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142 4564 1 PB
142 4564 1 PB
Marcos Aurélio Medeiros SILVA(1); Rogério Guerra Diógenes Filho(2); Fabíola Fernandes
Andrade(3)
(1) Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará – IFCE, Av. Treze de Maio, 2081
– Benfica – Fortaleza/CE – CEP: 60040-531 – Telefone: (85)33073607, e-mail:
marcosmedeiros31@gmail.com
(2) Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará – IFCE, e-mail:
rogerio.diogenes.f@gmail.com
(3) Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará – IFCE, e-mail:
fabiola@ifce.edu.br
RESUMO
Para diversas aplicações em eletrônica analógica, incluindo atividades de sala de aula como montagens
práticas, a necessidade da existência de um oscilador senoidal para execução de testes em circuitos, é clara e
de suma importância para a boa execução de uma atividade. Visto que aparelhos como geradores de funções
são caros e de difícil acesso para muitos, o oscilador senoidal aqui proposto facilita essas práticas e torna
possível muitas atividades extraclasse com muito mais maleabilidade. A fácil montagem desse oscilador é
um grande diferencial, pois além de não haver a necessidade de uso de componentes caros e de fabricação
mais complicada, este é baseado no uso de componentes ativos e se torna muito estável, fornecendo o
necessário para atividades práticas em diversas modalidades de eletrônica.
Palavras-chave: Filtros Analógicos, Osciladores, Amplificador Operacional.
1. INTRODUÇÃO
Diante da necessidade de ter um oscilador senoidal para aplicações em eletrônica analógica,
telecomunicações, entre outros, foi projetado um oscilador de fácil montagem e uso. Sem necessidade de
nenhum sinal de entrada, apenas alimentação, foi desenvolvido, e aqui é apresentado, um oscilador senoidal
estável, que para uso em sala de aula e atividades de alunos em trabalhos próprios, é de grande valia e
aceitação. Baseado no funcionamento de um oscilador de onda quadrada e de filtros ativos passa-baixas, o
oscilador senoidal foi confeccionado inicialmente em um protoboard. Para determinar o correto
funcionamento do oscilador, foram compostos, também, códigos em MATLAB para auxiliar nos cálculos
dos valores corretos dos componentes eletrônicos, como resistores e capacitores do circuito. Toda a teoria de
filtros e processamento de sinais que foram necessárias para a produção deste trabalho, é apresentada a
seguir, tornando possível ao leitor entender todo o processo de confecção do oscilador.
2. FILTROS
Filtros são dispositivos sensíveis a frequência, no qual, permite a passagem de sinais em determinadas faixas
de freqüências, de acordo com o projeto. Quanto à tecnologia empregada na implementação de um filtro, eles
podem ser classificados em digitais e analógicos. Filtros digitais se caracterizam por utilizar componentes
digitais como elementos constitutivos. Neles, para que um sinal analógico seja filtrado, deve existir um
sistema de conversão analógico-digital que execute o processo de discretização deste sinal. Os valores
binários representativos do sinal de entrada são filtrados e os resultados são convertidos em um sinal
analógico através de um sistema de conversão digital-analógico. Tais filtros são úteis na situação em que
muitos canais de transmissão de dados necessitam ser processados através de um mesmo filtro(PERTENCE
JÚNIOR, 2007). Apesar de apresentarem ruído de quantização, filtros digitais são flexíveis, pois permitem
mudanças de suas características por hardware e/ou software, como o aumento de ordem do filtro em grandes
números.
Os filtros analógicos podem ser ativos ou passivos. Estes são construídos apenas com elementos passivos,
como resistores, capacitores e indutores. Outrossim, possuem baixa sensibilidade, aproximam-se da idéia de
uma implementação ideal, podem operar em altas frequências, apresentam menos problema de ruído e
podem ter tensões de trabalho mais elevadas. No entanto, como desvantagens apresentam dificuldade de
sintonia, devido ao uso do indutor e problemas de integração, o que ocasionou o seu uso restrito a aplicações
específicas(NOCETI FILHO, 1998). Outro ponto importante é que esses filtros são inviáveis para operações
em baixa frequência(<1MHz), pois os valores dos indutores devem ser bastante elevado para atender as
especificações de atenuação e frequência de corte. Neste caso, o uso de filtros ativos é justificado.
Filtros ativos são feitos com alguns componentes passivos associados a outros elementos ativos como
transistores e amplificadores operacionais(Amp-Ops). Esses dois componentes obedecem, respectivamente, a
uma linha cronológica de tecnologia. Os amplificadores operacionais tem como uma de suas fortes
características a alta impedância de entrada e baixa impedância de saída, o que permite a implementação de
filtros de ótima qualidade. O isolamento do sinal também é uma característica marcante dos amp-ops em
filtros ativos. Apesar de exigirem fonte de alimentação, ao contrário dos filtros passivos, a possibilidade de
amplificação do sinal de entrada é outro ponto importante de vantagem.
No desenvolvimento de projetos, os filtros ativos são mais flexíveis do que os filtros passivos, pois se torna
mais fácil o desenvolvimento de filtros complexos através da associação em cascata. Porém, a resposta em
frequência desse tipo de filtro está limitada à capacidade de resposta dos amp-ops utilizados. Filtros ativos
não podem ser aplicados em sistemas de média e alta potencia. No entanto, seu uso na eletrônica está
crescendo, desde elementos no campo das telecomunicações até instrumentação biomédica, principalmente
quando esses equipamentos devem operar em baixas frequências(PERTENCE JÚNIOR, 2007).
O expoente na Equação 01 indica a ordem do filtro. Podemos dizer que quanto maior a ordem de um filtro,
mais ele se aproximará das características ideais. A Figura 1 ilustra o comportamento de filtros de
Butterworth de diferentes ordens. Observamos que, quando maior a ordem do filtro, mais próximo este estará
do comportamento ideal.
Figura 1 – Filtros de Butterworth
2.1.2. CHEBYSHEV
A aproximação de Chebyshev tem como principal característica a mais rápida transição entre a banda
passante e banda de rejeição, no qual a banda passante possui ripple na amplitude do sinal. Em aplicações
onde o conteúdo de frequência é mais importante que o de amplitude, a aproximação de Chebyshev é
bastante útil.
3. ESTUDO DE CASO
É conveniente adicionar dois diodos zener na saída do oscilador, pois como os picos de tensão do oscilador
são provenientes da saturação do amplificador, os mesmos podem apresentar distorções nos valores de pico.
O circuito que representa um oscilador de relaxação é mostrado na Figura 3.
Figura 3 - Oscilador de Relaxação
3.1.2. FILTRO PASSA-BAIXAS
Um filtro pode ser classificado de diversas formas, e uma delas é a função executada. Nesse caso, um filtro
pode ser dito como Passa-Baixas(PB), Passa-Altas(PA), Passa-Faixa(PF) ou Rejeita-Faixa(RF). Para que o
oscilador seja construído, necessitamos da implementação de um filtro passa-baixas, no qual só permite a
passagem de frequências abaixo de uma frequência determinada, a frequência de corte. Frequências
superiores a esta são atenuadas.
No projeto foi utilizado um filtro PB de quarta ordem. A ordem de um filtro é matematicamente definida
como o número de pólos existentes na sua função de transferência e fisicamente corresponde ao número de
redes de atraso presentes na sua estrutura. É de suma importância frisar, que quanto maior a ordem do filtro,
mais rápida é a taxa de queda de resposta do filtro, em outras palavras, a sua resposta se aproximará de
respostas ideais.
Para projetar circuitos físicos de filtros ativos de ordem maior ou igual a três, basta cascatear, pôr em série,
circuitos de ordem um e/ou dois, de acordo com o projeto. Neste trabalho, foram colocados em série dois
estágios de filtros passa-baixas de ordem dois, para alcançar o resultado esperado. Na implementação do
filtro ativo de segunda ordem faz-se uso da topologia Sallen-Key. O motivo desta escolha é que apresenta a
mínima dependência do desempenho do filtro para com a do amplificador, possibilitando o uso de amp-ops
bastante simples e baratos. Isto porque, nesta configuração, o amplificador é utilizado apenas como um
amplificador não-inversor, que também preserva a fase do sinal. A Figura 4 mostra o esquema do filtro ativo
de segunda ordem usando a topologia Sallen-Key e a equação 09, a função de transferência, obtida a partir
das equações de malha do circuito.
O funcionamento do circuito baseia-se em utilizar o oscilador de relaxação para gerar um sinal quadrado e,
em seguida conectar a uma cadeia de filtros ativos passa-baixas. A Figura 5 representa em diagrama de
blocos o funcionamento do oscilador.
Portanto, ao desenvolver a equação 12, no qual o módulo da resposta em frequência seja igual -30dB quando
=3 . O resultado de é 3,19. O valor de deve ser o valor inteiro mais próximo, pois a ordem condiz
com o número de pólos que a função de transferência possui. Logo utilizamos = 4. Posteriormente, foi
projetado um filtro de ordem 4.
3.2.2 DETERMINAÇÃO DOS COMPONENTES
Ao obter a ordem do filtro, a resposta de Butterworth normalizada também é determinada, pois estas são
facilmente encontradas em tabelas. Sendo necessária uma simples desnormalização pela frequência de corte.
A função de transferência, do filtro PB projetado, desnormalizada é mostrada na Equação 13.
Para obter os valores dos resistores e capacitores do circuito da Figura 3, é necessário igualar a função de
transferência do circuito com a topologia Sallen-Key (Equação 09) com a função de transferência do filtro
projetado, e então, achar uma das infinitas soluções reais. As soluções são obtidas a partir das equações 14 e
15:
Neste filtro, para obter valores de resistores e capacitores comerciais, as equações 14 e 15 foram
solucionadas. Uma boa aproximação dos valores dos componentes será apresentada. O índice entre
parênteses indica a qual estágio do filtro o componente pertence, pois o filtro possui dois estágios, cada um
de ordem 2. R1(1) = 60K ohms, R2(1) = 1K ohms, C1(1) = 82nF, C2(1) = 4,7nF, R1(2) = 22K ohms, R2(2)
= 2,8K ohms, C1(2) = 82nF, C2(2) = 4,7nF.
Figura 6 - Circuito
Figura 7 - Resultados
REFERÊNCIAS
NOCETI FILHO, S. Filtro Seletores de Sinais. 1. ed. Florianópolis: Editora da UFSC, 1998.
PERTENCE JÚNIOR, A. Amplificadores Operacionais e Filtros Ativos. 6. ed. Porto Alegre: Bookman,
2007.
AGRADECIMENTOS
Agradecemos a professor Fabíola Fernandes pelo apoio, orientação e ajuda nesta produção. Às nossas
namoradas e família pela compreensão nos fins de semana e noites em claro, para que a conclusão deste
trabalho acontecesse com sucesso.