Oriente Médio - Petóleo e Conflitos

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Oriente Médio

ASPECTOS FÍSICOS
Grande parte do relevo do Oriente Médio é constituída de planaltos circundados por montanhas. As planícies
estão situadas, em geral, entre o litoral e os conjuntos montanhosos. No interior da região, entre os rios Tigre e
Eufrates, localiza-se a planície da Mesopotâmia, de grande valor histórico-cultural.
Em virtude do predomínio dos climas desértico e semiárido, os desertos marcam presença na maioria das
paisagens. A grande amplitude térmica é característica da região, o que levou a população a se concentrar em cidades
como Damasco, na Síria, e Riad, na Arábia Saudita.
Nessas localidades, há presença de oásis. O Oriente Médio é a região que enfrenta o maior estresse hídrico do
planeta. Com o aumento do consumo e a expansão das áreas irrigadas, a ONU prevê para os próximos anos problemas
como o agravamento da contaminação dos aquíferos, o desperdício e o surgimento de disputas pelo uso da água em
zonas fronteiriças.

PETRÓLEO
A região concentra as maiores reservas petrolíferas do mundo e é a principal exportadora do produto. A
Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) reúne Estados responsáveis pela extração e refino do
produto, exercendo grande influência sobre a oferta e o preço do petróleo no mercado internacional. As alianças e as
mudanças envolvendo os países do Oriente Médio são acompanha das de perto pelas potências mundiais, uma vez
que alterações políticas nessa região podem ter reflexos globais.

A riqueza do petróleo
Desde o final do século XX, alguns dos maiores produtores de petróleo do Oriente Médio passaram a
diversificar a economia de seus territórios, investindo volumosos recursos no desenvolvimento do setor de serviços,
em especial o turismo de luxo. Dubai e Abu Dhabi, ambas localizadas nos Emirados Árabes Unidos, foram as
primeiras cidades a chamar a atenção pelos seus modernos conjuntos de edifícios. Posteriormente, Omã, Catar,
Kuwait, Barein e Arábia Saudita buscaram seguir o modelo dos Emirados Árabes Unidos, modernizando seus centros
urbanos. Projetadas principalmente por arquitetos europeus e estadunidenses, as novas construções foram concebidas
para abrigar hotéis e condomínios extremamente luxuosos, shopping centers com as principais lojas de grife do mundo
ocidental e escritórios de empresas transnacionais, além de museus e parques temáticos.
As mudanças trazidas pelo recente processo de modernização acarretaram certa ocidentalização das
populações locais. A língua inglesa, por exemplo, passou a ser utilizada por grande parte dos habitantes na
comunicação com turistas estrangeiros e no consumo de grifes estadunidenses, francesas e inglesas que se
disseminaram no mercado. Além disso, o crescimento da indústria da construção civil transformou a região em polo
de atração de empregos, motivando a vinda de trabalhadores não só da Ásia, mas também do continente africano.
No entanto, existem denúncias feitas por jornalistas e ONGs internacionais de que a maior parte das suntuosas
construções são erguidas com base na exploração irregular da mão de obra imigrante, composta majoritariamente de
operários provenientes da Índia, do Paquistão, de Bangladesh, do Nepal, do Irã, das Filipinas e, em menor quantidade,
da China e da Etiópia.
OS CONFLITOS NO ORIENTE MÉDIO
O Oriente Médio é marcado por grandes conflitos geo políticos, como a disputa entre Israel e Palestina, em
que judeus e árabes consideram ter direitos históricos. Desde o começo do século XX, o movimento sionista passou a
demonstrar sua pretensão em construir um Estado judeu em Israel, terra de onde os judeus foram expulsos pelos
romanos no ano 70 d.C. O drama dos sobreviventes do holocausto nazista motivou a comunidade internacional a
dividir o então protetorado britânico da Palestina em dois Estados: um para os judeus e outro para os árabes, que
haviam ocupado a região no século VII.

A questão palestina
O conflito na Palestina teve origem com a criação do Estado de Israel, em 1948, e a não criação de um Estado
árabe na região, como previa o plano de partilha da ONU de 1947. Com a criação do novo Estado de Israel, grande
parte dos palestinos que ali viviam se refugiou na Faixa de Gaza, na Jordânia, na Síria, no Líbano, no Iraque e no
Egito.
O difícil processo de paz
Ao longo dos anos, houve momentos de muita tensão entre árabes e judeus na região, e a radicalização de
setores de ambos os lados dificultou ainda mais qualquer possibilidade de paz. A permanência de assentamentos
israelenses em áreas da Cisjor dânia, território ocupado por Israel em 1967, dificulta as negociações de paz. Por outro
lado, grupos palestinos não reconhecem a existência do Estado de Israel e pregam sua destruição com o uso da força.
O primeiro processo de paz, iniciado em Madri, em 1991, foi abortado com o assassinato, em 1995, do
primeiro-ministro de Israel, Yitzhak Rabin, por um extremista judeu. Nos anos posteriores, radicalizou-se a violência
entre as duas partes. Tempos depois, líderes de Israel e da Palestina voltaram às negociações de paz, com a
intermediação dos Estados Unidos. Porém, ainda há muitos obstáculos para a paz: a determinação de limites para
Israel, a criação de um Estado Palestino e a garantia de segurança para ambos.
Em setembro de 2011, Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Palestina, foi a Nova York entregar o
pedido formal de adesão do Estado Palestino à ONU. Em 2012, a Assembleia Geral das Nações Unidas reconheceu a
Palestina como Estado observa dor. Na votação, 138 membros foram favoráveis à proposta, nove foram contra
(Israel, Estados Unidos, Canadá, República Tcheca, Panamá, Palau, Ilhas Marshall, Micronésia, Nauru) e 41 se
abstiveram. A partir da mudança de estatuto de “entidade observadora” para “Estado observador”, a Palestina
(Cisjordânia e Faixa de Gaza) passou a ter per missão de solicitar ingresso em agências e órgãos ligados à ONU,
incluindo o Tribunal Penal Internacional. O Brasil reconhece oficialmente a Palestina desde 2010.

Os conflitos e o petróleo
Além dos conflitos na Palestina, há outro aspecto a considerar com relação ao Oriente Médio. Cerca de 47%
das reservas mundiais de petróleo estão nessa região, principalmente na Arábia Saudita, no Irã, no Iraque, nos
Emirados Árabes Unidos e no Kuwait. Essa riqueza atraiu potências como França, Inglaterra, Estados Unidos e
Rússia, que, com a intenção de explorar as jazidas, interferiram na política da região, gerando também conflitos.
Observe, na linha do tempo a seguir, os conflitos no Oriente Médio após a Segunda Guerra Mundial.

A Primavera Árabe e a guerra civil na Síria


Em dezembro de 2010, uma série de manifestações e protestos contra regimes autoritários que controlavam a
vida política de alguns países árabes do Oriente Médio e do Norte da África tomou conta das ruas. A internet e as
redes sociais tiveram importante papel nesse conjunto de manifestações que ficou conhecido como Primavera Árabe.
Essas revoltas populares tiveram início na Tunísia, país africano, e derrubaram o governo do ditador Zine El Abidine
Ben Ali, em 2011. No Oriente Médio, países como Barein, Jordânia, Síria, Omã, Iêmen, Arábia Saudita, Kuwait e
Síria também viveram ondas de protestos por mais democracia. Os manifestantes na Síria sofreram sucessivos sufocos
do governo de Bashar al-Assad, o que levou até à morte de ativistas contra o governo. A violência no país cresceu, e
logo os grupos antigoverno começaram a pegar em armas para expulsar forças oficiais insta ladas pelo país. Em
2012, os enfrentamentos já estavam na capital, Damasco, e em Aleppo, maior cidade da Síria, conflitos que ainda
perduraram no ano de 2018.

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