Você está na página 1de 15

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E

TECNOLOGIA DO RN

Circuitos Acoplados Magnéticamente

CURSO: ENGENHARIA DE ENERGIA


1. INDUÇÃO ELETROMAGNÉTICA E INDUTÂNCIA L
Observando a fig.1.1, o campo magnético variável no núcleo produz uma fem ( e )
nos terminais da bobina igual a:

Fig. 1.1. Núcleo magnético com entreferro.


Em circuitos magnéticos onde existe uma relação linear entre B e H , devido a
permeabilidade constante ou a predominância do entreferro, a relação entre λ
e i pode ser definida como indutância própria, L:
𝑁2 𝜇𝐴 𝜆 𝑁2 ℬ𝐴 2𝜇 𝐴 𝑁2
𝜆=N ϕ= 𝑖 = 𝐿𝑖, 𝑜𝑛𝑑𝑒 𝐿 = = =𝑁 = = 𝑁 2 ℘ (Henry, H)
𝑙 𝑖 ℋℓ ℓ ℛ
Utilizando a lei de Faraday, temos:
𝑑𝜆 𝑑(𝑁ϕ) 𝑑ϕ 𝑑(𝐿𝑖) 𝑑𝐵 di
𝑒= = 𝑑𝑡 = 𝑁 𝑑𝑡 = 𝑁 = 𝑁𝐴 𝑑𝑡 = L dt , Volts
𝑑𝑡 𝑑𝑡
2. POTÊNCIA E ENERGIA ARMAZENADA NO CAMPO MAGNÉTICO

Fig. 2.1. Circuito magnético


Para o circuito da fig. 2.1, a potência nos terminais do enrolamento, em Watts, é:
𝑑𝜆
𝑃 = 𝑒𝑖 = 𝑖 𝑑𝑡

A variação da energia no circuito magnético nos instantes t1 e t2 é dada por:


𝑡 𝜆
Wcmp = ‫ 𝑡׬‬2 𝑝𝑑𝑡 = ‫ 𝜆׬‬2 𝑖𝑑𝜆
1 1

Expressa em termos de campo magnético temos:


Volume do núcleo magnético
𝐵2 ℬ2
ℋℓ
Wcmp = න 𝐴𝑁 𝑑ℬ = 𝐴ℓ න ℋ𝑑ℬ
𝐵1 𝑁 ℬ1 Densidade de energia
magnética no núcleo
Exercícios
1. Um circuito magnético como é mostrado na figura abaixo, tem dimensões
Anúcleo=9 cm2; Ag = 9 cm2; g = 0,050 cm; lnúcleo = 30 cm; N=500 espiras.
Supor o valor μr = 5.000 para o ferro. Calcular : (a) A corrente i para B = 1
Tesla. (b) O fluxo φ e o fluxo concatenado.

2. Utilizando a questão anterior, calcular: (a) a fem e para B = 1 sen377t


Tesla. (b) As relutâncias ℛ1 e ℛg . (c) A indutância L. (d) A energia para B
= 1 Tesla.
3. PERDAS NO NÚCLEO DO MATERIAL MAGNÉTICO EM CA
3.1. Perdas por Histerese

Fig. 3.1. Laço de histerese num Material Magnético


➢ Histerese quer dizer “seguir atrás”, ou seja, o fluxo magnético num núcleo de ferromagnético
segue atrás dos aumentos ou diminuições da força magnetizadora.
➢ A área dentro do laço é proporcional à perda de energia (em calor) por ciclo; esta perda de
energia é conhecida como perda por histerese.
➢ Sendo a perda por histerese proporcional à área do laço da curva, o núcleo de uma máquina é
feito com um aço de boa qualidade magnética, tendo um estreito laço de histerese.
3.2. Perdas por Correntes de Foucault
As correntes induzidas, conhecidas como correntes parasitas ou de Foucault ,
constituem uma outra característica da operação de um circuito magnético
quando energizado por corrente alternada.

Fig. 3.3. Correntes de Foucault no Núcleo de Material Magnético


3.2.1. Laminação em Núcleos Magnéticos
Para reduzir as perdas por correntes de Foulcault, o núcleo deve ser constituído de
lâminas, ou finas chapas com uma finíssima camada de isolamento entre as mesmas. As
lâminas são orientadas paralelamente à direção do fluxo.

Fig. 4.2. Núcleos maciço e laminado

3.2.2. Fator de Empacotamento


Devido ao processo de empilhamento das chapas para montagem do núcleo, a área
efetiva do material ferromagnético (Smag ), atravessada pelo fluxo, torna-se menor que
a área geométrica, Sgeom ocupada pelo núcleo. Pode-se então definir um fator de
empacotamento ke como sendo a relação:
𝑆𝑚𝑎𝑔
𝐾𝑒 =
𝑆𝑔𝑒𝑜𝑚
4. CIRCUITOS MAGNÉTICAMENTE ACOPLADOS

Fig.5.1. Transformador e seus fluxos internos


Os fluxos magnéticos existentes na fig.5.1, são:
Φ11 𝑡 = Φ21 𝑡 + Φ𝑑1 𝑡 - fluxos produzidos pela corrente 𝑖1 𝑡 ;
Φ22 𝑡 = Φ12 𝑡 + Φ𝑑2 𝑡 - fluxos produzidos pela corrente 𝑖2 𝑡 ;
Considerando 𝑖1 𝑡 ≠ 0 𝑒 𝑖2 𝑡 ≠ 0, temos:
Φ1 𝑡 = Φ21 𝑡 + Φ𝑑1 𝑡 + Φ12 𝑡 = Φ11 𝑡 + Φ12 𝑡 - fluxo total do enrolamento 1.
Φ2 𝑡 = Φ12 𝑡 + Φ𝑑2 𝑡 + Φ21 𝑡 = Φ22 𝑡 + Φ21 𝑡 - fluxo total do enrolamento 2.
As indutâncias próprias e mútuas são:

(Indutância mútua entre a bobina 1 e 2)


4.1. Coeficientes de Acoplamento Magnético (k) e Dispersão Magnética (σ)
Sabendo que:
Φ1 𝑡 = Φ21 𝑡 + Φ𝑑1 𝑡 + Φ12 𝑡 = Φ11 𝑡 + Φ12 𝑡 - fluxo total do enrolamento 1.
Φ2 𝑡 = Φ12 𝑡 + Φ𝑑2 𝑡 + Φ21 𝑡 = Φ22 𝑡 + Φ21 𝑡 - fluxo total do enrolamento 2.
𝐍𝟏 𝐈𝟏
𝚽 𝓡𝟏𝟏 𝐍𝟏𝟐
• 𝐋𝟏𝟏 𝐈𝟏 = 𝐍𝟏 𝚽𝟏𝟏 , 𝐞𝐧𝐭ã𝐨 𝐋𝟏𝟏 = 𝐍𝟏 𝐈𝟏𝟏 = 𝐍𝟏 ( )=
𝟏 𝐈𝟏 𝓡𝟏𝟏

𝐍𝟐 𝐈𝟐
𝚽 𝓡𝟐𝟐 𝐍𝟐𝟐
• 𝐋𝟐𝟐 = 𝐍𝟐 𝐈𝟐𝟐 = 𝐍𝟐 ( )=
𝟐 𝐈𝟐 𝓡𝟐𝟐

𝐈𝟐 𝐋𝟐𝟐
𝚽𝟏𝟐 𝐤𝚽𝟐𝟐 𝐍𝟐 𝐍 𝐍 𝐋
• 𝐋𝟏𝟐 = 𝐍𝟏 = 𝐍𝟏 𝐋𝟏𝟐 = 𝐍𝟏 𝐊( )=𝐍𝟏 𝐤𝐋𝟐𝟐 ⇒ 𝐍𝟏 =𝐤𝐋𝟏𝟐
𝐈𝟐 𝐈𝟐 𝐈𝟐 𝟐 𝟐 𝟐𝟐

𝐈𝟏 𝐋𝟏𝟏
𝚽 𝐤𝚽 𝐍𝟏 𝐍 𝐍 𝐤𝐋
• 𝐋𝟐𝟏 = 𝐍𝟐 𝐈𝟐𝟏 = 𝐍𝟐 𝐈 𝟏𝟏 = 𝐍𝟐 𝐊( 𝐈𝟏
) = 𝐍𝟐 𝐤𝐋𝟏𝟏 = 𝐍𝟏 = 𝐋 𝟏𝟏
𝟏 𝟏 𝟏 𝟐 𝟐𝟏

• 𝐋𝟐𝟏 = 𝐋𝟏𝟐 = 𝐌

M
➢ K= , Se K=1, M≤ 𝐿11 𝐿22 , onde 0 ≤ K ≤1.
L11 L22

M2
➢ σ = 1 − K2 = 1 − L
11 L22
4.2. Regra dos Pontos de Polaridade
O sinal de referência da tensão do ACOPLAMENTO MAGNÉTICO, é definida pela
CONVENÇÃO DO PONTO. O ponto indica a direção do fluxo magnético, quando a
corrente entrar por ele.

➢ Se uma corrente ENTRA pelo terminal da bobina marcado com um ponto, a polaridade de
referência da tensão mútua na segunda bobina é POSITIVA no terminal da segunda bobina
marcado com um ponto – Fig. (a e b)
➢ Se uma corrente SAI pelo terminal da bobina marcado com um ponto, a polaridade de
referência da tensão mútua na segunda bobina é NEGATIVA no terminal da segunda bobina
marcado com um ponto – Fig. (c e d)
4.3. Modelagem em Circuitos com Acoplamento Magnético utilizando Fonte de Tensão
dependente Controlada por Corrente

Exemplo:
Exercícios
1. Considere o circuito da figura abaixo e assuma que L1 = 400 mH, L2 = 230 mH e M =10
mH. Determine a expressão em estado contínuo para (a) v1 se i1 = 0 e i2 = 2 cos 40t A;
(b) v2 se i1 = 5 cos (40t + 15⁰) A e i2=0. (c) Refaça os itens (a) e (b) considerando agora M
= 310 mH.

2. Qual a indutância equivalente para os esquemas abaixo


Exercícios
3. No circuito abaixo, i1 = 5 sen (100t-80°) A, L1 = 1 H, L2 = 2 H. Se v2 = 250 sen (100t – 80°) mV.
Calcule M.

4. Para o circuito da figura abaixo, calcule I1, I2, V2/V1 e I2/I1.

Você também pode gostar