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História- 5º Teste

Parte 1 – Unidade 1
1. Relacionar a dinâmica do crescimento industrial no século XIX com o caráter
cumulativo dos progressos técnicos e a ligação ciência-técnica
o Progressos técnicos com caráter mais científico
o Engenheiros, investigadores e cientistas são responsáveis pelos progressos na química, na
mecânica e na física
o Os progressos cumulativos científicos e técnicos permitiram o avanço industrial
o O desenvolvimento científico e técnico permitiu o aparecimento de novas indústrias e produtos
o Os processos de fabrico mais eficazes possibilitaram o desenvolvimento da indústria, o aumento
dos lucros e a expansão dos mercados

2. Caracterizar a 2ª revolução industrial (novas indústrias, novas fontes de energia,


revolução nos transportes e comunicações)
Século: XIX
Destacaram-se a Inglaterra, o Japão, a Alemanha, os EUA e a França
Setores de arranque: químico, siderúrgico e produtos elétricos
Principais fontes de energia: mais eficazes, estabeleceram novos processos produtivos
Vapor> petróleo/gás/gasolina/gasóleo estes novos combustíveis permitiram o motor de explosão e o
motor de combustão que substituíram a máquina a vapor sobretudo nos transportes levando ao
aparecimento dos primeiros automóveis
A invenção da turbina e do dínamo permitiram a produção da eletricidade que se impôs como forma
de energia mais revolucionária do século: era mais limpa e saudável, a sua produção exigia apenas
captação por dínamos e geradores da energia produzida por forças naturais como grandes quedas de
água; podia ser transportada até grandes distâncias e tinha múltiplas aplicações nos transportes, nas
novas formas de comunicação e na iluminação. Revolucionaram os locais de trabalho e a sua
organização: havia mais espaço para instalar máquinas e aumentar a rentabilidade
Melhorias na iluminação- aumento do período de laboração (fábricas e cidades iluminadas durante a
noite), ruas mais seguras à noite que permitiu o trabalho noturno
Inovações técnicas: estes novos combustíveis permitiram o motor de explosão e o motor de
combustão que substituíram a máquina a vapor
Desenvolvimento nos transportes: deveu-se ao surto de invenções e aperfeiçoamentos técnicos
maior eficácia, locomotiva, automóvel, barco a vapor
Os novos combustíveis permitiram o motor de explosão e o motor de combustão que substituíram a
máquina a vapor sobretudo nos transportes levando ao aparecimento dos primeiros automóveis
Graças aos transportes os produtos eram escoados mais facilmente aumentando os mercados e a
rentabilidade das empresas
Comunicações: deveu-se ao surto de invenções e aperfeiçoamentos; telégrafo, telefone e rádio
Aplicou-se a maquinofatura> fabrico em grande escala

3. Relacionar as novas formas de organização do trabalho com a dinâmica


industrial/ aplicação dos métodos de racionalização do trabalho
A passagem da manufatura para a maquinofatura trouxe várias modificações (económicas, sociais,
demográficas, políticas e mentais). A população concentrou-se nas cidades e o trabalho nas fábricas que se
organizam com um propósito: o lucro. A necessidade de o aumentar levou à preocupação com a
rentabilidade do trabalho que conduziu à racionalização do processo produtivo fabril. Chegou-se à
organização de linhas de montagem em que os operários se juntavam em grupos pequenos executando cada
um apenas uma das tarefas necessárias para a concretização do produto pela divisão do trabalho e
especialização de tarefas. O uso de passadeiras rolantes evitou as perdas de tempo e garantiu um bom ritmo
de trabalho. O lucro das empresas aumentou com recurso ao trabalho infantil e feminino (mais barato) que
significava mais trabalho no mesmo tempo (devido à automatização dos atos e dos gestos). estes novos
métodos de organização do trabalho fabril surgiram em Inglaterra, aperfeiçoaram-se na Alemanha e
atingiram o auge nos EUA, nos princípios do século XX.
Estas alterações desvalorizaram as condições de vida dos trabalhadores que se vão refletir na organização
das cidades. Com o desenvolvimento industrial surgem mais tentativas de racionalizar o trabalho de modo a
aumentar a produtividade e baixar os custos de produção. Henry Ford pôs em prática os métodos de
Frederick Taylor através da conceção da linha de montagem que aplicou na sua fábrica de automóveis
conseguindo um produto que revolucionou o mercado de veículos motorizados.
Na linha de montagem o operário torna-se um elo fundamental pois se um falha, para a linha de montagem.
O Fordismo favoreceu a produção em massa que levou ao consumo em massa, com isto, baixou os custos de
produção e os preços dos produtos. Esta produção em massa juntamente com a publicidade mudou os
hábitos de consumo gerais. O taylorismo (que ajudou a consolidar a produção e o consumo em massa
tornou-se um instrumento precioso do avanço da industrialização e do capitalismo) facilitou a expansão de
certas indústrias (consideradas de luxo) tornando-as acessíveis a um maior nº de pessoas. A racionalização
crescente do trabalho fabril e massificação da produção foram incompatíveis com as peças únicas ou
trabalhos feitos por medida que obrigavam a interromper o processo (gastando tempo e mão-de-obra). A
produção em massa optou pela uniformização e padronização de certas peças produzidas em série-
estandardização. Isto possibilitou novos processos de comercialização ligados ao consumo em massas,
como as vendas por catálogo.
Estandardização- fabrico em grandes quantidades a partir de uma peça-modelo/peça standard
4. Justificar a integração do sistema bancário na dinâmica do mundo industrial/
desenvolvimento do capitalismo industrial financeiro
Para sobreviver à concorrência, cada vez mais se recorria ao crédito (através dos bancos e outras formas de
financiamento). Quanto maior era a empresa menos vulnerável estava. A formação de unidades fabris cada
vez maiores alterou a gestão e organização dessas fábricas. Isto implicou a progressiva separação entre
capital e trabalho:
 Donos das fábricas entram com o capital (dinheiro)- o que os tornava donos dos materiais, das
instalações, da mão de obra e da produção
 Trabalhadores entram com os conhecimentos técnicos e a força de trabalho
O modo de produção industrial e capitalista (maquinofatura) define-se pelas seguintes características:
 Concentração dos trabalhadores e dos meios de produção em instalações próprias denominadas
“fábricas”;
 Mecanização crescente do processo produtivo e permanente atualização/modernização do mesmo e
do equipamento utilizado;
 Controlo ou disciplina do trabalho operário (estabelecimento de horários e de ritmos produtivos) e
racionalização de todo o processo laboral (divisão e especialização de funções, cadeias de
montagem...) com vista à produção e ao consumo em massa e à obtenção crescente de lucros;
 Separação progressiva entre o patronato (capital) e os trabalhadores (trabalho)
A concentração industrial (motivada pelas necessidades de crescimento, frequentes crises económicas e livre
concorrência) não seria possível sem o crescimento paralelo dos meios financeiros que ajudaram a essa
concentração- criação de novos bancos (públicos e privados), aumento da atividade bolsista e crescimento
da moeda fiduciária.
5. Reconhecer as características das crises do capitalismo liberal, nomeadamente o
seu caráter cíclico e as suas principais consequências
Ao longo do séc. XIX, (devido ao capitalismo, industrialização e liberalismo) ocorreu um crescimento
económico irreversível. Aumentou a oferta e a procura e o consumo afirmou-se como hábito das sociedades
industrializadas. Este crescimento ocorreu de forma instável- não de modo regular, mas com constantes
flutuações dos preços, dos salários, do emprego e dos lucros que quando se agravavam provocavam
violentas crises que abalavam a vida económica, social e política.
Três tipos de ciclos económicos (oscilações de preços/salários/lucros):
o 3 a 5 anos- ciclos mais curtos
o 6 a 10 anos- tendência expansiva e outra depressiva
o 50 a 60 anos
As crises do capitalismo eram consequência da superprodução e não de subsistências. Vivendo-se um
período de liberalismo em que o Estado não intervinha na economia, esta decorria segundo as leis da livre
concorrência (oferta e procura). Movidos pelo espírito de lucro, os produtores aumentavam constantemente
a produção adiantando-se, por vezes, à procura prevista. Nas condições da livre concorrência, qualquer
imprevisto podia alterar o comportamento e preferências dos consumidores, provocando a superprodução e
crises cíclicas.
6. Relacionar a divisão internacional do trabalho com a estrutura do comércio
mundial gerado pela industrialização

Parte 2- Unidade 2

1. Referir os motivos do crescimento demográfico/ explosão populacional do século


XIX
A combinação do desenvolvimento industrial e agrícola proporcionou melhores condições de vida
resultantes da abundância de géneros alimentares e em melhores cuidados de saúde que diminuíram a
mortalidade levando ao aumento da população.
2. Justificar a expansão urbana
Deveu-se a fatores como
o Maior crescimento natural das populações
o Concentração das indústrias e serviços nas cidades que aumentou a oferta de emprego (sobretudo
zonas portuárias, cruzamentos de redes de transportes)
o Encontravam se os organismos da admistração pública, mercados/feiras mais importantes
o Afluxo de populações das zonas rurais atraídas pelos salários da indústria e emprego nos serviços
o Fascínio que a vida citadina, comodidades e as modernidades provocavam nas populações
Motivos:
o Religiosos- fuga dos judeus a perseguições
o Políticos- necessidade de povoação das colónias
o Sociais e económicos- procura de melhores condições de vida
3. Caracterizar o novo urbanismo oitocentista
4. Enunciar os movimentos migratórios ocorridos no século XIX
Século XIX:
 Elevado aumento demográfico
 Transformação da economia rural numa economia industrial e urbana
Êxodo rural:
 Saída dos campos para as cidades
 Sobrelotação do espaço
 Degradação das condições de vida
Emigração Europeia:
 Destinos: EUA, Canadá, África do Sul, Austrália e Brasil
Motivos:
o Religiosos- fuga dos judeus a perseguições
o Políticos- necessidade de povoação das colónias
o Sociais e económicos- procura de melhores condições de vida
5. Distinguir a nova sociedade de classes relativamente à organização social pré-
liberal
Séc. XIX:
o Abolição da sociedade de ordens baseada no privilégio do nascimento
o O lugar de cada indivíduo na sociedade era diferenciado com base na sua riqueza, no seu papel
económico e/ou na função desempenhada (havia maior mobilidade social; sociedade mais flexível)
o Continuaram a existir desigualdades económicas e políticas
o Criou-se um novo tipo de sociedade: a sociedade de classes
O liberalismo político aboliu os antigos estatutos das ordens, acabou com os privilégios de nascimento e
reconheceu, constitucionalmente, a igualdade de todos perante a lei (pondo fim ao predomínio social e
político da aristocracia); Institucionalizou a soberania popular através do direito ao voto, da liberdade dos
partidos e da isenção dos governos ao implementar a tripartição dos órgãos de soberania- separação de
poderes. Esta sociedade estava ao alcance de qualquer cidadão que podia ascender ou descender
socialmente. Cada vez mais numerosa e influente, a burguesia desempenhou um pepel determinante no séc.
XVIII, afirmando-se como classe e colocando-se à frente do desenvolvimento cultural, económico e até
político das nações. A consciência do valor próprio e o desejo da mudança fizeram da burguesia o elemento
fundamental das transformações e reformas que acabaram com a sociedade do Antigo Regime. Todos os
Homens nascem livres e iguais em direitos e deveres.
As diferenças deveriam resultar:
o Do mérito próprio
o Da inteligência
o Coragem
o Talento
o Capacidade de trabalho
o Dedicação
o Disciplina
o Força de vontade
o Honra
o ...
A burguesia liberal defendeu a dignidade de trabalho e do esforço individual (ao contrário da mentalidade da
antiga nobreza- defensora de ócio, esbanjadora e improdutiva) como processo de libertação do Homem em
relação às condições de origem. Isto determinava o êxito ou fracasso e a condição social.
6. Relacionar o papel da burguesia, como nova classe dirigente, com a expansão da
indústria, do comércio e da banca
A industrialização crescente e o desenvolvimento tecnológico desestabilizaram o mercado de trabalho,
tornando-o cada vez mais exigente quanto à preparação profissional e intelectual dos trabalhadores. Os casos
de ascensão social privilegiavam aqueles que possuíam melhores condições socioeconómicas (fortuna,
proteção familiar, formação escolar e intelectual). Assim, era dentro da burguesia que se desenvolviam os
líderes das grandes empresas, quer da indústria quer da banca. Esta classe social alcançou o êxito devido a:
 Carreira de armas
 Formação e os estudos (único meio de adquirir as competências necessárias ao desempenho de certas
funções)
 Funcionalismo público e privado
 Ensino (também em crescimento devido à importância que adquiriram na estrutura do Estado e da
sociedade)
O ensino não estava ao alcance de todos. Requeriam disponibilidade de tempo e dinheiro e exigiam grandes
dotes intelectuais.
Burguesia- tinha acesso à propriedade dos bens, usufruía de maior pode económico e prestígio social.
7. Caracterizar a condição burguesa tendo em conta os estatutos económicos,
valores e comportamentos sociais
Distinguia-se pela fortuna, profissão, cultura, nível de estudos e sentimento de pertença a um grupo distinto
na sociedade. Perpetuou-se como classe dominante com base na valorização da família. Formava “dinastias”
familiares, exaltava o percurso de sucesso e de êxito iniciado pelos seus antepassados, através do esforço e
do trabalho (self-made man). Apoiou a cultura e as artes, as atividades de lazer e a moda.
Valores:
 O valor do trabalho e do mérito
 A poupança e a virtude
 A defesa da propriedade individual e da livre iniciativa
 A honestidade, respeito e solidariedade
 O culto do self-made man
 O gosto pelo luxo e ostentação contrastava com a sobriedade e poupança
 O apoio a obras sociais através da filantropia

Comportamentos:
 Morava em belas residências apalaçadas
 Vestia-se sempre de acordo com a moda
 Preocupava-se com o “saber estar”
 Preservava a reputação e o decoro público evitando os escândalos
 Era metódica e organizada (negócios e vida privada)
 Cultivava uma vida social sofisticada (grandes banquetes, receções, bailes...)
 Viajava com frequência (férias em luxuosos hotéis)
 Frequentava teatros, óperas e bons restaurantes
 Valorizava a cultura (educação nos melhores colégios e universidades)
 Valorizava a família

8. Explicar a afirmação das classes médias no contexto da expansão urbana e do


desenvolvimento do comércio e serviços
Classes médias possuíam extreme mobilidade social mas tinham em comum o “viver, total ou parcialmente,
de outra coisa que não o trabalho braçal”. Tinham as tradicionais categorias burguesas (comerciantes,
mestres de ofícios, profissionais liberais...) e também cargos nascidos com a nova divisão do trabalho que a
industrialização e a vida moderna operavam (como o funcionalismo público ou privado).
O seu nº aumentou no séc. XIX devido a 4 fatores:
 Crescimento natural da população urbana (classes médias oitocentistas foram sobretudo urbanas)
 Mecanização crescente dos processos produtivos na indústria e na agricultura, o que libertou mão
de obra para os serviços (setor terciário)
 Alargamento dos setores administrativos das grandes empresas industriais, comerciais e
financeiras (o funcionalismo privado foi o que mais contribuiu para o aumento das classes médias,
nesta época)
 Modernização e crescente complexidade dos aparelhos administrativos dos Estados
(funcionalismo público, polícias, correios, ferroviários, professores...)
O crescimento do setor terciário alterou a estrutura da população ativa na Europa. O crescimento das classes
médias atribuiu-lhe uma nova importância política pois pelo seu nº, instrução e situação fiscal dominavam a
opinião pública e constituíam a maioria; e económica pelo poder de consumo possuído e pelo dinamismo
produtivo. A grande diversidade de situações socioeconómicas e socioculturais no seio das classes
médias explica a ausência de uma mentalidade comum e, portanto, uma fraca consciência de si
próprias enquanto entidade coletiva, ou seja, enquanto classe.
Classes médias- conjunto heterogéneo de indivíduos espalhados por vários estratos sociais e profissionais
que ocupavam todos os degraus da hierarquia económica: da quase miséria à prosperidade dos patrões de
pequenas e médias empresas industriais ou comerciais.
 Constituía um grupo heterogéneo
 Tinha fraca consciência de classe e interesses muito variados
 Procurava seguir os valores e imitar as formas de vida da alta burguesia
 Até cerca de 1880, a maioria das classes médias não teve um papel político marcante
 Com o alargamento do direito de voto e sufrágio universal masculino, passaram a ter um papel mais
destacado
O setor terciário exigiu a constituição de um corpo de empregados, funcionários, com diversas funções
O desenvolvimento dos cuidados de saúde e do ensino alargaram o setor terciário
9. Destacar a importância da educação na promoção social e os valores cultivados
pelas classes médias
Imitando os ideais da alta burguesia assumiram uma atitude conservadora e uma mentalidade que assentava
nos valores da família, moral religiosa e respeito pelo dinheiro e pelo poder. A burguesia valorizava a
cultura e, por isso, oferecia aos seus filhos educação nos melhores colégios e universidades
Defendiam os valores da burguesia tradicional:
o Igualdade jurídica
o liberdades individuais
o individualismo do mérito pessoal
o apologia da educação, trabalho e poupança
o respeito pela propriedade
o fé no progresso e no bem-estar material
o mobilidade social
Valores mais vincados do comportamento das classes médias: discrição; regularidade dos hábitos de
vida; recato e compostura no vestir, no agir e no falar; respeito pelos cerimoniais sociais de cortesia e de
boa-educação; o cumprimento dos deveres cívicos; a defesa das virtudes domésticas e públicas
10. Caracterizar a condição operária quanto às condições laborais e de vida
O operariado era formado por todos os assalariados industriais ou fabris/ todos os que vendiam o seu
trabalho braçal em troca de um salário. 1/3 da população ativa.
Mão de obra era instável. Como o objetivo era reduzir os custos de produção, mão de obra era
frequentemente cortada no número e no custo. Como o desemprego era elevado, havia mão de obra
sempre disponível. As máquinas substituíram os trabalhadores e quem não se adaptava era excluído.
Inflação dos preços dos bens essenciais contribuiu para que os salários diminuíssem e se acentuasse a
condição de miséria. A necessidade de sobrevivência fez com que as mulheres e crianças fossem
chamadas também a contribuir, este trabalho era pago abaixo dos salários masculinos pelo que passou a
ser a mão-de-obra favorita dos patrões que procuravam diminuir os custos de produção.
Grande parte das indústrias funcionavam em espaços degradados e impróprios como caves ou barracões
improvisados nas zonas periféricas das cidades. Os operários aglomeravam-se nesses espaços insalubres
ao longo do dia que passava das 12h diárias, sem interrupções. Tais condições cansavam e
desmotivavam os operários mas com os avanços técnicos do processo produtivo as suas tarefas passaram
ao mero acompanhamento de máquinas.
Artesão> operário indiferenciado
A falha mínima no cumprimento das regras era castigada e deduzida do salário. Não possuíam qualquer
tipo de férias, faltas, assistência na doença, na invalidez e na velhice e podiam fazer-se despedimentos
sem pré-aviso, sem justa causa ou sem direito a indemnização.
Esta pobreza aumentou a distância entre a burguesia e o operariado que era visível na organização das
cidades. O proletariado trabalhava em fábricas com más condições de higiene e falta de segurança.
Estavam subalimentados, sujeitos a rotinas duras e sem descanso e as doenças tinham alta incidência no
operariado mantendo-se a mortalidade infantil muito elevada. As condições de saúde eram agravadas
pelas más condições de habitação. Alojamentos urbanos eram de alto custo e a falta de construções
específicas para os operários levou ao arrendamento de velhos prédios degradados perto das fábricas e
das lixeiras e mesmo estes não eram acessíveis a todos, muitos eram obrigados a ficar na rua.
Sobrelotadas as casas degradavam-se rapidamente. Com os custos de alojamento e de alimentação,
pouco sobrava para outras necessidades (saúde, educação, roupa, lazer) e muito menos para a poupança
(muito apreciada pelos burgueses). As relações familiares deterioraram-se (fáceis divórcios, infanticídio
e abandono de crianças era frequente).
O desemprego e a ausência de solidariedade permitiram a proliferação de vícios como o alcoolismo, a
prostituição, a mendicidade, o crime... Estes bairros tornaram-se perigosos, cada vez mais evitados pela
burguesia citadina, pelas classes médias, cada vez mais afastados da dura realidade dos operários.
11. Reconhecer o associativismo e o sindicalismo como formas de resposta à
“Questão social” do capitalismo industrial
O liberalismo político (ao legislar a liberalização da economia e da mão-de-obra) proibiu todas as antigas
associações profissionais de solidariedade entre os operários deixando-os isolados e desprotegidos. Não
impediu, a sobrevivência de certas formas de mutualismo e entreajuda como:
o As associações de socorros mútuos que prestavam assistência na doença, no desemprego e em
situações de acidentes de trabalho
o As cooperativas que protegiam os interesses comuns, eliminando a concorrência e distribuindo de
forma equitativa os lucros
o Os sindicatos, organizações profissionais formadas para conquista, defesa e manutenção dos
interesses comuns a nível salarial, social e político
Os sindicatos surgiram no decorrer do movimento operário- formas espontâneas ou organizadas de luta
(ataques Às fábricas, destruição das máquinas, manifestações e greves) que os operários levaram a cabo em
todos os países industrializados. Apesar desta expansão, tiveram impedimentos e fragilidades com a
capacidade de recrutamento das suas bases associadas, o poder de organização e obtenção de recursos
financeiros. Isto retirou-lhes capacidade de luta tornando-os inoperantes nas crises de desemprego do alto
custo de vida ou face a ameaças de repressão. Assim, a maior parte dos sindicatos foi de curta duração.
No entanto, foi através da luta sindical (greves, manifestações e negociações coletivas) que o proletariado se
uniu e desenvolveu a consciência de classe obtendo as primeiras vitórias na melhoria das suas condições de
trabalho e de vida: negociação de contratos coletivos de trabalho com salvaguardados direitos a férias,
descanso semanal, faltas e assistências; aparecimento do sistema de segurança social; regulamento do direito
à greve; aparecimento das primeiras leis de proteção do trabalho feminino e infantil
Associativismo- criação de associações para concretizar medidas de solidariedade entre os membros da
classe- espírito de cooperativismo- vai marcar as propostas do socialismo utópico
Sindicalismo- criação de organizações para defesa dos interesses de classe (profissionais e sociais) dos
operários no contexto da sociedade industrializada- espírito de luta social e política- vai marcar as propostas
do socialismo científico/ marxista
12. Evidenciar o aperfeiçoamento do sistema liberal no mundo ocidental na 2ª
metade do século XIX, apesar da permanência de limitações de democraticidade
e daí o surgimento de reivindicações dos excluídos da democracia representativa
1ª metade do séc. XIX:
Até cerca de 1850/60- sufrágio censitário:
 Monarquias constitucionais
 Alguns regimes republicanos
Regimes liberais moderados
2ª metade do séc. XIX
De cerca de 1850 aos inícios do séc. XX- sufrágio universal
 Aumento do nº de repúblicas
Alargamento da participação cívica

DEMOLIBERALISMO
1ª metade do séc. XIX- liberalismo de cariz conservador/ burguês- rotativismo- alternância entre dois
partidos: um mais conservador e outro mais reformista (mais progressista) -> controlo do sistema político
pela alta burguesia o que supõe que haja excluídos
Excluídos: pequena e média burguesia urbana, operários; assalariados rurais -> vão começar a organizar
outros movimentos e mais tarde partidos -> ideologias de republicanismo e socialismo
 Fim do sufrágio censitário
 Diminuição da idade legal para votar
 Voto para as mulheres
13. Contrapor o aperfeiçoamento do sistema liberal no mundo ocidental ao
autoritarismo dos Estados autoritários da Europa Central e Oriental

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