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Relatório Final
Relatório Final
RECIFE
2023
JEFFERSON JOSÉ ALVES PRAGANA
LETÍCIA FEITOSA TAVARES
VÍCTOR DE ANDRADE LIMA
WALTER SPENCER DE HOLANDA NETTO
YAUCHA MAYSA COUTINHO COSTA
RECIFE
2023
Sumário
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 4
2.4. VISCOSIDADE....................................................................................................... 6
3. METODOLOGIA ......................................................................................................... 9
5. CONCLUSÃO ............................................................................................................. 52
A fim de entender e descrever de forma mais eficiente o comportamento dos fluidos como
líquidos e gases, as equações de Navier- Stokes foram usadas para descrever fluidos
newtonianos através do princípio de balanço linear, aplicado a um meio contínuo em
descrição euleriana (MELO, 2020). Por diversas vezes, a única forma de entender o
comportamento de determinado fluido foi por meio de experimentos, como a utilização de
túneis de vento (FORTUNA, 2000). Portanto, uma alternativa que não exigisse a
frequente utilização de protótipos físicos ou experimentos , que de certa forma encarecem
muito os projetos a depender da natureza de sua complexidade , era muito procurada.
Graças à falta de facilidade em se determinar a solução analítica de problemas envolvendo
fluidos, há o surgimento de alternativas que possibilitam a determinação numérica destas
soluções como a computação fluidodinâmica.
O CFD tem início nos anos 60 e 70 e passou por aprimorações graças aos avanços
tecnológicos, na qual os modelos de solução rápida permitem integrações com outros
simuladores de processos. O CFD tem aplicações desde aeroespacial quanto hidrodinâmica,
na qual com essas modelagens, determina-se grandezas físicas como pressões, temperaturas
e velocidades, que atuam sobre o sistema físico, podendo o afetar ou não, envolvendo os
princípios de conservação e equações de mecânica dos fluidos. No problema resolvido, o
caso será um fluido que escoa em meio poroso e por isso a Lei de Darcy atende bem às
expectativas. Entretanto, foram feitas as seguintes considerações para uma melhor solução
numérica.
𝑝 = 𝑣𝑙𝑖𝑚 → 𝑣′𝑀𝑉
2.2. POROSIDADE
𝜙𝑎 = 𝜙𝑒 =
Porosidade absoluta Porosidade efetiva
Equações 1 e 2
2.4. VISCOSIDADE
Determina que para um sistema fechado que sofre mudanças, a taxa de variação de
massa é igual a zero, ou seja, a massa inicial deve ser igual a massa final do processo,
se conservando. Essa lei é expressa pela Equação 5.
=0 Equação 5
Soluções numéricas, são os conjuntos de técnicas aproximativas que são usadas para a
transferência da geometria de interesse para um domínio discretizado.
A solução numérica, fornece um resultado em um número finito de pontos definidos pelo
analista, esses pontos que formam a malha de cálculo, onde a malha consiste em uma
representação discretizada de um domínio infinito, porém em um domínio finito de pontos.
Uma das formas de se discretizar o espaço, é o método das diferenças finitas, que tem como
objetivo, tratar um problema com Equações diferenciais, transformando-o em um problema de
Equações algébricas. A aproximação é obtida através da série de Taylor da função derivada.
problema de Equações algébricas. A aproximação é obtida através da série de Taylor da função
derivada.
Para transformar uma Equação diferencial num problema linear, é feita a aproximação do
quociente de diferenças de qualquer derivada de ordem. Para isso, é necessário que "h" seja um
número extremamente pequeno, mas não pequeno a ponto de causar instabilidade na
aproximação da derivada.
Equações de primeira e segunda derivada por diferenças finitas:
Todavia, esse método não é o mais adequado no tocante à mecânica dos fluidos, pois
ele não tem o princípio da conservação como base. Para garantir que não haverá criação
nem consumo de propriedades fora das condições reais do problema, o método que
melhor se adequa é o de volumes finitos.
3. METODOLOGIA
A 100
B 10^-4
C 10^4
O software foi utilizado para fazer as simulações e, assim, gerar gráficos diferentes. O
primeiro passo a ser realizado, é a escolha do problema que será resolvido, como é explicado
na figura 2. A partir disso, é selecionado o tipo “condução de calor” como visto na figura 3,
devido às semelhanças entre as equações de calor com as de escoamento do fluido.
Por fim, é possível dar início a simulação. Na Figura 16 é possível observar a interface
da simulação, em que basta escolher a opção “iniciar simulação”, para construção dos gráficos.
Figura 16: Simulador
Como o software CFD Studio 1.0 foi desenvolvido para execução de simulações
numéricas de problemas 2D incluindo fluxo e transferência calor, é válido ressaltar que
analogias foram levadas em consideração com o objetivo de promover a melhor interpretação.
O parâmetro de temperatura corresponde à pressão, o fluxo de calor é relacionado ao fluxo de
fluido e a vazão é apresentada como geração de calor, visto que os gráficos obtidos são
apresentados em termos destinados a problemas ligados ao calor.
4.1. CONFIGURAÇÃO A
O valor da permeabilidade é o mesmo para as três malhas e suas divisões, ou seja, K1=
K2 = 100. Com isso é possível relacionar os valores com comportamentos observados em
campos escalares, isolinhas de pressão e campos vetoriais de velocidade. As áreas dos poços
de injeção têm uma pressão mais alta e estão representadas pela cor vermelha, localizado na
parte superior direita da malha de acordo com as informações apresentadas na Figura 17, com
valores de pressão entre 75 e 150 no estado estacionário. No poço produtor, a pressão é menor,
logo apresenta um tom azul suave localizada na parte inferior esquerda da malha com valores
de pressão entre -75 e -150 ao alcançar o estado estacionário. Deve-se notar também que a
variação tanto no gráfico de isolinhas quanto no de campos escalares são mais uniformes. Tal
peculiaridade torna-se perceptível devido ao fato de que a permeabilidade do meio é constante.
Figura 17 : Gráficos do campo escalar, isolinhas de pressão nas iterações a)1 b)10 c) Estado
estacionário da malha 10x10.
a)
b)
c)
Figura 18: Segue abaixo os gráficos do campo escalar, isolinhas de pressão nas iterações a)1
b)10 e c) Estado estacionário da malha 20x20.
a)
b)
c)
Figura 19: Segue abaixo os gráficos do campo escalar, isolinhas de pressão nas iterações a)1
b)10 e c) Estado estacionário da malha 40x40.
a)
b)
c)
Outra propriedade levada em conta na análise foi a velocidade do fluido, a qual está
diretamente relacionada ao gradiente de pressão observado nos gráficos. A partir dos campos
de vetores de velocidade, pode-se observar que os vetores são mais intensos na área próxima
aos poços injetores, as quais são as áreas que apresentam maior pressão, e menos acentuados
nos poços produtores, que são as áreas que se caracterizam por baixas pressões,
Portanto, é possível afirmar que o escoamento ocorre indo de uma área de alta pressão
para outra de baixa pressão, confirmando a fundamentação teórica proposta pela lei de Darcy,
que determina a velocidade sendo proporcional ao oposto do vetor gradiente de pressão.
Figura 20: Segue abaixo o gráfico do campo vetorial nas iterações a)1 b)10 e c) Estado
Estacionário da malha 10x10.
a)
b)
c)
Figura 21: Segue abaixo o gráfico do campo vetorial nas iterações a)1 b)3 e c) Estado
Estacionário da malha 20x20.
a)
b)
c)
Figura 22: Segue abaixo o gráfico do campo vetorial nas iterações a)1 b)3 e c) Estado
Estacionário da malha 40x40.
a)
b)
c)
160
Malha
140 20x20
Malha
10x10
120 Malha
40x40
100
80
60
40
20
0
0 20 40 60 80 100 120
-20
Ainda com essa configuração, os gráficos dinâmicos são capazes de avaliar a área de
maior pressão nas três malhas e mostram possíveis simetrias do problema. Com isso, para a
configuração K2 = 100, na Figura 24 é possível identificar a presença de simetria através da
modelagem obtida pelos gráficos dinâmicos para as 3 malhas. No entanto, o software utilizado
para construção dos gráficos e modelação do sistema não é capaz de simplificar o problema
dada a simetria apresentada, sendo mesmo assim necessário a análise de toda malha para
garantir a uma solução confiável do problema proposto.
Figura 24: Gráficos da pressão ao longo da linha central perpendicular ao domínio no estado
estacionário para as malhas a) 10x10, b) 20x20 e c) 40x40.
a)
b)
c)
4.2. CONFIGURAÇÃO B
Nesta configuração, o valor da permeabilidade K1, com região indicada na figura 1, continua
igual a 100. Porém o K2 agora passa a ser considerado muito baixo, e o valor atribuído a ele é
de 10 . Para esta configuração, o sistema apresentou o estado estacionário com um maior
número de iterações quando comparado com as configurações A e C, como demonstrado na
tabela 2; em vista disso os valores de iterações escolhidos para representarem o regime
transiente foram 1 e 60, para as malhas 10x10 e 20x20 e 100 e 1000 para a malha 40x40. Como
firmado teoricamente, as áreas dos poços de injeção apresentam pressões mais altas, onde nesta
configuração resultaram em valores entre 127 e 246 no estado estacionário para as três malhas,
e tais poços são caracterizados pela cor vermelha nos gráficos do campo escalar demonstrados
adiante. Já os poços produtores possuem pressões baixas, consequentemente são representados
por uma cor que indique tenuidade, nesse caso, azul; tais poços apresentaram valores entre -107
e -226 no estado estacionário para as três malhas. Como nesta situação o K2 é 10.000 vezes
menor que o K1, ocorre a introdução de uma área que atua como obstáculo para o escoamento
do fluido, já que segundo a Lei de Darcy quanto menor a permeabilidade maior a dificuldade
para a ocorrência do fenômeno de escoamento; portanto as variações tanto no gráfico de
isolinhas quanto no de campos escalares perdem suas características de uniformidade.
Figura 25 : Gráficos do campo escalar, isolinhas de pressão nas iterações a)1 b)60 c) Estado
estacionário da malha 10x10.
a)
b)
c)
a)
b)
c)
a) 100
b) 1000
c) estado estacionário
a)
b)
c)
Figura 29: Segue abaixo o gráfico do campo vetorial nas iterações a)1 b)60 e c) Estado
estacionário da malha 20x20.
a)
b)
c)
Figura 30: Segue abaixo o gráfico do campo vetorial nas iterações a)100
b)1000 e c) Estado estacionário da malha 40x40.
a)100
b) 1000
c) Estado estacionário
O comportamento da pressão ao longo da largura das três malhas, ilustrado graficamente abaixo
(Figura 31), apresenta certo nível de homogeneidade já que as linhas de cada malha
demonstram relativa sobreposição outrossim a mesma tendência de comportamento; portanto
o método numérico utilizado no programa está de acordo com a realidade das condições
variáveis de permeabilidade com a área da malha do problema proposto. Além disso, ao
analisarmos a figura 31 observamos que a maior discretização das malhas influencia menos
nos resultados obtidos quando comparado com menores discretizações, concordando com a
boa eficiência do programa na execução da simulação para o problema proposto citado
anteriormente; assim, utilizar menos discretizações pode ser uma alternativa viável para a
geração de resultados confiáveis por meio de uma menor demanda por poder computacional.
Por fim, ao observarmos a figura 31 juntamente com os gráficos dinâmicos da figura 32,
notamos que existe um certo nível de simetria, porém sua quantificação não é suficiente para
que possamos reduzir a malha no momento da simulação a fim de obter os mesmos resultados
quando aplicarmos a malha completa.
Figura 31 : Gráfico Pressão X Largura para a permeabilidade K2 = 10
Figura 32: Gráficos da pressão ao longo da linha central perpendicular ao domínio no estado
estacionário para as malhas a) 10x10, b) 20x20 e c) 40x40.
a)
b)
c)
4.3. CONFIGURAÇÃO C
Neste caso, o valor da permeabilidade é K1=100 e região demarcada por K2, apresenta
o valor de 10⁴. A partir desses dados, foi possível obter e analisar os comportamentos
observados em campos escalares, isolinhas de pressão e campos vetoriais de velocidade. Assim
como nas demais configurações, áreas dos poços de injeção têm uma pressão mais alta e estão
representadas pela cor vermelha, localizado na parte superior direita da malha de acordo com
as informações apresentadas na Figura 33, com valores de pressão entre 60 e 121 no estado
estacionário. No poço produtor, a pressão é menor, logo apresenta um tom azul suave
localizado na parte inferior esquerda da malha com valores de pressão entre -60 e -121 ao
alcançar o estado estacionário. Inicialmente, é importante ressaltar a alteração dos valores
escalares obtidos uma vez que a malha não opera em um regime de uniformidade quanto a sua
permeabilidade, e que a presença de uma região com um aumento dessa característica reduz a
pressão necessária para escoamento do fluido. Continuamente, é notória que as isolinhas não
apresentam curvas suaves tal como na configuração A devido a existência de uma região de
permeabilidade consideravelmente maior, que por apresentar uma resistência menor a
passagem do fluido, direciona o escoamento do mesmo para essa área, localizada na região
central da malha (o que pode ser observado pelo afastamento das extremidades da isolinha
central das extremidade da malha para sua parte mais central) indicando a mudança no padrão
de escoamento.
Figura 33: Gráficos do campo escalar, isolinhas de pressão nas iterações a) 6 b) 20 c) Estado
estacionário da malha 10x10.
a)
b)
c)
Figura 34 : Segue abaixo os gráficos do campo escalar, isolinhas de pressão nas iterações a)6
b)20 e c) Estado estacionário da malha 20x20.
a)
b)
c)
Figura 35 : Segue abaixo os gráficos do campo escalar, isolinhas de pressão nas iterações a)10
b)20 e c) Estado estacionário da malha 40x40.
a)
b)
c)
a)
b)
c)
Figura 37: Segue abaixo o gráfico do campo vetorial nas iterações a) 6 b) 20 e c) Estado
Estacionário da malha 20x20.
a)
b)
c)
Figura 38: Segue abaixo o gráfico do campo vetorial nas iterações a)10 b)20 e c) Estado
Estacionário da malha 40x40.
a)
b)
c)
É possível observar a partir das Figuras 36, 37 e 38 que o escoamento ocorre da maneira
esperada – majoritariamente através da região de maior fator de permeabilidade e direcionada
da região de alta pressão para região de baixa pressão. Ainda é importante salientar que, com a
maior discretização da malha, o perfil ficou melhor definido e os valores escalares mais
próximos do real. Tal característica também possibilitou a observação da redução considerável
de velocidade nas regiões onde K1 e K2 estão próximos – zonas de transição, como mais um
fator que corrobora com a proposição já observada no gráfico de isolinhas, que indica a que
fluxo de escoamento ocorrerá mais centralizado na região de maior fator de permeabilidade. O
comportamento da pressão ao longo da largura pode ser observado na Figura 36:
Figura 39: Gráfico Pressão X Largura para permeabilidade K2 = 10⁴
b)
c)
5. CONCLUSÃO
A partir dos resultados práticos obtidos foi possível afirmar que o CFD Studio 1.0 é
eficiente para resolver problemas de escoamento de fluido, descrevendo o comportamento
escoamento laminar em meio poroso. Utilizando os gráficos de pressão e vetores de velocidade
fornecem-se informações suficientes para a possibilidade de não se fazer uso de métodos
analíticos na caracterização do escoamento, auxiliando na redução de custos e tempo de
operação. Ainda se percebeu que, ao realizar as simulações, dois fatores se mostraram os mais
determinantes no tempo de simulação, sendo estes: as discretizações das malhas que
diretamente se relacionam ao número de interações, em consequência, ao tempo gasto –
aumentando diretamente com a maior subdivisão da malha – e o fator de permeabilidade
aplicada na região, cuja aumento criava regiões de obstáculo ao escoamento do fluido
aumentando assim o tempo gasto para atingir o estado estacionário. Observado por exemplo
nas malhas de 40x40, como aumento considerável no número de interações quando se aplicou
a variação de k2= 0,0001 para k2=10000. Através das simulações observou-se exatamente
uma das características que corroboram para o que foi determinado teoricamente pela lei de
Darcy, que os poços injetores, configurando as áreas de maior pressão, representado pelo uso
gráfico de cores quentes, eram a origem do escoamento e que ele se direcionava em oposição
ao gradiente de pressão, atingindo a região dos poços produtores, que faziam uso de cores frias
para indicar pressão negativa.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS