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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9

Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE


NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
Título: FLUÊNCIA E COMPREENSÃO EM LEITURA: UMA PROPOSTA PARA
AVALIAÇÃO E INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA

Autora Marilene Francisca da Silva

Disciplina/Área Pedagogia
Colégio Estadual Duque de Caxias Ensino
Escola de
Fundamental e Médio -Tuneiras do Oeste – PR
Implementação

Município da Escola Tuneiras do Oeste

Núcleo Regional Cianorte


de Educação

Professora Dra. Ruth Izumi Setoguti


Orientadora

Instituição de UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ – UEM


Ensino Superior
A presente Unidade Didática é parte dos requisitos do Programa
Resumo
de Desenvolvimento Educacional – PDE. A pesquisa tem como
objetivo oferecer subsídios para aplicação da proposta de
Intervenção Pedagógica em sala de aula junto aos alunos do 6º
ano do Ensino Fundamental no Colégio Estadual Duque de
Caxias Ensino Fundamental e Médio – Tuneiras do Oeste – PR.
A produção está fundamentada na área da Psicologia Cognitiva
da Leitura, com sugestões de textos para avaliar a fluência e
compreensão em leitura, a serem aplicadas em sala de aula,
como estratégias de ação organizadas em torno de 08
encontros de quatro horas, perfazendo um total de 32 horas. As
orientações pedagógicas e as intervenções propostas
encaminham diversas atividades extraídas dos livros da Agenda
do Professor, Manual do Professor, Aprender a Ler, Para Ler
com Fluência: Jogos, Atividades e Desafios, Coleção ABCD e
Para Ler com Fluência: Atividades Orais para a sala de aula
publicada pelo Instituto Alfa e Beto. As atividades propostas
visam contribuir com o seu desenvolvimento cognitivo e com o
processo de ensino aprendizagem da leitura na sala de aula, e
em outros contextos envolvendo diferentes áreas do
conhecimento.
Palavras-chave Leitura, fluência, compreensão.

Formato do Material Unidade Didática


Didático

Público Alvo Alunos do 6º Ano do Ensino Fundamental.


1 APRESENTAÇÃO

A produção didático-pedagógica ora apresentada é parte dos requisitos do


Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE. A pesquisa realizada para a
organização e desenvolvimento do trabalho tem como objetivo oferecer subsídios
para aplicação da proposta de Intervenção Pedagógica em sala de aula com alunos
do 6º ano do Ensino Fundamental no Colégio Estadual Duque de Caxias Ensino
Fundamental e Médio – Tuneiras do Oeste – PR.
A produção contém textos fundamentados na Psicologia Cognitiva da
Leitura, com sugestões para avaliar a fluência e compreensão em leitura, a serem
aplicadas em sala de aula, como estratégias de ação.
A Unidade Didática está organizada em torno de 08 encontros de quatro
horas, envolvendo conteúdo de Literatura e estratégias para avaliação e intervenção
da fluência e compreensão em leitura, para recuperar o aluno com dificuldades,
perfazendo um total de 32 horas.
As orientações pedagógicas e as intervenções propostas encaminham
diversas atividades extraídas dos livros da Agenda do Professor, Manual do
Professor, Aprender a Ler, Para Ler com Fluência: Jogos, Atividades e Desafios,
Coleção ABCD e Para Ler com Fluência: Atividades Orais para a sala de aula,
publicadas pelo Instituto Alfa e Beto.
Os resultados do IDEB do Colégio Duque de Caxias de Tuneiras do Oeste-
Paraná mostram a necessidade de intervir no processo da leitura, pois conforme os
indicadores da Prova Brasil em Leitura, no ano 2005, os alunos obtiveram (3.8); em
2007 (3.9); 2009 (3.9); 2011(3.7), sendo, portanto, abaixo das metas previstas para
os respectivos anos.
Assim sendo, na Unidade I realizaremos um Diagnóstico de Leitura
utilizando os textos para avaliação de fluência de leitura 5º ano (adaptando para o 6º
ano) do Manual do Professor Para Ler com Fluência para os alunos do 6º ano do
Ensino Fundamental.
Na Unidade II discutiremos 1- as práticas eficazes; 2- os tipos de erros mais
comuns na fluência da leitura; 3- estratégias para recuperação dos alunos; 4-
coletânea de atividades para a turma e, principalmente, para os alunos que
apresentam dificuldades na fluência de leitura retirada do Livro do Aluno da Unidade
II e do Manual do Professor Para ler com Fluência.
Na Unidade III aplicaremos as estratégias com base no diagnóstico da turma
para recuperação dos alunos extraídos dos livros e do Manual do Professor.
Na Unidade IV será realizada a correção das atividades aplicadas;
discutiremos os acertos e erros por aluno e por turma, e decidiremos quais
atividades deverão ser aplicadas na turma, salientando sempre os avanços de cada
aluno e da turma.

2 CONSIDERAÇÕES SOBRE A LEITURA

O domínio da linguagem oral e escrita apresenta-se como fator


indispensável para a verdadeira inserção do homem no meio social. Dessa forma, a
escola precisa encontrar caminhos para ensinar o estudante a ler, escrever e
expressar-se oralmente em todas as situações que se fizerem necessárias.
O ato da leitura, principalmente, no contexto escolar, não deve ser realizado
apenas diante de uma necessidade, mas sim de forma habitual, ou seja, deve ser
uma atividade constante tanto para os profissionais da educação como para os
estudantes, com vistas a estarem em permanente aprimoramento e antenados às
mudanças e acontecimentos da sociedade mundial.
No momento da leitura, o leitor interage com o texto lido ou ouvido de forma
ativa, estabelecendo-se um processo de construção e reconstrução de
conhecimentos, a partir de seus conhecimentos prévios. Nessa dinâmica, acontece
a formação de leitores competentes e, consequentemente, de escritores. Trata-se de
processos interligados. Segundo Goodman (1987), para que o ato de ler tenha
significado é preciso considerar o conhecimento de mundo do leitor, em consonância
com seus propósitos e objetivos, haja vista que o êxito na leitura depende da junção
desses fatores.
A palavra leitura deriva do latim – lectura – (‘lição’) e consiste na ação de
decifrar o que está escrito, o que está representado por signos gráficos [...]
ato de apreender o conteúdo de uma mensagem escrita [...] maneira como
cada pessoa compreende, interpreta um texto, uma obra, um
acontecimento, em função de determinados códigos, princípios, teorias,
ideologias [...] ação de decifrar quaisquer sinais que foram traçados com a
intenção de representar alguma coisa ou aos quais se atribui alguma
significação (CASTELEIRO, 2001, p. 2245).
Assim, a leitura é uma temática que merece ser posta em discussão no
espaço escolar, considerando a complexa tarefa docente, em contribuir para a
formação de leitores. Nesse sentido, o foco deste estudo é abordar a aprendizagem
da leitura na perspectiva da teoria cognitiva.
De acordo com Morais (1996, p. 17-18), “[...] o sistema cognitivo é um
complexo de tratamento da informação, compreendendo conhecimentos
(representações) e meios de operar sobre esses conhecimentos (processos)”. Para
este autor, o processo de aprendizagem da leitura insere-se no conjunto das
capacidades cognitivas que, por sua vez, são capacidades estruturadas e
organizadas em um sistema cognitivo, que sustenta o processo de aprendizagem
dessas habilidades.
A leitura não envolve apenas o reconhecimento de palavras isoladas, pois o
objetivo primordial é a compreensão do material lido. Nesse sentido, a identificação
de palavras é condição básica, embora não seja suficiente (OLIVEIRA, 2008). A
compreensão da leitura implica em processos cognitivos para realizar inferências,
habilidades linguísticas gerais, habilidades de memória e conhecimentos de mundo,
que articulados auxiliam na construção da representação macroestrutural do texto.
Morais e Chadwick (1995, p. 38) descrevem que muitos são os estudos
científicos que tratam da maneira como o sistema cognitivo atua na percepção, no
reconhecimento, na linguagem, na aquisição e na memorização de informação, na
organização e na planificação da ação, na avaliação e atribuição de conhecimentos,
no raciocínio e na tomada de decisões.
A capacidade de leitura é necessária aos indivíduos em sociedade. Por meio
dela, é possível obter informações, a partir da representação física do sinal gráfico
(grafema), tendo em vista a compreensão da mensagem escrita. Para Morais (1995,
p. 114), “[...] o objetivo da leitura é compreender o sentido de um material escrito.
Lê-se para compreender, todavia, os processos específicos da leitura não são
processos de compreensão, mas que levam à compreensão.”
O processo da leitura implica uma resposta do leitor em relação àquilo que lê.
Morais (2013, p. 130) evidencia que:

[...] aprender a ler não é fácil e dificilmente se dá de forma espontânea.


Caso assim fosse, ainda não teríamos tantos analfabetos e, o que é mais
grave, não teríamos um índice tão elevado de analfabetos funcionais, isto é,
de indivíduos que frequentaram a escola por anos a fio e não conseguem
entender o que leem, uma vez que estamos cercados pela escrita.
Na sala de aula, o professor é o articulador do trabalho com a leitura,
cabendo-lhe a função de utilizar recursos didático-pedagógicos para auxiliar os
alunos a lerem com fluência (condição indispensável à compreensão). Para que o
aluno seja bem alfabetizado, segundo Morais (2013, p. 13) é preciso seguir passos:
acreditando “[...] que não é possível começar por um texto enorme”. Complementa o
autor, que a didática deve pautar-se no pressuposto de que a criança automatiza
pouco a pouco os princípios do sistema alfabético. Logo, o ensino da leitura deve
iniciar no mínimo, por dois grafemas, uma consoante e uma vogal, para que possa
formar uma sílaba e então palavras.
No processo de aprendizagem da leitura é indispensável que, inicialmente,
o aluno conheça e saiba utilizar o código alfabético, reconheça os sinais gráficos, e
seja capaz de estabelecer relação com os sons da fala. Morais (2013) considera a
hipótese da existência de relação entre a aprendizagem da leitura e a capacidade de
o indivíduo identificar os componentes fonológicos das unidades linguísticas e
manipulá-los de forma intencional.
A habilidade de fazer uso dos elementos sonoros da língua (processo
fonológico está ligado, essencialmente, ao desenvolvimento inicial da leitura e da
escrita). Para desvendar como as palavras escritas representam a palavra falada, a
pessoa em fase inicial do processo, deve descobrir/discriminar os fonemas (sons),
ou seja, analisar as palavras em fonemas (MORAIS; KOLINSK, 2004).
Contudo, para Morais (1996, p. 91), “[...] a consciência fonológica vai além
da discriminabilidade perceptiva, resultando de uma reflexão sobre as propriedades
fonológicas das expressões, mais exatamente ela é essa reflexão.” O autor
considera que apenas o desenvolvimento da consciência fonológica não é suficiente
para garantir o avanço na aprendizagem da escrita. Assim como na leitura, a escrita
implica na descoberta e utilização do código alfabético. Nesse sentido, é necessário
o conhecimento das letras e da relação básica entre os sons da fala e as letras do
alfabeto.
Assim, ao definirem a leitura como uma atividade na qual intervém um
conjunto de processos cognitivos, Oliveira e Castro (2008) apontam que a primeira
limitação enfrentada pelas crianças na etapa inicial da leitura é a identificação das
letras que compõem o alfabeto, e a aprendizagem do som que corresponde a cada
uma delas, pois para alcançar o significado, é indispensável o domínio do código
escrito.
Para decodificar informações gráficas, a pessoa precisa compreender que,
além dos sinais gráficos (letras), cada letra ou combinações de letras representam
os sons da fala. Aprender a ler implica na competência para decodificar. A criança
nem sempre compreende o que lê, porque não ainda não tem informações e/ou
habilidades que lhe permita decodificar a informação codificada. Por isso, observa-
se a necessidade de conhecer e manipular o código alfabético (MORAIS, 1996).
Para Oliveira e Chadwick (2008) é preciso distinguir as competências de ler e
aprender a ler e a relação entre elas. Para este autor, os mais importantes são
aprender a decodificar, identificar palavras automaticamente e ler com fluência.
Desta forma, no período inicial da escolarização, o aluno está aprendendo a ler. Por
isso, num primeiro momento, a atenção deve se concentrar na decifração do código
alfabético, no significado dos sinais (letra impressa). O segundo passo acontece ao
mesmo tempo em que aprende a decodificar as palavras. A seguir, o aluno deverá
ser de capaz de ler as palavras com fluência.
A fluência é a ponte que liga a leitura à compreensão dos textos, sendo
avaliada por três indicadores: “a velocidade de leitura palavras por minuto; o número
de erros (que deve ser inferior a 5% das palavras lidas); a prosódia, que se refere à
entonação e ritmo da leitura” (OLIVEIRA; CHADWICK, 2008, p. 13).
Morais (2013) afirma que ao avaliar a leitura, o professor deve tomar nota
dos aspectos da decodificação que o aluno ainda não domina, com a intenção de
apontar a eles em outra ocasião. Além disso, o autor sugere a importância de
solicitar que o aluno leia textos em voz alta, não com o objetivo da compreensão,
mas explicitamente com o propósito de fazê-lo treinar a fluência da leitura. O autor
recomenda que as palavras sejam lidas corretamente não apenas em termos de sua
pronúncia intrínseca, mas também, que sejam lidas no quadro de frases, segundo o
ritimo e a entonação (prosódia) apropriados.
A leitura é pensada por Morais (1996), numa relação que sugere precisão e
rapidez no reconhecimento de palavras e compreensão de leitura. O autor pontua
ainda que, quanto mais rápida for a identificação de cada palavra, maior será a
capacidade da memória ligada às operações de análise sintática, integração
semântica dos constituintes da frase e integração das frases na organização textual,
processos importantes para a compreensão da leitura.
A identificação das letras, que supõe a atenção aos traços visuais que as
distinguem uma das outras; o conhecimento da maneira de pronunciá-las e a
consciência dos fonemas, que se concretiza em habilidades de manipulação dessas
unidades, são competências que, pela sua importância para a aprendizagem da
leitura, devem ser adquiridas e ensinadas no início do processo, constituindo-se em
uma tarefa da escola e pais bem informados e instruídos (MORAIS, 2013).
De acordo com Morais (1996, p. 271), “a aprendizagem da leitura é uma
peça representada por três atores. O ator principal é sem dúvida o aprendiz e os
outros dois a família e a escola”.
Complementa Morais (2013, p. 11) que:

[...] o fonema é essa entidade abstrata que serve para distinguir o


significado entre as palavras, e que, por ser abstrata está na mente de
todas as pessoas pertencentes à mesma comunidade linguística, enquanto
o som tem realidade física, é como esse fonema se realiza quando falamos
e varia conforme o dialeto que falamos (em que lugar adquirimos o nível
sociocultural, a idade, a posição na palavra, etc). O mesmo ocorre com o
grafema e com a representação ortográfica de uma palavra: são formas
abstratas em nossa mente que permitem reconhecê-los, sejam quais forem
suas realizações gráficas.

Nessa perspectiva, a identificação das palavras é condição necessária para a


libertação da memória de trabalho, com vista a ocupar-se de outros processos,
envolvidos, também, na compreensão, análise sintática e integração semântica dos
constituintes das frases na organização do texto (MORAIS, 1995).
Conforme Oliveira e Chadwick (2008, p. 11), no aprendizado da leitura o
esforço cognitivo maior deve se concentrar “[...] na aquisição de competências da
leitura, e não de compreensão. De outra forma, sua atenção se divide, cria-se uma
sobrecarga cognitiva e o aluno acaba por não aprender a ler de forma adequada”.

A fluência de leitura exige que o leitor descodifique automaticamente, de tal


modo que possa canalizar a capacidade de atenção para a compreensão
do texto. A consequência pedagógica decorrente é a necessidade de treino
sistematizado de técnicas de automatização que permitam ultrapassar o
processo moroso de tradução letra-som, conduzindo ao imediato
reconhecimento visual de palavras e possibilitando o rápido acesso à
compreensão do texto. Velocidade e profundidade de compreensão são os
dois grandes pilares que suportam a eficácia desta competência, que se
traduz em fluência. Assim, na perspectiva da educação básica, é função da
escola fazer de cada aluno um leitor fluente e crítico, capaz de usar as
competências de leitura para obter informação, organizar o conhecimento e
usufruir o prazer recreativo que a mesma pode proporcionar. Se nos
primeiros anos de escolaridade uma atenção particular é devida aos
processos de descodificação e automatização, há que desenvolver, nos
anos subsequentes técnicas, de consulta e estratégias de estudo,
proporcionando, ao longo de todo o percurso escolar, situações que
fomentem o gosto pela leitura e que sedimentem os hábitos que
caracterizam os leitores fluentes. É importante que o aluno aprenda a ler
fluentemente, isto é, a extrair o significado do material escrito de forma
precisa, rápida e sem esforço (POCINHO, 2007, p. 08).

Diante da importância da fluência na leitura há preocupação com relação às


estratégias de leitura capazes de despertar o interesse dos alunos pela mesma.
Oliveira e Chadwick (2008) consideram que o aluno que tem uma leitura fluente e
crítica apresenta também, um melhor desempenho das demais atividades
desenvolvidas na escola
Faz-se necessário estabelecer uma distinção clara entre a descodificação e o
reconhecimento de palavras, e, mais especificamente, entre a identificação e o
reconhecimento de cada palavra, a qual deve ser percebida no quadro do processo
inicial de aquisição da leitura. O leitor competente reconhece a maioria das palavras
que encontra. Já os leitores menos hábeis ou que se encontram numa fase inicial de
aprendizagem da leitura, não são capazes de efetuar esse reconhecimento, pelo
que tem que "identificar" a maior parte das palavras.
Por meio de estratégias diferenciadas de aprendizagem de leitura, o aluno
poderá ampliar o seu repertório de palavras conhecidas. Caso esta mudança não
ocorra, pode-se estar diante de um leitor com dificuldades na leitura. A identificação
das palavras deve ser sempre considerada uma etapa transitória do reconhecimento
imediato que se constitui em uma habilidade importante do processo de
aprendizagem da leitura (MORAIS, 2013).
O êxito da criança na experiência em aprender a ler, determinará o nível de
seu aprendizado futuro. Oliveira e Chadwick (2008) relatam que a escola deve
entender o sujeito tendo em vista as suas variáveis afetivas e socioeconômicas para
que o processo de aprendizagem se estruture de forma a considerar os aspectos
cognitivos internos do indivíduo. Nesse sentido, os autores entendem que a
motivação é o elemento decisivo no processo de aprendizagem. Portanto, a
capacidade de ler está intimamente ligada à motivação. Quando o interesse do
aluno é despertado, o seu nível de participação nas atividades escolares aumenta, e
torna-se peça indispensável para o sucesso ensino/aprendizagem. Assim, cabe ao
professor tornar a sala de aula um ambiente estimulador de leitura de gêneros
textuais diversos, selecionando e analisando-os criticamente, observando os
conteúdos e os valores neles veiculados.
A perspectiva de uma relação recíproca entre a consciência fonológica e a
aprendizagem da leitura tem, assim, subjacente a ideia de que é necessário um
mínimo de capacidades de reflexão sobre a oralidade, para que a criança tenha
sucesso no processo de alfabetização, e que a aquisição da leitura, permite o
desenvolvimento de competências fonológicas mais sofisticadas.
Daí a importância de a escola criar condições favoráveis, não apenas em
relação aos recursos materiais disponíveis, mas principalmente, em relação ao uso
que se faz deles nas práticas de leitura na escola.
Conforme Oliveira e Chadwick (2008), o interesse é uma variável de muita
importância nas tarefas escolares e na aprendizagem em geral. Quando as pessoas
se interessam por um assunto, tendem a aprendê-lo mais rapidamente e com maior
profundidade. Esse fator ocorre por que focaliza melhor a atenção, contribuído para
o desenvolvimento de vários elementos nas estruturas mentais existentes no
cérebro, com as quais se relacionam as novas informações.

UNIDADE I

DIAGNÓSTICO DE LEITURA: ALUNO

Fluência de Leitura 1 a 10 (Testes Orais)

Atividades: Coletânea de textos para Avaliar a Fluência da Leitura

Texto 1/10

Chapeuzinho Vermelho

Versão Irmãos Grimm


Era uma vez uma meninazinha mimosa, que todo o mundo amava assim que a via,
mas mais que todos a amava a sua avó. Ela não sabia mais o que dar a essa criança. Certa
vez, ela deu-lhe de presente um capuzinho de veludo vermelho, e porque este lhe ficava tão
bem, e a menina não queria mais usar outra coisa, ficou se chamando Chapeuzinho
Vermelho.
Certo dia, sua mãe lhe disse:
___ Vem cá, Chapeuzinho Vermelho; aqui tens um pedaço de bolo e uma garrafa de
vinho, leva isto para a vovó; ela está doente e fraca e se fortificará com isto. Sai antes que
comece a esquentar, e quando saíres, anda direitinha e comportada e não saias do
caminho, senão podes cair e quebrar o vidro e a vovó ficará sem nada. E quando chegares
lá, não esqueças de dizer bom-dia, e não fiques espiando por todos os cantos.
___ Vou fazer tudo como se deve – disse Chapeuzinho Vermelho à mãe, dando-lhe
a mão como promessa.
A avó, porém, morava lá fora na floresta, a meia hora da aldeia. E quando
Chapeuzinho Vermelho entrou na floresta, encontrou-se com o lobo. Mas Chapeuzinho
Vermelho não sabia que fera malvada era aquela, e não teve medo dele.
___ Bom-dia, Chapeuzinho Vermelho – disse ele.
___ Muito obrigada, lobo.
___ Para onde vai tão cedo, Chapeuzinho Vermelho?
___ Para a casa da vovó.
___ E o que trazes aí debaixo do avental?
___ Bolo e vinho. Foi assado ontem, e a vovó fraca e doente vai saboreá-lo e se
fortificar com o vinho.
___ Chapeuzinho Vermelho, onde mora a tua avó?
___ Mais um bom quarto de hora adiante no mato, debaixo dos três grandes
carvalhos, lá fica a sua casa; embaixo ficam as moitas de avelã, decerto já sabes isso –
disse Chapeuzinho Vermelho.
O lobo pensou consigo mesmo: “Esta coisinha nova e tenra, ela é um bom bocado
que será ainda mais saboroso do que a velha. Tenho de ser muito esperto, para apanhar as
duas”.
Então ele ficou andando ao lado de Chapeuzinho Vermelho e logo falou:
___ Chapeuzinho Vermelho, olha só para as lindas flores que crescem aqui em volta!
Por que não olhas para os lados? Acho que nem ouves o mavioso canto dos passarinhos!
Andas em frente como se fosses para a escola, e no entanto, é tão alegre lá no meio do
mato.
Chapeuzinho Vermelho arregalou os olhos, e quando viu os raios de sol dançando
de lá para cá por entre as árvores, e como tudo estava tão cheio de flores, pensou: “Se eu
levar um raminho de flores frescas para a vovó, ela ficará contente; ainda é tão cedo, que
chegarei lá no tempo certo”. Então ela saiu do caminho e correu para o mato, à procura de
flores. E quando apanhava uma, parecia-lhe que mais adiante havia outra mais bonita, e ela
corria para colhê-la e se embrenhava cada vez mais pela floresta adentro. O lobo, porém, foi
direto para a casa da avó e bateu na porta.
___ Quem está aí fora?
___ É Chapeuzinho Vermelho, que te traz bolo e vinho, abre!
___ Aperta a maçaneta – disse a vovó –, eu estou muito fraca e não posso me
levantar.
O lobo apertou a maçaneta, a porta se abriu, ele foi, sem dizer uma palavra, direto
para a cama da vovó e engoliu-a. Depois, ele se vestiu com a roupa dela, pôs a sua touca
na cabeça, deitou-se na cama e puxou o cortinado. Chapeuzinho Vermelho, porém, correu
atrás das flores, e quando juntou tantas que não podia carregar mais, lembrou-se da vovó e
se pôs a caminho da sua casa. Admirou-se ao encontrar a porta aberta, e quando entrou,
percebeu alguma coisa tão estranha lá dentro, que pensou: “Ai, meu Deus, sinto-me tão
assustada, eu que sempre gosto tanto de visitar a vovó!”.
E ela gritou:
___ Bom-dia!
Mas não recebeu resposta. Então ela se aproximou da cama e abriu as cortinas. Lá
estava a vovó deitada, com a touca bem afundada na cabeça, e um aspecto muito esquisito.
___ Ai, vovó, que orelhas grandes que você tem!
___ É para te ouvir melhor!
___ Ai, vovó, que olhos grandes que você tem!
___ É para te enxergar melhor.
___ Ai, vovó, que mãos grandes você tem!
___ É para te agarrar melhor.
___ Ai, vovó, que bocarra enorme que você tem!
___ É para te devorar melhor.
E nem bem o lobo disse isso, deu um pulo da cama e engoliu a pobre Chapeuzinho
Vermelho.
Quando o lobo satisfez a sua vontade, deitou-se de novo na cama, adormeceu e
começou a roncar muito alto. O caçador passou perto da casa e pensou: “Como a velha
está roncando hoje! Preciso ver se não lhe falta alguma coisa”. Então ele entrou na casa, e
quando olhou para a cama, viu que o lobo dormia nela.
___ É aqui que eu te encontro, velho malfeitor – disse ele –, há muito tempo que
estou à tua procura.
Aí ele quis apontar a espingarda, mas lembrou-se de que o lobo podia ter devorado a
vovó, e que ela ainda poderia ser salva. Por isso, ele não atirou, mas pegou uma tesoura e
começou a abrir a barriga do lobo adormecido. E quando deu algumas tesouradas, viu logo
o vermelho do chapeuzinho, e mais um par de tesouradas, e a menina saltou para fora e
gritou:
___ Ai, como eu fiquei assustada, como estava escuro lá dentro da barriga do lobo!
E aí também a velha avó saiu para fora ainda viva, mal conseguindo respirar. Mas
Chapeuzinho Vermelho trouxe depressa umas grandes pedras, com as quais encheu a
barriga do lobo. Quando ele acordou, quis fugir correndo, mas as pedras eram tão pesadas,
que ele não pôde se levantar e caiu morto.
Então os três ficaram contentíssimos. O caçador arrancou a pele do lobo e levou-a
para casa, a vovó comeu o bolo e bebeu o vinho que Chapeuzinho Vermelho trouxera, e
logo melhorou, mas Chapeuzinho Vermelho pensou: “Nunca mais eu sairei do caminho
sozinha, para correr dentro do mato, quando a mamãe me proibir fazer isso”.
Extraído do Manual do Professor Para Ler com Fluência (2013, p.62)

Texto 2/10

Fábula: A Assembleia dos Ratos de Monteiro Lobato

Um gato de nome Faro-Fino deu de fazer tal destroço na rataria duma casa velha
que os sobreviventes, sem ânimo de sair das tocas, estavam a ponto de morrer de fome.
Tornando-se muito sério o caso, resolveram reunir-se em assembléia para o estudo
da questão. Aguardaram para isso certa noite em que Faro-Fino andava aos mios pelo
telhado, fazendo sonetos à lua.
___ Acho — disse um deles — que o meio de nos defendermos de Faro-Fino é lhe
atarmos um guizo ao pescoço. Assim que ele se aproxime, o guizo o denuncia e pomo-nos
ao fresco a tempo.
Palmas e bravos saudaram a luminosa idéia. O projeto foi aprovado com delírio. Só
votou contra, um rato casmurro, que pediu a palavra e disse — Está tudo muito direito. Mas
quem vai amarrar o guizo no pescoço de Faro-Fino?
Silêncio geral. Um desculpou-se por não saber dar nó. Outro, porque não era
tolo. Todos, porque não tinham coragem. E a assembléia dissolveu-se no meio de geral
consternação.
___ Dizer é fácil; fazer é que são elas!
Extraído do Manual do Professor Para Ler com Fluência (2013, p.62)
Texto 3/10

Brincadeiras de Folclore
As brincadeiras folclóricas são aquelas que passam de geração para geração.
Costumam sofrer modificações de acordo com a região e a época, porém, a essência das
brincadeiras continua a mesma da origem. Muitas envolvem competições e disputas
individuais ou em grupos. Possibilitam também a integração e o desenvolvimento social e
motor das crianças.
Soltar pipa: as pipas, também conhecidas como papagaios, são feitas de varetas de
madeira e papel. Coloridas, são empinadas (soltadas) pelos meninos em dias de vento.
Com uma linha, os garotos conseguem direcionar e fazer malabarismos no céu.
Estilingue: também conhecidos como bodoques, são feitos de galhos de madeira e
borracha. Os meninos usam pedras para acertar alvos (latas, garrafas e outros objetos).
Pega-pega: esta brincadeira envolve muita atividade física. Uma criança deve correr
e tocar outra. A criança tocada passa ter que fazer o mesmo.
Esconde-esconde: o objetivo é se esconder e não ser encontrado pela criança que
está procurando. A criança que deverá procurar deve ficar de olhos tapados e contar até
certo número enquanto as outras se escondem. Para ganhar, a criança que está procurando
deve encontrar todos os escondidos e correr para a base.
Bola de gude: coloridas e feitas de vidro, são jogadas no chão de terra pelos
meninos. O objetivo é bater na bolinha do adversário para ganhar pontos ou a própria bola
do colega.
Boneca de pano: feitas pelas mães e avós, são usadas em brincadeiras pelas
meninas para simular crianças integrantes de uma família imaginária.
Pião: a brincadeira de pião ainda faz muito sucesso, principalmente, nas regiões do
interior do Brasil. Feitos de madeira, os piões são rodados no chão através de um barbante
que é enrolado e puxado com força. Muitas crianças pintam seus piões. Para deixar mais
emocionante a brincadeira, muitos meninos fazem malabarismo com os piões enquanto eles
rodam. O mais conhecido é pegar o pião com a palma da mão enquanto ele está rodando.
Extraído do Manual do Professor Para Ler com Fluência (2013, p.62)

Texto 4/10

Esportes a Cavalo
A equitação é a arte de cavalgar! Cavalos são criaturas fortes, bonitas, inteligentes
e amigas. Se forem bem treinados e não sofreram com a maldade e a ignorância de
humanos quando mais novos, certamente serão bons animais e lhe trarão muitas alegrias.
Corridas: as corridas de cavalos são realizadas nos hipódromos. Acontecem no
mundo todo e, em alguns lugares, as provas incluem salto em altura. Os animais correm na
areia ou na grama, e a distância que eles têm que percorrer varia de acordo com o tipo de
prova.
Enduro: o enduro é um esporte que se importa com o cavalo. Há pontos de
descanso durante o trajeto e se o cavalo apresentar sinais de estar cansado demais, ele
será impedido de continuar a prova! As provas de enduro podem percorrer quase 50 km..
Hipismo: as provas de salto tradicionais acontecem nos haras e nos clubes de
equitação, em picadeiros de areia. Um percurso é criado por juízes e o conjunto de cavaleiro
deve saltar todos os obstáculos sem derrubar nem deixar de saltar nenhum obstáculo – no
menor tempo possível.
Pólo: o pólo é um esporte bastante violento para o cavalo. Joga – se pólo com uma
bola, um taco comprido e dois times. Montados a cavalo, os jogadores devem levar à baliza
do adversário.

Extraído do Manual do Professor Para Ler com Fluência (2013, p.53)


Texto 5/10

A Bolsa Amarela
Era amarela. Achei isso genial: para mim amarelo é a cor mais bonita que existe.
Mas não era um amarelo sempre igual: às vezes era forte, mas depois ficava fraco; não sei
se por que já tinha desbotado um pouco,ou porque já nasceu assim mesmo,resolvendo que
ser sempre igual era muito chato.
Ele era grande; tinha até mais tamanho de sacola do que de bolsa. Mas vai ver ela
era que nem eu: achava que ser pequena não dá pé.
A bolsa não era sozinha: tinha uma alça também. Foi só pendurar a alça no ombro
que a bolsa arrastou no chão. Eu então dei um nó bem no meio da alça. Resolveu o
problema. E ficou com mais bossa também.
Não sei o nome da fazenda que fez a bolsa amarela. Mas era uma fazenda grossa,
e se a gente passava a mão arranhava um pouco.Olhei bem de perto e vi os fios da fazenda
passando um por cima do outro;mas direitinho;sem fazer bagunça nem nada.Achei legal.
Mas o que eu achei ainda mais legal foi ver que a fazenda esticava: ”vai dar pra guardar um
bocado de coisa ai dentro”
Extraído do Manual do Professor Para Ler com Fluência (2013, p.63)

Texto 6 /10

A Colcha de Retalhos
Conceli Corrêa da Silva
Nye Ribeiro Silva
Nos finais de semana Felipe vai para a casa da vovó. É uma delícia!
Vovó sabe fazer bolo de chocolate, brigadeiro, bala de coco, pão de queijo... enfim, sabe
fazer tudo que Felipe gosta. E lá não tem esse negócio de “hora de comer isso, hora de
comer aquilo... hora de brincar, hora de dormir...”
Vovó sabe contar histórias como ninguém.
- Conta mais uma vovó. Só mais uma!
Vovó coloca os óculos bem na ponta do nariz, faz uma cara engraçada e fala bem
fininho e fraquinho, imitando a voz da Chapeuzinho Vermelho, e bem grosso e forte,
imitando a voz do lobo mau. Ah! Quem é que não gosta de uma vovozinha assim?
Um dia, quando Felipe chegou à casa da vovó, encontrou uma porção de pedaços
de tecidos espalhados pelo chão, perto da máquina de costura onde ela estava trabalhando.
- O que é isso, vovó?
- São retalhos, Felipe. Fui juntando os pedaços de pano que sobravam das minhas
costuras e, agora, já dá para fazer uma colcha de retalhos. Vou começar a emendá-los hoje
mesmo.
- Posso ajudar, vovó?
- Está bem. Então vá separando os retalhos para mim. Primeiro só os de bolinha,
depois os de listrinhas...
Felipe esparramou tudo pelo chão e foi separando-os um a um. Tinha pano de
florzinha, de lua e estrela, de bolinha grande e bolinha pequena, listrado, xadrez...
- Olha esse pano listrado, é daquele pijama que você fez para mim quando a gente
passou aqueles dias no sítio, lembra?
- É mesmo Felipe, estou me lembrando. Que férias gostosas! Andamos a cavalo,
chupamos jabuticaba... As jabuticabeiras estavam carregadinhas!
- E olhe esse pano xadrez, que bonito vovó!
- É daquela camisa que eu fiz para você dar ao seu pai, no dia do aniversário dele.
Sua mãe fez um jantar gostoso e convidou todo mundo.
- Ah! Eu me lembro! Veio o tio Paulo, o tio João, a tia Josefina, veio a Cecília e até o
Rex, para brincar com o meu cachorro, Apolo. Parece que um deles fez xixi na cozinha e o
outro fez cocô no quintal, né?
- Seu pai ficou tão bonito! E assoprou as velinhas, todo vaidoso, de camisa nova.
- É mesmo! Mas ficou bravo com os cachorros.
- Olha, Felipe esse retalho aqui. Não é daquele vestido que eu fiz para a sua mãe ir a
uma festa de casamento? Sabe, quando a sua mãe era pequena eu fazia uma porção de
vestidos para ela. E gostava também de bordá-los. Uma vez fiz um vestido cor-de-rosa,
inteirinho bordado com a branca de neve e os sete anões. Quando o vestido ficou pronto,
ela falou assim:
- Ué, mamãe, está faltando a bruxa!
- Vovó, esse pano azul-marinho está com a cara da Vó Maria.
- Era dela mesmo!
- Vovó Maria mora lá no céu, né? Junto com o vovô Luiz e o meu cachorrinho
Apolo... Ué, vovó, você está chorando? O que aconteceu?
- Não, - disse a vovó fungando e limpando o nariz com o lenço – não estou chorando,
não.
- Ah! Vovó! Vice não disse que nós somos amigos? Então, me conta o que está
acontecendo. Você está triste?
- É saudade, Felipe! É a saudade...
- Saudade dói, vovó?
- às vezes dói. Quando a saudade é de alguém que já foi embora para nunca mais
voltar...
- Ah!
- Mas existem outras saudades: de um passeio gostoso, de uma viagem, de uma
festa, de um amigo, de uma amiga, de um parente que mora longe...
-Vovó, acho que eu ainda não entendo nada de saudade.
- Eu sei. A gente só entende bem das coisas que já experimentou. Talvez ainda seja
muito cedo para você entender dessas coisas...Felipe, me ajuda aqui. Vamos ver como é
que está ficando a nossa colcha de retalhos!
- Que bonita, vovó! Um dia você faz uma para mim também?
Depois de algum tempo, Felipe nem se lembrava mais da colcha de retalhos. Um dia,
ao voltar da escola...
- Felipe! A vovó mandou uma surpresa para você!
- Uma surpresa para mim? Onde?
- Está lá em cima da sua cama.
Felipe entrou no quarto correndo. A colcha estava sobre a sua cama. Que linda! Mas
não era uma colcha como essas que se vende, nas lojas. Cada retalhinho tinha uma
história.
Ali, deitado sobre a colcha, Felipe passou algum tempo lembrando-se de uma porção
de histórias. Observou um retalho de brim azul...
- Foi quando o papai e a mamãe viajaram de férias e eu fiquei lá na casa da vovó.
Um dia, fui subir na jabuticabeira e levei o maior tombo. Ralei o joelho, fiquei com o bumbum
dolorido e o short rasgado... que vergonha! Vovó veio correndo lá de dentro. Me pegou no
colo com carinho e, depois, nesse mesmo dia, resolveu fazer um short novo para mim. E
fez um short deste pano aqui, de brim azul.
De repente, Felipe começou a sentir uma coisa estranha dentro do peito. E aquilo foi
aumentando, aumentando... Felipe foi atrás de sua mãe:
- Me leva na casa da vovó?
Não demorou nada e os dois estavam chegando lá na casa da vovó. Tocaram a
campainha e ela veio lá de dentro.
- Parece que eu estava adivinhando que você vinha. Fiz um bolo de chocolate, do
jeito que você gosta!
- Vovó, vem aqui pertinho. Agora me dá um abraço bem gostoso!
- Aconteceu alguma coisa, Felipe?
- Sabe vovó... – cochichou Felipe, bem baixinho, no seu ouvido – preciso te contar
um segredo: eu acho que já entendi... agora já sei o que é saudade !

Extraído do Manual do Professor Para Ler com Fluência (2013, p.33)

Texto 7 /10

Farinha de Mandioca
Que comida eu mais gosto... Que comida eu mais gosto?
Fiquei com a pergunta na cabeça por uns dois meses. Qual a preferida, qual a mais
digna de merecer a palavra saudade.
Dos índios, a farinha. Assim, curto e grosso. A mandioca ralada, espremida,
trabalhada, transformada. Há pra todo gosto.
Na Bahia conheço uma, macia como veludo e que escorre dos dedos como pó,
massa saborosa que solta o sabor quando apertada contra o céu da boca com língua. Tem
um gosto decidido de mandioca.
Em Paraty a granulada já se faz mais evidente, é comprada em casas de farinha
pelos caboclos e trazida para casa em lombo de burro ou nas costas, mesmo, em sacos de
aniagem alvejados, brancos, limpíssimos. Fazem isso uma vez por mês, num ritual,
escolhem o produto,provam,compram com o anterior, sentem pequenas diferenças de
sabor, de ponto,de cor.
Gosto de farofa e em pirão. Farofa mineira pura, sem ovo, sem bacon. Só a
manteiga na frigideira ou o óleo. Passa – se rapidamente na gordura quente sem deixar
queimar o fundo,o que seria um desastre. Vai se mexendo, mexendo, até que se tenha
chegado na perfeição.
Farofa, farinha, efes fricativos, tem que fechar os lábios senão pula fora, farofa,
farinha, frigideira, frisada, frita, fritada, frugal, fúlvida, fundamental, fundadora.

Extraído do Manual do Professor Para Ler com Fluência (2013, p.71)

Texto 8/10

Danças Brasileiras

Dança de Roda: É uma variante mais tradicional do samba. Os dançarinos dançam


numa roda ao som de músicas acompanhadas por palmas e cantos. Chocalho, pandeiro,
viola, atabaque e berimbau são os instrumentos musicais mais utilizados.
Maracatu: O maracatu é um ritmo musical com dança típico da região
pernambucana. Possui uma forte característica religiosa. Os dançarinos representam
personagens históricos (duques, duquesas, embaixadores, rei e rainha). O cortejo é
acompanhado por uma banda com instrumentos de percussão (tambores, caixas, taróis e
ganzás)
Frevo: É uma espécie de marchinha muito acelerada, que, ao contrário de outras
músicas de carnaval, não possui letra, sendo simplesmente tocada por uma banda que
segue os blocos carnavalescos enquanto os dançarinos se divertem dançando
Baião: Ritmo musical, com dança, típico da região nordeste do Brasil. Os
instrumentos usados nas músicas de baião são: triângulo, viola, acordeom e flauta doce.
Catira: Ligada à cultura caipira é caracterizada pelos passos, batidas de pés e
palmas dos dançarinos. O instrumento utilizado é a viola, tocada, geralmente, por um par de
músicos.
Quadrilha: É uma dança típica da época de festa junina. Há um animador que vai
anunciando frases e marcando os momentos da dança.

Extraído do Manual do Professor Para Ler com Fluência (2013, p.66)

Texto 9/10

O trem
Graziela chegou quase sem fôlego a estação. Rapidamente foi comprar o bilhete e,
nesse momento, o controlador estava recebendo um telegrama muito urgente: um povoado
onde havia uma parada do trem que estava a ponto de partir havia sido inundado por fortes
chuvas. A população precisava de ajuda.
“Passageiros ao trem” ouviu – se dizer enquanto tocava uma campainha. Era o
último aviso para que os viajantes subissem no trem chamado. O aventureiro. De repente,
ouviu – se um chiado agudo e o trem parou bruscamente. Graziela se aproximou da janela e
viu que estavam a beira de um precipício, a ponto de descarrilar. Então, o trem deu marcha
ré para pegar impulso e, com velocidade, conseguiu atravessar a enorme cratera.
O trem parecia enfeitiçado, seguindo o seu caminho sem parar. Todos estavam
emocionados com a sua audácia. Mas quando chegaram às águas do rio que transbordou, a
locomotiva parou com medo de ser inundada. Então, o maquinista teve uma brilhante idéia e
disse:
___ Construiremos uma enorme balsa e o trem passará flutuando. E assim foi.
Dos telhados das casas inundadas, saudavam o seu salvador. E foi assim que o trem
resgatou todos os habitantes.
O aventureiro seguiu seu caminho percorrendo lugares bonitos e encantadores.

Extraído do Manual do Professor Para Ler com Fluência (2013, p.70)

Texto 10 /10

A Longa Viagem do Alfabeto

Você sabe o que é o alfabeto?


Você conhece a historia do alfabeto?
O alfabeto é uma forma de escrita.
O alfabeto é uma forma de escrita que usa letras.
As letras são símbolos escritos que apresentam os sons da língua falada.

O alfabeto brasileiro tem 23 letras*.


O alfabeto da língua inglesa tem 26 letras.
Um alfabeto permite escrever em quase todas as línguas.
O alfabeto é uma forma de escrita.
Antes do alfabeto havia outras formas de escrita.
Os hieróglifos eram uma forma de escrita.
Os hieróglifos eram uma forma de escrita que usava símbolos.
Os hieróglifos eram usados no Egito.
Os hieróglifos representavam idéias e sons.

Os fenícios inventaram o primeiro alfabeto.


Os fenícios inventaram o primeiro alfabeto há mais de 3.500 anos.
O alfabeto que os fenícios inventaram tinha 22 letras.
As letras do alfabeto fenício representam os sons da língua dos fenícios.

Os gregos usaram a idéia dos fenícios.


Os gregos foram os primeiros a usar a palavra alfabeto.
A palavra alfabeto vem das duas primeiras letras do alfabeto grego.
As duas primeiras letras do alfabeto grego são alfa e beta.
Extraído do Manual do Professor Para Ler com Fluência (2013, p.148)

Modelo da Ficha de Avaliação para diagnóstico de leitura.

Diagnóstico de Leitura, Compreensão e Expressão Oral.

Nº Aluno Fluência na Decodificação Compreensão e


Leitura expressão oral
01

02

03

04

05

06

UNIDADE II
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DE LEITURA

a) Práticas pedagógicas eficazes

Ensino didático, ou ensino estruturado. Em que consiste um bom ensino:


 Revisão diária do material aprendido:
o Deveres de casa com correção na sala de aula.
o Rever o que já foi aprendido ao apresentar novo conteúdo.
 Apresentação de matéria nova:
o Explicitar os objetivos.
o Resumir o que será dito.
o Explicar o assunto, apresentando o conteúdo em pequenos passos e
partindo do simples para o complexo.
o Demonstrar os procedimentos, pensar em voz alta.
o Avaliar os alunos com freqüência, por meio de perguntas.
o Evitar digressões, focar no essencial.
 Prática guiada:
o Depois de explicar e demonstrar, dar atividades para os alunos
fazerem e supervisioná-los de perto.
o Percorrer as carteiras para ajudar os alunos em dificuldade.
o Explicar novamente ou de forma diferente, se as dificuldades forem
comuns a vários alunos
o Repetir exercícios com prática guiada até que os alunos atinjam pelo
menos 80% de sucesso na realização da tarefa.
 Feedback:
o Dar feedback constante, freqüente.
o Dar feedback específico, salientando os progressos do aluno,
identificando as dificuldades, gargalos e sugerindo caminhos para superar. Isso pode
envolver nova explicação.
o Apresentar listas para auto-avaliação.
 Prática independente:
o Propor tarefas, exercícios e atividades bem orientadas, para observar
se o aluno consegue resolver as questões, sem internalizar erros.
o Fazer o aluno praticar de forma independente até ele demonstrar ser
capaz de realizar as tarefas previstas com um índice de acertos de 95% ou mais.
o Corrigir os exercícios e atividades para assegurar que o aluno
efetivamente aprendeu.
 Revisões semanais e mensais.
o Começar a revisão pelo reensino do que já foi aprendido e do que
ainda não foi inteiramente assimilado.
o Assegurar que o aluno aprendeu bem o conteúdo, de forma que ele
seja capaz de transferir o que foi aprendido, ou seja, usar o conhecimento adquirido
em novos contextos.
o Além de aprender, o aluno precisa reter o que foi aprendido. Reter
significa ser capaz de acessar rapidamente o que já foi aprendido.
o Usar a revisão sistemática e avaliações freqüentes, pois elas facilitam
aquisição e retenção dos conhecimentos, e, dessa forma, tornam possível a
transferência da aprendizagem.

b) Práticas pedagógicas eficazes para alfabetizar

 Ajudar a criança a adquirir o princípio alfabético. Isso se faz, sobretudo:


o Promovendo o conhecimento das letras, seus nomes e formas;
o Promovendo a associação entre fonemas e grafemas;
 Ajudar a criança a adquirir o decodificar as palavras. Isso se faz,
sobretudo:
o Usando técnicas de análise e síntese de fonemas;
o Usando palavras simples e conhecidas, de preferência fora de
contexto;
o Testando o aluno por meio de pseudo-palavras;
o Usando palavras repetidamente, para promover a identificação
automática das mesmas;
 Ajudar a criança a adquirir fluência de leitura. Isso se faz, sobretudo:
o Usando textos com estruturas morfossintáticas adequadas;
o Usando textos com vocabulário conhecido e estruturas repetitivas e
previsíveis;
 Ajudar a criança a adquirir o princípio ortográfico. Isso se faz,
sobretudo:
o Promovendo a leitura;
o Promovendo o domínio das situações mais regulares, e depois, das
menos regulares em situações de ditado e outras que permitam a análise da relação
entre fonemas e grafemas;
 Usar testes para avaliar as competências específicas e próprias da
alfabetização, e não apenas testes voltados para medir processos mais complexos
como o da compreensão e produção de textos.
c) Práticas pedagógicas eficazes para o ensino da língua

 Leitura compartilhada. Professores e alunos compartilham a leitura de


um texto. Nas séries iniciais, é necessário utilizar livros de formato grande, para
permitir a intimidade característica da leitura feita em casa pelos pais;
 Leitura guiada. Leitura feita em pequenos grupos com nível
semelhante de fluência e compreensão. Por meio de diálogo, o professor orienta os
alunos para aspectos importantes da leitura;
 Escrita compartilhada. O texto é escrito conjuntamente pelos alunos,
com apoio do professor. O objetivo é permitir aos alunos tomar consciência de todos
os aspectos envolvidos no processo de escrita. O professor ajuda organizando a
tarefa, decompondo a tarefa em passos discretos (por exemplo, fazer uma lista de
idéias, redigindo a última frase), modelando o processo de escrita e "pensando alto";
 Escrita guiada. O objetivo é orientar os alunos de forma mais específica
no processo de escrita. O professor parte de um texto, por exemplo, identifica
características salientes do mesmo e orienta os alunos para aplicar esse
conhecimento para redigir um texto, parágrafo ou frase.
Disponível em: <link:www.alfaebeto.org.br/128>

UNIDADE III

AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ALUNOS

Estratégias de Recuperação

Tipos de erros na fluência da leitura mais comuns e estratégias para recuperação


dos alunos.

1)Lê decodificando ou silabando

Diagnóstico Intervenções Exercícios

Aluno não foi As intervenções visam alfabetizar o  Exercícios de análise e


alfabetizado aluno, dar a este o domínio das síntese de fonemas.
devidamente habilidades de decodificação e um
mínimo de fluência de leitura de textos
simples.
 Leitura de palavras
conhecidas, desconhecidas e
pseudopalavras com dificuldade
crescente.

 Leitura de textos decodificáveis


e estruturados, com dificuldade
crescente.

Onde encontrar
Livro Atividade
 Leia emendando
Aprender a Ler  Já sei ler
Minilivros  Leitura
Livro A  Leia depressa
Para Ler e Reler  Leitura

Para ler com fluência: Jogos, atividades e Formar palavras


desafios.  Anagramas
 O intrometido
 Pseudopalavras e cidades brasileiras
 Cruzadinhas
 Aumentar frases

2) Lê soletrando palavras

Diagnóstico Intervenções Exercícios

O aluno não As intervenções visam ajudar o aluno, Leitura de palavras conhecidas,


automatizou as a ler cada palavra de um texto desconhecidas e
palavras mais conectado. Para isso, precisa prestar pseudopalavras com
usuais do atenção a cada palavra e modular a dificuldade crescente.
Português, ou lê velocidade da leitura à sua efetiva Leitura de textos decodificáveis e
sem prestar capacidade. estruturados, com dificuldade
atenção, com crescente.
pressa, além de sua Exercícios de formar palavras.
capacidade

Onde encontrar
Livro Atividade
 Leia emendando
Aprender a Ler
Livro A  Leia depressa

Para Ler com Fluência: atividades orais para Pula palavras
sala de aula  Ler como robô
 Categorias gramaticais
 Golpe de vista
Para ler com fluência: Jogos, atividades e Ordem de tamanho
desafios  Formar palavras
 O intrometido
 Cruzadinha
 Verbos

3) Lê trocando palavras

Diagnóstico Intervenções Exercícios

O aluno lê As intervenções devem levar o Leitura de palavras conhecidas,


prestando atenção aluno a prestar atenção a cada desconhecidas e pseudopalavras
no contexto, e não palavra tal como está escrita, ou com dificuldade crescente.
no texto. seja, identificar de maneira Leitura de textos decodificáveis e
automática e rápida a palavra estruturados, com dificuldade
escrita. crescente.
. Ler frases cada vez mais extensas.
Exercícios de formar palavras.

Onde encontrar
Livro Atividade
 Leia emendando
Aprender a Ler
Livro A  Leia depressa

Para Ler com Fluência: atividades orais para Pula palavras
sala de aula (só para quem usa o Livro D)  Ler como robô
 Categorias gramaticais
 Golpe de vista
Para ler com fluência: Jogos, atividades e Ordem de tamanho
desafios  Formar palavras
 Anagrama
 O intrometido
 Caça palavras
 Cruzadinha
 Verbos

4) Lê aos arrancos, sem emendar as palavras.

Diagnóstico Intervenções Exercícios

O aluno não A modelagem pelo professor é Leitura de textos em ordem


automatizou as essencial: modelar velocidade, ritmo, crescente de dificuldade, sempre
estruturas entonação. Enfatizar as regras de a partir da modelagem do
sintáticas mais elisão. professor, e com retirada
comuns do progressiva da modelagem.
Português. O professor deve reduzir
progressivamente a sua intervenção
Em algum caso (alternar a leitura, frases mais longas,
pode não conhecer etc.).
as regras de elisão
(as asas). Durante a leitura pelo aluno, chamar a
atenção para o certo, e não para o
erro. Se o aluno errar, emendar e
mostrar o certo, sem salientar o erro.

Onde encontrar
Livro Atividade
 Já sei Ler
Aprender a Ler
Minilivros  Leitura
Livro A  Leia depressa
Para Ler e Reler  Leitura
Para Ler com Fluência: atividades orais  Revezamento – Golpe de Vista
para sala de aula
Para ler com fluência: Jogos, atividades e  Formar palavras
desafios  Anagramas
 O intrometido
 Pseudopalavras e cidades brasileiras
 Cruzadinhas
 Aumentar frases
 Trava- língua

5) Lê com prosódia deficiente (sem entonação, ritmo, etc.)

Diagnóstico Intervenções Exercícios

O aluno não lê com A modelagem pelo professor é  Ler mesma frase com
compreensão. essencial: modelar velocidade, ritmo, diferente pontuação
entonação  Ler a mesma frase com
Ele pode ler diferente entonação.
palavras, ler A modelagem deve usar textos de  Leitura de diálogos
depressa, mas não dificuldade progressiva. Começar modificando a entonação de
reflete variando pontuação (interrogativas, leitura.
entendimento da afirmativas, negação direta e indireta, Mudar a posição dos
sintaxe, sinais de posição das vírgulas, voz ativa e elementos nas frases, mudando
pontuação, etc. passiva).Continuar com textos de ritmo e entonação de leitura.
diálogos, imitação de
noticiário,locução de esportes,etc.

Durante a leitura pelo aluno chamar a


atenção para o certo, e não para o
erro. Se o aluno errar, emendar e
mostrar o certo, sem salientar o erro.

Onde encontrar
Livro Atividade
 Já sei Ler
Aprender a Ler
Minilivros  Leitura
Coleção ABCD  Atividades para mudar a pontuação das
frases.
 Atividades para mudar a posição dos
elementos nas frases
Para Ler e Reler  Leitura
Para Ler com Fluência: atividades orais para Revezamento
sala de aula  Categorias gramaticais
 Golpe de vista
Para ler com fluência: Jogos, atividades e  Verbos
desafios  Aumentar frases
 Trava- língua

MODELO DE FICHA INDIVIDUAL DE AVALIAÇÃO

AVALIAÇÃO DA FLUÊNCIA DA LEITURA

ALUNO: TURMA:

TESTE DATA VELOCIDADE PRECISÃO PROSODIA TIPO DE ERRO


1 2 3 4 5
1

10

11

12
Tipos de erros: Marcar um x nos tipos de erros cometidos pelos alunos, de acordo com a
lista abaixo.
1. Lê decodificando ou silabando.
2.Lê saltando palavras.
3.Lê trocando palavras.
4. Lê aos arrancos, sem emendar as palavras.
5. Lê com prosódia deficiente (sem entonação, ritmo,etc.).

Extraído da Coleção IAB Fluência de Leitura. Para Ler com Fluência: Atividades Orais para a Sala de Aula (2013, p. 90-91).

Observação
Para verificar o progresso da fluência da leitura do aluno nas três dimensões da
fluência de leitura: velocidade, precisão e prosódia, sugerem-se 10 Textos de Leitura para
testes com 200 palavras cada um, sendo um teste diagnóstico; nove testes para serem
aplicados ao longo do ano letivo (a cada 4 semanas).
O teste avalia a leitura do aluno em quatro aspectos: Precisão; Velocidade;
Prosódia e Tipos de erros Tendo como parâmetro o Diagnóstico, o professor
desenvolverá atividades especificas para que o aluno possa superar suas dificuldades ao
longo do ano letivo.
Fluência de Leitura 1 a 10 (Testes Orais)
Aplicar Mensalmente em todos os alunos.

Teste 1/10 – Diagnóstico

Acrobacia

Acrobacias são performances de destreza corporal comuns em circos. Quem


executa a acrobacia é o acrobata. Elementos como trapézio, pêndulos, e outros tipos de
balanços com alta altitude são utilizados para transformar a Acrobacia em um número de
circo mais emocionante.
A ginástica acrobática é um esporte relativamente recente, em que se realizam
séries coreográficas acompanhadas de música, em pares ou em grupos. Existem as
modalidades masculinas (com duplas ou quartetos), femininas ( duplas ou trios) e a
modalidade mista (dupla).
A harmonia, a estética e a seqüência dos movimentos assumiu a principal
importância nos dias de hoje, especialmente em competições acrobáticas. Há dois
elementos principais na acrobacia esportiva: o equilíbrio e o tempo. Os acrobatas executam
esses elementos – juntamente com a coreografia.
As acrobacias e os elementos de ginástica são realizadas em uma área de piso
elástico. Uma pessoa – conhecida como a base – assume uma posição (pode ser qualquer
posição ou uma na qual ela é segura pelas outras) e outra pessoa – conhecida como o
volante – mantém uma posição de equilíbrio sobre a base. Essa posição de equilíbrio pode
ser uma posição de parada sobre os ombros, as mãos ou os braços da base.

Extraído da Coleção IAB Fluência de Leitura


Para Ler com Fluência: Atividades Orais para a Sala de Aula (2013, p.94).
Teste 2/ 10

Em meio a jovens, veteranos enfrentam dificuldades no Palmeiras

Renan Cacioli

Mesclar experientes jogadores ao renovado elenco palmeirense não tem


funcionado como o esperado. Por contusões ou problemas técnicos, os veteranos do grupo
têm patinado entre os novatos.
A começar pelo goleiro Marcos, 35, que voltou a enfrentar dificuldades com
contusões.
Após ter realizado um trabalho físico específico durante a pré – temporada que o
impediu de jogar as duas primeiras partidas do ano, o campeão mundial de 2002 voltou
contra o Marília.
Dois dias depois, nos 5 a 1 sobre o Real Potosi, da Bolívia, ele sentiu uma lesão no
músculo adutor da coxa direita que tirou de combate.
Marcos conseguiu, então, engatar quatro jogos seguidos até sentir, no dia 28,
contra o Guarani, uma nova lesão muscular. Ele só deverá voltar a treinar com bola na outra
semana.
O zagueiro Edmilson, 32, trazido para auxiliar Maurício Ramos, 23, e Danilo, 24, na
defesa, tem alternado boas apresentações com falhas.
Outro experiente atleta que ainda não engrenou é Marcão, que tem 33 anos, vindo
com o rótulo de “jogador de Libertadores”. Em sua estréia no torneio continental, acabou
substituto no intervalo da derrota (3 a 1) para o Colo Colo.

Extraído da Coleção IAB Fluência de Leitura


Para Ler com Fluência: Atividades Orais para a Sala de Aula (2013, p.94).

Teste 3 / 10

Prevenção no mundo virtual


Mara Figueira
Você sabia que, a cada ano, acontecem mais de 80 mil casos de intoxicação no
Brasil afora? São milhares de pessoas que ingerem produtos químicos, como detergentes
ou mesmo remédios sem prescrição médica, o que provoca danos à saúde. Pior: a cada 100
vitimas de acidentes desse tipo, 25 são crianças com até cinco anos de idade, como revela
um levantamento coordenado pela Fundação Oswaldo Cruz.
Existe, porém, uma boa notícia. Casos de intoxicação podem ser evitados. Para
tento, basta saber como guardar, usar e descartar os produtos químicos, além de aprender
a identificar locais de risco dentro de nossa própria casa para acidentes desse tipo. Mas se
você não sabe nada a respeito desse assunto, fique atento: há um curso virtual pronto a lhe
ensinar. Disponível no endereço WWW.agro.basf.com.br, ele é baseado em desenhos
animados e traz também um jogo de perguntas e respostas. Quem segui-lo até o final
recebe até um certificado para pendurar na parede do quarto, além de ganhar muito
conhecimento para evitar casos de intoxicação. Então, não perca tempo: providencie logo o
seu diploma e ajude já a diminuir o número de casos de intoxicação no nosso país!
Extraído da Coleção IAB Fluência de Leitura
Para Ler com Fluência: Atividades Orais para a Sala de Aula (2013, p.94).
Teste 4 / 10

Capoeira

A capoeira é uma expressão cultural brasileira que mistura luta, dança cultura
popular, música. Desenvolvida no Brasil por escravos africanos e seus descendentes, é
caracterizada por golpes e movimentos ágeis e complexos, utilizando os pés, as mãos, a
cabeça, os joelhos, cotovelos, elementos ginástico – acrobáticos, e golpes desferidos com
bastões e facões, estes últimos provenientes do Maculelê.
Uma das características que a distingue da maioria das outras artes marciais é o
fato de ser acompanhada por música. A ginga é o movimento básico da capoeira, é um
movimento de pernas no ritmo do toque que lembra uma dança, porém capoeiristas
experientes raramente ficam gingando, pois estão constantemente atacando,defendendo, e
“floreando” (movimentos acrobáticos).
Além da ginga são muito comuns os chutes em rotação, rasteiras, golpes com as
mãos, cabeçadas, esquivas, saltos, mortais, giros apoiados nas mãos e na cabeça,
movimentos acrobáticos e de grande elasticidade e movimentos próximos ao solo. Existem
muitos tipos de capoeira. Os dois principais são a Capoeira Angola e a Capoeira Regional.
O sistema de graduação varia de grupo para grupo. Nos grupos de capoeira regional
ou de capoeira angola e regional, a graduação é normalmente representada pelas cores de
cordas ou cordéis amarrados na cintura do jogador .

Extraído da Coleção IAB Fluência de Leitura


Para Ler com Fluência: Atividades Orais para a Sala de Aula (2013, p.94).

Teste 5 / 10

Por que meu pé fede muito?

Quase todos os pés tem cheiros geralmente .... tenebrosos! Por que essa desgraça
acontece?
O mau cheiro dos pés acontece quando seres microscópicos crescem na pele de
uma infeliz criatura: você, por exemplo! Esses seres são os “micróbios”. Você não pode se
livrar dos micróbios: eles são bilhões e bilhões, e vivem em todo o lugar, inclusive dentro de
você. Alguns tipos de micróbios podem causar doenças e infecções nas pessoas.
Há maneiras de se esterilizar (ou seja, livrar de micróbios) os ambientes e as coisas
– é o que acontece nos hospitais, por exemplo. Mas os micróbios sempre voltam depois de
algum tempo, por isso as enfermeiras têm que estar esterilizando tudo, o tempo todo.
Você não pode esterilizar o seu pé, mas pode tomar algumas providencias para que
ele não cheire muito mal:
- lave bem os pés quando for tomar banho ou voltar de alguma atividade violenta,
como um jogo de futebol ou uma escalada ao Himalaia;
- mantenha as unhas dos pés bem aparadas e sem sujeira;
- use meias 100% de algodão;
- se nada adiantar, procure se aconselhar com o seu médico, ele pode receitar
produtos anti-fedor como talcos.
Extraído da Coleção IAB Fluência de Leitura
Para Ler com Fluência: Atividades Orais para a Sala de Aula (2013, p.94).
Teste 6 / 10

Trans... o que?

Marina Verjovsky
Entenda o que é a gordura de nome estranho que aparece nos rótulos das
gostosuras!
Você ganha um pacote de deliciosos biscoitos recheados com muito chocolate.
Antes de devorá-los, examina a embalagem. Nela vem uma tabela dizendo que a gostosura
tem um montão de calorias, vitaminas, proteínas e uns três tipos de gordura... Uê, gordura
não é tudo a mesma coisa? Não. È justamente por serem muito diferentes que, a partir de
agosto, tornou-se obrigatório vir escrito no rotulo de todos os produtos a quantidade de cada
uma delas.
A gordura chamada trans é a principal vilã, apesar de ser a mais eficiente em deixar
os alimentos mais crocantes, sequinhos, duráveis e apetitosos. É justamente por isso que as
indústrias gostam tanto de usá-la em seus produtos... Portanto, é bem comum encontrá-la
em grande quantidade nas delícias industrializadas, como sorvetes, batatas-fritas, pipocas,
salgadinhos, biscoitos, bolos e principalmente na margarina. Mas ela pode estar presente
em certos alimentos como a carne e o leite de vaca, por exemplo.
Toda gordura engorda, mas a trans é distinta das outras, pois era liquida e foi
transformada em solida e essa transformação é que a torna tão maléfica.

Extraído da Coleção IAB Fluência de Leitura


Para Ler com Fluência: Atividades Orais para a Sala de Aula (2013, p.94).

Teste 7 / 10

Zootecnia

A Zootecnia é a ciência que estuda a criação e o aperfeiçoamento das raças de


animais. Ela também trata da produção e do aprimoramento genético, para que os rebanhos
fiquem cada vez melhores. Além disso, a zootecnia se ocupa de produzir rações de
qualidade, de criar maneiras melhores e mais justas de abater os animais e de como
preservar as espécies, evitando as doenças etc.
O profissional que estudou zootecnia chama – se zootecnista. Entre outras
matérias, ele tem que estudar Biologia, Matemática, Física, Química, Zoologia, Genética,
Estatística e Experimentação, durante um curso que duram cinco anos. Para seguir nessa
profissão, a pessoa deve gostar muito de trabalhar com animais e ter interesse na evolução
genética das espécies. Deve também gostar de matemática e ser muito meticuloso (veja o
que isso quer dizer consultando um dicionário).
O zootecnista trabalha nas fazendas, indústrias de rações para animais,
cooperativas agropecuárias, secretarias de agricultura, órgãos do Governo voltados para a
pesquisa e a extensão rural, centro de inseminação artificial, zoológicos, hipódromos e
indústrias de abate. Alem de rebanhos de porcos, carneiros, bois, cabras e cavalos, um
zootecnista pode trabalhar com animais silvestres, como avestruz, jacaré, capivara, javali,
macaco, lobo, codornas, águias, falcões, mutuns, jacutingas...

Extraído da Coleção IAB Fluência de Leitura


Para Ler com Fluência: Atividades Orais para a Sala de Aula (2013, p.94).
Teste 8 / 10

Abelhas invadem apartamento na Zona sul na capital do Rio de Janeiro

Proprietária teve que contratar apicultor para retira – lãs.


Imóvel fica no Jardim Botânico.

Uma família que mora no Jardim Botânico, na Zona Sul do Rio, teve muito trabalho
para se ver livre de “vizinhas indesejáveis”; um enxame de abelhas.
A Proprietária do local, Roberta Pezoli, contou que ligou para a patrulha ambiental,
Defesa Civil e bombeiros, mas estes informaram que não podem fazer nada e deram
telefones de apicultores para retirar as abelhas. “Ou você paga uma pessoa para tirar ou
você vive com as abelhas”, contou ela.
O apicultor foi ao local e conseguiu tirá-las. Ele alerta que ninguém deve tentar tirar
sozinho o enxame. Ele dá dicas para aqueles que também são vitimas das abelhas.
“ Não jogar água e nenhum tipo de substancia. E esperar. Provavelmente, depois
que elas descansarem, elas vão seguir viagem,se não seguir viagem, procure uma pessoa
especializada para retirar o enxame e transportá-lo para um local de produção. Tem
técnicas”, João Carlos Souza, apicultor.
Os bombeiros informaram que a retirada de abelhas não é feita pelas autoridades, e
sim por apicultores, que tem roupas próprias e técnicas para chegar perto das colméias.
Extraído da Coleção IAB Fluência de Leitura
Para Ler com Fluência: Atividades Orais para a Sala de Aula (2013, p.101).

Teste 9 / 10

Porque no interior de SP recria Patagônia com pinguins-de-magalhães

O Parque Ecológico Dr. Antônio Teixeira Vianna, de São Carlos (231 km de SP),
recebeu anteontem 12 pinguins-de-magalhães, animais que habitam o externo sul do
continente americano. Os exemplares farão parte de um projeto que cria um pedaço da
Patagônia no interior paulista.
As 12 aves marinhas foram transferidas do aquário de Guarujá, no litoral paulista,
que estava superlotado de pingüins.
Segundo o diretor do zoológico, Fernando Magnani, 41, os pinguins-de-magalhães,
em sua maioria, chegam ao Brasil arrastados pelas correntes marítimas, por estarem
debilitados ou por serem ainda muito novos.
“As aves trazidas aqui para o parque são jovens, com um ou dois anos de vida.
Provavelmente, deve ter sido a primeira navegação delas.”
O pinguim-de-magalhães atinge até 20 anos de vida, 60 cm de altura e pode ser
facilmente encontrado no sul do continente e até mesmo no Rio Grande do Sul.
São mais comuns que o pingüim-imperador, alçado à fama em recentes
documentários e animações. O imperador é uma espécie que habita a Antártida e que
chega a 1,10 m. Além dos pingüins, o zoo já abriga duas espécies originarias da região da
Patagônia: a lhama e a alpaca.

Extraído da Coleção IAB Fluência de Leitura


Para Ler com Fluência: Atividades Orais para a Sala de Aula (2013, p.102).
Teste 10 / 10

O Menino e o Padre

Um padre andava pelo sertão, com muita sede, aproximou-se duma cabana, e
chamou por alguém.
Veio então lhe atender, um menino muito mirrado.
_ Bom dia meu filho, você não tem uma aguinha aqui pro padre?
_ Água tem não senhor, aqui só tem um pote cheio de garapa de açúcar, se o
senhor quiser... – disse o menino.
_ Serve, vá buscar. – pediu-lhe o padre.
E o menino trouxe uma cabaça cheia de garapa. O padre bebeu e o menino
ofereceu mais. Meio desconfiado, mas como estava com muita sede, aceitou.
Depois o padre curioso perguntou ao menino:
_ Me diga uma coisa, sua mãe não vai brigar com você por causa dessa garapa?
_ Briga não. Ela não quer mais essa garapa, porque tinha uma barata dentro do
pote.
Surpreso e revoltado, o padre atirou a cabaça no chão e esta quebrou-se em mil
pedaços, e exclamou:
_ Moleque danado, por que não me avisou antes?
O menino olhou desesperado para o padre, e então disse em tom de lamento:
_ Agora sim eu vou levar uma surra das grandes, o senhor acaba de quebrar a
cabacinha de vovó fazer xixi dentro.

Extraído da Coleção IAB Fluência de Leitura


Para Ler com Fluência: Atividades Orais para a Sala de Aula (2013, p.103).

UNIDADE IV

COMO LIDAR COM ALUNOS COM DIFICULDADES

Dificuldades típicas e como superá-las

Tipo de dificuldade O que fazer


O aluno não sabe ler, não identifica Nesse caso o aluno precisa ser
palavras. alfabetizado, pois de outra forma terá
muito dificuldade em acompanhar as
demais atividades do programa de
ensino.
O aluno identifica palavras, mas Listar as palavras do texto. Ajudar o
decodifica, sílaba ou gagueja. aluno a ler e reler as palavras várias
vezes, até que seja capaz de identificá-
las automaticamente no texto.
O aluno identifica palavras Separar as frases do texto. Ajudar o
automaticamente, mas não lê com aluno a ler uma frase de cada vez,
fluência. repetindo para adquirir maior segurança.
Superação das dificuldades de leitura

Quando um aluno estiver lendo com muita dificuldade o professor deverá:

– ajudá-lo com dicas, ou mesmo lendo o trecho mais difícil junto com o
aluno, mas encorajando-o a ler por conta própria. Ou pode pedir a um colega para
ler junto com ele;
– dar ao aluno segurança para ler em público e ir ficando mais
desembaraçado. Para tanto o professor deve assegurar um clima de respeito e
ajuda, e inibir qualquer tentativa de criar um clima de vexame.

Após a leitura, o professor deverá:

– chamá-lo em outro momento para fazer uma leitura individual, quando o


professor terá oportunidade de diagnosticar melhor suas dificuldades;

– fazer uma lista das palavras do texto, para o aluno ler antes de ler o texto;

– separar as frases do texto e pedir para o aluno ler cada frase;

– só depois pedir ao aluno para ler o texto em voz alta para a turma.

Se a dificuldade persistir, o professor deve usar os textos anteriores mais


simples.

Se o aluno não estiver alfabetizado, caberá ao professor se orientar para


alfabetizar o aluno.

AVALIAÇÃO

O Professor deve planejar o tempo que sua turma necessita para que o
mesmo possa “medir” o tempo de leitura individual e coletiva dos alunos, com
posterior registro na Ficha de Acompanhamento “Fluência de Leitura” observando os
avanços individuais e coletivos. Estabelecer metas para a turma para atingir até o
final do ano letivo.

Série Número de palavras por minuto


(Ensino Fundamental de 9 anos)
2ª 80 a 100
3ª 90 a 110
4ª 110 a 130
5ª 120 a 140
Essa leitura deve ser feita:

 com um máximo de 5 erros a cada 100 palavras (5%);


 com prosódia adequada, demonstrando compreensão.

O professor deverá tomar cuidado para que a medida do tempo não


encoraje os alunos a ler de maneira atropelada, sem entonação, saltando
palavras ou cometendo muitos erros.

Sugestões: Testes

O objetivo dos testes é avaliar individualmente o aluno em três competências:


decodificação, fluência em leitura e compreensão e expressão oral. Os testes devem
ser aplicados separadamente a cada estudante para que seja feito um diagnóstico
individual, indicando as habilidades específicas onde cada um tem dificuldades.
Dessa forma, professor e escola podem desenvolver atividades personalizadas de
recuperação voltadas para as lacunas do aluno.

a) Teste individual

Fazer a medição individual de leitura dos alunos. Isso deve ser feito pelo
menos uma vez por mês, para cada aluno. Dar um texto de 60 ou 120 palavras e
pedir para o aluno ler. A avaliação só tem utilidade se o texto for desconhecido.
Você deve procurar tomar a leitura sem que o aluno perceba que você está
cronometrando, ou, pelo menos, o aluno não deve sentir pressão para ler mais
depressa do que conseguiria normalmente.

b) Teste coletivo

Dar um texto igual para todos os alunos. Combinar o que dizer:

– para virar o papel (onde está o texto) e começar a ler;


– para terminar. Na hora que você disser “pare” os alunos devem marcar
com lápis a última palavra lida. Depois disso você ensina a contar quantas palavras
os alunos leram num minuto.
Extraído do Manual Para ler e Reler
CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Produção Didático Pedagógica intitulada “Fluência e Compreensão em


Leitura: uma proposta para avaliação e intervenção pedagógica”, a ser aplicada em
sala de aula do ensino regular com alunos do 6º ano do Ensino Fundamental,
constitui-se numa estratégia de ação para enfrentamento de “problemas” na rotina
escolar da escola pública, frente à falta de hábito de leitura dos alunos, dos mais
variados tipos de textos, os quais caracterizam como objeto de estudo teórico e
prático embasado na teoria cognitiva de leitura dessa proposta,a qual aplica uma
metodologia de trabalho reconhecida cientificamente.
As atividades propostas visam contribuir com o seu desenvolvimento cognitivo
e com o processo de ensino aprendizagem da leitura na sala de aula, e em outros
contextos envolvendo diferentes áreas do conhecimento.

REFERÊNCIAS

CASTELEIRO, J. M. Dicionário da língua portuguesa contemporânea. Lisboa:


Academia das Ciências de Lisboa e Editorial Verb, 2001

CASTRO, J. C. J. de; OLIVEIRA, J. B. A. Usando textos na sala de aula: tipos e


gêneros textuais. 3 ªed. Brasília: Instituto Alfa e Beto, 2008.

GOODMAN. O processo de leitura: considerações a respeito das línguas e do


desenvolvimento. In: FERREIRO, E.; PALACIO, M. G. (Org.). Os processos de
leitura e escrita: novas perspectivas. Porto Alegre: Artes Médicas, 1987.p.11-22.

MORAIS, J. A arte de ler-psicologia cognitiva da leitura. Edições Cosmos, 1996.

_____. Criar leitores: para professores e educadores. Barueri, SP: Minha Editora,
2013.

MORAIS, J.; KOLINSKY, R. A ciência cognitiva da leitura e a alfabetização. Pátio –


Revista Pedagógica, nº 29. Porto Alegre: Artmed, 2004, p. 7-13.

OLIVEIRA, J. B. A. CHADWICK, C. Aprender e ensinar. 9ª ed. Belo Horizonte.


Instituto Alfa e Beta, 2008.

OLIVEIRA, J. B. A. Para ler com fluência: atividades orais para a sala de aula:
2ªed. Brasília: Instituto Alfa e Beto, 2010. – (Coleção LAB fluência de leitura).
POCINHO, M. M. F. D. D. Prevenção da iliteracia: processos cognitivos implicados
na lectura. Revista Iberoamericana de Educación. n.º 44/3 – 25 de octubre de
2007. Disponível em: < http://www.rieoei.org/deloslectores/1895Pocinho.pdf> Acesso
em: 23 de dez. de 2012.

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