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Gestão Ambiental

Técnicas e Ferramentas de Gestão


Ambiental
Diretor Executivo
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico
TIAGO DA ROCHA
Autoria
CAROLINA GALVÃO SARZEDAS
AUTORIA
Carolina Galvão Sarzedas
Olá! Sou formada em Ciências Biológicas, com mestrado e
doutorado em Ciências, com experiência técnico-profissional na área de
Meio Ambiente há mais de 18 anos. Minha formação acadêmica começou
na UFRJ, local em que me apaixonei pela ciência e pela educação. Tenho
experiência tanto na área de orientação acadêmica quanto na produção
de material didático para grandes empresas de educação. Por isso, fui
convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores
independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de
muito estudo e trabalho. Conte comigo!
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez
que:

OBJETIVO: DEFINIÇÃO:
para o início do houver necessidade
desenvolvimento de de se apresentar um
uma nova compe- novo conceito;
tência;

NOTA: IMPORTANTE:
quando forem as observações
necessários obser- escritas tiveram que
vações ou comple- ser priorizadas para
mentações para o você;
seu conhecimento;
EXPLICANDO VOCÊ SABIA?
MELHOR: curiosidades e
algo precisa ser indagações lúdicas
melhor explicado ou sobre o tema em
detalhado; estudo, se forem
necessárias;
SAIBA MAIS: REFLITA:
textos, referências se houver a neces-
bibliográficas e links sidade de chamar a
para aprofundamen- atenção sobre algo
to do seu conheci- a ser refletido ou dis-
mento; cutido sobre;
ACESSE: RESUMINDO:
se for preciso aces- quando for preciso
sar um ou mais sites se fazer um resumo
para fazer download, acumulativo das últi-
assistir vídeos, ler mas abordagens;
textos, ouvir podcast;
ATIVIDADES: TESTANDO:
quando alguma quando o desen-
atividade de au- volvimento de uma
toaprendizagem for competência for
aplicada; concluído e questões
forem explicadas;
SUMÁRIO
Gestão Ambiental......................................................................................... 12
Introdução.............................................................................................................................................. 12

Sistema de Gestão Ambiental................................................................................................ 14

Benefícios de um SGA.................................................................................................................. 19

Ferramentas da Gestão Ambiental....................................................... 21


Ferramentas de Gestão Ambiental..................................................................................... 21

Produção Mais Limpa (P+L).................................................................................... 22

Gestão da Qualidade Ambiental Total (TQEM)........................................25

Ecodesign:..........................................................................................................................25

Ecologia Industrial .......................................................................................................27

Simbiose Industrial (SI)..............................................................................................28

Ecoeficiência.................................................................................................................... 30

Norma ISO 14000.......................................................................................... 32


Introdução..............................................................................................................................................32

ISO 14001................................................................................................................................................33

Direção da Empresa....................................................................................................34

Planejamento e Objetivos.......................................................................................34

Colaboradores e Competência...........................................................................35

Controles Operacionais........................................................................................... 36

Avaliação e Desempenho...................................................................................... 36

Obrigatoriedade da Certificação........................................................................37
Etapas para a Certificação.........................................................................................................37

Benefícios da Certificação........................................................................................................ 38

Global Reporting Iniciative (GRI)...........................................................40


Introdução............................................................................................................................................. 40

Diretrizes.................................................................................................................................................42

Princípios................................................................................................................................................44

Princípios para Definição do Conteúdo do Relatório..........................45

Princípios para Assegurar a Qualidade do Relatório..........................45

Conteúdo Padrão Geral.............................................................................................................. 46

Conteúdo Padrão Específico.................................................................................................. 48


Gestão Ambiental 9

03
UNIDADE
10 Gestão Ambiental

INTRODUÇÃO
Você sabia que a área de Implementação de Sistemas de Gestão
Ambiental pode fazer diferença nas relações sociais, econômicas e
ambientais? E que a implementação de SGA por parte das empresas
tem sido uma solução para alcançar uma melhoria contínua? Algumas
organizações usam ferramentas de Gestão Ambiental, entre elas
Produção Mais Limpa (P+L), Gestão da Qualidade Ambiental Total (TQEM),
Ecodesign, Ecologia Industrial, Ecoeficiência, Simbiose Industrial, entre
muitas outras. Além disso, em busca de um diferencial de mercado, muitas
empresas têm recorrido a certificações e relatórios ambientais de modo a
se adequar a um novo sistema de desenvolvimento ambiental. Entendeu?
Ao longo desta unidade letiva, você vai mergulhar neste universo!
Gestão Ambiental 11

OBJETIVOS
Olá! Seja muito bem-vindo à Unidade 3 – Técnicas e ferramentas
de Gestão Ambiental. Nosso objetivo é auxiliar você no atingimento dos
seguintes objetivos de aprendizagem até o término desta etapa de estudos:

1. Definir Gestão Ambiental.

2. Identificar as principais ferramentas do Sistema de Gestão


Ambiental (SGA).

3. Entender as características e aplicações da Norma ISO 14000.

4. Produzir o Global Reporting Iniciative.

Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento?


Ao trabalho!
12 Gestão Ambiental

Gestão Ambiental

OBJETIVO:

Ao término deste capítulo, você será capaz de entender


como funciona a Gestão Ambiental. A partir desse conceito,
você começará a entender como a implementação de
Sistemas de Gestão Ambiental pode fazer diferença nas
relações sociais, econômicas e ambientais. E então?
Motivado para desenvolver esta competência? Então
vamos lá. Avante!.

Introdução
Gestão Ambiental é um sistema que inclui a prática ambiental
dentro da estrutura organizacional de uma empresa. Esse sistema passa
a ser inserido nas atividades de planejamento, procedimentos, processos,
e práticas empresariais, de maneira a minimizar ou eliminar os possíveis
efeitos negativos ao Meio Ambiente, provocados por suas atividades.

Diante disso, existe, em toda a sociedade, uma crescente


preocupação sobre a necessidade de preservação do Meio Ambiente.
Com isso, os consumidores têm exigido um diferencial ambiental na hora
da compra de seus produtos.

A cobrança quanto ao cumprimento das normas ambientais


regulatórias, associada ao aumento da pressão pela preservação
ambiental por parte da sociedade, gera, nas empresas, a necessidade de
implementação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA) permanente.
A SGA surge como uma ferramenta estratégica capaz de identificar
oportunidades de mercado e aumento da lucratividade, ao mesmo
tempo em que desenvolve melhorias nos processos, os quais reduzem
os impactos das suas atividades sobre o Meio Ambiente.
Gestão Ambiental 13

Os objetivos da Gestão Ambiental devem ser os de proporcionar


benefícios à sociedade em geral e ao Meio Ambiente, que anulem ou
superem a degradação ambiental gerada pela atividade exercida.

Para a iniciativa privada, quando a prática é bem desenvolvida, pode


gerar redução de custos diretos e indiretos. Os custos diretos são aqueles
relacionados ao uso de matéria-prima, e recursos como água e energia,
enquanto as reduções indiretas são indenizações ao Meio Ambiente e à
população por algum dano gerado pela atividade da empresa.

Na esfera pública, no âmbito federal, o Ministério do Meio Ambiente


tem o papel de mediador, pois precisa defender os interesses econômicos
conciliando-os com a conservação ambiental.

A base que sustenta um SGA é fundamentada no conceito Plan-


Do-Check-Act (PDCA), que significa um ciclo interativo utilizado pelas
organizações para alcançar uma melhoria contínua. A seguir, veja a
descrição do ciclo:

•• Plan (planejar): estabelecer os objetivos ambientais e os processos


necessários para entregar resultados de acordo com a política
ambiental da organização.

•• Do (fazer): implementar os processos conforme planejado.

•• Check (checar): monitorar e medir os processos em relação


à política ambiental, incluindo seus compromissos, objetivos
ambientais, bem como critérios operacionais, além de reportar os
resultados.

•• Act (agir): tomar ações para melhoria contínua.


14 Gestão Ambiental

Figura 1 – PDCA

Fonte: Wikipedia.

Sistema de Gestão Ambiental


A implementação de um SGA em uma empresa é um processo
gradual, que pode ser dividido em fases com foco no Meio Ambiente e
na competitividade. Suas ações podem ser divididas em antecipatórias,
preventivas e corretivas.

Dessa forma, para a obtenção de uma certificação, é necessária a


preparação de documentos definidos pela norma de implementação de
SGA (ISO 14001) por meio de cinco etapas:

1. Comprometimento e definição da Política Ambiental:

A ISO 14001 define política ambiental de uma empresa como


sendo a declaração dos seus princípios e intenções em relação ao seu
desempenho ambiental, o que irá nortear o planejamento de ações e o
estabelecimento de seus objetivos e metas ambientais.
Gestão Ambiental 15

A Política Ambiental da empresa é considerada uma grande


declaração de comprometimento empresarial. Deve ser um documento
composto por todos os valores da empresa, ou seja, sua filosofia, objetivos
e metas em relação ao Meio Ambiente. Nesse sentido, segundo a ISO
14001:

A alta administração deve estabelecer a política ambiental da


empresa e assegurar que ela:

•• Seja apropriada à natureza, escala e impactos ambientais de suas


atividades, produtos ou serviços.

•• Inclua o compromisso com a melhoria contínua e a prevenção da


poluição.

•• Inclua comprometimento com a legislação e normas ambientais


aplicáveis e demais requisitos subscritos pela organização.

•• Forneça a estrutura para o estabelecimento e revisão dos objetivos


e metas ambientais.

•• Esteja disponível para o público.

2. Elaboração do plano:

O objetivo é criar um plano de ação com condições para que a


empresa atenda a política ambiental proposta, mediante aspectos e
impactos ambientais associados e, ainda, com os requisitos legais e
corporativos.

•• Aspectos ambientais: a empresa precisa identificar todos os


impactos ambientais significativos, reais e potenciais, relacionados
a suas atividades, produtos e serviços.

•• Requisitos legais e outros requisitos: coloca com clareza os


comprometimentos, destacando-se o atendimento à legislação,
normas ambientais aplicáveis e outros requisitos ambientais.

•• Objetivos e metas: compromissos a serem alcançados em um


determinado período, além de seguir uma lógica coerente com as
fases de planejamento.
16 Gestão Ambiental

•• Programas de Gestão Ambiental: devem ser entendidos pela


empresa como um roteiro para implantar e manter um sistema
de Gestão Ambiental que permita alcançar os objetivos e metas,
previamente definidos.

3. Implementação e operacionalização:

Os recursos físicos, humanos e os procedimentos precisam atuar de


maneira harmônica e complementar para a implementação de um SGA.

NOTA:

Recursos físicos: equipamentos, materiais e instalações;


recursos humanos: funcionários, colaboradores e
associados; procedimentos: regras e normas.

•• Estrutura organizacional e responsabilidade: “as funções,


responsabilidades e autoridades devem ser definidas,
documentadas e comunicadas, a fim de facilitar uma Gestão
Ambiental eficaz” (ABNT, ISO 14001, 2004).

•• Treinamento, Conscientização e Competência: procedimentos


que propiciem, aos seus empregados, a conscientização da
importância e da responsabilidade em atingir a conformidade com
a política ambiental.

•• Comunicação: devem ser criados canais de comunicação


organizacional e técnica entre os vários níveis e funções dentro da
organização.

•• Documentação do Sistema de Gestão Ambiental: é um meio de


assegurar que o Sistema de Gestão Ambiental seja compreendido
não só pelo público interno, mas também pelo ambiente externo
com o qual a empresa mantém relações, tais como clientes,
fornecedores, governo, sociedade civil em geral etc.
Gestão Ambiental 17

•• Controle de documentos: devem obedecer a procedimentos


para o seu controle, de maneira que toda a documentação possa
ser localizada, analisada e periodicamente atualizada quanto
à conformidade com os regulamentos, leis e outros critérios
ambientais assumidos pela empresa.

•• Controle operacional: identifica as operações e atividades


potencialmente poluidoras. Aborda noções sobre as principais
atividades que impliquem controle ambiental como resíduos,
efluentes líquidos, emissões atmosféricas, consumo de energia e
água.

•• Preparação e atendimento a emergências: manter mecanismos


que possam ser acionados a qualquer momento para atender a
situações de emergência e eventos não controlados.

4. Avaliação periódica:

O desempenho do sistema precisa ser medido e monitorado,


periodicamente, para que as não conformidades sejam corrigidas.
Existem alguns indicadores de desempenho que uma empresa pode se
basear durante uma avaliação. São eles: consumo de água, quantidade
de reciclados, quantidade de resíduos gerados por produto acabado,
quantidade de combustível consumido, emissões atmosféricas, nível de
ruídos, entre outros.
•• Monitoramento e Medição: o sistema deve prever as ações de
monitoramento e controle para verificar a existência de problemas e
formas de corrigi-los. Monitorar um processo significa acompanhar
a evolução dos dados, enquanto controlar um processo significa
manter o processo dentro dos limites preestabelecidos.
•• Não-conformidades, Ações Corretivas e Preventivas: não-
conformidade significa qualquer evidência de desvio dos
padrões estabelecidos com base nos aspectos legais ou de
comprometimento da empresa. As ações corretivas devem ser
pautadas em procedimentos que possibilitem a eliminação
da não-conformidade e sua não reincidência. Já as ações
preventivas devem apoiar-se na possibilidade de ocorrência de
não-conformidades, estabelecendo-se procedimentos para a
verificação de suas causas potenciais.
18 Gestão Ambiental

•• Registros: são informações mantidas em ambiente seguro, com


conteúdo claro e prontamente disponíveis para consulta.

•• Auditoria do Sistema de Gestão Ambiental: é o procedimento


de verificação dos cumprimentos de todas as etapas de
implementação e manutenção do sistema.

5. Revisão do SGA:

É necessária uma revisão da Gestão Ambiental independentemente


de seu sucesso, pois é um processo dinâmico, com a constante introdução
de novos fatores, que podem ser econômicos, ambientais, de mercado,
de consumo...
Figura 2 – Espiral do Sistema de Gestão Ambiental

Melhoria contínua

Análise crítica pela


Política ambiental
administração

Planejamento
Verificação e ação
corretiva
Implementação e
operação

Fonte: Research Gate - Adaptada de NBR 14001 ABNT (2021).


Gestão Ambiental 19

Benefícios de um SGA
Pelo que pudemos perceber, grande parte das mudanças de
mentalidade das empresas em relação ao Meio Ambiente se deve à
conscientização da sociedade, a qual discute que os padrões de produção
e consumo atuais são insustentáveis.

Nesse viés, algumas empresas, para se manter no mercado de


maneira mais sustentável, começaram a inserir componentes ambientais
em suas estratégias comerciais. A melhora das relações com os
funcionários, colaboradores, consumidores e fornecedores se deve ao
compartilhamento de informações quanto ao desempenho ambiental da
empresa.

Porém, precisamos pensar que a implementação de um SGA é um


processo voluntário, que gera custos de implementação e não garante
um retorno bem-sucedido. O sucesso vem do desenvolvimento de
oportunidades e do controle dos riscos.

A seguir, citaremos alguns dos benefícios em se desenvolver um


SGA:

•• Imagem da empresa: as ações voltadas para a diminuição de


impactos negativos ao Meio Ambiente e o desenvolvimento
de produtos ecologicamente corretos têm sido cada vez mais
valorizados pelos consumidores. E, ainda, seguradoras e
financeiras avaliam o desempenho ambiental das empresas.

•• Custos de produção: o SGA melhora a saúde financeira da


empresa, porque permite gerenciamento proativo, isto é, busca
diminuição dos custos, a partir da identificação das oportunidades
de produção mais limpas.

•• Legislação: redução dos custos com o cumprimento da legislação,


evitando penalidades, multas e indenizações.

•• Competitividade: consumidores mais influentes começam a exigir


critérios ambientais ao consumir um produto ou serviço. Com a
formação de grandes blocos comerciais ao redor do mundo, o
fator ambiental passa a ser estratégico.
20 Gestão Ambiental

•• Colaboradores: o SGA promove a definição de funções,


responsabilidades e autoridades, o que leva a um aumento da
conscientização e motivação dos colaboradores para as questões
ambientais.

SAIBA MAIS:
Caso queira se aprofundar no assunto e saber mais sobre
como funciona um Sistema de Gestão Ambiental nas
empresas, leia o artigo Gestão Ambiental e estratégia
empresarial: um estudo em uma empresa de cosméticos
no Brasil clicando aqui.

RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo,
vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter entendido
que Gestão Ambiental é um sistema que inclui a prática
ambiental dentro da estrutura organizacional de uma
empresa, isto é, insere-se a preocupação ambiental nas
atividades de planejamento, procedimentos, processos,
bem como práticas empresariais.

Os objetivos da Gestão Ambiental devem ser os de proporcionar


benefícios à sociedade em geral e ao Meio Ambiente, de maneira a anular ou
superar a degradação ambiental gerada pela atividade. No âmbito federal, o
Ministério do Meio Ambiente tem o papel de mediador. A base que sustenta
um Sistema de Gestão Ambiental é fundamentada no conceito Plan-Do-
Check-Act (PDCA). Um SGA é um processo gradual, com medidas divididas
em antecipatórias, preventivas e corretivas, e que pode ser dividido em
cinco etapas: 1) Comprometimento e definição da Política Ambiental; 2)
Elaboração do plano; 3) Implementação e operacionalização; 4) Avaliação
periódica e 5) Revisão do SGA. Alguns benefícios em se desenvolver
um SGA são propiciar uma boa imagem da empresa, diminuir custos de
produção, agir de acordo com a legislação, aumentar a competitividade e
ter maior comprometimento dos colaboradores.
Gestão Ambiental 21

Ferramentas da Gestão Ambiental

OBJETIVO:

Ao término deste capítulo, você será capaz de entender


como funcionam as ferramentas de avaliação da Gestão
Ambiental. Verá que, por meio delas, as empresas
conseguem direcionar melhor seus Sistemas de Gestão
Ambiental. E, então? Motivado para desenvolver esta
competência? Então vamos lá. Avante!.

Ferramentas de Gestão Ambiental


A complexidade dos processos industriais é a grande causadora
dos nossos problemas ambientais, uma vez que qualquer produto
provoca algum tipo de impacto no Meio Ambiente, seja no seu processo
de produção, no consumo de matérias-primas, no seu uso ou na sua
disposição final.

E essa mesma atividade tão impactante para o Meio Ambiente tem


sido cenário para desenvolvimento de Sistemas de Gestão Ambiental,
com o objetivo de inserir um equilíbrio entre o desenvolvimento e a
sustentabilidade ambiental.
Figura 3 – Equilíbrio entre desenvolvimento e sustentabilidade

Fonte: Freepik.
22 Gestão Ambiental

Dessa forma, com o intuito de melhorar a produção e causar cada


vez menos danos ao Meio Ambiente, as instituições vêm desenvolvendo
e adotando diversos tipos de ferramentas de Gestão Ambiental, entre
elas, podemos citar Produção Mais Limpa (P+L), Gestão da Qualidade
Ambiental Total (TQEM), Ecodesign, Ecologia Industrial, Ecoeficiência,
Simbiose Industrial..

Produção Mais Limpa (P+L)


A P+L é conhecida como uma estratégia preventiva, integrativa
e continuada, que pode ser aplicada a processos, produtos e serviços
com o objetivo de aumentar a eficiência e minimizar ou evitar impactos
negativos ao Meio Ambiente.

No desenvolvimento e produção de um produto, não existem


processos completamente “limpos”. Nesse caso, o que a P+L busca é
uma melhoria contínua, cada vez menos agressiva ao Meio Ambiente.

É uma maneira estratégica de aumentar a eficiência no uso de


matérias-primas (água e energia), de modo a não gerar, minimizar ou
reciclar resíduos e emissões de gases tóxicos e, como consequência,
propiciar os benefícios ambientais, sociais e econômicos. Essas atitudes
devem ser colocadas em prática segundo a ordem a seguir:

1. Não gerar: deve-se buscar a não geração de resíduos (efluentes


líquidos, emissões atmosféricas e resíduos sólidos). Os resíduos
podem ser eliminados por meio da substituição de matérias-primas,
reformulação de produtos e inovação tecnológica, entre outros.

2. Minimizar: não havendo possibilidade de eliminação integral do


poluente, deve-se minimizar sua geração.

3. Reciclar dentro do processo produtivo: é uma maneira de


reaproveitar os resíduos que já foram gerados, no próprio processo
produtivo que os originou.

4. Reciclar fora do processo produtivo: deve ocorrer depois de


esgotadas todas as possibilidades de reciclagem interna.

5. Tratar e dispor: só devem ser praticados em último caso e de forma


ambientalmente adequada.
Gestão Ambiental 23

NOTA:

Há controvérsias se a reciclagem fora do processo produtivo


seria inserida na P+L.

A implementação e prática da P+L como uma ferramenta sustentável


nas empresas é auxiliada pelo Centro Nacional de Tecnologias Limpas do
Brasil (CNTL), que propõe uma escala de prioridades para adoção da P+L
(Nível 1):

1. Técnicas de housekeeping: uso cuidadoso de matérias-primas e


com o processo, limpeza periódica, disposição mais adequada
de máquinas e equipamentos, alterações operacionais (vazão,
temperatura, pressão, entre outros) para atender às práticas de
Prevenção de Resíduos.

2. Substituição de matérias-primas: substituir por materiais mais


resistentes (possam reduzir perdas operacionais), atóxicos e
renováveis, quando possível;

3. Mudanças tecnológicas: uso de equipamentos mais eficientes de


modo a otimizar os recursos, rastrear perdas ou reduzir riscos.

NOTA:

Housekeeping: do inglês, “serviço de limpeza”.

Quanto às modificações do produto, o CNPL propõe as seguintes


opções para minimização de resíduos (Nível 1):

1. Substituição de produto: pode envolver o cancelamento de uma


linha produtiva, no caso de o produto pronto provocar problemas
ambientais significativos, ou pode haver substituição de um
produto com características menos tóxicas.
24 Gestão Ambiental

Redesenho do produto (ecodesign): desenvolver uma nova


concepção de produto, levando em consideração a variável ambiental. Só
depois de encerradas as opções relativas ao Nível 1, deve-se partir para
o Nível 2, que será: buscar alternativas para reciclagem interna. (Figura 4).
No Nível 2, parte-se do princípio que não é possível evitar a produção de
resíduos, então tenta-se reintegrá-los ao processo produtivo ou dentro de
outros setores da empresa. O Nível 3, só acontece quando as opções 1 e
2 forem encerradas.
Figura 4 – Níveis de Intervenção da P+L

Produção mais limpa

Minimização de recursos e Reutilização de resíduos e


missões emissões

Nível 1 Nível 2 Nível 3

Reciclagem Reciclagem Ciclos


Redução na
interna externa biogênicos
fonte

Estruturas Materiais
Modificação
no processo

Modificação no produto

Substituição Modificação
Housekeeping de matérias-
de tecnologia
-primas

Fonte: FMU (s. d).


Gestão Ambiental 25

Gestão da Qualidade Ambiental Total (TQEM)


Pode-se definir TQEM como um casamento entre Qualidade Total
e Gerenciamento Ambiental, porque questões ambientais não podem ser
gerenciadas de maneira separada dos outros setores de planejamento
estratégico da empresa.

Diante disso, o Gerenciamento da Qualidade Total (TQM) é


responsável por definir e coordenar as funções de cada setor em relação
à qualidade, de modo a introduzir procedimentos saudáveis que muitas
vezes são deixados de lado. E a variável ambiental está cada vez mais
presente nas questões empresariais.

O desenvolvimento de estratégias para as questões ambientais


torna-se um objetivo a ser alcançado pelas organizações, pois aumenta
o valor comercial das empresas. O TQEM passa, então, a representar uma
estrutura útil para a introdução da consciência ecológica nas empresas.

Algumas empresas que adotaram Sistemas de Gestão Ambiental


gerenciam suas atividades com o uso de técnicas de TQEM.

EXPLICANDO MELHOR:

A mudança do gerenciamento passa a ter a preocupação


em analisar o impacto ambiental de produtos e serviços
durante todo o seu ciclo de vida, o que pode levar a
reformulação de produtos com a finalidade de melhorar o
processo de reutilização ou reciclagem.

Ecodesign:
O ecodesign é considerado uma ferramenta de Gestão Ambiental
que foca na fase de desenvolvimento dos produtos, de maneira que tais
itens ofereçam qualidade ambiental, funcionalidade, eficiência, estética e,
claro, menor custo.
26 Gestão Ambiental

Segundo o Ministério do Meio Ambiente (MMA), ecodesign é todo


o processo que contempla os aspectos ambientais, cujo objetivo principal
é projetar ambientes, desenvolver produtos e executar serviços que, de
alguma maneira, irão reduzir o uso dos recursos não renováveis ou ainda
minimizar o impacto ambiental deles durante seu ciclo de vida. Isso significa
reduzir a geração de resíduo e economizar custos de disposição final.

A ferramenta contempla as fases de pré-produção, produção,


distribuição, uso dos produtos e reutilização ou descarte.

IMPORTANTE:

A fase de pré-produção é considerada chave para o


ecodesign, pois é o momento da escolha dos materiais que
irão compor o produto e os recursos naturais consumidos
ao longo da vida útil desse produto.

É preciso ter em mente que o desenvolvimento de produtos


ecoeficientes deve ser um processo de junção entre o ecologicamente
necessário com o tecnicamente possível, de forma a mitigar os impactos
ambientais decorrentes durante toda a fase de produção e ciclo de vida
do produto.
Figura 5 – Exemplos de Ecodesign

Fonte: Freepik.
Gestão Ambiental 27

NOTA:

Segundo o MMA, o produto ecoeficiente é todo o artigo


artesanal, manufaturado ou industrializado, de uso pessoal,
alimentar, residencial, comercial, agrícola e industrial,
que seja não poluente, não tóxico, notadamente benéfico
ao Meio Ambiente e à saúde, de modo a contribuir para
o desenvolvimento de um modelo econômico e social
sustentável.

Ecologia Industrial
O conceito de Ecologia Industrial está fundamentado na interação
entre os sistemas produtivos e o Meio Ambiente, cujo ciclo linear de um
produto pode ser substituído por um fluxo de matéria circulante fechado,
como ocorre na biosfera.

Seu objetivo é a otimização de recursos naturais e minimização


da quantidade de rejeitos gerados por meio da integração do sistema
produtivo industrial com o Meio Ambiente.

Como um processo industrial é feito de uma sucessão de etapas


integradas e não isoladas, seria possível criar um novo ciclo de vida
para materiais descartados, a partir do aproveitamento de seus próprios
resíduos como matéria-prima e sua reutilização posteriormente.

A Ecologia Industrial apresenta quatro desafios a serem vencidos:

1. Valorizar os resíduos e subprodutos.

2. Minimizar as perdas causadas pela dispersão.

3. Desmaterialização da economia (mais produto com quantidade


menor de matéria-prima ou com mais leves e duráveis).

4. Descarbonização da economia.
28 Gestão Ambiental

Figura 6 – Esquema da Ecologia Industrial

Fonte: Freepik.

Simbiose Industrial (SI)


A SI baseia-se no conceito das relações simbióticas, nas quais duas
espécies diferentes trocam materiais, energia ou informações de forma
benéfica para ambas.

Portanto, SI nada mais é do que a troca física de materiais, de


energia, de água e/ou subprodutos entre indústrias diferentes. Ou seja, é
um intercâmbio de subprodutos e compartilhamento de benefícios entre
duas ou mais indústrias. Sendo assim, de forma a tornar cíclico o fluxo de
materiais e energia, os resíduos passam a não ser mais descartados e sim
inseridos na cadeia produtiva como insumo.

A adoção da SI resulta numa produção mais eficiente em termos de


recursos e menores impactos ambientais adversos, que pode significar
ganhos nas três bases da sustentabilidade:

•• Econômicos: redução dos custos de matéria-prima com inclusão


de resíduos ou subprodutos de outra indústria, ou gerando receita
com a venda deles.

•• Sociais: aumento das relações comerciais entre empresas, além do


aumento da quantidade de mão de obra envolvida nos processos.
Gestão Ambiental 29

•• Ambientais: possível redução de emissão de GEE (Gases efeito


estufa), redução da disposição de resíduos industriais e redução
do uso de recursos naturais por meio do reaproveitamento dos
materiais.

IMPORTANTE:

Muitos autores confundem Simbiose Industrial com


Parques Eco-Industrais (PEIs), quando, na verdade, ambos
são instrumentos da Ecologia industrial, em que o PEI é
uma evolução conceitual de SI.

O mais famoso exemplo de SI é o Parque Eco-Industrial de


Kallundborg, na Dinamarca, onde as companhias fazem intercâmbio de
materiais e energia para serem utilizados como insumos, formando um
ciclo fechado de produção. O parque apresenta atualmente a simbiose
entre o município e mais nove empresas: a Novozymes, a Novo Nordisk
e a Biopro da área Biotecnológica; a Gyproc da área de Construção Civil; a
Equinor, a Argo, a Orsted e a Avista Oil da área Energética; e a Kalundborg
Forsyning da área de Serviços. Além de outros benefícios, três milhões m3
de água são economizados e 150 Kt de levedura residual são reutilizados
como insumo em ração suína, o que evita o consumo de 70% de soja para
esse fim.
Figura 7 – Simbiose Industrial

Fonte: Freepik.
30 Gestão Ambiental

Ecoeficiência
Podemos definir Ecoeficiência como sendo a união entre
fornecimento de bens e serviços sustentáveis, de maneira a satisfazer
as necessidades humanas, e ainda promover a redução dos impactos
ambientais e o consumo de recursos naturais.

Desenvolver um sistema ecoeficiente é conseguir produzir mais e


melhor, a partir da utilização de menos recursos e de modo a gerar menos
resíduos. São definidos oito principais elementos da ecoeficiência:

•• Reduzir o uso de materiais com produção de bens e serviços.

•• Reduzir o consumo energético.

•• Reduzir a dispersão de materiais tóxicos.

•• Estimular a reciclagem.

•• Aumentar a utilização de recursos renováveis.

•• Promover a durabilidade dos produtos.

•• Promover a educação ambiental.

SAIBA MAIS:

Caso queira se aprofundar no assunto e saber mais sobre


Simbiose Ambiental aplicada, consulte o artigo intitulado A
simbiose industrial além das Fronteiras clicando aqui.
Gestão Ambiental 31

RESUMINDO:

E, então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu


mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que
você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo,
vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido
que as atividades econômicas, por mais simples que sejam,
causam impactos no Meio Ambiente e, por isso, algumas
empresas têm sido cenário para desenvolvimento de
Sistemas de Gestão Ambiental, com o objetivo de inserir
um equilíbrio entre o desenvolvimento e a sustentabilidade
ambiental. Para melhorar a produção e causar cada
vez menos danos ao Meio Ambiente, as instituições
desenvolvem e adotam diversos tipos de ferramentas de
Gestão Ambiental, entre elas: 1) Produção mais Limpa (P+L):
é uma maneira estratégica de aumentar a eficiência no
uso de matérias-primas (água e energia), de modo a não
gerar, minimizar ou reciclar resíduos e emissões de gases
tóxicos; 2) Gestão da Qualidade Ambiental Total (TQEM): é a
união entre Qualidade Total e Gerenciamento Ambiental; 3)
Ecodesign: ferramenta focada na fase de desenvolvimento
dos produtos; 4) Ecologia Industrial: é uma interação entre
os sistemas produtivos e o Meio Ambiente; 5) Ecoeficiência:
é conseguir produzir mais e melhor, usando menos recursos
e gerando menos resíduos; 6) Simbiose Industrial: é a troca
física de materiais, de energia, de água e/ou subprodutos
entre indústrias diferentes.
32 Gestão Ambiental

Norma ISO 14000

OBJETIVO:

Ao término deste capítulo, você será capaz de entender


como funciona o programa de certificação ISO 14000. Você
poderá perceber o quanto é importante para uma empresa
ser certificada. E, então? Motivado para desenvolver esta
competência? Então vamos lá. Avante!.

Introdução
Normatizar uma empresa significa dar a ela uma gama de
ferramentas de gestão, de maneira a garantir o seu planejamento
sustentável. É um processo característico de grandes empresas, por
se tratar de um movimento que envolve grande investimento humano,
organizacional e, principalmente, financeiro.

As normas não estão restritas a padrões e procedimentos, visto que


elas fazem parte da estratégia das organizações, as quais se mobilizam de
forma a realizar um diagnóstico detalhado do grau de comprometimento
da empresa.

A série de normas 14000 foi desenvolvida pela Organização


Internacional para Padronização (ISO) e é voltada para a Gestão Ambiental
de empresas, independentemente do nível, tamanho ou área de atividade,
desde que esteja comprometida em reduzir os danos causados ao Meio
Ambiente.

O objetivo dessa norma é prover às organizações uma estrutura


para a proteção do Meio Ambiente e possibilitar uma resposta às
mudanças das condições ambientais em equilíbrio com as necessidades
socioeconômicas. Esta norma especifica os requisitos que permitem que
uma organização alcance os resultados pretendidos e definidos para seu
sistema de Gestão Ambiental.
Gestão Ambiental 33

A série ISO 14000 tem muitas normas, como :

•• ISO 14001: normas referentes à implementação do SGA.

•• ISO 14004: normas sobre o SGA, porém destinadas à parte interna


da empresa.

•• ISO 14010: normas relacionadas à auditoria ambiental e sua


credibilidade.

•• ISO 14031: normas sobre o desempenho do SGA.

•• ISO 14020: normas relacionadas aos rótulos e declarações


ambientais.

ISO 14001
A ISO 14001 é uma das mais representativas da família 14000. Ela
dispõe de diretrizes para Auditorias Ambientais, Avaliação do Desempenho
Ambiental, Rotulagem Ambiental e Análise do Ciclo de Vida dos Produtos,
orientando não somente para uma atuação ecologicamente correta, mas
que seja rentável também.

Um ponto importante para se prestar atenção é o fato de que a


ISO precisa geralmente ser atualizada de cinco em cinco anos, de modo
a seguir as principais mudanças e exigências do mercado. Algumas
alterações foram feitas com o objetivo de equilibrar crescimento
econômico com ações preventivas ao Meio Ambiente e, em 2015, a nova
versão entrou em vigor.

Para aumentar seu desempenho ambiental, a organização


interessada deve estabelecer, implementar, manter e melhorar de
maneira contínua um SGA.

Bom, já vimos quais são os objetivos da certificação, mas como


fazer para colocar em prática?
34 Gestão Ambiental

Direção da Empresa
O papel da direção da empresa deve ser o de mostrar
comprometimento e liderança em relação ao SGA, de maneira a
responsabilizar-se pela eficiência do sistema. Para tanto, deve assegurar
que a política e os objetivos ambientais estabelecidos sejam compatíveis
com a filosofia da empresa. Logo, o SGA precisa estar integrado aos
processos de negócio da empresa, de maneira a garantir que os recursos
necessários estejam disponíveis. Um dos requisitos do SGA seguidos pela
direção tem que ser o de comunicar aos colaboradores a importância de
um sistema eficaz para assegurar o alcance dos resultados pretendidos e
promoção de melhoria contínua.

Dessa forma, a política ambiental da empresa deve ser definida


dentro do seu SGA de modo que seja apropriada ao propósito e ao
contexto da organização. Para isso, deve-se incluir a natureza da atividade
e os impactos ambientais causados por seus produtos e serviços. Dentro
da política ambiental, precisa estar incluído o comprometimento da
organização com o Meio Ambiente, por exemplo: diminuição da poluição,
uso sustentável de recursos, mitigação e adaptação às mudanças
climáticas e proteção da biodiversidade e dos ecossistemas.

IMPORTANTE:

A política ambiental é um documento que deve ser


comunicado na organização e estar disponível para as
partes interessadas.

Planejamento e Objetivos
Os objetivos ambientais de uma empresa devem ser pautados nos
requisitos legais da organização, levando em conta quais são os aspectos
ambientais significativos, considerando-se seus riscos e oportunidades
como:

•• Coerentes com a política ambiental.


Gestão Ambiental 35

•• Mensuráveis (se viável).

•• Monitorados.

•• Comunicados.

•• Atualizados, como apropriado.

Segundo a norma, o planejamento, para que os objetivos sejam


alcançados, precisa determinar o que será feito, quais serão os recursos
necessários e quem será o responsável. Além disso, é preciso um prazo
para a conclusão e a definição sobre como os resultados serão avaliados.
E, ainda mais importante, as ações ambientais precisam estar integradas
à estratégia de negócios da organização.

Colaboradores e Competência
Quanto aos colaboradores, a organização deve:

•• Determinar a competência necessária de pessoa(s) que realiza(m)


trabalho sob o seu controle, que afete seu desempenho ambiental
e sua capacidade de cumprir com seus requisitos legais e outros
requisitos.

•• Assegurar que essas pessoas sejam competentes, com base em


educação, treinamento ou experiência apropriados.

•• Determinar as necessidades de treinamento associadas aos seus


aspectos ambientais e ao seu sistema de Gestão Ambiental.

•• Onde aplicável, tomar ações para adquirir a competência


necessária e avaliar a eficácia das ações tomadas.

A organização deve assegurar que seus colaboradores e funcionários


estejam conscientes da política ambiental empregada, de modo que
esses profissionais saibam quais são os aspectos ambientais significativos
e os impactos ou potenciais impactos associados ao seu trabalho. Assim
como devem ter consciência quanto a sua contribuição para eficácia do
SGA e as implicações pelo não cumprimento dos requisitos legais da
organização.
36 Gestão Ambiental

Controles Operacionais
As organizações devem controlar as mudanças planejadas e
analisar criticamente as consequências de mudanças não intencionais, de
maneira a tomar ações para mitigar quaisquer efeitos adversos.

De acordo com o ciclo de vida, a organização deve:

•• Estabelecer controles os quais assegurem que o(s) requisito(s)


ambiental(is) seja(m) tratado(s) no processo de projeto e
desenvolvimento do produto ou do serviço, considerando cada
estágio do seu ciclo de vida.

•• Determinar seu(s) requisito(s) ambiental(is) para a aquisição de


produtos e serviços, como apropriado.

•• Comunicar seu(s) requisito(s) ambiental(is) pertinente(s) para


provedores externos, incluindo contratados.

•• Considerar a necessidade de prover informações sobre potenciais


impactos ambientais significativos associados ao transporte ou
entrega, uso, tratamento pós-uso e disposição final dos seus
produtos e serviços.

Avaliação e Desempenho
Os documentos relativos à organização e ao SGA devem ser
mantidos guardados, a fim de garantir que os processos sejam realizados
de acordo com o planejamento.

A organização é responsável por monitorar, medir, analisar e avaliar


seu desempenho ambiental de acordo com:

•• O que precisa ser monitorado e medido.

•• Os métodos de monitoramento, medição, análise e avaliação,


como aplicável, para assegurar resultados válidos.

•• Os critérios pelos quais a organização irá avaliar seu desempenho


ambiental e indicadores apropriados.

•• Quando o monitoramento e a medição devem ser realizados.


Gestão Ambiental 37

•• Quando os resultados de monitoramento e medição devem ser


analisados e avaliados.

NOTA:

Os equipamentos de monitoramento e medição precisam


ser mantidos calibrados e verificados.

Auditorias internas devem ser realizadas a intervalos planejados


pela organização, de maneira a fornecer informações se o SGA está
implementado de maneira eficaz e segue os requisitos da norma ISO
14001.

Obrigatoriedade da Certificação
A certificação ISO 14001 não é obrigatória, mas os benefícios da
norma podem ser aproveitados pelas empresas sem que elas precisem
passar pelo processo de certificação.

Contudo, a certificação demonstra aos consumidores, fornecedores


e colaboradores que a empresa implementou a norma de maneira
adequada e está cumprindo as exigências regulamentares.

Etapas para a Certificação


Para conseguir a certificação, a empresa interessada precisa passar
por algumas etapas como:

•• Diagnóstico: etapa que identifica a situação da empresa em


relação aos requisitos da norma desejada, para então avaliar as
ações a serem tomadas para implementar o SGA.

•• Planejamento e organização: leva-se em consideração a


complexidade da implementação do sistema, a necessidade da
organização e a data para a certificação.
38 Gestão Ambiental

•• Implementação: é onde serão criados os procedimentos e manuais


da empresa, com identificação das atividades necessárias para a
adequação da NORMA, treinamento e orientação dos funcionários.
É a etapa em que se tira o planejamento do papel.

•• Auditoria: após a implementação do SGA de acordo com a norma


ISO 14001, a empresa passará por uma auditoria externa realizada
por um órgão certificador. Depois, a empresa estará apta para
receber a certificação.

Benefícios da Certificação
Muitos motivos podem ser citados para que as empresas adotem
uma estratégia a fim de melhorar seu desempenho ambiental. Entre os
benefícios, podemos citar:

•• Oferecimento de vantagem competitiva e financeira, de modo a


aumentar a eficiência e reduzir custos.

•• Aumento do envolvimento da liderança e do comprometimento


dos funcionários.

•• Demonstração da conformidade com requisitos legais e


regulamentares atuais e futuros.

•• Incentivo à melhoria do desempenho ambiental por parte de


fornecedores, integrando-os aos sistemas de negócios da
empresa.

•• Melhoria da reputação da empresa e da confiança das partes


interessadas mediante comunicação estratégica.

•• Alcance dos objetivos estratégicos de negócios por meio da


incorporação de questões ambientais na gestão das empresas.
Gestão Ambiental 39

SAIBA MAIS:

Caso queira se aprofundar no assunto, recomendamos o


acesso à seguinte fonte de pesquisa INMETRO- Certfiq,
para ver as certificações emitidas no Brasil. Você pode
acessá-la clicando aqui.

RESUMINDO:

E, então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu


mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de
que você realmente entendeu o tema de estudo deste
capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. A série de
normas 14000 foi desenvolvida pela ISO e é voltada para
a Gestão Ambiental de empresas. Ela tem o objetivo de
prover às organizações uma estrutura para a proteção
do Meio Ambiente e possibilitar uma resposta às
mudanças das condições ambientais em equilíbrio com
as necessidades socioeconômicas. A ISO 14001 é uma
das mais representativas, visto que dispõe de diretrizes
para Auditorias Ambientais, Avaliação do Desempenho
Ambiental, Rotulagem Ambiental e Análise do Ciclo de
Vida dos Produtos, de modo a orientar uma atuação
ecologicamente correta e rentável. Para ser certificada, a
empresa precisa passar pelas seguintes etapas: diagnóstico,
planejamento e organização, implementação e auditoria.
Entre os benefícios da certificação, podemos citar: vantagem
competitiva e financeira, maior comprometimento dos
funcionários, conformidade com a legislação, melhora do
desempenho ambiental e da reputação da empresa.
40 Gestão Ambiental

Global Reporting Iniciative (GRI)

OBJETIVO:

Ao término deste capítulo, você será capaz de entender


como funciona o GRI e para que serve o G4. O GRI desenvolve
ferramentas e recursos que ajudam as empresas a elaborar
um relatório de sustentabilidade. E, então? Motivado para
desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante!.

Introdução
O Global Reporting Initiative, ou simplesmente GRI, é uma
organização internacional independente criada em 1997 como um projeto
do CERES (Coalition for Environmentally Responsible Economies) e
do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). Seu
objetivo é auxiliar governos, empresas e outras organizações a entender
e comunicar impactos como direitos humanos, mudanças climáticas,
corrupção, entre outros.
Figura 8 – GRI logo

Fonte: Global Reporting (2021)


Gestão Ambiental 41

O GRI conta com um time de especialistas de vários países e


tem estrutura de governança composta por governos, universidades,
institutos de pesquisa, ONGs, consultores e associações empresariais
(stakeholders).

O GRI está presente em 90 países, e, em 2016, foram reportados


mais de 5700 relatórios, sendo 231 do Brasil. Esses relatórios contêm
informações que podem ser usadas em ações de marketing e índices de
sustentabilidade, por isso é tão importante que as grandes empresas os
produzam.

Mas você deve estar se perguntando para que serve a GRI?

Temos percebido que um número cada vez maior de empresas se


preocupa em adequar suas atividades em prol de um desenvolvimento
mais sustentável e menos agressivo ao Meio Ambiente. Com isso, publicar
balanços sociais e relatórios de sustentabilidade com os resultados de suas
ações serve para demonstrar quais iniciativas, atitudes e investimentos
estão sendo tomadas nesse sentido.

Então, podemos concluir que o GRI tem como função a


responsabilidade de desenvolver ferramentas e recursos que ajudem as
organizações a elaborar seu relatório de sustentabilidade.

As diretrizes, chamadas de G4, ajudam a elaborar relatórios e a


torná-los prática padrão, de forma a incluir importantes informações
sobre questões de sustentabilidade cruciais para a organização. A G4 foi
reestruturada em um conjunto de padrões em 2016, podendo incluir até
91 indicadores e é universalmente aplicável a empresas de todos os tipos,
tamanhos e setores de mercado.

A estrutura do relatório proposta pelo GRI está sendo


constantemente aperfeiçoada e envolve conteúdos e indicadores
acordados mundialmente. O G4 propõe a divulgação de 34 indicadores
que são divididos em categorias de desempenho ambiental, social e
econômico e ainda podem ser subdivididos em: materiais, energia, água,
biodiversidade, emissões e resíduos, produtos e serviços, conformidade,
transporte, avaliação ambiental de fornecedores, além de mecanismos
de queixas e reclamações relacionadas aos impactos ambientais.
42 Gestão Ambiental

A adesão ao relatório é voluntária e é o início do comprometimento


da empresa com a sociedade e o Meio Ambiente. Isso porque por meio de
um relato detalhado de práticas ambientais, disponibilizado publicamente
na internet, a empresa se compromete com os impactos ambientais e
sociais, com a transparência das suas relações, mostra capacidade de
participação em mercados competitivos e planejamento de atividades,
além de seguir a legislação vigente.

NOTA:

Stakeholder, do inglês, “público estratégico”, e descreve


uma pessoa ou grupo que tem interesse em uma empresa,
negócio ou indústria, podendo ou não ter feito um
investimento neles.

Diretrizes
As diretrizes para o desenvolvimento do relatório são apresentadas
em duas partes:

•• Princípios para Relato e Conteúdos Padrão: contém princípios,


conteúdos e critérios que serão aplicados para que a organização
elabore seu relatório de sustentabilidade “DE ACORDO” com as
diretrizes.

•• Manual de Implementação: contém explicações de como aplicar


os princípios para o relato, o preparo das informações a serem
divulgadas e como interpretar os diversos conceitos estabelecidos
nas diretrizes. Inclui, também, referências a outras fontes, glossário
e observações gerais sobre o processo de elaboração do relatório.
Gestão Ambiental 43

IMPORTANTE:

As organizações devem consultar o Manual de


Implementação no processo de elaboração de seu relatório
de sustentabilidade disponível para download. Você pode
acessá-lo clicando aqui.

A elaboração do relatório é interativa e fundamentada nas diretrizes,


seguindo uma ordem, porém o preparo do relatório não é linear. Veja a
seguir o passo a passo:

1. Faça uma boa leitura dos “Princípios para Relato e Conteúdos


Padrão” e dos termos-chave.

2. Escolha entre as duas opções “DE ACORDO” para designar o


conteúdo a ser incluído no relatório (ambas as opções se aplicam
a organizações de qualquer tipo, porte, setor ou localização). São
elas:

Essencial: contém os elementos essenciais de um relatório de


sustentabilidade. Essa opção oferece o pano de fundo contra o qual
a organização relata os impactos do seu desempenho econômico,
ambiental, social e de governança.

Abrangente: exige a divulgação de informações adicionais sobre


a estratégia, análise, governança, ética e integridade da organização.
Além disso, optando por essa modalidade, a organização deve comunicar
seu desempenho de forma mais ampla, relatando todos os indicadores
referentes aos aspectos materiais identificados.

3. Fase preparatória para divulgação dos conteúdos padrão geral


com o “DE ACORDO” escolhido:

A empresa precisa identificar os conteúdos “DE ACORDO” escolhidos


e se os padrões gerais se aplicam ao seu setor de atuação para, então,
planejar a divulgação dos conteúdos padrão.

4. Fase preparatória para divulgação dos conteúdos padrão,


específicos do relatório.
44 Gestão Ambiental

São informações sobre a forma de gestão e indicadores:

Categorias:

•• Econômica

•• Ambiental

•• Social:

•• Práticas trabalhistas e trabalho decente.

•• Direitos Humanos.

•• Sociedade.

•• Responsabilidade pelo produto.

5. Elaboração do Relatório de Sustentabilidade:

Nessa fase, apresentam-se as informações preparadas. No caso,


as empresas podem optar por relatórios eletrônicos, impressos ou
disponibilizados na internet, de maneira que um dos formatos permita o
acesso de usuários ao conjunto completo de informações de acordo com
o período que o relatório abrange.

Princípios
Todas as organizações dever estar alinhadas aos Princípios para
Relato, a fim de garantir a transparência do processo. Os princípios são
divididos em dois grupos:

•• Princípios para Definição do Conteúdo do Relatório: descreve


o processo necessário para identificar os conteúdos a serem
incluídos no relatório, levando em conta as atividades e os
impactos da organização, bem como as expectativas e interesses
substanciais de seus stakeholders.

•• Princípios para Assegurar a Qualidade do Relatório: são


orientações que asseguram a qualidade das informações
relatadas, incluindo sua apresentação, de modo a permitir que
os stakeholders realizem avaliações de desempenho justas e
consistentes, para adotar as medidas adequadas.
Gestão Ambiental 45

Princípios para Definição do Conteúdo do Relatório


Inclusão de stakeholders: a organização deve identificar seus
stakeholders e explicar as medidas adotadas para responder às
expectativas e interesses das partes.

NOTA:

Os stakeholders incluem aqueles diretamente envolvidos


nas operações da organização ou que mantêm relações de
outro tipo com ela.

Contexto da sustentabilidade: o relatório deve descrever de


forma contextualizada e ampla o desempenho de sustentabilidade da
organização, isto é, de que forma ela pretende ou está contribuindo para a
melhoria das condições ambientais, econômicas e sociais. Materialidade:
o relatório deve abordar aspectos materiais que reflitam impactos
econômicos, ambientais e sociais significativos para a organização
ou que possam influenciar as avaliações e decisões dos stakeholders.
A materialidade é o limiar a partir do qual os aspectos tornam-se
suficientemente expressivos para serem relatados.

Completude: a cobertura de aspectos materiais e seus limites deve


ser ampla o suficiente para refletir impactos econômicos, ambientais e
sociais significativos, de modo a permitir a avaliação do desempenho da
organização no período analisado pelos stakeholders.

Princípios para Assegurar a Qualidade do Relatório


Equilíbrio: o relatório deve refletir aspectos positivos e negativos
do desempenho da organização, de modo a permitir uma avaliação
equilibrada do seu desempenho geral. Evitam-se escolhas, omissões ou
formatos de apresentação que possam influenciar de maneira indevida ou
inadequada o julgamento do leitor.
46 Gestão Ambiental

Comparabilidade: a organização deve selecionar, compilar e relatar


as informações de forma consistente, de modo a permitir aos stakeholders
analisar mudanças no desempenho da organização ao longo do tempo e
subsidiar análises relacionadas a outras organizações.

Exatidão: as informações devem ser suficientemente precisas e


detalhadas para que os stakeholders possam avaliar o desempenho da
organização relatora.

Tempestividade: a organização deve publicar o relatório


regularmente e disponibilizar as informações a tempo para que os
stakeholders tomem decisões fundamentadas.

Clareza: a organização deve disponibilizar as informações de uma


forma compreensível e acessível aos stakeholders que usam o relatório.

Confiabilidade: a organização deve coletar, registrar, compilar,


analisar e divulgar informações e processos usados na elaboração do
relatório de uma forma que permita sua revisão e estabeleça a qualidade
e materialidade das informações.

Conteúdo Padrão Geral


É aplicado a todas as organizações que elaboram relatórios de
sustentabilidade e, dependendo da opção “DE ACORDO”, será preciso
identificar os conteúdos a serem relatados:

•• Estratégia e Análise: oferecem uma visão estratégica geral sobre


a sustentabilidade da empresa com a finalidade de oferecer
perspectivas sobre a estratégia e não resumir o conteúdo do
relatório. É feita uma apresentação sobre o que a sustentabilidade
representa para a organização e estratégias de curto, médio e
longo prazos para a gestão de impactos econômicos, ambientais
e sociais gerados pela empresa ou para os que ela contribui.
Perfil Organizacional: oferece uma visão geral das características
organizacionais, com nome, endereço, marca, produtos e serviços
oferecidos, além do número de funcionários, com descrição
dos tipos de contratos de trabalho, entre outras informações.
Aspectos Materiais Identificados e Limites: oferecem uma visão
Gestão Ambiental 47

geral do processo adotado para definir o conteúdo do relatório,


com os aspectos materiais, ou seja, aqueles cujos impactos são
identificados como materiais pela organização, seus limites e
reformulações. Para cada aspecto material, relate o limite do
aspecto dentro e fora da organização.

DEFINIÇÃO:

“Limite do Aspecto” refere-se à descrição de onde


os impactos ocorrem para cada aspecto material. Ao
estabelecer os limites do aspecto, a organização deve
considerar os impactos ocorridos tanto dentro como fora
da organização. Os limites do aspecto variam de acordo
com os aspectos relatados.

•• Engajamento de Stakeholders: apresenta-se uma lista de grupos


de stakeholders engajados pela organização.

•• Perfil do Relatório: apresenta-se uma visão geral de informações


básicas sobre o relatório, o sumário de conteúdo da GRI e a
abordagem adotada para garantir a verificação externa. Entre
as informações, deve constar: período e ciclo de cobertura do
relatório, data de relatório anterior e outras.

•• Governança: etapa que exige transparência da estrutura e da


composição dos órgãos da governança da organização, de modo
que garanta a prestação de contras desses órgãos, por parte
de seus membros e administradores relevantes no processo de
tomada de decisão.

•• Ética e Integridade: esses conteúdos estão relacionados aos


valores, princípios, padrões e normas da organização, à integridade
e ainda a comportamentos éticos ou antiéticos e em conformidade
ou não com a legislação.
48 Gestão Ambiental

Conteúdo Padrão Específico


As diretrizes organizam os conteúdos padrão específicos do
relatório em três categorias - econômica, ambiental e social.

•• Econômica:

•• Desempenho econômico.

•• Presença no mercado.

•• Impactos econômicos indiretos.

•• Práticas de compra.

•• Ambiental:

•• Materiais.

•• Energia.

•• Água.

•• Biodiversidade.

•• Emissões.

•• Efluentes e resíduos.

•• Produtos e serviços.

•• Conformidade.

•• Transportes.

•• Geral.

•• Avaliação ambiental de fornecedores.

•• Mecanismos de queixas e reclamações relacionadas a


impactos ambientais.

•• Social:

•• Emprego.

•• Relações entre trabalhadores e empregadores.


Gestão Ambiental 49

•• Saúde e segurança no trabalho.

•• Treinamento e educação.

•• Diversidade e igualdade de oportunidades.

•• Igualdade de remuneração entre mulheres e homens.

•• Avaliação de fornecedores em práticas trabalhistas.

•• Mecanismos de queixas e reclamações relacionadas a


práticas trabalhistas.

•• Investimentos.

•• Não discriminação.

•• Liberdade de associação e negociação coletiva.

•• Trabalho infantil.

•• Trabalho forçado ou análogo ao escravo.

•• Práticas de segurança.

•• Direitos indígenas.

•• Avaliação de fornecedores em direitos humanos.

•• Mecanismos de queixas e reclamações relacionadas a


direitos humanos.

•• Comunidades locais.

•• Combate à corrupção.

•• Políticas públicas.

•• Concorrência desleal.

•• Conformidade.

•• Avaliação de fornecedores em impactos na sociedade.

•• Mecanismos de queixas e reclamações relacionadas a


impactos na sociedade.

•• Saúde e segurança do cliente.


50 Gestão Ambiental

•• Rotulagem de produtos e serviços.

•• Comunicações de marketing.

•• Privacidade do cliente.

•• Conformidade.

SAIBA MAIS:

Caso queira se aprofundar no assunto e saber mais sobre a


preparação de relatórios G4 leia as Diretrizes para relato de
sustentabilidade clicando aqui.

RESUMINDO:

E, então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu


mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de
que você realmente entendeu o tema de estudo deste
capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve
ter aprendido que o GRI conta com um time de pessoas,
que são chamados de stakeholders, e tem como função
o desenvolvimento de ferramentas para que as empresas
elaborem seu relatório de sustentabilidade. A G4 é um
padrão de relatório composto por indicadores divididos
nas categorias ambiental, social e econômica. Os princípios
do relato são: Princípios para Definição do Conteúdo do
Relatório e Princípios para Assegurar a Qualidade do
Relatório. A partir de então, segue-se uma ordem de
Conteúdo Padrão Geral e Conteúdo Padrão Específico.
Gestão Ambiental 51

REFERÊNCIAS
ALVES, I. J. B. R.; FREITAS, L. S. Análise comparativa das ferramentas
de Gestão Ambiental: produção mais limpa x ecodesign. In: LIRA, W.
S.; CÂNDIDO, G. A. Gestão sustentável dos recursos naturais: uma
abordagem participativa. Campina Grande: EDUEPB, 2013. p. 193- 212.

BÁNKUTI, S. M. S.; BÁNKUTI, F. I. Gestão Ambiental e estratégia


empresarial: um estudo em uma empresa de cosméticos no Brasil. Gest.
Prod., São Carlos, v. 21 n. 1, p. 171-184, 2014.

CAMPOS, V. F. TQC: Controle da Qualidade Total (no estilo japonês).


4. ed. Belo Horizonte: Fundação Cristiano Ottoni, Escola de Engenharia da
UFMG, [s. d].

ERKMAN, S.; FRANCIS, C.; RAMESH, R. Ecologia Industrial: uma


agenda para a evolução no longo prazo do sistema industrial. São Paulo:
Instituto Pólis, 2005.

G4. Diretrizes para Relato de Sustentabilidade. [s. l.]: GRI, [s. d].
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/3368600/mod_resource/
content/1/Brazilian-Portuguese-G4-Part-One.pdf. Acesso em: 05 dez.
2019.

MARTINS, G. M.; NASCIMENTO, L. F. TQEM – A introdução da variável


ambiental na qualidade total. [S.l.: s.n.], [s. d]. Disponível em: http://www.
esalq.usp.br/pangea/artigos/pangea_qualidade.pdf. Acesso em: 04 dez.
2019.

NICOLELLA, G. Sistema de Gestão Ambiental: aspectos teóricos


e análises de um conjunto de empresas da região de Campinas-SP. São
Paulo: EMBRAPA, 2004.

NÚCLEO DE ESTUDOS INDUSTRIAIS E TECNOLÓGICOS. A Simbiose


Industrial além das Fronteiras. NEITEC, [s. d.]. Disponível em: https://
neitec.com/blog/a-simbiose-industrial-alem-das-fronteiras. Acesso em:
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