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CENTRO UNIVERSITÁRIO FAMETRO

CURSO DE JORNALISMO

QUANDO AS LUZES SE APAGAM: A REALIDADE DOS VENDEDORES


AMBULANTES RETRATADA EM UM DOCUMENTÁRIO

IMINA BATISTA TRAVASSOS


JAQUELINE PIMENTA ALVES
KAMILA AMOEDO MEIRELES

Manaus – AM
2022
CENTRO UNIVERSITÁRIO FAMETRO
CURSO DE JORNALISMO

QUANDO AS LUZES SE APAGAM: A REALIDADE DOS VENDEDORES


AMBULANTES RETRATADA EM UM DOCUMENTÁRIO

Manaus – AM
2022
IMINA BATISTA TRAVASSOS - 2027529
JAQUELINE PIMENTA ALVES -0525683
KAMILA AMOEDO MEIRELES - 1700104

QUANDO AS LUZES SE APAGAM: A REALIDADE DOS VENDEDORES


AMBULANTES RETRATADA EM UM DOCUMENTÁRIO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao CEUNI-


FAMETRO, como requisito parcial para a obtenção do título de
bacharel em Jornalismo, sob a orientação do professor MSC.
Helder Ronan de Souza Mourão.

MANAUS – AM
2022
FICHA CATALOGRÁFICA

TRAVASSOS, Imina Batista; ALVES, Jaqueline Pimenta;


MEIRELES, Kamila Amoedo.
Quando As Luzes Se Apagam: A Realidade Dos Vendedores
Ambulantes Retratada Em Um Documentário/ TRAVASSOS, Imina Batista;
ALVES, Jaqueline Pimenta; MEIRELES, Kamila Amoedo – Manaus, 2022.
43p.

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Jornalismo) –


Centro Universitário Fametro (CEUNI - FAMETRO).
Orientador: Helder Ronan de Souza Mourão

1. Documentário. 2. Vendedores Ambulantes. 3. Realidade Social. I


TRAVASSOS, Imina Batista; ALVES, Jaqueline Pimenta; MEIRELES,
Kamila Amoedo. II. Centro Universitário Fametro (CEUNI - FAMETRO).
III. Mourão, Helder Ronan (orient.)

CDU 00:00
IMINA BATISTA TRAVASSOS - 2027529
JAQUELINE PIMENTA ALVES -0525683
KAMILA AMOEDO MEIRELES – 1700104

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Ceuni-


Fametro, como requisito parcial para a obtenção do
grau de bacharel em Jornalismo.

Manaus, _______ de ____________ de _________.

BANCA EXAMINADORA:

_______________________________________________
MSc. Helder Ronan de Souza Mourão (Orientador)
Centro Universitário Fametro

_______________________________________________
Professora MSc. Tânia Cecília Brandão
Centro Universitário Fametro

________________________________________________
Professora Msc. Liege Socorro Albuquerque Peres
Centro Universitário Fametro
DEDICATÓRIA

IMINA BATISTA TRAVASSOS

Dedico este trabalho a todos que fizeram parte de alguma


forma, colaborando com as suas histórias de vida.
Agradeço também, principalmente aos meus pais que me
apoiaram nessa caminhada.

JAQUELINE PIMENTA ALVES

Dedico este trabalho a cada vendedor ambulante da cidade


de Manaus. Aqueles especificamente sem ponto fixo, e
que enfrentam sol e chuva diariamente em busca de
sustento. Dedico também a minha família e professores
que serviram de incentivo.

KAMILA AMOEDO MEIRELES

Dedico este trabalho aos meus pais que estavam sempre de


perto acompanhando minha rotina diária, dos desafios
enfrentados. E a cada um dos personagens que
participaram do nosso trabalho, que o jornalismo seja a
melhor forma da sociedade abrir os olhos diante dos fatos
verdadeiros.
AGRADECIMENTOS

IMINA BATISTA TRAVASSOS

Primeiramente quero agradecer a Deus pela força, discernimento e experiências que


foram obtidas ao longo do curso. Gostaria de agradecer a todo o corpo docente do curso pelo
seu apoio e compreensão nos últimos quatro anos, e que fizeram a diferença na minha
formação.
Este trabalho não seria possível sem o companheirismo das minhas amigas: Jaqueline
Alves e Kamila Amoedo. São peças fundamentais para que, esse projeto de conclusão de
curso saísse do papel. Vocês moram no meu coração, amo vocês.
Por último, mas não menos importante, gostaria de agradecer à minha família
maravilhosa. Sem eles eu não seria nada. Eternamente grata por me apoiarem ao longo de
toda essa trajetória.

JAQUELINE PIMENTA ALVES

Durante essa caminhada de altos e baixos, serviu para deixar claro e confirmar aqueles
que torcem pelo nosso sucesso. Agradeço a Deus, por ter me dado a oportunidade de ter saúde
e condições financeiras para conquistar uma formação aos 37 anos. Minha mãe Zenilde, que
nasceu no interior de Manaus, no município de Tefé, e devido a situação da época, não teve
acesso a escola, mas nem por isso, impediu dela ser minha base de incentivo durante todo o
curso, te amo mãe e obrigada por tanto!
Meu marido Voelly, se não fosse por ele, não teria começado o curso. Foi ele que fez a
minha inscrição no vestibular, e mesmo eu sempre achando que estava tarde para começar
(que loucura), ele insistiu e investiu em mim. As noites que chorava dizendo que não iria
conseguir, ele chegava com uma palavra de incentivo e quando eu olhava nos olhos dele,
enxergava um brilho e um orgulho de eu estar estudando, então, não podia desistir.
Lembro das noites que falava que estava cansada, e precisava dar um tempo no curso,
ele respondia na hora que não existia essa opção e que o tempo iria passar tão rápido, que nem
iria perceber, e assim segui.
Agradeço também a minha irmã Luciana, que sempre foi tão forte e determinada
quando realizou o sonho de se formar em direito, que então eu pensava; vou seguir também
forte e determinada. Agradeço pelas vezes dela correr lá na faculdade, só para levar alguma
coisa pra eu comer. Gratidão eterna também a minha sogra Tereza e meu cunhado Yuri, foram
também fundamentais nessa caminhada de uma forma surpreendente.
A realidade é que Deus foi muito bom comigo durante todo o curso.
Não poderia deixar de agradecer a professora Tânia Brandão, por ter me
proporcionado a minha primeira experiência de estágio na área, foi incrível. Agradeço
também a professora Liege Albuquerque, que em uma noite em sala de aula, me indicou para
o meu segundo estágio, o qual estou até hoje e está sendo uma das mais maravilhosas
experiências na minha vida profissional.
Obrigada a cada um de vocês por todo o apoio até aqui.

KAMILA AMOEDO MEIRELES

Agradeço primeiramente a Deus que me deu força e coragem todos os dias para
enfrentar as dificuldades de lidar com a rotina corrida, a meus pais que são meu apoio em
todos os meus objetivos e sonhos, a Miguel Jorge Mourão que me incentivou e acreditou que
cumpriria essa caminhada e me tornaria jornalista.
A todos os professores pelas orientações, empenho e dedicação de ensinar da melhor
forma durante esses anos. Ao meu companheiro que esteve comigo não deixando eu desistir e
sempre acreditou no meu potencial.
E as minhas amigas que não largaram minha mão diante dos desafios que enfrentamos,
agora cumprindo junto o trabalho de conclusão do curso.
EPÍGRAFE

“Temos o direito de ser iguais quando a nossa diferença nos


inferioriza; e temos o direito de ser diferentes quando a nossa
igualdade nos descaracteriza. Daí a necessidade de uma
igualdade que reconheça as diferenças e de uma diferença que
não produza, alimente ou reproduza as desigualdades”.
(Boaventura Santos (2003, p. 56)).
RESUMO
O presente trabalho de conclusão de curso tem como objetivo analisar e demonstrar por meio de um
documentário, reportar os desafios diários dos vendedores ambulantes na cidade de Manaus, através da cobertura
jornalística, com o objetivo de entender a necessidade da abordagem do assunto com o público. O vácuo em uma
abordagem mais sensível e humana foi deliberada e colocada em pauta para elucidar e desmistificar o assunto e
tratá-lo com a seriedade que deve ser tratado. Em um documentário, sendo em gênero jornalístico, com 15
minutos, com características fundamentais de visibilidade de uma classe invisível para a sociedade. Este produto
tem como objetivo principal informar de forma humanizada e clara, a realidade dessa classe, quando não há mais
ninguém por perto, quando as luzes se apagam, utilizando uma linguagem responsável, ética e objetiva.

Palavras-chave: documentário, vendedores ambulantes, realidade social.


ABSTRACT
This course completion work aims to analyze and demonstrate, through a documentary, reporting the daily
challenges of street vendors in the city of Manaus, through journalistic coverage, in order to understand the need
to approach the subject with the public. . The gap in a more sensitive and humane approach was deliberate and
put on the agenda to elucidate and demystify the subject and treat it with the seriousness that it should be treated.
In a documentary, being in the journalistic genre, with 15 minutes, with fundamental characteristics of visibility
of an invisible class for society. This product's main objective is to inform, in a humanized and clear way, the
reality of this class, when there is no one else around, when the lights go out, using responsible, ethical and
objective language.

Keywords: documentary, street vendors, social reality.


SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 14
1. AMBULANTES LEGAIS EM MANAUS 17
1.1. PROBLEMÁTICAS NA VIDA DOS VENDEDORES AMBULANTES 19
2. JORNALISMO DE FORMA HUMANIZADA 24
3. DOCUMENTÁRIO 27
3.1. OS DESAFIOS DA GRAVAÇÃO DO DOCUMENTÁRIO 29
4. RELATÓRIO TÉCNICO 31
ETAPAS DE ELABORAÇÃO 32
PRÉ-PRODUÇÃO 32
PRODUÇÃO 33
PÓS-PRODUÇÃO 34
ESTRUTURA DO PROJETO 34
CRONOGRAMA 38
5. MEMORIAL DESCRITIVO 39
CONSIDERAÇÕES FINAIS 41
REFERÊNCIAS 43
INTRODUÇÃO

As pessoas se interessam por temas que envolvem suas vidas, direta ou indiretamente.
Falar da vida e da luta dos indivíduos, principalmente sobre a vida laboral tem interesse tanto
na área da pesquisa acadêmica, quanto para o jornalismo.
Portanto esse relatório técnico propôs investigar o seguinte tema: A realidade dos
vendedores ambulantes na cidade de Manaus. Para tanto, partimos da seguinte questão-
problema a seguir: O que está por trás da rotina dos vendedores ambulantes de Manaus?
Não se trata de um tema simples, pois existe um mundo de variáveis, estatísticas,
políticas públicas, problemas econômicos, políticos e sociais e etc, porém acima de tudo,
existem pessoas e histórias de vida.
Com a inflação acumulada de outubro de 2021 a outubro de 2022, de 6,47%, segundo
o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e a cesta básica com o valor
assustador de R $662,24 em Manaus, essa categoria específica dos vendedores ambulantes
sofrem as consequências.
Destacamos os vendedores ambulantes irregulares, mas conhecidos como vendedores
informais ou comerciantes de rua. Pessoas que saem todos os dias às ruas de Manaus atrás do
seu sustento e, contudo, desafiam as suas próprias forças. Se há venda, há comida naquele dia.
E quando essa venda não chega? São homens e mulheres que buscam somente uma coisa:
dignidade e poder levar para a sua família o alimento naquele dia.
Para a efetivação dessa pesquisa jornalística nos propomos a produzir um
documentário. Observa-se que apesar da categoria aparecer em pautas jornalísticas, ainda é
muito superficial, pois o que surge é sempre a questão de pautas sobre formalização e deveres,
e não sobre a dignidade do ser humano.
Neste trabalho foi abordado sobre a ausência de políticas públicas claras para esse
grupo de trabalhadores que é formado por pessoas simples, que não têm acesso a internet,
saneamento básico, saúde e uma alimentação adequada.
A partir deste ponto, foi possível dar profundidade a voz dos atores e protagonistas
desse tema. Conforme o desenvolvimento do produto, foi possível compreender mais sobre o
tema e dar diretrizes de como operacionalizar a produção desse documentário de Trabalho de
Conclusão de Curso.
A responsabilidade social carrega consigo um forte impacto diante dos resultados de
pesquisas para se obter uma resposta concreta. Ao passar informações através de dados para
uma sociedade, é possível manter um compromisso de profissionalismo.
Nesse relatório a pesquisa possui abordagem de cunho qualitativo, pois busca obter
explicações para determinados questionamentos, desde o surgimento da prática de vendas de
rua, sem ponto fixo, até o termo “vendedores ambulantes”. A abordagem se destaca e se
adequa às necessidades citadas. De acordo com os autores Denzin e Lincoln (2000, p.1) que
apontam que a pesquisa qualitativa envolve uma abordagem interpretativa e naturalista de seu
objeto de estudo. Isso significa que pesquisadores qualitativos estudam coisas em seu cenário
natural, buscando compreender e interpretar o fenômeno em termos de quais os significados
que as pessoas atribuem a ele.
A pesquisa bibliográfica não poderia ser diferente, foi parte fundamental, pois é com
ela que analisamos determinados temas a partir de vários pontos de vista diferentes e assim
afunilar as respostas para alcançar o objetivo.

[...] enquanto na pesquisa qualitativa a reflexão teórica do pesquisador


ocorre durante ou quase no final do processo de coleta, na pesquisa
quantitativa o pesquisador já tem conceitos pré-estruturados sobre a
realidade que vai ser seu fruto de pesquisa (BRYMAN apud SOUZA
JUNIOR, p.27).

Primeiramente focamos no desenvolvimento da fundamentação teórica do


trabalho/projeto. A partir do levantamento de vários textos e artigos relacionados a
vendedores ambulantes, e sobre sua real rotina no dia a dia, desenvolvemos uma linha
histórica na qual discutimos os conceitos de vendedores ambulantes, dos desafios enfrentados,
a rotina diária, a ausência do poder público e suas necessidades.
O produto escolhido para o TCC foi o documentário, que é um gênero do cinema que
tem como objetivo a apresentação de uma visão da realidade por meio da tela. Para isso, esse
gênero utiliza-se de arquivos históricos, imagens, entrevistas com pessoas envolvidas e outros
recursos. Esse gênero por sua vez, possui diversos formatos conforme apresentamos no marco
teórico, e dentre todos eles o grupo escolheu o documentário do tipo participativo, que
segundo um dos maiores documentaristas da história do cinema brasileiro Eduardo Coutinho,
há discursos que só nascem por causa da filmagem, e ele afirma que todo documentário é
extraordinário por causa disso.

“Você só chega à verdade pelo imaginário, e nem é um problema de se


chegar à verdade, são versões da verdade. Uma pessoa pode dar um relato
extraordinário da vida dela, um relato da história do Brasil que seja, que tem
alguma coisa de verdade, e tem mil coisas que são inventadas; a pessoa se
projeta no papel que não teve, e que a memória construiu. Mas não é
completamente fictício, tem que ter uma base no real, para você subir ao
imaginário e voltar.” Eduardo Coutinho – 1998 (Entrevista a Valéria
Macedo, publicada na revista Sexta-Feira, em abril de 1998).

Através do documentário, será possível ter uma visão mais ampla a respeito do
assunto. Para isso, foi preciso conviver durante dias com vendedores ambulantes,
acompanhando a rotina de vendas e os desafios de andar pelas ruas de Manaus, sem saber do
retorno financeiro daquele dia. Foi preciso entender a realidade dessa classe invisível para a
sociedade. Por meio do documentário, o objetivo é mostrar o tema de forma clara e deixar ao
público os pensamentos reais de pessoas que são exemplos de determinação e persistência.
Por esse motivo, tivemos uma metodologia para coleta de dados, que seguiu além da
pesquisa bibliográfica, a pesquisa de campo pelas seguintes técnicas de coletas: Convivência,
anotações e gravações de áudio e imagens. Em um segundo momento, fizemos a primeira
abordagem aos entrevistados que fizeram parte do documentário.
Foram quatro vendedores ambulantes, e uma fonte do poder público, para nos ajudar a
chegar mais perto do objeto de estudo para repassar com clareza a realidade vivida.
No documentário, a abordagem qualitativa se manteve e utilizamos em conformidade
como método de captação a entrevista, buscando sempre o relato de pessoas que representam
a realidade dos vendedores ambulantes, pois a entrevista é um método de coleta de dados que
mais nos aproxima do objeto estudado ao mesmo tempo em que nos mune de material
audiovisual para a construção do documentário, com esse objetivo seguimos os passos dos
personagens sem corte, devido ao caráter subjetivo, foi então realizado o trabalho em campo.
Neste projeto também foram utilizados dados de fontes oficiais como, o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e dados do Departamento de Comércio Informal
da Secretaria Municipal de Agricultura, Abastecimento, Centro e Comércio Informal
(Semacc).
1. AMBULANTES LEGAIS EM MANAUS

De acordo com dados de dezembro de 2021 e fevereiro de 2022 da Pesquisa Nacional


por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), conduzida pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), o setor informal supera o formal por quase 4 milhões de
trabalhadores. O desemprego se estabilizou em 11%, mas o rendimento médio real foi o
menor registrado em um trimestre encerrado em fevereiro desde o início da série histórica da
pesquisa, em 2012. O rendimento, estimado em R $2.511, reduziu em 8,8% se comparado ao
mesmo período do ano anterior.
Atualmente, existem 6.973 ambulantes cadastrados na Secretaria Municipal de
Agricultura, Abastecimento, Centro e Comércio Informal (SEMACC), distribuídos da
seguinte maneira entre os vendedores ambulantes cadastrados: No centro da cidade 264, nos
bairros 1.265, e terminais de ônibus 552. Números atualizados em maio de 2022
A pesquisa é uma marca muito forte desse tipo de documentário. Uma pesquisa que,
aliás, abrange todos os lados que a história apresenta.
Responsável pela supervisão, organização e controle do comércio informal da cidade
de Manaus a SEMACC concede autorizações, uma vez que qualquer atividade econômica nos
logradouros públicos da cidade só pode ser exercida mediante autorização da Prefeitura (art. 7
da lei n° 674/2002, relativa ao Licenciamento e Fiscalização de Atividades em
Estabelecimentos e Logradouros), e também realiza vistorias nas vias públicas de Manaus.
Conforme art. 11 da mesma lei, o funcionamento de qualquer estabelecimento, sem a
necessária autorização, consiste em infração grave.
Atualmente, existem 6.973 ambulantes cadastrados na SEMACC, distribuídos da
seguinte maneira:
Código matrícula Local Quantidade
0.0 Centro (fixos) 2082
0.1 Centro (ambulantes) 264
1.0 Bairro (fixos) 2596
1.2 Terminais de ônibus 552
1.3 Bairros (ambulantes) 1265
1.4 Ponta Negra 214
Total de ambulantes cadastrados: 6973
Obs.: Números atualizados em maio de 2022.

As apreensões de materiais ocorrerão para os casos de vendedores ambulantes que


estão em desacordo com a Lei 674 (art. 23). As mercadorias perecíveis serão doadas
imediatamente, conforme art. 25;
É importante ressaltar que as autorizações para o comércio informal serão concedidas
mediante a observância dos itens abaixo (conforme o art. 128 da Lei 674/2002):
I – Não exceder a área de 2,00m2 (dois metros quadrados);
II – Ficar fora da pista de rolamento do logradouro público e dos pontos de estacionamento de
veículos;
III – Não prejudicar o trânsito de veículos;
IV – Quando localizadas nos passeios, não prejudicar o trânsito de pedestres e acessibilidade;
V – Manter distância mínima de 200m (duzentos metros) de templos, hospitais, casas de
saúde, escolas e cinemas, com exceção feita às festas beneficentes e serviços de utilidade
pública;
VI – Manter um afastamento mínimo de 3m (três metros) em relação a qualquer edificação
existente;
VII – Ser desmontáveis e de fácil remoção.
De acordo com a portaria n° 050 (D.O.M. de 15/09/2010), às autorizações de uso para
o exercício de atividades no Município de Manaus, serão expedidas somente pelo Secretário
da SEMACC.
Documentos necessários para requerer uma autorização: xérox do RG, xérox do CPF,
xérox do título de eleitor, xérox do comprovante de residência e duas fotos 3×4.

MEDIDAS PADRÃO
– Carro Lanche: 2,00×1,80(maior) / 1,80×1,50(menor)
– Carrinho de Merenda com toldo: 1,50×1,00
– Barraca ou tenda para café da manhã ou guloseimas: 2,00×2,00
– Banca de atividades como miudezas, bombons e variedades: 1,20×0,80

De acordo com a SEMACC, não há levantamento atual do número de ambulantes


informais em Manaus. O motivo é o fato de todos os dias várias pessoas terem a necessidade
de conseguir o sustento diário, por esse motivo, é quase que impossível ter um número exato
de pessoas que se encontram nas ruas da cidade hoje lutando por um espaço de trabalho, mas
estima-se que o número seja superior a 12 mil.
1.1. PROBLEMÁTICAS NA VIDA DOS VENDEDORES
AMBULANTES

Ambulantes em Manaus enfrentam problemáticas desde o primeiro momento que


decidem ir às ruas em busca de um espaço para trabalhar. O trabalho nas ruas não oferece
garantias e segurança.
Esta classe de trabalhadores informais está relacionada diretamente ao aumento do
desemprego e dificuldades de inserção no mercado de trabalho. No Brasil, de acordo com
divulgação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a taxa de desemprego no
segundo trimestre de 2022 atingiu 9,3%.
Um dos motivos vistos durante a pesquisa, é a ausência dos estudos e preparação
profissional. Atuar como ambulante é para muitos um meio de garantir o sustento da família.
Também são esses trabalhadores que ofertam produtos, como comidas típicas, que ajudam a
preservar a cultura popular e oferecem produtos com custo mais baixo.
A falta de estrutura é um dos pontos principais que implica no trabalho dos ambulantes
informais. A exemplo dos vendedores de peixes que atuam na rua Tabelião Lessa, no centro
de Manaus, em uma canoa instalada no meio da rua, é apenas um dos aspectos mais
esdrúxulos encontrados.
Localizada ao lado do mercado Adolpho Lisboa, a rua tornou-se “feira livre” de
vendedores ambulantes, que não se importam em lavar suas enfiadas de peixe ali mesmo, na
água do rio Negro tomada de lixo, para colocá-las à venda.
Mesmo sem um ambiente adequado, há público e assim continua uma sequência de
informalidade e necessidade.
Conforme o tempo passa e as mudanças econômicas e de comportamentos acontecem
em meio a uma sociedade líquida, o impacto social também é visto no ambiente que é visível
a todos, o mundo dos vendedores ambulantes.
Destacamos o centro da cidade de Manaus, onde na oportunidade os vendedores
ambulantes, foram deslocados para um centro comercial. Com um número de mais de 80% de
rejeição, segundo os próprios vendedores, o local não é ideal para as vendas. Os responsáveis
pela mudança de local e ambiente apostam na qualidade do trabalho, mas só quem trabalha
diretamente com o público pode responder se é ideal ou não a mudança. O trabalho dos
vendedores ambulantes, podem ser definidos como efeitos a longo prazo de uma mudança
significativa sobre um desafio social.
A disponibilidade com que esses vendedores se dispõem com o público alvo, durante
todo o dia, oferecendo facilidade, preço acessível e praticidade na hora da venda, que resultam
no envolvimento maior com os consumidores, e consequentemente atrai mais compradores.
Este ‘comércio de rua’, estimula a movimentação da economia local, gerando novos mercados
consumidores. Uma antiga classe que se faz presente pelas ruas das cidades, fazendo que o
impacto social seja sentido por pessoas de diferentes segmentos, além de ser um ponto
positivo para a economia local.
O desemprego não é uma bolha que se formou nas relações de trabalho e que
poderia ser reabsorvido. Começa a tornar-se claro que a precarização do
emprego e do desemprego se inseriram na dinâmica atual da modernização.
São as consequências necessárias dos novos modos de estruturação do
emprego, a sombra lançada pelas reestruturações industriais e pela luta em
favor da competitividade – que, efetivamente, fazem sombra para muita
gente. (CASTEL, 1998, p. 516)

A desigualdade no âmbito do trabalho vem se intensificando à medida que se ampliam


os postos de trabalho precários, ou seja, sem estabilidade e com menos garantias para o
trabalhador. Também se reduzem os empregos formais - aqueles empregos protegidos pelas
leis trabalhistas - e os contratos por tempo indeterminado, enquanto são ampliadas as formas
de trabalho de tempo parcial, instável, sem jornada definida, etc. A diminuição da estabilidade
salarial, que significa remuneração fixa e paga em determinado dia do mês, tem provocado
questões sociais preocupantes nas últimas décadas. Uma parcela dos trabalhadores se vê
ameaçada de perder o emprego em razão das oscilações na economia ou ainda pelo fato de
suas profissões correrem o risco de perder a relevância ou simplesmente desaparecerem.
Neste relatório, nos dirigimos a esta classe com o termo ‘vendedores ambulantes’.
Como seu próprio nome indica este tipo de vendedor não tem lugar fixo de venda, pois se
desloca de um lugar para o outro buscando a maior afluência de público. São trabalhadores
que saem todos os dias sem ter horário certo para voltar às suas casas. Pessoas que colocam
seus materiais em uma sacola ou bolsas e saem pelas ruas das cidades, subindo e descendo
ladeiras, ou serão obrigadas a ficar em uma calçada qualquer, chamando os clientes de uma
forma bem popular, com gritos e palmas, com um único foco, vender para conseguir o
sustento diário.
A escolha do termo ‘vendedores ambulantes’, é o mais próximo e claro para conseguir
enxergar o reflexo da realidade de pessoas que se aventuram diariamente no mundo de
incertezas.
(...) tanto pela visualização do espaço geográfico ocupado por esses
trabalhadores – a rua – quanto pela representação de um modo de
organizar uma atividade que apresenta o seguinte paradoxo: por um
lado, precisa se expor na rua para veicular a venda da mercadoria; por
outro lado, tem a necessidade de se esconder (tornar difícil o acesso
ou a visibilidade, por exemplo, para a fiscalização), devido à condição
de informal-ilegal. (CONSERVA, 2004, p. 282)

Por tudo que foi supracitado, se faz importante registrar, como a necessidade, em uma
trajetória ocupacional, leva as pessoas a trilharem um caminho às vezes difícil, em que muitos
se deparam com a precariedade. Essa atividade específica realizadas nas ruas define bem a
insegurança, mas ao mesmo tempo, uma esperança de conseguir fazer o trabalho atual, uma
ponte para novas conquistas.
O tema referente ao trabalho traz consigo diversos valores para a equipe,
principalmente no cuidado de humanizar o assunto a ser tratado. O foco em vendedores
ambulantes, foi para destacar a importância que eles têm na questão de superar um mundo de
desigualdade, passar por uma crise e enfrentar seus próprios medos.
A atividade cresce cada vez mais ao ano. Há aqueles que escolhem a profissão com o
risco de empreender e outros porque não tiveram alternativas e optaram por comercializar
produtos como fonte de renda para sustentar a família, ambas as partes já demonstram
objetivos de ter o próprio negócio.
O autor Ricardo Antunes, em uma de suas obras ‘Os Sentidos Do Trabalho’, 1999,
relata bem a crise econômica e o trabalho informal. “Crise do fordismo” e a maneira pela qual
as “personificações do capital” procuram superá-la com a reestruturação da economia –
ficando muito aquém do sucesso esperado – somente são inteligíveis como parte de uma crise
muito mais profunda do sistema como um todo. Mostra também que elas em verdade são
manifestações das contradições do sistema do capital, que nenhuma quantidade de
“toyotismo” poderá remediar.
Bilhões de pessoas saem às ruas todos os dias para encarar a realidade de ter uma
renda incerta. A diferença, é que essa classe específica de vendedores ambulantes informais,
não têm alternativa de sustento, a não ser esperar por dias de sucesso de vendas.
Mostrar a realidade vivida que normalmente não é vista com um olhar clínico, e sim,
com olhares julgadores, como se essas pessoas estivessem ali por opção. Conhecer a rotina
dessas pessoas de perto, seus desafios, risos e lágrimas, é um choque de realidade para uma
sociedade desigual.
O curso de jornalismo é extenso para abordar diversos assuntos que envolvem toda
uma sociedade. A visibilidade que o curso pode oferecer para a população com o tema: “Qual
é a realidade dos vendedores ambulantes na cidade de Manaus vividas em um lugar onde
ninguém vê, em suas casas”, é uma reflexão de um olhar mais humanizado para uma categoria
quase esquecida.
Todo o processo desenvolvido, foi uma contribuição importante para que todos saibam
as dificuldades enfrentadas por essa categoria, e será uma ponte para alcançar essas pessoas.
Através do documentário são exibidas histórias de vida, rotinas e desabafos de pessoas
humildes que buscam crescer e sobreviver. O não enfrentamento desse tema acaba por trazer
consequências negativas para um todo. Se não há reflexão, não há discussão do tema, e isso
pode ser um problema resultante na desigualdade social.

À incapacidade de sustentar as suas necessidades básicas devido ao baixo


rendimento, acrescem, nesta perspectiva, a falta de condições para viver uma
vida mais longa, o não acesso às facilidades de educação e de saúde, a
dificuldade em escapar a uma situação de sub ou mal nutrição crónica, o não
acesso a água potável, a energia eléctrica, a condições de habitabilidade
dignas e meio ambiente saudável, o não acesso à cultura e ao lazer, os quais
resultam em desvantagens quase inultrapassáveis para competir no mercado
de trabalho, e que, por sua vez, estão na base da reprodução do círculo vicioso
da pobreza [...] Amartya Sem. Reexaminando a desigualdade (ABREU, 2012,
p.13).

Os direitos do cidadão de sobrevivência e o básico da vida acabam por serem retirados


de forma cruel e desumana pelo fato de não haver um apoio do poder público para com uma
classe esquecida por toda sociedade. Moradia, saúde, lazer, são itens de dignidade para
qualquer ser humano.
Um vendedor ambulante, no Brasil, comumente é chamado de camelô ou marreteiro.
É um comerciante de rua que, geralmente, faz parte da economia informal e clandestina, com
banca improvisada ou simplesmente com produtos carregados nos ombros durante todo o dia.
O trabalho ambulante é uma modalidade de trabalho não regulamentado na forma emprego,
comumente conhecido como trabalho informal e de larga presença na história brasileira.
Na questão do desemprego, estudos mencionam que o trabalho ambulante é
impulsionado também pela “recusa ao padrão brasileiro de Assalariamento mal remunerado e
‘autoritário’”, levando em conta que em certos ramos do trabalho informal a remuneração é
superior ao Trabalho assalariado. O aumento do trabalho ambulante aparece como saída para
a “oferta precarizada” de postos de trabalho ao nível da renda e das relações de trabalho.
Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua)
divulgados em outubro pelo Instituto Brasileiro de Economia e Estatística (IBGE), apontam
que a lenta recuperação da economia nacional tem sido puxada principalmente pelo setor
informal. Diante desses dados, essa classe que por muitas vezes se torna invisível para toda
uma sociedade, acaba enfrentando um problema ainda maior. Quando o dia acaba e não tem
mais ninguém por perto, é que surgem os maiores desafios, a falta de alimentos, de assistência
na saúde, infraestrutura e o conhecimento de seus direitos.
Há uma diferença entre o proletariado e o restante da classe trabalhadora, levando em
consideração que “a classe-que-vive-do-trabalho, a classe trabalhadora, hoje inclui a
totalidade daqueles que vendem sua força de trabalho, tendo como núcleo central os
trabalhadores produtivos” (ANTUNES, 1999, p.102), ou seja, os vendedores informais
dependem totalmente da sua força de trabalho no dia a dia, sem ter poder de escolha, sem ao
menos, ter o direito de adoecer. Enquanto que a classe proletária, alavancada pela sua
evolução, aparece como uma classe ativa capaz de elaborar a sua própria existência.
2. JORNALISMO DE FORMA HUMANIZADA

Fazer jornalismo pode parecer ser uma profissão como qualquer outra, mas não é. A
profissão pede entrega, responsabilidade e ética profissional.
E tudo ficou muito compreensível através deste projeto de TCC, que o foco desde o
início, foi mostrar a realidade dos vendedores ambulantes da cidade de Manaus, não de forma
vexatória, mas para servir de um alerta para os inúmeros casos de descasos de uma classe que
todos nós passamos por eles diariamente, e não damos importância para o problema que estar
exposto nas ruas da cidade.
Através do produto que é um documentário, foi possível reavaliar através do material
apurado, preencher os possíveis vazios de informação. Uma produção extensa que
eventualmente não cabem em veículos jornalísticos convencionais, assim é o resultado de
todo esse trabalho.
Avaliamos a questão sobre sustento de alimentos, analisamos o emocional pela
ausência de uma renda fixa, destacamos a trajetória de vida em meio a situação de
vulnerabilidade e identificamos a visibilidade dessa categoria nos meios de comunicação.
Neste trabalho abordamos o termo vendedores ambulantes informais, que é todos
aqueles que se dedicam ao comércio de rua, sem localização fixa. No produto, é destacado um
grupo específico, aqueles sem ponto fixo e que acabam por serem obrigados a dividirem
locais com pessoas do mesmo grupo e mesmos objetivos, conseguir um espaço informal para
adquirir pelo menos naquele dia, o sustento da família.
Não é difícil encontrar vendedores ambulantes pelas ruas e vielas da cidade. O
espaço que esse grupo utiliza, é sempre de muito movimento e disputa pelo mesmo espaço. A
mídia por sua vez aborda sempre o mesmo nicho, o da formalização e cumprimento de leis.
Através deste relatório técnico, o foco foi exibir a voz de uma classe esquecida pela
sociedade. A realidade não vista, a ausência do básico dentro de suas casas. Alimentação e
dignidade tiradas de forma desumana por falta de oportunidades de trabalho é claro, a maioria
delas não tiveram escolha, e tiveram que escolher entre estudar ou ir às ruas para poder
comer.
A vulnerabilidade é vista e sentida facilmente, precisa apenas a população querer
enxergar essas pessoas.
Diante do assunto abordado, foram realizadas pesquisas em livros, documentários e
artigos que explanaram a realidade dos vendedores ambulantes por autores que fizeram
pesquisa de campo e outros que vivenciaram a rotina dessa classe. Entre eles, destaca-se o
livro ‘A Cruel Pedagogia do Vírus’ do autor Boaventura de Souza Santos. Boaventura é
professor catedrático, jubilado da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra e
distinguished legal scholar da Faculdade de Direito da Universidade Wisconsin-Madison e
global leader da Universade de Warwick.
Essa obra faz parte de uma coleção chamada ‘pandemia capital’, que aborda a crise
atual pela qual passamos e suas implicações na política, na psicologia, na economia e nas
relações humanas. O autor começa com uma pergunta interessante e segue com um conceito
chamado à anormalidade da exceção, uma crise eterna que se chama economia.

Existe um debate nas ciências sociais sobre se a verdade e a qualidade das


instituições de uma dada sociedade se conhecem melhor em situações de
normalidade, de funcionamento corrente, ou em situações excepcionais, de crise.
Talvez os dois tipos de situação sejam igualmente indutores de conhecimento, mas
certamente que nos permitem conhecer ou relevar coisas diferentes. Que potenciais
conhecimentos decorrem da pandemia do coronavírus? (SANTOS, 2020, p.4)

A classe dos vendedores ambulantes que vivem uma realidade que poucos conhecem,
por exemplo, a falta de alimentos no fim do dia, é nada mais do que a não adaptação no setor
financeiro. O capitalismo atual tem um desafio que une a produção e consumo.

Os trabalhadores da rua são um grupo específico dos trabalhadores precários. Os


vendedores ambulantes, para quem o «negócio», isto é, a subsistência, depende
exclusivamente da rua, de quem nela passa e da sua decisão, sempre imprevisível para
o vendedor, de parar e comprar alguma coisa. Há muito tempo que os vendedores
vivem em quarentena na rua, mas na rua com gente. O impedimento de trabalhar para
os que vendem nos mercados informais das grandes urbes significa que
potencialmente milhões de pessoas não terão dinheiro sequer para acorrer às unidades
de saúde se caírem doentes ou para comprar desinfetante para as mãos e sabão. Quem
tem fome não pode ter a veleidade de comprar sabão e água a preços que começam a
sofrer o peso da especulação. (SANTOS, 2020, p. 17)

O trabalhador de rua enfrenta dias difíceis em tempos de normalidade bem como: à


espera de clientes; a compras de mercadorias com o receio de perdê-las, seja pelo vencimento
da validade dos produtos perecíveis, ou simplesmente para os órgãos fiscalizadores. Dado o
cenário de insegurança que já é natural no dia-a-dia dos mesmos, fica quase impossível
imaginar a dificuldade dessa categoria em dias pandêmicos, que muitos nunca haviam
presenciado nem mesmo em livros, que a grande maioria nem dinheiro tinham pra comprar
uma barra de sabão para lavar as mãos, mas em que em segundos se tornou real.
Os trabalhadores precários, informais, ditos autónomos. Depois de quarenta anos de
ataque aos direitos dos trabalhadores em todo o mundo por parte das políticas
neoliberais, este grupo de trabalhadores é globalmente dominante, ainda que sejam
muito significativas as diferenças de país para país (SANTOS, 2020, p. 15).

Segundo Santos (2020), a quarentena já é existente dentro da atual realidade. O que


para muitos ficou claro diante de uma pandemia por conta do vírus, para outros, essa prática
já é vivenciada há muito tempo. O desgaste da sobrevivência acompanha milhares de pessoas
no dia a dia pelas ruas da cidade.
3. DOCUMENTÁRIO

Dado este cenário, escolhemos fazer o Trabalho de Conclusão de Curso em formato de


vídeo documentário, por esse motivo se faz importante uma breve apresentação sobre ese
gênero tão importante para a sociedade.
O primeiro filme considerado documentário foi "Nanook, o Esquimó" (1922) de
Robert Flaherty e é citado por Carlos Nader como exemplo de uma obra construída a partir de
imagens “reais”, mas encenadas. Desde quando foi considerado documentário, até hoje, o
filme suscita debate sobre os limites do gênero.
Podemos ver, nos primeiros filmes produzidos pelo cinema primitivo, as bases do que
viria a ser o documentário, na medida em que combinam a capacidade de reprodução do
mundo histórico feita pelas imagens cinematográficas com o fascínio dos pioneiros pela
exploração dessa capacidade documental. “A combinação da paixão pelo registro do real com
um instrumento capaz de grande fidelidade atingiu uma pureza de expressão no ato da
filmagem documental” (Ibid., p. 118) e levou o cinema a duas direções: o “cinema de
atrações”, com ênfase na exibição, e a “documentação científica”, com ênfase na reunião de
provas (Ibid., p. 122).
Porém o amadurecimento de uma narrativa documental só veio se manifestar na
década de 1920, considerada o primeiro sinal de identidade do cinema documentário, a partir
do trabalho do americano Robert Flaherty (1884-1951) e do soviético Dziga Vertov (1895-
1954). Seus métodos e seus filmes, respectivamente Nanook, of the North (1922) e O homem
da câmara (1929) – sem querer estabelecer aqui qualquer tipo de aproximação entre
realizadores que percorreram caminhos tão diversos –, contribuem para a afirmação do
cinema documentário. Com Flaherty e Vertov,

“ [...] ficou definido que, no documentário, é absolutamente essencial que as


imagens do filme digam respeito ao que tem existência fora dele. Esta é a
principal característica do documentário. A segunda, já em estúdio, é a
organização das imagens obtidas in loco [...] segundo uma determinada
forma; o resultado final dessa forma é o filme. A organização força o filme a
não se pautar por uma mera descrição, apresentação descaracterizada ou
sucessão sem propósito aparente, das imagens obtidas in loco. O
documentarista, por seu lado, é cúmplice das características anunciadas
(PENAFRIA, 1999, p. 39).

O documentário, como falado no tópico anterior, é uma produção artística, via de regra
um filme, que se caracteriza principalmente pelo compromisso da exploração da realidade.
Desde 1922, quando surgiu o primeiro documentário, já era defendida a ideia de que não
existe na vida um não atuar.
O ser humano é um ser em permanente autoconstrução que age atuando no mundo em
geral, não necessariamente em frente à câmera. Cabe ao documentarista, portanto, captar
atuações.
Perguntava-se, na época, o que motivava os documentaristas a voltar à questão do real
e da verdade no cinema, sobretudo num país lotado de questões sociais a serem resolvidas.
Hoje, no entanto, com a proliferação de fake news no mundo, e de um ponto de vista
sociocultural, tal reflexão ganha um novo sentido.
O marco seguinte do cinema documentário ocorreu na década de 1930, com o
movimento documentarista britânico e, especialmente, com o trabalho de John Grierson
(1898-1972), que consolidou o documentário como gênero, com uma base institucional
definida e uma proposta de linguagem que dominaria toda a produção de filmes até o início da
década de 1960.
O documentário é uma produção artística, via de regra um filme, que se caracteriza
principalmente pelo compromisso da exploração da realidade. Isto significa que na maioria
das vezes representa a realidade tal como ela é. Através deste gênero, a sociedade consegue
chegar mais perto da informação e do conhecimento, onde as tecnologias e a linguagem
audiovisual se apresentam como recursos de exploração.
Eduardo de Oliveira Coutinho foi um cineasta e jornalista brasileiro, e foi considerado
por muitos como o maior documentarista da história do cinema do Brasil. Tinha como marca
realizar filmes que privilegiavam as histórias de pessoas comuns.
O grande profissional encerrou sua carreira em 2014, ao ser assassinado pelo próprio
filho. Mas nos deixou um acervo de cultura como a sua obra-prima ‘Cabra Marcado para
Morrer’, que falava sobre o assassinato do líder campesino João Pedro Teixeira, ocorrido em
1962. O longa teve suas filmagens interrompidas em 1964, em decorrência da ditadura
militar, e foi concluído apenas 20 anos depois, tornando-se imediatamente um clássico do
nosso cinema. Coutinho seguiu como principal nome do documentário brasileiro
contemporâneo, tendo feito outros filmes aclamados, como Santo Forte, Edifício Master e
Jogo de Cena. Em 2011, ele lançou Canções, que marcou sua carreira como o principal
documentarista do Brasil. “Colocado diante do compromisso de escrever(...) sinto-me
angustiado além da medida. No meu caso, independente de neuroses temporárias ou
permanentes, esta dificuldade tem a ver com a escolha do documentário” (Eduardo Coutinho)
Para contextualizar qual iremos utilizar, e quando se fala em documentário, uma das
leituras que melhor embasa esse tipo de produção é o livro “Introdução ao Documentário”, de
Bill Nichols. Nichols é cineasta e crítico de cinema com especialização no estudo e teoria de
documentários.
Segundo Bill Nichols cada documentário tem seu tipo de voz, e cada voz é como uma
marca digital de determinada forma de ver o mundo histórico. O autor enfatiza seis tipos de
vozes do gênero audiovisual documentário, sendo eles: poético, expositivo, observativo,
participativo, reflexivo e performático.
Documentário poético: Os documentários poéticos retiram do mundo histórico sua
matéria-prima, mas a transformam de maneiras diferentes. O modo poético começou
justamente no contexto do modernismo, como uma maneira de representar a realidade em
fragmentos, impressões subjetivas, atos incoerentes e ações vagas.

● •Documentário expositivo: Agrupa fragmentos do mundo histórico em uma

perspectiva retórica e argumentativa. Dirige-se diretamente ao espectador,


através de legendas e de narração.

● Documentário observativo: Nos documentários observativos, “olhamos para

dentro da vida no momento em que ela é vivida. Os atores sociais interagem


uns com os outros, ignorando os cineastas”. É como se a câmera não estivesse
presente. Tem pretensão de neutralidade e naturalidade.

● Documentário participativo: Ao contrário do estilo observativo, o modelo

participativo prevê a intervenção do cineasta em cena, para dar a sensação de


como é estar em determinada situação.

● Documentário reflexivo: O modo reflexivo pode-se dizer, questiona o próprio

modo como o documentário atua e intervém na realidade social.

● Documentário performático: O modo performático é aquele que dá ênfase às

características subjetivas das experiências de vida e dos relatos/depoimentos de


personagens. Há uma combinação entre acontecimentos reais e imaginários,
conduzindo o espectador de maneira emocional, e não por argumentos lógicos
ou científicos.
3.1. OS DESAFIOS DA GRAVAÇÃO DO DOCUMENTÁRIO

O documentário é um gênero do cinema que possui muitas semelhanças com o


jornalismo, como o foco nos fatos e pessoas reais. O crescimento desse gênero de transmitir
realidades de diversos assuntos, ganhou espaço e grupos fiéis de público.
Desde o surgimento do cinema, primeiramente, e depois, da televisão, o mundo da
vida é o mundo das imagens em movimento. Essa realidade torna-se ainda mais acentuada na
contemporaneidade com a produção e o compartilhamento de materiais audiovisuais na
internet. A geração dos nativos digitais vive com uma câmera de celular na mão registrando
tudo o que vê à sua frente e postando esses registros nas redes sociais.
Apesar do destaque que a linguagem audiovisual usufrui no mundo da vida, ainda
existem barreiras como a falta de investimentos para que o documentário apareça com força
maior.
Gravar um documentário não parece e de fato não é fácil. É um desafio que começa
desde o momento que surge a ideia do projeto. Documentários significam muito trabalho e
preparação antes de começar a filmar. Planejamento e pensar em como você gostaria que sua
história final se parecesse, é apenas um dos milhares de desafios.
As perguntas começam a surgir: qual é a história que eu quero contar? Terá impacto?,
quantos dias preciso para gravar em que período de tempo? Quanto tempo preciso para editar
o documentário?
Ser rigoroso e estabelecer um prazo, uma estimativa aproximada, podem ser o
primeiro passo. Em seguida é preciso fazer um plano/roteiro, achar os protagonistas, preparar
os equipamentos, marcar as entrevistas, verificar os fatos, gravar, editar e mesmo depois
dessas etapas, ainda vai faltar tempo para as novas ideias que vão surgindo durante a
caminhada.
Imprevistos também acontecem e devem ser contornados. Durante a gravação do
documentário “Quando as Luzes se Apagam”, houve remarcações de entrevistas,
equipamento descarregado, pessoas que seria a maior fonte, que no dia adoeceu.

“ O momento da filmagem adquire, a partir dali, uma dimensão quase mística, “um
acontecimento único: não houve antes, nem há depois. Não me importa que isso
pareça metafísico. Tenho que acreditar nisso para ter vontade de filmar.”
(COUTINHO, 1999).

Apesar de todas as dificuldades enfrentadas, o aprendizado da prática foi importante


para a parte profissional do grupo com mais uma experiência adquirida, e uma nova visão
dessa categoria que passa despercebida.
4. RELATÓRIO TÉCNICO

DOCUMENTÁRIO: QUANDO AS LUZES SE APAGAM

Levantar esse assunto sobre a real rotina e situação de vulnerabilidade dos vendedores
ambulantes da cidade de Manaus, ainda é novo para uma sociedade que foca nas diretrizes da
formalização e esquece o lado humano. A humanização desse tema serviu para mostrar que os
mais de 12 mil vendedores ambulantes informais da cidade, enfrentam uma realidade que não
é vista pela população que vive uma outra verdade.
O tema demanda não só atenção, mas prevenção e amparo, o que infelizmente, não é
visto. A realidade é evidente e exibe várias pessoas que estão em situação de vulnerabilidade
social, pelo fato de receberem o acolhimento e suporte necessário para melhor executarem
seus trabalhos.
A equipe decidiu exibir o tema em formato de documentário, tendo em vista que essa
ferramenta audiovisual utiliza como base o conceito da proposta de levar mais informação, de
forma clara e objetiva por meio de imagens reais e de pessoas genuínas.
Portanto, a equipe produziu um documentário com o tempo de 15 minutos,
proporcionando ao telespectador perceber realidades que estão às vezes diante dos seus olhos
e passam despercebidas.
De forma interessante, o documentário foi realizado para deixar de ser uma simples
gravação, e se transformar em um painel de histórias de vida à serem questionadas. O
documentário em um único capítulo, pode ser assistido na plataforma digital do YouTube.
Tivemos como objetivo o foco de manifestar para os meios de comunicação, que
retratar a realidade dos vendedores ambulantes como de fato ela é, é necessários para
conseguir políticas públicas. Mostrar que a sociedade tem diante dos seus olhos situações de
seres humanos que vivem de forma exposta a ausência do básico no dia a dia, seguindo uma
linguagem responsável e humanizada por meio do gênero escolhido, o documentário
participativo.
O público alvo ficou em destaque os formadores de opinião como jornalistas e
profissionais da área da comunicação, assim também como responsáveis dos órgãos
competentes de secretarias que desenvolvem trabalhos sociais, população manauara e a
comunidade acadêmica do Centro Universitário Fametro.
ETAPAS DE ELABORAÇÃO

Um processo de elaboração é a primeira etapa para chegar nas principais decisões para
um projeto alinhado e organizado. Antes de a equipe começar o processo de produção do
material, foram realizadas reuniões para definir o papel de cada uma das etapas. Iniciamos o
trabalho com pesquisas relacionadas ao tema em livros, dissertações e afins para que assim a
equipe pudesse ter mais conhecimento do assunto deste TCC, além de também estudar sobre
diversos documentários.
Através do tema específico do trabalho e estudos realizados sobre os tipos de
documentários, foi produzido um vídeo documentário participativo onde enfatiza a interação
do cineasta com o tema/personagem. A narrativa envolve entrevistas, depoimentos que
mostram o cineasta conversando com pessoas, sendo filmado e até fazendo também a locução
da obra.
Após essa parte inicial, a equipe se reuniu para debater quais materiais, plataformas e
programas seriam utilizados para gravação, edição e veiculação do produto. Com os materiais
definidos, fomos à busca de personagens e fontes que poderiam falar sobre o assunto com
propriedade, para assim, o documentário ter um material rico em informações pertinentes.

PRÉ-PRODUÇÃO

Para criação do documentário, o primeiro passo foi a escolha do tema que seria
abordado nele. O tema escolhido foi a realidade dos vendedores ambulantes na cidade de
Manaus retratada em um documentário , como o assunto é extenso e precisa de uma
abordagem mais fragmentada para melhor entendimento do telespectador, foi decidido
transformar esse assunto em um único capítulo de um documentário. Planejando em deixar a
exibição das imagens mais dinâmica e interessante, o próximo passo foi a escolha dos
personagens e fontes e principalmente o formato que aconteceriam as entrevistas, então foi
escolhido o documentário tipo participativo.
A escolha dos personagens se deu após uma pesquisa prévia das zonas mais
movimentadas da cidade, e destacamos um vendedor ambulante que estava tão próximo da
gente, e não era percebido. Um vendedor de pipocas que todos os dias se encontra na frente da
Instituição de Ensino, e não imaginávamos as dificuldades que o homem enfrentava.
Realizamos entrevistas prévias para conhecer um pouco mais da história de cada um,
e logo foi possível agendar data e horário das entrevistas. Essa etapa estando toda organizada,
partimos para a seleção de locação dos equipamentos para as filmagens como, câmera, tripé,
adaptador de áudio e a escolha do profissional filmmaker.
Antes de começar as filmagens foram criados roteiros e muito planejamento, neles
foram colocados tópicos principais das entrevistas, as perguntas para cada convidado, além de
dados estatísticos e informações que não poderiam ser esquecidas, como o nome de órgãos
competentes que seriam mencionados. Como o documentário foi planejado para ter um único
capítulo, nos preparamos para entregar um material de qualidade e de fácil compreensão para
o telespectador.
Verificamos a qualidade dos equipamentos, a previsão do tempo e a disponibilidade
de cada personagem e fonte. Outro ponto importante, foi conseguir administrar a agenda de
todos os envolvidos da gravação, inclusive realizar trocas de turnos de trabalho para que o
produto alcançasse a maior qualidade.

PRODUÇÃO

O conteúdo apresentado é uma contribuição acadêmica para com os profissionais da


comunicação e a sociedade atual, sobre como as pautas jornalísticas sobre a realidade dos
vendedores ambulantes podem ser construídas e exibidas de uma forma humanizada, com o
objetivo de chegar até os órgãos competentes.
Nesta etapa foi possível colocar em prática tudo que foi planejado na pré-produção. As
externas começaram a ser realizadas de forma organizada. Captação das imagens aéreas,
entrevistas e gravação do off também foram concluídas.
Foram realizadas as gravações do vídeo documentário, como também as imagens de
apoio para produção do teaser, que nada mais é do que a utilização de um vídeo curto com o
objetivo de provocar a curiosidade do público em torno de seu lançamento iminente.
A equipe ao sair em campo, teve a oportunidade de conhecer histórias de vida, relatos
de pessoas simples que enfrentam todos os dias desafios às vezes quase que desumano. São
rotinas reais de uma classe que relatam com todas as palavras, que somente eles e mais
ninguém é capaz de entender a dor , medo e às vezes desespero que é preciso ser vencido a
cada dia.
A escolha dos entrevistados seguiu o critério da apuração jornalística, no qual definimos
as fontes que mais poderiam contribuir para a exibição do documentário com maior coerência
com o tema. Conversamos com os vendedores antes da gravação para as informações
apuradas serem utilizadas no processo de criação dos roteiros. Fonte e personagens
selecionados: Roberto Bezerra (Diretor de Comércio Informal da Semacc), Damião da
Nóbrega (Vendedor ambulante de pipocas), Julena Dcio Pereira (Vendedora ambulante de
laços de cabelo), Victor dos Santos (Vendedor ambulante de água e amendoim) e Paulo José
(Vendedor ambulante de peixes).
Com isso, o grupo pretende conscientizar jornalistas e a população de Manaus sobre o
tema.

PÓS-PRODUÇÃO

Após gravar o documentário, foi necessário editá-lo, para que chegasse ao público
com o aspecto mais profissional possível. Nessa etapa, detalhes como ruídos, altura do áudio
foram corrigidos. Também foram colocadas trilhas sonoras. Após finalizar todos os passos
anteriores, o documentário ficou pronto para ser divulgado nas plataformas digitais.
O projeto apresentado segue todas as diretrizes de execução que pede um
documentário, se baseando em roteiro, fontes e tempo de edição e será inserido na plataforma
do Youtube.

ESTRUTURA DO PROJETO

ROTEIRO DO DOCUMENTÁRIO: QUANDO AS LUZES SE APAGAM / ANO 2022

PASSO 01 - ABERTURA:

PASSO 02 – ENTRA IMAGENS AÉREAS DA CIDADE DE MANAUS COBERTA DO


OFF 01
OFF01- A CIDADE É MANAUS/ ANO DOIS 2022//A CIDADE QUE FOI CRIADA NO
SÉCULO 17/ E QUE NA ÉPOCA JÁ TINHA UMA POSIÇÃO TÉCNICA PARA SE
TORNAR UM TERRITÓRIO BRASILEIRO // DESENVOLVEU// O FORTE DE SÃO
JOSÉ DA BARRA DO RIO NEGRO/ EXPANDIU///

PASSO 03 – ENTRA IMAGENS AÉREAS DA CIDADE DE MANAUS COBERTA


COM TRILHA SONORA

PASSO 04 - ENTRA IMAGENS DOS VENDEDORES AMBULANTES DO CENTRO


DE MANAUS COBERTA DO OFF 02
OFF 02 - NAS RUAS/ CENTENAS DE PESSOAS SAEM TODOS OS DIAS EM BUSCA
DO SUSTENTO DIÁRIO// ATÉ AQUI/ NADA DE NOVO/ SE NÃO FOSSE UMA
CLASSE DE PESSOAS QUE A CADA DIA SE MULTIPLICA// OS VENDEDORES
AMBULANTES INFORMAL///
MAS/ ATÉ AQUI/ TAMBÉM NÃO HÁ UM ASSUNTO NOVO//, MAS/ VOCÊ JÁ SE
PERGUNTOU QUAL É A VERDADEIRA REALIDADE DESSAS PESSOAS NAS SUAS
CASAS? / QUANDO AS LUZES SE APAGAM? ///

PASSO 05- ENTRA IMAGENS DO SEU DAMIÃO NA CASA DELE, SE


ARRUMANDO PARA IR AO TRABALHO COBERTA DO OFF 03
OFF 03- DAMIÃO DA NOBREGA/44 ANOS/ CASADO E PAI DE UMA
ADOLESCENTE DE 15 ANOS/
VEIO LÁ DO NORDESTE/ DO ESTADO DA PARAÍBA/ VENDE PIPOCAS NAS RUAS
DE MANAUS HÁ 12 ANOS// DAMIÃO MANTÉM UMA ROTINA CANSATIVA E
PERIGOSA TODOS OS DIAS// MORADOR DO BAIRRO PRAÇA 14/ ZONA SUL DA
CIDADE/ SAI DA SUA HUMILDE CASA/ ÀS 16H/TODOS OS DIAS/ EM BUSCA DOS
SEUS SONHOS//EM SUA BICICLETA/ SUA FORTE ALIADA///
OBS: DEIXAR ROLANDO UM POUCO DAS IMAGENS DO SEU DAMIÃO LEVANDO
A BICICLETA SEM OFF NENHUM

PASSO 06: ENTRA IMAGENS DOS AMBULANTES, A GENTE CHEGANDO NA


SECRETÁRIA E ANDANDO COM O SECRETÁRIO COBERTA DO OFF04
OFF4 -ESSE GRUPO DE VENDEDORES COMPARTILHAM DA MESMA OPINIÃO
QUANDO O ASSUNTO É A DIFICULDADE DE FORMALIZAR SUAS ATIVIDADES//
ACHAM BUROCRÁTICO/ COMPLICADO///
A FALTA DE CONHECIMENTO E INFORMAÇÕES CLARAS DOS ÓRGÃOS
COMPETENTES/ DEIXAM COLABORAM PARA TANTAS DÚVIDAS///
ENTÃO/ FOMOS EM BUSCA DE RESPOSTAS NO ÓRGÃO RESPONSÁVEL/ O DECIN/
DEPARTAMENTO DE COMÉRCIO INFORMAL // O DIRETOR DO ÓRGÃO/
ROBERTO BEZERRA/ NOS RECEBEU PARA UMA CONVERSA QUE/ O OBJETIVO É
ESCLARECER AS DÚVIDAS DE CENTENAS DE VENDEDORES AMBULANTES//

PASSO 07 - ENTRA O DEPOIMENTO DO ROBERTO BEZERRA, DIRETOR DO


DECIN

PASSO 08 - ENTRA IMAGENS DE VENDEDORES LÁ DA ZONA LESTE COM


UMA TRILHA SONORA COM BARULHOS DE RUA
OFF 6 – CHEGAMOS NA AVENIDA AUTAZ MIRIM/ BAIRRO SÃO JOSÉ OPERÁRIO/
E AS HISTÓRIAS DE VIDA/ SONHOS E INSISTÊNCIA PERSISTEM // DIVIDINDO O
ESPAÇO COM BARULHO DOS CARROS/ SOL ESCALDANTE E MUITA/MUITA
GENTE REUNIDAS NO MESMO ESPAÇO///

PASSO 09 – ENTRAR IMAGENS DO VENDEDOR AMBULANTE, VICTOR DOS


SANTOS, ENTREVISTADO NA ZONA LESTE COBERTA DO OFF 07
OFF 7 – VICTOR DOS SANTOS/ UM JOVEM DE 18 ANOS/ VENDEDOR DE
AMENDOIM E ÁGUA NO SINAL/ É UM DOS INÚMEROS VENDEDORES
AMBULANTES INFORMAL DO LOCAL/ CHEIO DE SONHOS/ SE MANTÉM
CONFIANTE/// PARA LEVAR O BÁSICO PARA CASA.

PASSO 10 - ENTRA DEPOIMENTO DO VICTOR DOS SANTOS


PASSO 11 - ENTRA PASSAGEM DA KAMILA E JAQUELINE

PASSO 12 – IMAGENS DA JAQUELINE E KAMILA VENDENDO NO SINAL


COBERTA DE TRILHA SONORA

PASSO 13- ENTRA IMAGENS DA JAQUELINE E KAMILA CONVERSANDO COM


A JULENA DACIO
OFF 8- NÃO PRECISAMOS IR MUITO LONGE/ NA MESMA ÁREA CONHECEMOS
JULENA DACIO PEREIRA/ VENDEDORA DE LAÇOS DE CABELO// JULENA
MANTÉM O SORRISO NO ROSTO DIANTE DOS DESAFIOS DIÁRIOS///

PASSO 14- ENTRA DEPOIMENTO DA JULENA E AS IMAGENS DE APOIO DELA

PASSO 15- ENTRA DEPOIMENTO DO ROBERTO BEZERRA, DIRETOR DO


DECIN

PASSO 16 - ENTRA DEPOIMENTO DA JULENA

PASSO 17 - ENTRA DEPOIMENTO DO ROBERTO BEZERRA, DIRETOR DO


DECIN

PASSO 18 - ENTRA IMAGENS DE APOIO DO SEU DAMIÃO


OFF 09: VOCÊ LEMBRA DO DAMIÃO/ LÁ DO COMEÇO DO DOCUMENTÁRIO//
VAMOS CONHECER DE PERTO A ROTINA COMPLETA DESSE VENDEDOR///

PASSO 19 – ENTRA DEPOIMENTO DO SEU DAMIÃO

PASSO 20 – ENTRA IMAGENS DO SEU DAMIÃO ANDANDO DE BICICLETA NA


CONSTANTINO NERY COBERTA DO OFF 1O
OFF 10: EM MEIO AOS CARROS DAMIÃO SEGUE PARA SEU DESTINO/ A
AVENIDA CONSTANTINO NERY// DAMIÃO APROVEITA O CAMINHO PARA DAR
UMA PARADA RÁPIDA/ ALIAS/ NÃO PODE PERDER TEMPO// O VENDEDOR
AMBULANTE APROVEITA PARA COMPRAR ALGUNS MATERIAIS QUE PRECISA /
MILHO DE PIPOCA/ SAQUINHO DE PAPEL/ÓLEO///
O VENDEDOR AMBULANTE SEGUE O SEU CAMINHO PRIMEIRO PARA BUSCAR O
CARRINHO DE PIPOCA//
O CARRINHO FICA GUARDADO EM UM TERRENO CEDIDO POR UM
EMPRESÁRIO /

PASSO 21 – ENTRA DEPOIMENTO DO SEU DAMIÃO E IMAGENS DE APOIO


DELE PEGANDO O CARRINHO E ESTACIONANDO A BICICLETA

PASSO 22 – ENTRA IMAGEM DO SEU DAMIÃO ANDANDO COM CARRINHO NA


RUA
OFF 11: A PRÓXIMA ETAPA É SEGUIR CAMINHO EM DIREÇÃO A INSTITUIÇÃO
DE ENSINO/ NA MESMA AVENIDA// ONDE FOI AUTORIZADO A REALIZAR AS
VENDAS///
PASSO 23 – ENTRA DEPOIMENTO DO SEU DAMIÃO

PASSO 24 – DEPOIMENTO DO ROBERTO BEZERRA, DIRETOR DO DECIN

PASSO 25 – ENTRA IMAGENS DO SEU DAMIÃO ORGANIZANDO O SEU


CARRINHO DE VENDA E FAZENDO PIPOCA COBERTA DO OFF 12
OFF 12: SEM SABER SE SERÁ BOM OU NÃO/ OS DIAS DE VENDAS / O SEU
DAMIÃO SEGUE A ROTINA//

PASSO 26 – ENTRA DEPOIMENTO DO SEU DAMIÃO E USAR IMAGENS DE


APOIO DELE FAZENDO PIPOCA

PASSO 27 - ENTRA AS IMAGENS DE APOIO, DELE SE PREPARANDO PARA IR


EMBORA PARA SUA CASA COBERTA DO OFF 13
OFF 13: AS HORAS SE PASSAM E CHEGA O FIM DE MAIS UM DIA///
ENTRA IMAGEM DELE INDO EMBORA NA SUA BICICLETA
OFF 14: O HOMEM QUE ENFRENTOU OS DESAFIOS E PERIGOS NAS RUAS/
CHEGA NA SUA HUMILDE CASA/ TARDE DA NOITE E RECEBE O ABRAÇO
AMÁVEL DA ESPOSA//
DAMIÃO É SÓ MAIS UM DOS MAIS DE 12 MIL VENDEDORES INFORMAIS DA
CIDADE DE MANAUS//
O VENDEDOR AMBULANTE SEGUE APENAS COM UM ÚNICO OBJETIVO/
GARANTIR O SUSTENTO DE MAIS UM DIA E REALIZAR UM SONHO/ OFERECER
UM FUTURO MELHOR PARA A FILHA///

PASSO 28 – DEPOIMENTO DO SEU DAMIÃO

PASSO 29 – ENTRAR IMAGENS DE APOIO

OFF 15: A REALIDADE DOS VENDEDORES AMBULANTES QUE NINGUÉM VER/


QUE NINGUÉM IMAGINA/ DE UMA FORMA REAL/ A REALIDADE/ QUANDO AS
LUZES SE APAGAM//

MÚSICAS UTILIZADAS -Trilha sonora retirada do banco de dados Envato


CRONOGRAMA

ORÇAMENTO
5. MEMORIAL DESCRITIVO

IMINA BATISTA TRAVASSOS

Ao longo da minha vida acadêmica sonhei, desejei e almejei chegar na reta


final do curso e fazer um trabalho de conclusão de curso que fizesse uma diferença na
sociedade. Na minha visão, o jornalista tem um papel de extrema importância na sociedade e
deve ter relevância de atentar-se para a humanização do seu trabalho.
Pensando nisso, o meu TCC não poderia ter uma temática diferente. Ao escolher falar
sobre a visibilidade dos vendedores ambulantes, pensamos em promover uma cidadania
participativa.
O grupo desde do 7 período, onde nasceu esse projeto, desenvolveu um trabalho de
pesquisa para poder falar de forma clara e correta sobre o assunto. Quando fomos para rua,
colocar em prática o que estava no projeto, foi uma experiência surreal. Pois fomos de
encontro a realidade, isso trouxe para cada uma do grupo uma lição. Saímos com algum
aprendizado ao participar da produção do documentário, eu pude acompanhar isso de perto.
Encontrar esses personagens foi uma missão, pois tinham que ser personagens que trouxessem
e transmitissem a sua realidade para o público. Sabemos que não é fácil contar sua história
para uma pessoa desconhecida, tive que ganhar a confiança deles para poder transmitir, de
alguma forma, um pouco da sua realidade.
O roteiro foi pensando conforme o que tínhamos pensando no início, mas também
tivemos que adaptar para ir de encontro ao que os personagens estavam mostrando para a
gente durante o processo de filmagem. É difícil um roteiro inicial não sofrer alterações, e é
claro que o nosso não foi diferente.

JAQUELINE PIMENTA ALVES

Quando a equipe entrou no consenso sobre o tema do nosso TCC, foi como se
tivessem cortado o laço de um início de uma corrida, onde o prêmio seria o maior de todos, o
sentimento de gratidão e o certificado de que somos capazes. Esse foi o meu sentimento.
Conviver com alguns vendedores ambulantes da cidade de Manaus, me fez ter uma
nova visão sobre a vida. Aprendi que não tenho motivos para reclamar e que há pessoas que
são felizes com pouco.
Foi uma experiência que levarei para toda a vida. Vendedores ambulantes é uma classe
de homens e mulheres que nunca perdem o foco, e que saem de suas casas com uma Fé
inabalável.
A oportunidade de conhecer de perto histórias diferentes, foi muito gratificante. Ah,
um dos personagens do nosso documentário, Damião da Nobrega, me envia versículos
bíblicos todos os dias por volta de 1h da manhã através do whatsapp, e está tudo bem. Esse
horário, acredite, é o horário que ele se prepara para ir descansar.
A parte mais difícil, foi não se envolver com as histórias relatadas. Ao chegar dentro
das casas e presenciar panelas e geladeiras vazias e água de esgoto passando na porta da casa,
foi a pior parte.
Fiquei responsável em conduzir as entrevistas, e foi uma experiência única. Mas
acontece que um documentário envolve tantas coisas, que não tem como, toda equipe acaba se
envolvendo um pouco em cada etapa e no final, o extraordinário acontece, o nascimento de
‘filho’, que foi preparado com muito carinho e dedicação.
Fechei esse trabalho lindo junto às minhas amigas de faculdade, Imina e Kamila, com
muito orgulho e um aprendizado que só foi possível, porque tivemos professores
comprometidos com a educação e ética.

KAMILA AMOEDO MEIRELES

Chegar a uma conclusão de um tema para o TCC não foi tão difícil para o nosso
grupo, apesar de termos ideias diferentes. Mas a abordagem que fizemos foi bastante
trabalhosa, mas uma experiência incrível, pois convivemos e vimos de perto a realidade dos
trabalhadores ambulantes para poder passar as informações concretas no nosso trabalho.
Em umas das gravações, fomos para o sinal debaixo do sol quente vender água e
amendoim, junto de um dos personagens da gravação do documentário, e foi desafiador.
Receber o não das pessoas não é nada fácil, parece que as esperanças vão sumindo aos
poucos, mas logo em seguida, acontece uma venda, então parece que tudo muda.
Ouvir falar de dificuldades todos nós ouvimos, agora, presenciar as situações de
vulnerabilidade, é ir de encontro à uma realidade, que a sociedade não quer enxergar.
É com gratidão e alívio que estamos concluindo mais uma etapa das nossas vidas e
iremos seguir um plano de carreira. Com um bom aprendizado de ética e profissionalismo
seguiremos em frente com o dever cumprido.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

O documentário que conhecemos atualmente, só assumiu a sua forma durante a década


de 20 do século XIX. Ainda que o documentário não passe pelas grandes telas do cinema,
ainda assim, o papel do documentário na sociedade é abordar questões sociais, e foi a partir
deste ponto específico, que houve uma concordância para a escolha do produto.
O gênero cinematográfico ajuda a explorar a realidade tal e qual como ela é. Ainda
assim, tudo que o documentário consegue, tal como o cinema de ficção, é fazer uma
representação parcial e subjetiva da realidade, sempre influenciada pelo olhar do realizador.
O documentário serve como uma ferramenta de atuação na sociedade, trazendo para
quem o assiste, a existência dos fatos vividos fora da tela. Depois de recolhido e passado por
uma análise criteriosa, o documentário deixa de ser um simples espelho da sociedade e passa
a ter um significado na realidade.
Ao se inteirar e entrevistar profissionais da área do comércio informal, percebemos
que os meios de comunicação podem atuar de forma mais concisa ao abordar o tema da
invisibilidade de uma classe separada dos demais. A mídia tem um papel significativo na
sociedade e nos proporciona uma gama de informações através da TV, rádio, jornal impresso,
internet e agora com os documentários jornalísticos. Através dele, é possível influenciar nos
comportamentos e atitudes de uma comunidade, ocupando um lugar nas áreas sociais,
econômicas e políticas, com tudo isso, o documentário pode ter um papel importante para
desenvolver políticas públicas.
Assim como o Decreto-Lei 2.041, de 1940, que regula o exercício do comércio
ambulante, proibindo a subida dos vendedores nos veículos em movimento para oferecer a
mercadoria aos clientes, segundo a Agência Senado, os vendedores ambulantes informais
sem ponto fixo, também precisam seguir regras, transformando em motivo para muitos não
escolherem a formalização.
Na identificação da rotina em busca da sobrevivência dessa categoria, foi visível a
ausência de amparo e como consequência surge a vulnerabilidade social, que se destaca mais
uma vez a fragilidade na relação familiar, o isolamento social dos jovens e comportamentos
ilegais e/ou tipos de violência.
A sociedade carrega uma força que poderia alcançar de forma social esses
trabalhadores, mas durante todo o desenvolvimento e pesquisas do documentário, percebemos
que não há interesse, e se não há interesse da sociedade, consequentemente deixa de existir
impulso dos setor público. Foi questionado o porquê de não haver equipes especializadas que
pudessem ser mais presentes nos lugares mais simples, e a resposta foi que não existe essa
possibilidade, porque é mais cômodo esperar que essas pessoas os procurem, e não o
contrário.
Com isso, concluímos através das pesquisas em campo, que a realidade vivida pelos
vendedores ambulantes informais, é desconhecida pelos órgãos competentes. Sabendo disso,
nasceu a importância de sugerir pautas concretas e claras nos meios de comunicação que
exibem a realidade dessas pessoas, com o objetivo não de ganhar ibope, mas de servir de
canal para que tenham dignidade e que possam usufruir dos seus direitos como cidadãos.
Ao colocar personagens desconhecidos diante das câmeras, além de trazer visibilidade
para diversas questões que passam despercebidas tanto pelo cinema quanto pela população, dá
relativo protagonismo ao sujeito ordinário, embora seja explícita a desigualdade na relação
entre câmera e entrevistado. Outro ponto que destacamos, foi o interessante de se ressaltar
nessa relação é a forma com a qual o entrevistado relate os fatos, também se aproximando
muito da ficção ao selecionar mentalmente qual será a melhor maneira para relatar sua
trajetória e em quais aspectos se apegará, por exemplo.
E é exatamente a partir de questões como estars que conseguimos fazer então emergir
uma 'atmosfera de verdade', colocando assim o próprio entrevistado em diálogo consigo
mesmo, pondo o particular e o único, como algo universal, possível, comum.
Concluimos como análises do Brasil contemporâneo, vítima de um capitalismo de
modernização com perspectivas indefinidas e completamente desiguais - algo cada vez mais
evidente. Também foi possível retratar com simplicidade e beleza tantas questões cotidianas -
algumas mais distantes de nós; outras, pelo contrário, tão próximas - propondo as mais
variadas perspectivas de se observar a vida do plural povo brasileiro.
REFERÊNCIAS

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pela Universidade de Brasília Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.

BRYMAN, Alan. Research methods and organization studies. London: Routledge, 1989

CASTEL, Robert. As metamorfoses da questão social: uma crônica do salário. Tradução de Iraci D.
Poleti. Rio de Janeiro: Vozes, 1998.

CONSERVA, M. de S. O labirinto da atividade na cidade de João Pessoa. In.:ARAÚJO, A. et. al.


(org.). Cenários do trabalho: subjetividade, movimento e enigmas. Rio de Janeiro: DP & A, 2004.

CESALTINA ABREU, «Desigualdade social e pobreza: ontem, hoje e (que)vamanhã», Revista


Angolana de Sociologia, 9 | 2012, 93-111

COUTINHO, E. Entrevista a José Geraldo Couto e Inácio Araújo, Ilustrada, Folha de S. Paulo.
28/11/1999.

EDUARDO COUTINHO, 1998 – Entrevista a Valéria Macedo, publicada na revista Sexta-Feira, em


abril de 1998.

EDUARDO COUTINHO <https://aterraeredonda.com.br/o-cinema-escrito-de-eduardo-coutinho/>.


Acesso em: nov. 2022.

PENAFRIA, Manuela. Perspectivas de Desenvolvimento para o Documentarismo. Universidade da


Beira Interior, 1999.

SANTOS, B. de S. Reconhecer para libertar: os caminhos do cosmopolitanismo multicultural. Rio de


Janeiro: Civilização Brasileira, 2003. Introdução: para ampliar o cânone do reconhecimento, da
diferença e da igualdade, p.56.

SANTOS, Boaventura de Souza. A Cruel pedagogia do Vírus. Coimbra: Edições Almedina S.A, 2020

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