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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

CENTRO UNIVERSITÁRIO NORTE DO ESPÍRITO SANTO - CEUNES


DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS NATURAIS

OBTENÇÃO DA MASSA MOLAR DO POLIETILENOGLICOL


ATRAVÉS DO USO DE UM VISCOSÍMETRO

Disciplina: Físico-Química II

Professor: Breno Nonato

Aluno: Léo d’Ávila Bisi Guimarães

SÃO MATEUS – ES – 2023


1. OBJETIVO
Neste relatório será apresentado a metodologia utilizada para obter a viscosidade
intrínseca do polímero polietilenoglicol, assim como os resultados a partir dos dados
e as conclusões obtidas durante a aula laboratorial de Físico-Química II com o objetivo
de determinar a massa molar do polímero através do estudo do comportamento de
gráfico da viscosidade reduzida da amostra, extrapolando-o para a obtenção da
viscosidade intrínseca para então utilizar a equação de Steudinger-Mark-Houwink,
[𝜂] = 𝐾 . 𝑀𝛼 , obtendo a massa molar do polímero do etilenoglicol (𝐻𝑂(𝐶2 𝐻4 𝑂)𝑛 𝐻).

2. MATERIAIS E MÉTODOS
Primeiramente, preparou-se 5 soluções de polietilenoglicol em sulfato de sódio
(𝑁𝑎2 𝑆𝑂4 ) nos balões volumétricos de 50 mL com as concentrações apresentadas na
Tabela 1.

Tabela 1: Concentrações das soluções de polietilenoglicol em sulfato de sódio


Solução Concentração/𝟏𝟎−𝟑 . 𝒈. 𝒎𝑳−𝟏
1 3
2 9
3 12
4 15
5 18
Em seguida, montou-se o aparato para a realização do experimento com o agitador
magnético com aquecimento, um béquer de 1,5 L, termômetro, mufa, suporte
universal e o viscosímetro capilar (figura 1).

Figura 1 – Viscosímetro de Cannon Fenske


Para a montagem do aparato colocou-se água no béquer e ligou-se o agitador
magnético com aquecimento para esquentar a água até 30ºC. No suporte universal
prendeu-se uma mufa com o termômetro e outra mufa para o viscosímetro, colocando-
os dentro do béquer.
Na obtenção dos dados utilizou-se o mesmo procedimento em triplicata para as
soluções preparadas e para o sulfato de sódio puro com concentração de 0,05mol/L.
De início, ambienta-se o viscosímetro com a solução desejada e em seguida
preencheu-se com a amostra até aproximadamente dois terços do bulbo mergulhando
no banho com a água aquecida permanecendo por tempo suficiente para que a
solução em análise entrasse em equilíbrio com a temperatura do banho, succionando
o líquido com uma pêra na parte mais fina do viscosímetro a fim de elevar o nível do
líquido até o menisco superior dos bulbos de análise. Então retira-se a pêra e
cronometra-se do menisco superior até o menisco inferior ser atingido parando a
contagem e anotando o tempo de escoamento.

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Os resultados obtidos em laboratório estão apresentados na Tabela 2.

Tabela 2: medição do tempo de escoamento do polímero no bulbo do viscosímetro.


Medidas a 303,15K.
Concentração /𝒈. 𝒎𝑳−𝟏 Tempo/s
1 2 3
−1
𝑁𝑎2 𝑆𝑂4 𝑝𝑢𝑟𝑜(0,05𝑚𝑜𝑙. 𝐿 ) 26,10 26,10 26,16
3 . 10−3 26,87 26,94 26,90
9 . 10−3 26,95 27,50 27,25
12 . 10−3 28,62 28,37 28,40
15 . 10−3 30,15 30,09 30,00
18 . 10−3 30,28 30,53 30,25

Para o cálculo da viscosidade relativa (𝜂𝑟𝑒𝑙 ) utilizou-se a equação

𝑡
𝜂𝑟𝑒𝑙 = ,
𝑡0
Sendo 𝑡 o tempo de escoamento da solução e 𝑡0 o tempo de escoamento do sulfato
de sódio puro, obtendo, assim a Tabela 3.
Tabela 3: Viscosidades relativas das soluções de polietilenoglicol a 303,15K.
Concentração/ Viscosidade
𝒈. 𝒎𝑳−𝟏 relativa
1 2 3
−3
3 . 10 1,03 1,03 1,03
9 . 10−3 1,03 1,05 1,04
12 . 10−3 1,10 1,09 1,09
15 . 10−3 1,16 1,15 1,15
18 . 10−3 1,16 1,17 1,16

Para o cálculo da viscosidade específica (𝜂𝑠𝑝 ) utilizou-se a equação


𝜂𝑠𝑝 = 𝜂𝑟𝑒𝑙 − 1,
Obtendo, assim a Tabela 4.

Tabela 4: Viscosidades específicas das soluções de polietilenoglicol a 303,15K.


Solução/𝒈. 𝒎𝑳−𝟏 Viscosidade
específica
1 2 3
−3
3 . 10 0,03 0,03 0,03
9 . 10−3 0,03 0,05 0,04
−3
12 . 10 0,10 0,09 0,09
−3
15 . 10 0,16 0,15 0,15
−3
18 . 10 0,16 0,17 0,16
Para o cálculo da viscosidade reduzida (𝜂𝑟𝑒𝑑 ) utilizou-se a equação
𝜂𝑠𝑝
𝜂𝑟𝑒𝑑 = ,
𝑐
Sendo 𝑐 a concentração da solução de polietilenoglicol, obtendo, assim, a Tabela 5.

Tabela 5: Viscosidades reduzidas das soluções de polietilenoglicol a 303,15K e seus


valores mais prováveis, junto do erro.
Concentração/ Viscosidade Média +
𝒈. 𝒎𝑳−𝟏 reduzida/ erro
𝒎𝑳 . 𝒈−𝟏
1 2 3
−3
3 . 10 9,83 10,73 10,21 10,3±0,6
9 . 10−3 3,62 5,96 4,63 5±2
12 . 10−3 8,05 7,25 7,14 7,5±0,7
15 . 10−3 10,34 10,19 9,79 10,1±0,4
18 . 10−3 8,90 9,43 8,69 9,0±0,5
Através desses resultados obtém-se o gráfico da concentração da solução do
polímero pela viscosidade reduzida (ver Gráfico 1).

Gráfico 1: Determinação da viscosidade intrínseca através da extrapolação da reta


ajustada obtida.
12

10
Viscosidade Reduzida/mL /g

0
0 0.002 0.004 0.006 0.008 0.01 0.012 0.014 0.016 0.018 0.02
Concentração/ g/mL

A partir dos valores obtidos é possível determinar a reta que representa o


comportamento dos dados, sendo assim o valor calculado através da calculadora
científica para os coeficientes da reta são
𝐴 = 8,231, 𝐵 = 13,06
Visto que a equação da reta é dada por: 𝑦 = 𝐵𝑥 + 𝐴. Temos que o valor da viscosidade
intrínseca ([𝜂]) obtida pela extrapolação da reta até o eixo das coordenadas e a reta
que descreve os dados é:
𝑦 = 13,06𝑥 + 8,231 [𝜂] = 8,231 𝑚𝐿 . 𝑔−1 .
Porém ao calcular o coeficiente de correlação linear obtemos que 𝑟 = 0,034,
representando uma má linearidade. Analisando os dados vimos que o valor de
viscosidade reduzida referente à concentração de 0,003 g/mL está fora da tendência
e fazendo o gráfico sem esse ponto temos um gráfico mais coerente (ver Gráfico 2).
Gráfico 2: Determinação da viscosidade intrínseca através da extrapolação da reta
obtida sem o ponto (0,003; 10,3).
12

10
Viscosidade Reduzida/mL/g

0
0 0.002 0.004 0.006 0.008 0.01 0.012 0.014 0.016 0.018 0.02
Concentração/ g/mL

Sem o ponto (0,003; 10,3) é obtido novos valores de “𝐴”, “𝐵” e “[𝜂]”, resultando na reta
𝑦 = 486,67𝑥 + 1,33 [𝜂] = 1,33 𝑚𝐿 . 𝑔−1
e ao calcular o valor do coeficiente de correlação linear obtém-se: 𝑟 = 0,85. Percebe-
se que o valor de 𝑟 para essa nova reta é mais coerente que o valor anterior, podendo
assumir que realmente o ponto retirado estava em discordância com os outros pontos.
Sendo assim, podemos calcular a massa molar do polímero através da equação de
Steudinger-Mark-Houwink
[𝜂 ] = 𝐾 . 𝑀 𝛼
sendo “𝐾” e “𝛼” constantes conhecidas de uma solução de polietilenoglicol em sulfato
de sódio a uma temperatura de 303,15K, possuindo valores de 0,0100400 mL/g e
0,57, respectivamente. Obtendo uma massa molar de 𝑀 = 5284,62𝑔/𝑚𝑜𝑙.

4. CONCLUSÃO
Neste relatório, estimou-se valores para a viscosidade intrínseca e a massa molar do
polietilenoglicol em sulfato de sódio a partir de cinco soluções, partindo de dados
obtidos pela análise de viscosimetria capilar e do tempo de escoamento.
A viscosidade intrínseca não apresentou uma correlação linear para todos os pontos,
porém ao retirar o ponto (0,003; 10,3) obteve-se uma correlação linear satisfatória,
isso pode estar relacionado a conformação e distribuição do polímero em solução e
por erros no procedimento do experimento pois o manuseio do viscosímetro necessita
de bastante atenção e precisão para a obtenção dos dados. Já a massa molar obtida
apresenta coerência com o polímero podendo ser classificada como PEG 5000.
Portanto, conclui-se que o experimento realizado teve êxito em seu propósito de
entender como que ocorre a metodologia de determinação da massa molar de um
polímero através do método de obtenção da viscosidade intrínseca pela viscosimetria
capilar.

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