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DIREITO CIVIL

DIREITO
● Elementos
- alteridade
- harmonia social
- vontade da maioria (representada pela Lei)
- preservação da paz e da boa fé
- respeito aos direitos fundamentais
● Aspectos fundamentais
a) norma agendi: conjunto de regras sociais
b) facultas agendi: disciplina e determina as obrigações e deveres
c) ideal de justiça: limites de cada pessoa, inserida socialmente - qual é o ideal de justo
não para só alguns indivíduos, mas para a grande maioria (até onde a norma se
aplica a ela)
d) sanção: agente garantidor (Estado, agentes públicos)
● Multiplicidade de normas
- Direito objetivo: regra imposta para ser respeitada - discumprimento: sanção (pena) -
tem uma consequência definida
- Direito subjetivo: possibilidade ou faculdade de conduta - cada pessoa possui
prerrogativas de exercer ou não determinada conduta para a produção de efeitos. Ex: direito
de construir
● Âmbito de atuação das normas (nacional, municipal, estadual, internacional)
- território e extraterritorialidade: se um indivíduo estiver em outro país ele deve
obedecer às leis do país estrangeiro (se elas se aplicarem a ele - depende das normas deste
país) e do seu país de origem
FONTES DO DIREITO: meios, instrumentos pelos quais há a formação de normas jurídicas; as
fontes podem ser formais, materiais e históricas.
● FONTES FORMAIS
➢ Diretas (primárias, imediatas):
a) Leis
- Silvio Venosa: “a lei é uma regra geral de Direito, abstrata e permanente, dotada de
sanção, expressa pela vontade de autoridade competente, de cunho obrigatório e
forma escrita”
- características:
- generalidade
- abstração de preceitos normativos
- duração (não sabe-se até quando a lei será vigente)
- obrigatoriedade
- sanção (pena pelo não cumprimento da norma)

- autoridade competente
As normas obedecem a uma hierarquia:
- normas constitucionais:
- infraconstitucionais
- decretos regulamentares
- portarias
- normas internas/ contratos
- leis impositivas (regras de caráter absoluto) e dispositivas (regras relativas):
- casamento (impositiva)
- testamento (impositiva)
- normas de um negócio jurídico (dispositiva)
- leis:
- federais
- estatais
- municipais
b) Costumes
- uso geral, constante e notório, observado socialmente e corresponde a uma
necessidade jurídica
- elementos para utilização:
1. objetivo: uso continuado no tempo
2. subjetivo: convicção de uma obrigatoriedade (consenso geral que deve ser
seguido)
- Orlando Gomes: “ou a autoridade de costume se consagra pela confirmação de
legislador, ou pela aceitação do juiz”
- 3 formas de utilização:
- praeter legem: disciplina situações que a lei nada fala
- secundum legem: a lei possibilita múltiplas variações e aplicações, de
acordo com a prática local
- contra legem: contrariedade à lei
- seu desuso pode levar a sua revogação
- modificações de condutas através do tempo
➢ Indiretas (secundárias ou mediatas - aquilo que por ventura pode ser aplicado para
solucionar determinado conflito):
- Analogia (não é uma fonte indireta, mas uma forma de aplicação)
- mecanismo supletivo para o caso de LACUNA da lei
- aplicação de norma jurídica prevista para uma situação semelhante
- Princípios gerais do Direito
- postulados que fundamentam o sistema jurídico
- força vinculante através de previsão normativa -> não havendo ->
interpretação das normas
- Jurisprudência
- conjunto reiterado de decisões dos tribunais sobre o mesmo assunto

- Doutrina
- doutrinador: cria interpretações alternativas da norma jurídica
- conjunto de ideias, opiniões, conceitos que servem de sustentação para
teorias e interpretações da ciência jurídica; norma interpretativa que a jurisprudência tende a
seguir na aplicação de uma lei
- Equidade
- complementa a ideia de justiça - é um ideal de sociedade
- método interpretativo segundo critérios valorativos do intérprete ou do
julgador
- tem por base a consciência e percepção de necessidade, de acordo com o
caso um concreto
- não se pode utilizar para negar a obrigatoriedade ou a vigência de uma lei
● FONTES MATERIAIS: utilização destes aspectos para aplicação ou criação de normas:
- aspectos biológicos, psicológicos
- hábitos sociais
- racionalidade
● FONTES HISTÓRICAS
- evolução legislativa
- codificações antigas
LEI DE INTRODUÇÃO
● Para que serve?
- disciplina a aplicação de todas as leis, não apenas do Código Civil
- LICC -> LINDB (Lei de Introdução ao Código Civil -> Lei de Introdução às Normas do
direito Brasileiro) - atinente a TODOS os ramos do Direito (não apenas o Código
Civil, como era intitulada anteriormente)
- tem função de reger as normas, não as relações sociais
- engloba interpretação, aplicação, vigência, eficácia
● Validade, vigência e eficiência a) Validade:
- verificação de compatibilidade com o ordenamento jurídico em que está inserida
- noção de sistema jurídico - pode ser uma norma constitucional ou infraconstitucional
- descumprimento de regras de validade -> inconstitucionalidade ou invalidade
- verificação da validade (2 prismas):
1. Formal: momento e modo de criação; ex.:
- proibição de emendas à CF na vigência de intervenção federal, estado de defesa ou estado de
sítio
- quórum para emendas à CF (2 turnos em cada casa + 3⁄5 dos votos)
2. Material: verificação das matérias possíveis de alteração ou criação; ex.:
- competências privativas da união - art. 22

- proibição a emendas constitucionais - norma na CF que proíbe emendas de determinadas


características
b) Vigência:
- trata-se de critério temporal, que vai do instante que ela possui força
vinculante (obrigatória) até a data que é revogada
- prazo: indeterminado ou determinado
- vacatio legis: prazo da publicação da lei até o dia em que ela se torna obrigatória
(45 dias) - conta-se o dia da publicação, e o dia seguinte dos 45 dias que torna-se
sua obrigatoriedade
- vigência (quando a lei é publicada) ≠ vigor (quando a lei começa a valer)
● Revogação de uma Lei:
- § 1°: declaração expressa incompatibilidade
- modalidades: expressa / tácita
- expressa: aquela que indica de maneira clara, textual, qual é a lei que estará revogada. ex:
Art. 2.045. Revogam-se a Lei n° 3.071, de 1° de janeiro de 1916 - Código Civil e a Parte Primeira
do Código Comercial, Lei n° 556, de 25 de junho de 1850.
- tácita: não há uma disposição expressa na Lei que diz qual norma que foi revogada
- quanto a abrangência: total / parcial
● Regras:
- lex superior: existe uma hierarquia de importância de normas - uma norma
infraconstitucional, ordinária, não pode determinar uma norma constitucional
- lex posterior: uma lei posterior que modifica uma lei anterior
- lex specialis: normas que são aplicadas a determinadas situações
- a lei especial não revoga nem modifica a lei anterior
● EFEITO REPRISTINATÓRIO: volta da vigência e obrigatoriedade de uma lei revogada em
virtude da lei revogadora ter deixado de ser vigente; isto é, se uma lei B revogar uma lei A, e o
surgimento de uma lei C revogar a lei B: se a lei C permitir a volta da vigência e obrigatoriedade
da lei A, há efeito repristinatório, entretanto, se não voltar, não há efeito repristinatório.
● Republicação de uma Lei -> § 3°
- “Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada
à correção, o prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores começará a correr da
nova publicação”.
- Correções de Lei já em vigor -> Lei nova -> § 4°: “As correções a texto de lei já em
vigor consideram-se lei nova”.
COMPOSIÇÃO DO NOME
- Prenome + patronímico
● Elementos secundários do nome:

a) Agnome: sinal distintivo que se acrescenta ao nome completo (ex.: júnior)


b) Axiônimos: apostos antes do pronome
- títulos nobiliárquicos honoríficos, acadêmicos, eclesiásticos, oficiais c) Cognome: designação
dada em função de uma particularidade da pessoa
(normalmente física)
d) Pseudônimo/ codinome: escolhido pelo próprio indivíduo pelo exercício de uma
atividade específica
e) Hipocorístico: é um apelido dado por terceiros, mas que também podem ser
pseudônimos (como a “xuxa”)
PERSONALIDADE JURÍDICA: aptidão para titularizar direitos e contrair obrigações
a) Teoria da personalidade condicional:
- direitos sob condição suspensiva
- Maria Helena Diniz: “na vida intrauterina, tem o nascituro personalidade jurídica
formal, no que atina aos direitos personalíssimos e aos da personalidade, passando a ter
personalidade jurídica material, alcançando os direitos patrimoniais que permaneciam em
estado potencial somente com o nascimento com vida”
b) Teoria concepcionista
- aquisição da personalidade jurídica desde a concepção
c) Teoria natalista
- expectativa do direito
- direitos do nascituro:
- direitos personalíssimos (exemplos: direito à vida, direito à proteção pré-natal, direito à
saúde)
- pode ser beneficiado por herança
- receber doação
- direito à aferição da paternidade (saber quem é o pai)
- alimentos gravídicos (são pagos ao nascituro pelo pai - auxílio financeiro)
CAPACIDADE JURÍDICA: advém da personalidade jurídica
- capacidade de direito ou de gozo
- nem toda pessoa tem aptidão para exercer pessoalmente os seus direitos ->
limitações orgânicas (bebê ou criança) ou psicológicas
- capacidade de fato (ou de exercício)
- Capacidade civil plena (a partir dos 18 anos) = capacidade de direito + capacidade de fato
- capacidade ≠ legitimação
- capacidade específica
- impedimentos circunstanciais
- incapacidade absoluta (menores de 16 anos) X incapacidade relativa (de 16 a 18 anos
incompletos)

● Incapacidade absoluta
- só o representante assina
- falta de aptidão para praticar os atos da vida civil
- representação (normalmente parental)
- incapacidade ≠ responsabilidade pelos seus atos: não é porque a pessoa é incapaz
que ela não é responsável pelos seus atos
- estatuto da pessoa com deficiência:
○ plenamente capaz (se for incapaz, deve ser declarado juridicamente)
○ pretendeu que a pessoa não fosse rotulada
○ presença de institutos assistenciais (tomada de decisão apoiada/ curatela)
■ até que grau a pessoa é capaz? há uma subjetividade - por isso que há institutos (para
aqueles auto-declarados incapazes) que contém apoiadores que elucidam o que está sendo
realizado ou o que deve ser feito
● Incapacidade relativa
- o representante e o adolescente assinam
- “zona intermediária”
- necessidade de assistência
- não há relação entre a maioridade civil (possibilidade de votar) e a imputabilidade
penal (não cometem crimes, mas atos infracionais - ECA)
- não significa independência econômica
- ébrios habituais (alcoólatras) e viciados em tóxicos
- redução da capacidade de discernimento - podem desenvolver uma
dependência química
- comportamento censurável pela sociedade (a sociedade os reprimi)
- patologia -> estudo como doença
- incapacidade relativa: pessoas que, por causa transitória ou permanente, não possam
exprimir sua vontade - dependendo da incapacidade, ela pode ser considerada absolutamente
incapaz
- pródigos (desvio comportamental): aquele que não consegue ter controle de seus bens
EMANCIPAÇÃO
*pessoa emancipada: aquela menor de idade que possui capacidade/ independência
- antecipação da capacidade plena
- 3 hipóteses:
- voluntária - judicial
- legal
DIREITOS DA PERSONALIDADE

*podem ser conceituados como sendo aqueles direitos inerentes à pessoa e à sua dignidade;
surgem cinco ícones principais: vida/integridade física, honra, imagem, nome e intimidade
- atributos físicos, psíquicos e morais -> projeção do indivíduo para com os demais
- esfera extrapatrimonial (atinge a esfera moral ou existencial da pessoa)
- alcança os direitos do nascituro
- aplicabilidade às pessoas jurídicas
- proteção constitucional: são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a
imagem das pessoas -> direito à indenização pela violação
● Características
a) Absolutas: respeito genérico, irradiando efeitos em todos os campos (oponibilidade
Erga Omnes)
b) Gerais: outorgados a todas as pessoas, pelo mero fato de existirem
c) Extrapatrimoniais: ausência de conteúdo patrimonial direto
d) Indisponíveis: o sujeito não pode mudar a titularidade
- intransmissíveis/ impenhoráveis
e) Imprescritíveis:
- não existe prazo para o exercício
- não se extingue
f) Vitalício: enquanto a pessoa viver ela tem seus direitos, inclusive alguns até pós
morte
● Classificação *Quanto ao corpo:
- vida e integridade física
- direito à incolumidade (preservação da segurança das coisas e das pessoas)
- ex -> art. 15 -> tratamento médico/ intervenção cirúrgica
- manifestação de vontade
- emergência/ impossibilidade de manifestar
- dignidade da pessoa
- disposição sobre o cadáver - cabe aos responsáveis a preservar as vontades do falecido em
relação ao seu corpo (cremação, enterro, doação de órgãos)
*Quanto aos aspectos imateriais: - integridade psíquica
- elemento mental - intrínseco
- direito à liberdade
- faculdade de agir em conformidade com a própria consciência
- limites
- proibido ferir as liberdades alheias
- civil, política, religiosa, sexual, de trabalho
- autonomia contratual
- liberdade de pensamento (vedado o anonimato)
- direito à privacidade e intimidade

- segredo pessoal e profissional


- direito à honra
- objetiva: o comportamento de um indivíduo transmite às pessoas uma
idealização/ admiração
- subjetiva: interna/ intrínseca ao indivíduo
- direito à identidade
EXTINÇÃO DA PESSOA NATURAL
- cessação das funções vitais de uma pessoa
- aferição por médico
- morte encefálica -> precisa ser declarada por equipe médica
- LRP - declaração de óbito:
- pessoas obrigadas
- requisitos do assento
- pessoa desconhecida
- testemunhas
- pessoa falecida em navio (qual lugar vai ser registrado na declaração?)
- óbitos em campanha (situação de combate)
- óbito em hospital, prisão ou estabelecimento público -> faz a declaração o
administrador, médico, diretor ou gerente de qualquer estabelecimento público ou particular
- pessoa encontrada morta ou morte violenta:
- para pessoas encontradas mortas, a declaração de óbitos é feita pela
autoridade policial
- na morte violenta a pessoa não pode ser cremada, apenas com autorização
judicial - isso para preservar o corpo para possíveis futuras perícias
- efeitos jurídicos decorrentes
- dissolução do casamento e da união estável
- extinção do poder familiar
- abertura da sucessão
- extinção de contrato personalíssimo (aquele destinado apenas àquele
indivíduo, antes do óbito)
- os direitos da personalidade projetam-se post mortem
- morte presumida (quando não é possível precisar o momento da morte):
- ausência -> decretação da ausência -> morte presumida
- morte presumida sem decretação de ausência
I. extrema probabilidade de ter perdido a vida (perigo, situação)
II. pessoa desaparecida em campanha ou prisioneiro
- necessário que se esgotem as buscas e averiguações
- prova da presença da pessoa no local

- comoriência: impossibilidade de determinar quem morreu primeiro (em situação de morte


de dois ou mais indivíduos da mesma família) -> não há ordem cronológica (pressupõe-se que
morreram simultaneamente)
DOMICÍLIO
● Domicílio: local onde se considera estabelecida uma pessoa para os efeitos legais, onde se
encontra para cumprir certos atos ou onde centraliza seus negócios, atividades, não
forçosamente o lugar onde dorme -> qualquer lugar que a pessoa estabeleça sua residência
com ânimo definitivo
Domicílio = R + A
R = residência (pode-se haver múltiplas residências - duas casas, trabalho) A = animus (ânimo/
vontade)
● Domicílio necessário
- o domicílio dos absolutamente ou relativamente incapazes é o mesmo dos seus
representantes
- o domicílio do servidor público ou funcionário público é o local em que exercer, com
caráter permanente, as suas funções;
- o domicílio do militar é o do quartel onde servir ou do comando a que se encontrar
subordinado (sendo da Marinha ou da Aeronáutica);
- o domicílio do marítimo ou marinheiro é o local em que o navio estiver matriculado
- o domicílio do preso é o local em que cumpre a sua pena.
PESSOA JURÍDICA
a criação da pessoa jurídica é para facilitar uma atividade - é criada a partir de duas pessoas,
que convergem suas vontades individuais
● Conceito e surgimento
- formação associada de pessoas
- criação na forma de LEI
- personalidade jurídica
- realização de fins comuns
- surgimento -> necessidade de fato
- associação sem uma formalização inicial
- personificação -> art 45
- livre estabelecimento de relações jurídicas LÍCITAS
- registro -> natureza CONSTITUTIVA
- difere da pessoa NATURAL -> registro possui natureza DECLARATÓRIA
● Classificação
- pessoas jurídicas de direito público -> interno / externo (art 41 e 42)
- pessoas jurídicas de direito privado (art 44)
● Pessoas jurídicas de direito privado - Associações

- formadas pela união de indivíduos com o propósito de realizar fins não econômicos
- não significa não possuir lucratividade
- não está impedida de gerar renda
- manutenção
- pagamento de funcionários
- despesas administrativas
- reunião de um grande número de pessoas
- receita gerada revertida em benefício da própria associação
- o estatuto não deve impor aos associados direitos e obrigações recíprocos
(isto ocorre apenas em um contrato social)
- instituição de categorias de associados
- intransmissibilidade da condição de associado
- o associado não está preso a associação
- direito de recesso e desligamento
- exercitável a qualquer tempo
- não exime das obrigações anteriormente assumidas
- possibilidade de exclusão do associado
- extinção da associação
SOCIEDADES
assim como na associação, também há um agrupamento de indivíduos e sua determinada
finalidade, porém, objetivando um lucro para si (para os sócios) - enquanto na associação, o
lucro é direcionado para ela
- espécie de corporação dotada de personalidade jurídica própria e instituída através de
contrato social registrado, com finalidade de exercício de uma atividade econômica e partilha
dos lucros -> parte do lucro é investido e utilizado para o pagamento da sociedade, e outra
parte é distribuída entre os sócios
- sociedades: podem ser simples ou empresárias
- simples (civis): almejam lucro, todavia sem o exercício de atividades
empresariais
- há uma PESSOALIDADE
- empresárias:
- atos de comércio
FUNDAÇÕES
- são marcadas pela IMPESSOALIDADE
- exs.: sociedade LIMITADA, sociedade ANÔNIMA, sociedade em
COMANDITA
não se tem uma instituição de indivíduos, mas uma dotação: uma pessoa destina parte de seus
bens e patrimônio para que esses sejam voltados a uma atividade que a pessoa deseja - para
isso, é necessário uma organização, e esses bens são direcionados para financiar tal
organização
- resultam de afetação de um patrimônio
- não se trata da união de indivíduos

- instrumento de constituição: escritura pública e testamento - necessária a indicação da


finalidade pelo instituidor
- art. 62 do CC
- diferença entre DOTAÇÃO e DOAÇÃO
- dotação: ato jurídico - para instituir a fundação, criá-la
- doação: espécie de negócio jurídico - pós constituição da fundação,
para financiá-la depois de formada
- não se faz permitida a alienação de bens do patrimônio sem a devida justificação - alvará
judicial + participação do M.P
- formas de instituição:
- direta: realizada pelo próprio instituidor (inclusive estatutos) - fiduciária: confia a organização
a terceiro
- função fiscalizadora do ministério público
- inscrição dos atos constitutivos -> Cartório de Registro Civil das pessoas jurídicas
- alteração -> art. 67
- extensão -> art. 69
ORGANIZAÇÕES RELIGIOSAS
- união de indivíduos com o propósito de CULTO
- doutrina e rituais próprios
- preceitos éticos
- enquadram-se:
- seitas
- igrejas
- comunidades leigas (confrarias, irmandades)
- liberdade de organização religiosa - art.19,IdaCF
- enunciado 143, da III Jornada de Direito Civil: “A liberdade de financiamento das organizações
religiosas não afasta o controle da legalidade e legitimidade constitucional de seu registro, nem
a possibilidade de reexame, pelo Judiciário, da compatibilidade de seus atos com a lei e com
seus estatutos”.
PARTIDOS POLÍTICOS
- entidades integradas por pessoas com ideais comuns
- finalidade: conquista do Poder e consecução de um programa
- visam assegurar, no interesse de um regime democrático, a autenticidade do
sistema representativo e defesa dos direitos fundamentais
- autonomia de criação e organização
- lei específica (Lei 9096/ 95)

BENS
- atos humanos -> conquistas de bens (materiais / imateriais)
- bens jurídicos -> toda a utilidade física ou ideal que seja objeto de uma relação
jurídica, seja PESSOAL ou REAL
- distinção -> bem x coisa
- Orlando Gomes:
a) bem -> gênero
b) coisa -> espécie
- Francisco Amaral:
- o conceito de bem é histórico e relativo
- coisa -> aspecto de materialidade
- CC -> não diferencia
● Patrimônio
- representação econômica de uma pessoa
- engloba um complexo de direitos reais e obrigacionais de uma pessoa
- gama de relações jurídicas
● Classificação
a) bens considerados em si mesmos
b) bens reciprocamente considerados
c) bens públicos e particulares
a) bens considerados em si mesmos:
I. bens corpóreos e incorpóreos
- existência material, perceptível pelos nossos sentidos
- diferente dos bens abstratos, não tangíveis, com visualização ideal
- formalização jurídica
II. bens móveis e imóveis
- concepção naturalística -> deslocamento
- distinção prática no aspecto de formalidades
● Bens imóveis
1. por sua própria natureza
- solo com sua superfície, acessórios e adjacências naturais
- compreende tudo que for incorporado
- jazidas, quedas d’água, árvores
2. por acessão física, industrial ou artificial
- intencionalidade
- incorporação
- edificações provisoriamente separadas
3. por acessão intelectual
- proprietário intencionalmente destina
- a qualquer tempo podem ser mobilizados
4. por determinação legal
- prevalece a vontade do legislador

- imperativo de segurança jurídica


● Bens móveis
1. por sua própria natureza: os bens que podem ser movidos de local sem nenhum tipo
de alteração em suas características, como por exemplo as roupas, livros, cadeiras,
animais
2. por antecipação: embora estejam incorporados ao solo, são considerados móveis
por conta de sua destinação para finalidade econômica, como, por exemplo, as
árvores destinadas ao corte
3. por determinação legal: aqueles cuja a lei determina que devem ser considerados
móveis, como, por exemplo, a energia elétrica que tenha algum valor econômico
- arts. 83 e 84
4. semoventes
● Bens fungíveis e infungíveis
- bens que podem ser substituídos por outros da mesma espécie, qualidade e
quantidade
- natureza insubstituível
- a vontade das partes poderá tornar um bem essencialmente fungível em bem
infungível
- a fungibilização pode decorrer do valor histórico
● Bens consumíveis e inconsumíveis
- destruição imediata de sua substância
- destinados a alienação
- suportando o uso continuado (sem prejuízo do perecimento progressivo natural)
● Bens divisíveis e indivisíveis
- fracionamento sem alteração na sua substância, nem diminuindo consideravelmente
o seu valor, ou mesmo descaracterizando sua utilização
- os bens poderão ser indivisíveis:
a) por determinação legal
b) por convenção das partes
c) pela sua natureza
- art88doCC
● Bens singulares e coletivos
- singulares -> coisas considerado em sua individualidade
- unidade autônoma
- podem ser:
1. simples
2. compostas
- coletivos -> compostos por vários bens singulares
- formam uma universalidade de FATO ou de DIREITO - art. 90

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