no mínimo um ano antes da data da eleição.

e) É vedado ao partido político estabelecer, em seu estatuto, prazos de filiação partidária


superior ao prazo estabelecido pela Lei no 9.096/95 (Lei dos Partidos Políticos), com vista à
candidatura a cargos eletivos.

COMENTÁRIOS:

a) Nos termos do art. 22-A, parágrafo único, da Lei 9.096/95, o detentor de cargo eletivo não perderá
o respectivo mandato, por se tratar de justa causa, nas seguintes hipóteses: “I - mudança substancial
ou desvio reiterado do programa partidário; II - grave discriminação política pessoal; e III - mudança
de partido efetuada durante o período de trinta dias que antecede o prazo de filiação exigido em lei
para concorrer à eleição, majoritária ou proporcional, ao término do mandato vigente". Enunciado
incorreto!

b) A Lei dos Partidos Políticos afirma expressamente, em seu art. 21 que “para desligar-se do partido,
o filiado faz comunicação escrita ao órgão de direção municipal e ao juiz eleitoral da zona em que
for inscrito”. Enunciado incorreto!

c) O inciso III, art. 22-A, da Lei 9.096/1995, apresenta como justa causa para a desfiliação a "mudança
de partido efetuada durante o período de trinta dias que antecede o prazo de filiação exigido em lei
para concorrer à eleição, majoritária ou proporcional, ao término do mandato vigente" (janela
partidária). O que se constata da leitura do dispositivo é que a lei concedeu uma "carta branca" aos
titulares de mandatos eletivos proporcionais, possibilitando a mudança de partido, sem qualquer
tipo de justificativa, no ano da eleição, durante o prazo de 30 (trinta) dias, que acontecerá no sétimo
mês antes da data da eleição. Enunciado correto!

d) A Lei 9.504/1997, em seu art. 9º, dispõe que “para concorrer às eleições, o candidato deverá
possuir domicílio eleitoral na respectiva circunscrição pelo prazo de seis meses e estar com a filiação
deferida pelo partido no mesmo prazo”. Enunciado incorreto!

e) A legislação apenas se refere a um prazo mínimo de filiação partidária (seis meses), portanto, os
partidos podem estabelecer prazos maiores em seus respectivos estatutos. Enunciado correto!

Gabarito: “C”.

36. (CESPE – TRE PI – TÉCNICO DE ADMINISTRAÇÃO – 2016)

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Considerando as disposições preliminares da Lei n.º 9.096/1995, assinale a opção correta.

a) Para desligar-se de seu partido político, o filiado deve comunicar expressamente sua
intenção ao órgão partidário e ao juiz competentes.
b) O partido político pode aceitar como filiado qualquer pessoa natural, independentemente
do estado em que ela se encontre, já que todos têm iguais direitos e deveres perante a lei.
c) Os prazos de filiação partidária não podem ser objeto do estatuto dos partidos políticos.
d) A personalidade jurídica de um partido político é constituída mediante cadastro do seu
estatuto em cartório de registro civil de pessoas jurídicas de direito público.
e) Registrado o partido político, cabe ao Tribunal Superior Eleitoral determinar sua estrutura
interna e sua organização administrativa, uma vez que as verbas do fundo partidário são
oriundas da União.

COMENTÁRIOS:

a) A Lei dos Partidos Políticos afirma expressamente, em seu art. 21 que “para desligar-se do partido,
o filiado faz comunicação escrita ao órgão de direção municipal e ao juiz eleitoral da zona em que
for inscrito”. Enunciado correto!

b) A Lei 9.096/1995, em seu art. 16, dispõe expressamente que “só pode filiar-se a partido o eleitor
que estiver no pleno gozo de seus direitos políticos”. Todavia, deve ficar claro o Tribunal Superior
Eleitoral possui entendimento no sentido de que “a inelegibilidade não impede a filiação
partidária”. Em outras palavras, se o eleitor for considerado inelegível, mas ainda possuir a
capacidade eleitoral ativa (possibilidade de votar), poderá filiar-se a partido político. Enunciado
incorreto!

c) O prazo de filiação partidária, a fim de que eleitor possa disputar eleição pelo partido político,
pode ser fixado no estatuto da agremiação partidária. Todavia, deve sempre respeitar o mínimo
legal de 6 (seis) meses. Enunciado incorreto!

d) A personalidade jurídica dos partidos políticos é de direito privado, obtida perante o Cartório de
Registro das Pessoas Jurídicas de direito privado. Enunciado incorreto!

e) A Constituição Federal de 1988, em seu art. 17, § 1º, assegura aos partidos políticos autonomia
para estabelecerem a estrutura interna. Todavia, deve ficar claro que não se trata de autonomia
absoluta ou ilimitada, pois a legislação e o próprio texto constitucional devem ser respeitados.
Enunciado incorreto!

Gabarito: “A”.

37. (CESPE – TRE PI – ANALISTA JUDICIÁRIO – 2016)

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Assinale a opção correta a respeito dos partidos políticos.

a) A perda do mandato em razão de mudança de partido não se aplica aos candidatos eleitos
pelo sistema majoritário, sob pena de violação da soberania popular e das escolhas feitas pelo
eleitor.

b) Constitui afronta ao princípio da autonomia partidária e da legalidade a exigência de que a


agremiação partidária proceda à abertura de conta bancária se não houver qualquer
arrecadação de recurso financeiro do fundo partidário.

c) O TSE não possui competência para cancelar o registro civil do partido político, mas apenas
para cancelar o registro do estatuto partidário.

d) O partido político pode utilizar os recursos do fundo partidário para efetuar o pagamento de
multas eleitorais.

e) Devido a sua autonomia, as agremiações podem deixar de promover e difundir a


participação política feminina em sua propaganda partidária.

COMENTÁRIOS:

a) Em 27/05/2015, o Supremo Tribunal Federal decidiu que "não se aplica aos cargos do sistema
majoritário de eleição (prefeito, governador, senador e presidente da República) a regra de perda
do mandato em favor do partido, por infidelidade partidária, referente aos cargos do sistema
proporcional (vereadores, deputados estaduais, distritais e federais)". Posteriormente, esse mesmo
entendimento foi ratificado pelo Tribunal Superior Eleitoral, com a edição da Súmula nº 67, que
assim dispõe: "A perda do mandato em razão da desfiliação partidária não se aplica aos candidatos
eleitos pelo sistema majoritário". Enunciado correto!

b) A Lei 9.504/1997, em seu art. 22, dispõe que “é obrigatório para o partido e para os candidatos
abrir conta bancária específica para registrar todo o movimento financeiro da campanha”. A
propósito, destaca-se que a abertura da conta corrente deve ocorrer logo no início da campanha.
Desse modo, ainda que exista a “expectativa” de que o partido não arrecade recursos, a conta deve
ser aberta. E se alguém oferecer uma doação vultosa? Será que o partido irá negar pelo simples fato
de não possuir conta bancária? Enunciado incorreto!

c) A Lei 9.096/1995, em seu art. 28, dispõe expressamente que o Tribunal Superior Eleitoral, após
trânsito em julgado de decisão, determina o cancelamento do registro civil e do estatuto do partido
contra o qual fique provado: I - ter recebido ou estar recebendo recursos financeiros de procedência
estrangeira; II - estar subordinado a entidade ou governo estrangeiros; III - não ter prestado, nos
termos desta Lei, as devidas contas à Justiça Eleitoral; IV - que mantém organização paramilitar.
Enunciado incorreto!

d) Em resposta à Consulta 3677, respondida na sessão de 07/06/2016, o Tribunal Superior Eleitoral


afirmou que os recursos recebidos do Fundo Partidário são vinculados, devendo ser utilizados para

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o custeio de atividades partidárias. Desse modo, é vedada a utilização de recursos do Fundo
Partidário para pagamento de multas eleitorais. Enunciado incorreto!

e) A Lei 9.096/1995, em seu art. 44, V, dispõe expressamente que na criação e manutenção de
programas de promoção e difusão da participação política das mulheres, criados e executados pela
Secretaria da Mulher ou, a critério da agremiação, por instituto com personalidade jurídica própria
presidido pela Secretária da Mulher, em nível nacional, conforme percentual que será fixado pelo
órgão nacional de direção partidária, observado o mínimo de 5% (cinco por cento) do total.
Enunciado incorreto!

Gabarito: “A”.

38. (VUNESP – CÂMARA DE POÁ – PROCURADOR – 2016)

Quanto aos erros formais ou materiais que no conjunto da prestação de contas não
comprometam o conhecimento da origem das receitas e a destinação das despesas, assinale a
alternativa correta.

a) Não acarretarão a desaprovação das contas.

b) Suspenderão a apreciação das contas pelo Tribunal Regional Eleitoral.

c) Implicarão a suspensão de novas cotas do Fundo Partidário.

d) Acarretarão na aplicação de multas e penalidades pecuniárias.

e) Implicarão na devolução da importância apurada no erro.

COMENTÁRIOS:

A Lei 9.096/1995, em seu art. 37, § 12, dispõe que “erros formais ou materiais que no conjunto da
prestação de contas não comprometam o conhecimento da origem das receitas e a destinação das
despesas não acarretarão a desaprovação das contas”.

Apresenta-se como erro formal, por exemplo, o lançamento de uma despesa de R$ 30,00 (trinta
reais) a título de produtos de padaria, na prestação de contas do partido, quando, na prática, a
despesa foi realizada com pagamento de alimentação em restaurante. Essa informação equivocada
não compromete a lisura e a transparência das contas do partido político.

Por sua vez, erro material é aquele de fácil constatação, na maioria das vezes, grosseiro. Ocorre, por
exemplo, quando o responsável pela prestação de contas aponta que a soma de R$ 15,00 + R$ 15,00
é igual a R$ 35,00. Esse erro material (no cálculo ou grafias de palavras) não compromete a lisura da
prestação de contas, especialmente quando corrigidos.

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Gabarito: “A”.

39. (VUNESP – CÂMARA DE POÁ – PROCURADOR – 2016)

Quando o filiado pretende desligar-se do partido político, é necessário

a) comunicar ao partido a falta de interesse na filiação, sem demais formalidades.

b) deixar de pagar sua contribuição partidária por três meses consecutivos,


independentemente de outras formalidades.

c) deixar de comparecer a três assembleias ordinárias ou extraordinárias, o que acarreta sua


desfiliação tácita.

d) comunicar por escrito ao órgão de direção municipal e ao Juiz Eleitoral da Zona em que for
inscrito.

e) protocolizar pedido de desfiliação partidária junto ao órgão estadual de direção.

COMENTÁRIOS:

a) Além de comunicar formalmente (por escrito) ao representante do diretório municipal sobre o


interesse de desligamento, o filiado deve ainda fazer uma comunicação ao juiz eleitoral da zona em
que está inscrito. Enunciado incorreto!

b) Para que a falta de pagamento de eventual contribuição ocasione o desligamento dos quadros do
partido, torna-se imprescindível que a previsão conste expressamente no respectivo estatuto.
Ademais, para que ocorra, devem ser assegurados o contraditório e a ampla defesa (devido
processo legal) em processo administrativo instaurado com essa finalidade. Enunciado incorreto!

c) Não há possibilidade de desfiliação tácita (automática), pois, em todos os casos, deve ser
instaurado processo administrativo e assegurados o contraditório e a ampla defesa. Enunciado
incorreto!

d) A Lei dos Partidos Políticos afirma expressamente, em seu art. 21 que “para desligar-se do partido,
o filiado faz comunicação escrita ao órgão de direção municipal e ao juiz eleitoral da zona em que
for inscrito”. A propósito, destaca-se que a Resolução TSE nº 23.117/2009, em seu art. 13, § 5º,
afirma que pode ser feita “a comunicação apenas ao juiz da zona eleitoral em que inscrito o filiado
na hipótese de inexistência de órgão municipal ou comprovada impossibilidade de localização do
representante do partido político”. Enunciado correto!

e) O pedido de desfiliação partidária deve ser protocolizado junto ao órgão municipal da agremiação
partidária. Todavia, destaca-se que a Resolução TSE nº 23.117/2009, em seu art. 13, § 5º, afirma que
pode ser feita “a comunicação apenas ao juiz da zona eleitoral em que inscrito o filiado na hipótese

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de inexistência de órgão municipal ou comprovada impossibilidade de localização do representante
do partido político”. Enunciado incorreto!

Gabarito: “D”.

40. (CESPE – TJ DF – JUIZ DE DIREITO – 2016)

Com relação a princípios e garantias do direito eleitoral, dos sistemas eleitorais, dos partidos
políticos e dos direitos políticos, assinale a opção correta.
a) O princípio da anualidade não é uma cláusula pétrea e pode ser suprimido por EC.
b) A Cidadania e o Pluralismo Político são objetivos fundamentais da República Federativa do
Brasil.
c) O pluralismo político é expressão sinônima de diversidade partidária.
d) São garantias que regem a disciplina dos partidos políticos: a liberdade partidária externa, a
liberdade partidária interna, a subvenção pública e a intervenção estatal mínima.
e) O sistema majoritário brasileiro é unívoco.

COMENTÁRIOS:

a) No julgamento da ADI nº 3.685, de relatoria da Ministra Ellen Gracie, o Supremo Tribunal Federal
afirmou que “o pleno exercício de direitos políticos por seus titulares (eleitores, candidatos e
partidos) é assegurado pela Constituição por meio de um sistema de normas que conformam o que
se poderia denominar de devido processo legal eleitoral. Na medida em que estabelecem as
garantias fundamentais para a efetividade dos direitos políticos, essas regras também compõem o
rol das normas denominadas cláusulas pétreas e, por isso, estão imunes a qualquer reforma que
vise a aboli-las. O art. 16 da Constituição, ao submeter a alteração legal do processo eleitoral à
regra da anualidade, constitui uma garantia fundamental para o pleno exercício de direitos
políticos”. Enunciado incorreto!
b) A cidadania e o pluralismo político não são objetivos da República Federativa do Brasil, mas sim
fundamentos, previstos expressamente no art. 1º da CF/1988. Enunciado incorreto!
c) Para fins de concursos públicos, fique atento para não confundir as expressões “pluralismo” e
“pluripartidarismo”. A primeira refere-se à garantia de proteção e respeito às diversas ideologias
políticas, sem privilégios ou distinções. Em outras palavras, pessoas com pensamentos e ideias
diferentes serão igualmente respeitadas. Por sua vez, a segunda (pluripartidarismo) está
relacionada à garantia de existência, em território nacional, de quantidade ilimitada de partidos
políticos. A fim de que os mais variados grupos sociais possuam representatividade perante o

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Congresso Nacional, podem ser criados quantos partidos políticos a sociedade entender necessários.
Enunciado incorreto!
d) O professor português J. J. Gomes Canotilho afirma que “é possível reconhecer aos partidos
políticos liberdade externa e liberdade interna. No que tange à primeira, os partidos políticos gozam
do direito à sua fundação e atuação sem as ingerências do Estado, dentro dos próprios limites
estabelecidos pela Constituição. No que diz respeito à liberdade interna, ela significa que sobre os
partidos não pode haver qualquer tipo de controle ideológico-programático, nem controle sobre a
organização interna do partido”. No que se refere à subvenção pública, lembre-se de que os partidos
políticos recebem, mensalmente, repasses de recursos do fundo partidário. Enunciado correto!
e) A expressão “unívoco” tem sentido de único, apenas um. Todavia, o sistema majoritário brasileiro
se desmembra em duas espécies: sistema majoritário simples e sistema majoritário absoluto, cada
qual com as suas peculiaridades. Enunciado incorreto!

Gabarito: “D”.

41. (CESPE – TRE RS – ANALISTA JUDICIÁRIO – 2015)

Pelo menos um em cada quatro deputados federais no Brasil, entre 1986 e 2002, abandonou
o partido responsável por sua eleição para a Câmara dos Deputados. A proporção de deputados
que mudam de legenda, alguns várias vezes na mesma legislatura, tem contribuído para o
reforço de uma imagem negativa do Poder Legislativo brasileiro, relacionada à fragilidade dos
partidos, ao governismo e ao predomínio de ambições particulares.

André Marenco. Migração partidária. In: L. Avritzer e F.Anastasia. Reforma política no Brasil. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2007 (com
adaptações).

Tendo em vista que, desde a publicação do texto apresentado, em 2007, diversas proposições
com a finalidade de regular e coibir a mudança de partido pelos parlamentares converteram-
se em lei, assinale a opção correta à luz do disposto nas Leis n. 9.096/1995 e n. 13.165/2015.

a) A lei veda a mudança de partido em qualquer hipótese, pois, nas eleições proporcionais, a
eleição do candidato depende dos votos recebidos por seu partido.

b) Devido ao fato de o partido ser o único prejudicado com a desfiliação de parlamentares, por
diminuição de sua bancada, a mudança de partido dependerá de anuência expressa de sua
direção.

c) A mudança de partido, exceto nos casos previstos em lei, resulta em perda do mandato do
detentor de cargo eletivo no Poder Legislativo.

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d) A lei prevê a perda do mandato do detentor de cargo eletivo no Poder Legislativo, em caso
de filiação a novo partido, ainda que esse partido seja novo ou resultante da fusão de dois
partidos já existentes.

e) O parlamentar é dono de seu mandato, por receber pessoal e nominalmente os votos a ele
conferidos pelo eleitor, razão por que não há restrições legais à mudança de partido.

COMENTÁRIOS:

a) Em regra, a legislação eleitoral realmente veda a mudança de partido político daqueles que
ocupam cargos eleitos pelo sistema proporcional (deputados e vereadores), em respeito ao
princípio da fidelidade partidária. Todavia, nos termos do art. 22-A, parágrafo único, da Lei
9.096/95, o detentor de cargo eletivo não perderá o respectivo mandato nas seguintes hipóteses
(justa causa): “I - mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário; II - grave
discriminação política pessoal; e III - mudança de partido efetuada durante o período de trinta dias
que antecede o prazo de filiação exigido em lei para concorrer à eleição, majoritária ou proporcional,
ao término do mandato vigente". Enunciado incorreto!

b) Se o filiado possui uma justa causa para a desfiliação do partido político, não se exige anuência
expressa da direção partidária, por ausência de previsão legal nesse sentido. Enunciado incorreto!

c) Essa é a regra geral. Ao responder à Consulta 1.398, em 27/03/2007, o Tribunal Superior Eleitoral
afirmou que o mandato do parlamentar eleito pelo sistema proporcional pertence ao partido
político, portanto, no caso de pedido de cancelamento de filiação e/ou mudança de agremiação, o
envolvido está sujeito à perda do mandato eletivo. Enunciado correto!

d) A fusão, incorporação e criação de novo partido eram consideradas hipóteses de justa causa, para
desfiliação da agremiação partidária, no art. 1º, § 1º, da Resolução TSE nº 22.610/2007. Todavia, a
Lei 13.165/15 inseriu o art. 22-A na Lei 9.096/1995, que passou a enumerar todas as hipóteses
possíveis de justa causa. Diante disso, as hipóteses previstas na Resolução TSE nº 22.610/2007 foram
revogadas. Enunciado incorreto!

e) Em regra, o mandato dos candidatos eleitos pelo sistema proporcional (deputados e vereadores)
pertence ao partido político. Desse modo, no caso de desfiliação da agremiação sem a concordância
da direção ou sem a comprovação de uma das hipóteses de justa causa, previstas no art. 22-A da Lei
9.096/1995, há a perda do mandato eletivo. Enunciado incorreto!

Gabarito: “C”.

42. (CESPE – TRE RS – ANALISTA JUDICIÁRIO – 2015)

Ao final do ano, a direção do partido X reuniu-se para planejar a utilização dos recursos do
Fundo Partidário para o ano vindouro. A situação financeira desse partido encontrava-se

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bastante complicada, pois suas receitas eram insuficientes para honrar seus débitos. Para
equilibrar a situação, diversas propostas foram apresentadas e discutidas na reunião.

A propósito dessa situação hipotética, assinale a opção que apresenta uma correta proposta
de solução, também hipotética, para o problema em questão, à luz da legislação vigente.

a) Deslocar os 5% dos recursos do Fundo Partidário que a lei reserva para o estímulo e a
promoção da participação política das mulheres para destinações mais urgentes, e aumentar
esse percentual depois que a situação financeira do partido for estável.

b) Solicitar à fundação de pesquisa do partido que se encarregue, com os recursos provenientes


dos 20% do Fundo Partidário que o partido a ela repassa, de um projeto de capacitação política
voltado para filiados e não filiados, previsto inicialmente para ser feito com recursos do partido.

c) Destinar, para pagamento dos funcionários da direção nacional do partido, mais do que os
50% dos recursos do Fundo Partidário que a lei estipula como limite, apresentando justificação
minuciosa por ocasião da prestação de contas.

d) Repassar para a fundação de pesquisa do partido as despesas anuais com salários e aluguéis,
com a promessa de reembolso posterior.

e) Aumentar a previsão de receita, uma vez que está acordado o ingresso de alguns deputados
no partido e, com o aumento da bancada, a receita do Fundo Partidário deve crescer.

COMENTÁRIOS:

a) A Lei 9.096/1995, em seu art. 44, V, dispõe expressamente que parte dos recursos do fundo
partidário deve ser investido na criação e manutenção de programas de promoção e difusão da
participação política das mulheres, criados e executados pela Secretaria da Mulher ou, a critério da
agremiação, por instituto com personalidade jurídica própria presidido pela Secretária da Mulher,
em nível nacional, conforme percentual que será fixado pelo órgão nacional de direção partidária,
observado o mínimo de 5% (cinco por cento) do total. Enunciado incorreto.

b) A execução dos programas de divulgação da linha programática partidária é matéria interna


corporis dos partidos políticos, portanto, compete à agremiação definir quais projetos e atividades
serão implementadas pelas respectivas fundações de pesquisa e doutrinação política. Enunciado
correto!

c) Os recursos do fundo partidário podem ser utilizados na manutenção das sedes e serviços do
partido, permitido o pagamento de pessoal, a qualquer título, observado, do total recebido, os
seguintes limites: a) 50% (cinquenta por cento) para o órgão nacional; b) 60% (sessenta por cento)
para cada órgão estadual e municipal. A extrapolação desses limites ensejará a desaprovação das
contas partidárias, pois não pode ser considerada uma mera irregularidade. Enunciado incorreto!

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d) Os recursos destinados legalmente aos institutos ou fundações de pesquisa e de doutrinação e
educação política (mínimo de 20% do total de recursos recebidos do fundo partidário), não podem
ser utilizados com finalidade diversa, a exemplo de pagamento de pessoal e despesas operacionais.
Enunciado incorreto!

e) Nos termos do art. 41-A, II, da Lei 9.096/1995, para efeito de distribuição de recursos do fundo
partidário, proporcionalmente aos votos obtidos na última eleição para a Câmara dos Deputados,
serão desconsideradas as mudanças de filiação partidária em quaisquer hipóteses. Enunciado
incorreto!

Gabarito: “B”.

43. (CESPE – TRE RS – ANALISTA JUDICIÁRIO – 2015- adaptada)

Pelo menos um em cada quatro deputados federais no Brasil, entre 1986 e 2002, abandonou
o partido responsável por sua eleição para a Câmara dos Deputados. A proporção de deputados
que mudam de legenda, alguns várias vezes na mesma legislatura, tem contribuído para o
reforço de uma imagem negativa do Poder Legislativo brasileiro, relacionada à fragilidade dos
partidos, ao governismo e ao predomínio de ambições particulares.

André Marenco. Migração partidária. In: L. Avritzer e F.Anastasia. Reforma política no Brasil. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2007 (com
adaptações).

Tendo em vista que, desde a publicação do texto apresentado, em 2007, diversas proposições
com a finalidade de regular e coibir a mudança de partido pelos parlamentares converteram-
se em lei, assinale a opção correta à luz do disposto nas Leis n. 9.096/1995 e n. 13.165/2015.

a) Devido ao fato de o partido ser o único prejudicado com a desfiliação de parlamentares, por
diminuição de sua bancada, a mudança de partido dependerá de anuência expressa de sua
direção.

b) A mudança de partido, exceto nos casos previstos em lei, resulta em perda do mandato do
detentor de cargo eletivo no Poder Legislativo.

c) A lei prevê a perda do mandato do detentor de cargo eletivo no Poder Executivo, em caso
de filiação a novo partido, ainda que esse partido seja novo ou resultante da fusão de dois
partidos já existentes.

d) O parlamentar é dono de seu mandato, por receber pessoal e nominalmente os votos a ele
conferidos pelo eleitor, razão por que não há restrições legais à mudança de partido.

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e) A lei veda a mudança de partido em qualquer hipótese, pois, nas eleições proporcionais, a
eleição do candidato depende dos votos recebidos por seu partido.

COMENTÁRIOS:

a) A Lei 9.095/1995, em seu art. 22-A, afirma que podem ser consideradas como hipóteses de justa
causa, para a desfiliação partidária sem perda do mandato eletivo, as seguintes hipóteses: I –
mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário; II – grave discriminação política
pessoal; e III – mudança de partido efetuada durante o período de trinta dias que antecede o prazo
de filiação exigido em lei para concorrer à eleição, majoritária ou proporcional, ao término do
mandato vigente. Sendo assim, constata-se que nesses casos não é necessária a anuência expressa
da respectiva direção partidária. Enunciado incorreto!

b) Em regra, perderá o mandato o detentor do cargo de deputado ou vereador que se desfiliar, sem
justa causa, do partido pelo qual foi eleito. Enunciado correto!

c) A Súmula 67 do Tribunal Superior Eleitoral dispõe que “a perda do mandato em razão da


desfiliação partidária não se aplica aos candidatos eleitos pelo sistema majoritário”. Enunciado
incorreto!

d) Não é esse o entendimento vigente no âmbito do Supremo Tribunal Federal, que, em virtude da
fidelidade que deve reger a relação partido/filiado, afirma que a desfiliação sem justa causa enseja
a perda do mandato eletivo (cargos de deputado e vereador). Enunciado incorreto!

e) A Lei 9.095/1995, em seu art. 22-A, afirma que podem ser consideradas como hipóteses de justa
causa, para a desfiliação partidária sem perda do mandato eletivo, as seguintes hipóteses: I –
mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário; II – grave discriminação política
pessoal; e III – mudança de partido efetuada durante o período de trinta dias que antecede o prazo
de filiação exigido em lei para concorrer à eleição, majoritária ou proporcional, ao término do
mandato vigente. Enunciado incorreto!

Gabarito: “B”.

44. (FCC – TRE AP – ANALISTA JUDICIÁRIO – 2015)

O partido Alpha foi incorporado pelo partido Beta. Os votos obtidos pelo partido Alpha na
última eleição geral para a Câmara dos Deputados

a) implicarão no acréscimo de 50% do tempo do partido Beta no acesso gratuito ao rádio e à


televisão.

b) não serão considerados para nenhum efeito legal.

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c) serão considerados apenas para efeito do funcionamento parlamentar.

d) serão somados aos do partido Beta para efeito do acesso gratuito ao rádio e à televisão.

e) permitirão ao partido Beta a utilização do triplo do tempo que teria de acesso gratuito ao
rádio e à televisão.

COMENTÁRIOS:

A Lei 9.096/1995, em seu art. 29, § 7º, dispõe que “havendo fusão ou incorporação, devem ser
somados exclusivamente os votos dos partidos fundidos ou incorporados obtidos na última eleição
geral para a Câmara dos Deputados, para efeito da distribuição dos recursos do Fundo Partidário e
do acesso gratuito ao rádio e à televisão”.

Gabarito: “D”.

45. (FCC – TRE SE – ANALISTA JUDICIÁRIO – 2015)

O estatuto do partido político NÃO pode conter normas sobre

a) condições e forma de escolha de seus candidatos a cargos e funções eletivas.

b) filiação e desligamento de seus membros.

c) tipo e cor do uniforme que poderá ser utilizado pelos seus membros.

d) procedimento de reforma do programa e do estatuto.

e) critérios de distribuição dos recursos do Fundo Partidário entre os órgãos de nível municipal,
estadual e nacional que compõem o partido.

COMENTÁRIOS:

Eis uma questão fundamentada na “decoreba”, abordando dispositivo que não é muito comum em
provas. Por isso a importante de estudar todo o conteúdo, exceto se o seu tempo estiver
cronometrado.

A Lei 9.096/1995, em seu art. 15, dispõe que o estatuto do partido deve conter, entre outras, normas
sobre:

I – nome, denominação abreviada e o estabelecimento do local de sua sede;

II – filiação e desligamento de seus membros;

III – direitos e deveres dos filiados;

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IV – modo como se organiza e administra, com a definição de sua estrutura geral e identificação, composição e
competências dos órgãos partidários nos níveis municipal, estadual e nacional, duração dos mandatos e processo de
eleição dos seus membros;

V – fidelidade e disciplina partidárias, processo para apuração das infrações e aplicação das penalidades, assegurado
amplo direito de defesa;

VI – condições e forma de escolha de seus candidatos a cargos e funções eletivas;

VII – finanças e contabilidade, estabelecendo, inclusive, normas que os habilitem a apurar as quantias que os seus
candidatos possam despender com a própria eleição, que fixem os limites das contribuições dos filiados e definam as
diversas fontes de receita do partido, além daquelas previstas nesta lei;

VIII – critérios de distribuição dos recursos do Fundo Partidário entre os órgãos de nível municipal, estadual e nacional
que compõem o partido;

IX – procedimento de reforma do programa e do estatuto.

Analisando-se o dispositivo legal, constata-se que tipo e cor de uniforme não são itens que
podem constar do estatuto, mesmo porque os partidos estão proibidos de adotar uniforme para os
seus membros (Lei 9.096/1995, art. 6º).

Gabarito: “C”.

46. (FCC – TRE SE – ANALISTA JUDICIÁRIO – 2015 - adaptada)

Quanto aos partidos políticos, é correto afirmar que

a) o filiado que realizar nova filiação a outro partido político deve comunicar a nova filiação ao
partido a que era filiado anteriormente, sob pena de ser considerada nula a nova filiação e
mantida a filiação anterior.

b) o balanço contábil dos órgãos municipais deve ser apresentado semestralmente aos
respectivos Tribunais Regionais Eleitorais dos Estados a que se encontram, para análise e
julgamento.

c) é permitida a doação em dinheiro, proveniente de pessoa física, ao partido político, desde


que lançada na contabilidade e identificado o doador por intermédio do número do CPF.

d) a direção partidária é desonerada de discriminar, na prestação de contas, as despesas do


fundo partidário que forem realizadas na propaganda doutrinária e política.

e) é vedado ao partido político receber, direta ou indiretamente, contribuição ou auxílio


pecuniário ou estimável em dinheiro, inclusive por intermédio de publicidade de qualquer

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espécie, procedente de autarquias, empresas públicas ou concessionárias de serviços públicos
e sociedades de economia mista.

COMENTÁRIOS:

a) Se o filiado realizar uma nova filiação a partido político, sem comunicar à agremiação anterior,
ensejar-se-á duplicidade de filiações. Nesse caso, dispõe o art. 22, parágrafo único, da Lei
9.096/1995, que “prevalecerá a mais recente, devendo a Justiça Eleitoral determinar o
cancelamento das demais”. Enunciado incorreto!

b) Os órgãos municipais de partidos políticos devem prestar contas ao Juiz Eleitoral e não ao Tribunal
Regional Eleitoral, que se encarrega de analisar as contas dos diretórios estaduais. Por sua vez, as
contas dos diretórios nacionais devem ser prestadas perante o Tribunal Superior Eleitoral.
Enunciado incorreto!

c) Analisando-se o enunciado, da forma que foi elaborado, pode-se concluir indevidamente que a
pessoa física não possui limite legal para realizar doações para candidatos ou partidos políticos, pois
não houve qualquer menção a esse limite. Todavia, destaca-se que a Lei 9.504/1997, em seu art. 23,
§ 1º, afirma que as doações e contribuições ficam limitadas a 10% (dez por cento) dos rendimentos
brutos auferidos pelo doador no ano anterior à eleição. Penso que em virtude da omissão dessa
informação, o enunciado deve ser considerado incorreto!

d) A direção partidária é obrigada a detalhar todos os gastos realizados com recursos do fundo
partidário, pois o art. 44 da Lei 9.096/1995 menciona expressamente os limites e diretrizes que
devem ser observadas. Enunciado incorreto!

e) Para responder às questões de prova, lembre-se de que os partidos políticos estão proibidos de
receber quaisquer doações de pessoas jurídicas, inclusive (e principalmente) de entidades que
integram a Administração Pública. Enunciado correto!

Gabarito: “E”.

47. (IESES – TRE MA – TÉCNICO JUDICIÁRIO – 2015)

Quanto ao disposto na Lei n. 9.096/95, é correto afirmar:

a) O partido político adquire personalidade jurídica ao registrar seu estatuto no Tribunal


Superior Eleitoral.
b) A perda dos direitos políticos não implica cancelamento imediato da filiação partidária.
c) O partido político, pessoa jurídica de direito privado, destina-se a assegurar, no interesse do
regime democrático, a autenticidade do sistema representativo e a defender os direitos
fundamentais definidos na Constituição Federal.

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d) É assegurado, ao partido político, definir sua estrutura interna, organização e
funcionamento, desde que aprovados posteriormente pelo Tribunal Superior Eleitoral.

COMENTÁRIOS:

a) A natureza jurídica de direito privado é obtida mediante o registro no Cartório de Pessoas Jurídicas
do local de sua sede. Enunciado incorreto!

b) A Lei 9.096/1995, em seu art. 22, dispõe que o cancelamento imediato da filiação partidária
verifica-se nos casos de: I – morte; II – perda dos direitos políticos; III – expulsão; IV – outras formas
previstas no estatuto, com comunicação obrigatória ao atingido no prazo de quarenta e oito horas
da decisão; e V – filiação a outro partido, desde que a pessoa comunique o fato ao juiz da respectiva
zona eleitoral. Enunciado incorreto!

c) O enunciado simplesmente reproduziu o inteiro teor do art. 1º da Lei 9.096/1995. A propósito,


destaca-se que em virtude de os partidos políticos possuírem personalidade jurídica própria, devem
efetuar também o registro do CNPJ perante a Receita Federal do Brasil. Enunciado correto!

d) O Tribunal Superior Eleitoral não possui competência para aprovar a estrutura interna,
organização e funcionamento dos partidos políticos (matéria interna corporis), que possuem
autonomia assegurada expressamente no texto constitucional. Enunciado incorreto!

Gabarito: “C”.

48. (CESPE – TRE ES – TÉCNICO JUDICIÁRIO – 2011)

À luz do disposto na Lei n.º 9.096/1995 e na Resolução TSE n.º 21.841/2004, julgue os itens a
seguir.

A utilização dos recursos do Fundo Partidário oriundos de dotações orçamentárias da União


está sujeita às disposições da legislação sobre licitações e contratos.

COMENTÁRIOS:

Os partidos políticos não estão obrigados a observar a Lei 8.666/1993 - que versa sobre licitações e
contratos administrativos -, no momento de utilização dos recursos do fundo partidário. Todavia,
precisam prestar contas à Justiça Eleitoral sobre a utilização desses recursos, pois a legislação
eleitoral (Lei 9.096/1995, art. 44) especifica os limites que devem ser observados com cada espécie
de despesa. Enunciado incorreto!

Gabarito: “Errado”.

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1. A Constituição Federal, em seu art. 17, § 1º, assim dispõe: "É assegurada aos partidos políticos
autonomia para definir sua estrutura interna e estabelecer regras sobre escolha, formação e duração
de seus órgãos permanentes e provisórios e sobre sua organização e funcionamento e para adotar
os critérios de escolha e o regime de suas coligações nas eleições majoritárias, vedada a sua
celebração nas eleições proporcionais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas
em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas
de disciplina e fidelidade partidária".

2. Apesar de o texto constitucional fazer referência expressa à autonomia partidária, deve ficar claro
que não se trata de autonomia ilimitada ou absoluta, pois, ao definirem a respectiva estrutura
interna, os partidos políticos precisam sempre observar os limites e condições previstos em lei.

3. A Lei 14.208/2021 alterou a Lei dos Partidos Políticos (Lei 9.096/1995) para instituir as federações
partidárias. Dessa maneira, “dois ou mais partidos políticos poderão reunir-se em federação, que
após sua constituição e respectivo registro perante o Tribunal Superior Eleitoral, atuará como se
fosse uma única agremiação partidária” (art. 11-A).

4. As regras do processo eleitoral relacionadas a escolha e registro de candidatos, arrecadação e


gastos de recursos em campanhas, propaganda eleitoral, contagem de votos, obtenção de cadeiras,
prestação de contas de campanha e convocação de suplentes terão incidência e irradiarão efeitos
sobre a federação constituída, e não sobre os partidos políticos integrantes.

5. Ao responder às questões de prova, tenha sempre em mente que a expressão “propaganda


política” é um gênero, do qual se extraem 4 (quatro) espécies: propaganda institucional,
propaganda intrapartidária, propaganda eleitoral e propaganda partidária.

6. A propaganda partidária é gratuita e tem por finalidade divulgar, pelo rádio e pela televisão,
assuntos de interesse das agremiações partidárias. Nos termos do art. 50-A da Lei dos Partidos
Políticos, incluído pela Lei nº 14.291/2022, essa propaganda deve ser realizada entre as 19h30 e as
22h30, em âmbito nacional e estadual, por iniciativa e responsabilidade dos partidos políticos, por

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seus órgãos de direção correspondentes (nacional ou estadual/regional). Nos anos de eleições, as
inserções somente serão veiculadas no primeiro semestre.

7. A propaganda partidária, veiculada gratuitamente no rádio e na televisão, tem por finalidade


difundir os programas partidários; transmitir mensagens aos filiados sobre a execução do programa
partidário, os eventos com este relacionados e das atividades congressuais do partido; divulgar a
posição do partido em relação a temas políticos e ações da sociedade civil; incentivar a filiação
partidária e esclarecer o papel dos partidos na democracia brasileira; promover e difundir a
participação política das mulheres, dos jovens e dos negros. Em linhas gerais é o teor do art. 50-B da
Lei dos Partidos Políticos, inserido pela Lei nº 14.291/2022.

8. Caso você se depare em prova com algum enunciado fazendo referência à verticalização, lembre-
se de que ela não é mais obrigatória. Os partidos políticos não estão obrigados a observar qualquer
tipo de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal. Em
outras palavras, foi superado o entendimento do Tribunal Superior Eleitoral que determinava a
verticalização (vinculação de candidaturas) e atualmente as agremiações partidárias são livres para
definir os critérios de escolha e o regime de suas coligações.

9. O art. 17 da CF/1988 dispõe que é livre a criação de partidos políticos, desde que observados os
preceitos estabelecidos no próprio texto constitucional e na legislação eleitoral vigente.

10. Para responder às questões de prova, lembre-se sempre de que a personalidade jurídica dos
partidos políticos, que sempre será de direito privado, é obtida perante o Cartório de Registro das
Pessoas Jurídicas do local de sua sede (e não perante o TSE!). Esse tema é exaustivamente cobrado
em provas, portanto, você não pode se dar ao “luxo” de errar uma questão sobre o assunto!

11. Ainda que o partido político tenha obtido a personalidade jurídica perante o Cartório, somente
poderá participar do processo eleitoral (lançando candidatos, recebendo recursos do fundo
partidário ou realizando propaganda eleitoral gratuita no rádio e televisão) depois de ter o registro
deferido pelo Tribunal Superior Eleitoral.

12. Após a aquisição da personalidade jurídica perante o Cartório de Registro Civil das Pessoas
Jurídicas do local de sua sede, inicia-se a fase de comprovação do apoiamento mínimo necessário à
criação do partido. De forma bem objetiva e direta, "apoiamento mínimo" é a quantidade mínima
de assinaturas, que deve ser obtida pela agremiação, de eleitores que sejam favoráveis à criação do
novo partido (que apoiam a ideia). Todavia, só podem ser computadas assinaturas de eleitores que
não sejam filiados a outro partido político.

13. Depois de alcançado o número mínimo de assinatura de eleitores que apoiam a sua criação, os
dirigentes do partido político deverão protocolar o pedido de registro no Tribunal Superior Eleitoral.

14. É vedado ao partido político ministrar instrução militar ou paramilitar, utilizar-se de organização
da mesma natureza e adotar uniforme para seus membros.

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15. É importante destacar, ainda, que o art. 51 da Lei 9.096/1995 assegura ao “partido político com
estatuto registrado no Tribunal Superior Eleitoral o direito à utilização gratuita de escolas públicas
ou casas legislativas para a realização de suas reuniões ou convenções, responsabilizando-se pelos
danos porventura causados com a realização do evento”.

16. Para responder às questões de prova, lembre-se sempre de que a cláusula de barreira não está
mais em vigor, pois foi declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal. Sendo assim, para
usufruírem do funcionamento parlamentar os partidos políticos não precisam alcançar nenhuma
quantidade mínima de votos nas eleições.

17. A Lei 9.096/1995, em seu artigo 15-A, é clara ao afirmar que "a responsabilidade, inclusive civil
e trabalhista, cabe exclusivamente ao órgão partidário municipal, estadual ou nacional que tiver
dado causa ao não cumprimento da obrigação, à violação de direito, a dano a outrem ou a qualquer
ato ilícito, excluída a solidariedade de outros órgãos de direção partidária".

18. O artigo 16 da Lei 9.096/1995 dispõe que só pode filiar-se a partido o eleitor que estiver no pleno
gozo de seus direitos políticos. Todavia, tenha muita atenção ao responder às questões de prova! O
Tribunal Superior Eleitoral, em várias oportunidades, decidiu que se o eleitor é apenas inelegível -
cumpriu a pena imposta em condenação criminal, mas o crime cometido está previsto na Lei
Complementar 64/60, por exemplo -, poderá se filiar a partido político normalmente, apesar de não
poder disputar cargo eletivo.

19. A Lei 9.096/1995, em seu artigo 19, dispõe que, deferido internamente o pedido de filiação, o
partido político, por seus órgãos de direção municipais, regionais ou nacional, deverá inserir os
dados do filiado no sistema eletrônico da Justiça Eleitoral, que automaticamente enviará aos juízes
eleitorais, para arquivamento, publicação e cumprimento dos prazos de filiação partidária para
efeito de candidatura a cargos eletivos, a relação dos nomes de todos os seus filiados, da qual
constará a data de filiação, o número dos títulos eleitorais e das seções em que estão inscritos.

20. O art. 9º da Lei 9.504/1997, alterado pela Lei 13.488/2017, dispõe que para concorrer às eleições,
o candidato deverá possuir domicílio eleitoral na respectiva circunscrição pelo prazo de seis meses
e estar com a filiação deferida pelo partido no mesmo prazo.

21. O art. 20 da Lei 9.096/95 afirma que é facultado ao partido político estabelecer, em seu estatuto,
prazos de filiação partidária superiores aos previstos em lei, com vistas a candidatura a cargos
eletivos. Isso significa que o estatuto do Partido X pode estabelecer, por exemplo, que os
interessados em disputar eleições, pela agremiação, se filiem um, dois ou três anos antes da eleição
que desejam disputar.

22. O filiado pode se desligar a qualquer tempo da agremiação, independente do tempo anterior de
filiação. Para tanto, deverá fazer uma comunicação escrita ao órgão de direção municipal e, na
sequência, ao Juiz Eleitoral da Zona em que for inscrito.

23. A propósito, destaca-se que a Resolução TSE nº 23.117/2009, em seu art. 13, § 5º, afirma que
pode ser feita “a comunicação apenas ao juiz da zona eleitoral em que inscrito o filiado na hipótese

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de inexistência de órgão municipal ou comprovada impossibilidade de localização do representante
do partido político”.

24. O art. 22 da Lei 9.096/1995 dispõe que o cancelamento imediato da filiação partidária verifica-
se nos casos de: I - morte; II - perda dos direitos políticos; III - expulsão; IV - outras formas previstas
no estatuto, com comunicação obrigatória ao atingido no prazo de quarenta e oito horas da decisão;
e V - filiação a outro partido, desde que a pessoa comunique o fato ao juiz da respectiva Zona
Eleitoral.

25. O art. 22 da Lei 9.096/1995, em seu texto original, estabelecia que o eleitor que se filiava a outro
partido tinha que fazer comunicação, à agremiação de origem e ao juiz de sua respectiva Zona
Eleitoral, para cancelar sua filiação. Se não fizesse no dia imediato ao da nova filiação, ficava
configurada dupla filiação, sendo ambas consideradas nulas para todos os efeitos.

26. Havendo coexistência de filiações partidárias, prevalecerá a mais recente, devendo a Justiça
Eleitoral determinar o cancelamento das demais.

27. O art. 22-A da Lei 9.096/1995 afirma que perderá o mandato o detentor de cargo eletivo que se
desfiliar, sem justa causa, do partido pelo qual foi eleito.

Parágrafo único. Consideram-se justa causa para a desfiliação partidária somente


as seguintes hipóteses:
I - mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário;
II - grave discriminação política pessoal; e
III - mudança de partido efetuada durante o período de trinta dias que antecede o
prazo de filiação exigido em lei para concorrer à eleição, majoritária ou
proporcional, ao término do mandato vigente".

28. Em 27/05/2015, o Supremo Tribunal Federal decidiu que "não se aplica aos cargos do sistema
majoritário de eleição (prefeito, governador, senador e presidente da República) a regra de perda
do mandato em favor do partido, por infidelidade partidária, referente aos cargos do sistema
proporcional (vereadores, deputados estaduais, distritais e federais)".

29. A Constituição Federal de 1988, em seu art. 17, dispõe que é livre a criação, fusão, incorporação
e extinção de partidos políticos, resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o
pluripartidarismo e os direitos fundamentais da pessoa humana. Ao responder às questões de prova,
tenha atenção para não confundir as expressões "fusão" e "incorporação", pois possuem
significados distintos. Na primeira hipótese, ambos os partidos envolvidos deixam de existir, pois
será criada uma terceira agremiação. Na segunda, o Partido A incorpora os filiados do Partido B, que
deixará de existir.

30. No processo de fusão, o quórum para deliberação é de maioria absoluta. Tenha muita atenção
no momento da prova, pois é comum encontrarmos “pegadinhas” afirmando que o quórum é de
maioria simples ou relativa, por exemplo.

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31. O art. 29, § 4º, da Lei 9.096/1995, afirma que na hipótese de fusão, a existência legal do novo
partido tem início com o registro, no Ofício Civil competente do local de sua sede (e não no Tribunal
Superior Eleitoral), do estatuto e do programa, cujo requerimento deve ser acompanhado das atas
das decisões dos órgãos competentes.

32. A Lei 9.096/1995, em seu art. 29, § 2º, afirma que, observada a legislação civil, caberá ao partido
incorporando (aquele que deixará de existir) deliberar, por maioria absoluta de votos, em seu órgão
nacional de deliberação, sobre a adoção do estatuto e do programa de outra agremiação (partido
incorporador).

33. O art. 28 da Lei 9.096/1995 afirma que o Tribunal Superior Eleitoral, após trânsito em julgado de
decisão, determina o cancelamento do registro civil e do estatuto do partido contra o qual fique
provado: I - ter recebido ou estar recebendo recursos financeiros de procedência estrangeira; II -
estar subordinado a entidade ou governo estrangeiros; III - não ter prestado, nos termos desta Lei,
as devidas contas à Justiça Eleitoral; IV - que mantém organização paramilitar.

34. A Lei 9.096/1995, em seu artigo 32, dispõe que " O partido está obrigado a enviar, anualmente,
à Justiça Eleitoral, o balanço contábil do exercício findo, até o dia 30 de junho do ano seguinte.” É o
que, na prática, chamamos de prestação anual de contas partidárias. A legislação a prevê porque,
ainda que não estejamos em ano eleitoral, os partidos políticos podem receber doações e,
consequentemente, gastar esses recursos.

35. As agremiações partidárias sempre prestarão contas para a Justiça Eleitoral, sendo que o órgão
competente para recebê-las irá variar em razão do respectivo nível de organização.

Órgão Nacional do partido político Prestação de contas perante o TSE

Órgão Estadual do partido político Prestação de contas perante o TRE


Órgão Municipal do partido político
Prestação de contas perante o Juiz
Eleitoral

36. A desaprovação da prestação de contas do partido não ensejará sanção alguma que o impeça
de participar do pleito eleitoral. As sanções apenas serão aplicadas no caso de ausência da prestação
de contas.

37. O exame da prestação de contas dos órgãos partidários tem caráter jurisdicional. Sendo assim,
devem ser observados todos os princípios inerentes ao processo, a exemplo do contraditório e
ampla defesa.

38. A Lei 9.096/1995, em seu art. 37, § 12, dispõe que “erros formais ou materiais que no conjunto
da prestação de contas não comprometam o conhecimento da origem das receitas e a destinação
das despesas não acarretarão a desaprovação das contas”.

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39. Os órgãos partidários municipais que não tenham movimentado recursos financeiros ou
arrecadado bens estimáveis em dinheiro ficam desobrigados de prestar contas à Justiça Eleitoral,
exigindo-se do responsável partidário, até o dia 30 de junho, apenas a apresentação de declaração
da ausência de movimentação de recursos nesse período.

40. A Lei 9.096/1995, em seu art. 37, § 4º, afirma que da decisão que desaprovar total ou
parcialmente a prestação de contas dos órgãos partidários caberá recurso para os Tribunais
Regionais Eleitorais ou para o Tribunal Superior Eleitoral, conforme o caso, o qual deverá ser
recebido com efeito suspensivo.

41. O art. 37. § 13, da Lei 9.096/1995, dispõe que a responsabilização pessoal civil e criminal dos
dirigentes partidários decorrente da desaprovação das contas partidárias e de atos ilícitos atribuídos
ao partido político somente ocorrerá se verificada irregularidade grave e insanável resultante de
conduta dolosa que importe enriquecimento ilícito e lesão ao patrimônio do partido.

42. O simples fato de o partido político ter as suas contas desaprovadas, por si só, não o impede de
participar do processo eleitoral ou de receber recursos do fundo partidário. Por outro lado, caso a
agremiação tenhas as contas julgadas como não prestadas (porque não foram apresentadas à Justiça
Eleitoral), não poderá receber recursos do fundo partidário enquanto perdurar a inadimplência.

43. A Lei 9.096/1995, em seu art. 38, dispõe que o Fundo Especial de Assistência Financeira aos
Partidos Políticos (Fundo Partidário) é constituído por: I - multas e penalidades pecuniárias aplicadas
nos termos do Código Eleitoral e leis conexas; II - recursos financeiros que lhe forem destinados por
lei, em caráter permanente ou eventual; III - doações de pessoa física ou jurídica, efetuadas por
intermédio de depósitos bancários diretamente na conta do Fundo Partidário; e IV - dotações
orçamentárias da União em valor nunca inferior, cada ano, ao número de eleitores inscritos em 31
de dezembro do ano anterior ao da proposta orçamentária, multiplicados por trinta e cinco centavos
de real, em valores de agosto de 1995.

44. O art. 44 da Lei 9.096/1995 dispõe que os recursos oriundos do Fundo Partidário serão aplicados:
I - na manutenção das sedes e serviços do partido, permitido o pagamento de pessoal, a qualquer
título, observado, do total recebido, os seguintes limites: a) 50% (cinquenta por cento) para o órgão
nacional; b) 60% (sessenta por cento) para cada órgão estadual e municipal; II - na propaganda
doutrinária e política; III - no alistamento e campanhas eleitorais; IV - na criação e manutenção de
instituto ou fundação de pesquisa e de doutrinação e educação política, sendo esta aplicação de, no
mínimo, vinte por cento do total recebido. V - na criação e manutenção de programas de promoção
e difusão da participação política das mulheres, criados e mantidos pela secretaria da mulher do
respectivo partido político ou, inexistindo a secretaria, pelo instituto ou fundação de pesquisa e de
doutrinação e educação política de que trata o inciso IV, conforme percentual que será fixado pelo
órgão nacional de direção partidária, observado o mínimo de 5% (cinco por cento) do total; VI - no
pagamento de mensalidades, anuidades e congêneres devidos a organismos partidários
internacionais que se destinem ao apoio à pesquisa, ao estudo e à doutrinação política, aos quais
seja o partido político regularmente filiado; VII - no pagamento de despesas com alimentação,
incluindo restaurantes e lanchonetes.

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45. O Tribunal Superior Eleitoral tem entendimento firmado de que os recursos do Fundo Partidário
não podem ser utilizados para as seguintes finalidades:

1 - Pagamento de multas eleitorais, decorrentes de infração à Lei das Eleições (orientação fornecida
na resposta da Consulta nº 139.623);

2 - Encargos decorrentes do inadimplemento de obrigações, a exemplo de multa por atraso no


pagamento do aluguel da sede, por exemplo (decidido no julgamento da prestação de contas nº
94.884/2015).

@fabianopereiraprof ______________________________________________ Página 168

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