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Estrutura do Sistema Nervoso:

Se inicia com a formação de um tubo neural;

Desempenha 3 funções importantes: função sensorial; função integrativa


(incluindo pensamento e memória) e função motora.

Serve pra integração de todos os sistemas, p/ corpo funcionar como uma unidade;
é importante para a homeostase;

Estruturas responsáveis: córtex cerebral - interação com ambiente externo, não é


independente.

 Detectar estímulos; processar esses estímulos; interpretação e geração de


ações; tomada de decisão; planejamento de ação; memória

"Todos os animais são confrontados com a mesma tarefa assustadora: detectar


mudanças no mundo externo e interpretar estas mudanças de forma que possam
reagir apropriadamente. Sua sobrevivência depende disso. Não é surpresa, portanto,
que a tarefa de representar adequadamente a "realidade" externa tenha sido uma
poderosa força evolutiva e tenha resultado em animais que possuem um repertório
impressionante de sentidos altamente especializados."
O sistema nervoso se divide em: SNC e SNP

SNC – sistema nervoso central

O encéfalo é onde são localizadas as memórias, elaborados os pensamentos e


geradas as emoções;
Medula Espinhal: condutor para várias vias nervosas; área integradora para a
coordenação de muitas atividades neurais subconscientes;

Tronco encefálico: formado por substância cinzenta e branca (formação reticular);


nele se encontram os neurônios que modulam algumas funções vitais; circuitos de
serotonina, dopamina, noradrenalina, que são importantes p/ integração com o
ambiente externo;

Cerebelo: responsável pela coordenação motora fina; refinamento de alguns


aspectos cognitivos (percepção de tempo);

Ponte: tem um centro vasomotor que gera reflexos de ajuste de pressão arterial,
garantindo que os níveis de oxigenação estejam adequados;

Bulbo: mantém a ritmicidade automática da ventilação (inspiração e expiração);

Mesencéfalo: principal produtor de Dopamina no SNC, que tem funções


importantes no controle motor, controle da atenção e na sinalização de Recompensa
(permitindo reações de aproximação - o contrário da esquiva); maioria dos
neurotransmissores dopamina se encontram aqui;

O cérebro é divido em Telencéfalo - sendo esse o maior órgão do SN; é constituído


por substância cinza na região mais externa do córtex, e branca na região mais
interna; apresenta alguns dobramentos em sua superfície que promovem a formação
de giros e sulcos, permitindo maior volume de neurônios no crânio;

E também é divido em Diencéfalo - esse formado por:

Tálamo: um filtro que é capaz de refinar tanto a entrada sensorial quando a saída
motora; os 5 sentidos passam por ele, com exceção o olfato que tem via direta p
córtex; ele também bloqueia estímulos no córtex durante o sono;

Hipotálamo: principal controlador do SNA; atua no controle da homeostase;


controla e regula os processos de sede e fome; atua no controle das emoções e
comportamentos (funções exercidas em conjunto com o sistema límbico); atua no
processo de contração muscular (cardíaco e liso); atua na regulação de secreção de
diversas glândulas que produzem hormônios; age no controle de vários hormônios
pela hipófise; age nos processos relacionados ao desejo sexual; regula os estados de
consciência e ritmos circadianos (horários de vigília e sono).
Importante saber:

Só existem neurônios associativos (sensoriais e motores) no SNC; se ele sai, ou é


aferente sensorial, ou eferente, ou motores;

No SNC conjuntos de axônios se chamarão tratos ou fibras = substância branca; e


conjuntos de corpos celulares de neurônios se chamarão núcleos ou córtex =
substância cinzenta.
SNP – sistema nervoso periférico

Gânglios: conjuntos de corpos celulares de neurônios; organizados para o controle


de movimentos semivoluntarios complexos, como o de andar, correr e o
desenvolvimento de posturas corporais pra realização de funções especificas.

Nervos: conjuntos de axônios de neurônios; correspondem a feixes de fibras


nervosas envolvidas por tecido conjuntivo; são responsáveis por fazer a união do
SNC a outros órgãos periféricos e pela transmissão dos impulsos nervosos;
O SNP é dividido de acordo com sua atuação:

Sistema Nervoso Somático: regula as ações que estão sob o controle da nossa
vontade, ou seja, ações voluntárias. Atua sob a musculatura esquelética de contração
voluntária.

Sistema Nervoso Autônomo: atua de modo integrado com o sistema nervoso


central. Geralmente, exerce o controle de atividades de independem da nossa
vontade, ou seja, ações involuntárias (orgânicas). Atua sob a musculatura lisa e
cardíaca. Seus centros de controle são: hipotálamo, tronco encefálico e medula)

O SNA tem duas subdivisões:

Sistema Nervoso Simpático que estimula o funcionamento dos órgãos; aumenta


frequência cardíaca e pressão arterial.; aumento na ventilação e diminuição da
motilidade gastrointestinal;

Sistema Nervoso Parassimpático que inibe o funcionamento dos órgãos;


conservar energia; aumento da motilidade gastrointestinal;
Córtex Cerebral:

Córtex - É possível compreender o Córtex Cerebral da mesma forma que se


compreende o SN: pensando em sistemas aferentes (regiões sensoriais), sistemas
de processamento (áreas associativas) e sistemas eferentes (regiões motoras);
É ele quem recebe estímulos sensoriais em áreas do processamento primário; é
nele que irá chegar os impulsos produzidos pelas vias da sensibilidade e onde elas
são interpretadas; é ainda do córtex que saem os impulsos nervosos que iniciam e
comandam os movimentos voluntários; é o centro do entendimento e da razão,
responsável pela memória, percepção e linguagem;
 O Córtex Visual Primário localiza-se ao longo do Sulco Calcarino no Lobo
Occipital Medial;
 O Córtex Auditivo Primário localiza-se no Giro Temporal Transverso, no
Lobo Temporal;
 O Córtex Somestésico Primário (que inclui nosso tato), localiza-se no Giro
Pós-Central, no Lobo Parietal;
 O Córtex Gustativo Primário localiza-se no Lobo da Insula, que fica
escondido debaixo dos lobos Frontal e Parietal (acessível pela abertura do
Sulco Lateral);
 O Córtex Olfativo Primário localiza-se no Giro Uncus, na parte inferiro do
córtex cerebral, no Lobo Temporal;
Processo ciclo percepção-ação (manter um relacionamento coerente e estável
entre a pessoa e o meio ambiente)

Apresenta níveis de processamentos distintos:

O ambiente nos apresenta estímulos, esses são processados em vários níveis;


primeiro numa região 'sensorial primária' que é responsável por um mapeamento da
informação no ambiente; depois em vários níveis distintos de associação (associação
unimodal e polimodal), isso diz respeito, a integrar diferentes características daquilo
que se percebe no ambiente; (visão - integrar forma, cor, tamanho, posição);
Se a associação polimodal falhasse, seria possível ver uma pessoa mas ouvir a voz
dela saindo de outro canto e não da onde ela se encontra; (filmes dublados);
Devolver uma resposta para o ambiente é necessário a tomada de decisão,
planejamento do que vai fazer, depois é preciso planejar o movimento a ser
executado (mesmo que só verbal) até que efetivamente se dê comandos motores
que impliquem em gerar uma ação nesse ambiente;
Resumindo: Estímulos do ambiente geram alteração de neurônios sensoriais, se
conectando a algum outro (motor, na maioria dos casos), p/ produzir uma resposta
p/ se adequar ao ambiente;
Etapas na interação com o meio:

 Captação do estímulo ambiental (transdução);


 Representação em córtices primários;
 Interpretação em córtices associativos;
 Unimodal;
 Polimodal;
 Planejamento motor;
 Execução motora;
Integração Sináptica:

Sinapse: integração entre dois neurônios; na sinapse alguns botões sinápticos


excitam enquanto outros inibem os neurônios;
Neurônios servem para sinalizar uma informação por meio de potencial de ação.
Neurônios pré-sinápticos: enviam a informação

Neurônios pós-sinápticos: recebe a informação

Comportamentos derivam da integração sináptica de dois ou mais neurônios, dessa


forma, comportamentos mais simples (reflexos) depende apenas da medula,
enquanto que comportamentos mais complexos, mais elaborados, dependem de uma
rede maior de neurônios (cérebro);
Potencial de ação (PA): acontece no axônio do neurônio; pode ser gerado em
qualquer ponto do axônio, + provável que se inicie na zona de gatilho depois seguindo
um sentido único de propagação; quanto mais largo o axônio mais rápido se propaga
o p..a; entrada de muito sódio na célula gera p..a; e sai sódio p ficar negativo e
repolarizar novamente;
Basicamente o PA é uma inversão da polaridade da membrana;
Ele sempre tem a mesma intensidade (amplitude);
O SN codifica intensidade por: quantidade de neurônios excitados, área afetada; e
frequência de disparos.
A duração do estímulo vai se dar pela persistência dos disparos;

Onde está o círculo é a região do terminal do axônio ;


Toda vez que um estímulo é dado por muito tempo, a tendência é que ele pare de
ser sinalizado (p/ p.a);
Neurônios sem mielina tem uma condução lenta, enquanto que os com mielina tem
uma condução mais rápida do tipo saltatória;
Substância branca é bainha mielina, envoltório que acelera a velocidade de
propagação do impulso nervoso/potencial de ação em neurônios;
Substância cinzenta no meio da massa branca - núcleos de base: controle
de movimentos corporais estereotipados e subconscientes (andar, correr); e a
substância cinzenta externa é o córtex cerebral.
Nem todas as moléculas que estão dentro de um neurônio são neurotransmissores;
P/ ser um neurotransmissor precisa:

 Que a molécula seja sintetizada e estocada no neurônio pré-sinaptico;


 Deve ser liberada pelo terminal axônico sob estimulação;
 Deve existir um mecanismo especifico p/ remover o nt da fenda;
 Deve produzir no neurônio pós-sinaptico uma resposta que imita produzida
pelo pré-sináptico.
 São encontrados nas vesículas (porção final dos neurônios);
 São liberados na fenda sináptica;
GABA é o principal neurotransmissor inibitório no córtex;
Os neurônios aferentes ou sensoriais levam informações dos receptores
sensoriais até o SNC;
Os neurônios eferentes ou motores levam informações do SNC p/ músculos e
glândulas.
Os associativos decodificam o gerenciamento das informações vindas dos
aferentes, e todo o processo de tomada de decisão será comunicado aos eferentes.
Atenção - selecionar, definir o que será foco da nossa atenção; e inibir estímulos
que não interessam;

É possível existir atenção sem existir inibição;

É um sistema limitado, não dá para prestar atenção em todas as coisas ao mesmo


tempo;

Focos da atenção:

 Percepção;

 Raciocínio lógico;

 Tomada de decisão;

 Memória;

 Motricidade; (respostas que se dá ao ambiente)

 Tempo;

 Emoções;

Teorias sobre atenção:

1871/1874 - Hermann Von Helmholtz;

 Força interna; (mudar sistemas internos p/ prestar atenção)

 Mobilização espontânea ou voluntária;

 Facilitação da atividade sensorial relacionada com determinada região do


espaço;

Quando se presta atenção está facilitando captar algo do ambiente pois está gerando
foco sobre determinada coisa;

1890/1950 - William James;

 Força interna;

 Mobilização espontânea ou voluntária;

 Criação de uma expectativa mental; (esperar algo mentalmente do ambiente,


algo que vai acontecer)

 Estímulo a ser percebido;

 Resposta a ser dada;

“Todos sabem o que é atenção. É tomar posse da mente, de forma clara e vívida,
de um dos que parecem ser vários objetos ou linhas de raciocínios simultaneamente
possíveis. A essência da consciência é a focalização e a concentração.”

Quando gera atenção a pessoa está escolhendo um entre um milhão de coisas ao


redor, processando assim, de forma preferencial;

Filtros atencionais;

1958 - Donald Broadbent;

Se deu conta de que existia fones de ouvidos, nos quais podiam colocar sons
específicos em cada lado do fone;

Se perguntou, se colocasse um texto sendo narrado em um lado do fone e outro


sendo narrado do outro lado, se o indivíduo conseguiria dizer sobre o que se referiam;

Ignorou um dos lados e conseguiu repetir o discurso do outro lado;

Disse que atenção é filtro inicial (precoce), que as pessoas filtram o que não interessa
e descarta;

1963 - J.A. Deutsch and Diana Deutsch;

Disseram que existem estímulos do ambiente que mesmo que não queremos nós
sacamos eles;

Assim, se entende que Brodbent podia estar equivocado quando se referia a atenção
dizendo que ser um filtro inicial, falando que as pessoas podiam ouvir coisas mesmo
que não estivessem prestando atenção nelas;

Repetiram o experimento do Brodbent, e pegaram algumas palavras, por ex o nome


do sujeito e colocaram no ouvido esquerdo;

Depois se perguntava se a pessoa lembrava de algo que foi dito, as pessoas diziam
que ouviram seus nomes serem ditos;

Assim, se vc coloca sons bastante significantes o sujeito consegue relatar que aquilo
aconteceu;

Se ele consegue relatar significa que ele processou aquela informação que ele
recebeu;

Atenção é um filtro tardio;

1964 - Anne s. Triesman;

Atenção não precisa ser só uma coisa, ela pode ser além de um filtro simples;
Pode atenuar um estímulo, pegar um estímulo muito forte e que talvez não interesse
muito e deixar que ele passe de forma mais fraca, menos intensa, nem com todas
suas características;
E também se pode amplificar, pois se tem maior interesse direcionado a determinada
coisa;
Formas de mobilização;

 Atenção automática; um estímulo inesperado atrai a atenção


independentemente da vontade;

 não requeiram “controle ativo” por parte da pessoa, podendo, por isso
mesmo, ocorrer concomitantemente a outros processamentos, com pouca
interferência;

 podem ser desencadeados prontamente, de forma quase inevitável, por


eventos inesperados, surpreendentes ou incongruentes no ambiente, mesmo
que o participante não esteja, inicialmente, prestando atenção à fonte da
estimulação;

 Atenção voluntária; já na voluntária é o sujeito que a direciona ao estímulo


de interesse;

 Demandam recursos de processamento, razão pela qual o desempenho


concomitante de duas tarefas resulta em interferência (ou seja, prejuízo no
desempenho das tarefas em curso).

 Apresenta um componente consciente para sua realização e é, geralmente,


usado para tarefas mais complexas ou não familiares, requerendo assim mais
tempo para a execução.

 Os recursos atencionais controlados são necessários quando as tarefas: (a)


requerem planejamento ou tomada de decisões; (b) envolvem componentes
de solução de problemas; (c) são mal-aprendidas ou contém seqüências
novas; (d) são perigosas ou tecnicamente difíceis;

Mobilização da atenção:

Paradigma de atenção encoberta de Posner (Posner, 1980);

 Alvos precedidos de pistas;

Existe um benefício em prestar atenção;

Experimento que envolviam alvos e pistas;

Sujeito ficava direcionado em frente ao computador com um ponto de fixação no


meio da tela e em cima tinha uma seta; pisca a seta indicando um dos lados e ela
funciona como uma pista, pra dizer onde o alvo poderia aparecer, isso fazia com que
a pessoa direcionasse sua atenção p/ um lado ou p/ outro;

Depois de um tempo o alvo aparece p/ lado que a seta tinha indicado p/ lado
contrário; e o que se observa é que as pessoas em geral respondem mais rápido
p/ alvo do lado indicado pela seta;

É possível mensurar o benefício de prestar atenção;

 Primeiro porque o tempo entre a pista e o alvo é variável (p/ não responder
mecanicamente)

 Ajuste da proporção (resposta da pista) entre alvos do lado direito e do lado


esquerdo (certo/errado);

 80% das vezes a pista fala a verdade e 20% fala a mentira;

 Os sujeitos tendem a acreditar na pista, por isso se vê o benefício de prestar


atenção;

Quando a pista é válida o sujeito tende a direcionar a atenção p/ lado da pista onde
foi indicado e consegue responder mais rápido o alvo;

Prestar atenção no lado errado gera muitos prejuizos; pois precisa orientar sua
atenção p/ outro lado p/ só depois responder ao alvo;

Atenção é melhor para o lado direito;


Mobilização da atenção:

Dependente da relevância do estímulo;

Saliência - torna o estímulo mais importante; coisas que captam a nossa atenção;
cor forte, som alto, preferências pessoais, etc..
Vigília – nível de alerta;

Motivação - se não tem motivação gera prejuízos de atenção

Tarefa - complexidade da tarefa impacta no curso da atenção;

Motivação pode gerar facilidade em relação a tarefa!!!!!!!!


Atenção (atualmente): Seleção ou processamento preferencial em uma ou mais
porções da rede nervosa;
Cegueira atencional; cegueira p/ mudança
Exemplos de que atenção é um sistema limitado, não exergamos coisas na qual não
estamos atentos;

 Seleciona e percebe o item a ser analisado;

 Retém o percepto na memória de curto prazo; armazenar a informação


escolhida;

 Compara o percepto atendido (nova imagem) com o percepto armazenado


na memória (percebida anteriormente);

Atenção encoberta vs manifesta:

A manifesta é onde você olha, e a encoberta é você perceber que existem coisas
além daquilo, por exemplo pessoas se mexendo etc..
Na clínica:

 Atenção dividida;

 Atenção seletiva;

 Atenção focada;

 Atenção sustentada;

 Atenção executiva;

Tudo é seleção, atenção voluntária;

Isso não são tipos de atenção!


Mecanismos neurais:
Seleção inicial (filtram o estímulo p/ não chegar ao cerébro)

 Estruturas da ponte e do bulbo (tronco encefálico)

 Formação reticular (nome da estrutura) – filtra a entrada sensorial; pega tudo


o que já é fraco e ignora;

Mesencéfalo (tronco encefálico):

 Importante para filtrar distratores; inibição;

 Colículos superiores e inferiores;

 Em sujeitos com mesencéfalos lesados, geram atenção p/ que eles quiserem,


mas quando se tem muito distratores, tem dificuldade em achar o que ele
quer;

Diencéfalo

 Tálamo (filtro de tudo que chega ao cortéx);

Seleção tardia;

 Acontece em Córtex cerebral;


 Assim, implica em saber que o estímulo existe; relatar verbalmente o estímulo;
 4 regiões distintas fazem isso:
 Circuitos ventrais e dorsais
 Frontal;
 Parietal;
Se o estímulo não interessa ele não chega ao cortéx; assim, nao tem como relatar
o estímulo.
Rede Frontoparietal Dorsal

 Localização espacial de estímulos no ambiente;


 Gerador de atenção;
 Atenção voluntária;
Rede Frontoparietal Ventral

 Detecção de estímulos ambientais relevantes ao comportamento;


 Atenção automática;
Observações: Demências tem impacto no cortéx pré-frontal impacto nas áreas
dorsais;
Prejuízos em tomada de decisão, atenção, memória de curta duração - acontecem
em áreas pré-frontais do cortéx;
Importante: Atenção corresponde a um conjunto de processos que leva à seleção
ou priorização no processamento de certas categorias de informação; isto é,
“atenção” é o termo que se refere aos mecanismos pelos quais se dá tal seleção;
O sistema nervoso pode:
 (1) gerar ações que levem aos resultados desejados
 (2) atuar no sentido de selecionar determinados tipos de informação para
processamento adicional, isto é, direcionar sua atenção
Esse processo de seleção atencional depende não apenas da história prévia do
sistema selecionador, envolvendo suas memórias e, portanto, o significado pessoal e
emocional dos estímulos, mas também de expectativas geradas sobre a pendência
de eventos futuros com base
 (1) nas memórias sobre regularidades passadas
 (2) nos seus planos de ação, que dependem também de memórias sobre os
resultados de ações anteriores e seu significado afetivo;
Do ponto de vista neurobiológico, a função do SAS (controle atencional) estaria
relacionada à atividade dos lobos frontais.
Aparentemente, as funções executivas envolvem diversos subcomponentes,
possivelmente associados com diferentes aspectos do funcionamento dos lobos
frontais.
Danos nesta região nervosa usualmente levam à perseverança comportamental e/ou
ao aumento da distratibilidade;
A deficiência no funcionamento do SAS em decorrência da lesão frontal implicaria
numa omissão à necessária inibição do esquema hiperativo;
A disfunção do SAS impossibilita a seleção de uma ação que ocorreria pela ativação
seletiva de um esquema e inativação dos demais esquemas;
Sistema Atencional Supervisor (SAS), um controlador de atenção capaz de inibir
padrões de respostas habituais quando um novo comportamento é requerido.
Quanto mais próximas forem as características de um estímulo em relação ao ponto
focal, mais atenção ele receberá e, portanto, mais rapidamente será processado.
Estímulos com características totalmente distintas, situadas fora da distribuição, serão
ignorados.
Já os estímulos com características próximas aos limites da distribuição demandarão
processamento adicional antes de serem rejeitados;
A teoria atencional da seleção da resposta, segundo a qual a seleção para
processamento ocorre tardiamente, de modo a influenciar a resposta e o
arquivamento da informação na memória, mas não a percepção.
Ambas (seleção inicial e tardia) admitem que informações submetidas a
processamento pré-atencional competem pelo acesso a “sistemas de processamento
de capacidade limitada”;

Dependendo das intensidades relativas das informações processadas nos sistemas


pré-atencionais e da influência de expectativas sobre informações relevantes,
ganhariam acesso ao “sistema de capacidade limitada”, tornando-se conscientes e
contribuindo para o controle da resposta. Isto é, para que uma informação se torne
consciente ela deve ganhar acesso a um “sistema de capacidade limitada” e, assim,
contribuir para o controle da resposta.

No que se refere a informações da modalidade visual, a orientação exógena ou


automática da atenção parece envolver uma via filogeneticamente antiga (a via
retino-tectal que se projeta da retina para os colículos superiores), enquanto a
orientação endógena ou voluntária parece envolver controle cortical.

Informações retidas na memória e às quais se atribui relevância (por exemplo, o


próprio nome) recebem prioridade no processamento e captam a atenção
automaticamente (um processo “debaixo-para-cima”).

A “captação” da atenção dependerá do contexto em que o organismo se encontra.


A memória explícita é a lembrança consciente e voluntária de uma informação
ou evento, que pode ser declarada, isto é, trazida à mente como uma proposição
ou uma imagem;

É evidenciada através do relato verbal, e é possível se fazer múltiplas associações (o


que viu, sentiu, etc);

Uma única experiência pode gerar memória explicita (o primeiro beijo por exemplo);

A amigdala precisa ser ativada;

Os pacientes amnésticos apresentam prejuízo neste tipo de memória;

É dependente de lobo temporal medial, especialmente de hipocampo (p/ arquivar);

A memória implícita é a capacidade de adquirir habilidades percepto-motoras ou


cognitivas, através da exposição repetida a um estímulo ou atividade; estas
experiências só podem ser aferidas pela melhora no desempenho do indivíduo, já
que não são expressas de maneira consciente ou intencional.

Se evidencia pelo desempenho;

Depende de núcleos da base (massa cinzenta no meio do cérebro) e faz associações


simples;

Os pacientes amnésticos apresentam estas capacidades preservadas, o que pode ser


observado através do efeito de pré-ativação (priming), de condicionamento, e de
aquisição de habilidades;

A aprendizagem implícita é caracterizada por ser rígida e hiperespecífica, não


permitindo ao paciente fazer um uso flexível do que foi aprendido. Assim, pacientes
amnésticos não conseguem transpor o conhecimento adquirido para contextos
diferentes.

O condicionamento clássico (dependendo de medula espinhal) e aversivo


(dependendo da amígdala) é parte desse tipo de memória;

Bloquear condicionamento aversivo não bloqueia necessariamente condicionamento


clássico, pois são separados e tem áreas diferentes associadas;
Memória Operacional (curta duração – primária) é um sistema de retenção
temporário de informação;

Tem subcomponentes propostos p/ cada tipo de informação, passível de ser


“manipulado” pelo sistema;

É também o ponto inicial para pegar informações do ambiente que vão existir depois
na memória;

Esse tipo de memória faz parte das funções executivas e é altamente dependente
do córtex pré-frontal, especificamente do dorsolateral (DLPFC), regiões adjacentes e
anteriores aos córtices associativos motores;

Exige atenção p/ memorizar;

Podem durar minutos ou horas;

Lesões podem provocar prejuízo na retenção temporária de informações, não tem


necessariamente prejuízo na de longa duração, mas pode acontecer;

Memória Secundária (longa duração) não é só uma coisa, são diversas formas
de memória, podendo ser até inconsciente; são coisas mais significativas;
Paciente H.M (1953)

 Cirurgia experimental p/ tratamento de epilepsia;


 Resultados: diminuiu as convulsões, porém, continuou relatando que tinha 27
anos;
 Se lembrava de sua história de vida antes, mas depois da cirurgia não
conseguia formar mais memórias;
 Envolve lobo temporal medial – formar memórias, prejuízos nessa área geram
amnésia anterógrada (p/ frente; não forma memórias);
 2 anos p/ traz da cirurgia sua memória era normal, 2 anos até a cirurgia ele
tem uma perda gradativa de memória;
 H.M depois de cirurgia exibia uma memória de curta duração;
 Porém, ele não tinha memória explicita;
 Tinha memória implícita preservada, na qual ele pode mostrar pelo seu
desempenho a melhora que obteve no decorrer das vezes que foi exposto
ao teste;

A partir desse paciente se considerou duas coisas: memória explicita e implícita (longa
duração);

LTP – Long Term (potenciação de longa duração):

 Processo de facilitação sináptica (ativar redes de neurônios ficando mais fácil


de se ativar);
 Envolve modificações, principalmente elétricas da sinapse que promovem
retenção de informação entre minutos e dias;
 Acontece quando uma determinada sinapse é ativada concomitantemente
com o disparo de P.A de um determinado neurônio;
 Se um neurônio está fazendo um potencial de ação e no mesmo tempo
outro potencial de ação acontecer, ou seja, estiver sendo estimulado, a sinapse
vai se modificar, assim, podendo ficar maior;
 Se o neurônio pré-sináptico está estimulando outro neurônio enquanto ele
está disparando significa que aquele circuito é importante e remete ao mesmo
tipo de processo;
 Assim, consequentemente tem uma ampliação da rede;
 Esse tipo de informação subsidia a formação de assembleias neurais;
 É importante p/ formação de memória de longa duração;
Sistema Atencional Supervisor (SAS) - um controlador de atenção capaz de
inibir padrões de respostas habituais quando um novo comportamento é requerido;

Essa central é um sistema limitado, pois não conseguimos guardar tudo;

Esse sistema de atenção supervisiona o que está acontecendo;

Implica que para reter informações por um curto período de tempo é necessário
que se direcione a atenção;

Esses sistemas se comunicam com memórias de longo prazo.


Ekman e Friesen (1971) – falam sobre emoções básicas, as quais se expressam
em qualquer um e é automaticamente percebida; consideram como sendo inata;
Falam sobre 6 emoções básicas e inatas:

 Felicidade
 Medo
 Tristeza
 Raiva
 Nojo
 Surpresa

Ekman adiciona depois outra emoção, porém, essa não se adiciona ao seu
trabalho original; essa emoção seria o desprezo.
Se algo é inato, e tendo a definição de inato como sendo algo que nascemos, isso
deveria ser observado também em bebês..
Assim, Sturner e Glaser (1995) desenvolveram um trabalho, no qual consistia em
pegar bebês recém-nascidos, e o primeiro alimento que deram para eles foi limão,
alguns bebês foram mamar depois de 14hr;
Com esse trabalho, foi possível perceber que essas emoções acontecem em
bebês, assim podendo ser consideradas inatas, pois são básicas, e não tão
complexas como a ansiedade, porém se dão através delas.
Lang e Cd (1995)

 IAPS – internacional affective Picture system;


 Medidas de valência (se são positivas ou negativas) e alerta (mais vigilante ou
menos) em relação a figuras padronizadas;
Teorias sobre circuitos das emoções:

Willia James e Lange (1900);

S (estímulo) -> sentimento -> comportamento;


Você é apresentado ao estímulo, sente medo e produz um comportamento,
correr, por exemplo;
Cannon e Bard (+ anos depois de 1900);

Dizem que o estímulo aparece, o tálamo distribui a informação pra centros neurais
distintos e assim o indivíduo faz respostas fisiológicas (ex: coração acelerar,
sudorese) e ai sente que algo aconteceu;
S -> Tálamo -> (SNA e córtex);
Circuitos de Papez (1937):

Diz que as nossas emoções derivariam de todos esses circuitos (hipotálamo no


SNA – respostas fisiológicas, giro singulo no córtex - sentimentos);
Ele diz também que o hipocampo estaria relacionado as emoções, porém está
errado, pois não demonstra alterações, não há evidências que ele faça
processamento emocional;
Hipocampo serve p/ memória e processamento espacial;
Sistema límbico é um conjunto de estruturas que fazem parte do processamento
emocional, isso é a base do circuito de papez;
O QUE SÃO EMOÇÕES DE FATO?

São circuitos de atribuição de valor p/ estímulo, sejam positivos ou negativos; uma


forma de adaptar-se transitoriamente a estímulos internos e externos, provocando
respostas fisiológicas, cognitivas e comportamentais;
Elas surgem para que gerenciemos melhor nossa resposta e atinja um objetivo de
forma mais adequada;
Humor se diferencia de emoção pelo fato de ser um estado emocional de longo
prazo;
Se alguém altera emoções e as mantém por um longo prazo, possivelmente pode-
se ter um transtorno de humor (depressão/mania);
Atribuidores de valor:

AMÍGDALA: ao retirar a amígdala bilateral de animais se observou alteração do


comportamento social, a autopreservação (deixa de produzir respostas de medo) e
provocava a hipersexualidade;
Remoção bilateral faz com que não seja possível fazer condicionamento aversivo;
Ela atua na resposta de predação;
Sinalizador de emoções negativas;
Cortéx orbitofrontal: Phineas Gage (1848)

É responsável por planejamento, tomada de decisão principalmente quando


envolve aspectos emocionais (controle de impulsos);
Só adquirimos uma tomada de decisão racional depois de uma avaliação emocional,
pois a emoção é algo automático e a tomada de decisão é um processo mais
lento;
Não existe uma decisão completamente emocional, as emoções devem ser
consideras e as decisões precisam ser tomadas em cima dessas emoções
adequado ao contexto.
Núcleo Accubens: circuito que modifica nossas ações voluntárias

É um núcleo estimulado por dopamina do mesencéfalo (área tegmentar ventral);


Sinalizador de emoções positivas.
Via mesolimbica – associada a um circuito sinalizador de recompensas não
esperadas ou expectativas de recompensa já conhecidas;
Recompensas não esperadas – algo que seja naturalmente reforçador, mas que
não se tinha conhecimento;
Expectativas de recompensa – demonstram algum tipo de emoção, alteração do
comportamento;
Dopamina não significa prazer, mas sim vontade.
Modificar um determinado comportamento para assim conseguir uma recompensa,
por exemplo, chegar na faculdade e antes de entrar na sala comprar um café,
nesse caso há uma modificação do que iria acontecer, pois foi necessário comprar
um café para ter a recompensa (ter mais atenção, por exemplo);
DROGA: agente que em pequenas quantidades produz alterações somáticas ou
funcionais;
FÁRMACO: componente principal de uma especialidade farmacêutica, responsável
pela ação terapêutica e também pelas reações adversas dos medicamentos
(efeitos colaterais) ; é uma junção de drogas, derivados, etc.
REMÉDIO: qualquer coisa que deixe o indivíduo bem; mas não é um tratamento
especializado;
EXEMPLO: droga = maconha; farmáco = algo derivado da maconha;

FARMACOCINÉTICA

Se refere ao movimento do farmáco no organismo.


Disponibilidade (fração não modificada da droga que atinge a circulação sanguínea e
pode promover efeito terapêutico no corpo);
 Volume (relação entre a concentração da droga nos tecidos em relação
àquela no plasma - sangue);

o Proteínas plasmáticas;
o Deposição seletiva;
Se a droga for solúvel em água ou gordura (lipídeos) isso vai alterar a
concentração da mesma;
Se for solúvel em agua ela fica de boa na circulação sanguínea, pois tem água lá,
mas tem dificuldade pra chegar até o interior da célula porque a membrana celular
é lipídica; assim, tem que ter algo que jogue ela p/ dentro da célula;
Se for lipossolúvel e se dá bem com gordura, ela entra na célula com muita
facilidade, mas tem dificuldade em circular no sangue, pois ele é água, assim, precisa
de uma proteína onde esse remédio vai se ligar para que possa ser distribuído;
 Excreção (forma como esse remédio vai ser eliminado do organismo);
o Urina;
o Clearance da droga;
Precisa sair do organismo se não chega a níveis tóxicos da drogas, podendo levar a
morte;
MECANISMO GERAL DE AÇÃO DA DROGA:

Envolve a combinação da droga com algum tipo de receptor gerando algum tipo
de efeito farmacológico;
DROGA + RECEPTOR -> DR = EFEITO FARMACOLOGICO (ação especifica)
 Interação especifica;
 Estrutura molecular não pode ser alterada (se são não tem mais ação);
 Tem um receptor;
Ação inespecífica: interação da droga com tecidos vivos (qualquer um);
 Não tem um receptor;
 Exemplos de remédios: anestésicos inalatórios (Óxido nítrico, Clorofórmio);

RECEPTORES:

São passíveis de regulação;


Dessensibilização: expor o organismo a droga; sinapses retiram receptores da fenda
p/ tentar responder menos aquele excesso;
 Regulação p/ baixo;
 Gera dependência química;
 Efeito de abstinência;
Supersensibilidade: regulação p/ cima
 Aumenta a quantidade de molécula disponível;
Ligantes = moléculas que se ligam aos receptores
 Agonistas (imitam os efeitos do ligante original); fazem respostas
fisiológicas; aumentam o efeito;
 Antagonistas (se ligam ao receptor, mas não produzem efeitos);
bloqueasse a entrada e não tem como as respostas fisiológicas
acontecerem; diminuem o efeito; ocupa receptor; ao se ligar impede que
um neurotransmissor também se ligue; em relação ao efeito original ele
produz uma resposta contrária, ou seja, se bloquear um circuito excitatório
você deprime, se bloqueia um circuito inibitório você excita;
 Existem diversas formas de se fazer agonismo e antagonismo;
 Rotas de administração;
o Vias digestivas;
 Oral;
 Sub-lingual;
 Retal;
o Respiratória;
o Pele
o Parenterais;
 Venosa;
 Intra-muscular;
 Sub-cutânea;
 Intra-peritoneal;
 Intra-arterial;
 Intra-dérmica;
 Intra-cardíaca;
São importantes pra achar a concentração e o tempo que isso vai levar para fazer
o efeito;
Circuitos:

ACETILCOLINA

 Está em todas as junções neuromusculares (sinapses especializadas que


levam a contração muscular – placa motora);
 Axônio chega no musculo, se espalha por uma área e a ativação do mesmo
vai levar a contração muscular;
 Circuitos relacionados a formação de memórias; (circuitos durante o sono
que são importantes, e funcionam a base desse neurotransmissor);
 Também se encontra no SNA; (neurônios pré e pós ganglionares);
Um agonista direto da acetilcolina seria a nicotina ou muscarina; veneno viúva negra;
Um antagonista direto seria a curare e atropina;
GLUTAMATO

 Principal neurotransmissor excitatório do SNC (encéfalo e medula);


 Tudo o que chega de neurônio sensorial na medula espinhal (sensação de
tato, temperatura, dor) são neurônios que liberam esses neurotransmissores;
 Todas as aferências sensoriais da medula espinhal;
GABA

 Principal neurotransmissor inibitório do cortéx;


 Na medula espinhal tem inibição por glicina;
o Receptores
 Sítio para GABA;
 Sítio para o álcool;
 Sítio para os benzodiazepínicos (ansiolíticos);
 Diazepam (Valium);
 Sítio para barbitúricos;

Se falta GABA o indivíduo convulsiona.


O ato de aprender está sediado no SNC, onde ocorrem modificações funcionais e
condutuais que dependem do contingente genético de cada um, associado ao
ambiente onde está inserido;

Aprender é um ato de plasticidade cerebral, modulado por fatores intrínsecos


(genéticos) e extrínsecos (experiência);

As dificuldades de aprendizagem são o resultado de alguma falha intrínseca ou


extrínseca desse processo, ou de ambas;

Esse termo abrange um grupo heterogêneo de problemas capazes de alterar as


possibilidades da criança aprender, independentemente de suas condições
neurológicas para fazê-lo;

Quando se refere à Dificuldade de Aprendizagem, estamos falando sobre um


ser que possui uma maneira diferente de aprender;

Se trata de um obstáculo, uma barreira, um sintoma, que pode ser de origem


tanto cultural quanto cognitiva ou até mesmo emocional. É essencial que o
diagnóstico seja feito o quanto antes, uma vez que há consequências em longo
prazo.

É interessante frisar que a maior parte destes problemas de Dificuldade de


Aprendizagem podem ser resolvidos no ambiente escolar, haja vista que se tratam,
de questões psicopedagógicos.

A expressão transtorno de aprendizagem deve ser reservada para dificuldades


primárias ou específicas, que são resultados de alterações do SNC e que
constituem os transtornos capazes de comprometer o desenvolvimento;

O Transtorno de Aprendizagem está ligado a “um grupo de dificuldades


pontuais e específicas, caracterizadas pela presença de uma disfunção neurológica”.

Neste caso, estamos lidando com uma questão de neurônios, de conexão. O


cérebro nestes casos funciona de forma diferente, pois, mesmo sem apresentar
desfavorecimento físico, social ou emocional, os portadores do distúrbio de
aprendizagem demonstram dificuldade em adquirir o conhecimento da teoria de
determinadas matérias.

Isso não significa que ela seja incapaz, uma vez que este quadro é reversível,
necessitando para isso métodos diferenciados de ensino adequados à singularidade
de cada caso.

Prevalência:

15% a 20% no primeiro ano;

Pode-se chegar a 50% dos escolares nos 6 primeiros anos de escola;

Fatores envolvidos na aprendizagem:

Nem sempre é o SNC o fator responsável pelo fracasso escolar;

Problemas físicos, socioeconômicos e pedagógicos são uma das causas também;


Fatores relacionados a escola:

Para que a criança tenha um bom aproveitamento escolar é fundamental que a


escola proporcione:

 Condições físicas, ou seja, um ambiente seguro, limpo, arejado, com boa


iluminação, com limite de pessoas;

 Condições pedagógicas: disponibilidade de material didático, método de aula


de acordo com a realidade da criança, otimização da duração do turno
escolar e preocupação da interação escola-família;

 Condições de professores: motivação, dedicação, qualificação e


remuneração adequada; (pois os problemas do professor interferem no
processo de aprendizado e interação com o aluno);

Fatores relacionados a família:

Ela deve oferecer condições de suporte, atenção direcionados a essa criança;

A escolaridade dos pais é de papel importante p/ estimular a criança a ter um


melhor envolvimento com os estudos;

O hábito da leitura;

Condições socioeconômicas com renda familiar insuficientes são relevantes e com


frequência estão implicadas com o fracasso escolar;

História familiar de alcoolismo e uso de drogas;

Pais desempregados; separados;


É importante que os pais estejam ligados na rotina da criança, de estudo, lazer,
alimentação, sono, etc;

Fatores relacionados a criança:

Problemas físicos em geral (dificuldades sensoriais - audição, visão); infecções,


desnutrição, alergias, etc;

Problemas psicológicos: timidez, insegurança, baixa autoestima, necessidade de


afirmação, falta de motivação, fobias, depressão, ansiedade, TDAH;

Problemas neurológicos: deficiências mentais, paralisias, epilepsia;

Manejo da criança com dificuldades para a aprendizagem:

Para o diagnóstico são considerados os seguintes fatores:

 Fatores orgânicos (desde a integridade dos órgãos do sentido até


problemas de desnutrição proteica);

 Fatores psicógenos;

 Fatores ambientais;

 Fatores específicos de adequação a perceptomotriz e problemas da análise


e síntese; falta de conhecimento do esquema corporal;

Nesse sentido, é necessária uma equipe multidisciplinar e interdisciplinar entendendo


essa criança como um ser global e não dividida em pequenas situações;

Tratamento:

É feito pelo neuropediatra e/ou psiquiatra;

Porém, nenhum tratamento terá êxito, se não houver uma total integração da
equipe que atende a criança com a escola, e principalmente com a família;

O profissional precisa ter em mente que não é só a criança que está passando por
dificuldades, a família também está com a autoestima abalada ao perceber o
fracasso do filho.
Dislexia pode ser definida como: um transtorno manifestado por dificuldades na aprendizagem
da leitura, independentemente de instrução convencional, inteligência adequada e oportunidade
sociocultural;

O DSM-IV caracteriza dislexia como um comprometimento acentuado no desenvolvimento das


habilidades de reconhecimento das palavras e da compreensão da leitura;

O diagnóstico é realizado somente se essa incapacidade interferir significativamente no


desempenho escolar ou nas atividades diárias que requerem habilidades de leitura;

A leitura oral no disléxico é caracterizada por omissões, distorções e substituições de palavras, e


pela leitura lenta e vacilante; assim, a compreensão da leitura passa a ser afetada;

A associação internacional de dislexia em 2003, a definiu como: um transtorno especifico do


aprendizado de origem neurobiológica, caracterizado por dificuldades no reconhecimento exato
das palavras, na fluência, na soletração e nas habilidades de decodificação; essas dificuldades
resultam na maioria das vezes em um déficit no componente fonológico da linguagem;

O DSM-V define como: um transtorno do neurodesenvolvimento com uma origem biológica que
é base das anormalidades no nível cognitivo, as quais estão associadas com as manifestações
comportamentais;

A origem biológica inclui: interação de fatores genéticos, epigenéticos e ambientais que


influenciam a capacidade do cérebro de perceber e processar informações verbais e não verbais
com eficiência e exatidão;

Epidemologia/prevalência:

O DSM-V traz uma prevalência de 5% a 15% de crianças em idade escolar;

Entende-se que há uma predominância no sexo masculino;

Etiologia:

Devem ser considerados sempre 3 aspectos, que podem estar isolados, mas que, em geral, são
complementares;

 Genética;

 Epigenética;

 Ambiente;

Assim, pode dividir a etiologia em três possibilidades, sendo elas: genética, adquirida e
multifatorial/mista;

A adquirida pode se definir como: malformação do SNC; problemas perinatais; privação ambiental;
oportunidade educacional inadequada;
As multifatoriais: interação entre a genética e adquirida.

Classificação:

Pode ser classificada de várias formas;

Alguns autores a classificam tendo como base testes fonoaudiológicos, pedagógicos e


psicológicos;

Uma outra forma de classificar é a que privilegia as percepções e as memórias visuais e auditivas,
incluindo também, as formas mistas (quando as duas vias estão envolvidas);

Há também tentativas de explicara fisiopatologia da dislexia; uma delas é composta por 3


categorias: a primeira pressupõe um déficit fonológico; a segunda um déficit de nomeação rápida
e a terceira é a teoria do duplo déficit, que relaciona a dificuldade na leitura e na escrita com as
duas situações anteriores, construindo formas graves;

Genética e dislexia:

Em algumas famílias é transmitida de forma dominante, assim, tem uma probabilidade de 100% no
sexo masculino;

E em 65% das mulheres portadoras do gene;

Estão ligadas muitas vezes a marcadores genéticos no cromossomo 15; e em outras famílias no
cromossomo 6 e 7;

Áreas cerebrais envolvidas na leitura:

Em sujeitos normais, os estudos sobre o processamento da linguagem apontam para a ativação


temporal esquerda durante essas tarefas;

As regiões parietais inferiores esquerdas, incluindo os giros supramarginais e angular, também


estão implicadas no processo fonológico, na recuperação de palavras, na visualização delas e na
linguagem oral;

Os processamentos da leitura visual, linguístico e ortográfico se concentram principalmente na


região extraestriada do lobo occipital;

O processamento fonológico ativa tanto o giro frontal inferior quanto o lobo temporal;

Ainda, os circuitos cerebelo-frontal estão envolvidos com a nomeação automática rápida.

Neuroimagem:

A RMf mostra uma menor ativação do córtex nas áreas destinadas a compreensão da leitura
(área de Wernick e o giro angular) e uma maior ativação nas áreas de Broca e o giro frontal
inferior;
Estudos anatomopatológicos:

Esses estudos mostraram que há anomalias nas áreas temporais esquerdas e no tálamo
posterior;

A diferença entre o cérebro de pessoas com dislexia e sem concentram-se no plano temporal;

Em leitores normais o plano esquerdo é maior do que o direito (assim, há melhores habilidades
linguísticas);

Em leitores com dislexia o plano esquerdo é praticamente do mesmo tamanho que o direito;

Quadro clínico e diagnóstico:

É necessário que se questione a respeito dos peridos pré, peri e pós-natal, sobre o
desenvolvimento neuropsicomotor e antecedentes mórbidos;

 Questionamentos a respeito do desenvolvimento da linguagem oral;


 História familiar e consanguinidade;
 Relacionamento interpessoal da criança com cada membro da família, com os amigos,
professores; isso é fundamental p/ compreender como ela consegue vivenciar suas
dificuldades;
 Avaliação da produção textual da criança;
 Assim, pode-se observar leitura e escrita muitas vezes incompreensíveis, confusões de
letras com orientação espacial (p/q; d/b);
 Inversões de sílabas ou palavras (par/pra; lata; alta)
 Repetição de sílabas (eu jogo, jogo bola);
 Substituição de palavras com estruturas semelhantes (contribui/construi)

O exame clínico neurológico inicia-se pela observação da visão e audição; se estas parecerem
ter algum grau de comprometimento deve ser encaminhada aos especialistas correspondentes;

Tem grande importância a noção de esquema corporal (direita e esquerda), que quando
comprometida pode levar a confusões de letras;

Todas as funções corticais superiores devem ser pesquisas pelo exame neurológico evolutivo,
considerando principalmente gnosias, praxias, atenção e memória;

Dislexia disfonética - há dificuldade para ler palavras desconhecidas; começa a ler e em


seguida passa a adivinhar (ler maltêz por talvez; medida por menina); comete erros na leitura e
na escrita, do tipo de inversões, omissões, etc;

Dislexia diseidética - ler de forma muito lenta, decompondo a palavra em suas partes, por
ter dificuldade de ler globalmente; a escrita também é pobre; erros como inversões e falhas na
acentuação;
Dislexia mista - alterações relacionadas as duas formas anteriores, em diferentes combinações
e intensidades; a leitura costuma ser mais difícil e ocorrem dificuldades mistas tanto na leitura
quanto na escrita;

O diagnóstico deve ser feito de acordo com o DSM-V que considera os seguintes critérios:

A. Dificuldades para a aprendizagem, conforme indicado em pelo menos um dos sintomas a


seguir;

1- Leitura de palavras de forma imprecisa ou lenta e com esforço (ler palavras isoladas, em
voz alta, de forma incorreta ou hesitante, frequentemente adivinha as palavras e tem
dificuldade p/ soletrar;

2- Dificuldade para compreender o sentido do que é lido (pode ler com precisão, mas não
entende a sequência, as relações, ou o sentido mais profundo do que é lido;

3- Dificuldades para ortografar (adiciona ou omite, substitui vogais e consoantes)

4- Dificuldades com a expressão escrita (comete muitos erros gramaticais ou pontuação;


organização inadequada de parágrafos; sem clareza na expressão de ideias;

B. Habilidades acadêmicas estão abaixo do esperado p/ idade do sujeito, causando interferência


quantitativa significativa no desempenho escolar, profissional ou nas atividades diárias; confirmadas
por meio de medidas de desempenho padronizadas administradas individualmente e por avaliação
clínica abrangente;

C. As dificuldades de aprendizagem iniciam-se durante os anos escolares, mas podem se


manifestar completamente até que as exigências pelas habilidades acadêmicas afetadas excedam
textos complexos, longos e com curto prazo, em alta sobrecarga de exigências acadêmicas;

D. As dificuldades de aprendizagem não podem ser explicadas por deficiências intelectuais,


acuidade visual ou auditiva não corrigida, outros transtornos mentais ou neurológicos, adversidade
psicossocial, falta de proficiência na língua de instrução acadêmica ou instrução educacional
inadequada;

Ao fazer esse diagnóstico é importante utilizar os especificadores:

Com prejuízo na leitura (CID F 81.0)

 Precisão na leitura de palavras;


 Velocidade ou fluência da leitura;
 Compreensão da leitura;

Com prejuízo na expressão escrita (CID F81.81)

o Precisão na ortografia;
o Precisão na gramática e na pontuação;
o Clareza ou organização da expressão escrita;

A dislexia costuma melhorar com a idade, o que reafirma a importância do tratamento precoce,
não só especifico, como também para as comorbidades;

Tratamento:

O tratamento está centrado na reeducação da linguagem escrita, abordando todos os aspectos


envolvidos;

Profissional da fonoaudiologia ou psicopedagogia treinado p/ trabalhar;

O diagnóstico é clínico; o entendimento é cientifico; e o tratamento é educacional;

Esses transtornos não demandam tratamento farmacológico, apenas se tem um quadro


psiquiátrico acompanhado;

Intervenção: fundamentada em modelos neurocognitivos com eficácia comprovada, inclusive


com estudos de neuroimagem funcional;

Mecanismos cognitivos (GERAIS E ESPECÍFICOS):

Os gerais compreendem a inteligência e a memória operacional, sobretudo o componente


executivo central, e os específicos diferem de uma entidade para outra;

Prognóstico: menor empregabilidade e menor renda;

Comorbidades: discalculia e TDAH.

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