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Capitulo 1 AVALIACAO | : E HUMANIZACAO EM SAUDE: Marcos Conceituais e Metodoldgicos! Aperspectiva interdisciplinar da avaliagao de politicas e servicos de satide Aavaliacao é uma atividade que acompanha aprépria historia do homem, tida como inerente ao préprio processo de aprendiza- gem, ena atualidade assume cada vez mais um carter polissémico em sua conceituacao, abrigando miiliplas realidades e miiliplosrefe- renciais de andlise. Na literaturarecente observa-se um alargamento daconcepeao deavaliacao de intervengdes em satide, mesmo sem se deixar de reconhecer os diversos limites conceituais e de sua opera- Cionalizacao no ambito dos servigos (OMS, 1991; Akerman; Nadano- vsky, 1992; Minayo; Sanches, 1993; Silva; Formigli, 1994; Contandrio- Poulos et al, 1997; Denis; Champagne, 1997; Hartz, 1997; Habicht et al, 1999; Victora et al, 2000; Novaes, 2000; Hartz, 2000; Rico et al, 201; Pereira, 2001; Victora, 2002; Tanalka; Melo, 2004; arvalho et al, 2004; Tanaka, 2004; Westphal, 2004; Hartz; Silva, 2005). T Antigo wag? 2tiinalmente publicado como: Santos Filho, $. B. Perspectivas da igi? M Politica Nacional de Humanizaao: aspectos conceituais © meto- Miticos, Revista Ciéncia e Saide Coletiva, v.12, n 4, p. 999.010, 2007, 28 cas fa (Abrasco, vel. 5,n.1,2002), dedicada a0 tema da avaliacao em servic lervencdes diretamente ‘oque aponta para aaplic jessas experiéncias, Edigao recente da Ri a (Abrasco, vol 104) enfoca as agies de promocao da sati- trazendo os desafios e perspectivas tebrico-metodolégicas de aborda ‘gens investigativas nessa rea, desafios que podem ser estendidosa todo 0 ‘campo dos programas e politicas piblicas mais abrangentes. Dentre os estudos reunidos abordam-se indicadores que podem ser compreendidos na esfera da humanizacdo em satide e so agrupados resultados de est dos de diferentes e combinados desenhos avaliativos (Assis et al, 2004; Akerman etal, 2004; Reis; Vianna, 2004). 0 debate, portanto, abre-se cada vez mais na perspectiva interdisc- ves; Vietora, 2008). Perspectiva esta que propiciara maior aproximagio da realidade, vislumbrando a avaliagio estreitamente atrelada aos processos a lanejamento e de gestio. Nessa direcéo, estio propostos modelos igicos, com estratégias apropriadas para abarcar as diferentes © com Plexas dimensbes dos servigos de said. O desatio é posto do sequin ‘modo:“mais que um conjuntorigido de normas.aserem seguidas, (aavali ‘%0) pode ser pensada como uma idéia reguladora que possui uma histor Cidade, portanto, potencialmente aberta a novos critérios” (Mi Deslandes; Assis, 2002) a -rigecoaeeoe: avalitivo, abrindo alguns caminhos possiveis de acolher, c jeitos” de avaliagdo, as complexas dimensbes e agdes de hus tituidas como politica cotiiano das organizagdes e nos seus resultados. Almeja-e avancar na perspectiva das cchamadas avaliagdes formativas, participativa, emancipatirias (Ric 2001; Ayres, 2004; Akerman etal, 2004) ~avalacio que deve contr “encorajar 0 dilogo ea reflexao” e “esti res", aprendizagem esta que éa chave para des para os grupos e organizagies locas’ ica para propiciar transformacies Os principios e agées da humanizagao o contexto da avaliagio em satide Aproposta da Politica Nacional de Humanizacao (PNH) coinci 98 proprios principios do SUS, enfatizando a necessidade iaracondicao cidadania das pessoas. Avangando na perspectiva da tran Dressar nao somente mudancas nos quads de sa © buscar outros reflexos e repercussoes,¢ ‘es e realizagses dos sujel 30 cos; e transformagées nas formas de produ smentagao de insti s eusuatios, estratégias de qualificagao e valorizagio dost vindo educagao permanente, entre outros, ‘Comouma estratégia de qualificacao da atengao e gestiodo trabalho, ahumanizacao almeja o alcance dos ustdrios ¢ também a valorizacao dos trabalhadores; seus indicadores deve, portanto, rfl noimbito da produgdo dos servicos (mudancas nos; resolubilidade e qualidade) eda produgtode suj ‘mento, autonomia dos trabalhadores us plicados dispositivos inovadores, complexos, ea processos desencadeados em sua implementacao, $40/GTH (como dispositivo pa nal) néo é uma entidade, é co 2004a) -, nao fazendo sent ‘io apenas a existér ‘como mudana, Dessa forma, dev ‘bsicas que orientam os processos de: ‘valiado; 0 que seré mensurado? Podese dizer que acomplexidade da avaliagao no dmbito da — 2 seven todos os envol ‘mente para balizar ocotidiano dos ser vigos. os, demonstrando que sao ferramentas: Procurando escapar da polarizacao do debate em torno de aborda- josabre esses “objeto ‘mais amplos de provocar transformagées no imbito das relagdes entre as ‘pessoas em situacio de trabalho, transformagées nos processos e mods de Drodusir servos, etransformagdes na interacao a serestabele profssionas usuéros, a humanizacao tratados de modo quatiativo, ‘es scis na tica dos skitos/atores do proc ‘douina expresso de Deskandese Assis (200) Essesaspectos drecionam a configuragio de um dos xos deaval | avadgs por sujeitose grupos num determinado momentocle suns umanizaio, cua a0 que revelaanovidade inovacdo na M5 | yr gir lo, tisrmudangas desea noprocesso conan acional exo que pode demarcar os produtos queilustram ast | th transformacies dos -implesmente como indieativ odotraba ‘ose respostas sio também passiveis de mensuracio medi ‘waliagdes quanttativas. Ainda, por outro lado, e para . Conesito eatributos dos indicadores de avaliagio bee mbes AUesHOes leva aucinaraavalagto das agdes dah oPitvosespeciions da Politica Nac icao de umin critérios de qualidade historicamente agrupad {dos como simpli , disponibilidade, robustez, sinteticidade, criminatoriedade e poder de cobertura Gordan Filho, apud Mor sintetizadosnest nadosa formulagd, atributosesignifieados ‘Alem dessas dimensdes que asseguram a qualidade de um ede uma avaliagto objetiva, tendo por base “dadlos v COpasressalta outros atributos atrelados a final ‘vem ser capazes de representar e responder a “ferramenta fundamental para a gestio. avi io deve estimular “o fortalecimento da capacidade satide” (Opas, 2002). Enfatizando ai jamento e de gestio, Moraes (1994) c para avalaraconsecucio deobjetivos e metas; varivels tificar os resultados deacbes, obter uma quantificacao inicial certo period de tempo” (Vaughan: Morrow, 1992) an nte, portanto, os indicadores trazem um formagoes, sendo desenvolvidos com essa final reser esse ato. Alerta, enti ‘realidade a fim de planejar w valdade desdobrase em medidasde: sensibilidadee de; Kramer a Ranet 190; Almeida Ftho;Rouquayro, 1992; Vaugnan; Morrow. ira, 199; Gordis, 1996; Maleta, 2 cira, 2001) 36 econtexto como aspect de qualidade e de sua beneficiada por elas. Os indicadores de rest icionalmente empregados em estudos epidemic n as mudangas na sade da populacao, relacionadas & mortalidade vida em geral, graus de incapacida usuérios, mudancas de comportamento. is ce uma inter venga polem sera dectcienca, eficdciae fet doaleance dos bjetivos (Pereira, 1999; Contandriopoulos etal, 1997; Baker, : 2000; Gordis, 1996; Habicht et al, 1909; Rico et al, ‘metas serem atingidos pea politica de saide'real” (1994). No manuse anise do indicador/nformacao, “deverao necessariamente serincorpora Byte resmltar uma quectso mctodoldeica importa dasasreflexdes acerca do context, historicamente determinado,quepropi-.__mpaeto: Sto conecidas asdificuldades na ots as condigbes para que o objeto especifico se desenvol 1994), * (Moraes, Coe vengio] (Rico etal, 2001), fato que se torna ainda mais complexo no ¢: polticas como a da humanizacao, que se configuram cor ‘Sto esses os referenciais que devem abrigar a discussdio de indicado- es no mbito da humanizagdo. Interessa-nos reforgar que. seqguimento de ‘rtérios no significa o enquadramento.em processos rigilose descontex-_fcasentre agbes eresltados. Po tualizados de avaliagao. Scorridas em eurto prazo po intervengoes,difcultando a utiliza ‘aia capacidade de reltirespecif Osindicadores @ seus significados naavaliacao de servicos de satide Do ponto de vista metodolégico ¢ operaci Pioneiros de Donabedian (1984, 1990, 2003) des grupos~estrutura, processo e ‘ncluem os recursos ou insumos ser sinttizados em humanos, IS focamse em apenas gums variaves (tradicios sandode consderaroutras, como “estado funcional qualidade cade de trabalho e outros as {quemaitomportam nombitodaPolca Nacional de Humanizacio, tvidade fii taco ea qualidade técnicocientiica (Donabedian, +a, 1098), Ressltase nesses conceitos um norte central, caro A perspe dahumanizagio, que 6a busca de organizacio dos servicos em conformida. decomas necessidades, demandas e expectativas dos usuitios contexts ‘zadasem seu mundo cultural e social. Por outrolado, alguns dispostvos da ‘humanizagéotrazem emsimesmos outras dimensbes que devem ser acres centadas entre os componentes que qualficam os servigos. E assim que deve ser vstos por exemplo, os dispostivos de “visita aberta”e“acompa. nhonte"parausuirios internados, recursos estes que nfo signticam some. teumertrio de organizacao do servigo, as aseguram oconvivi de pacer tes internados com sua rede socal Perspectivas de uma politica deavaliagao na politica de humanizacao ‘NoSistema Unico de Saude wem sendo it mentadasalgumasinicit stica de avaliagao no escopo da Saide da Familia. Detuma perspectiva mais vemlaAssosacio Brasikira de Satie Coletiva Abraso) insti o Proje tode Avaliato de Desempenho de Sistemas de Sade (Proades etal ‘astantealardeada a limitagdo de sua qualidade. E, mais recent se observado as limitagbes quanto otimizago do so das bases! casullzadas na sua produgao. Um Ievantamento recente do ‘ges conhecimentos articulados, vilidos e conve planejamento eavaliacao em satde. 0 secrete ie pe orienta Se ae we rae eae einatuionais consiturse como wna politica plea gyn sec ritninicatee cinerea ime elon emomareransen re alee eee rangiciadas aes Politica ATS tnannstoeehosvaatios ies scart cp dese fees steele comm toot on bbe ds ers) ms {rest de Human estar lta comely Tru pants deri dosser ered “humanizagio nos passos da producao desses servicas. E assim que se pode rower oamdnexo pein opi com inca ine com auld erie’ no ese (ets these pcan mn ars x mani ae erage pep nan tele oteece es ‘baie plokandocace dearrocoma grea Oxentinse {pire pro nce (ie) en dere No {esa amalona pec daPMH devese cna selon Stelios dea cng prsmianan resin inasresprinedesinas ds prion alt Terevatam reupoedvenpen de ern Forex at do°acthimento com aaliadoderso', uscando identifica os aumentos ‘cori nos percentais de cobertura de usuarios Ginclindo demandas ‘eprimides) ede encaminhamentos adequados (esposts), segundo as pecesidades ravidade das demandas. Emouiros casos, oamplo espectro de aes especifcas desenvol asapurtirda Pltica de Humanizago (podendo ser compresses como fntevengdes proprias da PNH) geram novos pracessse prods, even

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