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Gestão Ambiental

Controle de Impactos Ambientais


Diretor Executivo
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico
TIAGO DA ROCHA
Autoria
CAROLINA GALVÃO SARZEDAS
AUTORIA
Carolina Galvão Sarzedas
Olá! Sou formada em Ciências Biológicas, com mestrado e
doutorado em Ciências, com experiência técnico-profissional na área de
Meio Ambiente há mais de 18 anos. Minha formação acadêmica começou
na UFRJ, local em que me apaixonei pela ciência e pela educação. Tenho
experiência tanto na área de orientação acadêmica quanto na produção
de material didático para grandes empresas de educação. Por isso, fui
convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores
independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de
muito estudo e trabalho. Conte comigo!
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez
que:

OBJETIVO: DEFINIÇÃO:
para o início do houver necessidade
desenvolvimento de de se apresentar um
uma nova compe- novo conceito;
tência;

NOTA: IMPORTANTE:
quando forem as observações
necessários obser- escritas tiveram que
vações ou comple- ser priorizadas para
mentações para o você;
seu conhecimento;
EXPLICANDO VOCÊ SABIA?
MELHOR: curiosidades e
algo precisa ser indagações lúdicas
melhor explicado ou sobre o tema em
detalhado; estudo, se forem
necessárias;
SAIBA MAIS: REFLITA:
textos, referências se houver a neces-
bibliográficas e links sidade de chamar a
para aprofundamen- atenção sobre algo
to do seu conheci- a ser refletido ou dis-
mento; cutido sobre;
ACESSE: RESUMINDO:
se for preciso aces- quando for preciso
sar um ou mais sites se fazer um resumo
para fazer download, acumulativo das últi-
assistir vídeos, ler mas abordagens;
textos, ouvir podcast;
ATIVIDADES: TESTANDO:
quando alguma quando o desen-
atividade de au- volvimento de uma
toaprendizagem for competência for
aplicada; concluído e questões
forem explicadas;
SUMÁRIO
Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) .............................................. 10
Impactos Ambientais.....................................................................................................................10

Avaliação do Impacto Ambiental (AIA)............................................................................. 14

Principais Etapas do Processo............................................................................ 15

Estudo do Impacto Ambiental (EIA).................................................................................... 17

Relatório de Impacto Ambiental EIA/RIMA......................................20


Estudo de Impacto Ambiental (EIA)................................................................................... 20

Relatório de Impacto Ambiental (RIMA)..........................................................................24

Atividades em que EIA/RIMA são Exigidos..................................................................25

Termo de Referência (TR)...........................................................................................................27

Controle Ambiental e Medidas de Prevenção.................................29


Definição de Plano e Relatório de Controle Ambiental........................................29

Elementos do Plano de Controle Ambiental........................................... 30

Plano de Remediação de Áreas Degradadas (PRAD)........................................... 31

Implantação do PRAD e manutenção...........................................................32

Exemplos de Degradação Ambiental...............................................................................33

Medidas de Recuperação de Áreas Degradadas.....................................................34

Planos de Gestão Ambiental................................................................... 37


Introdução..............................................................................................................................................37

Componentes de um Plano de Gestão Ambiental................................................. 38

Medidas Mitigadoras................................................................................................. 40

Plano de Monitoramento......................................................................................... 41

Medidas Compensatórias.......................................................................................43

Valorização de Efeitos Benéficos......................................................................44


Gestão Ambiental 7

04
UNIDADE
8 Gestão Ambiental

INTRODUÇÃO
Você sabia que a área de Impactos Ambientais é uma das mais
importantes do Sistema de Gestão Ambiental (SGA)? Você já deve ter
percebido que a maior parte das atividades econômicas gera algum
tipo de impacto ambiental, certo? Por isso, o acompanhamento do
comportamento ou do impacto ambiental gerado é avaliado por
indicadores ambientais. Nesse sentido, a Avaliação do Impacto Ambiental
tem por finalidade considerar os impactos ambientais antes de se tomar
uma decisão que possa trazer grande degradação ambiental. De todo o
processo de AIA, o EIA é o documento mais importante, pois servirá para
que todas as principais decisões sobre a viabilidade ambiental de um
projeto, suas medidas mitigadoras ou compensatórias sejam tomadas.
Portanto, AIA é usada como ferramenta para planejamento de Gestão
Ambiental. Isso mesmo. Entendeu? Ao longo desta unidade letiva, você
vai mergulhar neste universo!
Gestão Ambiental 9

OBJETIVOS
Olá! Seja muito bem-vindo à Unidade 4 – Controle de impactos
ambientais. Nosso objetivo é auxiliar você no atingimento dos seguintes
objetivos de aprendizagem até o término desta etapa de estudos:

1. Elaborar uma Avaliação de Impacto Ambiental (AIA).

2. Desenvolver um Estudo de Impacto Ambiental (EIA).

3. Distinguir Plano e Relatório de Controle Ambiental.

4. Criar um Plano de Gestão Ambiental.

Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento?


Ao trabalho!
10 Gestão Ambiental

Avaliação de Impacto Ambiental (AIA)

OBJETIVO:

Ao término deste capítulo, você será capaz de entender


como funciona a Avaliação e o Estudo de Impactos
Ambientais. Isso será fundamental para facilitar as etapas
envolvidas na Gestão Ambiental do futuro empreendimento.
E, então? Motivado para desenvolver esta competência?
Então vamos lá. Avante!.

Impactos Ambientais
Segundo o CONAMA, Impacto Ambiental é qualquer alteração das
propriedades físicas, químicas ou biológicas do Meio Ambiente, causada
por qualquer forma de matéria ou energia resultante de atividade humana,
que direta ou indiretamente afetem:

•• A saúde, segurança e bem-estar da população.

•• As atividades sociais e econômicas.

•• A biota.

•• As condições estéticas e sanitárias do Meio Ambiente.

•• A qualidade dos recursos ambientais.


Gestão Ambiental 11

Figura 1 – Poluição ambiental causada pelo processo industrial

Fonte: Freepik.

Os impactos ambientais podem ser classificados de acordo com


suas características:

Magnitude: é a grandeza de um impacto em termos absolutos,


definida como a mudança de valor de um parâmetro ambiental após uma
ação, em termos quantitativos ou qualitativos.

EXPLICANDO MELHOR:

O padrão para o ruído é 20 decibéis. O uso de uma britadeira


eleva esse ruído para 55 decibéis, portanto a magnitude do
impacto é de 35 decibéis.

Importância: refere-se ao grau de significação de um impacto em


relação ao fator ambiental afetado e a outros impactos. Pode ocorrer que
um determinado impacto, mesmo sendo de magnitude elevada, não seja
importante quando comparamos com outro fator.
12 Gestão Ambiental

EXPLICANDO MELHOR:

Um desmatamento vai ter seu grau de importância para


a drenagem e a cobertura vegetal de uma dada região,
sendo importante para o fator socioeconômico, mas não
para o fator cultural.

Valor: determina se o impacto será positivo (benéfico) ou negativo.

EXPLICANDO MELHOR:

Positivo: geração de emprego e renda, aumento da


produtividade; negativo: redução da vazão de um rio,
aumento da concentração de sólidos em um rio.

Ordem

•• Direta: gera o impacto no momento da ação. Exemplo: enchimento


de reservatórios de hidrelétricas, a perda das matas e habitats
acontece na hora da ação.

•• Indireta: o impacto é gerado após algum tempo. Exemplo: a


instalação de um novo bairro aumenta a demanda por escolas,
tratamento de água e esgoto.

Espacial: é o tamanho do impacto gerado, podendo ser local (afeta


apenas a própria área), regional (efeito se propaga na área além do local
de ação), estratégico (afeta um componente de uso coletivo, como um rio)
ou de grandes proporções (afeta além das fronteiras, como a instalação
de uma hidrelétrica).
Gestão Ambiental 13

Reversibilidade

•• Reversível: quando a atividade humana é cessada, o dano também


cessa. Exemplo: um canteiro de obras.

•• Irreversível: mesmo com o término da ação, o dano permanece.


Exemplo: assoreamento de um rio provocado por resíduos de
atividade mineradora.

A maior parte das atividades econômicas gera algum tipo de


impacto ambiental, mas certamente a atividade industrial é a mais danosa
ao Meio Ambiente. Isso porque gera uma grande quantidade de resíduos
sólidos, efluentes líquidos, poluentes atmosféricos, ruídos e vibrações.
Por esses motivos, as instalações de indústria precisam ser afastadas de
regiões residenciais, para que a população não esteja próxima à região
diretamente atingida.

O acompanhamento do comportamento ou do impacto ambiental


gerado por uma atividade é avaliado por indicadores ambientais, ou seja,
parâmetros que podem ser físico-químicos, biológicos, comportamentais
ou sociais. Por exemplo:

•• Fatores físicos: concentração de metais pesados no solo, pH de


lagos, índice de coliformes na água.

•• Fatores bióticos: número de indivíduos de uma determinada


espécie ou presença e desaparecimento de algumas populações
comuns naquela região.

•• Fatores antrópicos: índice de mortalidade e taxa de incidência de


doenças.
14 Gestão Ambiental

Avaliação do Impacto Ambiental (AIA)


A AIA é considerada um processo de avaliação dos efeitos ecológicos,
econômicos e sociais de ações causadas pelo comportamento humano.
Também age por meio de monitoramento e controle desses efeitos
pelo poder público e pela sociedade. Sua finalidade é a de considerar
os impactos ambientais antes de se tomar uma decisão que possa trazer
grande degradação ambiental.

A AIA tem, também, o papel de facilitar a Gestão Ambiental do


futuro empreendimento, pois a aprovação do projeto está relacionada
aos compromissos assumidos pelo empreendedor, que são delineados
de acordo com os Estudos de Impactos Ambientais.

NOTA:

O processo de AIA não termina com a aprovação da


licença, mas sim continua durante o ciclo do projeto,
a partir da avaliação da maneira de implementar as
medidas mitigadoras e compensatórias, seu cronograma,
a participação de outros atores na qualidade de parceiros e
os indicadores de sucesso.

A Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA) tem a AIA como um


instrumento de grande importância para a gestão institucional de planos,
programas e projetos, em nível federal, estadual e municipal.

A operacionalização da AIA é universal, podendo ser concedida


maior ou menor importância para algumas atividades, porém, no Brasil,
seguem-se os seguintes requisitos básicos:

•• Criar procedimentos de licenciamento ambiental específicos,


conforme os tipos de atividades.

•• Treinar equipes multidisciplinares na elaboração de Estudos de


Impactos Ambientais/Relatório de Impactos Ambientais (EIA/
RIMA).
Gestão Ambiental 15

•• Treinar pessoal dos órgãos de Meio Ambiente para analisar os


casos de AIA no país.

•• Gerar instruções e guias específicos para conduzir os diferentes


tipos de estudos, de acordo com as características dos projetos
propostos.

A AIA tem os seguintes objetivos:

1. Assegurar que as considerações ambientais sejam explicitamente


tratadas e incorporadas ao processo decisório.

2. Antecipar, evitar, minimizar ou compensar os efeitos negativos


relevantes, sejam eles biofísicos, sociais e outros.

3. Proteger a produtividade e a capacidade dos sistemas naturais,


assim como os processos ecológicos que mantêm suas funções.

4. Promover o desenvolvimento sustentável e otimizar o uso e as


oportunidades de gestão de recursos.

Principais Etapas do Processo


O processo de Avaliação do Impacto Ambiental precisa ser
organizado de forma sequencial e de maneira lógica. Pode ser dividido
em três etapas:

1. Etapa inicial:

Tem a função de avaliar a necessidade de detalhamento dos


impactos ambientais causados por uma futura ação, pois nem sempre
atividades sujeitas a licenciamento ambiental são passíveis de estudo de
impacto ambiental.

2. Etapa de análise e detalhada:

Só é aplicada nos casos em que as atividades sejam potencialmente


causadoras de impactos ambientais. Essa análise é composta de atividades
que vão desde a definição do conteúdo do EIA até sua aprovação.

3. Etapa pós-aprovação:
16 Gestão Ambiental

Em caso de implementação do empreendimento, a AIA continua em


vigor por meio de medidas de gestão previamente discriminadas no EIA,
porém agora com objetivos e metas de proteção ambiental e não mais
de previsão de consequências futuras. Em caso de um EIA satisfatório
e do desenvolvimento de um Sistema de Gestão Ambiental nos moldes
preconizados pela ISO 14001, o empreendimento contará com elementos
suficientes para sua Gestão Ambiental.

A seguir, descreveremos os componentes básicos do processo de AIA:

Apresentação da proposta: é o início do processo, no qual o


detalhamento da proposta será definido pela organização encarregada
de gerir o processo de AIA. As informações serão utilizadas para triagem
e deverão conter pelo menos a localização do futuro empreendimento,
a área ocupada e quais serão suas principais atividades durante os
processos de construção e funcionamento. A descrição também precisará
incluir se haverá consumo de recursos naturais ou sobre o efeito de suas
atividades nos recursos ambientais ou culturais da região.

Triagem: de acordo com o potencial impacto ambiental, ocorre o


enquadramento do projeto em uma das três categorias:

a. São necessários estudos aprofundados.

b. Não são necessários estudos aprofundados.

c. Há dúvidas sobre o potencial de causar impactos significativos ou


sobre as medidas de controle.

E, quais são os critérios usados para enquadrar cada projeto?

Listas positivas: são projetos para os quais é obrigatória a realização


de um estudo detalhado.

Listas negativas: são projetos que já se sabe que não causam


impactos significativos ou projetos que se conhecem medidas eficazes
para mitigar os possíveis impactos negativos.

Critérios de corte: são fundamentados no porte do empreendimento,


usados tanto para listas positivas quanto negativas.
Gestão Ambiental 17

Localização do empreendimento: se a área do projeto for


sensível, pode ser necessária a realização de estudos completos,
independentemente do tipo ou porte do empreendimento.

Recursos ambientais potencialmente afetados: são usados em


caso de projetos que afetem alguns tipos particulares de ambiente, como
áreas úmidas de importância internacional ou cavernas, por exemplo.

NOTA:

A importância do estudo aprofundado é analisar os


impactos em detalhes, estabelecendo as condições sob as
quais a proposta será implementada.

Há casos em que é difícil saber de antemão se os possíveis impactos


serão significativos ou da real contribuição da AIA, então há a necessidade
de preparação de um EIA.

Estudo do Impacto Ambiental (EIA)


Determinação do escopo do EIA: se for necessária a preparação de
um EIA, antes, é preciso estabelecer seu escopo, isto é, a abrangência
(alternativas tecnológicas e de localização, por exemplo) e a profundidade
(nível de detalhamento e de análises) necessária para o estudo.

O plano de trabalho para a realização dos estudos é definido de


acordo com os impactos que podem decorrer de cada empreendimento.
Ao final, deve mostrar como os impactos se manifestarão, com sua
magnitude ou intensidade e meios de compensação e mitigação.

Elaboração do EIA: é a atividade central do processo de AIA, a qual


ficarão estabelecidas as bases para a análise da viabilidade ambiental
do empreendimento. O EIA é elaborado por especialistas de diferentes
áreas, de acordo com a extensão e a intensidade dos impactos ambientais
gerados. É importante salientar que poderá haver mudanças no projeto
para reduzir ou eliminar os impactos negativos. Os relatórios finais
18 Gestão Ambiental

costumam ser técnicos, porém é obrigatório o preparo de um resumo em


linguagem simplificada, de forma a comunicar a todos os interessados
as principais características do empreendimento e seus respectivos
impactos.

Análise técnica do EIA: a análise é feita por terceiros, geralmente por


parte do órgão do governo responsável por autorizar o empreendimento
ou pela instituição financeira à qual foi pedido o financiamento. Consulta
pública: o Relatório do Impacto Ambiental (RIMA) fica acessível ao público
e aos órgãos públicos interessados ou com relação direta no projeto;
comentários podem ser enviados dentro de um prazo determinado.

Decisão: as decisões são muito variadas e cabem à autoridade


ambiental, ao governo ou ao órgão competente. Entre as decisões
possíveis, podemos citar:

•• Não autorização do empreendimento.

•• Aprovação incondicional.

•• Aprovação com condições.

•• Retorno às etapas anteriores, para modificações ou


complementações dos estudos.

Acompanhamento e monitoramento: o programa de


acompanhamento e monitoramento é uma atividade técnica exigida pelo
EIA, sendo uma parte essencial das atividades de Gestão Ambiental.

Todos os componentes principais do processo de AIA estão


presentes na Resolução CONAMA 1/86.

SAIBA MAIS:

Caso queira se aprofundar no assunto e saber mais sobre a


Resolução do CONAMA responsável pelo processo de AIA,
leia o documento na íntegra clicando aqui.
Gestão Ambiental 19

RESUMINDO:

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo


tudinho? Agora, só para termos certeza de que você
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos
resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que
Impacto Ambiental é qualquer alteração das propriedades
físicas, químicas ou biológicas do Meio Ambiente resultante
de atividade humana. O processo de avaliação desses
efeitos e do monitoramento e controle pelo poder público
e pela sociedade é denominado Avaliação de Impactos
Ambientais (AIA). Sua finalidade é a de considerar os
impactos ambientais antes de se tomar uma decisão que
possa trazer grande degradação ambiental e, ainda, facilitar
a Gestão Ambiental do futuro empreendimento por meio
do Estudo de Impactos Ambientais (EIA). O EIA é um plano
de trabalho que define os impactos que podem decorrer
de cada empreendimento e, ao final, deve mostrar como
esses impactos se manifestarão, com sua magnitude ou
intensidade, meios de compensação e mitigação.
20 Gestão Ambiental

Relatório de Impacto Ambiental EIA/


RIMA

OBJETIVO:

Ao término deste capítulo, você será capaz de entender


como funciona o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o
desenvolvimento de um Relatório de Impacto Ambiental
(RIMA). E então? Motivado para desenvolver esta
competência? Então vamos lá. Avante!.

Estudo de Impacto Ambiental (EIA)


Nós todos, como cidadãos, podemos usufruir do Meio Ambiente,
certo? Sim, é um bem de interesse público e, por esse motivo, qualquer
atividade que possa interferir no equilíbrio da sociedade e que tenha
como resultado um possível impacto ambiental precisa ser consentida
por órgãos competentes.

Nesse contexto, o Licenciamento Ambiental é um procedimento


administrativo que autoriza localização, instalação, ampliação, modificação
e operação de atividades ou empreendimentos cujas atividades podem
ser efetiva ou potencialmente poluidoras. É um processo administrado
pelo órgão governamental competente que, geralmente, antecede os
estudos de impacto ambiental.
Gestão Ambiental 21

Figura 2 – Impacto ambiental

Fonte: Freepik.

O Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o respectivo Relatório de


Impacto Ambiental (RIMA) foram regulamentados pela resolução CONAMA
1/86 para o licenciamento de diversas atividades potencialmente
poluidoras.

De todo o processo de Avaliação de Impacto Ambiental, o EIA é


o documento mais importante, pois sua base servirá para que todas as
principais decisões sobre a viabilidade ambiental de um projeto, assim
como suas medidas mitigadoras ou compensatórias sejam tomadas. Além
disso, serve como base para as negociações entre o empreendedor, o
governo e outras partes interessadas, como órgãos de financiamento.

O EIA deve ser elaborado por equipe técnica multidisciplinar


habilitada e deverá conter, no mínimo, as seguintes atividades técnicas,
conforme Resolução CONAMA 01/1986:
22 Gestão Ambiental

I – Diagnóstico ambiental da área de influência do projeto, contendo


completa descrição e análise dos recursos ambientais e suas interações,
tal como existem, de modo a caracterizar a situação ambiental da área,
antes da implantação do projeto, de modo a considerar:

a. O meio físico – o subsolo, as águas, o ar e o clima, destacando


os recursos minerais, a topografia, os tipos e aptidões do solo, os
corpos d’água, o regime hidrológico, as correntes marinhas, as
correntes atmosféricas.

b. O meio biológico e os ecossistemas naturais – a fauna e a flora,


destacando as espécies indicadoras da qualidade ambiental, de
valor científico e econômico, raras e ameaçadas de extinção e as
áreas de preservação permanente.

c. O meio socioeconômico – o uso e ocupação do solo, os usos


da água e a sócio economia, destacando os sítios e monumentos
arqueológicos, históricos e culturais da comunidade, as relações
de dependência entre a sociedade local, os recursos ambientais e
a potencial utilização futura desses recursos.

II – Análise dos impactos ambientais do projeto e de suas alternativas,


por intermédio de identificação, previsão da magnitude e interpretação da
importância dos prováveis impactos relevantes, de modo a ressaltar: os
impactos positivos e negativos (benéficos e adversos), diretos e indiretos,
imediatos e a médio e longo prazos, temporários e permanentes; seu
grau de reversibilidade; suas propriedades cumulativas e sinérgicas; a
distribuição dos ônus e benefícios sociais.

III – Definição das medidas mitigadoras dos impactos negativos,


entre elas os equipamentos de controle e sistemas de tratamento de
despejos, de modo a avaliar a eficiência de cada uma delas.

IV – Elaboração do programa de acompanhamento e monitoramento


(os impactos positivos e negativos), a partir da identificação dos fatores e
parâmetros a serem considerados.
Gestão Ambiental 23

Além de atender à legislação, em especial à PNMA, o EIA precisa


obedecer às seguintes diretrizes: I - Contemplar todas as alternativas
tecnológicas e de localização de projeto, confrontando-as com a hipótese
de não execução do projeto. II - Identificar e avaliar sistematicamente os
impactos ambientais gerados nas fases de implantação e operação da
atividade.

III - Definir os limites da área geográfica a ser direta ou indiretamente


afetada pelos impactos, denominada área de influência do projeto, de
modo a considerar, em todos os casos, a bacia hidrográfica na qual se
localiza.

IV - Considerar os planos e programas governamentais, propostos


e em implantação na área de influência do projeto e sua compatibilidade.

O preparo do EIA segue uma sequência lógica de etapas, sendo


cada uma delas dependente da anterior. A maneira de se iniciar e conduzir
um EIA irá influenciar toda a qualidade do resultado. Basicamente, algumas
atividades são utilizadas na preparação do EIA, de maneira que outras
podem ser solicitadas, como estudos do tipo de impacto normalmente
associado à atividade em questão.

Atividades solicitadas:

Planejamento:

•• Caracterização das alternativas para o empreendimento e


reconhecimento ambiental inicial.

•• Identificação preliminar dos impactos: é a preparação de uma lista


das prováveis alterações que o empreendimento poderá causar.
Uso de documentação cartográfica e fotografias aéreas são úteis.

•• Determinação do escopo: primeiro identifica-se as questões


relevantes por meio dos métodos da analogia com casos similares,
experiência e opinião de especialistas, além da consulta ao público
e análise das questões definidas previamente por via legal.

•• Plano de trabalho.
24 Gestão Ambiental

Execução:

•• Plano de trabalho/termo de referência.

•• Estudos de base: é a atividade mais cara e demorada de todo


o processo. É necessária a definição prévia da área de estudo,
aquela em que serão coletadas as informações para o diagnóstico
ambiental.

•• Identificação, previsão e avaliação dos impactos: a identificação


é apenas uma enumeração das prováveis consequências das
ações, enquanto a previsão engloba a hipótese fundamentada
e justificada e, se possível, quantitativa sobre os indicadores
ambientais que representem a qualidade ambiental. Já a avaliação
tem como função a antecipação das consequências futuras.

•• Plano de gestão: é o conjunto de medidas necessárias, em


qualquer fase do projeto, de modo a evitar, atenuar ou compensar
os impactos ambientais negativos e incentivar os impactos
positivos.

•• EIA/RIMA: relatório contendo todos os dados de forma clara e


objetiva.

Relatório de Impacto Ambiental (RIMA)


O RIMA, como dito anteriormente, é um relatório que deve ser
apresentado de forma objetiva e adequada.

A equipe multidisciplinar responsável pela elaboração do EIA/


RIMA precisa manter a transparência das informações e estar à disposição
para discutir com todos os participantes do processo a respeito da base
conceitual do método adotado no EIA. Também precisa apresentar as
análises e conclusões do Estudo Ambiental e as possibilidades reais de
operacionalização dos programas propostos para o acompanhamento e
monitoramento dos impactos ambientais provocados pelas atividades.

Conforme disposto na Resolução CONAMA 01/1986, o RIMA


refletirá as conclusões do EIA e deverá conter, no mínimo:
Gestão Ambiental 25

I – Os objetivos e justificativas do projeto, sua relação e compatibilidade


com as políticas setoriais, planos e programas governamentais.

II – A descrição do projeto e suas alternativas tecnológicas e


locacionais, especificando para cada uma delas, nas fases de construção
e operação, a área de influência, as matérias-primas e mão-de-obra,
as fontes de energia, os processos e técnica operacionais, os prováveis
efluentes, emissões, resíduos de energia, os empregos diretos e indiretos
a serem gerados.

III – A síntese dos resultados dos estudos de diagnósticos ambiental


da área de influência do projeto.

IV – A descrição dos prováveis impactos ambientais da implantação


e operação da atividade, de modo a considerar o projeto, suas alternativas,
os horizontes de tempo de incidência dos impactos e mediante a indicação
de métodos, técnicas e critérios adotados para sua identificação,
quantificação e interpretação.

V – A caracterização da qualidade ambiental futura da área de


influência, a partir da comparação entre as diferentes situações da adoção
do projeto e suas alternativas, bem como com a hipótese de sua não
realização.

VI – A descrição do efeito esperado das medidas mitigadoras


previstas em relação aos impactos negativos, mencionando aqueles que
não puderam ser evitados e o grau de alteração esperado.

VII – O programa de acompanhamento e monitoramento dos


impactos.

VIII – Recomendação quanto à alternativa mais favorável (conclusões


e comentários de ordem geral).

Atividades em que EIA/RIMA são


Exigidos
De acordo com a Resolução Conama 01/86, as atividades passíveis
de EIA/RIMA são:
26 Gestão Ambiental

•• Estradas de rodagem com duas ou mais faixas de rolamento.

•• Ferrovias.

•• Portos e terminais de minério, de petróleo e de produtos químicos.

•• Aeroportos.

•• Oleodutos.

•• Gasodutos.

•• Minerodutos.

•• Troncos coletores e emissários de esgoto sanitário.

•• Linhas de transmissão de energia elétrica com tensão superior a


230 KV.

•• Obras hidráulicas para exploração de recursos hídricos, tais como


barragem para fins hidrelétricos, superior a 10 MW, barragens de
saneamento ou de irrigação, abertura de canais para navegação,
para drenagem ou para irrigação, retificação de cursos d’água,
abertura de barras e embocaduras, transposição de bacias, diques.

•• Extração de combustível fóssil.

•• Extração de minério.

•• Aterro sanitário.

•• Processamento e destino final de resíduos tóxicos ou perigosos.

•• Usinas de geração de eletricidade, qualquer que seja a fonte de


energia primária, superior a 10 MW.

•• Complexos e unidades industriais e agro-industriais (petroquímicos,


siderúrgicos, cloroquímicos, destilarias de álcool, hulha).

•• Distritos industriais e zonas estritamente industriais.

•• Exploração econômica de madeira ou de lenha em áreas de


tamanho superior a 100 hectares ou menores, quando atingirem
áreas significativas em termos percentuais ou de importância do
ponto de vista ambiental.
Gestão Ambiental 27

•• Projetos urbanísticos, superior a 100 hectares ou em áreas


consideradas de relevante interesse ambiental a critério do órgão
licenciador.

•• Qualquer atividade que utilizar carvão vegetal, derivados ou


produtos similares, em quantidade superior a 10 toneladas por dia.

•• Projetos agropecuários que contemplem áreas superiores a 1.000


hectares ou menores – nesse caso, quando se tratar de áreas
significativas em termos percentuais ou de importância do ponto
de vista ambiental, inclusive nas áreas de proteção ambiental.

•• Qualquer atividade que seja potencialmente lesiva ao patrimônio


espeleológico nacional.

•• Outras atividades ou empreendimentos, a critério do órgão


licenciador.

Termo de Referência (TR)


O TR é um instrumento orientador para a colaboração de todos
os tipos de Estudo Ambiental (EIA/RIMA, PCA, RCA, PRAD, Plano
de Monitoramento etc.) e tem por objetivo estabelecer as diretrizes
orientadoras, o conteúdo e a abrangência do estudo, sendo uma etapa
que antecede à implantação da atividade potencialmente impactante.

É produzido pelo órgão ambiental competente, a partir das


informações prestadas pelo empreendedor na fase em que solicitou o
licenciamento ambiental.

NOTA:

Muitas vezes, para agilizar o processo, o próprio


empreendedor se adianta e já solicita a proposta de TR
com o licenciamento.

A boa elaboração do TR é fundamental para que o EIA tenha a


qualidade desejada, porém nem sempre isso acontece, em razão da
28 Gestão Ambiental

falta de conhecimento técnico sobre as características do espaço e sobre


os impactos ambientais possivelmente causados pelas atividades em
questão.

SAIBA MAIS:

Caso queira se aprofundar no assunto e saber mais sobre


EIA/RIMA, consulte a resolução CONAMA 01/86 clicando
aqui.

RESUMINDO:

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo


tudinho? Agora, só para termos certeza de que você
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo,
vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido
que o EIA é um documento importante, porque sua base
servirá para todas as principais decisões sobre a viabilidade
ambiental de um projeto e para que suas medidas
mitigadoras ou compensatórias sejam tomadas. Nesse
sentido, além de servir como base para as negociações
entre o empreendedor, o governo e outras partes
interessadas, como órgãos de financiamento, o preparo
do EIA segue uma sequência lógica de etapas, cada uma
delas dependente da anterior e culminando no RIMA, que
é um relatório preparado por uma equipe multidisciplinar
que deve ser apresentado, de forma objetiva e adequada,
com os resultados obtidos no EIA. Por fim, você viu que
o Termo de Referência é um instrumento orientador para
a colaboração de todos os tipos de Estudo Ambiental e
tem por objetivo estabelecer as diretrizes orientadoras, o
conteúdo e a abrangência do estudo, sendo uma etapa
que antecede à implantação da atividade potencialmente
impactante.
Gestão Ambiental 29

Controle Ambiental e Medidas de


Prevenção

OBJETIVO:

Ao término deste capítulo, você será capaz de entender


como funcionam os planos de controle ambiental (PCA)
que são estudos os quais identificam e propõem medidas
mitigadoras relacionadas aos impactos gerados por alguns
tipos de empreendimentos. E então? Motivado para
desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante!.

Definição de Plano e Relatório de Controle


Ambiental
Já vimos que, quando uma atividade ou empreendimento com
potencial para causar danos ambientais deseja ser instalada em qualquer
lugar, ela precisa solicitar junto ao órgão ambiental competente, seu
Licenciamento Ambiental.

REVISANDO:

As fases para o processo de Licenciamento são:

Licença Prévia: é o alicerce para o empreendimento, no qual são


definidos os aspectos referentes ao controle ambiental e à necessidade de
EIA/RIMA. Em casos de dispensa do EIA/RIMA, é solicitado um Relatório
de Controle Ambiental (RCA).

Licença de Instalação: é quando se dá a construção do


empreendimento. Para a obtenção da LI, pode ser solicitado um Plano de
Controle Ambiental (PCA).

Licença de Operação: é o documento que autoriza o funcionamento


ou regulariza a situação das atividades. Nessa etapa, são determinados os
métodos de controle e as condições de operação.
30 Gestão Ambiental

Portanto, o Relatório de Controle Ambiental (RCA) é um documento


exigido pela Resolução CONAMA 10/90 nos casos em que há dispensa
do EIA/RIMA, para a obtenção de LP.

Em seu conteúdo, precisa haver uma série de informações, estudos


e levantamentos de modo a identificar as não conformidades legais,
assim como efetivos ou potenciais impactos ambientais, decorrentes
da instalação e do funcionamento da atividade ou empreendimento
solicitante da Licença.

Conteúdo do RCA:

Aspectos ambientais referentes à:

•• Localização.

•• Instalação.

•• Operação.

•• Ampliação.

Informações gerais referentes à:

•• Caracterização do ambiente da instalação.

•• A localização de acordo com o Plano Diretor Municipal.

•• Alvarás e documentos.

•• Plano de Controle Ambiental, que identifique as fontes de poluição


ou degradação e as medidas de controle.

O Plano de Controle Ambiental (PCA) nada mais é do que um estudo


com o objetivo de identificar e propor medidas mitigadoras relacionadas
aos impactos gerados por alguns tipos de empreendimentos.

Elementos do Plano de Controle Ambiental


A realização do PCA necessita de consulta à legislação estadual,
municipal ou IBAMA, além de normas e resoluções do CONAMA, pois
seu preenchimento, de acordo com a legislação vigente, mantém os
órgãos de controle e a população informada sobre o empreendimento e
a viabilidade ou não de instalação na região.

O PCA precisa conter a descrição dos impactos ambientais


resultantes da implantação da atividade ou do empreendimento, de
Gestão Ambiental 31

maneira a abordar elementos dos meios socioeconômicos, biológicos e


físicos, bem como as respectivas medidas mitigadoras, de controle ou
compensatórias.

De acordo com o porte do empreendimento, estudos como


destinação dos resíduos gerados, plano de educação ambiental, ou o plano
de retorno das águas utilizadas pela atividade, deverão conter no PCA. E,
ainda, um mapeamento e descrição das áreas no entorno da atividade,
com dados sobre cursos d’água pertencentes à região, estimativa de
retirada de terra e sua destinação, áreas sujeitas a alagamentos, estimativa
de resíduos gerados, entre outros dados.

A adoção de um PCA é fundamental para que o espaço urbano


cresça de forma regrada, a partir do uso consciente do Meio Ambiente,
de modo que os recursos naturais estejam seguros para as próximas
gerações.

Plano de Remediação de Áreas


Degradadas (PRAD)
O PRAD é um conjunto de medidas solicitado pelos órgãos
ambientais competentes como parte integrante do processo de
Licenciamento Ambiental de atividades potencialmente degradadoras
ou que já tenham sido punidas administrativamente por degradação
ambiental.

Segundo a Instrução Normativa 04/11 do IBAMA, o PRAD deverá


reunir informações, diagnósticos, levantamentos e estudos que permitam
a avaliação da degradação ou alteração e a consequente definição de
medidas adequadas à recuperação da área. Tudo issoem conformidade
com as especificações dos Termos de Referência da Norma.

O PRAD pode ser completo, quando a situação de degradação


exige a realização de grandes intervenções para a recuperação da área;
ou pode ser simplificado, em caso de pequena degradação.

O PRAD precisa conter as técnicas e métodos que serão empregados


de acordo com as características de cada área e, de preferência, que já
tenham eficácia comprovada.

O PRAD deve conter as seguintes informações:


32 Gestão Ambiental

•• Caracterização da área degradada e entorno, bem como do(s)


agente(s) causador(es) da degradação.

•• Escolha de proposta de recuperação para a área degradada.

•• Definição dos parâmetros a serem recuperados com base numa


área adotada como referência ou controle.

•• Adoção de um modelo de recuperação.

•• Detalhamento das técnicas e ações a serem adotadas para a


recuperação.

•• Inclusão de proposta de monitoramento e avaliação da efetividade


da recuperação.

•• Previsão dos insumos, custos e cronograma referente à execução


e consolidação da recuperação.

O requerente terá 90 dias a partir da aprovação do PRAD pelo


IBAMA para dar início às atividades previstas no cronograma de execução
nos termos de referência.

Implantação do PRAD e manutenção


Área degradada é aquela que se encontra impossibilitada de
retornar ao seu estado esperado por meio de uma trajetória natural, por
isso a importância da implantação de um Plano de Recuperação.

Segundo a Norma 04/11, quando for proposta a implantação direta


de vegetais deverão ser utilizadas espécies nativas da região na qual
estará inserido o projeto de recuperação, incluindo-se, também, aquelas
espécies ameaçadas de extinção, as quais deverão ser destacadas no
projeto.

Para os casos de plantio de mudas, na definição do número de


espécies vegetais nativas e do número de indivíduos por hectare a ser
utilizado na recuperação das áreas degradadas ou alteradas, deverão
ser considerados trabalhos, pesquisas publicadas, informações técnicas,
atos normativos disponíveis, respeitando-se as especificidades e
particularidades de cada região. Com isso, objetiva-se identificar a maior
diversidade possível de espécies florestais e demais formas de vegetação
Gestão Ambiental 33

nativa, buscando-se, dessa forma, obter maior compatibilidade com a


fitofisionomia local.

As espécies vegetais utilizadas deverão ser listadas e identificadas


por família, nome científico e respectivo nome vulgar, de modo que seja
dada atenção especial àquelas espécies adaptadas às condições locais e
àquelas com síndrome de dispersão zoocórica.

Na propriedade ou posse do agricultor familiar, do empreendedor


familiar rural ou dos povos e comunidades tradicionais, poderão ser
utilizados Sistemas Agroflorestais (SAF), desde que devidamente
justificados no PRAD Simplificado.

A possibilidade de uso futuro da área recuperada obedecerá


à legislação vigente, inclusive a exploração mediante manejo
ambientalmente sustentável.

Ademais, todos os tratos culturais e intervenções que se fizerem


necessários durante o processo de recuperação das áreas degradadas ou
alteradas deverão ser detalhados no PRAD e no PRAD Simplificado.

DEFINIÇÃO:

Zoocóricas são espécies vegetais dispersas pela fauna.

O monitoramento e a avaliação do PRAD e do PRAD Simplificado


ocorrem durante três anos após sua implantação, podendo ser prorrogado
por igual período. O responsável apresentará, no mínimo semestralmente,
ao longo da execução do PRAD, os Relatórios de Monitoramento, e as
Superintendências do IBAMA farão vistorias por amostragem nas áreas
degradadas ou alteradas em processo de recuperação.

Exemplos de Degradação Ambiental


Para entender como recuperar áreas degradadas, primeiro
precisamos conhecer alguns exemplos de degradação ambiental, uma
34 Gestão Ambiental

vez que essas modificações impostas pela sociedade aos ecossistemas


naturais acabam por comprometer a qualidade de vida dos seres vivos.

•• Resíduos industriais: lançamento na água e no solo de toneladas


de metais pesados que não serão decompostos por processos
naturais, tornando-os impróprios para atividades humanas.

•• Agricultura: o uso de adubos industriais, herbicidas e inseticidas


tem poluído o ambiente, além de contaminar os alimentos com
substâncias tóxicas. A monocultura, além de ser dependente de
constantes intervenções geradoras de poluição e erosão do solo,
provoca a redução da biodiversidade local e, em muitos casos,
compromete o patrimônio genético da agricultura.

•• Erosão: quase sempre resultante de algum tipo de degradação


ambiental, podendo ser consequência de assoreamento de rios
ou da perda de áreas agrícolas.

•• Desmatamento: nos últimos 50 anos, a Amazônia perdeu cerca


de 17% da sua cobertura florestal.

•• Queimadas e incêndios florestais: a ocorrência de queimadas,


principalmente de modo proposital a fim de preparar o solo para
agricultura, destrói os nutrientes provenientes da decomposição
de folhas, galhos, restos de animais e a formação de húmus, que é
o fertilizante natural do solo, o que impede que as raízes absorvam
esses nutrientes e, por consequência, alterando o microclima da
região.

•• Poluição da água e da atmosfera: é decorrente do escapamento


dos veículos e das indústrias, de modo a prejudicar todos os seres
vivos.

Medidas de Recuperação de Áreas


Degradadas
Para se iniciar o planejamento de recuperação de áreas degradadas,
alguns termos precisam ser definidos, no intuito de escolher o processo
correto de recuperação. São eles:
Gestão Ambiental 35

•• Reabilitação: é o retorno da área a um estado biológico apropriado,


porém não significando que a área será produtiva novamente.
O local pode ser usado de maneira alternativa como recreação
ou para valorização estético-ecológica, mas não será possível
reconstituir a vegetação original.

•• Recuperação: há possibilidade de repovoamento vegetal e de


elementos da fauna, permitindo o desenvolvimento ecológico,
porém sem a preocupação de alcançar as mesmas condições
ecológicas anteriores à degradação.

•• Restauração: tem o objetivo de restaurar as condições ecológicas


o mais próximo possível às condições anteriores à degradação.

•• Remediação: é a intervenção com o objetivo de anular os efeitos


nocivos de elementos tóxicos ou contaminantes, os quais possam
prejudicar os seres vivos.

Para se iniciar um processo de recuperação, é importante observar


quais foram as causas da degradação (queimadas, uso de agrotóxicos,
passagem de gado etc.) e quais são os remanescentes florestais (espécies
nativas) dos locais que serão reflorestados.

Posteriormente, escolha o melhor modelo de recuperação de


acordo com os objetivos e características do local e quais espécies serão
plantadas, com base na vegetação original.

Porém, em um primeiro momento, as espécies escolhidas devem


ser resistentes ao ambiente degradado e ter boa adaptação ao clima da
região. Além disso, as sementes devem ter fácil propagação, bem como
ter crescimento rápido, de modo a fornecer cobertura e matéria orgânica
para o solo.

A instalação de organismos de forma gradual em locais desabitados


é conhecida como sucessão ecológica primária, mas, no caso de um
local desmatado ou queimado, pode-se definir como sucessão ecológica
secundária. É um estudo importante e fundamental para auxiliar de
maneira positiva no desenvolvimento da vegetação, seja aumentando a
velocidade de recomposição ou contornando as possíveis perturbações
ambientais.
36 Gestão Ambiental

Nesse sentido, é importante lembrarmos que a vem sofrendo


algumas mudanças nos últimos anos. É a chamada Revolução Verde,
que se trata do desenvolvimento de alternativas para gerar produção de
alimentos mais saudáveis e com menos impactos ao Meio Ambiente. Entre
as novas formas de produção, podemos citar: permacultura, sistemas
agroflorestais, agricultura biodinâmica, controle biológico de pragas, ou,
como é popularmente chamada, de agricultura orgânica ou agroecologia.

SAIBA MAIS:

Caso queira se aprofundar no assunto, de maneira a saber


mais sobre agroecologia e outras formas de cultivo menos
degradantes ao Meio Ambiente, leia o artigo intitulado O
que é agroecologia, do site Ecycle, clicando aqui.

RESUMINDO:

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo


tudinho? Agora, só para termos certeza de que você
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos
resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que o
Relatório de Controle Ambiental (RCA) é um documento
exigido pela Resolução CONAMA 10/90 nos casos em que
se dispensa o EIA/RIMA, para a obtenção de LP. Deve ter
compreendido que no conteúdo desse relatório precisa
haver uma série de informações, estudos e levantamentos
que identifiquem as não conformidades legais e efetivos ou
potenciais impactos ambientais, decorrentes da instalação
e do funcionamento da atividade ou empreendimento
solicitante da licença. Além disso, viu que a adoção de um
Plano de Controle Ambiental (PCA) é fundamental para
que o espaço urbano cresça de forma regrada com uso
consciente do Meio Ambiente. Também estudou que, junto
ao PCA, é importante ter um Plano de Recuperação de Áreas
Degradadas (PRAD), que é um conjunto de medidas solicitado
pelos órgãos ambientais competentes como parte integrante
do processo de Licenciamento Ambiental de atividades
potencialmente degradadoras ou que já tenham sido punidas
administrativamente por degradação ambiental.
Gestão Ambiental 37

Planos de Gestão Ambiental

OBJETIVO:

Ao término deste capítulo, você será capaz de entender


como funcionam os Planos de Gestão Ambiental que
asseguram o desenvolvimento de um empreendimento
de acordo com as leis vigentes. E então? Motivado para
desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante!.

Introdução
Pudemos perceber que a Avaliação do Impacto Ambiental (AIA)
é usada como ferramenta para planejamento de Gestão Ambiental.
Pois, quando a equipe técnica estuda de forma detalhada as possíveis
interações ambientais com a proposta da sua atividade, mostra um bom
posicionamento em ações que reduzam os impactos adversos, de modo
a realçar os benefícios e trabalhando a fim de mitigar os danos causados.
Isso coloca a AIA como uma análise ou avaliação de sustentabilidade.
Figura 3 – Planos de Gestão Ambiental

Fonte: Pinterest.
38 Gestão Ambiental

Gestão Ambiental é um conjunto de medidas de ordem técnica e


gerencial que visam assegurar que o empreendimento seja implantado,
operado e desativado em conformidade com a legislação ambiental e
outras diretrizes relevantes, a fim de minimizar os riscos ambientais e os
impactos adversos, além de maximizar os efeitos benéficos (SANCHEZ,
2013).

O Plano de Gestão Ambiental resultante de uma AIA, elaborado e


implantado por uma equipe competente e cuidadosa, eleva um projeto
tradicional a um projeto inovador, se tornando-se uma importante
ferramenta de contribuição para o desenvolvimento sustentável.

Portanto, para o sucesso de um Plano de Gestão Ambiental se faz


necessário que três condições sejam atendidas:

1. Preparação cuidadosa do diagnóstico e do plano de gestão.

2. Envolvimento de equipes realmente interessadas na elaboração do


plano, entre elas parceiros institucionais, órgãos governamentais e
não governamentais.

3. Implementação adequada, dentro dos prazos e sob supervisão,


fiscalização, auditoria e monitoramento ambiental.

Componentes de um Plano de Gestão


Ambiental
Precisamos entender que um PGA não é apenas um “plano de boas
intenções”. Ele é apresentado como um capítulo específico do EIA, em
que estão descritas as medidas propostas, com os resultados esperados
de sua aplicação e uma margem dos custos esperados.

É obrigatória a descrição do cronograma e a designação de um


responsável para cada ação. Diante disso, para o sucesso de um programa
de gestão, podemos citar algumas condições necessárias:

•• Clareza, precisão e detalhamento do programa: programas


apresentados no EIA ou como condicionantes para licenças
ambientais prezam pela clareza e detalhamento suficientes a fim
de que sejam auditados pelas partes interessadas.
Gestão Ambiental 39

•• Atribuição de responsabilidade e compromissos das partes:


algumas responsabilidades estão ao alcance do empreendedor,
outras fazem parte da jurisdição do órgão ambiental competente.

•• Orçamento realista: os custos totais das medidas e o cronograma


de pagamentos devem ser totalmente descritos.

Para valorizar o projeto e facilitar as atividades de acompanhamento,


fiscalização e auditoria, pede-se uma padronização do formato
acompanhada da descrição dos programas constituintes. O EIA
precisa apontar pelo menos uma medida de gestão para cada impacto
significativo, e de preferência por meio de quadros ou diagramas.

A seguir, citaremos um exemplo de conteúdo de um programa de


gestão:

•• Descrição do programa e das ações que o compõem.

•• Identificação dos parceiros ou de outras partes inseridas no projeto


com suas respectivas responsabilidades.

•• Situação das negociações já iniciadas com as partes interessadas.

•• Estratégia de execução.

•• Recursos necessários e suas respectivas fontes.

•• Cronograma de implementação.

•• Indicadores utilizados para avaliação dos resultados.

•• Conteúdo e datas previstas para apresentar relatórios de


andamento e conclusão do projeto.

NOTA:

A capacidade de implementação depende tanto da


capacidade gerencial do responsável pelo empreendimento,
quanto da fiscalização e dos arranjos institucionais para a
fase de acompanhamento da AIA.
40 Gestão Ambiental

Um plano de Gestão Ambiental precisa conter medidas


mitigadoras, plano de monitoramento, medidas compensatórias e
medidas para valorizar os efeitos benéficos, além de eventuais outros
estudos necessários para entender melhor os impactos gerados pelo
empreendimento e suas medidas de gestão.

E o conjunto dos programas de controle ambiental (PCA) com os


programas de gestão é chamado de Sistema de Gestão Ambiental (SGA).
A gestão por sistemas é diferente da gestão por programas, pois funciona
ao redor de ciclos de planejamento, implementação e controle, cuja
experiência adquirida serve para melhorar gradativamente o sistema.

IMPORTANTE:

Gestão por programas se dá a partir de medidas e ações


que não precisam ser articulados entre si, e podem não
incluir um sistema de avaliação.

Medidas Mitigadoras
O que são medidas mitigadoras?

São aquelas que têm por objetivo minimizar a magnitude ou a


importância dos impactos ambientais adversos. Por exemplo: tratamento
de efluentes líquidos, instalação de barreiras antirruídos e de filtros para
diminuição de emissões atmosféricas. Além de modificações no projeto
para evitar ou reduzir impactos adversos, como aumentar o espaço entre
linhas de transmissão para que aves de grande envergadura não sejam
eletrocutadas ou enterrar partes de uma linha de transmissão para não
interferir na rota de migração de aves, entre muitas outras medidas.

Porém, nem todas são simples, podendo abranger técnicas


sofisticadas de redução de emissões atmosféricas.

Nessa perspectiva, o plano de gestão pode fazer uso da seguinte


ordem das medidas mitigadoras:

•• Evitar os impactos e prevenir os riscos.


Gestão Ambiental 41

•• Reduzir ou minimizar os impactos negativos.

•• Compensar os impactos negativos que não puderem ser evitados


ou reduzidos.

•• Recuperar o ambiente degradado ao final de cada etapa do ciclo


de vida do empreendimento.

EXPLICANDO MELHOR:

Em uma fábrica de cimentos, faz parte do projeto de


engenharia e de viabilidade econômica, de maneira
indissociável, a instalação de sistemas de captação de
poeira, como filtros de manga e eletrostáticos, pois essas
ferramentas não evitam somente a emissão de poluentes
atmosféricos, mas também reduzem a perda de matéria-
prima.

Hoje em dia, praticamente todos os setores de atividades


econômicas já foram estudados de maneira a oferecer as principais
medidas de mitigação e prevenção de impactos adversos.

Plano de Monitoramento
Embora sejam realizadas inúmeras previsões acerca das possíveis
respostas ambientais ao empreendimento, a validade das hipóteses só
poderá ser confirmada com a implantação de um plano de monitoramento.

Sendo assim, o monitoramento ambiental segue as etapas do


empreendimento e pode ser dividido em fases:

•• Pré-operacional: é o monitoramento feito durante os estudos de


base, antes de ser iniciada a implantação do empreendimento,
porém pode continuar depois da conclusão do EIA.

•• Operacional: é feito durante as etapas de implantação,


funcionamento e desativação.
42 Gestão Ambiental

•• Pós-operacional: pode ser necessário, depois do encerramento


da atividade, para aquelas atividades com potencial impacto
residual.

O Plano de Monitoramento precisa conter:

•• Os parâmetros a serem monitorados.

•• A localização das estações de coleta.

•• A periodicidade das amostragens.

•• A técnica de coleta, preservação e análise das amostras.

IMPORTANTE:

Monitoramento ambiental de um projeto não é o


controle da qualidade ambiental realizado por órgãos do
governo, mas sim o controle dos impactos identificados
e previstos causados pelas mudanças realizadas pelo
empreendimento.

Podemos dizer que o monitoramento ambiental operacional e pós-


operacional tem objetivos bem definidos, como:

•• Verificar os impactos reais de um empreendimento.

•• Compará-los com as previsões.

•• Detectar a ocorrência de mudanças não previstas.

•• Alertar sobre a necessidade de agir, caso os limites sejam


ultrapassados.

•• Avaliar a capacidade da AIA em fazer previsões válidas, de


modo a formular recomendações melhores em futuros estudos
ambientais.

Contudo, o monitoramento não pode ficar restrito a parâmetros


físicos e biológicos. Também deve conter avaliações de impactos
socioeconômicos, de modo a mostrar que um monitoramento deve
Gestão Ambiental 43

ser dinâmico, além de precisar ser constantemente revisto, ajustado e


atualizado.

Medidas Compensatórias
Por mais que seja feito todo um planejamento minucioso, com
medidas mitigadoras bem definidas e monitoramento constante, alguns
impactos não podem ser evitados, chegando, até mesmo, a ter magnitude
elevada.

Nesses casos, é dito que os danos ambientais precisam ser


compensados.

EXPLICANDO MELHOR:

A perda de 38 hectares de cerrado pode ser compensada


pela recuperação da vegetação de uma área degradada,
pela conservação de uma área equivalente, ou ambas as
medidas podem ser tomadas.

Tendo isso em vista, a Resolução CONAMA 10/87 já previa que


o licenciamento de obras de grande porte teria como pré-requisito a
implantação de uma estação ecológica, de preferência junto à área do
empreendimento, com investimento proporcional ao dano causado.

A compensação ambiental deve seguir os seguintes princípios:

•• Proporcionalidade entre o dano causado e a compensação


exigida, de modo a ser, no mínimo, equivalente.

•• Preferência por medidas compensatórias que representem a


reposição ou substituição das funções ou dos componentes
ambientais afetados.

•• Preferência por medidas que possam ser implementadas em área


adjacente à área afetada ou na mesma bacia hidrográfica.
44 Gestão Ambiental

É preciso ficar claro que a compensação não é uma espécie de


indenização, e sim uma substituição de um bem perdido, alterado ou
descaracterizado, por outro equivalente.

Valorização de Efeitos Benéficos


Os impactos positivos de uma atividade ou empreendimento são
sentidos muito mais nas esferas econômicas e sociais, por exemplo, na
criação de empregos e no aumento do comércio local. Contudo, para
que os impactos sejam potencialmente benéficos, pode ser necessário
o desenvolvimento de programas específicos, tais quais capacitação de
mão de obra e gerencial, fornecimento de crédito e de assistência técnica,
além de, muitas vezes, ser preciso aparelhar a comunidade para que ela
possa aproveitar o empreendimento e se desenvolver como região.

Algumas empresas passam a desenvolver programas de


responsabilidade social, de modo a promover iniciativas em áreas
de educação, saúde e capacitação profissional. Com frequência, são
implantados programas de educação ambiental, de modo a aproveitar a
capacidade das empresas em conseguir recursos humanos e financeiros
para conscientizar a comunidade acerca dos problemas ambientais e
difundir conhecimento, bem como são implementadas iniciativas de
reciclagem ou de plantio de mudas de espécies nativas.

SAIBA MAIS:

Caso queira se aprofundar no assunto, pesquisa empresas


que desenvolvem Planos de Gestão Ambiental, clicando
aqui.
Gestão Ambiental 45

RESUMINDO:

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu


mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de
que você realmente entendeu o tema de estudo deste
capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter
aprendido que o Plano de Gestão Ambiental é resultante
de uma AIA (Avaliação de Impacto Ambiental), elaborado
e implantado por uma equipe competente e cuidadosa,
tornando-se uma importante ferramenta de contribuição
para o desenvolvimento sustentável. Esse plano tem
três condições para o sucesso: preparação cuidadosa
do plano de gestão, envolvimento de equipes realmente
interessadas na elaboração do plano e implementação
adequada, dentro dos prazos e sob supervisão, fiscalização,
auditoria e monitoramento ambiental. Um plano de Gestão
Ambiental precisa conter medidas mitigadoras, plano de
monitoramento, medidas compensatórias e medidas para
valorizar os efeitos benéficos, além de eventuais outros
estudos necessários para entender melhor os impactos
gerados pelo empreendimento e suas medidas de gestão.
46 Gestão Ambiental

REFERÊNCIAS
ABSY, M. L.; ASSUNÇÃO, F. N. A.; FARIA, S. C. Avaliação de Impacto
Ambiental: agentes sociais, procedimentos e ferramentas, Brasília:
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis,
1995.

BIOSFERA-MG. PCA: Plano de Controle Ambiental. Minas


Gerais: Biosfera, [s.d]. Disponível em: http://www.biosferamg.com.br/
licenciamento/pca-plano-de-controle-ambiental. Acesso em: 11 dez.
2019.

BRASIL. Instruçao Normativa nº 4, de 13 de abril de 2011. Brasília:


IBAMA, 2011. Disponível em: http://www.ima.al.gov.br/wp-content/
uploads/2015/03/IN_04_11_prad.pdf. Acesso em: 11 dez. 2019.

BRASIL. Resolução CONAMA 010/1990, de 06 de dezembro de


1990. Brasília: Mnistério do Meio Ambiente. Disponível em : http://www2.
mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=107. Acesso em: 11 de
dez. 2019.

SÁNCHEZ, L. E. Avaliação de Impacto Ambiental: conceitos e


métodos. 2 ed. São Paulo: Oficina de Textos, 2013.

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