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EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA. VARA DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DA SESSAO JUDICIARIA DO PIAUI. NB: 627.471.366-6 DER: 08/04/2019 D.N. 13/01/1963 Espondiloartrose lombar; Protusdo Discal Posterior Difusa L3- L4, L4-L5; Discopatia Degenerativa, além de Doenca Ateromatosa na aorta abdominal. PERICIA POR ORTOPEDISTA JOSE CARMO BEZERRA, brasileiro, divorciado, industriario/eletricista, inscrito no CPF sob 0 n° 281.987.783-49, RG n° 2.834.981-SSP-PI, residente e domiciliado a Rua 24 de Janeiro, Condominio Ebrom, Bl+}, Ap.102, Teresina/PI, vem com o devido respeito perante Vossa Exceléncia, por intermédio de seus procuradores, propor AGAO PREVIDENCIARIA PARA A CONCESSAO DE AUXILIO DOENGA em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL -INSS, pelos seguintes fundamentos féticos e juridicos que passa a expor: DOS FATOS E FUNDAMENTOS JURIDICOS A parte autora requereu, junto a Autarquia Previdencidria, a concesséo de beneficio por incapacidade, que foi indeferido, conforme comunicado de decisao anexo. Com efeito, o motivo da negativa ao pedido foi alegada auséncia de incapacidade laborativa, apés a realizacio da pericia administrativa. Entretanto, a parte autora vem acometida por patologias que a incapacitam para o trabalho (Espondiloartrose lombar; Protusao Discal Posterior Difusa; Discopatia Degenerativa, além de Doenga Ateromatosa na aorta abdominal), conforme demonstrado pelos documentos médicos ora anexados. Assim, a parte Autora postula a concessio do beneficio previdencidrio de auxilio-doenga, visto que ndo apresenta condigdes de desempenhar sua atividade laborativa habitual. Além das patologias incapacitantes, os ambientes de trabalho e seus respectivos modus operandi para a atividade do segurado, seja em que empresa for, corroboram para o agravamento do estado de satide da parte Autora, Nesse sentido, tem-se uma dupla faceta nesta relacéo patologia-trabalho: de um lado, a doenga possui o condao de impossibilitar o exercicio da atividade laborativa da qual o segurado é conhecedor, e de outro, a prépria ocupagdo, além de agravar o estado incapacitante, € 0 préprio parametro para estabelecer a incapacidade. Ou seja, a soma das fungdes exercidas no desempenho do labor com a patologia é 0 que permite chegar ao parecer positivo ou negativo quanto a incapacidade. Nesse entendimento, é facil concluir que a parte autora, mesmo desempregada, encontra-se impossibilitada de encontrar uma colocagao no mercado. Caso venha a ser apontada sua total e permanente incapacidade, postula a concesséo da aposentadoria por invalidez, a partir da data de sua efetiva constatago. Ainda, na hipétese de restar provado que as patologias referidas tdo somente geraram limitagdo profissional 4 parte requerente, ou seja, que as sequelas implicam em redugdo da capacidade laboral endo propriamente a incapacidade sustentada, postula a concessdo de auxilio-acidente, com base no art. 86 da Lei 8.213/91. No que se refere aos requisitos legais exigidos no caso em testilha, se exprime do extrato do CNIS anexo que 0 Autor verteu contribuigdes entre 01/08/1984 e 30/04/1986 e, também, entre 01/09/1998 e 06/06/2017, na qualidade de empregado, de modo que a caréncia restou satisfeita. bom dizer que nao continuou a contribuir em face do desemprego. Ademais, considerando que o iltimo aporte ocorreu em 06/06/2017, 0 Demandante ostentava qualidade de segurado junto a Previdéncia Social, quando do requerimento administrativo elaborado em 08/04/2019. Assim, além da incapacidade laboral (do que se postula a realizagao de pericia judicial para fins de comprovacao, por médico especialista em ortopedia), o Autor satisfaz os critérios legais exigidos para a concessio do beneficio. A pretensio exordial vem amparada nos artigos 42, 59 e 86 da Lei 8.213/91 e a data de inicio do beneficio deverd ser fixada nos termos dos artigos 43 e 60 do mesmo diploma legal. DA AUDIENCIA DE MEDIACAO OU DE CONCILIACAO Considerando a necessidade de produgdo de provas no presente feito, 0 Autor vem manifestar, em cumprimento ao art. 319, inciso VII do CPC/2015, que nao ha interesse na realizagdo de audiéncia de conciliagdo ou de mediacao, haja vista a iminente ineficdcia do procedimento e a necessidade de que ambas as partes dispensem a sua realiza¢ao, conforme previsto no art. 334, §49, inciso I, do CPC/2015, no entanto, em homenagem a organizacdo judiciaria do JEF/Piau{, mediante resultado da pericia médica, ha que se fazer valer o interesse de uma composi¢ao amigavel entre as partes. DA PRODUCAO DE PROVA PERICIAL Considerando que a prova pericial é fundamental para o deslinde das questdes ligadas aos beneficios por incapacidade e para uma adequada andlise do nexo de causalidade e da consequente incapacidade, faz-se mister que 0 Médico Perito observe o Cédigo de Etica da categoria, e especialmente em relagdo ao tema, a Resolugo n? 1.488/98 do CFM, que dispde sobre as normas especificas de atendimento a trabalhadores. Portanto, REQUER a Parte Autora que, quando da realizagao da prova pericial, sejam observadas as referidas disposig6es legais, uma vez que se trata de norma cogente e - portanto - vincula a atividade do médico, ida pericial. Outrossim, tendo em vista que a pericia médica é ato complexo, que ndo envolve apenas 0 exame clinico, mas também a andlise dos documentos fornecidos ao médico e demais elementos essenciais & realizago satisfat6ria do procedimento, se faz imperativo que o Perito Judicial observe © Parecer n° 10/2012 do CFM, que versa acerca da responsabilidade do expert pelas consequéncias da sua avaliagdo, tendo por objetivo evitar a confec¢ao de pareceres irresponsaveis. Neste sentido, destaca-se o seguinte trecho do referido Parecer: 0 médico do trabalho pode discordar dos termos de atestado médico emitido por outro médico, desde que justifique esta discordancia, apés 0 devido exame médico do trabalhador, assumindo a responsabilidade pelas conseqiiéncias do seu ato. Sendo assim, REQUER seja observado o Parecer n® 10/2012 do CFM, quando da avaliagao pericial, TUTELA DE URGENCIA ENTENDE O DEMANDANTE QUE A ANALISE DA MEDIDA ANTECIPATORIA PODERA SER MELHOR APRECIADA EM SENTENCA, 0 novo Cédigo de Proceso Civil estabeleceu em seu art. 300 que “A tutela de urgéncia serd concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito eo perigo de dano ou 0 risco ao resultado itil do proceso”. Nesse sentido, o novo diploma legal exige para a concessao da tutela de urgéncia dois elementos, quais sejam o furus bonis juris eo periculum in mora. Ora, exceléncia, a parte Autora necesita da concessao do beneficio em tela para custear a sua vida e, principalmente, o seu tratamento, tendo em vista que nao retine condigdes de executar atividades laborativas e, consequentemente, ndo pode patrocinar a prépria subsisténcia. Portanto, ap6s a realizagao da perfcia pertinente ao caso, ficara claro que a parte Autora preenche todos os requisitos necessdrios para o deferimento da Antecipagao de Tutela, tendo em vista que o laudo médico faré prova inequivoca quanto a incapacidade laborativa, comprovando assim o fumus bonis iuris. O periculum in mora se configura pelo fato de que se continuar privada do recebimento do beneficio, o Demandante tera seu sustento prejudicado. De qualquer modo, as moléstias incapacitantes e o carter alimentar do beneficio traduzem um quadro de urgéncia que exige pronta resposta do Judicidrio, tendo em vista que nos beneficios por incapacidade resta intuitivo o risco de ineficdcia do provimento jurisdicional final, exatamente em virtude do fato da parte estar afastada do mercado de trabalho e, consequentemente, desprovida financeiramente, motivo pelo qual se tornard imperioso o deferimento deste pedido antecipatério em sentenca. PEDIDOS EM FACE DO EXPOSTO, REQUER a Vossa Exceléncia: 1) Orecebimento e o deferimento da presente peticao inicial; 2) O deferimento da Gratuidade da Justiga, pois a parte Autora ndo tem condigées de arcar com as custas processuais sem o prejutzo de seu sustento e de sua familia; 3) A citagao do Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, para, querendo, apresentar defesa; 4) Aprodugao de todos os meios de prova, principalmente documental, testemunhal e pericial por médico ortopedista. Com relacdo a dltima, REQUER seja observada a Resoluco n? 1,488/98 Parecer n? 10/2012 do Conselho Federal de Medici 5) Ando realizagao de audiéncia de conciliagao ou de mediagao, pelas razdes acima expostas; 6) 0 julgamento da demanda com TOTAL PROCEDENCIA, condenando o INSS a: 6.1) Subsidiariamente: 6.1.1) Conceder aposentadoria por invalidez e sua eventual majoragao de 25% a parte Autora, a partir da data da efetiva constatacao da incapacidade total e permanente; 6.1.2) Conceder o beneficio de auxilio-doenga a parte Autora, a partir da data da efetiva constatagao da incapacidade; 6.1.3) Conceder auxilio-acidente, na hipétese de mera limitagdo profissional; 6.2) 0 DEFERIMENTO da tutela de urgéncia em sentenga, para imediata implantagéo do beneficio, em face do carater alimentar do beneficio; 6.3) Pagar as parcelas vencidas e vincendas, monetariamente corrigidas desde o respectivo vencimento e acrescidas de juros legais e moratérios, incidentes até a data do pagamento; 6.4) A condenagao em honorérios advocaticios sucumbenciais, nos parametros impostos pelo art. 85, §3° do Cédigo de Processo Civil. Termos em que, Pede Deferimento. Dé a causa o valor de R$ 5326,00 Teresina/Pl, 03 de junho de 2019. Antonio Edson Saldanha de Alencar Clidenor Lima Santos OAB/PI 2070 OAB/PI 2872

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