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Repetição 1º teste de Análise Matemática 3-B

2º semestre de 2020/21, duração: 1 hora e 30 minutos

07 de Julho de 2021
Só serão consideradas respostas devidamente justificadas.

1. (a) (2 valores.) Para a série numérica real


X  2n + 2 2n


n+2 n+1
n≥1

calcule a sucessão das somas parciais. Indique se a série é convergente ou divergente e


se apropriado, calcule a sua soma.
(b) Estude a natureza das seguintes séries numéricas reais ou complexas, indicando se di-
vergem, convergem simplesmente ou convergem absolutamente.
 
X
n 2
i. (2 valores.) (−1) sin √ .
n
n≥2
√ n 2
X i 3−1
ii. (2 valores.) .
3n+1
n≥1
(c) Resolva, em C, as seguintes equações e escreva as suas soluções na forma algébrica:
i. (2 valores.) z 3 + 3 = 0.
1 i
ii. (2 valores.) + = 0.
z z̄
Resolução.

1.(a) Como
2n + 2 2n 2(n + 1) 2n
− = − ,
n+2 n+1 (n + 1) + 1 n + 1
o termo geral da série do enunciado é o simétrico do termo geral de uma série telescópica.
Temos que
4
S1 = − 1,
3
6 4 6
S2 = S1 + − = −1,
4 3 4

1
8 6 8
S3 = S2 + − = −1,
5 4 5
..
.
donde
2N + 2
SN = −1, ∀N ∈ N.
N +2
Como limN →+∞ SN = 2 − 1 = 1, a série do enunciado converge.
1.(b).i Para todo o n ≥ 2,
2 π
0< √ < ,
n 2
 
  X 2
pelo que sin √2 > 0. A série dos módulos da série do enunciado é sin √ .
n n
n≥2
Dado que
sin x
lim =1
x→0 x
2
e lim √ = 0, então
n→+∞ n
   
sin √2 sin √2
n n
lim = lim 2 = 2 ̸= 0.
n→+∞ √1 n→+∞ √2
n n
 
X 2
Pelo 2º critério geral de comparação, as séries √1
P
sin √ e n≥2 n
têm a mesma
n
n≥2
1
√1
P
natureza. A série é uma série de Dirichlet com parâmetro , logo divergente.
n≥2 n
2
Como a série dos módulos diverge, a série do enunciado só pode divergir ou convergir
simplesmente. Temos que
 
2
ˆ lim sin √ = sin(0) = 0.
n→+∞ n
 
ˆ A sucessão √2n é decrescente e a função seno é crescente no primeiro quadrante,
n≥2  
logo a sucessão sin √2n é decrescente.
n≥2
Pelo critério de Leibniz, a série converge. Então a série do enunciado converge simples-
mente.

1.(b).ii Apliquemos o critério da raiz à série do enunciado.


v
u √ q √
n2
u
n
i 3−1
n
|i 3 − 1|n2 2n
lim t = lim √ = 1 = +∞ > 1
u
n→+∞ 3n+1 n→+∞ n n+1
3 31+ n

Concluı́mos assim que a série diverge.

2
1.(c).i Seja θ um argumento de z.

z 3 +3 = 0 ⇔ (|z|eiθ )3 = −3 ⇔ |z|3 ei3θ = 3eiπ ⇔ |z|3 = 3 ∧ 3θ = π+2kπ, k ∈ {0, 1, 2} ⇔


1 π π 1 π 1 1 5π
⇔ |z| = 3 3 ∧ θ = +2k , k ∈ {0, 1, 2} ⇔ z = 3 3 ei 3 ∨ z = 3 3 eiπ ∨ z = 3 3 ei 3 ⇔
3 3
1 5 1 5
33 36 1 33 36
⇔z= +i ∨z = −3 3 ∨z = −i .
2 2 2 2
1.(c).ii Para z ̸= 0,
1 i z̄ + iz z̄ + iz
+ =0⇔ =0⇔ = 0 ⇔ z̄ + iz = 0.
z z̄ z̄.z |z|2
Seja (x, y) ∈ R2 \ {(0, 0)} e z = x + iy.

z̄ + iz = 0 ⇔ x − iy + i(x + iy) = 0 ⇔ (x − y) + i(x − y) = 0 ⇔ x = y.

Como tal, o conjunto solução da equação, na forma algébrica, é

{x + ix : x ∈ R \ {0}}.

———————————– Mude de folha ———————————–

2. (a) (3 valores.) Calcule a imagem do conjunto


 
2π π
A = z ∈ C : 2 < |z| < 3 ∧ − < Arg(z) < −
3 6

1+i
pela função complexa de variável complexa g(z) = .
z3
(b) Considere a função complexa de variável complexa definida por

f (z) = eiz + iz̄.

i. (2 valores.) Determine a parte real e a parte imaginária de f .


ii. (3 valores.) Indique o maior conjunto de pontos onde f admite derivada e calcule
f ′ nesses pontos.
Se não resolveu a alı́nea b.i), assuma Re(f )(x, y) = e2x cos(2y)+2x e Im(f )(x, y) =
−e2x sin(2y) − 2y.
(c) (2 valores.) Indique o maior conjunto onde é holomorfa a função complexa de variável
complexa definida por  
1
h(z) = Log .
iz
Resolução.

3
2.(a) A forma trigonométrica da função g(z) é
√ iπ √
1+i 2e 4 2 i π −3Arg(z))
3
= 3 = 3 e ( 4
z |z|e iArg(z) |z|

Temos que
√ √ √
2 2 − 52 2 5
3 3
2 < |z| < 3 ⇔ 2 < |z| < 3 ⇔ 3
< 3 < 2 ⇔ 3 < |f (z)| < 2− 2 .
33 |z| 3
e
2π π π 3π π 9π
− < Arg(z) < − ⇔ < −3Arg(z) < 2π ⇔ < − 3Arg(z) < .
3 6 2 4 4 4
Concluı́mos assim que a imagem de A por f é o conjunto
( √ )
2 5 3π 9π
ρeiθ : 3 < ρ < 2− 2 ∧ <θ< .
3 4 4

2.(b).i Seja z = x + iy, (x, y) ∈ R2 . Temos que

eiz +iz̄ = e−y+ix +i(x−iy) = e−y cos(x) + ie−y sin(x)+y+ix =

= e−y cos(x)−ie−y sin(x)+y+ix = e−y cos(x) + y +i x − e−y sin(x) .


 

Obtemos assim que

u(x, y) = Re(f (x + iy)) = e−y cos(x) + y

e
v(x, y) = Im(f (x + iy)) = x − e−y sin(x).
2.(b).ii Dado que u, v ∈ C ∞ (R2 ), u e v são funções diferenciáveis em todos os pontos de R2 .
Calculemos o conjunto dos pontos onde se verificam as condições de Cauchy-Riemann.
Para (x, y) ∈ R2 ,
∂u ∂v

 =  −y −y

 −e sin(x) = e sin(x)  sin(x) = 0

 ∂x
 ∂y
⇔  ⇔  −y
∂u ∂v −y −y
−e cos(x) + 1 = − 1 − e cos(x) e cos(x) = 1

 

 =−
∂y ∂x


 x = kπ, k ∈ Z

e−y (−1)k = 1

Para k ∈ Z impar, a equação real e−y = −1 é impossı́vel. Como tal, o conjunto dos
pontos que verificam as condições de Cauchy-Riemann é dado por x = 2kπ e y = 0,
k ∈ Z. Pelo teorema de Cauchy-Riemann, f admite derivada apenas nos pontos da
forma z = 2kπ, k ∈ Z, e
∂u ∂v
f ′ (2kπ) = (2kπ, 0) + i (2kπ, 0) = −e0 sin(2kπ) + i 1 − e0 cos(2kπ) = 0.

∂x ∂x

4
1
2.(c) Dado que a função é holomorfa em C \ {0} e Log(z) é holomorfa em
iz
C \ {z ∈ C : Re(z) ≤ 0 ∧ Im(z) = 0},

então a função h(z) é holomorfa em


     
1 1
C \ z ∈ C : Re ≤ 0 ∧ Im =0 .
iz iz

1
Calculemos a forma algébrica de . Seja z = x + iy, (x, y) ∈ R2 \ {(0, 0)}.
iz
1 z̄ x − iy −y −x
= −i 2 = −i 2 = 2 +i 2 .
iz |z| x + y2 x + y2 x + y2

Obtemos assim que, para (x, y) ∈ R2 \ {(0, 0)},


   
1 1 −y −x
Re ≤ 0 ∧ Im =0⇔ 2 2
≤0 ∧ 2 = 0 ⇔ y ≥ 0 ∧ x = 0.
iz iz x +y x + y2

A função h(z) é holomorfa em

C \ {z ∈ C : Im(z) ≥ 0 ∧ Re(z) = 0}.

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