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TRANSFERENCIA DE CALOR E MECANICA DOS FLUIDOS COMPUTACIONAL FUNDAMENTOS E COORDENADAS GENERALIZADAS CLOVIS R. MALISKA Laboratorio de Simulagao Numérica em Mecdnica dos Fluidos e Transferé Departamento de Engenharia Mecanica Universidade Federal de Santa Catarina x GR. Maliska dia fiterntura existente tem sido, em geral, enderecada aos pescuisadores e para consults de t6picos especiticos. A forma de organizacio deste livro ob jetivou o aprendizado panlatino ¢ a busca eonstante da interpretagio geométrien e fisiea, para facilitar o entendimento, prineipalmente em coordenadas geueralizaudas, No final da segunda parte, sia apresentados exemplos que refletem os tra- bathos de pessuisa ¢ de orientacio de teses e dissertagdes, bem como os projetos ido interagio com empresas, desenvalvidos pelo autor e seus colegas do SINMEC Laboratorio de Simulagae Numériea em Mecduica dos Fluidos e Transferencia de Calor. Os profissores e os alunos de graduagio ¢ pés-graduagio do SIN. MEC contrib modo significativo, para 0 amadureeimento desta ‘em nosso Departamento, A todos, ¢ em especial ao Prof. Antonio Fabio, que esteve coigo desde o inicio destas atividades, deixo meus sinceros agradeci- mentos, De uma forma diveta algumas pessoas contribuiram deeisivamente para a realizago deste livro. Gostaria de agradecer 20 Joao Flivio, por ter realizado, com a paciéneia que a tarefa exige, o excelente trabalho de edigio de meu texto digitado em TEX; A Ana Liicia, pelo desenho da maioria das figuras, feitos sempre com muita dedicagao; 20 Marcos Livramento, por sempre ter a solugao de como fazer quando a parafernilia de aplicativos e equipamentos compu- tacionais nfo sio compativeis; ao Axel, por sua incansivel ajuda em outras atividades, permitindo-me tempo para dedicar ao livro, ¢ a0 meu filho Clovis Jr, que, desde bastante novo, muito tem me auxiliado na érea compntacional Nosso lazer tem sido, freqiieutemente, discutir nossas atividades de pesquisa. Bolsistas de iniciacao cientifica do SINMEC também colaboraram digitando equagoes ¢ fazendo figuras. Para nao cometer injusticas, pego a eles desculpas or no nominé-los. ‘Agradego também ao Sr. Pedro, & Sra. Talita ¢ ao Sr. Francisco, da LTC, pela amavel acolhida que recebi quando manifestei interesse em publicar men livro e pela ajuda durante a preparacao do texto, Finalmente, coloco meu enclerego eletronico, maliskatsinmec.ufse-br, & dis- posigao do leitor para sugestoes e comentarios sobre 0 texto e indicagao dos possivels erros encontrados. Clovis R. Maliska Sotembeo de 195 Sumario Prefacio Sumario L. Introdugao 1.1 Prelininares 1.2 Diferencas Pinitas, Volumes Finitos ¢ Blementos Finitos 1.3 - Objetivos ¢ Eseapo do Prosente Texto La - Problemas de Interesse 2. Aspectos Matematicos das Equagées de Con- servagaio 2.1 - Niveis de Formulagio dos Modelos 2.2 - Problemas Eliptieos, Parabiiicas ¢ Hiperbéticos 2.3 - Exerefcios b A 3. Obtencao das Equagdes Aproximadas — Aspectos Gerais B.1- A Taefa do Método Numéieo 3.2 © Método de Diferencas Finitas ~ MDF 3.3 - Formulagoes Explicita, Totalmente Luplicita e hinplicita 3.4 Comsisténcin, Estabilidade e Convergén 35-¢ 8.6 - Exereieios cy a 4. Obtencio das Equagées Aproximadas ~ Volumes Finitos 4.1 - Introdigio © Método dos Volumes Finitos 4.3 - Condugie Unidimensional Transiente 4.4 - Linearivagao do Termo Fonte 4.5, - Condigdes de Contorna 5 4.6 ~ Aproximagao da Equagio Geral da Coudugao Esteutura da Mateiz de Coeficientes 2 a 26 33 Et uM 4.8 Tratamento das Nao-linearidades * 56 4.9 Solugio do Sistema Linear de Equagées . 37 4.10- Cuidados Gerais na Obtengio das Equagdes Aproximadas 65 4.11 - Exereicios ee 68 5. Convecgio e Difusio — Fungées de Interpolagao 73 5.1 -Introdugio a. Fed 5.2- A Dificuldade do Problema Convectivo-Dominante % 5.3 - Fungies de Interpolagio - Suporte Fisico 7 5.4 - Fungdes de Interpolagéo Unidimensionais 2 5.5 - Difusio Numérica ou Fulsa Difusio . a7 5.6 - Outras Fungies de Interpolagao , anit 5.7 - Conclusdes ui ‘ 104 5.8 - Exerct . ts * 105 6. Conveceio ¢ Difusio ‘Tridimensional de 3 3,7) 06 6. Introdugio i 106 6.2- Integragio da Equagio para em 3D. . , 106 6.3 - Formulagio Explicita : . a 64 - Formulag4o Totalmente Implicita . 4 65 Bxereicios . . . , us 7. Determinacao do Campo de Velocidades — Aco- plamento PV’ i . oF uz 74 = Introdugio ' , uz 7.2- Sistema de Equagies a Ser Resolvido 17 7.3 - O Acoplamento Pressio-Velocidadle: Caracteristicas 119 7.4 - Métodos para Tratamento do Acoplamento P-V 126 1.5 - Condigdes de Contorno para P e P! 2 140 7.6 - Os Métodos de Acoplamento eo Arranjo Covlocalizado . |. 142 7.7 - Condigdes de Contorno para as Outras Variveis . 46 7.8- Conclusses AL lab 188 7.9 - Bxereicios 2 " in 8. Escoamentos a Qualquer Velocidade ~ Acopla- mento P-V/p alls ‘ 155 81- Introdugio iss s 8.2 - Acoplamenta Presito-Velodidade' Pr satlo-Densidade 156 8.3 - Acoplamento Temperatura-Velocidade 164 i il Sumrio 8.4 = Conetusses 8.5 - Exercicios.. Es i Bie robleraas Bi eTridimensionais Parabélicos)< 9.41 Introdugio 9.2 - Problemas idinenglonala Parabélicos Bxternoa 93 - Problemas Bidimensiouais Parabslicos Internos 9.4 - Problemas Tridimensionais Parahdlicas Externos 9.5 - Problemas Tridimensionais Parahdlicos Inteenos 9.6 - Conclusées: z 9 10. Recomendagées Gerais para Concepeao e Teste do Programa vetoes 10.1 - Introducao 10.2 Os Requisitos para o Analista Numérico 10.3 - Escrevendo Seu Programa 10.4 - Executando Seu Programa 10,5 - Escolhendo Problemas-Testes, Buscando Eros 10.6 - Observando as Caracterfsticas da Solugio 10.7 - Conclusies Lig ie 11. Diseretizagao Gotnelaante com a Fronteira 11.1 Introdugio 11.2 - Malhas Estruturadas ¢ Nao-estruturadas: ORTH 11.3 - Dominio Fisico e Dominio Transformado 11.4 Tratamento das Fronteiras Obtidas por Cortes 1L.5 - Conclusdes, 11.6 - Bxereicios ait 2, Transformagio de Coordenadas 12.1 - Introdugao 12.2 - Sistemas de Coordenadas Curvitinens 12.3 - Comprimento ao Longo de um Bixo: oordenado 12.4- Areas no Sistema de Coordenadas Curvilineas 12.5 - Vetores de Base 12.6 - Representagao de Vetores no Sistema dle Coordenadae Cur- vilineas 12.7- Exemplo de uma Trensforinagio Néo-ortogonal 12.8 - Conclusées 12.9- Exereicios Exereicios xi 165, 165, 167 167 168, 170 170 473 179 179 180) 180 180 181 184 186 193, 197 198 198 21 222 223 225 225 226 229 231 233 245: 250 xiv C. R. Maliska 13. Geragao do Sistema de Coordenadas Curvilineas 252 1.1 - Introdugio ‘i 252. 18.2 - Motivagio para Uso de Equagées Elipticas 20... 254 13.3 - Transformagio das Equagies de Geragio. . s,s. 260 13.4 - Condigdes de Contorno para as Equagies Transformadas . . 266 13,5 - Solugdo Numérica das Equagdes de Geragdo Transformadas . 268 13.6 - Outros Si 18.7 - Sistemas Parabélicos © Hiperbolicos de Geragin de Coorde- jemas Elipticos de Geragiio de Coordenadas on wadas =. i H ore 13.8 - Métodes Algébricos de Geragio de Coordenadas 24 3.9 - Transformagées Analfticas 280 13.10 - Obtencio das Métricas Numericamente aly, 282 13.11- Exerefeias . ta As 281 14, Transformagao das Equacées de Conservagao 236 ‘14.1 - Introdugao . . . . - . . 286 14.2 - A Transformagi 287 14.3 - Conclusoes . |. . - arth m i + 25 144 - Bxoreicion 295 15. Obtengao das Equagdes Aproximadas 208 15. Introdugio ss i. a 208 15.2 Integracdo das Equacdes SSRN a 299 15.3 - Condigdes de Contorno us » (322 154 A Técnica de Multiblocos 328 15.5 - Bxercicios 333 16. Malhas Nao-estruturadas 235 16.1-Introdugio . . OD'SR ogni He 335 16.2 - Construgao das Volumes Finitos . : 336 16.3 - Formulagdes Usando os Diagramas de Voronoi. 339 16.4 - Formulagéo Usando 0 Volume Criado pela Mediatriz 355 16.5 - Solugao do Sistema Linear. . 360 16.6 - Condigdes de Contorno 361 16.7 - Conclusoes * oe 363 17. Aplicagdes. oo stro 364 ‘ 17.1 - Introdugao 364 17.2-Problemas Hustratives . 0.2. 364 i iin Sumério xv 1793 ~ Visualizagio Cientifica 399 Referéncias Bibliograficas 407 420 Indice Alfabético ecleannlice Geatemiln ees enaith agli aur: A : : i eee oaldddst | Diaxnss jae Babak: Jew aia CAPITULO UM Introdugéo 1.1- Preliminares 0 uso de téenicas numéricas para a solugao de complexos problemas da ‘engenharia ¢ da fisica. 6, hoje, uma realidade, gragas ao desenvolvimento de computadores de alta velocidade ¢ de grande capacidade de armazenamento. Em funcao dessa disponibilidade computacional, que cresce exponencialmente, © desenvolvimento de algoritmos para a solucio dos mais diversos problemas tem rerebido enorme atengao dos analistas numéricos. A ampla aceitacao dos ‘modelos numéricos pela comunidade interessacia na. solucio desses problemas explica-se pela grande versatilidade ¢ relativa simplicidade de aplicagao destas téenicas, O seguinte exemplo, extrafdo de [16], com a devida atualizagao das informagées, demonstra o creseimento vertiginoso da eficiéncia computacional (cquipamentos + algoritmos) nos iltimos anos. A solucao do escoamento tur- bbulento supersonico sobre um aerofélio, usando computadores do tipo IBM 704, existentes na década de 60, consumiria um tempo de computagéo de aproxima- damente 30 anos, com um custo de 10 milhées de délares. O mesmo problema, utilizando os computadores atuais, requer minuts de CPU cotn eusto de cen- tonas de délares. Outra tevolugio acontecida no campo da fabrieagio de equipaimentos com- putacionais foi 0 aparecimento das estagées de trabalho. Atualmente, elas se apresentam com capacidade de armazenamento e velocidade de processa- mento que permitem a solugio de quase todos os problemas numéricos de in- teresse da engenharia. Seus precos, por outro lado, so extremamente baixos, quando comparados com os dos supercomputadores. Mesmo pare os grandes problemas, que representam uma pequena parcela dos problemas cotidianos de engenharia e que fogem dla capacidade das estagées, praticamente todo procedimento de célenlo pode ser nelas realizado, deixando-se para os super- computadores apenas as execucies finais em malha refinada, Além disso, as ‘estagées possueti capacidades gréficas que permitem que os resultados soja imediataiente visualizados e interpretados. A integragao com programas de CAD, indispensdveis para definigao da geometria de solugdo e posterior geragiio da mala, fica extremamente facilitacla com 0 uso de estagdes de traballio, Ein resumo, fcaré cada vee mais facil, tanto no meio académico-cientifico como no industrial, 0 uso de ténicas muméricas para solugio de problemas ll 2 CR. Maliska do engenharia, uma ver que os custos para a aquisigdo dos equipamentos ne ceessirios seriio cada vez menores. A seguir, ¢ feita uma avaliagao da. potencia- lidade das diversas ferramentas disponfveis para esse fim. 0 engenheiro ow projetista incumbido de resolver um determinado pro- blema tem a sua disposicao, fundamentalmente, trés ferramentas: 1, métodas analiticos: 2, métodos muméricos (experimentagéo numérica); € 3. experimentagio em laborat6rio. ‘Os métodos analiticos e os numéticos formam a classe dos métodos tedricos, pois ambos objetivam resolver equagées diferenciais. A diferenca esté apenas na complexidade da equacao que cada método pode atacar. Os métodos analiticos tem o desvantagem de ser apliciveis apenas ern problemas cujas hipéteses sit piificativas os desviam demasiadamente do fendmeno fisico real. Alémn disso, si0 aplicados, normalmente, a geometrias simples ¢ condigdes de contorno também simples. Obviamente, as sougbes analiticas no devem ser descartadas ¢ uma das suas importantes aplicacoes 6, exatamente, para validar casos limites de modelos numéricos e anxiliar no desenvolvimento de métodos numéricos mais robustos. Uma vantagem significativa é a obtengio da solucio em forma fe- ‘chada, requerendo baixissimos tempos de computagio, Se um método analitico for suficiente para resolver o problema de interesse dentro dos niveis de pre- cisho e exigéncia necessérios, ele deve ser preferido. Uma regra bésica que deve ser observada em engenharin é 0 uso da ferramenta adequada ao tamanho do problema em questa. Com relagio experimentacio em laboratério, sua grande vantagem ¢ 0 fato de tratar com a configuracio real. Ela é, entretanto, de altissimo eusto ¢ rmuitas vezes nao pode ser realizacla, por questdes de seguranca, como 6 0 caso dda transferéncia de calor no micleo de reatores mucleares, ou pela dificuldade de reprodugio das condicies reais, como, por exemplo, no escoamento supersonico a grandes altitudes ou na simulagio de reservatérios de petréleo. Na auséncia de modelos matematicos estabelecidos e em geometrias extremamente complexas, rmuitas vezes é a tiniea alternativa de que o projetista dispse. A experimentagao numérica (uso de técnicas numéricas), por sua vex, pra ticamente nao apresenta restrigées, podendo resolver problemas com complica- das condigées de contorno, definidos em geometrias arbitratias e apresentando resultados com uma rapide. fantastica. Os dados obtidas devem ser, entre- tanto, confidveis ¢ este é um ponto de extrema importancia a ser observado pelo analista, Existem dois niveis de erros que podem estar presentes na solugio numérica quando os resultados so comparados com a realidade ce um problema fisico: no primeiro nfvel esto as erros mimérieos propriamente ditos, resultado da nf soluglo das equagdes diferenciais. Para detecti-los, os resultados devem ser comparados com outras solugées, analiticas ou numéticas, verificando-se se a equagio diferencial foi corretamente resolvida. Aspectos couo preciso Introdugtio 3 Us solugio @ convergéneia do algoritmo sao testados nesta fase, que pode ser chamada de validagao numérica. Esse processo atesta a qualidade do modelo numérico, No segundo nivel esto as erros, resultado do uso de equates dife- reneiais que nfo representam adequadamente 0 fenémeno. A validacio fisica, portanto, preocupa-se com a fidelidade do modelo matematico para com o pro- Dlema fisico em questo. Na visio da engenharia, este € © ponio que interessa. Logo, a ferra- imenta numérien é adequada e confidvel quando se esta de posse de min método Iumérico que resolva corretamente as equagoes diferenciais, e de um modelo Iatemiético que, sabidamente, represente com fidelidade o fenémeno fisico. I om lembrar que nada ajuda, do ponto de vista da engentiaria, ter um excelente modelo numérico, se o modelo matematico (isto é, as equagoes diferenciais esco- Ihidas) nao representa o fendmeno que se quer modelar. A nossa preoeupaciio, neste livro, ser4 apenas eon os aspectos do modelo numérico, apesar de, sem- pre que possivel, enfatizarmos a importancia de nao perder de vista a fisiea do fendmeno que est sendo modelado, A Fig. 2.1 detalha os dois niveis de validagao. A comparagio dos resultados numéricos (IRN) com os resultados analiticos (RA), se existirem, ou com ou- tros resultadas numéricos, caracteriza a validacao numérica. Por outro lado, a comparagio de RN com os resultados experimentais (RE) identifica a validagéo | fisica, Observa-se que qualquer processo de obter 0s resultados de um problema fisico ¢ suscetivel a erros, No caso, os procedimentas que podem levar a distan- ciar a zealidade fisica dos resultados obtidos encontram-se listados nas chaves. Portanto, sempre que isto for constatado, deve-se conferir esses procedimentos. Alguns exemplos da penetracéo da simulagio numérica na inddstria si0 importantes como motivacéo, No projeto de avides, por exemplo, 0 uso de técaicas numéricas diminui, sensivelmente, 0 trabalho de laboratrio. Atual- mente, as grandes companbias j4 utilizam o computador em larga escala, in- tlusive revolucionando o projeto em detalhes, 0 que n&o seria yfossivel com © uso do tiinel de yento apenas. Um exemplo marcante ¢ o taso do projeto do Bocing, 737-300, que apresenta uma nova dimensio do reator ¢ uma nova posigao do mesmo em relagio 4 asa, No 737-200, o reator & de menor dimensfio € colocado sob a asa, enquanto no 737-300 0 mesmo é posicionado ayancado em relagio A asa. A atual configuragio do 737-800 s6 foi possivel porque iniimeros experimentos numérieos foram realizados. Diz-se hoje, entre as especialistas, ‘que 0 737-300 nao estaria no mezeado se nao fosse a ajuda prestada pela si- rulagao numérica [120]. Diferentes testes realizados nao consegniram determi- har a condigao adequada de projeto. Uma varredura experimental completa das opgdes poss{weis no trinel de vento consumiria meses, com custos extrema mente elevados ¢ sem a garantia de determina a configuragiio adequada (28) Outra restricao ao projeto era a pequena distancia entre a asa eo solo, também resolvida pela via numérica, ~ 4G, Maliska Ainda com relagio a0 737-800, a simulagio numérica foi extensivamente sada na corroboragao dos testes de vo necessétios para certificar 0 aparelho Jjunto aos drgios oficiais. Um desses testes foi 0 do voo & baixa velocidade com 0s flaps abertos. Para esta situagao, 18 configuragdes foram analisadas © algumas “surpresas” surgidas durante o vo foram. previstas pelas sinralagies, cujos resultados ainda permitiram descobrir algumas limitagOes dos tiineis de vento nos testes & baixa velocidad [120] Estes exemplos mostram que, se 0 modelo matemitico representativo do fendmeno ja conhecido ¢ validado, néo & mais ldgieo usar a experimentagio de Inboratério, uma vez que os computadores ¢ os métodos numéricos podem resolver tal modelo matemético. Ou seja, no faz sentido usar o laboratério para produzit os mesmos dados que podein ser obtidos pelo computador com tum custo sensivelmente menor A tendéncia que se observa, portanto, é a realizagio de experiéncias em laboratério cada ver. mais sofisticadas com o intuito de usar os resultados na corroboragao de modelos matemiéticos e numéricos, na investigagao e entendi- :mento de novos fendmenos, que ainda necessitam ser matematicamente mode- lados, ¢ na avaliagao final de um determinado projeto. © laboratério deixar, certamente, de realizar a tarefa repetitiva, que ficard a cargo do computador. O ‘que deve ser buscado, portanto, é a associacao adequada dla sisnulacao numérica com selecionadas expetiéncias em laboratério, A unido dessas técnicas resul- tard em um projeto melhor € mais barato. Nao hé diivida de que este € 0 caminho da engenharia. moderna, onde a simulagéo desempenharé, cada vez ‘mais, yim papel decisivo nos custos e qualidade do projeto, caminhando lado a lado com a experimentagao de laboratério, E importante salientar que estamos observando, por enquanto em maior eseala aperias em pafses mais desenvolvidos, que as téenicas numéricas nfo esto presentes apenas na solucdo de complexos problemas a cargo de institutos de pesquisas ¢ universidades. Elas jé fazem parte das ferramentas didrias dos engenheiros em muitas empresas de grande e médio porte. Neste trabalho, a atencio é voltada para a modelagao de problemas que envolvem esconmento de fluidos com ou sem transferéneia de calor. A solticio ddessos problemas requer 0 manuseio das equacdes de Navier-Stokes, altamente no- lineates, acopladas as equagoes da conservagao da massa e energia. Os métodos dispontveis para o tratamento dessas equagées sio brevemente diseu- tidos a seguir. 1.2 - Diferengas Finitas, Volumes Finitos e Elementos Finitos Com o grande desenvolvimento experimentado pelos métodos numéricos & a conseatiente penetracio dos mesmos na engenbaria, no raramente se travam diseussies acaloradas a respeito da eficiéncia do método das diferencas finitas Introdueio 5 (MDF) ¢ elementos finitos (MEF). Minha intervencao neste ponto potenico tleve-se ao fato de ter observado, ao longo dos sltimos 10 anos, que muitas Mirmugdes acerca desses métodos sao oriundas do desconhecimento de sua na- tureza. Um breve histérico ¢ importante para o entendimento. O MDF sempre {oi empregado pelos analistas da area de escoamento de fives, enquanto 0 MEF 9 foi para a drea estrutural, na solugao de problemas da elasticidade, Os problemas, do ponto de vista fisico, so completamente diferentes. Os de escoa- Iento sio altamente nao-lineares (equagées de Navier-Stokes), enquanto os da ‘lusticidade nao possuem os termos convectivos, nao-lineares, € assemelham-se ‘problemas puramente difusives de transferéneia de ealor. Foi natural, por- tanto, 0 fato de os pesquisadores do MDF terem se concentrado na tentativa tle dominar as nfo-tinearidades dos termos convectivos ¢ no problema do dificil ‘ncoplamento entre as equacées, dificuldades nao encontradas em problemas de flasticidade. Por muito tempo foi deixado para segundo plano problema do tratamento de goometrias complexas, eo MDF teve todo o seu desenvolvimento baseado nos sistemas eoordenados ortogonais, como 6 cartesiano, 0 cilindrico ¢ o esférico. Por esta razio, muitas pessoas ainda vinculam o MDF com malhas furtesianas, equivocadamente, uma vez que ele pode ser aplicado a qualquer tipo de malha, mesmo a nfo-estruturada usada em elementos finitos. Por outro lado, 0 MEF sempre teve a vantagem de usar malhas ndo- ostrutiuradas, © que permite que problemas em geometrias complexas possam her tesolvidos, O MEF nao teve penetracao forte na drea de fluidos por muito twmpo, porque se acreditava que a equacio dlifereacial a ser resolvida necessi- tava de um principio variacional para que o método pudesse ser aplicado. Como ‘equagao de Navier-Stokes nio tem esta propriedade, a aplicagdo do MEP em fHuidos foi retardada. Até o inicio da década de 70, tinka-se, portanto, o MDF com grande ex- periéncia na area de fluidos, mas sem habilidades para tratar geometrias com- plexas; eo MEF, hébil no tratamento da geometria, mas sem ferramentas para tratar os termos convectivos presentes nas equagdes do movimento. Mesmo suplantando a questéo do principio variacional, através do uso, do método de Galerkin e outras variantes, o MEP no teve sucesso imediato em problemas de fluidos, uma vez que o método de Galerkin (que 6 equivalente ao uso de diferencas centrais no MDF) é adequado apenas para problemas puramente Aifusivos. (0-150 do método de Galerkin em elementos finitos & equivalente ao uso de diferencas centrais em diferencas finitas, ambos produzindo instabilidade em problemas de convecgao dominante. Este e outros problemas similares, que possuem a adequada interpretagao fisica pelo nao-funcionamento, motivaram pesquisas para o aprimoramento do método dos volumes finitos (MVE), no qual as equagdes aproximadas so obtidas através de balangos de conservagho dda propriedade envolvida (massa, quantidade de movimento, entalpia, etc.) no volume elementar. A observacao do carder fisieo de cada termo da equagdio. © GR. Maliska iferencial permitin que métocos mais robustos fossem desenvolvidos. A pos- sibilidade de associar a interpretagao fisica com a matemetica infiuiu de modo considersvel para que praticamente todos os analistas envolvidos com o MDF passassem a usar 0 MVF, visto que ambos, por serem equivalentes para uma série de problemas, levam mnitas pessoas a confundi-los. Importantes desen- volvimentos foram entao realizados no MVF, mas ainda ¢m coordenadas orto- gonais, principalmente cartesianas. ‘Uma grande transformagao, motivada pelo aparecimento de equipamentos ais velozes, processou-se na década de 70, Em meades dessa década, os sistemas coordenados ortogonais convencionais comecnram a ceder espago para ‘sistemas coordenados generalizados coincidentes com a fronteira do dominio, ¢ 0 MVF passou a resolver problemas de fluidos em geometrias irregulares Nos iiltimos 15 anos, fot espantoso o erescimento experimentado pelo MVF em coordenadas coincidentes com a frontelra. Praticamente todos os grandes pacotes hoje dispontveis no mereado para a sohigdo de problemas de eseoammento de fluidos com transferéncia de calor empregam coordenadas genetalizadas no ambito do MVF. Paralelamente, o MEF passou a empregar outras fancdes de intexpolagao para permitir 0 tratamento adequado dos termios convectivos nao-lineares. As fungées do tipo Petrov-Galerkin, que nadia mais so do que a ponderacio entre (0 efeitos difusivos e convectivos, semelhantes aos esquemas hibridos emprega- dos em volumes finitos, possibilitaram um expressivo avango do MEF na érea de escoamento de fluidos. Recentes formulagoes, onde estas fungdes sao desen- volvidas ao longo da linha le cocrente, tambéra equivalente aos esquemas skew usados em volumes finitos, permitiram que o MEF passasse, também, a tratar problemas de fluidos minimizando os efeitos de difuséo numérica. Atualmente, um grande esforgo de pesquisa esta sendo dedicadto ao desen- volvimento de métodos ein volumes finitos, usando malhas ndo-estruturadas, semelhantes, portanto, aquelas usadas em elementos finitos. No panorama atual, observa-se que ambos os métodos (MVF e MEF) estao resolvendo problemas altamente convectivos, inclusive com ondas de choque, ‘em geometrias arbitrérias, mostrando que existe entre eles uma forte seme Thanca em termos de generalidade. Se olharmos do ponto de vista matemético, dio poderia ser diferente, uma vez que todos os inétoclos numéricos podem ser derivados do método dos residuos ponderados, empregando-se diferentes fungies peso. Por exemplo, o MDP surge quando a fungao peso ¢ feita igual a fimcao delta no ponto em consideragdo; 0 MVF aparece quando esta funcao peso € feita. jgual a 1 no volume elementar, ¢ a zero ern todos 05 outros volu- mes elementares; {6 0 MEF-Galerkin surge quando estas funcdes peso so feitas iguais as fungdes tentativas. Logo, nao existe sentido em argumentar que tin determinado método é sempre superior a outro, visto que eles sao derivados do mesmo principio e diferem apenas na forma de minimizagao escolhida, O que se tem, na prética, sfo diferentes grans de experiéncia dos diversos métodos para diferentes problemas. Introdiicho 7 A preferéneta pessoal deste antor pelo método dos volumes finitos (MVE) pra problemas de escoamento de fluidos ¢ justificada primeiro pela escola se- uida na sua formagao e, segundo, pelo fato deo MVR, ao eriar suas equaces faproximacas, estar realizancdo um balanco da propriedade em nivel de volue Hos elementares. Se 0 que se busca com o método mumérico é a solugao da equiagio diferencial que representa a conservagao da propriedade em nivel de onto (infinitesimal), parece légico que as equacdes aproximadas (que formam ‘sistema linear) representem a conservagiio em nivel de volumes elementares (isereto). A depuragéo de um programa computacional também fica mals fieil quando 0 analista tem etapas a serem conferidas. Como no MVF os bax langos de conservacao devem ser satisfeitos em nivel de volumes elementares, pra qualquer tammanho de malha, todas os prinefpios de eonservaco podem ser thecados em uma malha bastante grosseira. Ou seja, quase tudo pode ser feito manuseando-se poucos resultados em execugdes répidas no computador, Ein ‘outros métodos, pode-se apenas conferir @ solucao com uma malha refinada. Recentes desenvolvimentos mostram também o MEF aplicado em nivel de volumes elementares, sendo denominado método dos elementos finitos baseado hho volume de controle, conhecido na literatura internacional como CVFEM = Control Volume Finite Blement Method, cujo objetivo 6 obter as equagdes apro- ximedas em nfvel de volumes elementares em uma base de elementos finitos. Muitos autores, principalmente aqueles ligados ao MEF cldssico, nfo conside- ram-0 CVFEM como um MEP, Entretanto, foge do nosso escopo aprofundar esta e outras questées espectficas, ‘Um outro método que vem ganhando destaque'e espago € 0 método dos elementos no eontorno (Boundary Blement Method - BEM, da literatura inter- nacional). Sua vantagem é a possibilidade de tratar apenas com a diseretizagdo da fronteira, sem necessidade de discretizar 0 dominio interno. O método é apli- cado quando € possivel transferir a influéncia do operador do dominio para a fronteira. Apesar de atraente, é um método que ainda estélonge de responder is solcitagdes dos problemas complexos resalvidos pelos outros métodos. Sem. diivida, € uma érea de pesquisa que merece esforges. 1.3 - Objetivos e Escopo do Presente Texto Com o desenvolvimento da rea de Meedniea dos Fluidos Computacion nal (CRD), muitos livros-texto foram publicados, A maioria deles é, entre: tanto, dirigida ao pesquisador ou ao aluno jé familiarizado com as metodologias numéricas moderna ‘A minha observagio da area, nos tiltimos anos, revela que, apesar do es pantoso creseimento no uso de métodos computacionais, prineipalmente em coordenadas generalizadas, o iniciante em métodos numéricos em coordenadas genetalizadas nao possui um texto que apresente os desenvolvimentos da me < todologia de forma gradual, permitindo 0 aprendizado paylatino e culminando 8 GR, Maliska com 0 desenvolvimento de seus préprios programas computacionais. Este texto tem, exatamente, o objetivo de preencher esta lacuna. © texto divide-se em duas partes: a primeira preocupa-se em apresentar (0s conceitos bésicos do método dos volumes finitos e, a segunda, o uso de coordenadas generalizadas no método dos volumes finitos. Na primeira parte, por simplicidade, os desenvolvimentos sero realizados utilizando o sistema cartesiano de coordenadas, sem prejuizo do entendimento completo daquilo que se buscar estudar, uma vez que toda a formulagao basica serve para qualquer sistema coordenado. O texto é assim organizado com 0 objetivo de torné-lo mais didatico. © Cap. 1 fas a introdugao e tece consideragbes sobre os métodos numéricas atualmente disponiveis para resolver problemas de Mecanica dos Fluidos ¢ ‘Transferfneia de Calor. O Cap. 2 discute aspectos matematicos das equagdes de conservacio. Esses dois capitulos discorrem sobre os assuntos em uma Tin= guagem adequada para 0s ja iniciados. Isto nao deve, entretanto, preocupar, porque o inicio do curso propriamente dito esta resetvado ao Cap. 3, € a nio- absorgao completa das informagdes dos Caps. 1 e 2 nao prejudicaré 0 aprendi- zado, Os Caps. 3 ¢ 4 apresentam a formulacdo para problemas de conducao unidimensional, sempre procurando mostrar que os conceitos adquiridos com estes problemas 880 gerais, Nos Caps. 5 ¢ 6, 0 importante problema das fungoes de interpolacdo é abordado. O campo de velocidades 6 considerado conhecido ¢ a maneira de calculé-lo, tratando, portanto, com o sistema de equagdes diferenciais parciais, é tarefa para o Cap. 7. Ainda no Cap. 7, discorre-se sobre os mais corren- tes métodos para tratar 0 acoplamento pressio-velocidade e a aplicagaio das ondigdes de contorno. No Gap. 8 é apresentada uma moderna metodologia para resolver proble- ‘mas para qualquer regime de velocidade, uma linha de pesquisa de vanguarda que vem atraindo a atencao dos pesquisadores, enquanto no Cap. 9 sa0 discu- tidos problemas tridimensionais parabélicos. ~=y 0 Cap. 10 traz recomendagées para aqueles que esto desenvolvendo seus programas, principalmente os iniciantes, para teste e depuracdo dos programas, sugetindo solugdes analiticas para comparagies, critérios de convergencia, ete. Na segunda parte é abordada a solucao de problemas usando coordena- das generalizadas coincidentes com a fronteira (oundary-fitted coordinates). O Cap. 11 define plano fisico e plano transtormado, preocupando-se com que 0 leitor tenha claros os procedimentos nsados em um mapeamento de uma malha arbitréria para um plano computacional regular. =7 0 Cap. 12 preocupa-se com a transformagao de coordenadas, buscando dar a interpretagao geométrica das grandezas mateméticas envolvidas. A ex- periéncia mostra que a ndo-familiaridade fisica e geométrica com 0 tensor métrico, métricas da transformagao, jacobiano, velocidades contravariantes ¢ covariantes, componentes fisicas, etc. dificulta o domfnio da metodologia. Introdugio 9 DO Cap. 13 discute a geragao do sistema de coordenadas generaliaadas, © inétodo diferencial e métodos algébricos so apresentados, No Cap, 14 as ‘jagdes de conservacio escritas no plano (c,y,2) so transformadas para 0 plano computacional (sistema de coordenadas generalizadas). Mais uma vez wnfatiza-se 0 entendimento fisico da transformacio. No Cap. 15 as equagies aproximadas no plano computacional sao obtidas. © processo ¢ idéntico ao apresentado na primeira parte, com a diferenca de que, gor, os balangos de conservagio sao realizados em volumes elementares irre- ulares, Ainda nesse eapitulo, os métodlos de acoplamento vistos na primeira parte sto estendidos para coordenadas generalizadlas. 0 Cap. 16 6 reservado para introduzir os conceitos basios da formulacao usando malhas nfo-estruturadas. Volumes de controle obtidos tanto com os iliagramas de Yoronoi, como com 0 método da mediatriz sio cousiderados. O desenvolvimento de métodos numéricos usando volumes finitos com malhias nao- fstruturadas é uma linha de pesquisa recente, que devers receber importantes contribuighes em uma. futuro breve O Cap. 17 apresenta uma série de problemas resolvidos pelo autor e seus olegas, usando coordenadas generalizadas, nas dreas de desenvolvimento de forvamentas numérieas e de aplieagoes , como aerodinamica subséniea ¢ su- petsdnica, escoamentos ambientais, simulagio de reservatdrios de petrOleo, pro- hlemas de transferéncia dé calor e mecinica dos fluidos, ete. A metodologia que seri apresentada neste texto pode ser empregada em uma série de problemas de interesse pratico. A préxima segio procura apre- sontar parte deste universo, 1.4- Problemas de Interesse © excoamento de fluidos com ou sem transferéncia de calor’ esta envolvide, praticamente, em todos os processos de producao de energia, nos fenGmenos unbientais, nos projetos de equipamentos térmicos, na engenharia heronsintica fe neroespacial, engenharia de reatores, bioengenharia, etc, A Fig. 1.1 procura identificar algunas éreas onde, cada vez mais, as téenicas numéricas sio em- pregadas. Os exemplos mostrados so, na realidade, classes de problemas. No caso da interagiio flido-esteutura, enquadram-se todos aqueles problemas onde ‘estamos interessados na determinagio da forga (geralmente dinimitca) sobre es- truturas, tais como trocadores de calor, avides, automéveis, ete. Existe una interagio interdiseiplinar no projeto global de equipamentos, Por exemplo, o campo de temperaturas em uma estrutura de um reator nuclear 6 um dado de entrada para modelos computacionais que determinam as tenses nossa estrutura, Outro exemplo 60 da interacdo fluido-estrutura que ocorre nas aeronaves. A exeitagio na estrutura, devido ao escoameliea, provoca vibragies que, por sua vez, modificam 0 escoamento, criando uma situacao fisica que requer a solugao de um problema acoplado de bastante complexidade. A lista 10 CR. Matiska de problemas interessantes & longa e intimeros problemas de muméricas modernas, fica como ex engenharia que podem eicio ao leitor imaginar os beneficiar-se com as ténicas PREVISAOCLIMATICA, SIMULACAO DE RESERVATORIOS DE PETROLED AERODINAMICA POLUIGAO AMBIENTAL Fig. 1.1 - Exemplos de problemas de interesse. CAPITULO DOIS Aspectos Matematicos das Equag6es de Conservagao 2.1 - Niveis de Formulagao dos Modelos {A obtencao da solucao de qualquer problema fisico requer a habilidade da ‘riagio do modelo matemyitico correspondente, O modelo matemtico deve ser tal que possa ser resolvido com. tempos de comprtagio nio-proibitivos e que os 1wsltados obtidos bem representem o fendmeno fisico em questdo. Obviamente, tingir este objetivo nao é uma tarefa facil. A Fig. 21 mostra, de mancira toquemdtica, a tarefa exigida ao buscar-se a solucio de um problema. Para a obtencao do sistema de equacies, representado na Fig. 2.1 pelo quadro Modelo Matematieo, a decisio importante a ser tomada com relagao tw nivel no qual os balancos de conseryaciio sio realizados. Citando os exire- nos, os balangos de couservagao podem ser feitos tanto em nivel molecular, riginando uma equagio para ead moléenta, como sobre volumes de controle, {que podem até, em determinadas direcdes, coincidir com o dominio de solucio. Nesses extremes, varia muito a complexidade dos métodos numérieos adequa- ‘los a cada situagio. A Tab, 2.1 mostra os niveis de formulacio dos modelos, Obviamente, a solugao de problemas dentro do nivel 1 ¢ computacionale inente impraticavel, No nivel 2 também o 6, pelo fato de se ter que resolver ‘as equagdes diferenciais para intervalos de tempo da oxdem das flutuagbes tu hulentas. Existem, atnalmente, tentativas para atacar o problema neste nivel Dentro dos niveis 8 e 4 6 que hoje se acomodam os modeles que resolvem es problemas de transferéncia de calor e massa em fluidas de interesse da enge- hacia. : As equagies de conservacao da massa, quantidade de movimento ¢ energia, para 08 niveis 2 © 8, eseritas no sistema eartesinno de eoordenadas, so dadas por (12] ap, 8 ao ‘3 tay eu)= (2a) Fee re ( (2.2) a Zon+ Bas nT. (2.8) PROBLEMA FISICO + Concepito dovexgrinen> + Lend sabes éropos + Quaid des ANALITICOS ccuiamentos de main : ee a + Be iis inal deep dieecais ; + cis de covet dos dive iste + Be RESULTADOS ne Fig. 2.1 -Mélodo de slugs vy UD BL Aspectos Mateméticos das Bquacdes de Conservacao 13 ‘abela 2.1 - Niveis de formulacko dos modelos. Nivel em que os Informagdes ‘Tipo de equagio balangas de conservagio necessirias resultant so efatuados Conservagio Massa molecular, para cada moléeula, Ieis de troca de QM, quagao para ven ‘campos de forgas: cada molécula clétricos, magnéticos, ete. Balangos onde: Propriedades relletindo Conjunto de tn Et Khe © comportamento molecular | equagées diferencisis Lin LE Le Ps ty By ete. parciais Fornecer py Balangos onde: 1s, ete, € as tenses Conjunto de tt de Reynolds, relagies de Le transferéncia de calor © ‘massa turbulent, Balangos onde 0 Fonecer as condigies de | Equagies diferenei volume de controle | contorno nas diracies onde | parciais, ordindias coincide com o dominio | 0 volume de controle ‘ow algébricas dle solugio em algumas) | caineide com o dominio iregan(des) ie solugio ‘tempo médio sobre as quais os balangos de ae sto realizadon tm: tempo entre colisdes molecilares 7) eseala de tempo para turbuléncia ‘comprimento médio sobre oa quais os balangos de conservagio so realaados Lm: livre caminho médio entre as moléculas ‘scala de comprimento para turbuléncia 1A. CR, Maliska AAs Bags. (2.1), (2.2) ¢ (2.3) podem ser eseritas para um campo escalar geral 4, neste caso expandindo os termos, como By Od ye (0) + 5p) + 3 (009) = a 620 é 0 a 9" = (oe) oe Wor) te Choe A Eq, (2.4) representa. a conservaco da massa, quando S¢ for igual 1 zero) p= 1 ha xuaghes dp mV ne CE Unesbs Gor ease fas chica Fasscis’tn Biel c's vo WTeORTS LACORS terns AE’ Gls Worl an inclui o gradiente de pressio. A equagao da energia é obtida fazendo-se ¢ = T, também com o termo fonte apropriado. T? representa o produto da difusividade Pee eae edn dh presi ite tnamrs ta boc cumtocreraa pen equagdes de Navier-Stokes I? = j1 e para a equagto da energia T= k/cp, F cri bentoescisatn # Tarninaat seit ony fice (e/ ep ayateehciusindo escoamento for turbulento, A Tab, 2.2 mostra os valores de 8° para as diversas SEF e ees shdiimianal open O primeiro termo do lado esquerdo da Eq, (2.4) é © termo temporal ¢ Face ranean Frrcsinte divoncio,Fincaments, froteenta Specie ia plopeielade" Fei go gciena de citrle, Gs Sate (ermal ga ts lace engi bs Bogie ret comin Siecslys da erat Eas aetna fe ail Eli adouce pond acini ae sas hameangde, Oe Pra 5 Woe lads ANG resets bulango doe abe ncn| an tis Tate 6 apt par uSeda Uy sites vole gol be ecabznn loa bpesesda pita a (4) (Obs fori atte Pda dd prea, Gabe # or a campo wet ial Astsell2 dps wink cepeneter a otis co 4g Gaita pelo be coven eer pl cumeia.caleane eugene a deaaLhssi eee ape ena habe tpariaeyrnies pores aL centam ao sistema quando o modelo (k-e) é usado para modelar problemas de (ocd ortaanta DOR ust ppriaae cMmUEC colts ate eed ponenté na fase, a concentragao de cada componente (C) pode ser calculada Kerwe evet on potando fur arama mogetior cata 2 O fechamento do problema é obtido com a equagio de estado (24) p= p(PT) 25) obtendo-se assim, para um problema tridimensional compressivel, seis equagdes (conservagao da massa, Navier-Stokes nas trés diregées, energia e estado), para sels incdgnitas p, u, v, w, Pe T. ’ ‘Pabela 2.2 - Valores de ¢, 1% © S*. Aspectos Matemdticos das Kquagies de Conservagtio. 1S em [12]. » ® & 0 teria de distipacio viscosa Hiquagio de conservagio. o T*. Sf Massa global 1 fo o Be + LUGE Hv -T)+ IQuantidade de movimentoem 2 | u | ge HUB) + ngs) Be By + iyludy — G4V-P)+ Quantidade de movimentoemy | v | x Buds) + Bugsy - 32 Bat geluBe — B00 Pit wvimentoon 2 | w |p Hug + Fog -H Energia” be lee Bey ee Marea de um componentes | | pD o ‘A equagio rs '® pode ser encontrada 16 GR, Maliska 2.2- Problemas Elipticos, Parabélicos e Hiperbilicos 2.2.1 - Introdugae A classificacao dos problemas em elipticos, parabolicos e hiperbélicos pode ser feita facilmente, de acordo com o tipo da equagio que governa o fendmeno, utilizando-se a relagio entre os coeficientes da equagio diferencial parcial. Esse tipo de classifieacao é puramente matemético e pouco ajuda na escolha do método numérico. Considerando, ainda, que o8 problemas de transferéncia de calor e mecénica dos fluidos sao governados por sistemas dle eqnacoes, a elas- sificncio do sistema é sempre mista. Por exemplo, as equngdes de conservagio para escoamentos compressivels formam um sistema de equagées denominado isto hiperbélico/parabélico, se os termos transientes'sio mantidos, e misto liptico/hiperbético, se os mesmos sao desprezados. mais didético nao elas- sificar 0 sistema de equagées como um. toro, mas sim apontar 0 caréter das ‘equagbes em cada direcao coordenada, Por exemplo, a equacio do movimento transiente, considerando-se 05 efeitos viseosos em todas as divegies eoordena- das, é uma equacao parabslica no tempo e eliptica no espago. A segulr, sa0 dados exemplos dessas classes de problemas, 2.2.2 - Problemas Parabélicos e Hiperbélicos Do ponto de vista mumérieo, 6 importante reconhecer as earacteristicas ‘das eqnagdes para que se possa tirar vantages computacionais, como tempo de computagio e armazenamnento das varidvels. E 6 precisamente interpretando as vantagens computacionais que é mais itil definir os problemas de transferéncia de calor ¢ mecanica dos fuidos em problemas que permitem a sua solugio pelo processo de marcha em uma determinada coordenada (temporal ou espacial) ¢ aqueles que nao permitem este procedimento, Procurando compatibilizar esta definigao com a definico matemética, po- demos dizer que problemas hiperbdlicos e parabslicos permitem procedimento de marcha, enquanto os elipticos nao o permitem. Problemas de marcha sio aqueles que nao necessitam de coridighes de contorno a jusante, isto é, depen- dem apenas de informagies montante, Os termos convectivos das equagdes de Navier-Stokes sA0 termos parabilicos, sendo facil entender que, se no existir outro meio de transporte da propriedade presente na equacio, nao seré possivel ‘que informagées a jusante sejam transmitidas a moutante, uma vez que as it~ formagées da conveeciio viajam apenas no sentido da velocidade e levadas por dla, A Fig. 2.2 mostra o clissico problema parabolico do escoamento bidimen- sional sobre umna placa plana. Neste problema os efeitos de difusio na diregio 2. io desprezados ¢ no existem efeitos de pressfio a montante (uma ver. que no Aspectos Mateméticos das Equagaes de Conservagao 17 ‘existom obsteulos ao escoamento). Logo, na diregao 2, resta apenas termo convectivo, no havendo necessidacle, portanto, de condigées de eontorno a ju sante. © problema, entdo, é solucionado marchando-se das condigdes iniciais © resolvendo-se um problema unidimensional eliptico em cada estacio 2. A solugao marcha até onde exista interesse em obté-la, Compntacionalmente, existe uma grande vantagem neste tratamento, pois © armazenamento necessério & apenas correspondente a duas estacées: a de clculo e a montante, ao passo que, se o tratamento for eliptico, necessita-se do armazenamento global. Ainda mais importante 6 0 fato de que a solugao come pleta ¢ um conjunto de solugdes nnidimensionais independentes, extremamente mais répida do que a solugao envolvendo todos os pontos da malha Observe que neste problema a ordem da mais alta derivada em x (a do termo convectivo) é 1, sendo nevessiria, por esta razao, apenas uma. condicao ce contorno para 0 eixo z, Essa condigio ¢ a do inicio da placa. Através dn ordem das derivadas é, também, uma forma de identificar se o problema é parabélico ou eliptico em uma dada diregao. A diferenga entre a marcha parabdlica ¢ « marcha hiperbéliea 6 que a primeira se d4 ao longo de uma coordenada, e a segunda ao longo das carac- teristicas do problema. A dificuldade da marcha hiperbdlica est no fato de que, geralmente, nao sabemos as condigdes dle contorno do problema eliptico na(s) outra(s) diregao(es). Quando isso acontece, fica mais fécil tratar 0 problema clipticamente em todas as diregées. Sega de cielo |__ Necessdade de armazenamento de [>= vardveis em duns estapaes. ;) dd dd te Contes nis (z=0) Fig. 2.2 - Camada limite sobre placa plana, 18 GR, Maliska 2.2.3 - Problemas Elipticos ‘Os problemas elipticos so aqueles nos quais as informagoesfisicas se trans- ‘item em todas as diregGes coordenacdas. Efeitos difusivos ¢ de pressAo sao efei- tos elipticos os quais, se presentes no fendmeno, requerem o estabelecimento de condigées de contorno em ambos os sentidos da coordenada em eonsideragio. Ou seja, esses efeitos viajam também no sentido contrério ao da velocidade, conferindo caracteristicas elipticas ao escoamento. facil entender fisicamente que, em um dado meio, quando acontecer uma elevacio de temperatura em algam ponto, o calor se transmitiré em todas as diregées, de acordo com o valor da condutibilidade térmica. A difusdo de calor, bem como de massa e quantidade de movimento, sao fendmenos elipticos «, portanto, requerem condigées de contorno em toda a fronteira do dominio, ‘Também 6 fAcil perceber que uma perturhacio de pressio em um ponto do dominio se transmnitiré em todas as diregdes. Basta jogar uma peda na agua © verificar que nao existe diregdo preferencial para a propagagao da pesturbacdo Eliptico a Parabélico Ki Hiperbstico ne > Pig.'2.8 - Caracterizagio das coordenadas. Observe, ainda, que os termos difusivos possuem derivadas de segunda or- dem, requetendo, portanto, condigdes de contorno nos dois extremos do dominio de solucao no eixo considerado, A Fig, 2.3 mostra o dorainio de influéneia de um ponto P sabre 0 escoa- _mento 0s casos eliptico, parabélico e hiperbélico. Considerando a coordenada Aspectos Matemdticos das Equagdes de Conservagiio 19 -# mostrada, uma perturbagao no ponto P ira influenciar o dominio @ montante © ajusante de P, no easo eliptieo; apenas a jusante de P, no caso parabélico; & ‘apenas a jusante de Pe em uma determinada regido (obviamente nado coube- ida) no caso hiperbélico. © primeito problema nao admite o procedimento de marcha, enquanto os outros dois © permitem. Para dar mais ui exemplo e finalizar esta seco, considere o escoamento supers6nico sobre o corpo de revolugio apresentado na Fig. 2.4, onde apenas lum plano é mostrado, devido & simetria, A regido de escoamento é dividida mn trés partes. Na regido I a velocidade € constante e igual a tise (escoamento nio perturbado). A regio II ¢ de Mach < 1, subsonica e, portanto, eliptica, © a regio TIT é supersénica (hiperbélica), conseqtientemente, admitindo um procedimento de marcha para solucao. A Fig, 2.5 mostra um possivel sistema dle coordenadas generalizadas para a solucao deste problema. (i) Mel, HEY Fig. 2.4 - Fxcoamento supersinico sobre um earpo rombudo. ‘Vamos iniciar ox comentarios sobre a fisiea deste problénia, considerando 1 equagio de Euler, isto é, sem a existéncia de termos viscosos. A regio II 6 uma rogiao eliptica, porque, devido & presenca do corpo, a onda de pressio formada “viaja” em sentido contrério ao escoantento, com & velocidade do som local. Quando 0 eseoamento tem velocidade igual & velocidade com que viaja a informacio, estabelece-se a onda de choque e, a montante dessa onda, temas a regiao I, onde 0 escoamento é nio perturbado, Quanto mais alta a vyelocidade do escoamento, mais perto do corpo se dara a onda de choque. # S42 en que,icuanddé, oeecpmmanto.© ausrouitianse existe 9 force eee onda de choque, porque a onda de pressio que viajafem sentido contrario ao escoamento propaga-se até o infinito. O escoamento nao tem condigées, neste caso, de impedir a propagacio, pois sua velocidade é menor A regiao IIT 6 totalmente supersOnica. Pela inexisténcia de efeitos dif sivos (eseoamento inviscida) e de pressfo (0 corpo niio possi reentefincias ow saligncias nesta regi), os efeitos se propagam apenas a. jusante, Essa carac- teristica permite que a regiao III possa ser resolvida por um processo de marcha. 20 ©. R, Matiska Caso considerdssemos os efeitos viscosos, a regio TIT apresentaria a formacio da camada limite viscosa perto do corpo, podendo, se desejado, ser dividida ‘em outras das, onde 0 problema da camada limite seria resolvido interativa- mente com o eseoamento inviscido (supers6nico). Nesta regio, o problema é iais uma vez de marcha ao longo do corpo. O mais conveniente € continvar resolvendo a regiio III como um tinieo dominio, e a interagio entre os efeitos viscosos e inviscidos seria entao levada em consideragio atomaticamente, [Até agora comentamos as caracteristicas fisicas espectficas de cada regio do escoamento, sugerindo um modelo numérico adequado para cada tina delas. Obviamente, as regides II ¢ HHI podem ser resclvidas como um tinico dominio de célenlo, evitando-se separar os problemas em regides cujas fronteiras nao so ‘conhecidas. Este 6 0 procedimento adotasto neste texto e que sera mostrado ne Cap. 15. Fig. 2.5 - Sistema do coordenadas para o problema da Fig. 24 2.2.4 - Transiente Real e Distoreido Considere-se o problems da transferéncia de calor bidimensional transiente em uma placa com condutibilidade térmica dependente da temperatura. De acordo com nossas definicdes, este problema ¢ parabélico no tempo e eliptico nas duas diregSes espaciais. Se,para este problema nao estivermos interessados sna solucdo transiente, mas apenias na de regime permanente, diuas maneitas de atacar o problema podem ser empregadas. A primeira, mantendo o termo tran- siente, xequer a solugdo do problema bidimensional espacial para cada tempo. Aspectos Mateméticos das Equagdes de Conservagao 21 Como nio estamos interessadas no transiente real, podemos avangar no tempo da vex que recalculamos a matriz dos coeficientes, que ¢ varidvel devido ‘Yaringio da condutibilidade térmica. O transiente seguido resulta distorcido, vis 0 problema nao foi convergico para cada intervalo de tempo. ‘A sogunda maneira ¢ retirar o termo transiente da equagio. Da mesma Jorma que na anterior, o problema deverd ser resolvido diversas vezes, pois de- ‘yout sor atualizada a matriz dos coeficientes que depensdet da condutibilidade {érmicae qual, por sua vez, depende da temperatura, Estas sucessivas iteracies quivalem a realizar a marcha distorcida no tempo, se o termo transiente for mantido. : © ensinamento extraido € que, existindo ou nao 0 termo transiente nas ‘4jugdes, se as mesmas forem resolvidas necessitando de algum tipo de iteragio, procedimento é equivalente a marchar no tempo. Por esta razio, nos proble- ns iterativos é sempre recomenddvel manter a coordenada tempo, seguindo-se ‘HLransiente real ou distorcido, de acordo com a solugao desejada. Ou seja, nu- nericamente, & manutengio da. coordenada tempo nao acarreta. complicacies licionais ¢ devemos tirar proveito disto, criando métodos numéricos onde 0 ‘iyango no tempo pode ser usado como um parametro de relaxagao. Desta forma, o coeficiente de relaxago fica controlével pelo usuario, ‘Vale lembrar que, enn um problema onde apenas a solucio de regime per- nanente € desejada e 0 termo transiente foi mantido, a estimativa do campo ile varidveis para iniciar o processo iterativo faz o papel dos valores iniciais da Yaridvel 2.3 - Exercicios 2.1 - Para se famifiarizar com as equagdes de conservagin, esereva as Bigs. (2.1) a (2.3), termo a termo, para as seguintes sitnagoes: ‘A. Incompressivel viscoso. b. Compressivel viscoso. : ¢. Compressivel inviscido (liguagdes de Buler). Existe tecessidade de alguna outra equagio, além das eitadas, para fechamento dos proble- mas? 4. A eqquagéo da energia na forma apresentada pela Bq. (2.3) considera 0 & constante. Con fica esta equagdo se 0 ¢p\nio for constante? Quiis sfo as expressbes de 4, I? ¢ $ para este cabo? ¢. Usando a Eq, (2.2), mastre que os termos fonte S*, S* © $* contém apenas as forgas de campo e de pressio, se p ¢ 11 sio constantes. 2.2 - Considere 0 escoamento bidimensional inc feréncia de calor, de dois componentes formando uma xinica fase com concen- tracdes C1 (x,y) ¢ C2(2,y). Escreva o sistema de equacies diferenciais parciais {que deve ser resolvido para a determinacao de todas as varidveis envolvidas, upressivel, com trans-

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