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A Casa na Idade Média

Teoria da Arquitectura I
INTRODUÇÃO
A Idade Média é um período da história da Europa entre os séculos V e XV. Inicia-
se com a queda do Império Romano do Ocidente e termina durante a transição
para a Idade Moderna.
A Idade Média é o período intermédio da divisão clássica da História ocidental
em três períodos: a Antiguidade, Idade Média e Idade Moderna, sendo
frequentemente dividido em Alta e Baixa Idade Média.
Como já foi referido o período conhecido como Idade Média começou com a
desintegração do Império Romano do Ocidente (século V) e terminou com o fim do
Império Romano do Oriente/Queda de Constantinopla (século XV).

A Idade média é dividida em Alta Idade Média (do século V ao X) e Baixa Idade Média
(do XI ao XV).

O modo de organização social e político da Idade Média é conhecido como


Feudalismo. A economia é baseada no trabalho servil, agricultura de subsistência e
escambo (troca directa). O comércio é quase inexistente.

Muitos Estados modernos como Dinamarca, França e Portugal surgiram durante a


Idade Média.

As grandes propriedades rurais pertenciam aos senhores (chamados de mansos


senhoriais). Aos servos, cabia apenas um lote para a agricultura de subsistência. Parte
das terras dos senhores era doada à igreja.
Na idade media havia 3 classes, a Burguesia, o
Clero e a Nobreza. A burguesia era formada por
pessoas comuns, o clero eram os padres e
autoridades religiosas e a nobreza era
constituída por reis, príncipes e seus familiares.
Os burgueses habitavam em casas pequenas,
com pouca comida e água. O clero já era mais
bem situado em questão de moradia, a maioria
dos religiosos moravam em conventos e
mosteiros. Já os nobres eram os que tinham
melhores condições de moradia, porque
moravam em castelos, com comida farta,
empregados, animadores, tinham diversas
actividades de lazer como caça, danças, festas,
bailes.
Na idade media os nobres e os religiosos
moravam em castelos e o povo nos arredores
dos castelos cultivando e trabalhando para o
senhor feudal.
A burguesia morava em condições precárias:
casas pequenas e sujas, quando existia uma
instalação sanitária não era mais do que uma
fossa no exterior. A falta de higiene desta
época foi a causa de diversas doenças como a
chamada Peste Negra.
AS CASAS
Na Idade Média a habitação e o local de trabalho confundiam-se, convivendo
não apenas pessoas com laços de parentesco, mas, subordinados ao Mestre
artesão proprietário dos meios de produção. A sua família, os seus empregados
assalariados e os seus aprendizes, moravam todos sob o mesmo tecto, às vezes
num único cómodo.
As moradias eram feitas de pedra ou madeira, com um telhado feito de palha
que podia durar cerca de uma a duas gerações. O chão era de terra batida, e nas
casas mais pobres um único espaço era usado como cozinha, sala, quarto, e para
os artesãos, também servia como uma área de trabalho. As camas eram
normalmente caixotes cheios de feno, e os travesseiros eram sacos cheios de
palha. Os banheiros eram fora das casas, não havia água corrente nem rede de
esgoto. As famílias mais afortunadas podiam tomar banho em o que era parecido
com uma pequena banheira de madeira.
CASTELO MEDIEVAL
Os castelos são um dos maiores legados da Idade Média e então havia milhares de
castelos espalhados por toda a Europa. Começaram por ser projectos arquitectónicos
simples, mas de importância decisiva. Ao longo dos séculos e fruto da necessidade,
foram-se aperfeiçoando as suas estruturas de forma a tornar a sua conquista cada vez
mais difícil.
Os castelos eram o símbolo da superioridade, e começaram a ser erguidos por volta
do século IX, e até o século XI eram feitos de madeira. Logo foram sendo substituídos
por castelos de pedra, que demoravam anos para serem construídos (de 10 a 40
anos).
Vistos de fora, os castelos eram sólidas construções e era difícil imaginar o que se passava no seu
interior. Geralmente ficavam no topo de uma colina. Do alto dominavam a paisagem e vigiavam a
região. Eram quase sempre constituídos por torres maciças e paredes altas, sem janelas. Dentro
da muralha principal, feita de pedra, existia uma outra, cuja entrada estava protegida por uma
ponte levadiça. Acima dos portões existiam buracos através dos quais se deixavam cair pedras ou
óleo a ferver. Do alto da torre de menagem, uma sentinela observava tudo a quilómetros de
distância. Os merlões serviam de protecção aos arqueiros que disparavam através das ameias, os
intervalos entre os merlões. As únicas aberturas nas paredes eram as seteiras, um espaço
demasiado exíguo para alguém entrar, mas suficiente para os arqueiros desferirem setas.
Os arqueiros conseguiam atirar com precisão a uma longa distância e eram vitais na
defesa do castelo. As escadas em espiral de cada torre eram construídas no sentido
dos ponteiros do relógio. Deste modo, o defensor que as descesse tinha mais espaço
para manusear a arma. Quando o inimigo se aproximava, sob a forma de vultos
escuros entre o nevoeiro, a sentinela tocava a sua corneta. Então, era altura dos
guardas içarem a ponte.
A VIDA NA CIDADE
A partir do século XI começou a registar-se o grande período da urbanização. Em torno
do senhor eclesiástico ou laico foram criados pequenos núcleos urbanos e
desenvolveram-se novas formas de sociabilidade e uma vida comunitária com regras
próprias.
A cidade medieval tornou-se um espaço fervilhante, concentrando num pequeno
espaço igrejas, escolas, ruas e tabernas e algumas dezenas de milhares de habitantes,
Lugar de produções artesanais e de trocas comerciais, a cidade medieval começou a
desenvolver as funções essenciais que ainda hoje caracterizam os grandes centros
urbanos: o poder, o comércio, a cultura e a informação.
Numa época em que a maioria das pessoas vivia presa por laços de dependência aos
seus senhores, as cidades surgiam como uma miragem de liberdade e a promessa de
uma vida melhor.
A VIDA NO CAMPO
Cerca de 90% da população vivia e trabalhava no campo, ocupando-se da agricultura.
Os camponeses viviam em casa rudimentares e dividiam-se em dois grandes grupos:
Os que eram livres e os dependentes. Estes últimos eram designados de servos.
Segundo a lei, os camponeses medievais, juntamente com os campos, os animais e até
as roupas, pertenciam ao senhor feudal.
Nas terras pertencentes ao senhor cultivavam cereais como a cevada, o centeio ou o trigo. No
sistema de afolhamento trienal, apenas dois campos eram semeados com cereais, enquanto o
terceiro era deixado em pousio, para recuperar o seu vigor.
Como ainda não havia máquinas agrícolas, todo o trabalho de lavoura era feito à mão, com a
ajuda de foices, forquilhas, podadeiras e carroças para o transporte. A agricultura medieval exigia
assim muita mão-de-obra para todos os trabalhos a executar: lavrar, ceifar, malhar, vindimar,
tosquiar. Os camponeses criavam ovelhas, vacas e porcos, a partir dos quais produziam lã e
obtinham leite e carne e trabalhavam igualmente na vindima.
Nas pequenas habitações construídas em torna do castelo, as condições de vida não
eram as melhores. Num pequeno compartimento, coabitavam o camponês, a sua
família, os animais e os utensílios. De sol a sol, os trabalhadores executavam as árduas
tarefas agrícolas e faziam a recolha de provisões. Nos celeiros, eram armazenadas as
colheitas, a lenha, os ovos e a farinha. Os camponeses deviam entregar à Igreja um
dízimo, ou seja, um décimo daquilo que produziam. Muitos tinham ainda de fornecer
alimentos ao senhor feudal. Tratava-se de uma espécie de renda em que o pagamento
era em géneros e não em dinheiro.
CONCLUSÃO
A Idade Média situa-se entre o século V, marcado pelo fim do classicismo greco-
romano e o século XV, ou seja, o início da Renascença. Cobre por isso um período
muito vasto da história, abrangendo praticamente 10 séculos.
Por vezes classificada como a idade das trevas, tempo sombrio e de ignorância, a
Idade Média foi no entanto palco de decisivos acontecimentos históricos e de
magníficas produções culturais e artísticas. Muitas catedrais, castelos, igrejas e obras
de arte construídas então chegaram até nós, como testemunho e eco deste período
decisivo na História do Homem. As cidades, as universidades, a moeda e o comércio
da Europa, ainda hoje existentes, têm as suas raízes neste período que alguns
classificaram erradamente como uma longa noite de dez séculos. Talvez por a Idade
Média ser uma época remota e misteriosa, mergulhada nas brumas da história,
povoada de castelos e guerreiros, reis e bispos, cavaleiros e damas. Então, a paz era
rara e a Europa vivia entre guerras e batalhas sangrentas.

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