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ELEMENTOS ORGÂNICOS DE MÁQUINAS

ELEMENTOS ORGÂNICOS DE MÁQUINAS


UNIÕES

Prof. Dr. Paulo César Doval1


1 Departamento de Mecânica e Material, Instituto Federal do Maranhão, São Luís,
Maranhão, Brazil

IFMA - São Luís, fevereiro 04, 2021


ELEMENTOS ORGÂNICOS DE MÁQUINAS

Conteúdo
1 Introdução
2 Padrões de roscas e definições
3 Parafusos de potência
4 Tensão nos filetes da rosca
Exemplo 1
Solução
5 Pré-carga nos parafusos
Exemplo
6 Montagem e torque
7 Resistência e pré-carga
8 Fadiga
9 Grupos de Parafusos
10 Carregamento excêntrico
Outros Tipos de Conexões
11 Rebites
Cisalhamento e Flexão
ELEMENTOS ORGÂNICOS DE MÁQUINAS
Introdução

Introdução

Os métodos de unir peças são extremamente importantes em um


projeto de qualidade e é necessário conhecer-se perfeitamente o
desempenho das uniões e juntas sob todas as condições de uso..
Por exemplo, um jato Boeing 747 e o Lockhead 1011, requerem
erca de 2, 5 milhões de uniões. O 747 necessita de 70000 de
parafusos de titânio e outros 40000 parafusos com tolerância
bem apertada
ELEMENTOS ORGÂNICOS DE MÁQUINAS
Padrões de roscas e definições

Padrões de roscas e definições


A Figura 1 indica a terminologia de rosca da forma que se segue.

Figura: Terminologia de filetes de rosca

d = diâmetro maior ou nominal - é o maior diâmetro da parte roscada;


dr = diâmetro menor ou de raiz - é o menor diâmetro da parte roscada;
dm = diâmetro médio ou nominal - é a média dos diâmetro maior e menor;
l = avanço, não mostrado, é a distância que a porca avança paralelamente ao
eixo da rosca;
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Padrões de roscas e definições

Padrões de roscas e definições

Tem-se também roscas de múltiplas entradas. Essas tem dois ou


mais filetes cortados ao lado do outro. Os produtos padronizados,
como parafusos, roscas e porcas, todos têm rosca simples.
Um parafuso de dupla entrada tem avanço igual a duas vezes o
passo; um de três, três vezes o passo.
A figura 2 mostra a geometria de uma rosca MÉTRICA.
Especifica-se uma rosca métrica, escrevendo-se o seu diâmetro e
o passo em milímetros. Ex.: M12x1, 75.
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Padrões de roscas e definições

Padrões de roscas e definições

Figura: Geometria de uma rosca métrica


ELEMENTOS ORGÂNICOS DE MÁQUINAS
Parafusos de potência

Parafusos de potência
O parafuso de potência é um dispositivo usado em máquinas para transformar
o movimento angular em movimento linear e, usualmente, para transmitir
potência.
Aplicações do parafuso de potência: fuso de torno; parafusos para prensas e
macacos; parafusos para tornos de bancada.

Figura: Parafuso de potência


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Parafusos de potência

Parafusos de potência
A Figura 4 mostra um parafuso de potência de rosca quadrada, de uma entrada,
com diâmetro médio dm , passo p e ângulo de hélice β (ângulo de inclinação do
filete), carregado com uma força axial de compressão F.

Figura: Parafuso de potência


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Parafusos de potência

Parafusos de potência

Deseja-se encontrar a expressão para o torque necessário para levantar essa


carga e outra expressão para baixar essa carga.
O sistema está em equilíbrio sob ação dessas forças, então, para levantar a
carga, tem-se:

∑ FH = PR − Nsenβ − µNcosβ = 0
∑ FV = F + µNsenβ − Ncosβ = 0 (1)

Do mesmo modo, para baixar a carga, tem-se:

∑ FH = −PL − Nsenβ + µNcosβ = 0


∑ FV = F − µNsenβ − Ncosβ = 0 (2)
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Parafusos de potência

Parafusos de potência

Como não se está interessado na força normal N, pode-se eliminá-la do


conjunto de equações acima, no cálculo de P.
Desse modo, para levantar a carga, tem-se a equação 3 e, para baixar, a
equação 4:
F (senβ + µcosβ )
PR = (3)
cosβ − µsenβ
F (µcosβ − senβ )
PL = (4)
cosβ + µsenβ
Dividindo o numerador e o denominador dessas equações por cosβ e
considerando-se que tgβ = πdl m , tem-se, respectivamente:

F [(l/πdm ) + µ]
PR = (5)
1 − (µl/πdm )
F [µ − (µl/πdm )]
PL = (6)
1 + (µl/πdm )
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Parafusos de potência

Parafusos de potência

Finalmente, notando-se que o torque é o produto da força P pelo raio médio


dm /2, pode-se escrever:
 
Fdm l + π µdm
TR = (7)
2 πdm − µl
onde TR é o torque necessário para vencer o atrito dos filetes do parafuso e
levantar a carga.
Da equação 6, acha-se a seguinte expressão para o torque necessário para
baixar a carga:  
Fdm π µdm − l
TL = (8)
2 πdm + µl
Observe na equação acima, quando se obtém torque positivo, diz-se que o
parafuso é autoretentor. Assim, a condição de autoretenção é:

π µdm ≥ l (9)
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Parafusos de potência

Parafusos de potência

Avanço grande ou atrito muito pequeno => a carga baixa por si só.
Quando T > 0, diz-se que o parafuso é auto-retentor.
Dividindo-se ambos os membros da equação 9 por πdm e fazendo-se
tgβ = πdl m , obtém-se:
µ ≥ tgβ . (10)
Essa relação demonstra que se pode obter a auto-retenção, quando o coeficiente
de atrito dos filetes é igual ou maior que o ângulo de hélice da rosca.
Se considerar µ = 0 na equação 7, obtém-se:
Fl
T0 = (11)

o qual, considerando-se que o atrito foi eliminado, é o torque necessário
somente para levantar a carga. A eficiência, portanto é:
T0 Fl
e= = (12)
TR 2πTR
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Parafusos de potência

Parafusos de potência
As equações precedentes foram desenvolvidas para rosca quadrada. O efeito do
ângulo α é aumentar a força de atrito por ação de cunha dos filetes. Por isso os
termos na equação 8 devem ser divididos por cosα. Assim, para elevar a carga
ou apertar um parafuso ou porca, resulta:
 
Fdm l + π µdm secα
T= (13)
2 πdm − µlsecα

Figura: Aumento da força normal em função do ângulo α


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Parafusos de potência

Parafusos de potência

Em aplicações de parafusos de potência, usualmente, aparece um terceiro


elemento, que altera o torque necessário. Quando o parafuso é carregado
axialmente, emprega-se um mancal de escora ou colar entre as peças girantes e
as estacionárias, a fim de eliminar a componente axial. A figura 5 mostra um
mancal de escora típico, no qual se considera a carga concentrada no diâmetro
médio dc do colar. Chamando-se de µc o coeficiente de atrito do colar, o torque
requerido é:
Fµc dc
Tc = (14)
2
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Tensão nos filetes da rosca

Parafusos de potência
A geometria da rosca quadrada, mostrada na figura abaixo, é útil para se determinar
as tensões de flexão e de cisalhamento transversal na raiz da rosca.
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Tensão nos filetes da rosca

Parafusos de potência

A tensão axial a no corpo do parafuso devido a carga é:


F 4F
σ =− =− 2 (16)
A πdr
As tensoes nominais de rosca em parafusos de potência podem ser relacionadas aos
parâmetros de rosca como se segue. A tensão de apoio (mancal) na figura 6 é dada
por:
F F 2F
σB = − = − =− (17)
A πdm nt p/2 πdm nt p
onde nt é o número de roscas engajadas.
A tensão de flexão na raiz da rosca σb é dada por:

My ( F.p )( p4 ) 6F
σb = = (πd 4n )(p/2) 3 = (18)
I r t πdr nt p
12
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Tensão nos filetes da rosca

Parafusos de potência
A tensão transversal de cisalhamento τ no centro da raiz da rosca devido a carga F é:
3V 3 F 3F
τ =− = = (19)
2A 2 πdr nt p/2 πdr nt p
A tensão cisalhante no topo da raiz da rosca é zero.
0
A tensão de von Mises (σ ) no topo do plano da raiz é encontrada identificando as
tensões normais e de cisalhamento nesse ponto e depois utilizar a fórmula da equação
de Von Mises já apresentada.
Considerando o sistema de coordenadas apresentado na figura ??, teremos:
6F
σx = τxy = 0 (20)
πdr nt p
16T
σy = 0 τyz = (21)
πdr3
4F
σz = − 2 τzy = 0 (22)
πdr
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Tensão nos filetes da rosca

Parafusos de potência

A forma do parafuso rosqueado e complicada sob um ponto de vista


de análise. Lembre a origem da área da tensão de tração At , que
procede de experimento. Um parafuso de potência levantando uma
carga está em compressão e seu passo de rosca é encurtado por
deformação elástica. Sua porca de engajamento está em tração e seu
passo de rosca é alongado. As roscas engajadas não podem
compartilhar a carga igualmente.
Alguns experimentos mostram que a primeira rosca engajada conduz
0,38 da carga, a segunda 0,25 e a terceira 0,18, e a sétima está livre de
carga. Ao estimar as tensões de rosca pelas equações acima,
substituindo 0,38F por F e fazendo nt , igual a 1, resultará no nível
mais alto de tensões na combinação rosca-porca.
ELEMENTOS ORGÂNICOS DE MÁQUINAS
Tensão nos filetes da rosca
Exemplo 1

Outline
1 Introdução
2 Padrões de roscas e definições
3 Parafusos de potência
4 Tensão nos filetes da rosca
Exemplo 1
Solução
5 Pré-carga nos parafusos
Exemplo
6 Montagem e torque
7 Resistência e pré-carga
8 Fadiga
9 Grupos de Parafusos
10 Carregamento excêntrico
Outros Tipos de Conexões
11 Rebites
Cisalhamento e Flexão
Tensão de Tração
12 ABNT NB14
Distribuição ABNT NB14
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Tensão nos filetes da rosca
Exemplo 1

Parafusos de potência

Um parafuso de potência de rosca quadrada de duas entradas, que tem 24mm


de diâmetro externo, deve ser usado em uma aplicação similar a de uma prensa.
Os dados são: passo = 6mm; µ = µc = 0, 08; dc = 30, 000mm; e, F = 6650N.
Pede-se:
Determinar a profundidade da rosca, a largura do filete, o diâmetro
médio, o diâmetro menor e o avanço do parafuso.
Determinar o torque necessário para girar o parafuso contra a carga.
Determinar o torque necessário para girar o parafuso juntamente com a
carga, isto é, para baixar a carga.
Encontre a eficiencia durante a elevacao da carga.
Encontre as tensões de corpo, torcional e compressiva.
Encontre a tensão de apoio (mancal).
Encontre as tensões de flexão, cisalhante, von Mises e a tensão cisalhante
máxima na raiz da rosca.
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Tensão nos filetes da rosca
Solução

Outline
1 Introdução
2 Padrões de roscas e definições
3 Parafusos de potência
4 Tensão nos filetes da rosca
Exemplo 1
Solução
5 Pré-carga nos parafusos
Exemplo
6 Montagem e torque
7 Resistência e pré-carga
8 Fadiga
9 Grupos de Parafusos
10 Carregamento excêntrico
Outros Tipos de Conexões
11 Rebites
Cisalhamento e Flexão
Tensão de Tração
12 ABNT NB14
Distribuição ABNT NB14
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Tensão nos filetes da rosca
Solução

Parafusos de potência

Da Figura 2 deduz-se que a profundidade da rosca e a largura do filete são


iguais e valem a metade do passo, ou seja, 6/2 = 3mm.
p
dm = d − = 24, 000 − 3, 000 = 21, 000mm
2
di = d − p = 24, 000 − 6, 000 = 18, 000mm
l = np = 2x6, 000 = 12, 000mm.

Usando as equações 7 e 14, o torque necessário para girar o parafuso contra a


carga é:
 
Fdm l + π µdm Fµc dc
T= + Tc , onde Tc =
2 πdm − µl 2
 
6650x21, 000 12 + πx0, 08x21, 000 6650x0, 08x30, 000
T= +
2 π + 21, 000 − 0, 08x12 2
T = 18556, 587 + 7980, 000 = [26536, 587N.mm] = 26, 537N.m
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Tensão nos filetes da rosca
Solução

Parafusos de potência

O torque necessário para baixar a carga, isto é, para girar o parafuso com a
carga, é obtido usando-se a equação 8 e 14.
 
Fdm π µdm − l Fµc dc
T= + Tc , onde TC =
2 πdm + µl 2
 
6650x21, 000 πx0, 08x21, 000 − 12 6650x0, 08x30, 000
T= +
2 πx21, 000 + 0, 08x12 2
T = −7012, 52 + 7989, 00 = 967, 48N.mm = 0, 967N.m

O sinal menos no primeiro termo indica que o parafuso sozinho não é


auto-retentor e que, se não fosse a ação do mancal de escora, ele giraria sob
ação da carga. Assim, o torque necessário para girar o parafuso descendo a
carga é menor do que o necessário para vencer o atrito do mancal de escora
sozinho.
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Pré-carga nos parafusos

Pré-carga
Considere a união mostrada na Figura 7.

Figura: Pré-carga de parafusos

Conforme visto, a constante de rigidez de uma peça elástica, como um


parafuso ou uma barra é dada por:
Fl
δ= , (23)
AE
onde:
δ = deformação; F = força;
A = Área; e, E = módulo de elasticidade.
ELEMENTOS ORGÂNICOS DE MÁQUINAS
Pré-carga nos parafusos

Pré-carga
Nesse caso, a constante de rigidez é:
F AE
k= = . (24)
δ l
No caso de haver mais de duas peças incluídas em uma união por parafusos,
elas agem como se fossem molas em compressão, associadas em série. Assim,
a constante equivalente das peças será:
1 1 1 1 1
= + + + ... + . (25)
km k1 k2 k3 ki
Quando na união existe uma junta macia, a rigidez a se considerar deve ser
dessa junta. Não havendo junta, torna-se difícil. Um método prático é
considerar as peças a unir como um cilindro oco, com diâmetro do furo igual
ao do parafuso e diâmetro externo igual a 3 vezes do diâmetro do parafuso.
Usando esse método e considerando que as peças a serem unidas são do
mesmo material, tem-se como rigidez das peças:
2πd2 E
km = . (26)
l
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Pré-carga nos parafusos

Pré-carga

A rigidez do parafuso, obtida da equação 24, é:

πd2 E
kp = . (27)
4l
Nas equações 26 e 27, d é o diâmetro nominal do parafuso. Então, se o
parafuso e as peças tiverem o mesmo módulo de elasticidade (E), a rigidez das
peças será 8 vezes maior que a rigidez do parafuso.
Pode-se visualizar uma união aparafusada com carga de tração. Sejam:
P = carga externa total aplicada a união;
Fi = força inicial de montagem (pré-carga devido ao aperto);
Pp = carga externa no parafuso (porção de P);
Pm = carga externa suportada pelas peças (porção de P);
Fp = carga resultante no parafuso;
Fm = carga resultante nas peças da união.
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Pré-carga nos parafusos

Pré-carga
Quando se aplica uma carga externa P a uma união pré-carregada, há uma
variação na deformação do parafuso e na deformação das peças unidas. O
parafuso, inicialmente sob tração, torna-se mais longo. Esse aumento na
deformação do parafuso é obtido por:
Pp
∆δp = . (28)
kp
As peças unidas estão em compressão devido a pré-carga. Quando se aplica a
carga externa P, a compressão diminui. Essa diminuição é dada por:
Pm
∆δm = . (29)
km
Considerando que as peças não se separam, o aumento da deformação do
parafuso deve ser igual à diminuição na deformação das peças. Assim:
Pp Pm
= . (30)
kp km
Como P = Pp + Pm , obtém-se:
kp
Pp = P. (31)
kp + km
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Pré-carga nos parafusos

Pré-carga

Portanto, a carga resultante no parafuso é:


kp
Fp = Pp + Fi = P + Fi . (32)
kp + km
kp
Onde, o fator kp +km é chamado de fator de junta.
Do mesmo modo, a compressão resultante nas peças será:
km
Fm = Pm − Fi = P − Fi . (33)
kp + km
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Pré-carga nos parafusos
Exemplo

Outline
1 Introdução
2 Padrões de roscas e definições
3 Parafusos de potência
4 Tensão nos filetes da rosca
Exemplo 1
Solução
5 Pré-carga nos parafusos
Exemplo
6 Montagem e torque
7 Resistência e pré-carga
8 Fadiga
9 Grupos de Parafusos
10 Carregamento excêntrico
Outros Tipos de Conexões
11 Rebites
Cisalhamento e Flexão
Tensão de Tração
12 ABNT NB14
Distribuição ABNT NB14
ELEMENTOS ORGÂNICOS DE MÁQUINAS
Pré-carga nos parafusos
Exemplo

Exemplo 2

Considerando km = 8kp na Figura 7 e sendo a pré-carga Fi = 5000N e a carga


externa P = 5500N, determinar a tração resultante no parafuso e a compressão
nas peças.
Da equação 32, a tração no parafuso é:
kp kp
Fp = Pp + Fi = P + Fi = (5500) + 5000 = 5611N
kp + km kp + 8kp
A compressão resultante é obtida a partir da equação 33.
km 8kp
Fm = Pm − Fi = P − Fi = (5500) − 5000 = −111N
kp + km kp + 8kp
Percebe-se que apenas 11% da carga é absorvida pelo parafuso. As peças ainda
estão em compressão, portanto, não há separação das mesmas, apesar da carga
externa ser maior que a pré-carga
ELEMENTOS ORGÂNICOS DE MÁQUINAS
Montagem e torque

Montagem e torque
Sabe-se que um pré-carregamento elevado é desejável em uniões importantes,
deve-se agora considerar os meios de assegurar que o pré-carregamento se
processe por ocasião da montagem das peças.
Quando se pode medir o comprimento total de um parafuso montado, pode-se
Fi
determinar o alongamento devido à montagem usando-se a fórmula δ = AE .
Nesse caso o aperto é dado até se atingir o alongamento desejado e assegurar a
pré-carga. Onde isso não é possível, deve-se usar um torquímetro, uma chave
pneumática ou um método de controlar o giro da porca.
Embora os coeficientes de atrito possa ter uma ampla faixa de variação,
pode-se obter uma boa estimativa do torque necessário para produzir um dado
carregamento, combinando-se as equações 13 e 14:
 
Fi dm l + π µdm secα Fi µc dc
T= + . (34)
2 πdm − µlsecα 2
Como tgβ = πdl m , divide-se o numerador e o denominador do primeiro termo
por πdm e obtém-se:
 
Fi dm tgβ + µsecα Fi µc dc
T= + . (35)
2 1 − µtgβ secα 2
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Montagem e torque

Montagem e torque

Dados práticos mostram que o diâmetro médio do colar é


dc = d + (1, 5d/2) = 1, 25d. A equação 35 pode ser arranjda para obter:
    
dm tgβ + µsecα
T= + 0, 625µc Fi d. (36)
2d 1 − µtgβ secα
Definindo o termo em colchetes como coeficiente de torque K, tem-se:
  
dm tgβ + µsecα
k= + 0, 625µc . (37)
2d 1 − µtgβ secα
Pode-se então escrever a equação 37 como:

T = KFi d. (38)

Não importa o tamanho dos parafusos ou se as roscas são grossas ou finas, o


valor de K = 0, 20, para µ = µc = 0, 15. Nesse caso, a equação 38 fica:

T = 0, 20Fi d. (39)
ELEMENTOS ORGÂNICOS DE MÁQUINAS
Resistência e pré-carga

Resistência e pré-carga

Os termos carga de prova e resistência de prova aparecem


frequentemente na literatura de elementos de união. A carga de
prova de um parafuso é a carga máxima de tração que um
parafuso pode suportar sem sofrer deformação permanente. A
resistência de prova é a tensão correspondente à carga de prova
referente à área resistente à tração. Então, grosso modo, a
resistência de prova equivale à resistência ao escoamento. Sob
condições de carregamento estático, o pré carregamento mínimo
recomendado deve ser: de 90% da carga de prova, ou seja,
Fi = 0, 90Rp At , para juntas permanentes e 75%, ou seja
Fi = 0, 75Rp At ,para juntas não permanentes (parafusos
reutilizáveis). Onde: Rp é a resistência à tração e At a área
resistente à tração.
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Resistência e pré-carga

Resistência e pré-carga: Exemplo 3

Calcular o torque de montagem para um parafuso de aço classe


SAE, 1/2 − 13UNC com resistência de prova Rp = 758MPa e
resistência à tração σr = 965MPa. Determinar a tensão de tração
e a tensão de torção e mostrar, num círculo de Mohr, a redução na
tensão principal devida ao desaparecimento da tensão de torção.
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Resistência e pré-carga

Solução do Exemplo 3
Das tabela 6.2 do Shigley, a área resistente à tração é de At = 91, 55mm2 ,
então, o pré-carregamento recomendado é:
Fi = 0, 90Rp At (40)
Com K = 0, 20, o torque de montagem será:
 
T = 0, 20Fi d = 0, 20 (62460) 12, 7x10−3 = 158, 64N.m. (41)
A tensão de tração é 90% da resistência de prova; então,
σx = 0, 90(758) = 682, 20MPa.
O torque aplicado à porca tem três finalidades. Cerca de 50% dele é para
vencer o atrito entre as faces da porca e da peça; 40% é usado para vencer o
atrito nos filetes da porca; e, 10% é para produzir tração no parafuso. Os
últimos dois são os que produzem torção no parafuso. Da q tabela 6.2 do
Shigley, Ar = 81, 10mm2 ; logo o diâmetro da raiz dr = 4A π = 10, 16mm. A
r

torção na parte roscada do parafuso é T = 0, 50(158, 64) = 79, 32N.m; como:


16T 16(79, 32)
τxy = = MPa. (42)
πdr3 π(10, 16x10−3 )3
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Resistência e pré-carga

Solução do Exemplo 3
Traçando-se o círculo de Mohr correspondente a σx = 682, 20MPa e
τxy = 385, 19MPa, obtém-se o círculo da figura 8. Calculando-se as tensões
principais, acha-se σ1 = 855, 738MPa e σ2 = −173, 628MPa.

Figura: Círculo de Mohr para o problema


ELEMENTOS ORGÂNICOS DE MÁQUINAS
Fadiga

Fadiga
Uniões aparafusadas e submetidas à cargas flutuantes devem ser consideradas à
ação de fadiga, conforme visto anteriormente. Ao usar a Tab. 6.7 do Shigley,
usualmente é segura considerar-se que os filetes das roscas são laminados, a
menos que se disponha de informações específicas. Do mesmo modo, ao usar
os limites de resistência à fadiga, deve-se utilizar o acabamento como o de
usinagem.
Raramente se usa um pré-carregamento de 90% da carga de prova em uniões
submetidas à tração, combinadas com cargas externas flutuantes.
Na maioria dos casos a carga externa aplicada flutua de ZERO até uma força
máxima P. Assim, Fmax = Fp e Fmin = Fi . Então o componente de tensão no
parafuso é:
Fp − Fi kp P
σa = = (43)
2At kp + km 2At
Assim, como a tensão média é igual a componente variável mais a tensão
mínima, tem-se:
Fi kp P Fi
σm = σa + = + . (44)
At kp + km 2At At
ELEMENTOS ORGÂNICOS DE MÁQUINAS
Fadiga

Fadiga

Esses dois componentes de tensão estão inteiramente dentro do diagrama de


fadiga modificado de goodman, usando-se os métodos descritos anteriormente
para garantir a segurança do projeto. Uma análise do fator da equação 43 e
dividindo-se ambos os termos por kp , obtém-se:
kp 1
= . (45)
kp + km 1 + (km /kp )
Essa equação mostra que se puder dimensionar uma união de maneira que o
kp
seu coeficiente de rigidez kkmp seja muito grande, então o termo kp +k m
será
pequeno, assim como σa . Na maioria dos casos essa é uma boa maneira de se
projetar uma união submetida a cargas flutuantes. Note-se, também, que isso
pode ser conseguido fazendo km grande ou kp pequeno.
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Fadiga

Exemplo 4
A figura 9 mostra a seção de uma união carregada a tração, empregando-se
uma junta embutida. Esta união foi projetada por tentativa, para resistir a uma
carga variável entre 0 e 53, 3kN por parafuso de aço. Determinar o fator de
segurança da união, com base em uma pré-carga de parafuso de 44, 5kN e o
limite de resistência à fadiga σf = 71, 18MPa. As peças são de liga de alumínio
com E = 82,68 GPa.

Figura: Esquema representativo de uma união por parafusos


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Fadiga

Solução
Das tabelas 6.5 e 6.2, do Shigley, respectivamente, temos Rp = 551MPa e
44,5x103
At = 145, 8mm2 . Como Fi = 44, 5kN, só se está usando 145,8x551,2 = 0, 55, ou
55% da resistência de prova na montagem.
Coeficientes de rigidez:

πd2 E π(0, 01587)2 x207x109


kp = = = 1, 07x109 N/m
4l 4x0, 0381
2πd2 E 2π(0, 01587)2 x82, 68x109
km = = = 3, 43x109 N/m
l 0, 0381
A seguir, a partir das equações 43 e 44, determinam-se as tensões média e
alternada no parafuso. Os resultados são:

kp P 1, 07x109 53, 3x103


σa = = = 43, 2MPa
kp + km 2At 1, 07x109 + 3, 43x109 2(145, 8x10−6 )
kp P Fi 1, 07x109 53, 3x103 44, 5x103
σm = + = x + .
kp + km 2At At 1, 07x10 + 3, 43x10 2(145, 8x10 ) 145, 8x10−6
9 9 −6
ELEMENTOS ORGÂNICOS DE MÁQUINAS
Fadiga

Solução

Tem-se então que σa = 43, 2MPa e σm = 43, 2 + 304, 8 = 348, 0MPa. Esses
dois componentes de tensão estão registrados na Figura 10. Eles resultam no
ponto A, fora da linha modificada de Goodman. Assim, não há segurança;
consequentemente, de acordo com o critério, pode-se esperar uma falha por
fadiga.

Figura: Diagrama de fadiga


ELEMENTOS ORGÂNICOS DE MÁQUINAS
Grupos de Parafusos

Centróide
Na Figura 11 os pontos A1 até A5 são, respectivamente as áreas das seções
retas de um grupo de parafusos.

Figura: Centróides de parafusos, pinos ou rebites

Esses parafusos não têm necesariamente os mesmos diâmetros. Para


determinar a força cisalhante que age sobre cada parafuso, é necessário
conhecer a localização do centróide do grupo de parafusos.
ELEMENTOS ORGÂNICOS DE MÁQUINAS
Grupos de Parafusos

Centróide

De acordo com a estática, o centróide G é localizado pelas coordenadas:

∑ni Ai xi
X̄ =
∑ni Ai
∑n Ai yi
Ȳ = i n (46)
∑i Ai
ELEMENTOS ORGÂNICOS DE MÁQUINAS
Carregamento excêntrico

Carregamento excêntrico
A Figura 12 mostra um exemplo de carregamento excêntrico de parafusos ou
rebites. Trata-se de uma parte da armação de uma máquina contendo uma viga
A submetida à ação de um carregamento de flexão. Nesse caso, a viga é fixada
às peças verticais nas extremidades por meio de parafusos. Pode-se ver uma
representação esquemática na Figura 12 de uma viga indeterminada com
ambas as extremidades fixas com reações de momento M e cortante V nas
extremidades.

Figura: Viga aparafusada em ambas as extremidades


ELEMENTOS ORGÂNICOS DE MÁQUINAS
Carregamento excêntrico

Carregamento excêntrico

Calcula-se a carga total em três etapas, a saber:


divide-se igualmente o cisalhamento V entre os parafusos da seguinte
forma: F 0 = V/n, onde n é o número de parafusos e F 0 o cisalhamento
primário;
obtém-se o momento ou carga de momento ou cisalhamento secundário
como se segue:
M = FA00 rA + FB00 rB + FC00 rC + · · · (47)
F 00 é a carga de momento. Consequentemente, pode-se escrever:

FA00 F 00 F 00
= B = C (48)
rA rB rC .
resolvendo as equações 47 e 48, simultaneamente, tem-se:
Mrn
Fn00 = . (49)
rA2 + rB2 + rC2 + · · ·
ELEMENTOS ORGÂNICOS DE MÁQUINAS
Carregamento excêntrico
Outros Tipos de Conexões

Outline
1 Introdução
2 Padrões de roscas e definições
3 Parafusos de potência
4 Tensão nos filetes da rosca
Exemplo 1
Solução
5 Pré-carga nos parafusos
Exemplo
6 Montagem e torque
7 Resistência e pré-carga
8 Fadiga
9 Grupos de Parafusos
10 Carregamento excêntrico
Outros Tipos de Conexões
11 Rebites
Cisalhamento e Flexão
Tensão de Tração
12 ABNT NB14
Distribuição ABNT NB14
ELEMENTOS ORGÂNICOS DE MÁQUINAS
Carregamento excêntrico
Outros Tipos de Conexões

Cisalhamento em Parafusos

Figura: Conexões parafusadas


ELEMENTOS ORGÂNICOS DE MÁQUINAS
Carregamento excêntrico
Outros Tipos de Conexões

Cisalhamento em Parafusos

Figura: Cisalhamento simples


ELEMENTOS ORGÂNICOS DE MÁQUINAS
Carregamento excêntrico
Outros Tipos de Conexões

Cisalhamento em Parafusos

Figura: Cisalhamento simples


ELEMENTOS ORGÂNICOS DE MÁQUINAS
Carregamento excêntrico
Outros Tipos de Conexões

Cisalhamento em Parafusos

Figura: Cisalhamento simples (Ruptura por cisalhamento)


ELEMENTOS ORGÂNICOS DE MÁQUINAS
Carregamento excêntrico
Outros Tipos de Conexões

Cisalhamento em Parafusos

Figura: Cisalhamento simples (Ruptura por cisalhamento)


ELEMENTOS ORGÂNICOS DE MÁQUINAS
Carregamento excêntrico
Outros Tipos de Conexões

Cisalhamento em Parafusos

Figura: Cisalhamento simples (Ruptura por cisalhamento)


ELEMENTOS ORGÂNICOS DE MÁQUINAS
Carregamento excêntrico
Outros Tipos de Conexões

Cisalhamento em Parafusos

Figura: Cisalhamento duplo


ELEMENTOS ORGÂNICOS DE MÁQUINAS
Carregamento excêntrico
Outros Tipos de Conexões

Cisalhamento em Parafusos

Figura: Cisalhamento duplo


ELEMENTOS ORGÂNICOS DE MÁQUINAS
Carregamento excêntrico
Outros Tipos de Conexões

Cisalhamento em Parafusos

Figura: Cisalhamento duplo (Ruptura por cisalhamento)


ELEMENTOS ORGÂNICOS DE MÁQUINAS
Carregamento excêntrico
Outros Tipos de Conexões

Cisalhamento em Parafusos

Figura: Cisalhamento duplo (Ruptura por cisalhamento)


ELEMENTOS ORGÂNICOS DE MÁQUINAS
Carregamento excêntrico
Outros Tipos de Conexões

Cisalhamento em Parafusos

Figura: Rasgamento (Shear out)


ELEMENTOS ORGÂNICOS DE MÁQUINAS
Carregamento excêntrico
Outros Tipos de Conexões

Cisalhamento em Parafusos

Figura: Rasgamento (Shear out)


ELEMENTOS ORGÂNICOS DE MÁQUINAS
Carregamento excêntrico
Outros Tipos de Conexões

Cisalhamento em Parafusos

Figura: Rasgamento (Shear out)


ELEMENTOS ORGÂNICOS DE MÁQUINAS
Carregamento excêntrico
Outros Tipos de Conexões

Cisalhamento em Parafusos

Figura: Rasgamento (Shear out)


ELEMENTOS ORGÂNICOS DE MÁQUINAS
Carregamento excêntrico
Outros Tipos de Conexões

Cisalhamento em Parafusos

Figura: Rasgamento (Shear out)


ELEMENTOS ORGÂNICOS DE MÁQUINAS
Carregamento excêntrico
Outros Tipos de Conexões

Exemplo 5
A viga em balanço da figura abaixo é fabricada em aço e tem seção reta
retangular de dimensões 15x200mm. É fixada a uma estrutura também de aço
através de parafusos localizados em A, B, C, e D. Para uma força F = 16kN,
aplicada conforme apresentado, encontre:
(a) A carga resultante em cada parafuso;
(b) A máxima tensão cisalhante em cada parafuso;
(c) A máxima tensão de mancal (compressão superficial);
(d) A tensão de flexão crítica na barra.
ELEMENTOS ORGÂNICOS DE MÁQUINAS
Carregamento excêntrico
Outros Tipos de Conexões

Solução do Exemplo 5
ELEMENTOS ORGÂNICOS DE MÁQUINAS
Carregamento excêntrico
Outros Tipos de Conexões

Solução do Exemplo 5
ELEMENTOS ORGÂNICOS DE MÁQUINAS
Carregamento excêntrico
Outros Tipos de Conexões

Solução do Exemplo 5
ELEMENTOS ORGÂNICOS DE MÁQUINAS
Rebites
Cisalhamento e Flexão

Outline
1 Introdução
2 Padrões de roscas e definições
3 Parafusos de potência
4 Tensão nos filetes da rosca
Exemplo 1
Solução
5 Pré-carga nos parafusos
Exemplo
6 Montagem e torque
7 Resistência e pré-carga
8 Fadiga
9 Grupos de Parafusos
10 Carregamento excêntrico
Outros Tipos de Conexões
11 Rebites
Cisalhamento e Flexão
Tensão de Tração
12 ABNT NB14
Distribuição ABNT NB14
ELEMENTOS ORGÂNICOS DE MÁQUINAS
Rebites
Cisalhamento e Flexão

Rebites
As uniões aparafusadas e rebitadas são tratadas da mesma forma, no projeto e
análise. A Figura 29 mostra as várias maneiras de falha de uma união.
A figura 29b mostra uma falha por flexão do rebite ou das peças rebitadas. O
momento fletor é aproximadamente M = Ft 2 , onde F é a força cisalhante e t a
parte interna do rebite.

Figura: Tipos de falhas de uniões aparafusadas ou rebitadas

Desprezando-se as concentrações de tensão, a tensão de flexão e a de


cisalhamento nas peças ou no rebite, respectivamente, é:
M F
σ= e τ= (50)
I/c A
ELEMENTOS ORGÂNICOS DE MÁQUINAS
Rebites
Tensão de Tração

Outline
1 Introdução
2 Padrões de roscas e definições
3 Parafusos de potência
4 Tensão nos filetes da rosca
Exemplo 1
Solução
5 Pré-carga nos parafusos
Exemplo
6 Montagem e torque
7 Resistência e pré-carga
8 Fadiga
9 Grupos de Parafusos
10 Carregamento excêntrico
Outros Tipos de Conexões
11 Rebites
Cisalhamento e Flexão
Tensão de Tração
12 ABNT NB14
Distribuição ABNT NB14
ELEMENTOS ORGÂNICOS DE MÁQUINAS
Rebites
Tensão de Tração

Rebites: Tensão de Tração

onde cI é o módulo resistente da seção para a peça mais fraca ou para um ou


mais rebites e A a área da seção reta de todos os rebites no grupo.
Embora essas equações possam ser usadas para as tensões de flexão e
cisalhamento, elas raramente são usadas em projeto, pois seus efeitos são
compensados aumentando-se o fator de segurança.
A Figura 29d ilustra uma ruptura por tração simples das peças ou das partes
unidas. A tensão de tração nessa caso é:
F
σ= (51)
A
onde A é a área líquida da chapa, isto é, a área reduzida de uma quantidade
igual a área de todos os furos de rebites.
A Figura 29e ilustra uma falha por quebra do rebite ou da chapa. O cálculo
dessa tensão, que usualmente é chamada de tensão de mancal ou compressão
superficial, é complicado devido à distribuição das cargas sobre a superfície
cilíndrica do rebite.
ELEMENTOS ORGÂNICOS DE MÁQUINAS
Rebites
Tensão de Tração

Rebites: Tensão Normal

Os valores das forças que agem sobre o rebite são desconhecidas, por isso,
costuma-se considerar que os componentes das forças distribuem-se
uniformemente sobre a projeção da área de contato do rebite, o que dá a tensão:

F F
σ= = (52)
A ntd
A = td é a área projetada para um rebite, conforme representado na figura
acima; t é a espessura da chapa mais fina; d é o diâmetro do rebite ou do
parafuso; e, n é o número de rebites ou parafusos na união.
ELEMENTOS ORGÂNICOS DE MÁQUINAS
ABNT NB14
Distribuição ABNT NB14

Outline
1 Introdução
2 Padrões de roscas e definições
3 Parafusos de potência
4 Tensão nos filetes da rosca
Exemplo 1
Solução
5 Pré-carga nos parafusos
Exemplo
6 Montagem e torque
7 Resistência e pré-carga
8 Fadiga
9 Grupos de Parafusos
10 Carregamento excêntrico
Outros Tipos de Conexões
11 Rebites
Cisalhamento e Flexão
Tensão de Tração
12 ABNT NB14
Distribuição ABNT NB14
ELEMENTOS ORGÂNICOS DE MÁQUINAS
ABNT NB14
Distribuição ABNT NB14

Distribuição ABNT NB14


Na Figura 30 encontra-se as distâncias mínimas estabelecidas pela norma e que
deverão ser observadas no projeto de juntas rebitadas.

Figura: Distribuição ABNT

Na região intermediária, a distância mínima entre centros dos


rebites deverá ser 3d.
Da lateral da chapa até o centro do primeiro furo, a distância
deverá ser de 2d na direção da carga.
Da lateral da chapa até o centro dp mprimeiro furo, no sentido
transversal da carga, a distância deverá ser de 1,5d.
ELEMENTOS ORGÂNICOS DE MÁQUINAS
ABNT NB14
Distribuição ABNT NB14

Tensão Admissível e Pressão Média de Contato - ABNT


NB14

Rebites de Aço 1020


Tração: σ = 140 Mpa.
Corte: τ = 105 Mpa.
Pressão média de contato (Cis. duplo): σc = 280 MPa.
Pressão média de contato (Cis. simples): σc = 225 MPa.
Parafusos de Aço 1020
Tração: σ = 140 Mpa.
Corte: Parafusos não ajustados τ = 80 Mpa.
Corte: Parafusos ajustados τ = 105 Mpa.
Pressão média de contato (Cis. duplo): σc = 225 MPa.
Pressão média de contato (Cis. simples): σc = 280 MPa.
Em geral, a tensão admissível ao cisalhamento é recomendável ser 0,6σ .

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